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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO TECNOLÓGICO 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
ADMINISTRAÇÃO DA CONSTRUÇÃO 
ECV 5307 
 
 
Profa Cristine do Nascimento Mutti 
ecv1cnm@ecv.ufsc.br 
(48) 3721 5182 
 
 
Florianópolis, 2011. 
Última atualização: agosto de 2011. 
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http://www.cliqueapostilas.com.br
ECV 5307 - Administração da construção 
Profa Cristine N. Mutti UFSC 2006 
 
 1
Conteúdo 
1. Administração da construção 
1.1 Introdução: contexto 
1.2 Indústria da construção: importância e gargalos 
1.3 O gerenciamento no Brasil 
1.4 Administração 
1.5 Atribuições do engenheiro e código de ética 
1.6 Atores e tipos de obras 
1.7 Fatores de sucesso de um empreendimento 
1.8 Ciclo de vida de um empreendimento 
1.9 Objetivos de uma Empresa 
1.10 Funções de uma empresa (funções gerenciais) 
1.11 Estrutura organizacional 
1.12 Modelos de liderança 
2. O orçamento 
2.1 Definições e visões do orçamento 
2.2 Finalidade dos orçamentos 
2.3 Exemplo de fases do processo construtivo que devem ser orçadas 
2.4 O orçamento produto 
2.5 O projeto 
2.6 Documentos de projeto 
2.7 Memorial descritivo, especificações técnicas e cadernos de encargos 
2.8 O Plano de contas ou discriminação orçamentária 
2.9 Levantamento de quantitativos 
2.10 Estimativas: levantamentos na inexistência de projetos completos3 
2.11 Preço, custos e lucro 
2.12 Classificação dos custos 
2.13 Composição de preços e custos 
2.14 Encargos sociais 
2.15 BDI 
2.16 Apresentação do orçamento: orçamento sintético e analítico3 
2.17 Metodologia para a realização de orçamentos - resumo 3 
2.18 CUB - Custo Unitário Básico2 
2.19 Curva ABC 
3. Contratos, gerenciamento e licitações 
3.1 Contratos 
3.2 Formas básicas de gerenciamento 
3.3 Licitações 
4. Abertura de empresas e aprovação de projetos 
5. Recursos humanos, processos de trabalho, produtividade e competitividade 
5.1 Configuração atual 
5.2 Iniciativas de mudança: investindo em melhorias 
5.3 Tendências em estratégia 
Referências e bibliografia 
Anexos 
I- Material para exercícios 
II- (A) Impostos alíquotas; (B) Regimes de tributação 
 
 
 
 
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ECV 5307 - Administração da construção 
Profa Cristine N. Mutti UFSC 2006 
 
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Apostila elaborada pela professora Cristine Mutti para a disciplina ECV 5307. 
Nota: Esta apostila contém trechos da apostila elaborada pelos professores Ávila e Jungles 
para a disciplina ECV 5307 até 1997 (referenciado nos títulos das seções com o número 1 
sobrescrito). Inclui também partes da apostila elaborada por Librelotto para a disciplina 
Construção Civil III da Unisul (referenciado nos títulos com o número 2 sobrescrito), e do 
material elaborado por Ávila, Librelotto e Lopez também para a Unisul (referenciado nos 
títulos com o número 3 sobrescrito). O bloco do BDI é o arquivo-base para o capítulo 3 do 
livro de Jungles e Ávila (2006), disponibilizado pelos autores antes da publicação do livro. O 
material elaborado pela professora Cristine Mutti não é particularmente referenciado, 
apresentando somente as fontes bibliográficas utilizadas pela mesma ao longo do texto. 
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ECV 5307 - Administração da construção 
Profa Cristine N. Mutti UFSC 2006 
 
 3
1. Administração da construção 
1.1 Introdução: contexto 
O ambiente empresarial da construção está a cada dia sujeito a maior competição. Empresas 
precisam lucrar mais, algumas lutam mesmo apenas para assegurar sua sobrevivência. Neste 
ambiente, é importante que uma empresa seja competitiva, isto é, que ela faça o melhor uso de 
seus recursos através de uma boa administração, atingindo a missão da empresa. Esta missão 
é basicamente relacionada ao lucro, mas vem assumindo a cada dia maior importância no que 
diz respeito a consciência ambiental, qualidade, e satisfação dos envolvidos no processo 
(figura 1). 
 
Competitividade
Otimização das vantagens
competitivas da empresa 
para atingir um desempenho 
melhor do que o dos 
concorrentes.
Forças ambientais e macroeconômicas
Atingir a missão da empresa
Lucro / 
crescimento
Ambiente, 
sociedade e 
sustentabilidade
Satisfação dos 
clientes, acionistas 
e funcionários
Requisitos 
de 
qualidade
B
o
a 
ad
m
in
is
tr
aç
ão
 / 
B
o
m
 G
er
en
ci
am
en
to
 
Figura 1: Contexto de uma empresa para ser competitiva. Fonte: Adaptada de Mutti 2004. 
O objetivo desta secção é mostrar a importância da administração para a atuação profissional 
do engenheiro. Em função da importância da indústria da construção para o país, o engenheiro 
civil tem função fundamental para o crescimento do país. 
O engenheiro civil precisa saber projetar, construir, aplicando a melhor técnica profissional. Ele 
estará envolvido com diferentes fases do processo de construção (desde a compra do terreno, 
ou pré-projeto até a pós-ocupação), e também com diferentes grupos de interesse. Além de 
saber executar de acordo com a melhor técnica, ele também deve estar apto a lidar com outros 
profissionais de escritório, com clientes, e com operários de obra, às vezes quase 
simultaneamente. Ele precisa resolver problemas, muitas vezes urgentes, em todos os 
aspectos da construção. 
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Profa Cristine N. Mutti UFSC 2006 
 
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Resumindo: ele precisa saber administrar a construção. Uma boa administração pode ser 
decisiva no sucesso de uma empresa, ou de qualquer instituição. 
Muitos são os aspectos importantes a serem considerados para uma boa administração, mas 
boa parte vem do nível de conhecimento, empenho, criatividade e ética do profissional. 
1.2 Indústria da construção: importância e gargalos 
A indústria da construção é muito importante para a economia brasileira, representando (cadeia 
do Construbusiness) 15,5 % do PIB (dados de 2003). Desempenha também uma função social, 
por ser grande geradora de empregos - 15 milhões, dos quais 4 milhões são empregos diretos 
(Coutinho 2003). A construção gera 6,1% dos empregos no país (Construbusiness 2001)). 
Também é importante por ter o potencial para resolver o déficit habitacional do país (6,7 
milhões de unidades em 2002, com um aumento de 400 mil unidades ao ano). A importância da 
indústria também está conectada com o seu potencial para resolver gargalos de infra-estrutura 
(necessidade de construção e manutenção da infra-estrutura no país: estradas, portos, 
aeroportos, saneamento, energia). 
A cadeia do construbusiness (Coutinho, 2003) é formada por: 
 Construção (edificações e construção pesada): 9,1% 
 Materiais de construção: 4,9% 
 Serviços (negócios imobiliários e manutenção predial): 0,5% 
 Outros materiais; 0,8% 
 Máquinas e equipamentos: 0,2%. 
De acordo com um estudo realizado pelo Comitê do Construbusiness (1999), muitos gargalos 
limitam a contribuição da indústria da construção para o desenvolvimento sustentável do país, 
e, em particular para a criação de empregos. A figura 2 mostra os gargalos, e suas 
conseqüências para a própria indústria e para o país. 
Déficit 
habitacional
Gargalos em infra-
estrutura 
Perda de 
emprego
Aumento dos 
custos e da 
dívida 
nacional
Retração no 
nível de 
atividade, com 
perda de 
competitividade e 
aumento do 
desemprego 
Altas taxas de juros
Falta de financiamento
Sistema fiscal pesado
Custo das taxas de 
trabalho
Custo da burocracia
Baixa proteção jurídica
Alta informalidade
Tendência à
desnacionalização 
Obstáculos à
industrialização e 
racionalização dos 
processos 
Conseqüências 
para o país Gargalos
Conseqüências 
para a construção 
 
Figura 2: Gargalos. Fonte: Construbusiness (1999) (adaptada por MUTTI 2004). 
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1.3 O gerenciamento no Brasil 
Um aspecto-chavedo gerenciamento no Brasil (que é conseqüência do cenário instável do 
país) é que os gestores estão acostumados a adaptarem-se rapidamente às mudanças. 
Criatividade é outra característica do gerenciamento no Brasil. COUTINHO e FERRAZ apóiam 
esta visão. Para eles criatividade é uma característica-chave do gerenciamento no Brasil, a 
qual pode trazer grande vantagem para as empresas brasileiras. Dois são os fatores a 
considerar quanto à criatividade: a adaptabilidade a novas condições, e a inovação causada 
pelas restrições do ambiente industrial. Gestores estão cientes da necessidade de atualização 
tecnológica. Eles investem o que podem. Ainda assim, a adoção de novas tecnologias fica 
limitada à disponibilidade de recursos. 
Coutinho e Ferraz (1993) descreveram, sinteticamente, as dimensões/características da gestão 
no Brasil, conforme apresentado abaixo. 
 Estratégia: Baixa inovação de produtos, pequena busca de outros mercados externos, 
pouca orientação para o cliente; ensaios de terceirização e programas cooperativos entre 
empresas. 
 Estrutura Organizacional: Hierárquica, funcional, já se descentralizando timidamente; 
ênfase recente na redução de níveis hierárquicos, mas ainda bastante voltada para o 
desempenho com foco nas atividades internas. 
 Sistemas Administrativos: Sistemas de planejamento e controle ainda tradicionais, 
poucos sistemas considerados estratégicos e mais relacionados diretamente com os 
resultados dos negócios; baixo nível de integração entre os sistemas. O volume de 
treinamento dos recursos humanos e a informática não estão recebendo a alocação de 
recursos necessária e suficiente para que se possa criar uma massa crítica maior e 
condições operacionais de romper com os atuais padrões do sistema de gestão, esforço 
na implantação dos sistemas de qualidade, necessitando uma maior massa crítica. 
 Liderança: Paternalista, arraigada a valores culturais tradicionais, iniciando um 
movimento de relacionamento mais adulto com os subordinados, transferindo um pouco 
de poder para grupos ou comitês. 
 Processo Decisório: Ainda centrado em poucas pessoas, mas com tendência no sentido 
de uma gestão com maior envolvimento, internamente, das pessoas. 
 Cultura Organizacional: Bastante fundamentada em um excesso de normas e 
regulamentos; baixa capacidade de assumir riscos; imprime muito a postura de 
espectador, pela grande dependência de um poder centralizado; alto grau de criatividade 
e de adaptabilidade, orientado para resolver situações regulamentadas. 
Este estudo foi conduzido há mais de uma década, sendo que alguns dos aspectos destacados 
vêm sofrendo alterações. Novas características tendem à descentralização e à busca de 
estratégias para obter maiores fatias de mercado. 
1.4 Administração 
1.4.1 Definições e classificação 
Gerenciar/administrar significa definir metas, prover recursos (materiais, humanos e financeiros) 
e cobrar resultados. Gerenciar um projeto pode ser definido como: 
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...a arte de dirigir e coordenar recursos humanos, materiais e financeiros, durante a vida do 
projeto, usando técnicas de administração, visando atingir objetivos pré definidos quanto a 
tempo, custo, qualidade e segurança, necessários á satisfação do cliente (Ávila e Jungles) 1. 
Administrar, para diferentes autores significa1: 
Henry Fayol: 
 Planejar 
 Organizar 
 Comandar 
 Coordenar 
 Controlar 
Gulik: 
 Planejar 
 Organizar 
 Recrutar 
 Dirigir 
 Coordenar 
 Informar 
 Orçar 
Peter Drucker: 
 Fixar objetivos 
 Organizar 
 Motivar e comunicar 
 Avaliar 
 Desenvolver pessoas 
 
 A administração pode ser classificada nos seguintes ramos1: 
 Administração de pessoal 
 Administração de patrimônio 
 Administração documental 
 Relações públicas 
 Relações humanas 
 Administração orçamentária 
 Organização e métodos 
Para uma boa administração, para que o engenheiro possa gerenciar bem um 
empreendimento, é importante que ele possa entender o funcionamento do processo de 
construção como um todo, bem como o interelacionamento entre as partes e os envolvidos no 
processo. 
1.4.2 Princípios de administração 
a) Princípios da administração introduzida por Taylor (administração científica) 
1ª fase: 
 Racionalização de tarefas, eliminando movimentos inúteis; 
 Explorar melhor as aptidões dos indivíduos, ou seja, selecioná-lo mais cientificamente, 
de acordo com sua capacidade; 
 Distribuição uniforme do trabalho; 
 Remuneração móvel, segundo o nível de produção de cada indivíduo. 
2ª fase: 
 O administrador deveria desenvolver um método científico para cada elemento do 
trabalho de um homem; 
 O administrador deveria cooperar para com os trabalhadores, a fim de que as tarefas 
fossem executadas da melhor forma; 
 Deveria haver uma igual divisão de tarefas e responsabilidade entre o administrador e o 
operário. 
b) Princípios de organização: teoria clássica (Fayol) 
 Divisão do trabalho; autoridade e responsabilidade; 
 Disciplina; 
 Unidade de comando; 
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 Unidade de direção; 
 Subordinação do interesse individual para com o interesse geral; 
 Remuneração do pessoal; 
 Centralização; 
 Princípio de hierarquia; 
 Ordem; 
 Princípio da equidade; 
 Princípio da iniciativa. 
1.5 Atribuições do engenheiro e código de ética 
1.5.1 Atribuções1 
As atribuições dos profissionais de engenharia são as definidas nos artigos 6o e 7o da Lei 
Federal no 5.194, publicada em 24/02/1966 e suas atividades discriminadas na Resolução no 
218 do Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia de 20/07/1973, a seguir 
relacionadas. 
Artigo 1o ... ficam designadas as seguintes atividades: 
At. 01 Supervisão, coordenação e orientação técnica; 
At. 02 - Estudo, planejamento, projeto e especificação; 
At. 03 Estudo de viabilidade técnico-econômica; 
At. 04 Assistência, assessoria e consultoria; 
At. 05 Direção de obra e serviço técnico; 
At. 06 Vistoria, perícia, avaliação; 
At. 07 Desempenho de cargo e função técnica 
At. 08 Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; 
At. 09 Elaboração de orçamento; 
At. 10 Padronização, mensuração e controle de qualidade; 
At 11 Execução de obra e serviço técnico; 
At 12 - Fiscalização de obra e serviço técnico; 
At 13 Produção técnica e especializada; 
At. 14 Condução de trabalho técnico; 
At. 15 - Condução de equipe de instalação, montagem e reparo; 
At. 16 Operação e manutenção de equipamento e instalação; 
At. 17 Execução de instalação, montagem e reparo; 
At. 18 Execução de desenho técnico. 
(Disponível em: http://legislacao.confea.org.br/) 
Complementando o Artigo anterior que relaciona a gama de atividades legalmente possíveis de 
serem exercidas pelo Engenheiro Civil, a mesma lei em seu Artigo 7º define a sua área de 
competência e diz: 
Compete ao Engenheiro Civil, ou ao Engenheiro de Fortificação e Construção: 
I - o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo primeiro desta resolução, referente a 
edificações, estradas, pistas de rolamento e aeroportos: sistemas de transporte, de 
abastecimento de água e de saneamento; portos, rios e canais, barragens e diques; drenagem 
e irrigação; pontes e grandes estruturas; seus serviços afins e correlatos. 
Pelo contido nos artigos acima expostos, tais atividades são de responsabilidade exclusiva dos 
Engenheiros, respondendo por elas civil e criminalmente. 
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Assim, os engenheiros dispõem de amparo legal que os habilita ao desempenho de suas 
funções, não devendo contribui, permitir ou acobertar pessoas não qualificadas as exercitar. 
Para cumprir a dimensão de sua habilitação,é fundamental que o engenheiro que mantenha-se 
atualizado tanto técnica como gerencialmente, participando da evolução da profissão e 
contribuindo, como cidadão responsável para o aperfeiçoamento da legislação que a rege. 
1.5.2 Código de Ética 
Visando ao bom cumprimento das atividades profissionais, o respeito pela sociedade e a 
convivência entre os profissionais da área de Engenharia, o CONFEA através da Resolução nº 
205 de 1971, instituiu o código de ética profissional do engenheiro, do arquiteto e do engenheiro 
 agrônomo, constituído dos seguintes itens: 
1. Interessar-se pelo bem publico e, com tal finalidade, contribuir com seus conhecimentos, 
capacidade e experiência para melhor servir a humanidade; 
2. Considerar a profissão como alto titulo de honra e não praticar nem permitir a prática de 
atos que comprometam a sua dignidade; 
3. Não cometer ou contribuir para que se cometam injustiças contra colegas; 
4. Não praticar qualquer ato que, direta ou indiretamente, possa prejudicar legítimos 
interesses de outros profissionais; 
5. Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que constituam competição 
de preços por serviços profissionais; 
6. Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito publico, devendo, quando 
consultor, limitar seus pareceres à matérias especificas que tenham sido objeto da 
consulta; 
7. Exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e honestidade para com seus 
clientes, empregados ou chefes, e com espírito de justiça e equidade para com os 
contratantes e empreiteiros; 
8. Ter sempre em vista o bem-estar e o progresso funcional de seus empregados ou 
subordinados e tratá-los com retidão, justiça e humanidade; 
9. Colocar-se a par da legislação que rege o exercício profissional da engenharia, 
arquitetura e agronomia, visando cumpri-la corretamente e colaborar para a sua 
atualização e aperfeiçoamento. 
1.6 Atores e tipos de obras 1 
1.6.1 Atores 
Os principais atores ou envolvidos num processo de construção e que contribuem para a sua 
realização são: 
 Empreendedores 
 Financistas 
 Construtores 
 Fornecedores 
 Projetistas: arquitetura / engenharia 
 Consultores 
 Empreiteiros 
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 Clientes 
1.6.2 Tipos de Obras 
Os Principais tipos de obras onde o engenheiro civil está habilitado ao cumprimento de suas 
atividades são: 
a) Construção Leve: 
 Casas 
 Edifícios 
 Galpões 
 
b) Construções Institucionais: 
 Escolas 
 Hospitais 
 Ginásios de Esporte e Estádios 
 Prédios Públicos em Geral 
c) Construções Industriais: 
 Fabricas 
 Shopping Centres 
 Refinarias 
 Siderúrgicas 
 
d) Construção Pesada e de infra-estrutura: 
 Portos 
 Aeroportos 
 Rodovias 
 Ferrovias 
 Usinas nucleares e hidroelétricas 
 Túneis 
 Canais 
 Portos 
 Pontes e viadutos 
 Barragens 
 Sistemas de abastecimento de água 
 Sistemas de efluentes líquidos 
 Sistemas de drenagem 
1.7 Fatores de sucesso de um empreendimento1 
Os principais fatores que definem o sucesso de um empreendimento são comentados abaixo. 
Não havendo o cumprimento do abaixo estabelecido, é muito pouco provável que um 
empreendimento alcance o sucesso planejado. Para tanto, todo o cuidado, atenção e preparo 
profissional devem ser metas pessoais de comportamento pessoal do engenheiro. 
 Dimensionamento do empreendimento bem definido, neste caso considerando uma 
correta análise de viabilidade, onde é estudado o adequado tamanho e a inserção do 
empreendimento na região desejada, frente às exigências de mercado; 
 Projetos bem detalhados, com a devida consideração de suas interfaces; 
 Gerenciamento e supervisão na linha de frente constante e competente, com controle 
efetivo tanto da força de construção, como de fornecimento e aplicação de materiais e 
equipamentos; 
 Bom relacionamento interpessoal entre os atores e com os clientes, favorecendo um 
bom processo de comunicação; 
 Rápida resposta a mudanças exigidas, não só por força de projeto ou especificação, 
mas também para atendimento ao mercado; 
 Gerenciamento global do projeto, sem perder de vista o fim a que se destina, 
executando-o ao tempo, custo e qualidade estabelecida pelos empreendedores. 
1.8 Ciclo de vida de um empreendimento2 
Todos os organismos vivos possuem um ciclo de vida, assim como objetos materiais. É 
importante o engenheiro ter em mente que o custo de um empreendimento ultrapassa a fase de 
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construção, alcançando, também, a de operação. A figura 3 apresenta o ciclo de vida de um 
empreendimento para a construção civil2. 
Demanda de
mercado ou
necessidades
percebidas
Planejamento
conceitual ou
estudo de
viabilidade
Projeto e
engenharia
Obtenção de
recursos e
construção
Início da
ocupação
Operação e
manutenção
Desmonte ou
demolição
Definição dos objetivos
e escopo do projeto
Plano conceitual ou projeto preliminar
Planejamento e especificações da construção
Complementação da construção
Aprovação da obra
Término da vida útil
 
Figura 3: O ciclo de vida de um empreendimento. Fonte: Librelotto. 
1.8.1 Comportamento dos custos durante o ciclo de vida do produto2 
Na figura 4 pode-se visualizar os custos referentes às fases de anteprojeto, projeto, construção, 
manutenção e demolição relacionados a um produto. 
 
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 VIDA ÚTIL
CICLO DE VIDA
C
U
S
T
O
 A
C
U
M
U
L
A
D
O
TEMPO
PREPARAÇÃO
PROJETO CONSTRUÇÃO
MANUTENÇÃO
DEMOLIÇÃO
CUSTO DE
MANUTENÇÃO
CUSTO DE
AQUISIÇÃO
 
Figura 4: Custos associados ao ciclo de vida de um produto. Fonte: (adaptada de A. L. van der Moren, 
Maintenance Aspects in Design of Mechanical Systems , por Librelotto). 
 
