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O Sistema de Ensino pH apresenta um material capaz de auxiliar o aluno a enxergar os caminhos que ele poderá seguir, possibilitando que, ao final do Ensino Médio, ele tenha desenvolvido um pensamento crítico para atuar como cidadão, enfrentar os desafios da sociedade e obter excelentes resultados no Enem e nos demais vestibulares do Brasil. 296787 526357417 ENSINO MÉDIO 3asérie MANUAL DO PROFESSOR Geografia 4Caderno CAPAS_PH_GEO_C4_PROF-EM3.indd 2 7/11/17 12:28 PM Geografia Manual do Professor Augusto Neto Cláudio Ribeiro Falcão pH_EM3_C4_001a004_IN_GEO_MP.indd 1 7/11/17 11:51 AM Uma publicação Sistema de ensino pH : ensino médio : caderno 1 a 4 : humanas, 3ª série : professor. -- 1. ed. -- São Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2017. Vários autores. Conteúdo: Língua portuguesa I -- Redação -- História -- Geografia. 1. Geografia (Ensino médio) 2. História (Ensino médio) 3. Livros-texto (Ensino médio) 4. Português (Ensino médio) 5. Português - Redação (Ensino médio) I. Hormes, Raphael. II. Caldas, Marcelo. III. Vieira, Igor. IV. Augusto Neto. 16-01930 CDD-373.19 Índices para catálogo sistemático: 1. Ensino integrado: Livros-texto: Ensino médio 373.19 2017 ISBN 978 85 468 1086-4 (PR) Código da obra 526357417 1ª edição 1ª impressão Impressão e acabamento Direção de inovação e conteúdo: Guilherme Luz Direção executiva de integração: Claudio Falcão Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas Coordenação pedagógica e gestão de projeto: Fabrício Cortezi de Abreu Moura Gestão de projeto editorial: Camila Amaral Souza Desenvolvimento pedagógico: Filipe Couto Revisão pedagógica: Ribamar Monteiro Gestão e coordenação de área: Alice Silvestre e Camila De Pieri Fernandes (Linguagens), Wagner Nicaretta e Brunna Paulussi (Ciências Humanas) Edição: Cíntia Leitão, Juliana Mendonça Biscardi e Vivian Viccino (Língua Portuguesa e Redação), Ana Vidotti e Carla Rafaela Monteiro (História), Andressa Serena de Oliveira, Elena Judensnaider, Karine M. dos S. Costa e Marina Nobre (Geografia) Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Planejamento e controle de produção: Paula Godo, Fabiana Manna, Adjane Queiroz e Daniela Carvalho Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), Rosângela Muricy (coord.), Adriana Rinaldi, Ana Curci, Ana Paula C. Malfa, Brenda T. de Medeiros Morais, Carlos Eduardo Sigrist, Célia Carvalho, Cesar G. Sacramento, Danielle Modesto, Diego Carbone, Gabriela M. de Andrade, Larissa Vazquez, Lilian M. Kumai, Luciana B. de Azevedo, Luís Maurício Boa Nova, Marília Lima, Marina Saraiva, Maura Loria, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus, Raquel A. Taveira, Ricardo Miyake, Sueli Bossi, Vanessa de Paula Santos, Vanessa Nunes S. Lucena Edição de arte: Daniela Amaral (coord.), Catherine Saori Ishihara Diagramação: Casa de Tipos, Karen Midori Fukunaga Iconografia e licenciamento de texto: Sílvio Kligin (superv.), Cristina Akisino (coord.), Denise Durand Kremer (coord.), Claudia Bertolazzi, Claudia Cristina Balista, Daniel Cymbalista, Ellen Colombo Finta, Ellen Silvestre, Fernanda Regina Sales Gomes, Fernando Cambetas, Iron Mantovanello, Jad Silva, Karina Tengan, Roberta Freire Lacerda Santos, Roberto Silva e Sara Plaça (pesquisa iconográfica), Liliane Rodrigues, Luciana Castilho, Paula Claro e Thalita Corina da Silva (licenciamento de textos) Tratamento de imagem: Cesar Wolf, Fernanda Crevin Ilustrações: Bruno Badain, Casa de Tipos, Julio Dian, Luis Moura Cartografia: Eric Fuzii, Alexandre Bueno Capa: Gláucia Correa Koller Foto de capa: Sanjatosi/Shutterstock Projeto gráfico de miolo: Gláucia Correa Koller Todos os direitos reservados por SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Rua Gibraltar, 368 – Santo Amaro São Paulo – SP – CEP 04755-070 Tel.: 3273-6000 © SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Créditos das imagens de abertura: Ciências Humanas: Gustavo Ordoqui/ Shutterstock, Filipe Frazao/Shutterstock, Peter Muller/Cultura/Getty Images, Gustavo Frazao/Shutterstock, Shutterstock/T photography, Gabriel Sperandio/Moment/Getty Images (História), Mike Theiss/National Geographic/Getty Images (Geografia) pH_EM3_C4_001a004_IN_GEO_MP.indd 2 7/11/17 11:51 AM Sumário geral CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS 5 19 M Ó D U L O 24 22 M Ó D U L O 9 20 M Ó D U L O 30 23 M Ó D U L O 18 21 M Ó D U L O 35 24 M Ó D U L OG E O G R A F IA Oriente Médio: outros conflitos Decifrando o planeta Terra Fundamentos da Climatologia A produção do espaço brasileiro Climas e paisagens naturais do Brasil As regiões do Brasil pH_EM3_C4_001a004_IN_GEO_MP.indd 3 7/11/17 11:51 AM HABILIDADES E COMPETÊNCIAS Competência de área 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades. H1 – Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura. H2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas. H3 – Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos. H4 – Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura. H5 – Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades. Competência de área 2 – Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder. H6 – Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos. H7 – Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações. H8 – Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social. H9 – Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial. H10 – Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica. Competência de área 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, conflitos e movimentos sociais. H11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço. H12 – Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades. H13 – Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder. H14 – Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas. H15 – Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história. Competência de área 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social. H16 – Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social. H17 – Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção. H18 – Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais. H19 – Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano. H20 – Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho. Competência de área 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade. H21 –Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social. H22 – Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas. H23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. H24 – Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades. H25 – Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social. Competência de área 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos. H26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem. H27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos. H28 – Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-geográficos. H29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas. H30 – Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas. pH_EM3_C4_001a004_IN_GEO_MP.indd 4 7/11/17 11:51 AM 19 Módulo OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES • Revolução Iraniana: da monarquia à teocracia • Guerra Irã-Iraque • Guerra do Golfo • Ocupações pós-11 de setembro de 2001: Afe- ganistão e Iraque • Origens e efeitos da Primavera Árabe • O mosaico sírio e o Estado Islâmico • H7 - Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações. • H15 - Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, po- líticos, econômicos ou ambientais ao longo da História. • Compreender a origem dos conflitos no Oriente Médio. • Identificar diferentes grupos étnicos, nacionais e reli- giosos no Oriente Médio. • Diferenciar os processos de desenvolvimento e as rea- lidades sociais nos países do subcontinente. Oriente MŽdio: outros conflitos INTRODUÇÃO Eventos ocorridos nas últimas décadas nos países de maioria islâmica no Oriente Médio tiveram desdobramen- tos contundentes em diversos países do mundo. A região é vista frequentemente como polo de disputas que envolvem controle territorial sobre recursos energéticos (petróleo), grupos religiosos e modelos de organização sociopolítica peculiares. Muitos estereótipos foram criados para os po- vos árabes e islâmicos, predominantes na região. Cabe às análises geográficas esclarecer que grande parte do que se divulga sobre esses países é feito propositalmente, a fim de consolidar o estigma que recai sobre a região, defendendo, muitas vezes, interesses imperialistas. É fundamental que os professores de Geografia suscitem debates que levem à compreensão das transformações espaciais, analisando os conflitos instituídos a partir de perspectivas distintas, apon- tando argumentos e justificativas de lados antagônicos. Procure utilizar a abordagem da análise regional e dos processos de regionalização, para que algumas considera- ções já formuladas e consagradas sobre o Oriente Médio possam ser revistas, não só nos seus métodos, mas também no conteúdo que é ensinado, propondo interpretações que referenciem as relações combinadas entre globalização (in- ternacional) e fragmentação (regional e nacional). Apontamos aqui que a identidade regional dessa por- ção do mundo islâmico (situado a sudeste da Ásia e norte da África) tem como categorias de coesão três aspectos principais: a especificidade da construção de identidades culturais a partir do islamismo; o interesse internacional e a disputa dos recursos territoriais da área por nações hege- mônicas; o histórico de conflitos, negociações e arranjos geopolíticos internos influenciados por intensas pressões externas e intervenções militares. ESTRATÉGIAS DE AULA AULA 1 Os alunos devem compreender que as imensas jazi- das de petróleo na região provocam disputas territoriais acirradas no Oriente Médio desde o fim do século XIX. A dependência dos povos locais em relação às potências estrangeiras pode ser constatada pelo histórico de gover- nos fracos, submissos e condescendentes que mantiveram o poder e regalias trocando petróleo por proteção. Os go- vernos nacionalistas que confrontaram esse modelo foram pressionados, boicotados e/ou instabilizados, como foi o caso do Irã, do Iraque e do Afeganistão. 