Embora a figura 4 não tenha sido elaborada especificamente para a construção, o 
comportamento dos custos é semelhante para qualquer produto. Percebe-se que existe uma 
grande incidência de custos nas fases de manutenção e demolição. Na habitação, estes custos 
também ocorrem, e somente poderão ser reduzidos se, durante a elaboração do projeto, forem 
previstos o uso de materiais recicláveis e de fácil desmonte, na etapa de demolição; e, 
materiais facilmente substituíveis (com baixo custo), para a manutenção. O hábito de fazer 
manutenção preventiva pode levar a um aumento da durabilidade da edificação, 
proporcionando maior retorno ao investimento. 
Na figura 5, observa-se o custo para a mudança e o potencial econômico. No anteprojeto, ou 
projeto conceitual, são poucos os custos para alteração do projeto já que na fase da concepção 
há um grande grau de liberdade para que ocorram estas mudanças. Na construção, instalação 
e uso, não se pode dizer o mesmo, onde as mudanças geram custos elevados. Quanto ao 
potencial econômico, este é maior nas etapas iniciais do processo, quando existem muitas 
alternativas a serem avaliadas, verificando-se qual a mais satisfatória com custos 
compensatórios. No decorrer do processo este potencial decai acentuadamente, devido as 
limitações impostas pelas partes já efetuadas. 
 
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Ciclo de Vida do Produto
Programação
Projeto, Especificações
e Aquisição
Contrução e
Instalação
Uso
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C
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Figura 5: Habilidade para Influenciar Custos ao Longo do Tempo ( R. W. Sievert Jr. A Review of Value 
Engineering as an Effective System for Planning Building Projects, ibidem). Fonte: (Librelotto). 
1.8.2 Discussão1 
Com o mercado consumidor cada vez mais conscientena escolha e avaliação dos produtos 
ofertados e tendo o amparo da Lei nº 0.078, de 11 de março de 1991, que define o Código de 
Defesa do Consumidor , tem ocorrido uma crescente preocupação com o pós-venda , face a 
exigência do cliente com o desempenho do produto e da consciência dos cidadãos frente aos 
seus direitos1. 
Assim, recomenda-se ao engenheiro quando especificar e projetar, ter em vista a manutenção e 
a operação de seu produto. Uma obra prevista para oferecer baixo custo de operação e 
manutenção terá vantagem competitiva quanto a produtos concorrentes, situação esta possível 
de ser explorada já na fase de vendas1. 
A qualidade de uma obra é definida na fase de projeto quando se realiza as especificações, 
sem falar na de construção, que deve ter um bom planejamento, fiscalização, acompanhamento 
de suprimento e testes de pré-operação. Projeto bem especificado pode ser bem fiscalizado, 
pois a qualidade do produto final e a conseqüente avaliação de custos é definido nas 
respectivas especificações1. 
O engenheiro deve estar consciente de que em cada fase ou etapa de um empreendimento, as 
atividades requerem técnicas gerenciais especificas, exigindo do engenheiro capacidade de as 
identificar e utilizar a metodologia de que dispõe de forma adequada1. 
1.9 Objetivos de uma Empresa 
Empresas têm como características: 
 Serem orientadas para o lucro; 
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 Correrem riscos; 
 Serem dirigidas por uma filosofia de negócios; 
 Serem geralmente avaliadas sob o ponto de vista contábil. 
A empresa, sendo um sistema aberto, é um conjunto de elementos que são as partes 
componentes do sistema, os quais são dinamicamente relacionados, desenvolvendo uma 
atividade ou função, para atingi um ou mais objetivos. 
Os objetivos naturais de uma empresa são: 
 Proporcionar satisfação das necessidade de bens e serviços para a sociendade; 
 Proporcionar emprego produtivo para todos os fatores de produção; 
 Aumentar o bem-estar da sociedade; Proporcionar um retorno justo do investimento 
realizado. 
1.10 Funções de uma empresa (funções gerenciais) 
1.10.1 Função técnica (produção) 
Elabora a transformação da matéria-prima em utilidade ou serviços, realizando o objetivo 
principal da empresa. Caracteriza a função técnica reproduzir bens ou serviços que venham ao 
encontro das necessidades humanas e sociais. Esta função é também denominada de 
produção, e sempre dá o nome à organização. 
1.10.2 Função comercial (vendas) 
A prosperidade de uma empresa depende tanto da função técnica como da função comercial. 
Se o produto não vende, tem-se a ruína da empresa. Saber comprar e vender é tão importante 
como saber fabricar bem. È a mais difundida de todas as funções porque faz retornar o capital 
investido acrescido do lucro. Devido à sua amplitude, a função comercial pode ser decomposta 
nas seguintes sub-funções: 
 Estudo de mercado relacionamento com o mercado; 
 Compra; 
 Armazenamento; 
 Cadastro; 
 Propaganda - marketing; 
 Licitações 
 Venda; 
 Expedição; 
 Entrega; 
 Cobrança. 
1.10.3 Função financeira 
O capital é necessário para o pagamento de salários, impostos, aquisição da matéria-prima, 
insumos, realização de melhorias na empresa. Atividades: tesouraria, relacionamento com o 
mercado financeiro. 
1.10.4 Função Contabilidade 
Constitui o órgão de visão da empresa. Deve revelar a qualquer momento a posição e o rumo 
dos negócios. Deve dar informações claras e precisas sobre a situação econômica da empresa. 
Uma boa contabilidade é um poderoso meio de administração. 
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 14 
1.10.5 Função de segurança 
Sua missão é proteger as pessoas e os bens da organização contra roubo, incêndio, greves, 
atentados. 
1.10.6 Função administrativa 
Nenhuma das cinco funções precedentes tem o encargo de formular o programa geral de ação 
da empresa, de constituir o seu corpo social, de coordenar os esforços, os atos, o comando, o 
controle. As sub-funções administrativas são: o comando, a coordenação e o controle. 
Da compatibilização e harmonização de todas estas funções virá o sucesso da empresa. 
1.11 Estrutura organizacional 
Organizações são grupos de pessoas unidas por alguma associação formal para atingir 
objetivos individuais ou de grupo (Dawson 1996). 
Escola clássica: princípios que deveriam ser aplicáveis a todos os tipos de organização formal; 
havia a preocupação com o melhor modo de organizar; muita preocupação com a estrutura 
formal, e não com os trabalhadores; esta escola conta com autores como Morgan e Fayol 
(Stewart 1993). 
Escola de relações humanas: a forma com que os empregados trabalham juntos pode afetar a 
forma de trabalho da organização; esta escola conta com autores como Hawthorne e Mayo 
(Stewart 1993). 
1.11.1 Estrutura organizacional 
A estrutura organizacional é simplesmente uma divisão de tarefas e algumas regras e 
procedimentos para assegurar que estas tarefas se mantenham relacionadas umas às outras 
(Watson 1994: 215). 
Por muito tempo a literatura dizia que uma boa estrutura era aquela baseada em regras e 
hierarquia de autoridade que privilegiava poucos empregados para um chefe. Mais adiante, a 
literatura começou a defender que uma boa estrutura deveria conter doses de planejamento em 
longo prazo, enriquecimento das tarefas e estruturas matriciais, entre outros fatores (Mintzberg, 
1983: 2) 
Mintzberg (1983: 23) definiu cinco configurações para estrutura organizacional: 
 Estrutura simples: baseada na supervisão direta, na qual a valorização da estratégia 
era o ponto chave. 
 Máquina burocrática: baseada na padronização de processos de trabalho, na qual a 
tecnoestrutura é a parte-chave. 
 Burocracia profissional: baseada na padronização de habilidades, na qual o núcleo de 
operação é a parte-chave. 
 Forma divisionalizada: baseada na padronização de resultados, na qual a linha-média 
é a parte-chave. 
 Adocracia: baseada no ajuste mútuo no qual a equipe-suporte (algumas vezes o 
núcleo operacional) é a parte-chave. 
 
 
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 15 
1.11.2 Formas de organizações mecanísticas e orgânicas 
Burns e Stalker (1961) sugeriram que através do projeto da estrutura da organização, empresas 
poderiam aumentar sua capacidade de assegurar sua posição no mercado em que atuam. Eles 
identificaram duas formas extremas de organizações: mecanística e orgânica. 
Uma organização mecanística é caracterizada por forte especialização, formalização, 
padronização e hierarquia. 
Uma organização orgânica é caracterizada por flexibilidade na definição das tarefas, uma 
hierarquia mais fraca, e maior importância dada à coordenação e comunicação entre as redes 
de trabalho, tanto nas relações laterais quanto entre os níveis hierárquicos. 
1.11.3 Formas de organizações relações verticais e horizontais 
Há dois limites importantes entre as diferentes partes de uma organização: os níveis entre o 
plano vertical, e níveis entre grupos no plano horizontal (geralmente funções). As relações entre 
níveis relacionam-se ao controle e resistência, enquanto as relações entre funções estão 
ligadas à coordenação e fragmentação. 
a) Relações verticais entre grupos: 
Estruturas altas são muito hierárquicas, enquanto estruturas planas apresentam uma 
hierarquia menos forte. 
Consultores em organizações preocupam-se com o equilíbrio entre o número de níveis da 
hierarquia de uma empresa e o número de subordinados a cada chefe (este número é também 
referido como alcance do controle ). 
As vantagens de estruturas altas (além da redução do número de subordinados por chefe o 
que reduz a carga de trabalho do chefe) também se relacionamà política de pessoal. Isto quer 
dizer que há mais degraus para promoção o que pode ser uma razão para o compromisso e 
lealdade dos funcionários (apesar destes níveis de promoção não precisarem ser 
necessariamente verticais. Pode-se receber uma promoção dentro do mesmo nível de 
hierarquia). As desvantagens de uma hierarquia alta é que os problemas de comunicação 
geralmente são maiores do que numa estrutura plana, dificultando a implantação de 
procedimentos ditados pela alta direção. 
Muitos autores defendem estruturas planas, que tenham menos ênfase em hierarquia e 
autoridade formal, e mais ênfase na criação de envolvimento e compromisso dos funcionários 
com a organização. Na verdade, a situação ideal depende da função e objetivos da empresa 
(teoria das contingências). Fatores decisivos são, por exemplo, a necessidade de controle 
hierárquico, ou a grande freqüência de problemas inesperados (o que pede uma estrutura 
hierárquica), ou a necessidade de forte controle administrativo e técnico (que pedem uma 
estrutura mais plana). A similaridade a distância geográfica entre as atividades também é 
relevante na decisão sobre alcance do controle e número de níveis de uma organização. 
b) Relações horizontais entre grupos: 
Considerando limites horizontais entre grupos, três formas básicas podem ser identificadas. 
Organizações onde a divisão horizontal é predominantemente em termos de diferentes funções 
possuem uma estrutura funcional (figura 6). 
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Diretor geral
Gerente de 
engenharia
Gerente de 
produção
Gerente de 
marketing
Supervisor de 
eletricidade
Supervisor de 
mecânica
Superintendente 
de fabricação
Superintendente 
de montagem
Gerente de 
vendas
Gerente de 
promoções 
Figura 6: Exemplo típico de organizações funcionais. Fonte: Dawson (1996). 
A autora Rosemary Stewart sugere que estruturas funcionais são geralmente as primeiras a se 
desenvolverem. Este tipo de estrutura emerge em fases iniciais, em resposta a crises surgidas 
nas organizações (como solução para problemas do tipo: Estamos crescendo muito? Queremos 
diretrizes? Há muitos incêndios para apagar aqui!!! Temos que ter uma forma de definir 
prioridades!!, etc.). Uma estrutura funcional possui sistemas claros, linhas de responsabilidades 
claras, possibilita que as pessoas façam parte de grupos especialistas e responde às 
aspirações de pioneiros que precisam de uma estrutura para suas organizações. Os problemas 
de uma estrutura deste tipo são que pode haver falta de integração entre os especialistas, pode 
aumentar a burocracia (quantidade de papéis a serem preenchidos), criar tentativas insalubres 
de criar impérios de uma especialidade ou outra, e a construção de barricadas contra o cliente. 
Organizações onde os limites horizontais predominantes sejam entre grupos de produtos, têm 
se a estrutura de organização por produto (figura 7). A adoção deste tipo de estrutura seria a 
solução para os problemas mencionados acima. De qualquer forma esta não seria uma 
estrutura livre de problemas, já que agrupamentos por produtos demandam maior autonomia 
para que cada grupo possa se desenvolver independentemente dos outros. 
Diretor geral
Gerente do 
produto A
Gerente do 
produto B
Supervisor de 
engenharia
Supervisor de 
produção
Supervisor de 
vendas
Supervisor de 
engenharia
Supervisor de 
produção
Supervisor de 
vendas
Diretor geral
Gerente do 
produto A
Gerente do 
produto B
Supervisor de 
engenharia
Supervisor de 
produção
Supervisor de 
vendas
Supervisor de 
engenharia
Supervisor de 
produção
Supervisor de 
vendas 
Figura 7: Exemplo típico de organizações por produto. Fonte: Dawson (1996). 
Desta forma, a mesma autora argumenta que se pode entender o desenvolvimento de uma 
forma de estrutura divisionalizada,na qual a tomada de decisão operacional e responsabilidade 
pelo lucro sejam delegadas a gerentes gerais destas divisões. Nesta estrutura, a direção está 
principalmente envolvida no planejamento estratégico e tomada de decisão, definição de 
empreendimentos e diretrizes, alocação de recursos entre divisões, controle financeiro global e 
desempenho organizacional. Isto permite o desenvolvimento de uma sinergia em termos de 
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gerenciamento financeiro e política estratégica, e ainda assim preserva a autonomia 
operacional. A estrutura divisionalizada é, em outras palavras, a melhor forma de conseguir o 
melhor das duas versões: centralizada e descentralizada. 
Centralização: tomada de decisão nas mãos de poucos alta direção, pouca autonomia; 
Descentralização: gerentes têm mais autonomia para tomada de decisão. 
Na construção, esta forma de organização acontece em empresas grandes, sendo que cada 
empreendimento é um produto. 
Uma terceira forma de relação entre grupos é a organização tipo matriz (figura 8). Ela combina 
os dois tipos mencionados anteriormente, sem que nenhum deles predomine. Esta forma foi 
desenvolvida na NASA, para ter o melhor das estruturas funcionais e de produto. Nesta forma, 
especialistas dedicam-se ao grupo de um produto claramente identificado, onde existe a figura 
do gerente de produto ou processo, mantendo, ao mesmo tempo, uma relação formal com o 
gerente funcional. Este tipo de estrutura oferece soluções para as dificuldades em trabalhos 
que exijam alta qualidade em mercados que sofrem mudanças rápidas. 
Chefe: 
engenheiro de 
processo
4 
engenheiros 
júnior
Chefe: 
engenheiro de 
qualidade
3 
engenheiros 
júnior
Chefe dos 
serviços de 
gerenciamento
3 
especialistas 
júnior
Gerente de 
pessoal
2 
especialistas 
de pessoal
6 gerentes de unidade (G.U.) com responsabilidade 
para cada tipo de produto
Gerente de trabalhos
G.U. 1 G.U. 2 G.U. 3 G.U. 4 G.U. 5 G.U. 6
 
Figura 8: Exemplo típico de organizações matriz. Fonte: Dawson (1996). 
Implicações deste tipo de estrutura: adequada para quando tempo é uma variável muito 
importante; funcionários devem responder a dois chefes (gerente especialista e o chefe da 
equipe de projeto), o que é desconfortável; muito tempo gasto com reuniões; estrutura custosa; 
estrutura altamente burocrática e formal (Dawson 1996). 
1.11.4 Teoria das contingências 
É uma perspectiva de projeto de organizações que é baseada na idéia de que cada solução 
depende do contexto na qual a empresa está inserida. Não há a melhor forma de organizar 
(Woodward 1965). Cada empresa deve planejar sua estrutura em função do contexto em que 
está inserida. 
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 18 
1.12 Modelos de liderança 
Liderança existe quando alguém (o líder) exerce influência sobre outros (os seguidores ) em 
seu grupo ou organização. Sua influência pode ter longo alcance ou enfocar pequenos grupos, 
mas nas organizações formais, ênfase é dada para influência sobre: valores, direções nas quais 
futuros empreendimentos são guiados e a maneira na qual as tarefas do dia-a-dia são 
cumpridas (Dawson 1996). 
Visões de liderança: como você identifica um líder bem-sucedido? 
 Funções: o que o líder faz 
 Maneiras: o que o líder é 
 Estilo: como o líder atua 
 Encaixe: como o líder se encaixa na situação 
 
1.12.1 Liderança situacional 
Um líder situacional é aquele que é capaz de adotar diferentes estilos de liderança, 
dependendo da situação (Fonte: http://www.chimaeraconsulting.com/sitleader.htm, baseado em 
Blanchard e Hersey). 
Um modelo criado por Ken Blanchard (guru do gerenciamento) e Paul Hersey, no final dos anos 
60, permite analisar a situação e então adotar o estilo mais apropriado (figura 9). 
Este modelo funciona para a maioria das organizações e a maioria das pessoas (só não se 
aplicaàs pessoas já em posição gerencial é aplicado pelo lider, não para o lider). 
 Diretor: líder define papéis e tarefas do seguidor, e supervisa de perto. Decisões são 
tomadas pelo líder e anunciadas. Comunicação é mão única. 
 Treinador: líder define papéis e tarefas, mas busca idéias e sugestões do seguidor. 
Decisões ainda são do líder, mas a comunicação é mais mão dupla. 
 Apoiador: Decisões do dia-a-dia, como distribuição de tarefas, para o seguidor. O 
líder é um facilitador é ajuda nas decisões, mas o controle é com o seguidor. 
 Delegador: O líder ainda se envolve nas decisões e solução de problemas, mas o 
controle é com o seguidor. Este decide quando e como o líder vai estar envolvido. 
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Comportamento diretivoC
om
po
rt
am
en
to
 ´
ap
oi
ad
or
´
+
+-
-
DIRETOR
S1
TREINADOR
S2
APOIADOR
S3
DELEGADOR
S4
Comportamento diretivoC
om
po
rt
am
en
to
 ´
ap
oi
ad
or
´
+
+-
-
DIRETOR
S1
TREINADOR
S2
APOIADOR
S3
DELEGADOR
S4
 
Figura 9: Comportamentos e estilos de liderança. 
Líderes eficientes são versáteis. Não existe um estilo certo, mas existe o estilo que mais 
combina com cada um. 
Nível de desenvolvimento: o estilo de liderança depende das pessoas sendo lideradas o 
seguidor. No modelo Blanchard e Hersey, o estilo de liderança é regido pela competência e 
compromisso do seguidor: 
D4 (corresponde ao estilo S4, e assim sucessivamente): alta competência /alto compromisso: 
experiente no trabalho e confortável com sua habilidade. Pode até ser mais hábil do que o líder. 
D3: alta competência / compromisso variável: experiente e capaz, mas com pouca auto-
confiança para fazer sozinho, ou motivação para fazer bem feito e rápido. 
D2: Alguma competência / baixo compromisso: pode ter alguma habilidade importante, mas não 
consegue fazer o trabalho sem ajuda. A tarefa ou a situação podem ser novas para ele. 
D1: Baixa competência, pouco compromisso. Geralmente não têm as habilidades específicas, e 
não tem auto-confiança ou motivação para encarar o trabalho. 
O estilo de liderança deve corresponder ao nível de desenvolvimento e é o líder quem tem 
que se adaptar. 
1.12.2 Dawson / Handy 
 Lideres orientados para tarefas 
 Líderes orientados para pessoas 
 ´O melhor estilo´ (best-fit approach) 
Requer que as preferências do líder, subordinados, e a tarefa sejam alocados numa escala de 
rígido a flexível. Para um desempenho efetivo, tudo deve ficar no mesmo ponto na escala. 
a) Fatores a avaliar: 
 O poder do líder 
 A relação com seu grupo; 
 As normas da organização; 
 A estrutura e tecnologia; 
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 20 
 A variedade de tarefas; a variedade de subordinados. 
b) Escala: 
Rígido Flexível 
_______________________ 
Figura 10: escala para o best-fit. 
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 21 
2. O orçamento 
2.1 Definições e visões do orçamento3 
Orçar é: 
 Quantificar insumos, mão de obra, ou equipamentos necessários à realização de uma 
obra ou serviço; 
 Quantificar os respectivos custos e o tempo de duração dos mesmos. 
O orçamento é um forte instrumento de planejamento e controle. 
O orçamento pode ser visto sob duas óticas: 
 Como produto 
 Como processo 
a) Orçamento processo 
Quando o objetivo é definir metas empresariais em termos de custo, faturamento e 
desempenho. Envolve todo o corpo gerencial da empresa. 
Possibilita efetuar as projeções futuras dos balancetes mensais, permitindo elaborar o balanço 
projetado de exercícios futuros, o que contribui para a empresa conhecer ou avaliar os lucros 
futuros. 
b) Orçamento produto 
O objetivo é definir custo e o preço de algum produto da empresa 
Influencia o desempenho da empresa e vice-versa, pois a empresa funciona como um sistema, 
um todo. 
O orçamento produto visa definir o custo e preço de bens e serviços como: 
 Elaboração de projetos; 
 Elaboração de orçamentos, cadernos de encargos, especificações; 
 Elaboração de laudos técnicos; 
 Serviços de fiscalização, auditoria ou assessoria técnica; 
 Orçamento de serviços ou mão de obra; 
 Orçamento de construção ou empreitada; 
 Orçamento de canteiros de obras ou obras complementares; 
 Etc. 
2.2 Finalidade dos orçamentos (Lima) 
a) Gerencial: quando em função da disponibilidade de recursos e oportunidade, embasam 
decisões empresariais sobre o que deve ser construído, qual a forma desejada e quando se dar 
a execução. Neste caso apenas interessam os valores finais. 
b) Pericial: quando embasam decisões sobre pendências ou solucionam dúvidas a respeito dos 
custos de execução segundo técnicas e/ou métodos diferentes. Neste caso interessam, além 
dos valores finais, os valores intermediários das etapas de execução. 
c) Planejamento: onde interessa o maior detalhamento possível. Os valores iniciais servem 
apenas como referência, já que o próprio planejamento os altera significativamente. 
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 22 
2.3 Exemplo de fases do processo construtivo que devem ser orçadas3 
A figura 11 mostra exemplos das fases de um empreendimento que devem ser incluídas em um 
orçamento. 
Pesquisa de mercado
Planejamento e projeto 
conceitual
Aquisição do terreno
Elaboração do ante-
projeto
Orçamento preliminar
Estudo de viabilidade
Desenvolvimento projeto 
básico
Orçamento e planejamento 
executivo
Elaboração do 
projeto executivo
Elaboração do 
projeto legal
Lançamento 
comercial
Execução Licenças Vendas
 
Figura 11: Exemplo de itens para orçamento. 
2.4 O orçamento produto3 
Nesta disciplina será estudado o orçamento produto. 
A realização do orçamento pode seguir dois procedimentos: 
 Por avaliação e estimativa; 
 Por composição de custos unitários. 
As avaliações, estimativas e orçamentos diferenciam-se pelo grau de precisão, quando se 
compara o custo inicialmente proposto com aquele realmente incorrido. 
O grau de precisão obtido pelo orçamentista é função do grau de detalhamento do projeto e das 
informações disponíveis. 
Definições: 
 Avaliação: é a valoração de empreendimentos através de parâmetros genéricos. 
 Estimativas de custo: determinam o valor das obras a partir de projetos incompletos, 
cujas deficiências são complementadas com a adoção de parâmetros particulares. 
 Orçamento: é a expressão qualitativa (em unidades físicas e valores monetários, 
referidos a uma unidade de tempo) dos planos para o período seguinte. 
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 23 
A tabela 1 mostra as margens de erro de avaliações, estimativas e orçamentos, bem como os 
elementos técnicos que as caracterizam. 
Tabela 1: Diferenças e características das avaliações, estimativas e orçamentos. Fonte: Librelotto2. 
Tipo Margem de erro Elementos técnicos necessários 
Avaliações 
☺ 
De ± 30 a ± 20 % Área de construção; 
Padrão de acabamento; 
Custo Unitário de obra semelhante; ou 
Custos Unitários Básicos; 
Estimativas 
☺ 
De ± 20 a ± 15 % Anteprojeto ou projeto indicativo; 
Preços unitários de serviços de referência; 
Especificações genéricas; 
Índices físicos e financeiros de obras semelhantes; 
Orçamento expedito 
K 
De ± 15 a ± 10 % Projeto executivo; 
Especificações sucintas, mas definidas; 
Composições de preços de serviços genéricas; 
Preços de Insumos de referência; 
Orçamento detalhado 
L 
De ± 10 a ± 5% Projeto executivo; 
Projetos complementares; 
Especificações precisas; 
Composições de preços de serviçosespecíficas; 
Preços de insumos de acordo com a escala de serviço; 
Orçamento analítico 
L M 
De ± 5 a ± 1% Todos os elementos necessários ao orçamento detalhado mais 
o planejamento da obra; 
 
O orçamento deve ser específico para cada empreendimento. Na construção civil , cada obra 
apresenta riscos diferentes. 
 Por exemplo: dois prédios com projetos arquitetônicos idênticos, construídos em locais 
diferentes. 
Em diferentes casos, podem ocorrer exigências que gerem orçamentos diferentes, tais como: 
 Fundações diferentes; 
 Diferenças culturais de região para região (diferentes padrões de exigências); 
 Durabilidade das fachadas (em função do clima), exigindo revestimentos diferentes ; 
 Necessidade de aterro, ou diferenças quanto à drenagem - orçamentos diferentes. 
2.5 O projeto3 
É o conjunto de informações necessárias à realização do processo de construção. Quanto 
melhor e fidedigno o detalhamento de projeto, maior a possibilidade de se obter um bom 
orçamento. Visto como processo, um projeto pode ser subdividido em três fases: 
a) Concepção: nesta fase é definido o escopo do empreendimento, o tamanho da planta a 
ser desenvolvida e o reconhecimento das principais variáveis a influir na sua realização. 
b) Consolidação: nesta fase é definido o produto desejado definido no projeto básico, que 
permite desenvolver o estudo de viabilidade técnico-econômico do empreendimento, 
bem como dar início aos projetos exigidos para aprovação nos organismos 
fiscalizadores. 
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 24 
c) Desenvolvimento: projeto oficial: após definido o Projeto Básico é possível desenvolver 
os demais projetos e especificações, o que permite instruir o processo de construção e 
fornecimento de equipamentos. Compreende o projeto executivo, detalhamento do 
projeto, projetos complementares, especificação técnica, memorial descritivo, caderno de 
encargos e o projeto oficial (projeto para legalização RIMA). 
 
CONCEPÇÃO
Termos de referência
Estudo preliminar
Anteprojeto
CONSOLIDAÇÃO
Projeto básico
Análise de viabilidade
DESENVOLVIMENTO
Projeto Executivo
Detalhamento do projeto
Projetos complementares
Especificação técnica
Memorial descritivo
Caderno de encargos
PROJETO 
OFICIAL
Projeto para 
legalização
RIMA
 
Figura 12: Fases do projeto. 
2.6 Documentos de projeto3 
A seguir são apresentados os documentos que devem compor um projeto completo: 
a) Termos de referência (documento que explicita os objetivos do projeto, seus destinos e 
usos, a qualidade e desempenho desejados. Objetivo é orientar o profissional quanto à 
elaboração do projeto); 
b) Estudo preliminar (esboço ou concepção iniciais do que deverá ser construído para 
verificar se as necessidades foram corretamente especificadas, e se as construção as 
atenderá satisfatoriamente. Envolve o reconhecimento do terreno); 
c) Anteprojeto (apresentação gráfica simplificada em escala de construção para 
confirmação e/ou correção o estudo preliminar e definição do projeto); 
d) Projeto básico (concepção final do projeto. A partir dele se podem desenvolver os 
projetos executivo e complementares), e avaliar e orçar o produto final); 
e) Estudo de viabilidade (estuda a viabilidade técnica e econômico-financeira do 
empreendimento); 
f) Projeto legal (contém as informações legais necessárias à aprovação e registro nos 
órgãos públicos de fiscalização e nas concessionárias de serviços públicos); 
g) Projeto executivo (projeto completo, com todas as informações gerenciais necessárias à 
execução. Prevê todas as interferências entre os projetos complementares); 
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 25 
h) Detalhamento do projeto (definição precisa de todos os elementos construtivos a serem 
empregados na construção. Detalhes construtivos são as informações gráficas adicionais 
para melhor definição, visualização ou esclarecimento de elementos construtivos a 
serem executados); 
i) Projetos complementares (projetos que complementam os projetos executivos. São os 
projetos de fundações, estruturas, instalações, etc.); 
j) Especificação técnica (a ser definido na próxima secção); 
k) Memorial descritivo (a ser definido na próxima secção); 
l) Caderno de encargos (a ser definido na próxima secção); 
m) Orçamento (já definido); 
n) Relatório de impacto ambiental (RIMA): documento onde constem os impactos, óbices e 
vantagens do projeto para o meio ambiente, bem como a recomendação e solução 
apresentada. 
Em obras de pequeno e médio porte, é comum o empreendimento se iniciado sem que o 
projeto tenha sido efetivamente desenvolvido, e com todos os seus elementos concluídos, 
especialmente quanto a detalhamentos e especificações, em virtude de economia de recursos. 
Como os prazos da construção são longos, a tendência é imaginar que alguns dos projetos 
complementares e detalhamentos possam ser realizados durante o andamento da obra. Mas 
com os prazos apertados, muitas vezes a complementação não é realizada a tempo, 
acarretando atrasos e prejuízos. 
2.7 Memorial descritivo, especificações técnicas e cadernos de encargos 2 
O projeto (plantas, cortes, fachada, etc), em geral, explica bem a forma do que irá ser feito, 
porém não esclarece que material vai ser empregado e o seu acabamento. Por exemplo, um 
projeto, geralmente constituído de plantas, não diz se uma determinada esquadria será de 
cedro e que terá como ferragens uma fechadura tipo Yale e três dobradiças de 4", niqueladas, 
não diz que tipo de revestimento será usado, tipo e marca de piso, etc. 
Surge então a necessidade do memorial descritivo, especificações técnicas e de acabamento 
de uma obra. 
Estes documentos têm como objetivo primário fornecer informações complementares quanto às 
especificações técnicas e detalhadas dos materiais previstos em obra (fabricantes, dimensões, 
cores, modelos, etc.), bem como os métodos, normas e técnicas construtivas a serem seguidas. 
Este conjunto de variáveis incidem diretamente em: 
 Custos da construção; 
 Métodos construtivos para a execução dos serviços; 
 Prazo técnico da obra; 
 Padrão de acabamento do empreendimento, 
 Qualidade na aquisição de materiais em obra, etc. 
As especificações técnicas, que devem ser definidas ainda na fase do planejamento da obra 
(portanto antes do início da construção), são aquelas que definem métodos e técnicas para a 
execução de serviços de construção, descritos ou não nos projetos. 
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As especificações técnicas devem, ainda, providenciar a indicação correta de locais de 
aplicação de cada um dos tipos de serviços, indicar as normas para verificação específica de 
materiais, elementos, instalações, equipamentos. 
O memorial descritivo representa a relação dos materiais e equipamentos que irão constituir 
cada parte da obra, devendo constar todos os detalhes que possam interessar à gestão 
eficiente do empreendimento. 
O caderno de encargos normalmente é fornecido pelo contratante (por exemplo, em caso de 
Licitações), contendo Especificações Técnicas e Memorial Descritivo, bem como demais 
determinações estabelecida no contrato entre as partes. 
Estas informações são primordiais para a elaboração de um orçamento de obra, para fins de 
acompanhamento físico-financeiro. A falta destas informações leva o orçamentista a fazer 
considerações a respeito das características técnicas da obra que, muitas vezes, fogem 
bastante da realidade construtiva. 
As definições prévias das especificações técnicas beneficiam o engenheiro da obra quanto a 
cometer o mínimo possível de improvisos, além de possibilitar uma programação para 
fechamento de contratos (materiais e serviços), com a antecedência conveniente.Para se elaborar as especificações técnicas de uma obra, há necessidade de identificar, a partir 
das plantas dos diversos projetos que compõem a obra, os elementos que podem ser 
considerados relevantes de serem especificados. 
Entre estes elementos podemos citar: detalhamento dos projetos; equipe de administração; 
projeto de canteiro de obra; trabalhos em terra; tipo de fundação; tipo de estrutura; elevadores, 
alvenaria; soleiras, rodapés e peitoris; esquadrias; ferragens; vidros; cobertura; tratamentos; 
revestimentos; pinturas; pavimentação; instalações: elétricas, hidráulicas, telefone, gás, 
incêndio; esgoto sanitário; águas pluviais; lixo; aparelhos; elementos decorativos; 
complementação da obra; fachadas, dimensionamento e detalhes de fixação de mobiliário, etc. 
As especificações de acabamentos definem claramente quais serão os materiais que comporão 
os revestimentos e acessórios do empreendimento, em cada compartimento e no seu todo. 
O caderno de especificações deve caracterizar as condições de execução e o padrão de 
acabamento dos serviços. Vários são os critérios a serem usados para a definição dos 
acabamentos do projeto. 
Podemos citar, entre outros: 
 Conforto na sua utilização 
 Aspecto estético; 
 Conservação e manutenção dos materiais; 
 Aspecto de redução dos custos; 
 Limitação da legislação local; 
 Característica de comercialização do empreendimento. 
Muitas vezes as especificações de acabamento são alteradas durante a obra, motivadas por 
situações como falta de material no mercado, materiais que não são mais fabricados, alteração 
do padrão de especificação, por parte da diretoria, para adequar às condições de mercado. 
Quanto mais detalhado for o conjunto de especificações, mais detalhado e preciso será o 
planejamento técnico. 
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Existe um conjunto de normas técnicas (ABNT), além dos parâmetros definidos pela empresa, 
que devem ser respeitados e efetivamente seguidos na elaboração de projetos e que são fonte 
fundamental de informação para documentar o conjunto de especificações. 
Além das normas da ABNT, há uma série de normas de órgãos públicos contratantes; normas 
de empresas concessionárias de água, energia, gás e telefone; normas do Ministério do 
Trabalho para edificações destinadas às diversas atividades industriais. 
Atualmente, há 1.400 normas técnicas relativas à construção civil em vigor no país. O Comitê 
Brasileiro de Construção Civil (Cobracon), órgão coordenador do processo de elaboração e 
revisão de normas técnicas no setor da construção civil, mantém ainda 105 comissões de 
estudos em atividades que estão elaborando ou revisando outros quatrocentos textos 
normativos. A maior parte dessas normas refere-se a materiais de construção. 
2.8 O Plano de contas ou discriminação orçamentária3 
O processo de construção precisa se bem caracterizado quanto a seus insumos, materiais, mão 
de obra, recursos financeiros e equipamentos para que possam ser feitos um bom orçamento 
e controle da construção. Por isto, é importante que exista um plano que discrimine e organize 
as várias fases de execução da obra. Tal plano chama-se discriminação orçamentária ou plano 
de contas de construção. Ele relaciona a seqüência dos diferentes serviços de obras que 
entram na composição de um orçamento. Organizar a seqüência é necessário para que 
nenhum dos serviços da construção seja omitido. Cada obra apresenta características 
particulares, por isto, o plano de contas deve ser adaptado à peculiaridades de cada 
empreendimento, de cada empresa, e de cada forma de trabalho. 
Em função da discriminação orçamentária é possível subdividir uma obra ou empreendimento 
em atividades, o que possibilita o controle dos insumos. Quanto mais preciso e específico for o 
detalhamento das atividades e serviços, melhores as condições para controlá-los, e melhor o 
resultado econômico a ser obtido. 
Para o plano de contas cada obra ou serviço deve receber um código de identificação. Além 
disto, para cada item que compõe o serviço, deverá ser atribuído um sub-código de 
identificação. 
Exemplo: 
001. Serviços preliminares 
0001.1 Limpeza do terreno 
0001.2 Execução de tapume 
0001.3 Ligação provisória de água e luz 
0001.4 Construção do barracão 
 
Recomenda-se que a obra seja subdividida em etapas construtivas (grupos de serviços que 
evidenciam os componentes mais importantes da obra). Esta divisão deverá obedecer a 
critérios de afinidade e observar a ordem cronológica de execução. Cada serviço deverá ser 
discriminado uma única vez, evitando, assim, a consideração dupla de serviços. 
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Com a divisão adequada dos serviços torna-se fácil orçar e administrar uma obra. Tal 
procedimento auxilia na administração dos trabalhos, no controle das quantidades dos insumos 
efetivamente empregados o que auxilia na análise e redução de custos. 
Classificação dos serviços 
Como exemplos de discriminações orçamentárias podem ser citadas: 
 A da norma NBR 12721 da ABNT ; 
 A classificação da TCPO (Ed. PINI). 
Também é possível elaborar uma discriminação de serviços própria, na ordem cronológica da 
execução, a qual poderá ser composta dos seguintes grupos de serviços: 
 Serviços preliminares; 
 Terraplenagem; 
 Fundações (infra-estrutura); 
 Estrutura (superestrutura); 
 Elementos de vedações; 
 Cobertura; revestimentos; Instalações elétricas; 
 Instalações hidrossanitárias; 
 Esquadrias; 
 Vidros e pintura; 
 Serviços complementares; 
 Instalações especiais; 
 Serviços complementares. 
2.9 Levantamento de quantitativos3 
Esta etapa é de crucial importância, já que é nela que se definirão as quantidades a serem 
adquiridas para a realização do empreendimento, obra ou serviço, bem como o 
dimensionamento das equipes de produção em função dos prazos estabelecidos. 
Para a determinação do custo de uma obra, antes da execução, precisa-se dos seguintes 
dados: 
 Projeto completo especificações do que vai ser construído; 
 Cálculo das quantidades reais de serviços; 
 Preços atualizados de materiais e mão de obra. 
Para efetuar o levantamento das quantidades de serviços, é necessário seguir os projetos e 
especificações, que indicam o que e como é construído. 
O levantamento de quantitativos a partir das plantas e desenhos de projetos completos 
geralmente apresenta aproximação satisfatória. Porém, quando estas quantidades forem 
levantadas a partir de anteprojetos, o nível de precisão do orçamento diminui, gerando maior 
discrepância entre o orçado e o realizado. Se o custo real for maior do que o valor orçado, isto 
poderá gerar problemas de lucratividade para a empresa, podendo, inclusive, causar prejuízos. 
A pesquisa e aproximação na cotação dos preços também são importantes para a precisão do 
orçamento. É importante lembrar que preços de materiais e mão de obra podem variar de 
região para região. 
A seguir, são apresentados alguns critérios para auxiliar na quantificação de serviços. Mais 
detalhes podem ser encontrados em material anexo à apostila (Lima). 
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a) Preparação do terreno: medição pelas quantidades, comprimento, área e volumes 
definidos nos projetos e especificações. Especificamente nos projetos planialtimétricos. 
Lembrar de considerar o percentual de empolamento para definir os volumes de corte e 
aterro a serem transportados. 
b) Fundações: medição pelas quantidades, comprimento, áreas, volumes e pesos definidos 
nos projetos e especificações. 
c) Estrutura: medição pelas quantidades, comprimento, áreas, volumes e pesos definidos 
nos projetos e especificações. 
d) Instalações: medição pelas quantidades,comprimento e áreas reais. 
e) Elevadores: medição pelas quantidades e conjuntos definidos nos projetos e 
especificações. 
f) Paredes: medição pelas quantidades, comprimentos, áreas e volumes reais. 
g) Cobertura: medição pela área projetada no plano horizontal. 
h) Esquadrias: medição pelas quantidades, comprimentos e áreas reais. Podem ser 
levantados com metros quadrados, mas geralmente são contadas por unidades de 
determinados tipos. 
i) Revestimentos: medição pelas quantidades, comprimentos e áreas reais. 
j) Rodapés, soleiras e peitoris: medição pelos comprimentos reais. 
k) Ferragem: medição pelos comprimentos reais. 
l) Vidros: medição pelas áreas definidas no projeto e especificações. 
m) Tratamento (impermeabilizações): medição pelas quantidades, comprimentos e áreas 
reais. 
n) Pavimentação: medição pelos comprimentos e áreas reais. 
o) Aparelhos: medição pelas quantidades e conjuntos definidos nos projetos e 
especificações. 
p) Elementos decorativos: medição pelas quantidades e conjuntos definidos nos projetos e 
especificações. 
q) Limpeza: medição pelas quantidades e áreas reais. 
2.10 Estimativas: levantamentos na inexistência de projetos completos3 
Em casos em que seja necessário fazer um orçamento sem dispor de projetos completos, 
pode-se fazer uma estimativa. Neste caso, é possível adotar os seguintes critérios expeditos: 
Na existência de projeto estrutural: adotar os índices relacionados na tabela 2; 
Na inexistência de projetos de instalações. Usar coeficientes de correlação ou percentuais de 
serviços de obras semelhantes. 
Cabe ressaltar que o resultado será uma estimativa com maiores níveis de incerteza - sendo 
mais indicado para a fase de estudos de viabilidade do empreendimento. 
 