5 O ri e n te M é d io : o u tr o s c o n fl it o s G E O G R A F IA M — d u lo 1 9 pH_EM3_C4_005a008_GEO_M19_MP.indd 5 7/11/17 11:52 AM Nessa primeira aula, o professor pode trabalhar com a turma alguns momentos conflituosos que marcaram a história do Oriente Médio, como é o caso da Revolução Iraniana (1979) e a Guerra Irã-Iraque (1980-88). Mostre aos alunos que ao longo do tempo, na região, as tentativas de fortalecer alianças regionais, sobretudo em função do petróleo, foram sabotadas de modos variados. No caso da guerra entre Irã e Iraque, o fornecimento americano de armas para os dois lados demonstra o interesse em esti- mular disputas internas (procurando dividir o inimigo para enfraquecê-lo e então controlá-lo). Ao final da Aula 1, resolva com a turma a questão 1 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo a questão 6. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 2 Prossiga na segunda aula dando sequência aos con- flitos mencionados no Caderno do Aluno. É importante comentar que o governo de George W. Bush (2001-2009) usou argumentos falsos para justificar a intervenção mili- tar no Iraque, com a intenção de estabelecer no país um governo aliado. Contudo, a ação militar à revelia das ins- tituições jurídicas internacionais levou o Iraque ao caos, com insegurança e corrupção generalizadas, milhares de mortos, milhões de mutilados e refugiados. Barack Obama prometeu, ao assumir o poder em 2009, que seu governo criaria outras estratégias com a retirada das tropas. Planeje a aula de forma a mostrar como a truculência das invasões dos Estados Unidos ao Iraque e ao Afeganis- tão desorganizou internamente esses países. Há fortes ques- tionamentos em torno da legitimidade dos novos governos eleitos localmente, além de atentados e confrontos internos. Ao final da Aula 2, resolva com a turma a questão 5 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo as questões 3 e 5. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 3 Em dezembro de 2010 e ao longo de 2011, os povos árabes surpreenderam o mundo, com uma revolta em busca de liberdade, democracia e combate à corrupção. Enquan- to Jordânia e Arábia Saudita buscaram minimizar as revoltas, aceitando promover algumas reformas, a Síria resistiu e repri- miu os manifestantes violentamente. Esse processo merece ser acompanhado, bem como seus desdobramentos. Buscando se diferenciar dos demais países da região caracterizados por conflitos bélicos, crises econômicas e governos truculentos, países como Bahrein, Catar e Emi- rados Árabes Unidos (Dubai e Abu Dhabi) vêm buscando consolidar atividades que os associem à modernidade e atraiam fluxos de investidores, turistas e empresas. Edifi- cações ultramodernas no espaço desértico, autódromo, centros comerciais, esportivos e de lazer são símbolos de desenvolvimento econômico, mas também indicam for- te dependência de padrões externos, além de terem sido edificados a partir de forte exploração do trabalho, tradu- zindo o modelo de crescimento econômico dependente, desigual e combinado na produção do espaço. O processo de modernização e de cidades futurísticas ganha cada vez mais aceitação no Oriente Médio. A “modernidade” estáem geral associada a inovações e ao progresso, se contra- pondo ao espaço-tempo “estático”, legitimado pelos dis- cursos orientalistas. As análises geográficas devem dissecar as contradições deste processo, reforçando a concepção de que a Geografia não deve se restringir à descrição con- templativa e relativamente uniforme, mas avançar na análi- se da complexidade das estruturas de poder subjacentes aos processos de diferenciação espacial. Ao final da Aula 3, resolva com a turma a questão 2 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo a questão 8. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. I. INTRODUÇÃO ➜ Discursos orientalistas: preconceito e estereóti- pos de estagnação, atraso e truculência ➜ Condições geopolíticas ➜ Disputas por petróleo: estratégias imperialistas de dominação ➜ Conflitos regionais e a influência externa II. IRÃ, IRAQUE, KUWAIT ➜ Anos 1960/1970: ditaduras e “milagres econô- micos” • Irã (xá Reza Pahlavi) • Iraque (Saddam Hussein) • Alianças em torno da Opep ➜ Kuwait: barganha de petróleo por proteção ➜ Revolução teocrática iraniana (1979): o regime dos aiatolás SUGESTÃO DE QUADRO 6 pH_EM3_C4_005a008_GEO_M19_MP.indd 6 7/11/17 11:52 AM III. GUERRA IRÃ-IRAQUE (1980-1988) ➜ Isolamento diplomático iraquiano ➜ Impactos socioambientais ➜ Endividamento iraquiano IV. GUERRA DO GOLFO (1990-1991) ➜ Iraque 3 Kuwait ➜ Isolamento diplomático iraquiano ➜ Operação Tempestade no Deserto (Otan) ➜ Impactos socioambientais ➜ Punições ao regime de Saddam impostas pela ONU V. GUERRAS “CONTRA O TERROR”: AS INVASÕES DO GOVERNO BUSH ➜ Atentados de 11 de setembro de 2001 ➜ Geopolítica das redes terroristas ➜ Administração Bush estabelece o “eixo do mal” ➜ A “caça” a Osama bin Laden e à Al-Qaeda ➜ Invasão americana ao Afeganistão ➜ Invasão americana ao Iraque • Operação Iraque Livre: o fim da era Saddam Hussein • Insurgentes, milícias e “forças de segurança” em conflito • Caos político, social e humanitário iraquiano VI. REFLEXOS DA PRIMAVERA ÁRABE ➜ Manifestações populares por democracia a partir de 2010 ➜ O papel das redes sociais e dos meios de comu- nicação ➜ Diferentes casos: Tunísia, Líbia, Egito, Iêmen, Jordânia, Síria... ATIVIDADE COMPLEMENTAR Proponha uma pesquisa sobre a Primavera Árabe. A atividade pode ser realizada em grupos, em sala de aula ou em casa, por meio de consulta à internet ou a outras fontes. Os alunos devem buscar quais as diferenças e se- melhanças entre os conflitos recentes ocorridos no Orien- te Médio geopolítico – que inclui o norte da África. Líbia, Tunísia, Argélia, Sudão, Egito, Iêmen, Síria, Bahrein, por exemplo, podem ser objeto do estudo. Quais eram as rei- vindicações da população em cada caso? Com base no que foi estudado, os alunos devem apon- tar que o fim das longas ditaduras e da corrupção eram demandas comuns. No entanto, é importante que percebam a existência de um contexto que reforçou essas insurreições populares a partir de 2010. Por meio de dados econômicos, as questões de empobrecimento da população devem apa- recer. A elevação da taxa de desemprego e o encarecimento do preço dos alimentos naquele momento (com a elevação do preço das commodities) são extremamente relevantes para a compreensão dos eventos. MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR LIVROS COCKBURN, Patrick. A origem do Estado Islâmico. São Paulo: Autonomia Literária, 2015. FROMKIN, David. Paz e guerra no Oriente Médio. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008. HOURANI, Albert. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. KHATAMI, Muhammad. Diálogo entre civilizações: o Irã contemporâneo e o Ocidente. São Paulo: Attar, 2006. PINTO, P. G. H. R. Islã: religião e civilização – uma abor- dagem antropológica. Aparecida: Editora Santuário, 2010. RASHID, Ahmed. Jihad. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. SCALERCIO, Márcio. Oriente Médio. Rio de Janeiro: Campus, 2003. SITES Instituto de Relações Internacionais da PUC-RJ. Disponível em: <www.iri.puc-rio.br>. Acesso em: 27 mar. 2017. Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Dispo- nível em: <www.opec.org>. Acesso em: 27 mar. 2017. Liga dos Estados Árabes. Disponível em: <www.lasportal. org>. Acesso em: 27 mar. 2017. Al Jazeera. Disponível em: <www.aljazeera.com>. Acesso em: 27 mar. 2017. GABARITO COMENTADO PRATICANDO O APRENDIZADO 2. c. A Primavera Árabe é uma referência ao conjunto de insurreições contra ditaduras em países ára- bes no norte da África e no Oriente Médio. Em 2010 ocorreu a primeira revolução, na Tunísia, que 7 O ri e n te M é d io : o u tr o s c o n fl it o s G E O G R A F IA M ó d u lo 1 9 pH_EM3_C4_005a008_GEO_M19_MP.indd 7 7/11/17 11:52 AM desencadeou as demais. Na época, o ditador Ben Ali foi destituído do poder depois de um mês de protestos. Em 2011, na Síria, teve início um con- junto de manifestações pela queda do ditador Bashar Al-Assad, que desencadeou uma guerra civil sem precedentes no país. 3. b. Conhecido ainda como ISIS, que em inglês remete a Estado Islâmico do Iraque e da Síria, o Estado Islâmico (EI) é um grupo muçulmano sunita extre- mista fundado em 2004 no Iraque. Atualmente, além de dominar territórios no norte do país, tem também como parte do seu califado áreas do leste da Síria. DESENVOLVENDO HABILIDADES 1. e. A alternativa a está incorreta: a causa dos conflitos é a manutenção de governos de ordem secular associado à forte recessão que atingiu os países nos últimos anos, resultando em elevada inflação e desemprego. A alternativa b está incorreta: em- bora o petróleo represente grande importância econômica para os países da região, este não se constitui como a causa dos conflitos. A alternativa c está incorreta: nos países árabes onde ocorreu a queda de governos, têm sido adotados novos ar- ranjos políticos. A alternativa d está incorreta: as reverberações dos conflitos em nível regional ou mundial decorrem independentemente do térmi- no da Guerra Fria. E a alternativa e está correta: o Oriente Médio, área de maior concentração de ja- zidas de petróleo, configura-se como uma região de extrema importância econômica e geopolítica. 2. b. A alternativa a está incorreta: embora a Síria apre- sente diversidade étnico-religiosa, ela é repre- sentada por sunitas, alauítas, ortodoxos e drusos. A alternativa b está correta: ocorre o predomínio da população árabe, entretanto, dividida em su- nitas (74%), e alauítas (12%), que, embora sejam a minoria, dominam o poder no país. A alternativa c está incorreta: o poder é controlado pelos alauítas. A alternativa d está incorreta: os alauítas são ára- bes muçulmanos. A alternativa e está incorreta: o conflito na Síria se dá pela oposição da maioria sunita contra a minoria alauíta. 3. b. Como mencionado corretamente na alternativa b, a Otan foi criada no contexto da Guerra Fria com o objetivo de conter o expansionismo socialista, o que é referenciado na primeira metade do texto, e, atual- mente, a organização reforça os interesses geopolíti- cos das potências ocidentais, indicação da segunda metade do texto. Estão incorretas as alternativas: a, porque as referências da alternativa não correspon- dem aos objetivos da Otan; c, porque a promoção de auxílio humanitário não corresponde ao objetivo atual da Otan; d, porque a Otan ampliava a influên- cia estadunidense nos anos de Guerra Fria; e, por- que o objetivo da Otan não era reconstruir a Europa devastada pela Segunda Guerra. APROFUNDANDO O CONHECIMENTO 1. b. Nos últimos anos, a utilização de drones ou VANTs (veículos aéreos não tripulados), monitorados à distância pelos Estados Unidos, é muito polêmica. Os drones se inserem numa estratégia de comba- te ao terrorismo e contra Estados nacionais que supostamente financiam gruposterroristas. A uti- lização dos drones apresentava vantagens para o governo Barack Obama, pois tem menor custo em termos de perdas humanas para os estadunidenses e seus aliados, em contraste com as intervenções com soldados (Iraque e Afeganistão) durante o go- verno Bush, que foram muito criticadas pelo alto custo financeiro, humano e geopolítico. Entretanto, o uso de drones também foi e é alvo de críticas em decorrência dos vários casos de violação de direitos humanos, com a morte de inocentes e a violação da legislação internacional no que concerne à ocupa- ção de territórios estrangeiros. 2. c. A alternativa a é incorreta: a Primavera Árabe foi uma sucessão de movimentos populares que se iniciou na Tunísia e se espalhou pelo mundo ára- be, particularmente no norte da África e no Oriente Médio. Os manifestantes questionavam os gover- nos seculares e a economia obsoleta e inflaciona- da e, portanto, sem menções às divergências dou- trinárias do islamismo. A alternativa b é incorreta: não ocorreu interferência direta da União Europeia e dos Estados Unidos, sendo apenas discutidos embargos e missões de observadores da ONU so- bre a região. A alternativa c é correta: a sucessão de movimentos da Primavera Árabe teve como ca- racterística o uso das redes sociais, articulando a resistência dos manifestantes e estendendo a abrangência dos conflitos. A alternativa d é incorre- ta: a preocupação da comunidade internacional re- caiu sobre a variação do preço do barril do petróleo e possível fortalecimento de grupos extremistas. A alternativa e é incorreta: os atentados terroristas são realizados por grupos extremistas, embora mui- tas vezes estejam associados, de forma equivocada, ao islamismo, e recentemente não ocorreram aten- tados nos Estados Unidos. 8 pH_EM3_C4_005a008_GEO_M19_MP.indd 8 7/11/17 11:52 AM 20 Módulo OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES • Conceitos básicos da Climatologia • Radiação e temperatura: dinâmicas de aqueci- mento • Pressão atmosférica: altitude e latitude • Circulação do calor global, massas de ar e cor- rentes marítimas • Umidade: o mar, as chuvas e os desertos • El Niño e monções • Principais climas do mundo • H28 - Relacionar o uso das tecnologias com os impac- tos socioambientais em diferentes contextos histórico- -geográficos. • Definir conceitos básicos da Climatologia. • Relacionar elementos e fatores climáticos ao funciona- mento das dinâmicas atmosféricas. • Compreender a interação dos elementos climáticos. • Identificar climogramas e anomalias climáticas. Fundamentos da Climatologia INTRODUÇÃO A Geografia aqui apresentada tem como fundamen- to pedagógico a compreensão do contexto social, políti- co, econômico e ecológico impresso nas paisagens e nos territórios. Nosso foco, então, é o espaço geográfico em toda sua complexidade, com ênfase nos estudos e con- ceitos da dinâmica atmosférica e sua interação com a su- perfície terrestre e/ou oceânica e suas respostas sobre as paisagens, sociedades e seus territórios. Se nosso foco central é o espaço construído pelas sociedades, em todas as suas tramas e tensões, o obje- tivo é instrumentalizar o aluno para ler, reconhecer, ana- lisar, interpretar, apreender, refletir sobre as intrincadas relações e contradições entre as sociedades e a nature- za, em suas diversas escalas de atuação, bem como os reflexos dessas relações em diferentes níveis, do local ao global. Dotar o aluno de conhecimentos acerca da dinâmica climática é o objetivo básico deste material, contribuindo para evitar o discurso do senso comum, principalmente acerca dos discursos sobre as mudanças climáticas, com- plementando com uma base técnica o estudo iniciado no Módulo 12 – Questões ambientais. ESTRATÉGIAS DE AULA AULA 1 Os esclarecimentos sobre os conceitos de clima e tem- po atmosférico e as diferenças entre eles são de funda- mental importância tanto do ponto de vista dos planeja- mentos governamentais e das ações de políticas públicas como das estratégias de atuação de empresas privadas e suas ações sobre o espaço geográfico. O tempo atmosférico diz respeito às expectativas co- tidianas e condiciona as ações de curto e longo prazo, por exemplo, sobre a mobilidade urbana e as atividades agrícolas. O clima suscita as ações de longo prazo: o pla- nejamento do calendário agrícola (com exceção das ativi- dades com maior uso de tecnologia, que são menos de- pendentes das condições climáticas); ações de adaptação e técnicas sobre o modo de vida em sociedades agrícolas ou tradicionais, ou as que vivem sob o rigor climático; o planejamento de atividades turísticas; etc. O detalhamento e a compreensão dos elementos cli- máticos são indispensáveis para que o aluno analise o fun- cionamento das massas de ar, cada uma com temperatura, 9 F u n d a m e n to s d a C li m a to lo g ia G E O G R A F IA M — d u lo 2 0 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 9 7/11/17 11:52 AM pressão e umidade específicas e que, à medida que se des- loca pela superfície, adquire as características dos lugares por onde passa. Portanto, as características do ar atmosfé- rico são mutáveis ao longo de um dia, das estações do ano e conforme as massas de ar deslocam-se. Em conjunto, a interação entre as características da su- perfície terrestre e a distribuição das massas de ar continen- tais e oceânicas, a movimentação das massas oceânicas, a posição da Terra e sua inclinação em relação ao plano da órbita e os movimentos do planeta irão comandar as ca- racterísticas do tempo meteorológico (condições momen- tâneas do ar atmosférico), e essa combinação, por sua vez, dá origem aos tipos climáticos por todo o globo. Neste ponto enfatize que a análise de cada um desses fatores e a interação entre eles introduzem a noção da diversidade de ambientes naturais no planeta. É inegável a importância da compreensão do papel da distribuição desigual da insolação sobre a superfície terrestre e suas repercussões econômicas. A energia solar é aqui compreendida como fundamental desencadeadora de toda a dinâmica dos fenômenos atmosféricos e climáti- cos. E o albedo é a resposta dada pelas diferentes super- fícies (terra, água, asfalto, concreto, campos, florestas) à energia solar, que percorreu grande distância até atingir tais superfícies. Convém destacar que as zonas de ilumi- nação da Terra, com base nos círculos polares e nas linhas dos trópicos, são divisões generalizantes, ou seja, não consideram a existência de outros fatores de influência no clima (topografia, proximidade do mar, continentalidade, cobertura vegetal, etc.). A circulação do calor global pressupõe a interação entre as diferentes superfícies e o ar atmosférico, sendo fundamental para a compreensão dos fenômenos atmos- féricos e climáticos, seja em escala local, seja em escala global. A atmosfera não é uma esfera gasosa homogênea nem estática, mas os elementos constitutivos de cada ca- mada geralmente não se misturam. Do ponto de vista dos estudos climáticos e atmosféricos, a camada em destaque é a troposfera, pois ela guarda a totalidade dos fenôme- nos atmosféricos que atingem diretamente a superfície, sendo portanto de fundamental importância para os es- tudos geográficos. É das interações dos elementos e fato- res climáticos que decorrem todos os tipos climáticos do planeta. Outra camada atmosférica de grande interesse é a estratosfera, composta pela ozonosfera (ou camada de ozônio), cuja propriedade (absorção da radiação ultravio- leta do Sol) reflete diretamente sobre a vida em nosso pla- neta. Cabe enfatizar que a Terra é um sistema fechado, e que as alterações na composição da atmosfera (principal- mente na troposfera) são, portanto, também uma resposta às intervenções antropogênicas. Ao final da Aula 1, resolva com a turma a questão 1 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo as questões 3, 4 e 5.Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utili- zação das questões da seção Aprofundando o conheci- mento. AULA 2 Na segunda aula, dê atenção especial à circulação das massas oceânicas, pois seu mecanismo de troca de calor se realiza pelo movimento das correntes marítimas. Tanto a movimentação das massas de ar quanto a movimentação das massas oceânicas decorrem dos mecanismos físicos de circulação. Evita-se, assim, o recurso desnecessário da memorização das massas e das correntes. A formação das áreas desérticas (inclusive pela movimentação de correntes marinhas frias) e a análise das anomalias oceânico-atmosfé- ricas El Niño e La Niña podem ser usadas para comprovar o efeito da distribuição de tais águas oceânicas, suas caracte- rísticas físicas e suas ações sobre as áreas continentais. Reforce a teoria do equilíbrio dinâmico próprio da natureza da atmosfera em sua interação com os oceanos, refletindo-se no clima do planeta. Especialmente os casos do El Niño e da La Niña devem ser analisados sob a ótica das anomalias climáticas, ou seja, das flutuações extremas de um ou mais elementos do clima em torno de uma mé- dia climatológica. Não se pode associá-los às mudanças climáticas, pois estas demonstram tendências de altera- ção da média ao longo do tempo. Neste caso, tanto as temperaturas quanto a distribuição das chuvas são afeta- das por todo o globo terrestre. Leia o conteúdo disponível na seção pH+ para apro- fundar com a turma, caso haja tempo extra de aula, os fe- nômenos El Niño e La Niña. Ao final da Aula 2, resolva com a turma a questão 2 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo as questões 1 e 2. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a uti- lização das questões da seção Aprofundando o conhe- cimento. AULA 3 Na terceira aula, os tipos climáticos não encontrados no Brasil podem ser apreendidos como a síntese dos diferentes aspectos estudados até aqui, evitando a me- morização e induzindo o aluno a “raciocinar o clima”. Os climogramas representam o comportamento das carac- terísticas térmicas e pluviométricas de cada tipo climático, além da compreensão da dinâmica atmosférica específica de cada região que a condiciona. 10 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 10 7/11/17 11:52 AM Por meio da interpretação de cartas sinóticas esse objetivo também pode ser alcançado. No site do CPTEC/Inpe (veja a seção Material de apoio ao professor), diversas cartas podem ser obtidas, impressas e distribuídas aos alunos. Com elas, eles podem, por exemplo, fazer o reconhecimento do avanço de uma frente fria ou da área de atuação mais intensa da ZCIT em determinado momento, como se verifica, por exemplo, na imagem abaixo: Pela carta sinótica acima, percebe-se o avanço de uma frente subtropical que provoca queda de temperatura do Rio Grande do Sul ao Mato Grosso. A compreensão de alguns símbolos cartográficos é fundamental para a interpretação das cartas sinóticas. Desenhe-os na lousa para que os alunos tomem conhecimento. Ao final da Aula 3, resolva com a turma a questão 4 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvolvendo habilidades, sobretudo as questões 6 e 7. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utilização das questões da seção Aprofundando o conhecimento. F O N T E C P T E C /I N P E I. CONCEITOS ➜ Tempo (condições momentâneas) × clima (média dos “tempos” em, ao menos, 30 anos) ➜ Elementos climáticos → caracterizam o clima • Temperatura • Pressão • Umidade • Precipitação • Radiação ➜ Fatores climáticos → explicam a variação dos elementos climáticos • Latitude • Altitude • Relevo • Vegetação • Correntes marítimas • Massas de ar • Posicionamento em relação ao mar (maritimidade e continentalidade) II. RELAÇÕES ENTRE FATORES E ELEMENTOS CLIMÁTICOS A) Radiação solar e temperatura ➜ A radiação incide e a superfície irradia calor (a atmos- fera é aquecida “de baixo para cima”) SUGESTÃO DE QUADRO 11 F u n d a m e n to s d a C li m a to lo g ia G E O G R A F IA M ó d u lo 2 0 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 11 7/11/17 11:52 AM FONTE: Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. Disponível em: <www.cptec.inpe.br/glossario.shtml#30>. Acesso em: 7 abr. 2017. Radiação solar 100% 70% infravermelhos deixando a Terra25% absorvidos 25% refle- tidos 5% refletidos 45% absorvidos 29% processos atmosféricos 104% radiação terrestre 88% efeito estufa Gases do efeito estufa ➜ O geoide terrestre é: • Esférico: aquecido de forma desigual latitudinalmente • Inclinado: possui insolação diferenciada em cada hemisfério B) Altitude 3 temperatura e pressão atmosférica (escala local) ➜ A pressão atmosférica é definida pelo peso da coluna de ar que se dispõe sobre uma área Altitude e pressão atmosférica Coluna de ar Coluna de ar Montanha FONTE: Elaborado pelos autores. ➜ Altitude elevada condiciona: • Baixa temperatura: calor irradiado se dissipa, somado ao ar rarefeito • Baixa pressão: coluna de ar menor sobre a área III. CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA A) Circulação dos ventos e do calor 12 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 12 7/11/17 11:52 AM ➜ Sempre migram da alta pressão para a baixa pressão Área de baixa pressão Possíveis nuvens de chuva Área de alta pressão Anticiclonal O ar mais seco e frio desce e se aquece. Menor chance de precipitação. Ciclonal O ar mais quente e úmido sobe e se resfria. B) Correntes marítimas ➜ Trazem as características de suas áreas de origem: • Quentes: levam calor e umidade • Frias: esfriam o ar oceânico e tornam o clima mais seco Obs.: Correntes frias causam o fenômeno da ressurgência (traz aumento na piscosidade) IV. UMIDADE A) Posicionamento em relação ao mar ➜ Maritimidade: área mais úmida e menor amplitude térmica ➜ Continentalidade: área mais seca e maior amplitude térmica Obs.: A água é um regulador térmico natural (alto calor específico) B) Brisas ➜ Marítima: durante o dia ➜ Terrestre: durante a noite Brisa marítima e brisa terrestre Brisa marítima Alta pressão Baixa pressão Baixa pressão Alta pressão Brisa terrestre C) Chuvas ➜ Convectivas: resultado da evaporação e condensação (chuvas de verão) F O N T E : E la b o ra d o p e lo s a u to re s . 13 F u n d a m e n to s d a C li m a to lo g ia G E O G R A F IA M ó d u lo 2 0 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 13 7/11/17 11:52 AM ➜ Orográficas: resultado do encontro de massa úmida com barreira de relevo BARLAVENTO SOTA-VENTO Ar quente e secoAr úmido Chuva orográfica FONTE: Departamento de Física – UFPR. Disponível em: <http://fisica.ufpr.br/ grimm/aposmeteo/cap5/cap5-8.html>. Acesso em: 25 abr. 2017. Adaptado. ➜ Frontais: encontro de massas de ar de características térmicas diferentes D) Desertos ➜ Definição: escassez de umidade (podem existir de- sertos frios) ➜ Fatores de formação: • Continentalidade • Correntes frias • Alta pressão tropical • Barreira orográfica V. CLIMAS MAIS DIFERENCIADOS A) Mediterrâneo ➜ Clima com “padrão” invertido (verão mais seco do que o inverno) ➜ Áreas de borda de desertos quentes ➜ Expansão das massas secas e quentes dos desertos no verão ➜ Exemplo principal: norte da África e sul da Europa B) Tropical monçônico ➜ Mecanismo parecido com o das “chuvas de verão” (em maior escala) ➜ Diferenças de pressão entre continente e mar (dis- postos latitudinalmente) ➜ Verão: baixa pressão no continente 3 alta pressão no mar (chuvas torrenciais) ➜ Inverno: alta pressão no continente 3 baixa pressão no mar (barreira para a umidade) ➜ Típico do sul e sudeste da Ásia Ventos equatoriais levam água quente para o oeste Ventos alísios Em um ano normal FONTE: The El Ni–o Phenomenon. Food and Agriculture Organizationof the United Nations (FAO). Disponível em: <www.fao.org/resources/ infographics/infographics-details/en/c/326282/>. Acesso em: 7 abr. 2017. Em um ano com El Niño Ventos do leste do Pacífico são fracos e a água quente se move nesta direção Ventos alísios VI. ANOMALIAS CLIMÁTICAS A) El Niño ➜ Aquecimento anormal das águas do Pacífico ➜ Efeitos no mundo: • Chuvas no deserto do Atacama (desvio da corrente de Humboldt) • Redução da piscosidade no litoral da América do Sul (menor ressurgência) • Queimadas na Austrália (clima ainda mais seco → corrente fria no litoral) ➜ Efeitos no Brasil: • Maior estiagem no Norte e Nordeste • Maior pluviosidade no Sul e Sudeste B) La Niña • Também é uma anomalia (resfriamento excessivo das águas do Pacífico) • Primeira etapa da reversão do El Niño (efeitos con- trários) SUGESTÃO DE QUADRO COMPLEMENTAR (pH1) 14 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 14 7/11/17 11:52 AM ATIVIDADES COMPLEMENTARES SUGESTÃO I Exiba o documentário