 
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Tabela 2: Parâmetros para estimativa de consumo de componentes de concreto armado em estruturas. 
Serviço Tipo Critério 
Concreto Lajes maciças (incluindo 
escadas) 
V LM = área do pavimento X 
0,08 (em m3) 
 Vigas (somente considerar a 
parte que se destaca da laje) 
VVG = área do pavimento X 0,04 
(em m3) 
 Pilares VPL = N X área do pavimento X 
(0,002 N + 0,012) (em m3) N = 
número de pavimentos 
 Blocos e cintas VBC = área do pavimento X 0,12 
(em m3) 
Formas Estrutura comum de concreto 
armado 
12 m2/m3 de concreto 
 Baldrames, blocos e cintas 6 m2/m3 de concreto 
Aços CA-50 e CA-60 Lajes maciças PLM = 50 X VL kg de aço (em 
kg) 
 Vigas (somente considerar a 
parte que se destaca da laje) 
PVG = 85 X VV (em kg) 
 Pilares PPL = 95 X VP (em kg) 
 Blocos e cintas PBC = 105 X VBC (em kg) 
 
2.11 Preço, custos e lucro 
2.11.1 Definições2 
a) Preço é a expressão do valor monetário de uma obra ou serviço, resultando no valor 
cobrado do cliente. 
b) Custo representa o valor da soma dos insumos (mão-de-obra, materiais e equipamentos) 
necessários à realização de dada obra ou serviço; constitui-se no valor pago pelos insumos. È o 
gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. 
c) Outras definições importantes 
c.1) Gasto: sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou 
serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos. 
Conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços recebidos; assim, 
temos Gasto com a compra de matéria-prima, Gasto com mão-de-obra, tanto na produção 
como na distribuição, Gasto com honorários da diretoria, Gasto na compra de imobilizado etc. 
O custo também é um gasto. Exemplo: a matéria-prima foi um gasto na sua aquisição que 
imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua estocagem, sem 
que aparecesse nenhum custo associado a ela; no momento da sua utilização na fabricação de 
um bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este por 
sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até a sua venda. 
Só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço. 
c.2) Investimento: Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a 
futuro(s) período(s). 
c.3) Despesa: Bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de 
receitas. 
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A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma despesa. 
Todas as despesas são ou foram gasto. Porém, alguns gastos muitas vezes não se 
transformam em despesas (por exemplo, terrenos, que não são depreciados) ou só se 
transformam quando de sua venda. 
c.4) Desembolso: Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. 
Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou 
não do gasto. 
c.5) Perda: Bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. 
Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente pela sua 
característica de anormalidade e involuntariedade. 
2.11.2 Relação custo, preço e lucro1,2,3 
A relação entre custos e lucro vem variando de acordo com os tempos, com a alteração de 
características mercado. 
Historicamente, se orçava o necessário para construir, adicionava-se a este custo a margem de 
lucro desejada, e tinha-se o preço de venda - isto considerando que este preço pudesse ser 
qualquer preço. Esta situação levava em conta apenas a contabilidade dos custos. A equação 1 
(muito usada na década da 60) representa esta situação: 
PREÇO = f ( CUSTOS + MARGEM DE LUCRO) 
Nesta situação, os custos eram geralmente definidos pelos fornecedores de insumos, e a 
margem de lucro definida pela empresa ou o profissional interessado. 
Quando o lucro, as despesas e os custos são englobados num único fator, ocorre o que se 
denomina de mark up (µ). Este fator, aplicado sobre os custos diretos dos produtos e serviços 
define o preço desejado. 
PREÇO = µ X CD 
No mercado atual, a empresa é que tem que racionalizar seus custos, pois é este mercado que 
estabelece o preço (em função da pressão dos clientes, da concorrência entre as empresas). 
Aqui, é levada em conta a necessidade de controle de custos. Neste caso, a equação muda 
para: 
MARGEM DE LUCRO = f (PREÇO - CUSTOS) 
O lucro passou a ser função do preço praticado pelo mercado e dos custos incorridos, sendo 
que os custos podem/devem ser controlados pela empresa. Enquanto a primeira equação 
levava em conta apenas a contabilidade dos custos, esta já traz a necessidade do controle de 
custos. 
Em função da busca das empresas pela melhoria contínua, a tendência para o futuro é buscar, 
não só um controle, mas um gerenciamento dos custos. Assim, a empresa estabelece a 
margem de lucro desejada e trabalha para que os custos sejam os menores possíveis, fazendo 
com que os preços fiquem dentro dos valores de mercado. 
CUSTO = f (PREÇO - MARGEM DE LUCRO) 
A figura 13 mostra a evolução da equação de formação de preços. 
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PREÇO = CUSTO + MARGEM DE LUCRO
MARGEM DE LUCRO = PREÇO - CUSTO
CUSTO = PREÇO - MARGEM DE LUCRO
Equação para
 formação de preços
Período
Década de 60
E
v
o
lu
çã
o
Década de 90
Futuro próximo
 
Figura 13: Evolução da equação para formação de preços. Fonte adaptada: Kliemann Neto & Antunes 
Júnior por Librelotto2. 
 
2.11.3 Formas de buscar aumento do lucro 
 
$ $
$
$
 
AUMENTO DO MERCADO
AUMENTO DO PREÇO DE VENDA
REDUÇÃO DO CUSTO TOTAL
LUCRO
 
Figura 14: Como aumentar o lucro? 
a) Aumento do lucro pelo aumento do custo de venda: 
 Limitações: competição; complacência dos clientes. 
 Riscos: redução do mercado (redução do lucro). 
b) Aumento do lucro pela redução do lucro por unidade:Limitações: competição. 
 Riscos: evitar margem de lucro muito baixa. 
c) Redução do custo total, transferindo as vantagens aos clientes, na forma de redução do 
preço de venda: 
 Limitações: gastos com novos equipamentos; custos de novos materiais; treinamento de 
mão de obra; qualidade do produto. 
Como discutido acima, esta é a tendência buscada hoje pelas empresas. 
2.12 Classificação dos custos2 
Há duas maneiras de classificar os custos: de acordo com a produção e de acordo com o 
volume de produção. Em relação ao volume de produção, considera-se a relação entre os 
custos e volumes de atividade, numa dada unidade de tempo. De acordo com o volume da 
produção podem ser: 
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a) Fixos: são aqueles que não variam em função das oscilações na atividade de 
produção. Ex.: salários de pessoal administrativo, telefone e aluguel. 
b) Variáveis: São os que tem o seu valor determinado pela oscilação do volume de 
produção ou dimensão do produto. Ex.: materiais, mão-de-obra, impostos e taxas. 
c) Semi-variáveis: possuem componentes das duas naturezas fixos e variáveis. Certos 
autores referem-se as estes custos como os predominantes na construção civil. 
Segundo Mascaró, alterações na área construída não representam alterações 
proporcionais no custo total. 
De acordo com a produção, os custos podem ser classificados em: 
a) Diretos: podem ser diretamente apropriados ao produto, bastando haver uma medida 
de consumo. Ex.: serviços em obra, mão-de-obra diretamente vinculada à 
obra/serviço, leis sociais incidentes sobre a mão-de-obra, materiais, equipamentos, 
instalações do canteiro. 
b) Indiretos: são aqueles onde se faz necessário qualquer fator de rateio para a 
apropriação. Uso de estimativas. Ex.: ferramentas, trabalhos de apoio, instalações 
auxiliares, administração e manutenção da obra, entre outros. 
c) A tabela 3 mostra alguns exemplos de custos diretos e indiretos. 
Tabela 3: Custos Diretos e Indiretos com relação a um empreendimento. 
Custos Diretos Custos Indiretos ou diretos Custos Indiretos 
Mão-de-obra direta Alguns custos podem ser 
lançados como diretos ou 
indiretos, de acordo com a 
preferência e com as 
informações de que se 
dispõe; Ex.: 
Água Honorários 
Matéria-prima Aluguéis Impressos gráficos 
Aluguel de equipamentos Assistência médica IPTU 
Marketing Combustíveis e 
lubrificantes 
Juros de mora 
Controle tecnológico Vale transporte Conservação e limpeza Juros de financiamentos 
Vigilância Refeições na obra Correção monetária Livros, jornais e revistas 
Almoxarife Equipamentos Correios e telégrafos Luz 
Taxas e documentações 
(algumas) 
 Cursos e treinamento Manutenção de 
equipamentos 
Engenheiro responsável 
(só pelo empreendimento 
sendo orçado) 
 Despesas bancárias Manutenção de veículos 
Mestre de obra Despesas de viagem Material de expediente 
Projetos Donativos e contribuições Material de limpeza 
Terrenos Encargos financeiros Multas 
Legalizações Promoções e brindes Pessoal de escritório e 
encargos sociais 
Demolições Pró-labore Engenheiro responsável 
(por todas as obras da 
empresa, por exemplo) 
 Seguros SINDUSCON 
 Impostos Taxas/anuidades 
 Telefones 
 
Como se pode observar, os custos diretos são de fácil determinação e contabilização, enquanto 
que com os custos indiretos ocorre o contrário. Para alocar estes custos indiretos (despesas 
administrativas, etc.) à obra, foi criado o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que tenta 
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através de equações matemáticas encontrar um índice que multiplicado pelo custo direto, 
fornece o preço de venda do imóvel já embutido o lucro desejado. 
2.13 Composição de preços e custos3 
Os preços e custos na construção civil, via de regra, são orçados por serviço e determinados 
segundo a produção de acordo com as composições unitárias. Estas composições, conforme 
os serviços, têm por unidade: m, m2, m3, homens-hora despendidos na execução do serviço, 
hora de máquina, etc. 
2.13.1 Composições de preços3 
Na construção civil, o preço é formado pelos custos diretos da execução, multiplicado por um 
índice, o IBDI (índice de Benefícios e Despesas indiretas), o qual engloba os custos indiretos 
associados a cada serviço. 
 
PREÇO = CD X IBDI 
 
2.13.2 Composição de custos unitários3 
O custo de cada serviço é composto segundo a quantificação e os custos da mão de obra, dos 
insumos, dos equipamentos e dos encargos sociais necessários à sua realização: 
CD = {MO + MT + EQ + ES} 
Onde: 
MO: valor representativo da mão de obra; 
MT: valor representativo dos insumos; 
EQ: valor representativo dos equipamentos; 
ES: valor representativo dos encargos sociais. 
Estes quantitativos são multiplicados por composições unitárias de insumos para a execução 
destes serviços. A soma dos produtos dos quantitativos por suas composições unitárias resulta 
no custo total do projeto. 
Assim, para a realização do orçamento, é necessário considerar: o quantitativo dos serviços, a 
composição unitária, o preço dos insumos e os encargos sociais (ou leis sociais). 
Para a definição dos custos unitários de produção, é necessário conhecer a produtividade da 
mão de obra e dos equipamentos, bem como a composição de insumos que compõem o 
serviço a ser realizado. 
Os custos unitários, então, são determinados com relação às unidades de serviço (m, m2, 
hectare, pontos elétricos, horas de mão de obra ou equipamentos, etc.). 
A composição de custo unitário geralmente tem os seguintes componentes: 
a) índice ou coeficiente de aplicação de materiais; 
b) índice ou coeficiente de produção ou aplicação de mão de obra; 
c) índice de aplicação de equipamentos com o seu custo horário; 
d) Preços unitários de materiais; 
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e) Preços unitários de mão de obra; 
f) Taxas de encargos sociais; 
g) Benefícios e despesas indiretas (BDI). 
 
2.13.2.1 Custos unitários de serviços3 
Os custos unitários podem ser relativos à produção (específicos para determinados serviços) 
calculados de acordo com as composições unitárias, ou ainda, representam valores estimativos 
do metro quadrado de construção (figura 15). 
Custo da obra
Orçamentos
Custos unitários de produção
Custo da obra
Estimativas ou avaliações
Custo unitário da construção
Composição
unitária
CUB
SINAPI
Custo Unitário Pini
 
Figura 15: Custos unitários de serviços 
Exemplo: 
Determinar o custo unitário do metro cúbico de concreto estrutural (15,0 Mpa) misturado em 
canteiro. 
Tabela 4: Exemplo. 
Discriminação Coef. Unid. Preço unitário (R$) Custo dos Custo da 
 Mat. M. O. materiais M.O. 
Areia 0,62 m3 53,00 ----- 32,86 ----- 
Brita 1 0,26 m3 56,00 ----- 14,56 ----- 
Brita 2 0,62 m3 55,00 ----- 34,10 ----- 
Cimento 6,8 Sc 20,00 ----- 136,00 ----- 
Servente 6,0 h ----- 3,99 ----- 23,94 
Encargos sociais 167,13 % ----- ----- ----- 40,01 
Custo parcial 217,52 63,95 
Custo do serviço 281,47 
 
2.13.2.2 Composição do custo da mão de obra3 
O custo unitário da mão de obra é calculado em função da produtividade do profissional 
envolvido e do custo horário deste profissional. 
Definindo ρ como a produtividade da mão de obra e p o custo a ser pago pela mão de obra, 
o custo horário da mão de obra é dado por: 
CU (MO) = ρ X pu 
 
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O custo total de mão de obra, por sua vez, é função do custo unitário calculado e da quantidade 
de serviço a realizar. 
Então, sendo S a quantidade de serviço a ser realizado e CT (MO) o custo total da mãode 
obra conexa a um dado serviço, tem-se: 
CT (MO) = CU (MO) X S 
Produtividade da mão de obra: É recomendável que cada empresa estabeleça, através de 
acompanhamento estatístico, a própria produtividade para cada serviço. Assim, dispondo de 
índices de produtividade próprios, é possível ter sob controle e domínio seu processo 
orçamentário, e assim conseguir que os desvios entre o custo orçado e o custo real sejam 
mínimos. 
Existem referências para a produtividade de serviços, tais como a TCPO (Tabelas para 
composições de preços para orçamentos - Ed. PINI), mas podem ocorrer diferenças 
substanciais entre os índices ali apresentados e os de cada empresa: os índices de 
produtividades podem variar de empresa para empresa, de região para região. 
A produtividade é a razão entre a quantidade de serviço a ser realizado e o número de horas 
necessário para realizá-lo. 
Assim: ρ = (quantidade de serviço) / horas 
Por exemplo: considere que, depois de acompanhada a execução de 300 m2 de reboco, foi 
registrado que o pedreiro demorou 51 horas para efetuar o serviço. 
A produtividade deste pedreiro, então, é de: 
ρ = (300 m2) / 51 horas = 5,88 m2/hora 
2.13.2.3 Composição do custo unitário de equipamentos3 
A composição de preços unitários de equipamentos segue uma metodologia distinta da mão de 
obra. Recomenda-se separar custos relativos a: 
 Pequenos equipamentos ou ferramentas; 
 Máquinas operatrizes; 
 Equipamentos de transporte. 
a) Pequenos equipamentos ou ferramentas: 
Pequenos equipamentos, tais como serras circulares manuais e plainas ou ferramentas tais 
como martelos, chaves de fenda e chaves de grifo são utilizadas durante todo o período da 
obra, ficando disponíveis para a realização dos diversos serviços. 
Considerando que são instrumentos de pequeno valor, e em geral não sujeitos aos custos de 
depreciação, pois são lançados contabilmente como despesa do exercício, recomenda-se que 
sejam considerados como custo indireto de obra, e consequentemente, englobadas pelo BDI. 
Assim, estes instrumentos não participam da composição de custos / preços unitários. 
b) Máquinas operatrizes: 
Como exemplo, tem-se os tornos, fresas e máquinas de solda topo. 
Os procedimentos quanto à alocação dos custos de operação, manutenção e depreciação são 
de dois tipos: 
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• Rateio entre os serviços que participarem; 
• Custo indireto da obra a ser considerado no BDI. 
c) Equipamentos de transporte: 
Como exemplo, tem-se: caminhões, guindastes, moto-niveladoras, gruas, etc. 
O orçamento dos custos destes serviços segue o mesmo modelo da mão de obra, em que: 
πE corresponde à produtividade do equipamento, e puE representa a composição do custo 
unitário. 
CU (EQ) = πE X puE 
A produtividade do equipamento é fornecida pelo catálogo do fabricante. Porém, há que se 
considerar a queda de produtividade propiciada pela utilização do mesmo. 
O preço unitário é função de composição onde são considerados: 
 Depreciação; 
 Juros sobre capital investido; 
 Seguros; 
 Reparos e manutenção; 
 Reposição de peças rodantes; 
 Manutenção de pneus; 
 Custos de operação; combustível, lubrificante e graxa; 
 Mão de obra de operação. 
Na tabela 5a é apresentado um modelo de cálculo de preço horário de equipamento, tendo 
como exemplo o caso de um caminhão. 
Em obras de grande duração, é recomendável apresentar ao cliente os preços de operação 
considerando horas paradas e horas operantes. Isto porque é comum o equipamento ficar à 
disposição do cliente, parado. 
Obs.: Quando sua empresa for alugar um equipamento de transporte de uma empresa 
especializada, você receberá pronto o custo total pelo número de horas. Mesmo assim, é 
importante verificar os custos reais, para pesar vantagens e desvantagens entre alugar o 
comprar seu próprio equipamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 5a: Composição de preço horário de equipamento Preenchimento em aula. 
Composição de preço horário de equipamento Caminhão MB LK - Basculante 5,0 m3 
Preço total da compra do equipamento: 
Preço de reposição dos pneus: 
Preço total da compra sem pneus: 
Valor residual depois de depreciado: 
Valor líquido para depreciação: 
Vida útil caminhão: 
Vida útil pneus: 
R$ ____.000,00 
R$ ____.000,00 
R$ ____.000,00 
R$ ____.000,00 
R$ ____.000,00 
10.000 hs 
1.000 hs 
Composição Hora operando Hora parado 
1. Depreciação, juros, seguros, etc.: 
a) depreciação = valor a depreciar / vida útil em horas = 
__________ / _________ 
 
b) Juros anuais (Rateio anual- juros do capital: 
Juros de ________% ao ano (taxa selic) 
Horas de trabalho anual estimadas em 2.000 h 
Rateio: (Preço Equip. X % Invest X Juros anuais) / horas 
de trabalho anual) = (_________ X 1,0* X ______) / 2.000 
* se for 1 equipamento, pago à vista 
 
2. Manutenção 
a) Reparos: % X preço sem pneus / vida útil em horas = 
(1,00* X _________) / 10.000 
b) Pneus: Custo de reposição / vida útil dos pneus em 
horas = ________ / 1.000 
* 1 quando for 1 equipamento 
 
3. Operação: custo horário X consumo horário 
a) combustível: R$ _____/l X 10 l/h 
b) Lubrificantes, etc.: 
 Óleo motor R$ ______ X 0,30 l/h = 3,60 
 Graxa R$ ______ X 0,05 = 0,5 
 Filtros R$ ______ X 0,01 = 1,0 
c) Mão de obra com encargos sociais de 127% 
 Operador: R$ _____/hora X 1,00* X 2,27 
 Auxiliar: ............................................. 
* quando for 1 operador 
 
4. Preço do aluguel horário 
a) somatório dos custos (Custo direto) 
b) BDI calculado em 42% (usual da empresa) 
c) Preço horário final 
 
Adotado 
 
A composição do preço horário de equipamentos também é contemplada pela TCPO. Em tal 
publicação, são apresentadas composições unitárias para vários equipamentos, bem como a 
metodologia utilizada para a elaboração das composições. 
Um exemplo de composição unitária para hora de equipamento é apresentado na tabela 5b. 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 5b: Composição de preço horário de equipamento. Fonte: TCPO 2003. 
 
2.13.2.4 Composição do custo unitário de materiais3 
A composição do custo dos materiais é função direta do respectivo consumo unitário do 
material (σ ) por unidade de serviço, tais como m/m, m2/m2 ou m3/m3. Este consumo unitário 
também é denominado de índice de consumo. 
CU (MT) = σ MT X pu MT 
Como exemplo, considere um traço de concreto em que a quantidade de brita 1 dosada 
equivale, em volume, a 0,654 m3 de brita por m3 de concreto. Assim, o consumo unitário desta 
brita corresponde a 0,654 m3/m3 de concreto. 
2.14 Encargos sociais3 
Encargos sociais são valores de impostos e taxas a serem recolhidos aos cofres públicos e 
calculados sobre a mão de obra contratada, bem como direitos e obrigações pagos diretamente 
ao trabalhador. 
Alguns destes índices são baseados em dados estatísticos ou critérios que podem sofrer 
variação no tempo, de região para região, em função da pluviosidade, propiciando diferença no 
percentual total de encargos. 
A metodologia comumente empregada para o cálculo de encargos sociais classifica estas taxas 
em cinco grupos: 
Tabela 6a 
Grupo A: Encargos sociais básicos 
Grupo B: Encargos sociais que recebem a incidência de A 
Grupo C: Encargos sociais que não recebem a incidência de A 
Grupo D: Taxas de reincidências 
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Grupo E: Dias de chuva e outras dificuldades (adotado) 
 
Tabela 6b 
Grupo A 
Encargos sociais básicos 
A.1 Previdência social 20,00%A.2 Fundo de garantia por tempo de serviço 8,00% 
A.3 Salário-educação 2,50% 
A.4 Serviço Social da Indústria (SESI) 1,50% 
A.5 Serviço Nacional de aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00% 
A.6 Serviço de apoio à pequena e média empresa (SEBRAE) 0,60% 
A.7 Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) 0,20% 
A.8 Seguro acidentes de trabalho (INSS) 3,00% (depende do 
grau de risco) 
A.9 Serviço social da indústria da construção e do mobiliário (Seconci) 1,00% 
Total Grupo A 37,80% 
 
Os encargos do grupo B são devidos a horas não trabalhadas, pagos diretamente ao 
empregado, relativo aos dias de repouso semanal, feriados, férias, 13º salário,além do auxílio 
enfermidade e da licença paternidade. 
Tabela 6c 
Grupo B 
Encargos sociais que recebem a incidência de A 
B.1 Repouso semanal e feriados 22,02% 
B.2 Férias 14,98% 
B.3 Auxílio-enfermidade 1,87% 
B.4 Licença paternidade 0,11% 
B.5 Licença maternidade 0,05 
B.6 13º salário 11,24% 
Total Grupo B 50,27% 
 
Tabela 6d 
Grupo C 
Encargos sociais que não recebem a incidência de A 
C.1 Depósito por despedida sem justa causa: 40% sobre [A2 + (A2XB)] 4,81% 
C.2 Aviso prévio indenizado 13,73% 
Total Grupo C 18,54% 
Os encargos relativos ao grupo D correspondem às reincidências dos encargos do grupo A 
sobre o grupo B. 
Tabela 6e 
Grupo D 
Taxas das reincidências 
D.1 Reincidência de A sobre B 19,0% 
Total Grupo D: 37,8% X 50,27% 19,0% 
 
Tabela 6f 
Grupo E 
Dias de chuva e outras dificuldades 
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E.1 Dias de chuva e outras dificuldades 1,5%% 
Total Grupo E 1,5% 
Percentual total dos encargos sociais (A+ B + C + D + E) = 127,11% 
2.14.1 Cálculos-base para o cálculo dos encargos sociais do grupo B: 
Para se obter os percentuais especificados no grupo B, são observados os seguintes 
procedimentos: 
Os encargos sociais são definidos em base anual relacionados ao número de horas 
efetivamente trabalhadas. O número de horas trabalhadas é obtido deduzindo do número total 
de horas disponíveis anuais o número de horas improdutivas. 
I) Cálculo do número de horas anuais disponíveis: 
 Horas de trabalho por semana = 44 h; 
 Horas de trabalho por dia = 44 / 6 = 7,3333h; 
 Semanas por mês = (365/12) / 7 = 4,3452; 
 Semanas por ano = 365 / 7 = 52, 1429; 
 Horas por semana, incluindo repouso = 7,3333 X 7 = 51,3331 h; 
 Horas por mês com repouso = 51,3331 X 4,3452 = 223,0526 h; 
 Horas disponíveis por ano incluindo repouso = 365 X 7,333 = 2.676,6545 h. 
II) Horas anuais indisponíveis: 
Os fatores que contribuem para a existência de horas não trabalhadas ou indisponíveis para o 
trabalho, legalmente, são devidos às seguintes situações: 
a) Repousos semanais remunerados e feriados 
É igual ao número de semanas por mês X horas de trabalho por dia X número de meses 
trabalhados (1 mês de férias) + horas de feriados 
Horas de repouso semanal remunerado = 4,3452 X 7,333 X 11 = 350,511 h. 
Feriados: pode-se considerar um total de 12 dias feriados por ano, 1 deles caindo num 
domingo. 
Horas não trabalhadas devido a feriados = 11 X 7,333 = 80,6663 h. 
Total de horas de repouso semanal e feriados = 431, 1773 h 
b) Auxílio-enfermidade 
Os primeiros 15 dias de afastamento por motivos de doença devem ser pagos pelo 
empregador. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), admite-se uma 
percentagem de ocorrência da ordem de 25%. Tem-se então: 
No de horas de auxílio-enfermidade = 7,333X 15 X 0,25 = 27,4999 h. 
c) Faltas justificadas 
Pode-se estimar o número de faltas consideradas justificáveis igual a cinco. 
No de horas não trabalhadas devido às faltas = 5 X 7,333 = 36,6665 h. 
d) Férias (30 dias) 
No de horas não trabalhadas devido às férias = 30 X 7,333 = 219,990 h 
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e) Licença paternidade 
São 5 dias de licença por ocasião de nascimento de filho. Admite-se um percentual de 50% de 
homens na faixa etária de 18 a 60 anos, com taxa de fecundidade de 3%. A proporção de 
homens, no total da mão de obra direta na construção é da ordem dos 98%. 
Então tem-se: 
Número de horas não trabalhadas devido a licença paternidade: 
[(5 X 0,03 X 0,98) / 0,5] X 7,33 = 2,156 h 
Obs.: A estatística diz que 50% dos homens no mundo estão na faixa etária de 18 a 60 anos. 
Na construção, 100% dos homens estão nesta faixa, então, temos que dobrar a taxa de 
fecundidade. Fazemos isto multiplicando a parcela por 2, ou dividindo por 0,5, como na fórmula 
acima. O mesmo raciocínio vale para a licença maternidade. O que muda é só a proporção na 
obra (homens 98% e mulheres2%). 
f) Licença maternidade 
São 120 os dias de licença devido à maternidade. Admite-se um percentual de 50%de mulheres 
na faixa etária de 18 a 60 anos, com uma taxa de fecundidadede 3%. A poporção de mulheres, 
no total da mão de obra direta na construção civil é estimada na ordem dos 2%. 
Então: 
120X [ 9 0,03X0,02) / 0,5 ] X 7,33 = 1,056 h 
O número total de horas indisponíveis é dado por: 
350,5112 + 80,6663 + 27,499 + 36,6665 + 219,999 + 2,156 + 1,056 = 718,5549 h 
HI = 718,5549 horas 
III) Horas efetivamente trabalhadas 
O total de horas efetivamente trabalhadas é obtido diminuindo do número de horas de trabalho 
anualmente disponíveis o número de horas indisponíveis. 
Horas disponíveis horas indisponíveis = horas trabalhadas 
HT = 2.676,6545 718,5549 = 1.958,0996 h 
2.14.2 Cálculo dos encargos sociais do grupo B 
B.1 Repouso semanal e feriados = 431,1773 / 1.958,0996 = 22,02% 
B.2 Férias = (219,999 / 1.958,0996) X 1,333 = 14,98% 
O acréscimo de 1/3 é dispositivo da constituição. 
B.3 Auxílio-enfermidade = 36,6685 / 1.958,0996 = 1,87% 
B.4 Licença paternidade = 2,1560 / 1.958,0996 = 0,11% 
B.5 13º salário = (30 X 7,3333) / 1.958,0996 = 11,24% 
 
2.14.3 Discussão da metodologia para o cálculo de Leis sociais 
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Entrevista com Maçahico Tisaka - Construção Mercado 63 - outubro de 2006. 
Fonte:http://www.piniweb.com/revistas/construcao/index.asp?MATE6_COD=19161&from=Corre
io+Pini 
Por que algumas despesas não devem figurar no BDI. Veja por que até órgãos públicos não 
observam a legislação: 
Por que empresas e órgãos da administração pública não cumprem a legislação sobre encargos 
sociais? 
Nestes últimos 20 anos houve mudanças significativas na legislação contábil, fiscal, tributária e 
previdenciária, mas a maioria dos órgãos e empresas do governo não se atualizaram no tempo, por 
inércia, comodidade ou até por conveniência. 
Que leis não são cumpridas por esses órgãos e empresas? 
São leis sociais obrigatórias, vários encargos sociais diretamente relacionados com a mão-de-obra de 
produção, determinadas por leis e outros resultantes de acordos sindicais, os quais têm força de lei, mas 
que não são respeitados pela maioria dos órgãos do governo quando elaboram seus orçamentos. 
Poderia dar um exemplo? 
Um é a Lei 7418/85 que obriga as empresas a fornecerem transporte aos seus empregados até o local 
do trabalho e vice-versa e o outro é a Norma Regulamentadora NR-18, aprovada pela Lei 6514/77, 
relativa ao EPI - Equipamentos de Proteção Individual e outras exigências de segurança e higiene do 
trabalho. A obrigatoriedade de fornecer o café da manhã e as refeições é resultante das Convenções 
Coletivas de Trabalho entre patrões e empregados em cada região de atuação dos sindicatos. 
Mas esses encargos não fazem parte do BDI? 
Não. No caso das refeições e transporte para os funcionários do escritório central, essas despesas 
estão computadas no rateio da Administração Central, uma vez que os mesmos não se referem a uma 
só obra, além do fato de serem realmente despesas indiretas e não custo de produção. É por issoque 
não devem ser destacadas como componente explícito no BDI. Fora esse caso específico, todos os 
custos de transporte, refeições, EPI e outros estão diretamente relacionados à mão-de-obra de 
produção e, portanto, são custos diretos e devem compor as taxas de encargos sociais com a 
denominação de Encargos Complementares de Mão-de-Obra. 
Existem outros custos compondo os Encargos Complementares de Mão-de-Obra? 
Depende do que for estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho da Região de atuação do órgão. 
Há casos em que no acordo é estabelecida a obrigatoriedade de inscrever o empregado da obra no 
Seguro de Vida em Grupo ou no Convênio de Saúde em grupo, e nesse caso deve ser calculada a taxa 
correspondente. 
Essas taxas de Encargos Complementares são fixas ou dependem de cada órgão ou região? 
Essas taxas podem variar conforme a região, pois dependem de parâmetros do mercado local e das 
condições específicas de cada empresa. Entretanto, para a uniformidade de procedimentos, costuma-se 
recorrer a dados estatísticos de cotação de preços e média dos valores vigentes. Por exemplo, no caso 
de transporte, costuma-se adotar uma viagem de ida e outra de volta em ônibus urbano (metrô só em 
algumas grandes cidades), embora haja empregados que tomam duas, três e até quatro conduções num 
único trajeto. No caso das refeições, não havendo fornecimento nos locais de trabalho, o valor é o do 
tíquete refeição, estabelecido no acordo sindical. De qualquer modo, cada empresa deve calcular as 
taxas com os seus custos específicos na hora de comparar com o apresentado pelo órgão. 
Como são calculadas essas taxas? 
Para cada tipo de taxa pode-se usar fórmulas específicas muito fáceis de serem utilizadas, bastando 
conhecer os parâmetros de preços médios do mercado e de piso salarial vigentes na região. 
Onde encontrar essas fórmulas? 
A revista Construção Mercado, da PINI (antiga Construção São Paulo), ciosa de sua responsabilidade 
como órgão de publicação técnica especializada, tem insistido desde o início da década de 1990 em 
colocar na Composição de Leis Sociais as fórmulas básicas para o cálculo de transportes, refeições, EPI 
e seguro de vida em grupo, para que cada órgão calcule as suas próprias taxas, pois os seus 
parâmetros dependem de cada região e de mercado. 
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 44 
Se são obrigados por lei, por que até hoje a maioria dos órgãos não cumpre as determinações? 
Existem várias explicações sobre isso: uma delas é a inércia natural dos órgãos públicos em se atualizar 
diante de sucessivas modificações que ocorrem na legislação brasileira. A outra é a preocupação dos 
agentes públicos responsáveis pela aprovação dos orçamentos de obras de que essa atualização legal 
possa vir a onerar seus custos de obra, o que no fundo se trata de um equívoco, pois esses itens saem 
das Despesas Indiretas da Composição Tradicional do BDI, para passarem a ser Custos Diretos de 
Produção. 
Explique melhor essa questão de Custos Diretos e de Despesas Indiretas. Não é a mesma coisa? 
A rigor são coisas diferentes. Quando falamos genericamente de custos, esses se referem aos custos 
de produção que podem ser diretos ou indiretos. Diretos são aqueles que se incorporam ao produto final 
ou a realização física da obra pronta, que pode ser uma edificação, estrada ou qualquer outro tipo de 
construção. Os custos indiretos são aqueles que são necessários para a realização do objetivo final, que 
são os serviços de apoio e de infra-estrutura como administração local, construção do canteiro de obras, 
mobilização e desmobilização, placas de obra etc. Portanto, embora indiretos, são custos e não devem 
ser confundidos com despesas indiretas que falarei a seguir. 
As despesas indiretas, como diz o próprio nome, são aquelas necessárias fora da fábrica, ou fora do 
local onde está sendo produzida, tais como, parte (rateio) das despesas de Administração Central, 
tributos, despesas financeiras, comerciais e o lucro, que são os principais componentes do BDI. Para 
maior clareza, quando falamos de custos, eles se referem à produção da obra e quando falamos de 
despesas, se referem ao BDI. 
Existe alguma penalidade para quem não cumpre essas leis? 
Sim. Não é difícil saber o que acontece com o órgão que deixar de cumprir qualquer lei. No caso de 
licitação pública o caminho pode ser a impugnação do edital ou processo judicial anulatório da licitação. 
Se o orçamento estiver devidamente identificado com a assinatura e o número de registro do Crea do 
profissional que o elaborou, conforme determina o art. 14 da Lei 5.194/66; e se houver omissões que 
prejudiquem os colegas de profissão, a responsabilidade poderá recair sobre ele e poderá ser punido 
por falta ética pelo Conselho. Se o orçamento apresentado numa licitação pública não for 
expressamente identificado por um profissional habilitado, a própria licitação poderá ser impugnada e 
até anulada, conforme o que estabelecem os artigos 12o e 15o da mesma Lei 5.194/66. 
Se forem considerados esses encargos complementares, como ficaria o total das taxas de Leis 
Sociais a serem aplicadas nos salários dos horistas? 
A PINI, pela sua equipe especializada, calculou para este ano uma taxa de 171,55%. O SindusCon-SP 
(Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), que se vale da assessoria técnica 
da Fundação Getúlio Vargas, calculou em 184,55% (julho 2006) e o Instituto de Engenharia estima em 
176,08% ( Regulamento do BDI - 30/08/04). Esses índices estão sendo revisados pelas equipes 
técnicas das três entidades com objetivo de uniformizar as taxas e poderão sofrer alguma variação para 
mais ou para menos. 
 
Maçahico Tisaka, é engenheiro, consultor de empresa e ex-presidente do Instituto de Engenharia, 
mtisaka@hotmail.com 
Construção Mercado 63 - outubro de 2006. 
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 45 
2.15.1 BDI Benefícios e despesas indiretas 
Esta seção é extraída com algumas adaptações do material-base para o capítulo 3 do livro de 
Jungles e Ávila (2006). 
2.15.1.1 Formação do BDI 
I) Importância do BDI 
O BDI - Benefícios e Despesas Indiretas, como o próprio nome diz, é um valor monetário que 
engloba o lucro bruto desejado sobre um empreendimento, o somatório das despesas indiretas 
incorridas, aí incluídos os tributos. 
O objetivo de determinar o BDI é calcular, de forma expedita, o preço de uma obra ou serviço 
em função dos custos diretos orçados, de forma a garantir a margem de lucro desejada. 
Preço = ( Custos Diretos ) 
Assim, no valor do preço será considerado, além do custo direto orçado, os custos 
administrativo e financeiro da empresa, o lucro desejado, o risco do empreendimento e os 
tributos incorridos. Esses outros custos, denominados de custos indiretos, estão aglutinados 
dentro do BDI. 
O BDI pode ser considerado sob duas óticas: como valor monetário e como índice. Este índice 
é aquele comumente denominado de BDI e destinado a simplificar o orçamento na obtenção do 
preço das propostas. 
Ao ser definido o preço por qualquer das duas óticas, como não poderia deixar de ser, o 
resultado final será o mesmo. 
O Preço, então, pode ser calculado em função do BDI e dos Custos Diretos de dois modos 
distintos, segundo apresentado nas equações abaixo, em que a primeira expressa o BDI como 
valor monetário e a segunda como índice: 
Preço = CD + BDI ou, Eq. 1 
Preço = IBDI× CD Eq. 2 
Dada a particularidade de cada empresa, é recomendado definir seu próprio índice. Esse índice 
pode ser distinto de obra para obra, variar segundo a composição dos tipos de serviços em 
carteira e, também, segundo o número de obras ou do volume de contratos disponíveis. 
É importante notar que, quanto maior for o número de obras e/ou serviçosem carteira, menor 
pode ser o valor do BDI, já que há maior número de contratos a suportar os custos fixos de 
administração da empresa, com expressão direta na sua competitividade. 
 Por outro lado, ocorrendo o crescimento da carteira de contratos e havendo a possibilidade de 
ser mantido o BDI, sem ocorrer perda de competitividade, tal procedimento propiciará um 
aumento significativo no lucro. Entretanto, esse lucro deve ser cuidadosamente acompanhado, 
pois atribuído a uma sazonalidade favorável do mercado. Tal fato pode ser interrompido devido 
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 46 
a possíveis mutações nas condições do ambiente externo à empresa e, mantido inalterado o 
BDI anteriormente praticado, decorrerá em perda de competitividade. 
 O aumento de lucro nas condições acima mencionadas ocorre quando, mantido constante o 
nível de recursos a ser despendido em custo indireto, a contribuição à estes custos realizada 
pelos diversos empreendimentos for superior às reais necessidades da empresa. 
Exemplificando. Em dado período, o montante dos custos indiretos praticado é de R$ 
110.000,00, rateado igualmente entre cinco obras. Então, a cada uma delas caberá a 
responsabilidade de contribuir com a importância R$ 22.000,00 para o seu cobrimento. Em 
período seguinte, conseguindo a empresa manter o nível dos custos indiretos, porém dispondo 
de uma carteira formada por oito obras e todas contribuindo com a mesma importância de 
quando a mesma era menor, tal procedimento permitirá obter um reforço de caixa no valor de 
R$ 66.000,00. 
Estando coberto o custo indireto pôr um grupo de obras já contratadas e sendo mantida a 
capacidade de produção, é possível a empresa elaborar propostas desconsiderando este tipo 
de custo na composição de seu BDI, situação que permite aumentar a sua vantagem. Esta, 
sem dúvida, é uma situação excepcional e devera ser efetuada e acompanhada com cuidado. 
O entendimento do fato anteriormente descrito e um permanente comportamento da evolução 
do mercado são de capital importância para o executivo, pois poderá haver impossibilidade de 
manter a mesma política comercial em épocas distintas. 
A todo aquele que participa seguidamente de processo licitatório, é recomendado dispor de um 
bom conhecimento do seu próprio BDI e da evolução do custo direto de cada obra ou serviço, 
pois, mantida a mesma tecnologia e atuando na mesma região, não há grande variação no 
custo direto das empresas que nela atuam. 
Havendo clareza no conhecimento mencionado no parágrafo anterior, é possível avaliar, com 
bastante aproximação, o valor do BDI das empresas concorrentes. 
Além dos custos acima comentados, a adequada apropriação contábil dos custos 
administrativos, fixos, favorece a realização do processo de acompanhamento e controle de 
evolução do próprio BDI. Nessas condições, a empresa dispõe de forte instrumento para 
acompanhar com efetividade o seu desempenho financeiro e consequentemente dispor de 
informações e dados necessários a elaborar um bom Plano Orçamentário. 
Do ponto de vista operacional, o que interessa é uma rápida informação quanto aos custos 
praticados. Assim, quanto mais rapidamente as áreas orçamentárias e gerenciais dispuserem 
de informações confiáveis sobre custos, mais efetivo será o processo decisório. 
Em épocas inflacionárias, como acontecia no Brasil antes de 1994, recomenda-se que a 
contabilidade de custos seja efetuada em moeda de poder aquisitivo constante e em tempo 
hábil. Esses procedimentos propiciam a implementação de um eficiente processo de avaliação 
de desempenho, o que pode refletir nas condições de sobrevivência da empresa. 
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Assim, aquele profissional que esteja informado sobre sua real condição de competitividade e 
desempenho, que saiba qual o ganho real esperado, sabe o limite de suas propostas de preço 
e a real possibilidade de sucesso nos contratos! 
II) Definição do BDI - Índice e do Mark up 
O BDI definido em forma de índice é obtido partindo do conhecimento dos custos diretos da 
empresa, do montante dos valores monetários dos benefícios desejados e das despesas 
indiretas praticadas ou orçados, devidamente reconhecidos. 
Como definido no item I, o preço de uma obra ou serviço pode ser composto pela soma de duas 
principais parcelas, do custo direto e do BDI Benefícios e Despesas Indiretas. 
Em expressão algébrica tem-se: 
Preço = Custo Direto + BDI Eq. 3 
Realizando a expressão do BDI em função do custo direto, define-se o índice k , denominado
 comercialmente de mark up, ou multiplicador que permite o estabelecimento do 
preço de um produto, sendo conhecido o seu custo de aquisição. 
Então, 
BDI = k × CD ∴ k = BDI em que k = Mark up Eq. 4 
 CD 
 
Passando à demonstração da obtenção BDI e, levando este em função de k na equação do 
preço, fica demonstrado como se obtém o BDI, sob a forma de índice, em função do custo 
direto e expresso em porcentagem deste custo. 
 
Preço = CD + k CD Preço = ( 1+ k ) CD, Eq. 5 
 
Denominando (1 + k) de IBDI, fica demonstrada a origem do BDI caracterizado como índice. 
Desta forma, o BDI é definido como índice e expresso em porcentagem do custo direto, o que 
facilita a definição de um preço ou produto de engenharia. 
 