Uma verdade inconveniente, de 2006, dirigido por Davis Guggenheim e apresentado pelo ambientalista e ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore. Além de mostrar por meio de dados a ocorrência de fenômenos naturais extremos, o filme levanta a hipótese de que a natureza vem dando sinais de algo incomum: o aquecimento global. Ao longo da apresentação de dados factuais (derre- timento das calotas polares, elevação do nível dos ocea- nos), reforce a interação do sistema atmosfera-continente- -oceanos-ecossistemas trabalhada até aqui. O debate pode também ser aprofundado levando em conta as divergên- cias científicas relativas ao papel do ser humano quanto ao aquecimento global. O filme baseia suas afirmações nos dados do Intergo- vernmental Panel on Climate Change (IPCC). No entanto, escândalos recentes e controvérsias têm abalado a credi- bilidade do órgão. O filme busca desqualificar os cientistas que discordam do IPCC, mas vozes discordantes existem e são cientificamente embasadas. SUGESTÃO II Com o professor de Física, seria interessante desen- volver um trabalho de aprofundamento dos movimentos do planeta (rotação, translação), a força de Coriolis na disposição dos ventos alísios, o polo magnético, as reper- cussões desses movimentos e dessas forças sobre o clima. Em conjunto com os professores de Física e História, seria interessante elaborar uma aula sobre os movimentos pla- netários, a formação do universo, o modelo geocêntrico e o modelo heliocêntrico. MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR SITES Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Previsão Climática. Disponível em: <http://clima1.cptec.inpe. br>. Acesso em: 7 abr. 2017. Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Disponível em: <www.inmet.gov.br>. Acesso em: 7 abr. 2017. LIVROS AYODE, J. O. Introdução à Climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992. CONTI, José Bueno. Clima e meio ambiente. São Paulo: Atual, 2001. DREW, David. Processos interativos homem-meio ambien- te. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,1998. GIANSANTI, Roberto. O desafio do desenvolvimento sus- tentável. São Paulo: Atual, 1998. ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. GABARITO COMENTADO PRATICANDO O APRENDIZADO 1. a. O bioma das florestas pluviais tropicais e equato- riais ocorre em regiões com clima tropical úmido ou clima equatorial, caracterizado por elevadas temperaturas, baixa amplitude térmica anual e al- tos índices pluviométricos. São biomas localizados principalmente nas baixas latitudes (zona intertro- pical: entre o equador e os trópicos). A maioria das plantas é latifoliada (folhas grandes) e as florestas são estratificadas (árvores e arbustos com diferen- tes dimensões, cada qual com características es- pecíficas de fauna). 3. a. O clima tropical de monções predominante no sul e sudeste da Ásia é consequência dos ventos mon- çônicos que no inverno se deslocam do continen- te para o oceano e no verão, do oceano para o continente, causando respectivamente meses de estiagem e chuvas abundantes; portanto, como mencionado corretamente na alternativa a, as chuvas torrenciais na Índia são consequência das monções de verão. Estão incorretas as alterna- tivas: b, porque El Niño é o processo de aque- cimento das águas do Pacífico Sul; c, porque La Niña é o processo de resfriamento das águas do Pacífico Sul; d, porque as monções de inverno são responsáveis pelos meses de estiagem na re- gião citada; e, porque o aquecimento global é o processo de aumento da temperatura média da Terra. 4. e. Como mencionado corretamente na alternativa e, os climogramas 2 e 3 apresentam expressivas va- riações de temperatura e pluviosidade. Estão incor- retas as alternativas: a, porque o climograma 1, ca- racterístico do clima equatorial, apresenta elevadas temperaturas e chuvas abundantes e constantes durante o ano, portanto, com inexpressivas varia- ções; b, porque os verões são quentes, porém com menor pluviosidade; c, porque no climograma 3 os invernos são secos; d, porque o climograma 2 regis- tra seca nos meses de temperatura mais elevada. 15 F u n d a m e n to s d a C li m a to lo g ia G E O G R A F IA M — d u lo 2 0 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 15 7/11/17 11:52 AM 5. b. A cidade I apresenta uma pequena variação da temperatura durante o ano (seja a máxima ou a mínima), o que sugere que a cidade I esteja mais próxima da linha do equador – menores latitudes – que a cidade II, como citado corretamente na alternativa b. Estão incorretas as alternativas: a, pois o efeito continentalidade resulta em maior amplitude térmica, o que não é o caso da cidade I; c, pois, caso a cidade I apresentasse maior alti- tude que a cidade II, registraria menores médias térmicas; d e e, pois não é possível, por meio dos dados, determinar o efeito da maritimidade ou a presença dos alísios. DESENVOLVENDO HABILIDADES 1. b. Como mencionado corretamente na alternativa b, a diferença horária indicada na citação resulta do movimento de rotação da Terra em torno de seu próprio eixo, responsável pela sucessão de dias e noites e pelo sistema de fusos horários. Estão incorretas as alternativas: a, porque o achatamen- to das regiões polares explica a forma de geoide da Terra; c, porque o arredondamento da forma geométrica da Terra explica a diferente insolação na superfície do planeta; d, porque a variação pe- riódica de sua distância ao Sol está relacionada ao movimento de translação; e, porque a inclinação do eixo com relação à eclíptica explica as estações do ano. 2. c. As usinas de dessalinização de água foram implan- tadas em vários países que apresentam problemas no abastecimento em decorrência de fatores so- cioeconômicos ou dominância de climas áridos e semiáridos, com alta renda per capita decorrente das exportações de petróleo, a exemplo da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait no Gol- fo Pérsico, ou que apresentam grandes popula- ções (Estados Unidos, Japão e Europa ocidental). 3. e. Como mencionado corretamente na alternativa e, as áreas destacadas no mapa se caracterizam pela presença do clima mediterrâneo com verões quentes e secos e invernos amenos e úmidos, cujo destaque é a vitivinicultura. Estão incorretas as alternativas: a, porque a maior incidência de chu- va ácida se dá em áreas de forte industrialização, como Europa ocidental, China e Estados Unidos; b, porque as maiores concentrações urbanas não estão representadas no mapa, a exemplo dos Estados Unidos, cuja concentração se dá na costa leste; c, porque as chuvas abundantes e bem distribuídas, características do clima equatorial, são predominantes no norte do Brasil, centro-oeste da África e sul da Ásia; d, porque a maior biodiversi- dade está associada à forte tropicalidade, enquan- to as áreas indicadas no mapa ocorrem em zonas temperadas. 4. d. Como mencionadocorretamente na alternativa d, as regiões interiores dos continentes onde, em princípio, há menor umidade que nas áreas litorâ- neas, estão submetidas ao fator continentalidade e, portanto, registram maior amplitude térmica. Estão incorretas as alternativas: a, porque as mas- sas continentais se aquecem mais rapidamente e se resfriam mais lentamente em relação aos ocea- nos; b, porque a maritimidade afeta as áreas litorâ- neas de uma forma geral; c, porque a proximidade do litoral, ou seja, a maritimidade, resulta em me- nor amplitude térmica; e, porque a maritimidade resulta em menor amplitude térmica e a continen- talidade em maior amplitude térmica, portanto, as massas têm influência direta sobre a variação das temperaturas. 5. a. A proliferação do mosquito Aedes aegypti, res- ponsável pela transmissão de várias doenças, en- tre as quais a dengue, ocorre em ambientes quen- tes e úmidos. Como mencionado corretamente na alternativa a, sua distribuição geográfica está associada às características climáticas. As demais alternativas estão incorretas, porque a proliferação do transmissor da doença não está relacionada às questões geopolíticas, tecnológicas ou econômi- cas, embora a precária condição humana dos países subdesenvolvidos amplifique seus efeitos. 6. a. A alternativa a está correta. O enunciado descreve o mecanismo que origina as brisas, que, durante o dia, o oceano mais aquecido e com menor pressão atmosférica constitui-se como área ciclonal atrain- do os ventos, e, durante a noite, o continente que se aquece mais lentamente que a água, mas perde calor mais lentamente, passa a ser a área de atra- ção dos ventos, constituindo a periodicidade diá- ria das brisas marítimas e terrestres. A alternativa b está incorreta porque a interferência do relevo costeiro explica as chuvas orográficas. Não ocor- re homogeneidade das isóbaras (áreas de igual pressão), haja vista que a pressão atmosférica se altera nos períodos do dia, entre o oceano e o continente. A alternativa c está incorreta porque as diferenças de salinidade não explicam a formação das brisas. A alternativa d está incorreta porque as correntes marinhas não explicam a formação das brisas. A alternativa e está incorreta porque a co- bertura vegetal não explica a formação das brisas e as diferenças barométricas (pressão atmosférica) são diárias, e não sazonais (estações do ano). 