IBDI = ( 1 + k ) Eq. 6 
 
II.a) Lei de formação do BDI 
 
Conhecida a relação existente entre os dois modos de expressar o BDI, Eq. 1 e Eq. 2, a etapa 
seguinte é a demonstração da metodologia da composição e da obtenção do benefício e 
despesas indiretas, BDI, de uma empresa. 
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Para a demonstração desta metodologia é importante o reconhecimento, passo a passo, da 
forma de como se pode chegar a obter o índice, IBDI. Primeiro deve-se calcular o valor 
monetário, BDI, e posteriormente obter o valor do índice, IBDI segundo o demonstrado no item 
II. 
O BDI expresso em termos de valor monetário é instrumento gerencial de domínio interno da 
empresa. Expresso como índice, serve como parâmetro a ser utilizado pelas áreas fins no 
estabelecimento de preços e que poderá ser especificado em contratos. 
Para o gerenciador de projetos, é importante o reconhecimento de que a contabilidade e a área 
jurídica podem contribuir para o seu trabalho como fontes fornecedoras de informações. A 
primeira, como detentora da apropriação final e fonte fidedigna de informação dos custos 
praticados pela empresa, principalmente aqueles relativos à despesas indiretas. A segunda, 
como conhecedora e intérprete da legislação tributária que especifica as obrigações legais a 
serem recolhidas aos tesouros dos municípios, estados e da União. 
Além disso, estas informações e obrigações legais, no Brasil, costumam ser alteradas de um 
exercício fiscal para outro e o gerenciador de projetos deve estar atento quanto ao impacto que 
alterações causam no valor dos contratos e, consequentemente, na mutação dos valores dos 
BDI s praticados. 
O BDI, Benefícios e Despesas Indiretas, podem ser formados e considerados como função do 
somatório de quatro principais variáveis, a saber: 
 custo indireto CI; 
 o valor do risco calculado para o empreendimento VR; 
 o montante do lucro desejado - ML ; 
 impostos a serem recolhidos aos poderes públicos IMP. 
O modelo a seguir define a expressão para obtenção do valor monetário do BDI em função de 
suas principais variáveis: 
BDI = ( CI + VR + ML + IMP ) Eq. 7 
Cada variávelapresentada na equação acima, por sua vez, pode ser subdividida em outras 
variáveis cujo tratamento é distinto quanto à metodologia de obtenção do valor correspondente 
a cada uma delas. Algumas destas podem ser calculadas diretamente a partir de dados 
disponíveis. Outras, por meio de algum método de rateio. 
Especial cuidado deve ser atribuído à definição dos impostos. A inadequada avaliação da 
metodologia do seu cálculo pode influir na redução de lucros esperados e na competitividade da 
empresa. Primeiro, pôr subestimar os impostos inclusos no BDI e acarretando uma redução do 
lucro ao ter de recolher, futuramente, imposto em valor superior ao previsto. Segundo, pôr 
superestimá-los e resultar na prática de preços fora da realidade de mercado. 
Nos itens seguintes, serão analisadas cada uma das variáveis acima descritas e a forma de 
como podem ser decompostas e definidos os seus respectivos valores. 
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II.b) O Custo Indireto. 
Participa da formação do custo indireto o seguinte grupo de custos: 
 Custos gerais de administração do processo CGP; 
 Custos gerais de administração da empresa CGA; 
 Custos financeiros vinculados ao capital de giro - CFI; 
 Custos de manutenção, depreciação, operação e reposição CMR; 
 Custos de comercialização, propaganda e promoção de vendas CMV. 
O montante dos custos indiretos pode ser efetuado com a utilização da expressão abaixo, cuja 
definição e forma de obtenção de cada termo é realizada em segmento. 
CI = CGP + CGA + CFI + CMR + CMV Eq. 8 
a) CGP = Custos Gerais de Administração do Processo 
Os custos gerais de administração do processo englobam despesas administrativas realizadas 
diretamente na obra, os custos de cartas de garantia ou caução dada por bancos, às despesas 
relativas ao processo de medição, cobrança e acompanhamento de documentos fiscais, o 
controle administrativo do canteiro e do almoxarifado de obras, o serviço de cozinha e 
transporte de pessoal, o serviço de vigilância e o pessoal lotado em serviços de manutenção e 
oficinas sob responsabilidade do canteiro, etc. 
Podem, também, ser consideradas neste item alguma despesa vinculada à estrutura de apoio, 
tais como engenheiros de suporte à obra, os integrantes da estrutura de compras lotados na 
sede da empresa e escritórios de apoio, desde que vinculados e destinados a atender, 
exclusivamente, determinado contrato. 
Pelo exposto, fica visível que estas despesas são de cunho indireto, porém especificamente 
vinculadas a determinado empreendimento e, em termos de despesa, tem comportamento 
variável segundo a mutação da carteira de contratos disponíveis pela empresa. 
b) CGA = Custos Gerais de Administração da Empresa 
Os custos apropriados neste grupo dizem respeito à administração central ou superior da 
empresa e que ocorrerão independentemente do tamanho da carteira de contratos da empresa, 
mantida a mesma capacidade de produção. 
Nestes custos estão apropriados todos os custos indiretos, fixos ou variáveis, relativos à 
administração da empresa. Como exemplo: o salário de diretores, de pessoal técnico e 
burocrático vinculados ao quadro permanente da empresa, os encargos sociais conexo a esse 
pessoal, despesas administrativas e de representação, aluguel de sede e almoxarifados, 
despesas com serviços públicos, etc.. 
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Cada contrato, então, deverá contribuir para a amortização desses custos e que deverão ser 
rateados atendendo algum critério objetivo. No item IV será discutida a questão de rateio. 
No caso da empresa ter apenas uma obra ou um contrato, este deverá suprir a totalidade dos 
fundos necessários à cobertura das despesas apropriadas sob a rubrica Custos Gerais de 
Administração da Empresa. 
Porém, quando a empresa dispõe de uma carteira de contratos, é recomendado que os custos 
gerais de administração da empresa sejam rateados pelos diversos contratos em andamento. 
Na indústria da construção civil, como todo contrato tem um tempo determinado para a 
contribuição à conta CGA, é recomendável que a cada nova proposta seja revisto o rateio 
desses custos e a avaliação de sua devida contribuição aos contratos futuros. 
No item IV o assunto será analisado em maior detalhe, explorando a situação do curto prazo. 
Isto é, partindo da premissa que a empresa deseja manter intacta a sua capacidade de 
produção e, em decorrência, o nível dos custos gerais de administração que vem incorrendo. 
c) CFI = Custos financeiros 
Os custos financeiros são caracterizados como aqueles a serem pagos pela utilização de 
capital de giro necessário à realização do empreendimento. 
Esse capital de giro pode abranger o total dos custos diretos e dos custos indiretos vinculado ao 
empreendimento, segundo o interesse da empresa. 
Uma abordagem quanto à definição dos custos financeiros é considerá-los como o montante do 
valor monetário a ser efetivamente pago a instituições financeiras pelo capital delas tomado. 
Outra abordagem é considerá-lo como a remuneração do capital dos acionistas, expresso no 
Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial. 
As duas abordagens comentadas são situações limite, sendo muito provável que o capital de 
giro disponível para a execução de um empreendimento seja oriundo das duas fontes citadas. 
Nessa situação, a recomendação é efetuar o cálculo dos custos financeiros utilizando a média 
ponderada dos custos inerentes a cada fonte de capital utilizada pela empresa. 
Além desses, é importante levar em consideração o tempo que a empresa deverá financiar o 
capital de giro, a ocorrer entre a incidência dos custos necessários a sua realização e a 
quitação dos mesmos pelo contratante. 
Neste estudo, os custos financeiros são aqueles inerentes a cada contrato. 
Havendo necessidade da empresa em incorrer em custos financeiros para cobrir as despesas 
gerais de administração, há que se analisar a viabilidade da existência da mesma como 
entidade produtiva. 
 
 
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d) CMR = Custos de manutenção, depreciação, operação e reposição 
Este grupo de custos refere-se a manutenção, operação e reposição de estruturas físicas de 
apoio, de equipamentos não considerados na composição de custos unitários e de 
equipamentos de uso transitório. Estes custos podem representar um valor expressivo e 
recomendável sua consideração na composição do BDI. 
No caso de equipamentos utilizados na realização de serviços, o mais interessante é que as 
despesas constantes deste grupo integrem a composição dos custos unitários. 
e) CMV = Custos de comercialização, propaganda e promoção de vendas 
Este grupo de custos abrange as despesas com o processo de comercialização, de propaganda 
e de promoção de vendas inerentes ao empreendimento. 
Dois aspectos devem ser observados de forma específica nas despesas com propaganda. 
Àquelas referentes à promoção institucional da empresa e as referentes a um determinado 
empreendimento. 
Quando se tratar de despesas com propaganda institucional, o procedimento recomendado é 
distribuir esses custos, proporcionalmente, entre os contratos em carteira. Além disso, esse 
valor é, usualmente, provisionado como um percentual do faturamento ou do lucro da empresa. 
A despesa necessária à comercialização, propaganda ou de promoção de vendas inerentes a 
empreendimento específico, deve ser lançada no custo deste empreendimento, integralmente. 
No caso da construção residencial, quando é comum serem as vendas efetuadas através de 
corretores de imóveis, os custos em questão são calculados como porcentagem do valor global 
dobem. O tratamento a ser dado para que não ocorra redução de lucro é semelhante ao caso 
dos tributos incidentes sobre o faturamento, podendo mesmo ser considerado como tal. 
Este último caso reflete a situação de qualquer comissão ou pagamentos incidentes sobre 
serviços contratados. 
II.c) Valor de Risco VR 
Na construção, o risco deve ser quantificado em termos monetários, visando dispor a empresa 
de capital para a cobertura de eventual sinistro. E, evitar sua descapitalização caso lhe seja 
atribuída culpa em alguma eventualidade. 
O valor de risco pode, então, ser considerado como uma importância a ser paga pelo prêmio de 
um seguro efetuado com o objetivo de garantir a cobertura de perdas devido a possíveis 
acidentes, inadimplemento ou atraso contratual. 
Pode, também, ser apropriado como o custo direto previsto para cobrir prejuízos causados por 
eventuais danos a propriedades vizinhas ao empreendimento, a exigências da legislação 
ambiental ou a suspensão de faturamento por motivo de chuva ou imprevistos do gênero, 
quando não cobertos por seguro. 
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A escolha entre um ou outro procedimento é de política gerencial. No primeiro caso, a empresa 
contrata um seguro visando ressarcir custos eventuais com acontecimentos que a induzam a 
incorrer em despesas extraordinárias não previstas nos custos diretos. No segundo, assume 
como possível a ocorrência dessas mesmas despesas e as rateia dentro dos preços de um 
contrato. 
II.d) Montante de Lucro ML 
O montante de lucro consiste no valor do benefício a ser auferido pela empresa proveniente da 
realização de um contrato ou empreendimento. 
O valor em causa normalmente é calculado sobre o somatório dos custos diretos, dos custos 
indiretos e da margem de risco, pois são estes os valores movimentados e trabalhados pela 
empresa para o cumprimento de seus fins. 
Após definida uma margem de lucro, isto é, a porcentagem de ganho que a empresa deseja 
obter pelo capital ou custos a serem movimentados, esta é multiplicada pelo somatório dos 
recursos já mencionados, o que permite obter o montante do lucro, o benefício a ser auferido. 
Pelo exposto, matematicamente, o cálculo do lucro ML é efetuada pela seguinte expressão: 
ML = µ ( CI + CD + VR ) Eq. 9 
A margem de lucro µ é definida, então, como um percentual incidente sobre o somatório dos 
custos diretos, dos indiretos e do valor de risco. 
A empresa, antes de definir o montante do benefício a ser alcançado e expresso em valor 
monetário, usualmente define um percentual ou margem de ganho desejado sobre os seus 
serviços ou empreendimentos. E, essa margem, é a utilizada como medida e meta de 
desempenho dos contratos e da empresa. 
Considerando que µ caracteriza a margem de lucro desejada, após a dedução dos custos de 
produção, administrativos e tributos do faturamento esperado, ela compatível com a taxa de 
mínima atratividade da empresa. 
II.e) Tributos 
Sob o conceito de tributo, estão considerados os impostos, taxas e contribuições devidas aos 
fiscos da União, estados e municípios. 
Havendo inabilidade gerencial na avaliação da incidência dos tributos sobre o faturamento e 
sobre o lucro, poderá ocorrer o pagamento de tributos em valor superior ao efetivamente devido 
ou previsto, bem como o recebimento de importâncias inferiores às esperadas, dado a 
incidência de recolhimento na fonte. 
Estas situações deverão ser previstas durante a fase de elaboração das propostas, visando 
inibir a frustração dos lucros esperados. 
Os tributos incidentes sobre os serviços de engenharia podem ser agrupados em três principais 
categorias: 
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 Tributos Incidentes sobre o Lucro; 
 Tributos incidentes sobre o faturamento; 
 Encargos Sociais. 
Nesta seção são analisados os dois primeiros, sendo os Encargos Sociais analisados em seção 
anterior. 
O recolhimento dos tributos varia segundo a legislação federal, estadual e municipal. 
A legislação federal estabelece o maior número de tributos incidentes sobre a indústria da 
construção civil, tendo por base de calculo dos impostos o lucro e o faturamento e, de formas 
diversas. Todos estão discriminados nos item nesta seção. 
Quanto ao fisco estadual, os impostos considerados são o IPI - Impostos sobre Produtos 
Industrializados e o ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Como as 
empresas de engenharia são enquadradas como consumidores finais, estão dispensadas do 
recolhimento deste tributo sobre seus serviços e empreendimentos. 
No caso do fisco municipal, é comum a legislação definir alíquotas de contribuição distintas 
para serviços em que haja fornecimento de materiais e mão de obra ou, somente, de mão de 
obra. Além disso, essas alíquotas variam de um município para outro. 
Deste modo, recomenda-se verificar, antes da apresentação de qualquer proposta de preços, 
qual a alíquota praticada, já que o tributo é devido ao município onde o serviço será prestado. 
O perfeito entendimento da mecânica e da influência contábil de cada tributo é importante para 
a avaliação gerencial do engenheiro no estabelecimento de preços. Isto porque, é comum 
ocorrer a frustração do lucro desejado dado o desconhecimento da mecânica de cálculo dos 
impostos e da forma de definir, claramente, o valor monetário da base de cálculo que servirá de 
ponto de partida para o cálculo de imposto devido. 
A lei de formação do BDI, Equação 7, mostra que ele é função de quatro variáveis principais, 
em que os impostos são a quarta variável da expressão. 
BDI = ( CI + VR + ML + IMP ) (Eq.7) 
Para o cálculo do preço, uma das abordagens é estabelecer todos os custos que contribuem 
para sua formação, a partir dos quais poderá ser definido o montante, em valor monetário, dos 
impostos a serem recolhidos e, após, leva-los à equação do BDI como acima expressa. 
Há, porém, um procedimento mais expedito de calcular a influência dos impostos na 
composição do BDI e que dispensa o conhecimento do montante dos impostos. 
Este procedimento prevê a majoração de dois fatores: 
a) da taxa de lucro desejada, devido à influência dos impostos incidentes sobre o lucro 
da empresa; 
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b) e, do IBDI a ser utilizado no cálculo final dos preços, visando considerar tributos 
incidentes, diretamente, sobre o faturamento. 
A abordagem a ser desenvolvida para a definição do BDI e, consequentemente, do IBDI é a que 
prevê a majoração tanto da taxa de lucro como a majoração do IBDI, definido este como IBDI 
líquido. Utilizando esta abordagem, é dispensável o conhecimento antecipado do montante dos 
tributos a serem devidos, o que facilita o trabalho gerencial. 
O fisco faz distinção entre os conceitos de faturamento e receita. 
No estudo em pauta, será utilizado o conceito faturamento, já que ele decorre da 
contraprestação de um serviço, pois razão do objeto social das empresas de engenharia. Além 
disto, o faturamento é função do BDI praticado e, um número expressivo de tributos, o tem 
como base de cálculo. 
Receita, por sua vez, é entendida como todo e qualquer ganho que contribui ao caixa, a 
exemplo da venda de algum bem integrante do ativo imobilizado ou proveniente de aplicação 
financeira e sobre ela não incide diversos dos tributos como no caso do faturamento. 
2.15.1.2 Influência dos Tributos no BDI. 
Neste item serão apresentados os principais impostos e taxas a serem considerados na 
definição do IBDI e, portanto do BDI, sob pena de, havendo uma avaliação deficiente de suas 
incidências, frustrar a realização de lucro no montante desejado,como já comentado. 
O princípio estabelecido e que permitirá o entendimento do procedimento a seguir realizado, é 
que a empresa tem por objetivo manter a lucratividade - µ, incidência de tributos. 
Em outras palavras, a margem de lucro estabelecida como objetivo empresarial será mantida, 
após ocorrer o devido recolhimento de todos os tributos. 
Dois são os principais grupos de tributos a serem analisados: 
 Tributos incidentes sobre o lucro; 
 Tributos incidentes sobre o faturamento. 
Como já citado, a metodologia utilizada por facilidade de procedimento, nos dois casos em 
pauta é a que efetua a majoração da margens de lucro e do IBDI devido, respectivamente, aos 
tributos incidentes sobre o lucro e aqueles incidentes sobre o faturamento. 
I.a) Majoração da Margem Líquida µL 
A metodologia proposta, no caso, é a de estabelecer duas margens de lucro. 
A primeira, denominada de margem de lucro líquido - µL , é definida como sendo aquela 
estabelecida pela empresa como meta a ser atingida devido a contra prestação de seus 
serviços e expressa em termos percentuais. 
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É importante ressaltar, que a µLÍQUIDA exprime a margem de lucro liquido esperado, após o 
desconto de todos os impostos e taxas incidentes sobre o lucro e sobre o faturamento, sendo 
compatível com a taxa de atratividade arbitrada pela administração da empresa. Então: 
µL = (µ , CS , IR) 
A segunda, denominada de margem de lucro bruto - µ, obtida a partir da fixação da primeira, 
porém majorada, devido à influência dos tributos incidentes sobre o lucro. 
Esta margem bruta é aquela a ser adotada nos procedimentos propostos para o cálculo do BDI, 
em que L corresponde ao total das alíquotas incidentes sobre o lucro. 
 
O denominador da expressão da margem bruta ( 1 - L ) é definido como o fator de majoração 
da margem líquida, µL , estando nele considerado as alíquotas dos dois impostos incidentes 
sobre o lucro. 
Se houvesse apenas o Imposto de Renda incidindo sobre o lucro, a expressão acima poderia 
ser utilizada na forma como exposta na Eq. 10, quando L seria idêntico a IR. 
No Brasil, porém, dois são os impostos incidentes sobre o lucro: a Contribuição Social e o 
Imposto de Renda. E, conforme estabelece a legislação específica, o Imposto de Renda é 
descontado do lucro do exercício após o abatimento da Contribuição Social. Noutras palavras, 
estes tributos não são cumulativos. 
Dado este fato, o fator de majoração da margem líquida a ser adotado é função do produto das 
alíquotas estabelecidas para ambos os tributos. 
Adotando como nomenclatura: IR para a alíquota do Imposto de Renda e CS para a 
Contribuição Social e não sendo cumulativo o desconto dos dois tributos citados, o fator de 
majoração da margem passa a ter a seguinte expressão: 
( 1 - L ) = ( 1 - IR ) ( 1 - CS) Eq. 11 
Então, a margem de lucro bruta a ser utilizada no cálculo do IBDI, é obtida levando o resultado 
da expressão da Eq. 11, na Eq 10. Deste modo: 
 Eq. 12 
Analisando a expressão acima, é fácil concluir que µ > µL pois a expressão em denominador é, 
necessariamente, menor que 1. Por isso a expressão é denominada de fator de majoração da 
margem de lucro. 
 
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I.b) Majoração do IBDI 
De forma similar à abordagem adotada para o tratamento da margem de lucro, idêntico 
procedimento pode ser efetuado para a consideração da influência dos tributos incidentes sobre 
o faturamento. 
Neste caso, o IBDI já deve ter sido calculado. Porém, o recomendado é não utilizar o valor 
obtido, diretamente, no estabelecimento do preço, dado ainda não terem sido considerados os 
tributos cuja base de cálculo é o faturamento. 
Anteriormente comentado, o princípio financeiro adotado é manter a margem de lucro 
estabelecida, µ, que se deseja manter inalterada após a dedução de todos os tributos devidos e 
das despesas incorridas. 
O objetivo, deste modo, é garantir que o faturamento disponível da empresa seja mantido 
segundo o desejado ou planejado, após o recolhimento dos tributos incidentes sobre o valor 
total de cada nota fiscal, valor este denominado de preço. 
Desta forma, a metodologia em consideração propõe a adoção de um I*BDI definido como 
valor líquido e um IBDI definido como valor bruto. 
Adotando, como nomenclatura: IBDI, ou Índice bruto, como o índice de BDI a ser utilizado na 
definição final do preço; I*BDI , definido como o índice líquido, calculado antes da consideração 
dos tributos incidentes sobre o faturamento; e F representando o somatório das alíquotas 
relativas a todos os impostos incidentes sobre o faturamento; o índice a ser utilizado na 
definição do preço é: 
Eq. 13 
Ressalta-se que este IBDI, é o índice a ser adotado na definição do preço dos produtos. 
A expressão ( 1 - F ) é definida como o fator de majoração do faturamento e referente, 
unicamente, aos impostos incidentes sobre o mesmo, sendo o fator que relaciona o índice do 
BDI bruto com o do líquido. 
A legislação brasileira considerara a indústria da construção civil como consumidores finais, não 
recolhendo tributo sobre o valor agregado de seus produtos. 
Assim, os tributos analisados são aqueles incidentes sobre o total da prestação de serviços, 
podendo ou não serem retidos na fonte. Assim sendo, tributos como o IPI, de atribuição da 
União e o ICMS, dos estados, não serão considerados para fins de cálculo formação do BDI, 
pois não são incidentes em serviços de engenharia, havendo ou não fornecimento de materiais. 
 
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II.a) Tributos Incidentes Sobre o Lucro. 
Neste item é demonstrada a metodologia de tratamento dos tributos incidentes sobre o lucro, 
quando foi adotado o regime de tributação baseado no lucro real. 
Dois são esses impostos e devidos ao fisco federal. 
• a Contribuição Social; 
• o Imposto de Renda. 
Antes de analisar qual a alíquota do Imposto de Renda e da Contribuição Social a que esta 
sujeita a empresa, há que se conhecer qual o regime que ela adota para recolher esses 
tributos. Se os recolhe tendo por base de cálculo do imposto o lucro real ou o lucro presumido. 
No primeiro caso, a empresa recolhe o tributo após ter apurado o lucro do exercício. 
Neste caso, a metodologia apresentada recomenda que seja majorada a margem de lucro, µ. 
No segundo caso, o recolhimento é efetuado apuração trimestral tendo como base de cálculo a 
receita bruta, havendo a presunção de que uma porcentagem fixa, dessa receita seja 
convertida em lucro. 
Considerando que a análise em pauta visa a definição do BDI e a receita em consideração 
deriva dos serviços da empresa, isto é, o faturamento, então, o valor do Imposto de Renda 
incidente sobre o faturamento é dado pelo expressão: 
IR = IR Faturamento 
Assim, no caso da empresa ter optado pelo regime do lucro presumido, o Imposto de Renda 
pode ser tratado como um tributo incidente sobre o faturamento a ser tratado mais adiante. 
Especialistas em tributação têm alertado para haver precaução quando da opção do Imposto de 
Renda sob o regime de lucro presumido, pois, sendo alto o nível de despesa da empresa, o 
recolhimento deste tributo com base no lucro real pode ser inferior ao do lucro presumido. 
Atualmente, a pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo lucro real, poderá optar 
pela tributação com base no lucro presumido. 
O critério estabelecido para essa opção é definido no Regulamento do Imposto de Renda de 
1999, em seu Art. 516.: A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano -calendário anterior, 
tenha sido igual ou inferior aquarenta e oito milhões de reais, ou a quatro milhões de reais 
multiplicado pelo número de meses de atividade no ano - calendário anterior, quando inferior a 
doze meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido (Lei n.º 
9.718, de 1998, art. 13). (o limite passou ser 48.000.000,00 a partir de1o de janeiro de 2003). 
A receita bruta das vendas e serviços, segundo o fisco, compreende o produto da venda de 
bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido 
nas operações de conta alheia. 
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Há, porém, que se considerar que na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os 
descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente 
do comprador ou contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja 
mero depositário. 
a) A Contribuição Social. 
Ao ser considerada a influência desta contribuição, deve ser constatado qual o regime de 
tributação e a respectiva base de cálculo que a empresa optou junto à Receita Federal. 
Especificando, se a empresa tem a obrigatoriedade de recolher o Imposto de Renda e a 
Contribuição Social tendo como base de cálculo do tributo o Lucro Real ou o Lucro Presumido. 
No caso da base de cálculo ser o Lucro Presumido (LP), a assunção deste regime deve, 
anteriormente ao exercício fiscal corrente, ser participado à Receita Federal, sendo a base de 
cálculo do imposto a receita bruta presumida e o seu recolhimento efetuado, durante o 
exercício fiscal. 
Nesse regime de tributação pelo Lucro Presumido, a Contribuição Social incide, 
exclusivamente, sobre a receita bruta. Este assunto é tratado no item 3.2.2 Impostos 
Incidentes Sobre o Faturamento. 
A diferença característica entre o regime de Lucro Presumido e o regime do Lucro Real, é a 
freqüência de recolhimento dos impostos, o lucro. No primeiro caso, os impostos são recolhidos 
trimestralmente (a apuração do IR pelo LP passou a ser trimestral a partir de 1º de janeiro de 
1997) tendo por base de cálculo uma estimativa do faturamento futuro. No segundo, após a 
efetiva apuração do resultado do exercício fiscal, podendo ser recolhido, parceladamente, 
dentro do exercício seguinte ao da apuração. 
Sendo a base de cálculo do tributo o lucro real, o imposto será pago sobre o lucro apurado, isto 
é, após o desconto das despesas operacionais, das taxas e dos impostos do montante do 
faturamento auferido no exercício e demonstrado no respectivo balanço social. 
A tabela I Contribuição Social, fornecida pela Receita Federal, apresenta as alíquotas 
estabelecidas para cada regime de apuração e a respectiva base de cálculo. 
 
Tabela I Contribuição Social 
Apuração do I.R Base de Cálculo Alíquota 
Lucro Presumido 12% da Receita Bruta 8,00% da Base de Cálculo 
Lucro Real Lucro Bruto 9,00% da Base de Cálculo 
 Fonte: RIR/99 
b) O Imposto de Renda. 
O Imposto de Renda é calculado tendo como base de tributação o Lucro Bruto, denominado 
pela Receita Federal de Lucro Real, obtido após serem descontados do faturamento, todas as 
despesas efetuadas pela empresa, taxas, impostos e contribuições devidas. 
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O contribuinte somente estará obrigado apagar o IR caso apure lucro real positivo, indicador de 
renda tributável. 
O recolhimento deste imposto varia segundo alíquotas definidas pela Receita Federal, sendo 
importante ter o cuidado de, a cada exercício fiscal, verificar se as alíquotas a serem praticadas 
no exercício seguinte permaneceram as mesmas do exercício anterior. Caso contrário, sua 
influência na expressão do BDI deve ser reconsiderada. 
A legislação brasileira permite que, havendo alteração na legislação fiscal, haja alteração dos 
contratos, sendo possível a repactuação tanto em contratos firmados com a administração 
particular como a administração pública. 
Para calcular a incidência do Imposto de Renda, um primeiro cuidado a verificar é qual o correto 
enquadramento da empresa junto ao fisco federal para fins de estabelecimento da base de 
cálculo deste tributo. 
É importante notar que, mesmo havendo o recolhimento do Imposto de Renda sobre o Lucro 
Real, a Contribuição Social também incide, e prioritariamente, sobre este Lucro, conforme o 
especificado na tabela acima. 
Por facilidade de definição da influência do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o 
BDI, este pode ser calculado, diretamente, sobre a margem de lucro (%) desejada. 
Sendo, como já definido: µLiquida como a margem líquida definida como meta da empresa; µ 
sendo a margem bruta e a ser utilizada não calculo do BDI; TL equivale ao somatório das 
alíquotas dos tributos incidentes sobre o lucro. No caso, o Imposto de Renda - IR e a 
Contribuição Social - CS; LL, o Lucro Liquido, definido como o valor do lucro após descontado o 
Imposto de Renda e a Contribuição Social; e, LB, representando o Lucro Bruto, antes do 
desconto do Imposto de Renda e da Contribuição Social. 
A margem líquida é calculada diminuindo da margem bruta o Imposto de Renda e a 
Contribuição Social devidos. A demonstração da influência desses tributos sobre a margem de 
lucro pode ser efetuada a partir das respectivas alíquotas. Deste modo, tem-se: 
µ = ( µ Liquida , IR , CS ) 
µLiquida = µ ( IR + CS ) 
µLiquida = µ TLµ ∴ µLiquida = µ ( 1 - TL ) 
Eq. 14 
Considerando, então, a equação da Margem de Lucro: 
ML = µ ( CI + CD + VR ) Eq.15 
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Efetuando a devida substituição, é obtida a expressão da Margem de Lucro considerando a 
influência dos tributos que incidem sobre o lucro e mantendo a margem estabelecida como 
meta. 
Eq.16 
Através da Eq. 16, é possível calcular o Montante do Lucro expresso em valor monetário, em 
função da margem líquida estabelecida, conhecido o fator de majoração da margem líquida. 
Tabela II - Alíquotas do Imposto de Renda 
Enquadramento Base de Cálculo Alíquota Excesso 
1. Firma 
Individual 
Desconta o imposto diretamente na fonte pagadora, na mesma forma 
que a pessoa física, segundo a tabela progressiva mensal. 
2. Sociedade Civil ou Limitada 
a) Lucro Real Lucro Real (exercício 
anterior) 
15% até R$ 
20.000,00 X 
nº de meses 
+ 10% sobre o excesso. 
b) Lucro 
Presumido 
 
b.1. Caso 
Serviço 
32% da Receita Bruta 
quando for só mão de 
obra ( pode ser reduzido 
para 61% quando o valor 
da receita bruta anual não 
ultrapasse R$ 120.000,00. 
15% + 10% sobre a parcela do 
lucro presumido que 
exceder de R$ 60.000,00 
(3X R$ 20.000,00) no 
trimestre (ou R$ 
20.000,00 X nº de 
meses). 
b.2. - Empreitada 3% da Receita Bruta do 
mês. 15% 
Acima de R$ 20.000,00 
incide 10% sobre o 
excesso 
Fonte: Receita Federal 
 
II.b) Impostos Incidentes Sobre o Faturamento 
 
Estes impostos e taxas incidem sobre o total da Nota Fiscal, isto é, do montante dos serviços a 
serem cobrados. Não sendo devidamente considerados na definição do BDI, reduzem o lucro 
arbitrado proporcionalmente ao seu montante. 
 
Considerando que a influência dos impostos e taxas incidentes sobre o faturamento, nesta 
abordagem de cálculo, é efetuada conjuntamente, o objetivo a alcançar é a manutenção do 
valor disponível para a empresa após o desconto destes tributos. 
 
Consequentemente, três valores são considerados nesta operação: 
 
 valor disponível para a empresa após o desconto dos tributos - VD; 
 preço a ser cobrado do cliente - PC; 
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§ e, o somatório das alíquotas destes tributos, F, conforme relacionados na Tabela 
3.4 
 
Assim, VD = PC I, onde I é o valor do montante, em valor monetário, dos tributos incidentes 
sobre o valor total da nota fiscal. 
 
Como o IFAT, por definição legal, é calculado pela multiplicação da soma das alíquotas dos 
tributos pelo preço a ser cobrado, então: I = × PC. 
 
Das equações definidas nos dois parágrafos anteriores, chega-se a seguinte expressão: 
 Eq.17 
 
Como VD pode ser obtido efetuando o produto do custo direto pelo IBDI, sem haver a 
incidência dos tributos, então VD = CD × IBDI. Levando esta expressão na do Preço, obtém-se 
a expressão do Preço considerando a influência dos tributos que incidem sobre o faturamento. 
Quando calculado apenas o segundo termo do produto expresso na expressão abaixo, chega-
se ao valor do IBDI possível de ser diretamente aplicado ao custo direto e, expeditamente, 
calculado o Preço de obra ou serviço pois já houve a devida consideração da influência dos 
tributos devidos. 
 
Preço = CD × IBDI Eq.18 
(1 F ) 
 
Para a definição do fator de majoração do faturamento ( 1 - F ) , há que ser calculado F. 
Como i exprime a alíquota de cada tributo incidente sobre o faturamento, então: 
 
F = ( i ) 
 
Relacionando os impostos e taxas incidentes sobre o faturamento de obras e serviços de 
engenharia tem-se: o Imposto sobre Serviços - ISS; o COFINS - Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social; o PIS - Programa de Integração Social; o IPMF - Imposto 
Provisório Sobre Movimentação Financeira; a Contribuição Social; e o Imposto de Renda. 
 
O primeiro deles, o Imposto sobre Serviços, é de competência municipal e os demais são 
devidos à União Federal. 
 
O quadro abaixo mostra a relação dos tributos e a composição de suas alíquotas quando os 
serviços de engenharia são prestados a clientes situados no município de Florianópolis, Estado 
de Santa Catarina. 
 
Em Florianópolis, há diferenciação de alíquotas quando os serviços prestados ocorrem apenas 
com o fornecimento de mão de obra ou quando, também, é realizado com fornecimento de 
material. Para serviços prestados em outros municípios, antecipadamente a apresentação do 
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orçamento ao cliente, há que se verificar qual a alíquota do Imposto sobre Serviços praticados 
pelo fisco local. 
 
A composição das alíquotas efetuada na Tabela 3.4, apresenta dois totais para a sua soma. O 
Total-1 indica o somatório das alíquotas quando a empresa recolhe o Imposto de Renda tendo 
por base de cálculo o lucro real. Neste caso, a Contribuição Social não incide sobre o 
faturamento. 
 
O Total-2 é utilizado no caso da base de cálculo do Imposto de Renda ser o lucro presumido, 
caso este em que a Contribuição Social incide sobre o faturamento. 
 
 
Tabela III Tributos Incidentes sobre o Faturamento - αF 
Imposto/Alíquota Com fornecimento de 
material 
Sem fornecimento de 
material 
 L. Real L. Presum. L Real L. Presum. 
• Imposto sobre Serviços 
ISS 
3,00 % 3,00% 5,00 % 5,00 % 
• COFINS 7,60 % 3,00% 7,60 % 3,00 % 
• PIS 0,67 % 0,67% 0,65 % 0,65 % 
Total-1: Impostos ref. Lucro 
Real 
11,27 % 13,25 % 
• Contribuição Social 0,96% 0,96 % 
Total-2 : Impostos ref. Lucro 
Presumido 
 7,63 % 9,61 % 
 
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Pelo acima exposto e devido as seguidas alterações introduzidas na legislação tributária 
brasileira, recomenda-se um permanente acompanhamento da evolução da mesma. 
Finalizando, cabe um alerta aos engenheiros proprietários de empresas enquadradas como 
Sociedades Civis. E estas empresas estão isentas do recolhimento do COFINS - Contribuição 
para o Financiamento da Seguridade Social, segundo a Lei Complementar n.º 70/91. Deste 
modo, é possível reduzir em 2% a carga tributária incidente sobre o faturamento deste tipo de 
empresa. 
c) Exemplo Comparativo. 
Um exemplo comparativo da abordagem considerada é o caso de uma empresa que está 
analisando uma proposta de preços visando a prestação de serviços de engenharia. O 
orçamento montou em R$ 950.000,00, aí considerados os custos diretos acrescidos do BDI, 
porém sem a consideração dos impostos incidentes sobre o faturamento. Sabe-se que a 
empresa esta enquadrada junto à Receita Federal sob o regime do lucro real e o serviço inclui 
fornecimento de material; deste modo, os tributos incidentes sobre o faturamento montam em 
11,27%, conforme apresentado na Tabela III. 
Nesta situação, dois procedimentos podem ser realizados. 
1º ) O primeiro, é simplesmente somar ao valor dos serviços o valor dos tributos, definindo o 
preço a ser proposto. 
Calculando: 
Preço (1) = 950.000,00 + (950.000,00 × 0,1127) = R$ 1.057.065,00 
Novo Imposto = 1.057.065,00 x 0,1127 = R$ 119.131,23 
Valor Disponível = 1.057.065,00 119.131,23 = R$ 937.933,77 
 
VD1 = 937.933,77 < 950.000,00 
 
2º ) O segundo procedimento é seguindo a metodologia proposta em que, após recolhidos os 
tributos devidos, a importância disponível pela empresa permanece os mesmos R$ 
950.000,00. 
Neste caso: 
Preço (2) = 950.000,00 ÷ (1 - 0,1127) = R$ 1.070.663,81 
Imposto = 1.070.663,81 x 0,1127 = R$ 120.663,80 
VD2 = 1.070.663,81 120.663,80 = R$ 950.000,00 
Comparando o VD1 com o VD2, é verificada uma diferença de R$ 12.066,23 a favor da 
metodologia proposta. 
Deduzindo do VD2 o valor do tributo, fica disponível para a empresa exatamente o valor orçado 
de R$ 950.000,00, o que é o desejado. No caso de ter sido escolhido primeiro procedimento, a 
importância disponível após a dedução dos tributos seria R$ 937.933,77. 
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A diferença pode ser pequena, mas proveniente de um procedimento que reduz o lucro 
desejado. Em conseqüência, a taxa de lucro realmente obtida é distinta e inferior àquela 
arbitrada pela direção da empresa. 
2.15.1.3 Rateio dos Custos Indiretos. 
O rateio dos custos atinge apenas os custos fixos ou indiretos, já denominados de CGA 
Custos Gerais de Administração da empresa, porque incorridos pela administração central da 
empresa e necessários à sua operacionalização, devendo ser absorvidos pelos diversos 
contratos em carteira. 
Os custos diretos, ou variáveis, serão apropriados, diretamente, à conta específica do contrato, 
sem necessidade de rateio. 
Sem um procedimento adequado no rateio dos custos indiretos pode ocorrer redução da 
competitividade da empresa, pois eles podem influir na composição da proposta de preços 
propiciando a formação de um valor acima daquele praticado pelo mercado. Ou, em caso 
oposto, contribuir para a formação de uma proposta irreal, pois os preços orçados são 
compostos por custos inferiores aos que serão incorridos, com a decorrente expressão na 
redução dos lucros, situação que pode levar a empresa a conviver com dificuldades financeiras. 
Para o rateio dos custos fixos, ou custos indiretos, é recomendado estabelecer algum critério 
que apresente racionalidade, para que não haja distorção nas informações e apropriações 
indevidas a qualquer serviço. 
No exemplo exposto nos quadros acima, os custos fixos são apropriados, classicamente, nas 
contas 3.7; 3.8 e 3.9 do Demonstrativo de Resultados do Exercício, a partir das Fichas de 
Controle de Custos. 
Os critérios de rateio podem ser divididos em dois grandes grupos: 
 Critérios Globais de Rateio 
 Critérios Específicos de Rateio 
I) Critérios Globais 
o Rateio e superávit 
o Manutenção do nível de produção 
o Aproveitamento da capacidade ociosa 
A literatura disponível recomenda que o rateio dos custos fixosdeva ser definido em função de 
algum fator diretamente vinculado ao volume produzido. 
Esses fatores ou critérios globais podem ser: 
o Horas de mão de obra direta; 
o Horas de utilização de máquinas e equipamentos; 
o Custo da mão de obra direta; 
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o Valor dos contratos em carteira de contratos. 
Neste item é apresentada uma discussão sobre o rateio dos Custos Indiretos da empresa, 
também denominados Custos Gerais de Administração - CGA considerando como critério de 
rateio a participação percentual do valor de cada contrato no conjunto da carteira. 
O objetivo de definir como fator de rateio a proporcionalidade do valor dos contratos em função 
do volume total da carteira, permite, de forma simples, o estabelecimento de uma distribuição 
eqüitativa de custos indiretos entre eles. 
Devido a sua peculiar característica, a indústria da construção civil favorece a redução dos tipos 
de critérios de rateio normalmente encontrados na literatura que trata o assunto. 
Porém, é ressaltada a importância de ser mantido sob constante observação a utilização do 
fator em pauta, devido a conclusão dos contratos em carteira e a adjudicação de novos, 
situação que altera a proporcionalidade estabelecida para os fatores em consideração. 
Na construção civil, o rateio dos custos indiretos pode ocorrer em dois níveis: 
a) o primeiro, visando definir qual fração dos custos indiretos será absorvido por cada 
contrato componente da carteira de serviços da empresa. Esta situação será 
analisada nos items (I) e (II); 
b) o segundo nível, relativo a rateio intra-contrato, visa definir o valor dos custos 
indiretos atribuído a um contrato que será alocado a cada serviço que o compõe. 
Este caso será discutido no item (III). 
É fácil de entender que a carteira da empresa tendo apenas um contrato, os custos totais da 
empresa e nesses incluídos os custos gerais de administração ou custos indiretos, deverão ser, 
indiretamente, absorvidos por esse contrato. 
Uma situação mais complexa ocorre quando a empresa já dispõe de um conjunto de 
contratos em andamento normal ou em fase de conclusão e está atuando para conseguir a 
adjudicação de outros. 
Frente a esse cenário, é exigida habilidade na definição do critério de rateio dos custos 
gerais de administração da empresa, isto é, dos custos indiretos a serem atribuídos à uma nova 
proposta. 
Nessa situação, existe a possibilidade de ocorrer uma grande variedade de casos e, 
assim sendo, serão apresentados três casos característicos, visando ilustrar possíveis 
procedimentos. 
O princípio adotado nestes casos, é ratear o custo proporcionalmente ao valor da 
participação de cada contrato frente ao montante do valor da carteira. 
Nos casos em exemplo, serão analisadas situações em que a empresa dispondo, no 
momento, de três contratos em andamento esta formulando uma nova proposta, k , numa data 
qualquer t . 
 
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I.a) Rateio e Superávit 
Este é o caso mais geral a ser comentado. 
Como exemplo, é analisada a situação de uma empresa que dispõe de uma carteira de 
contratos cuja monta é de 4,41 milhões. 
Os custos gerais de administração da empresa por um determinado período (digamos 6 meses) 
somam R$ 360.000,00. Na data t tais custos estão sendo rateados entre os contratos x, y e z, 
respectivamente, 80 mil, 108 mil e 172 mil reais, correspondendo, respectivamente, a uma taxa 
de rateio de 22,29%; 29,95% e 47,85% do total destes custos. Considerar 1 período de 4 
meses. 
Considerando que a empresa deseja realizar novos contratos, a questão que surge é como 
será efetuado o rateio para uma nova proposta, dado a conclusão, em futuro próximo, do 
contrato relativo à obra x . 
Como premissa necessária ao estabelecimento do critério de rateio, a empresa deseja manter 
inalterada a atual capacidade de produção e, portanto, manter inalterado o nível dos custos 
indiretos que vem praticando. 
A priori, três hipóteses de rateio podem ser consideradas: 
a) Como primeira hipótese, os custos gerais de administração, até então suportadas pela obra 
x , passarão inteiramente a serem cobertos pela nova proposta, no momento de R$ 80 mil, 
independentemente do valor a ser fixado para o novo contrato. 
Havendo adjudicação de contrato visando a realização da proposta, a empresa disporá de um 
ganho extraordinário durante o período em que operar, simultaneamente, as obras x e k , no 
valor de R$ 80 mil. 
b) A segunda hipótese considera que o valor dos custos gerais de administração a serem 
cobertos pela Obra-k será proporcional ao futuro montante da carteira, na data de 
adjudicação dessa obra. 
c) A terceira hipótese parte do princípio da exclusão do valor da obra-x no agregado do novo 
montante da carteira, Situação-2, que passará a ser equivalente a R$ 4.620 mil. 
Nesta situação, o valor da contribuição aos Custos Gerais de Administração propiciada pela 
obra-k, será de R$ 92,73 mil, equivalentes a 25,75% do total que é R$ 360 mil. 
A assunção de qualquer das hipóteses comentadas, como critério de rateio, deve ser precedida 
do reconhecimento da situação de mercado, para que a empresa não se equivoque nos 
procedimentos que adotar, com expressão na perda de competitividade ou sub-avaliação dos 
custos rateados. 
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Em período de economia crescente, sendo política gerencial a manutenção do nível de 
produção, pode ser assumida uma posição de maior risco. Isto é, adotar o critério de ratear os 
custos a menor pois, desse modo, estará sendo aumentada a competitividade da empresa, 
devido a redução do nível de custos. 
Caso contrário, é recomendável a adoção de um rateio mais conservador já que, com a 
economia passando por fase de retração, pode ser necessário a redução da capacidade de 
operação e, em conseqüência, a redução dos custos totais. 
Como já é do conhecimento, no curto prazo os custos indiretos/fixos, são constantes. Porém, 
no médio e no longo prazo, se comportam de forma crescente. 
Considerando ser comum aos contratos de engenharia atingir o médio ou o longo prazos, a 
implementação de uma política gerencial de forte redução de custos pode causar redução no 
faturamento, com impacto direto na diminuição do volume de lucros. 
Um exemplo de rateio para cada hipótese acima pode ser calculado da seguinte forma (para os 
6 meses em questão): 
Rateio 1ª Hipótese 2ª Hipótese 3ª Hipótese 
Obra - 2 = 360.000,00/5.600.000,00 3 = 60.000,00/4.620.000,00 
x 80.000,00 980X 2 = 63.000,00 980X 2 = 76.363,63 
y 108.000,00 1.320X 2 = 84.857,00 1.320X 2 = 102.857,14 
z 172.000,00 2.110X 2 = 135.643,00 2.110X 2 = 164.415,58 
k 80.000,00 1.190X 2 = 76.500,00 1.190X 2 = 92.727,27 
Total para 
cobrir CGA 
440.000,00 360.000,00 436.363,62 
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II.b) Manutenção do Nível de Produção. 
O caso a seguir analisa a situação em que um novo contrato será assumido, face a conclusão 
de outro, situação a ocorrer em futuro próximo. Além desse fato, a carteira de obras é composta 
por contratos que estarão em vigor durante um prazo suficientemente longo. 
O cronograma mostra que o contrato relativo à obra-x está em vias de conclusão e a empresa 
pretende dar início à nova obra - k. 
Como premissa, é estabelecido que a empresa deseje manter em atividade o mesmo nível de 
produção ora praticado. 
 