16 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 16 7/11/17 11:52 AM 7. c. A corrente fria de Humboldt ou do Peru (letra a) inibe a evaporação e estimula a condensação e formação de nuvens e chuvas sobre o oceano Pa- cífico. Quando a massa de ar chega ao continente, já está muito seca e provoca a formação do de- serto de Atacama (letra b) no norte do Chile. Na cordilheira dos Andes (letra c), ocorre precipitação nival (formação de neve). 9. a. O El Niño é um fenômeno climático extremo e na- tural. Trata-se do aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico na Zona Intertropical devi- do à radiação solar intensa e ao enfraquecimento dos ventos alísios. O fenômeno provoca a forma- ção de uma massa de ar quente que altera o cli- ma em várias regiões do mundo. Como um dos efeitos é a elevação da temperatura, uma das con- sequências é a ampliação das áreas atingidas por epidemias tropicais, como malária e dengue. 10. d. A riqueza das áreas florestadas está muito relacio- nada à presença da umidade em forma de chuvas e à evapotranspiração, o que garante, em parte, a diversidade. A alternativa a é falsa: baixas alti- tudes e solos rasos; a alternativa b é falsa: em al- gumas áreas, a intervenção humana é acentuada; a alternativa c é falsa: muitas áreas de floresta tro- picais não são preservadas; a alternativa e é falsa: as áreas tropicais são chuvosas, sem estação seca definida. APROFUNDANDO O CONHECIMENTO 1. d. No sul da Ásia prevalece o clima tropical de mon- ções. Durante o verão, a alta pressão sobre o oceano Índico faz com que os ventos carregados de umidade (monções de verão) sigam rumo ao continente (baixa pressão), proporcionando altos índices pluviométricos. A maior pluviosidade é um dos fatores que garantem a maior produção agrí- cola no sul da Ásia. No inverno, o quadro se inverte, e os ventos secos (monções de inverno) se deslo- cam do continente para o oceano. 2. c. As áreas destacadas no mapa indicam a localização dos grandes desertos e, portanto, como mencio- nado corretamente na alternativa c, indicam re- giões de vegetação xerófita, ou seja, adaptadas a ambientes secos. Estão incorretas as alternativas: a, porque são áreas desérticas; b, porque, em ra- zão da escassa pluviosidade, são áreas de menor povoamento; d, porque as áreas de criação de bo- vinos são principalmente regiões de pradarias; e, porque não correspondem a jazidas de minérios metálicos. 3. b. A alternativa b está correta porque o El Niño, caracterizado como o aquecimento das águas do Pacífico, é um fenômeno natural, porém essa anomalia pode ser potencializada por alterações climáticas. As alternativas incorretas são: a, c e d, porque o fenômeno resulta da perda da força dos ventos alísios, responsável pela ressurgência na costa ocidental da América; e, porque o semiárido nordestino está associado aos ventos alísios e não ao El Niño. 5. a. O aquecimento diferenciado do planeta provoca a movimentação das massas de ar, dando origem aos ventos alísios, que se movimentam das zonas de alta pressão para as de baixa pressão, e os con- tra-alísios, que se movimentam das zonas de bai- xa pressão para as de alta pressão. O sentido da movimentação dessas massas de ar é dado pela movimentação do planeta. ANOTA‚ÍES 17 F u n d a m e n to s d a C li m a to lo g ia G E O G R A F IA M — d u lo 2 0 pH_EM3_C4_009a017_GEO_M20_MP.indd 17 7/11/17 11:52 AM 21 Módulo OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES • Características principais dos climas brasileiros • Nomenclatura e caracterização das massas de ar brasileiras • Climas e biomas brasileiros • H26 - Identificar em fontes diversas o processo de ocu- pação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem. • H27 - Analisar de maneira crítica as interações da so- ciedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e/ou geográficos. • Identificar as características centrais dos climas brasi- leiros e seus respectivos fatores. • Compreender a nomenclatura e a caracterização das massas de ar brasileiras. • Interpretar cada elemento climático como compositor dos climas e das paisagens naturais. Climas e paisagens naturais do Brasil INTRODUÇÃO Este módulo explora concepções sobre a Ciência geográfica, tendo como enfoque a climatologia brasileira e suas principais características e influências sobre o terri- tório brasileiro. O conteúdo também aborda as paisagens naturais do país, bem como reflexões sobre as transforma- ções que sofreram ao longo dos séculos. Nesse aspecto, o material oferece oportunidade de problematizar as ações humanas em sociedade e suas consequências, abrindo espaço para discussões com os alunos e avaliação sobre suas práticas cotidianas. Ao longo das aulas, recomenda-se o trabalho com o material cartográfico, como mapas, planisférios e imagens de satélites, e também com os climogramas disponíveis no Caderno do Aluno, comparando-os e analisando-os à luz dos fatores estáticos e dinâmicos que determinam os climas brasileiros. ESTRATÉGIAS DE AULA AULA 1 Nesta aula, procure inicialmente destacar a posição geográfica do Brasil, indicando sua predominância tropi- cal (levando em consideração as latitudes), a topografia do país e da América do Sul (consultando o relevo sul- -americano e a movimentação das massas de ar), bem como a sucessão das estações do ano e a movimentação das massas de ar e seus reflexos. Depois, apresente aos alunos a nomenclatura das massas de ar. É importante quea turma perceba que os nomes das massas mostram suas características. Assim, com exceção da mEc, uma massa continental tende a ser seca, enquanto uma massa atlântica tende a ser úmida. Da mesma maneira, as massas equatoriais são quentes, enquanto a massa polar é fria. 18 pH_EM3_C4_018a023_GEO_M21_MP.indd 18 7/11/17 11:53 AM Ao final da Aula 1, resolva com a turma a questão 1 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo as questões 3 e 4. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 2 Nesta aula, procure analisar as massas Equatorial Atlân- tica (mEa), Equatorial Continental (mEc), Tropical Atlântica (mTa), Tropical Continental (mTc) e Polar Atlântica (mPa), passando por suas características e sua atuação no Brasil. É importante que essa abordagem seja feita com o auxílio do material cartográfico, permitindo aos alunos refletir sobre a distribuição das terras brasileiras espacialmente no contex- to do continente americano. Analise a atuação do conjunto de relevo da América do Sul e da movimentação das massas de ar, levando em consideração a sazonalidade das estações do ano. Ressal- te que cada massa de ar e seu conjunto de características são parte integrante da atmosfera, e, portanto, possuem os aspectos das suas regiões de origem. A compreensão da atuação de cada uma das massas sobre a superfície terrestre vai demonstrar as mudanças no tempo meteoro- lógico, suas consequências e as medidas que poderão ser tomadas pelos governos municipais, estaduais e federal. Ao final da Aula 2, resolva com a turma a questão 3 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo as questões 1 e 2. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 3 Nesta aula, procure avançar nos estudos específicos dos climas do Brasil. Apresente os tipos climáticos controlados pelas massas de ar equatoriais e tropicais (clima equatorial úmido, clima tropical úmido ou litorâneo, clima tropical se- miúmido ou continental e clima tropical semiárido) e os cli- mas controlados por massas de ar tropicais e polares (clima tropical de altitude e clima subtropical úmido). Nas aborda- gens, faça uso dos climogramas. Devem também ser tema desta aula as paisagens cli- matobotânicas (formações vegetais originais no Brasil), destacando-se os conceitos de ecossistema e de bioma, a diversidade de paisagens e seus fatores condicionantes, como extensão territorial, posição tropical e subtropical do Brasil, e os domínios vegetais (Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal Mato-Gros- sense, Campos, Mata dos Pinhais, Mata dos Cocais e ve- getação litorânea). No estudo das formações vegetais, procure ressaltar as formas de uso e exploração dos recursos naturais ao longo dos séculos, aspectos que ainda contribuem para a devastação dos domínios vegetais brasileiros. Deve- -se identificar, em cada um dos domínios, suas peculiari- dades e as interações entre os elementos naturais cons- tituintes. Dê especial atenção aos biomas raros, como o Pantanal Mato-Grossense. Ao final da Aula 3, resolva com a turma a questão 5 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo as questões 5 e 8. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. I. INTRODUÇÃO ➜ Brasil: país com grande extensão territorial: • Latitudinal: áreas equatoriais, tropicais e sub- tropicais • Longitudinal: continentalidade e maritimidade. ➜ Relevo aplainado com elevações litorâneas • Barreiras para a umidade II. NOMENCLATURA DAS MASSAS DE AR Nomenclaturas Variação latitudinal Variação longitudinal E: Equatoriais (quentes) c: Continentais (secas) T: Tropicais (quentes) a: Atlânticas (úmidas) P: Polar (fria) Obs.: Massas de ar quentes se expandem no verão e massas frias no inverno MASSAS DE AR BRASILEIRAS a) mEc ➜ Quente e úmida (é exceção à tendência: evapo- transpiração da Amazônia) ➜ Atuação principal no Norte • Podendo se expandir até CO, NE e MG Clima equatorial (ou tropical superúmido) ➜ Amazônia SUGESTÃO DE QUADRO 19 C li m a s e p a is a g e n s n a tu ra is d o B ra s il G E O G R A F IA M ó d u lo 2 1 pH_EM3_C4_018a023_GEO_M21_MP.indd 19 7/11/17 11:53 AM ➜ Muito quente e muito úmido • Baixa amplitude térmica ➜ Área de chuvas convectivas • Convergência dos ventos alísios ➜ Área de planície parcialmente inundada • Bacia Amazônica • Rios perenes e caudalosos ➜ Umidade = Biodiversidade • Floresta Equatorial (Amazônica) – Densa – Fechada – Latifoliada – Perene ➜ Umidade = Intemperismo químico • Latossolo lixivado (profundo e pobre) Obs.: Quem sustenta a floresta é a matéria orgâni- ca da própria floresta (serra pilheira). b) mPa ➜ Fria e úmida ➜ Atuação: • Região Sul (clima subtropical) • Região Centro-Oeste (inverno do clima tropical típico) • Região Sudeste (frentes frias) Clima subtropical ➜ Umidade bem distribuída ao longo do ano • Inverno (mPa) • Verão (mTa) ➜ Extensa amplitude térmica anual • mPa e mTa se revezam • Inverno frio 3 Verão quente ➜ Biomas condicionados • Pradarias (campos limpos/gramíneas) • Araucárias (coníferas com biodiversidade um pou- co maior que a taiga) ➜ Serra Gaúcha • Altitude: queda ainda mais brusca na temperatura (neve e geadas) Clima tropical típico ➜ Chuvas no verão (mEc) 3 Estiagem no inverno (mPa, que já perdeu umidade no sul) ➜ Resultados: • Solos ácidos (lixiviação 1 insolação) • Vegetação mista ➜ Biomas condicionados • Cerrado (predomínio de vegetação arbustiva) Obs.: Friagem • Avanço esporádico da mPa ao Centro-Oeste e ao sul da Amazônia • Queda brusca de temperatura • Chuvas frontais (mEc 3 mPa) c) mTa ➜ Atuação no litoral do Brasil Clima tropical litorâneo • Verão: chuvas convectivas e orográficas • Inverno: chuvas frontais ➜ Floresta tropical (Mata Atlântica) • Densa e com elevada biodiversidade • Extremamente degradada d) mTc ➜ Quente e seca • Massa muito leve • Atuação muito restrita (Centro-Oeste) • Pantanal: clima seco 3 ambiente úmido • Área de planície (drenada por rios do planalto Central) e) mEa ➜ Quente e úmida ➜ Expansão no verão (litoral do Norte e do Nordeste) • Verão da massa → originária do hemisfério norte → → inverno no hemisfério sul • Alta temporada turística no verão e no inverno do litoral nordestino Clima semiárido ➜ Quente e seco • Sertão nordestino ➜ Pluviosidade pequena e irregular • Barreira de relevo (planalto da Borborema) • Alta pressão local no Sertão ➜ Domínio da Caatinga • Vegetação adaptada ao clima seco • Xerófilas ou xerófitas (cactos e galhos retorcidos) 20 pH_EM3_C4_018a023_GEO_M21_MP.indd 20 7/11/17 11:53 AM ATIVIDADES COMPLEMENTARES SUGESTÃO I Proponha um trabalho interdisciplinar com Biologia sobre as Unidades de Conservação no Brasil (reservas, parques, etc.). Peça aos alunos que analisem a legislação existente (federal e estadual), seu histórico e sua impor- tância. O trabalho pode ser finalizado com a exposição de um relatório com fotos, mapas e imagens dos parques. Caso julgue interessante, essa proposta pode ser exposta em uma feira de ciência do colégio ou em evento especial sobre meio ambiente. SUGESTÃO II Em conjunto com a disciplina História, peça aos alunos que escolham uma região ou um domínio morfoclimático e trabalhem suas características de vegetação, solo, fauna, analisando a ocupação humana ao longo do processo his- tórico e os impactos da ação humana sobre esses espaços. MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR SITES ABCLIMA – Revista Brasileira de Climatologia.– Associa- ção Brasileira de Climatologia. Disponível em: <http:// revistas.ufpr.br/revistaabclima>. Acesso em: 10 maio 2017. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <www.mma.gov.br/clima>. Acesso em: 10 maio 2017. CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáti- cos. Disponível em: <http://clima1.cptec.inpe.br/>. Aces- so em: 10 maio 2017. INMET – Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: <www.inmet.gov.br>. Acesso em: 10 maio 2017. UNICAMP – Cepagri – Centro de Pesquisas Meteorológi- cas e Climáticas Aplicadas a Agricultura. Disponível em: <www.cpa.unicamp.br>. Acesso em: 10 maio 2017. USP – IAG – Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas. Disponível em: <www.iag.usp.br/>. Acesso em: 10 maio 2017. LIVROS AYOADE, John O. Introdução à climatologia para os trópi- cos. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. FERREIRA, A. G. Meteorologia prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2016. MENDONÇA, F. A.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. VIANELLO, R. L.; RAINIERI, A. Meteorologia básica e apli- cações. Viçosa: UFV, 2013. GABARITO COMENTADO PRATICANDO O APRENDIZADO 1. d. O clima em Manaus é equatorial, quente, mui- to úmido, com baixa amplitude térmica, chuvas abundantes e sob influência da Massa Equatorial Continental. O clima no Rio de Janeiro é tropical litorâneo. 2. c. Como mencionado corretamente na alternativa c, a situação atmosférica indicada no mapa é uma anomalia ocorrida nos anos em que se registra o aquecimento das águas do Pacífico, fenômeno conhecido como El Niño. Estão incorretas as al- ternativas: a, porque a região Nordeste é afetada pelos ventos alísios do Sudeste; b, porque o sul do Brasil não é atingido por ventos setentrionais; d, porque as anomalias estão associadas ao aque- cimento do Pacífico Sul, e não ao resfriamento; e, porque a massa polar atinge a região Sudeste no período de inverno, não sendo, portanto, uma anomalia. 3. a. Os climogramas correspondem aos climas: – Equatorial, região Norte, quente, baixa amplitude térmica, úmido e com alto índice pluviométrico. – Tropical continental ou típico, região Centro- -Oeste, quente, baixa amplitude térmica, verão chuvoso e inverno seco. – Subtropical, região Sul, verão quente, inverno frio, maior amplitude térmica e chuva bem distri- buída durante o ano. 4. a. O domínio da Araucária localiza-se no sul do Brasil. É caracterizado por planaltos com maior altitude, clima subtropical, Mata de Araucária (floresta ombrófila mista: espécies latifoliadas e coníferas aciculifoliadas, como a araucária e o podocarpo) e Campos de Altitude. Na atua- lidade, cerca de 97% da Mata de Araucária está destruída. 5. e. Os domínios morfoclimáticos e fitogeográficos criados pelo geógrafo Aziz Ab’Sáber são regiões determinadas por elementos naturais, principal- mente o relevo, o clima e a vegetação. 21 C li m a s e p a is a g e n s n a tu ra is d o B ra s il G E O G R A F IA M — d u lo 2 1 pH_EM3_C4_018a023_GEO_M21_MP.indd 21 7/11/17 11:53 AM DESENVOLVENDO HABILIDADES 1. c. A mEa é a Massa Equatorial Atlântica, quente, muito úmida e com ventos fortes. Origina-se no anticiclone dos Açores (núcleo de alta pressão). Atinge o litoral das regiões Norte e parte do Nor- deste, trazendo elevação de temperatura, umida- de e chuvas intensas. 2. d. O domínio morfoclimático das Pradarias é carac- terizado por planaltos com colinas (coxilhas), cli- ma subtropical (verão quente, inverno frio e chuva bem distribuída durante o ano) e vegetação de pradarias (bioma Pampa) com dominância do es- trato herbáceo e arbustivo. 3. b. O domínio morfoclimático do Cerrado é caracte- rizado por planaltos com chapadas, clima tropical, vegetação de cerrado e solos pobres e ácidos. O ecossistema do Cerrado já foi desmatado em cerca de 49%, conforme o IBGE, sendo um dos hotspots, isto é, bioma com grande diversidade e muito ameaçado pelo avanço da devastação. O desenvolvimento do agronegócio sobre o domí- nio do Cerrado está relacionado com a biotecno- logia, a mecanização e a aplicação de fertilizantes e calagem (correção da acidez) nos solos. 4. e. O bioma Pampa (Pradaria ou Campo) localiza-se na Campanha Gaúcha (sul do Rio Grande do Sul). O bioma se desenvolve sobre planaltos com coxi- lhas (colinas) e clima subtropical. Cerca de 54% do bioma foi alterado por causa da pecuária bovina e ovina, da agricultura (arroz, soja e uva vinícola) e do reflorestamento de eucaliptos para a produção de celulose e papel. 5. d. Como mencionado corretamente na alternativa d, Florianópolis tem maior latitude que João Pessoa, haja vista estar mais distante da linha do equador. Estão incorretas as alternativas: a, porque a mPa atinge mais intensamente Florianópolis; b, porque estando as duas capitais no litoral, a altitude é ba- sicamente a mesma; c, porque estando as duas capitais no litoral, ambas sofrem o efeito da mariti- midade; e, porque somente João Pessoa sofre os efeitos da mEa. 6. a. A desertificação é um processo de degradação do solo em zonas semiáridas provocado pelo desma- tamento e pelo uso incorreto do solo com técnicas de conservação. No Brasil, a desertificação ocorre no Sertão nordestino, com o domínio da Caatinga, cuja vegetação foi suprimida em 45% em razão do avanço da pecuária extensiva, da agricultura (sub- sistência e irrigada) e da exploração de madeira (lenha e carvoarias). 7. a. A alternativa a é a correta, pois o maior adensa- mento do Cerrado está associado à região Centro- -Oeste, porção central do país. Estão incorretas as alternativas: b, porque, embora o grau de devastação seja alarmante, a cana-de- -açúcar não é o produto responsável pelo avanço do desmatamento; c, porque a formação é aberta em razão de sua composição arbóreo-arbustiva; d, porque ocorre o predomínio do clima tropical semiúmido, cujas chuvas estão concentradas no verão; e, porque a aparência tortuosa das árvores resulta da elevada acidez do solo. 8. a. Como mencionado corretamente na alternativa a, o texto faz referência a uma paisagem típica da Caatinga, cujas citações do texto, como “trama es- pinescente” (espinhosa), “folhas urticantes”, “gra- vetos em lança”, “árvores sem folhas”, remetem às características de uma vegetação adaptada à baixa umidade, denominada xerófila. Estão incor- retas as alternativas: b, porque formações flores- tais latifoliadas são compostas de vegetação de porte arbóreo, perene e heterogênea, típica dos climas tropicais e equatoriais com elevada pluvio- sidade; c, porque a vegetação de transição para matas de grande porte é composta de plantas de porte arbóreo; d, porque os elementos do texto indicam adaptação à seca e não à salinidade; e, porque o texto não indica homogeneização da ve- getação – que geralmente ocorre em áreas mais frias – ou presença de vegetação perenifólia – for- mações que não perdem folhas com a mudança da estação do ano. 9. d. O Pantanal, como qualquer sistema natural, é muito frágil, exigindo para sua preservação ações conjuntas e em diferentes esferas. A dinâmica peculiar da alter- nância de chuvas e secas modifica-se facilmente com o desmatamento e a degradação dos mananciais das bacias hidrográficas regionais. Populações locais, go- vernos municipais, estaduais e federal, organizações civis, ministérios e secretarias, escolas e comunidades devem participar para a preservação do local. A alternativa a é falsa, porque parques ecológicos são apropriados para áreas mais vegetadas e compactas. A alternativa b é falsa, porque caça e pesca não se relacionam com a preservação de matas ciliares e a proteção de mananciais. A alternativa c é falsa, porque o aumento de pas- tagens piora a condição de preservação da flora regional. A alternativa e é falsa, porque as barragens regu- lariam a vazão da bacia do Paraguai, extinguindo a alternância cheiae vazante, o que seria mortal para a região. 22 pH_EM3_C4_018a023_GEO_M21_MP.indd 22 7/11/17 11:53 AM 10. e. O Cerrado é um bioma complexo e com alta bio- diversidade. O tipo de Cerrado com fisionomia de savana apresenta os estratos herbáceo e arbustivo dominantes, além de árvores com troncos tortuo- sos. Cerca de 49% do ecossistema foi devastado pelo avanço da agropecuária nos últimos anos, a exemplo da soja e da pecuária bovina. APROFUNDANDO O CONHECIMENTO 1. e. O domínio do Cerrado (planaltos com chapadas, clima tropical, vegetação de Cerrado, rios perenes e solo pobre e ácido) ocupa o Brasil central, incluin- do parte de Minas Gerais. No interior do bioma do Cerrado, as veredas são formações vegetais carac- terizadas pela concentração de palmeiras (buritis). As veredas ocorrem em solos hidromórficos (en- charcados de água). Portanto, as veredas consti- tuem áreas com afloramento de água e nascentes que contribuem para a formação de importantes rios do Centro-Oeste e de Minas Gerais. 2. a. Um dos principais fatores que determinam o tipo de clima de uma região é a latitude, ou seja, a dis- tância em relação à linha do equador. O Brasil tem uma grande extensão latitudinal; assim, apre- senta clima equatorial ao norte na área cortada pela linha do equador. Depois, climas tropicais costeiro (litoral do Nordeste e do Sudeste), típico (Centro-Oeste) e semiárido (Nordeste). Nas áreas com morros e serras do Sudeste vigora o tropical de altitude. Ao sul do trópico de Capricórnio, re- gião com maior latitude, prevalece o clima subtro- pical, com temperaturas mais baixas no inverno. 3. b. Como mencionado corretamente na alternativa b, a maior pluviosidade da região nordeste do estado do Maranhão, área fronteiriça à Amazônia, ocorre em razão das temperaturas elevadas e da intensa umidade, características da Floresta Amazônica. Estão incorretas as alternativas: a, porque nessa área não se registram rios temporários; c, porque as temperaturas são elevadas e a área não está sujeita a ação da mTa; d, porque as temperaturas são elevadas e a área é transição da Floresta Ama- zônica; e, porque as temperaturas são elevadas e os fatores orográficos não são determinantes, haja vista a região estar associada à planície litorânea. 4. e. Conforme a imagem de satélite, 1 (massa de ar quente, possivelmente a mEa – Massa Equatorial Atlântica), 2 (frente fria) e 3 (massa de ar frio, a mPa – Massa Polar Atlântica com alta pressão atmosfé- rica). A frente fria forma-se quando a massa de ar frio desloca a massa de ar quente. 5. b. Como mencionado corretamente na alternativa b, o Nordeste é submetido à ação dos ventos alísios que se formam na latitude 30 °N e 30 °S e dirigem-se ao equador levando o ar quente e úmido para a região. No período citado, o litoral é atingido pela Massa Polar Atlântica, o que re- sultará na formação de chuvas frontais. Estão in- corretas as alternativas: a e e, porque são áreas de baixa pressão atmosférica; c e d, porque a formação de tornados não ocorre nas áreas pró- ximas ao equador em razão da nulidade do efei- to Coriolis. ANOTA‚ÍES 23 C li m a s e p a is a g e n s n a tu ra is d o B ra s il G E O G R A F IA M — d u lo 2 1 pH_EM3_C4_018a023_GEO_M21_MP.indd 23 7/11/17 11:53 AM 22 Módulo OBJETOS DO CONHECIMENTO HABILIDADES • Geologia 3 Geomorfologia • Estrutura interna da Terra • Tipos de rocha • Estruturas geológicas no Brasil e no mundo • Agentes internos: tectonismo, vulcanismo e aba- los sísmicos • Teoria da deriva continental • Agentes externos: processo erosivo • Fenômenos pedológicos • H29 - Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas. • Diferenciar as dinâmicas internas e externas de compo- sição/modelagem do relevo. • Identificar vestígios naturais da ação de agentes exter- nos e internos na paisagem. • Investigar a origem de determinadas riquezas naturais. • Compreender os impactos de catástrofes naturais na vida humana e na estrutura material das sociedades. Decifrando o planeta Terra INTRODUÇÃO A dinâmica da natureza, por ser demasiadamente suscetível aos impactos antrópicos, se reajusta rapidamen- te, provocando resultados nem sempre desejáveis para o ser humano. O conhecimento dos processos da natureza, do espaço produzido pelo ser humano e das condições necessárias à construção da cidadania ampliam a função do estudo do meio ambiente. O módulo tem como obje- tivo abordar a formação da estrutura geológica da Terra e das formas de relevo, além de relacionar essas estruturas com os seus potenciais econômicos e estabelecer as cor- relações entre as características geológicas e geomorfoló- gicas, o que facilita a compreensão e o interesse dos alu- nos, que geralmente apresentam resistência a esse tema. É fundamental enfatizar as relações do ser humano com o espaço, já que o espaço natural é o palco das atividades humanas, destacando até onde o humano condiciona e/ ou é condicionado pelo quadro físico, nesse caso, o geo- lógico/geomorfológico. Resumindo: devemos relacionar as características geológicas e geomorfológicas à constru- ção do espaço geográfico. ESTRATÉGIAS DE AULA AULA 1 Utilize a primeira aula para trabalhar a escala geoló- gica. É pertinente estabelecer a diferença entre essa es- cala de tempo e a escala histórica. Os alunos devem ser capazes de compreender a noção de tempo profundo e perceber que os acontecimentos históricos ocorrem em outra velocidade. Esta primeira aula deve ser entendida como introdutória e utilizada para que os alunos adqui- ram maior familiaridade com termos específicos, como os nomes de éons, períodos e eras geológicas, assim como os principais eventos que caracterizam cada intervalo de tempo. Os tipos de rocha (vulcânicas, sedimentares e me- tamórficas) também podem ser apresentados aos alunos, se possível a partir de exemplos reais trazidos para a sala de aula. Esse também é um conteúdo básico, mas que será de grande utilidade no futuro, quando os alunos ini- ciarem os estudos das estruturas geológicas e dos proces- sos erosivos. 24 pH_EM3_C4_024a029_GEO_M22_MP.indd 24 7/11/17 11:53 AM Ao final da Aula 1, resolva com a turma a questão 1 da seção Praticando o aprendizado. Para casa, sugerimos que os alunos trabalhem os exercícios da seção Desenvol- vendo habilidades, sobretudo as questões 1 e 3. Como aprofundamento facultativo, sugerimos a utiliza- ção das questões da seção Aprofundando o conhecimento. AULA 2 Para explicar a formação do planeta, devemos des- tacar as diversas camadas que compõem a estrutura da Terra (crosta, manto, manto superior, zonas de transição, manto inferior e núcleo), relacionando-as com a teoria da tectônica de placas, a expansão do assoalho oceânico e a deriva continental. Os principais conceitos que devem ser trabalhados são: as estruturas geológicas e sua formação; a teoria da tectônica de placas e deriva continental; a ação dos agentes internos (tectonismo, vulcanismo e abalos sís- micos). Ao abordar os agentes internos, é importante esta- belecer a possível atuação deles sobre a vida humana e a contribuição do ser humano para acelerar/agravar/alterar esses eventos. Muitas vezes, a imprensa reproduz, em alguns casos equivocadamente, a ideia de que os abalos sísmicos só podem ocorrer nas bordas das placas tectônicas, des- conhecendo a possibilidade de propagação do evento até áreas distantes das “bordas” e até a possibilida- de, mesmo que mais remota, de sismos intraplacas. Cerca de 90% dos sismos no globo ocorrem em falhas localizadas junto às “bordas” e são chamados de sis- mos interplacas. Somente 5% dos sismos têm origem em falhas localizadas no interior (“meio”) das placas, longe das bordas; esses são os sismos intraplacas. Tais eventos ocorrem porque as tensões geradas nas “bor- das” das placas são transmitidas para todo o seu inte- rior.
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