Havendo similaridade no montante dos valores dos contratos da Obra-x e da Proposta-k, é 
possível o futuro contrato suportar, integralmente, os custos até então cobertos pela obraem 
conclusão. 
Porém, sendo o volume financeiro do novo contrato expressivamente inferior, a empresa terá 
que obter um outro contrato que justifique a manutenção de sua capacidade de produção nos 
níveis anteriores, em outras palavras, manter o mesmo nível dos custos fixos praticados. 
I.c) Aproveitamento de Capacidade Ociosa. 
No caso em pauta, a empresa dispõe de diversos contratos em andamento, tem seus custos 
totais cobertos por esses contratos e dispõe de alguma capacidade ociosa. 
Surgindo a oportunidade de assumir um novo contrato k , cujo tempo de execução seja 
significativamente inferior aos demais, o rateio dos custos indiretos pode ser reduzido no todo 
ou em parte. 
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980,00 22,22%
1.320,00 29,93%
2.110,00 47,85%
1.087,00 22,22%
Montante de 
carteira até
aqui: 4.410,00
 
Essa redução de custos permite alavancar a competitividade, sem alterar a margem de lucro. 
 
II) Critérios Específicos 
Definido o montante dos custos indiretos a ser suportado por um contrato, cabe a tarefa de 
rateá-lo entre os diversos serviços que o compõem. 
Os critérios específicos de rateio podem ser divididos em duas vertentes, segundo Pizzolato 
Introdução À Contabilidade Gerencial , pgs. 160 e 162: 
o Quanto à capacidade instalada; 
o Quanto à utilização observada. 
II.a) Quanto à Capacidade Instalada 
Nesta vertente, os custos são rateados segundo o metro quadrado disponível; a potência 
nominal instalada; o número de funcionários empregados na atividade; a produção nominal dos 
equipamentos; etc. 
Os exemplos abaixo demonstram o especificado: 
a) Rateio dos Custos Totais de Iluminação. Esses podem ser realizados proporcionalmente à 
área iluminada ou o número de pontos de luz instalados por sessão. Medidores de 
consumo podem ser instalados em cada sessão, procedimento que propicia a precisão do 
rateio, porém com aumento do custo do processo. 
b) Rateio dos Custos de Energia Elétrica. Podem ser efetuados proporcionalmente à potência 
instalada em cada sessão, ou ao número de horas de operação dos equipamentos. 
II.b) Quanto à Utilização Observada 
Nesta situação, o critério de rateio é efetuado segundo a utilização dos recursos disponíveis: 
homens-hora apontados; quilowatts consumidos; custos diretos orçados; horas de utilização ou 
quilometragem apropriada na utilização de veículos. Como exemplos: 
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• Rateio dos Custos de Manutenção. Pode ser efetuado proporcionalmente ao número de 
ordens de serviços executadas ou ao número de homens hora apropriados para a 
realização de qualquer serviço; 
• Rateio de Escritório Técnico é o caso clássico da distribuição dos custos segundo o 
número de homens-hora utilizados em cada projeto. 
• Rateio de Veículos de Transporte Neste caso o fator de rateio de custos pode ser o 
número de horas utilizadas para a realização de um serviço, ou a quilometragem 
despendida para o mesmo. Ou, um misto das duas acima. 
III) A Metodologia ABC 
Activity Based Costing, como o próprio nome diz, é uma metodologia de rateio de custos 
baseados na atividade. Ela permite distribuir o custo indireto segundo a contribuição de cada 
serviço para o faturamento global. 
Utilizando essa metodologia, o montante do custo indireto pode ser rateado segundo o preço 
final ou o custo de cada serviço. 
Tal procedimento propicia evitar que um item qualquer do contrato, principalmente aqueles 
onde conste orçamento com planilha de preços detalhadas, seja excessivamente onerado e se 
mostre como irreal, quando comparado àqueles praticados pelo mercado concorrente. 
Como exemplo de procedimento, da metodologia ABC, é efetuado o rateio dos custos indiretos 
de um contrato que apresenta a seguinte situação: 
 Montante do Contrato ................ R$ 1.190 mil 
 Custos Diretos ................. R$ 895 mil 
 Custos Indiretos ................. R$ 97 mil 
No exemplo, o critério de rateio dos custos indiretos adotado foi o de mesmo percentual dos 
custos diretos orçados. 
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Nº. Item Custo Direto R$ 
% Sobre 
Contrato 
% 
Rateio 
Custos 
Indiretos R$ 
1 Preliminares 9,00 9,00 8.730,00 
2 Fundações 5,50 5,50 5.335,00 
3 Alvenaria 4,00 4,00 3.880,00 
4 Estrutura de Concreto 12,00 12,00 11.640,00 
5 Forros 2,00 2,00 1.940,00 
6 Cobertura 89.500,00 10,00 10,00 9.700,00 
7 Revestimento Interno 5,50 5,50 4.365,00 
8 Revestimento Externo 3,50 3,50 3.395,00 
9 Barras 0,50 0,50 485,00 
10 Lastro do Piso 1,50 1,50 1.455,00 
11 Pisos Internos 2,50 2,50 5.820,00 
12 Rede Hidráulica 6,00 6,00 2.425,00 
13 Rede Sanitária 2,50 2,50 1.455,00 
14 Funilaria 1,50 1,50 485,00 
15 Rede Elétrica 0,50 0,50 2619,00 
16 Esquadrias 5,70 5,70 5.529,00 
17 Ferragens 2,70 2,70 2.425,00 
18 Serralheria 2,50 2,50 2.231,00 
19 Vidros 2,30 2,30 1.746,00 
20 Pintura 1,80 1,80 5.529,00 
21 Louças Sanitárias 5,70 5,70 2.619,00 
22 Equipamentos Elétricos 2,50 2,50 2.525,00 
23 Elevadores 4,50 4,50 4.365,00 
24 Limpeza & Raspagem 1,30 1,30 1.261,00 
25 Pisos Externos 1,70 1,70 1.649,00 
26 Muros 2,00 2,00 1.940,00 
27 Ajardinamento 1,60 1,60 1.552,00 
Total dos Custos Diretos - 895.000,00 100 % 100 % 97.000,00 
Fig. 3.4. 
 
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IV) Resumo da Metodologia 
 
Para melhor compreensão do assunto tratado, é apresentada a seqüência de procedimentos 
necessários para o cálculo do IBDI, apresentando os casos de opção do recolhimento dos 
tributos incidentes sobre o lucro tendo por base de cálculo o lucro real e o lucro presumido. 
 
IV.a) Opção pelo Lucro Real 
 
1º Passo: Definições: 
 
a) A administração superior define o líquido 
 
b) Calcular o fator de majoração da margem: 
 
( 1 L ) = ( 1 IR ) ( 1 CS ) 
 
b) Calcular o fator de majoração do faturamento: ( 1 F ) 
 
2º Passo: Calcular o BDI, em valor monetário: 
 
BDI Líquido = CI + VR + CI + VR + [ líquido / ( 1 l )] * ( CI + CD + VR ) 
 
 
3º Passo: Calcular o índice líquido I*BDI 
 
k = BDI / CD ∴ I*BDI = ( k + 1 ) 
 
 
4º Passo: Calcular o índice bruto IBDI 
 
IBDI = I*BDI / ( 1 F ) 
 
 
5º Passo: Calcular o Preço do Produto ou Serviço. 
 
Preço = CD x IBDI 
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IV.b) Opção pelo Lucro Presumido 
 
1º Passo: Definições: 
 
a) A administração superior define o líquido 
 
b) Calcular o fator de majoração do faturamento : ( 1 F ) 
 
2º Passo: Calcular o BDI, em valor monetário: 
 
- Verificar o monstante do tributo a ser recolhido e o adicionar na 
expressão abaixo em IMP. 
 
BDI = CI + VR + ML + IMP 
 
Obs: neste caso, o ML é conhecido, é o valor presumido pela Receita Federal, quando da 
opção pelo lucro real. O IMP é um percentual do valor do ML, ou seja, é o percentual do IR 
sobre o lucro (presumido). A Constribução Social não incide aqui, neste caso. Ela incide junto 
com as outras alíquotas sobre o faturamento (ver tabela III). 
 
3º Passo: Calcular o índice líquido I*BDI 
 
 
k = BDI / CD ∴ I*BDI = ( k + 1 ) 
 
 
4º Passo: Calcular o índice bruto IBDI 
 
IBDI = I*BDI / ( 1 F ) 
 
 
5º Passo: Calcular o Preço do Produto ou Serviço. 
 
Preço = CD x IBDI 
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V) Exercícios sobre BDI 
V.a) Preço de Venda 
 
O custo de uma casa monta a R$ 100.890,00, qualserá o preço de venda sabendo-se que: 
a) A empresa construtora tem regime de tributação de lucro real, o serviço é com fornecimento 
de material, e o markup da empresa é de 33,33%; 
b) No BDI não constam impostos incidentes sobre o faturamento; 
c) O valor atual do terreno onde será construída a edificação está avaliado em R$ 132.000,00. 
V.b) Determinação do BDI índice 
 
Defina o índice de BDI, I BDI , para uma obra a ser construída, conhecidos os dados 
apresentados nos quadros abaixo. Regime: Lucro Real, com fornecimento de material. 
Dos Custos 
i. Custos Diretos de Construção R$ 5.450.000,00 
ii. Administração Central Rateio sobre a obra R$ 660.000,00 
iii. Administração do Canteiro R$ 970.000,00 
iv. Custos Financeiros R$ 630.000,00 
v. Seguro contra terceiros R$ 360.000,00 
vi. Recuperação ou reforma de equipamentos alocados à 
construção 
R$ 250.000,00 
Dos Benefícios e Encargos % 
vii. Margem de lucro 12,00 
viii. Impostos incidentes sobre faturamento 11,27 
ix. Impostos incidentes sobre o lucro 9%(CS) 15% ou 25%(IR) 
 
V.c) Processo Licitatório 
 
Sua empresa irá participar de um processo licitatório, cabendo a você definir o BDI, a ser 
utilizado na definição dos preços da proposta do novo empreendimento. (duração 1 ano) 
 
a) Defina o preço do empreendimento; 
b) Defina o BDI em forma de índice a ser utilizado na definição do preço; 
c) Calcule, sobre o preço final, o montante do valor do lucro esperado. 
Para tanto, você dispõe das seguintes informações: 
 
De custos Milhões de R$ 
a) Custo Direto do empreendimento 125,00 
b) Custos de Administração do empreendimento 12,50 
c) Existe a possibilidade de desabamento de um muro de uma 
propriedade na divisa 
0,35 
d) Custos médios de administração da empresa 54,00 
e) Carteira de obras da empresa, não incluindo o empreendimento. 580,00 
f) Capital de giro do empreendimento 50,00 
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Sobre o Lucro/Encargos/Impostos % 
g) Lucro Líquido Desejado 15,00 
h) Imposto sobre Faturamento 11,27 
i) Imposto de Renda 15,00 
j) Encargos financeiros sobre o capital de giro necessário à construção 4,00 
k) Seguro contra riscos como porcentagem do custo direto 1,50 
 
V.d) Conjunto Poli - Esportivo 
 
A empresa BPB Engenharia e Comércio Ltda., empresa onde VOCÊ é o responsável técnico, 
está analisando um edital de licitação com o objetivo de apresentar proposta para a construção 
de um conjunto poli esportivo. Empresa: regime de lucro real, obra com fornecimento de 
material. Ficou sob sua responsabilidade definir qual poderá ser o BDI a ser utilizado pela 
empresa no citado empreendimento. 
 
Para tanto, o Departamento de Planejamento e Engenharia lhe forneceu os seguintes dados: 
 
a) Em reunião da Diretoria Colegiada da BPB , ficou decidido que o lucro pretendido sobre 
empreendimentos futuros deverá ser de 10%. 
b) Os custos diretos de construção orçados pelo Departamento de Planejamento para a 
realização do empreendimento montam a R$ 22.700.000,00. 
c) O prazo previsto para realização da obra é de 18 meses. 
d) A BPB está realizando, hoje, oito obras, de porte médio grande, todas a serem concluídas 
num horizonte que varia de 24 a 44 meses. 
e) Balancetes mensais fornecidos pelo Departamento de Contabilidade, relativos ao último 
semestre, indicam que os custos gerais de administração do escritório central da BPB , aí 
incluídos salários de diretores e de pessoal administrativo; aluguel de instalações 
administrativas; despesas com água, luz, telefone e material de expediente, bem como 
despesas de deslocamento de diretores e funcionários para vender os produtos da BPB , 
tem se mantido na ordem de R$ 445.000,00 por mês. 
f) Para a realização das obras em questão, foram previstas diversas despesas mensais, 
relacionadas em quadro específico. 
g) Despesas com pessoal de chefia e apoio a ser contratado para trabalhar para o 
empreendimento, tanto no local das obras como no escritório central, foram relacionados no 
quadro de Profissionais. 
h) Aluguel de três veículos leves ao custo de R$ 1.800,00 / mês / veículo. 
i) Despesas com combustível: 960,00 litros / mês. 
j) Despesas com lubrificantes: 20 litros / mês. 
k) O índice utilizado para a definição de encargos sociais foi de 1,27. 
l) O capital de giro previsto é equivalente a dois meses de produção (CGE= R$ 3.000.000,00 
para os 2 meses), ao custo de 4% (quatro por cento) ao mês. 
m) Os impostos incidentes sobre o faturamento são os de lei; 
n) A alíquota do imposto de renda conforme a tabela da Receita Federal; 
o) Os dados sobre os equipamentos próprios a serem alocados aos serviços são os 
relacionados no quadro de Equipamentos. 
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p) São consideradas 2.000 horas anuais trabalhadas. 
q) Realizada vistoria numa casa vizinha à obra e, devido à escavação junto a linha divisória, foi 
levantada a possibilidade de deslizamento de terra, num volume estimado de 460 m3. 
r) Do orçamento da obra foram levantados os seguintes valores: Custo de remoção de terra: 
5,00 R$ / m3; Custo de reaterro compactado 7,50 R$ / m3. 
 
Despesas Mensais Valor R$ / mês 
• 16 Diárias mensais 130,00 / diária 
• 8 Viagens de avião 650,00 / pessoa 
• Aluguel de escritório Local 1.500,00 
• Despesas de água 500,00 
• Despesas de luz 1.700,00 
• Despesas com telefone 1.000,00 
• Alimentação 8.400,00 
 
Profissionais Quantidade Salário R$ / mês 
• Engenheiro 3 5.500,00 
• Auxiliar 
Administrativo 
2 1.000,00 
• Secretária 1 1.000,00 
• Cozinheira 1 700,00 
• Mecânico 1 1.050,00 
• Almoxarife 1 900,00 
• Projetista em autocad 1 1.500,00 
 
Equipamentos Quantidade Preço p/ 
Reposição 
Valor Residual Vida Útil 
 un R$ % V. Compra horas 
Caminhão T5 2 152.000,00 10 25.000,00 
Caminhão F4 2 148.000,00 10 25.000,00 
Betoneira 3 3.500,00 0 2.000,00 
Maq. Dobrar 
Aço 
2 3.000,00 10 10.000,00 
 
 
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2.15.2 Valores usuais para os componentes do BDI: Benefícios e Despesas 
Indiretas 
Fonte: TCPO 2003, pp 20 a 29. 
a) Administração local (CGP) 
De 6% (para obras grandes) a 16% (para obras pequenas com garantia de serviços prestados) 
dos CD (sendo usual uma média de 11%) 
b) Administração central (CGA) 
De 6% (para empresas grandes e 14% (para empresas pequenas) dos CD (sendo usual uma 
média de 10%) 
c) Despesa financeira (CFI) 
Tabela 7a 
Origem do capital Prazo de recebimento das faturas 
(dias) 
F 
Taxa de acréscimo para 
recuperar despesa financeira 
Capital de giro próprio Até 5 dias 0,67% 
15 dias 1,17% 
30 dias 1,92% 
60 dias 3,46% 
Empréstimo bancário Até 5 dias 2,69% 
15 dias 4,70% 
30 dias 7,69% 
60 dias 13,68% 
d) Contingências (VR) 
Tabela 7b 
Contrato de empreitada por preço unitário 
Para obras simples e construtor experiente 0,50% 
Para obras normais e construtor experiente 1,50% 
Para obras complexas e construtor inexperiente 3,00% 
Contrato de empreitada por preço global 
Para obras simples e construtor experiente 1,00% 
Para obras normais e construtor experiente 2,50% 
Para obras complexas e construtor inexperiente 5,00 % 
e) Impostos (IMP) 
Tabela 7c 
IMPOSTOS FEDERAIS 
Nome Receita bruta Estimativa lucro Alíquota % Receita bruta 
Cofins 100% 3,00% 3,00% 
PIS 100% 0,65% 0,65% 
I. Renda 100% 8,00% 15,00% 1,20% 
C. Social 100% 12,00% 9,00% 1,08% 
CPMF 100% 0,38% 0,38% 
IMPOSTOS MUNICIPAIS 
Nome Receita bruta Estimativa lucro Alíquota % Receita bruta 
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ISS 100% 40 a 100% 1,50 a 5,00% 0,60 a 5,00% 
Para o fornecimento apenas de mão de obra... 
Tabela 7dIMPOSTOS FEDERAIS 
Nome Receita bruta Estimativa lucro Alíquota % receita bruta 
I. Renda 100% 32,00% 15,00% 4,80% 
C. Social 100% 12,00% 9,00% 1,08% 
f) Benefício do construtor ( ) 
Tabela 7e 
Contratos por empreitada (lucro líquido) 
Para obras de curto prazo e/ou muita 
concorrência 
5,00% 
Para obras com prazo e concorrência normais 10,00% 
Para obras de longo prazo e pouca concorrência 15,00% 
Contratos por administração (lucro bruto) 
Taxa mínima 4,00% 
Taxa média 6,00% 
Taxa máxima 9,00% 
 
2.16 Apresentação do orçamento: orçamento sintético e analítico3 
2.16.1 Orçamento detalhado ou analítico 
Demonstra o preço unitário de cada serviço a ser realizado, bem como o preço total da obra 
preço a ser cobrado do cliente. Deve ser apresentado em planilhas como a da tabela 8. 
Esta planilha pode ser composta pelos seguintes elementos: 
 A discriminação de todos os itens e subitens dos serviços; 
 As unidades dos serviços; 
 As quantidades dos serviços; 
 Os preços unitários dos serviços; 
 O preço parcial ou subtotal para cada subitem; 
 O preço do item ou subtotal de cada item; 
 O preço total do empreendimento sem o BDI, ou seja, o custo direto; 
 O preço total do empreendimento com o BDI. 
O subtotal representa a multiplicação das quantidades pelos preços unitários respectivos, de 
cada subitem, ou, quando se trata de serviço expresso por verba, o valor da verba 
correspondente. 
O preço total ou custo total é a soma de todas as parcelas correspondentes aos valores dos 
subtotais ou subitens para cada serviço. 
Recomenda-se evidenciar o valor do BDI nos orçamentos. Isto porque, havendo quebra de 
contrato por parte do cliente, o valor do BDI, bem como o preço dos serviços já prestados pode 
ser cobrado segundo o especificado no Código Civil. 
 
 
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Tabela 8: Exemplo de apresentação de orçamento detalhado3. 
Item Unidade Quantidade Preço unitário Preço total 
1. Serviços preliminares 2.913,13 
1.1 Abrigo provisório m2 12,00 130,19 1.562,26 
1.2 Ligação provisória de luz e força vb 1,00 169,78 169,78 
1.3 Instalação provisória de água vb 1,00 447,09 447,09 
1.4 Tapume de chapa de madeira m2 29,40 19,69 578,92 
1.5 Locação da obra m2 48,40 1,94 94,07 
1.6 Raspagem e limpeza do terreno m2 180,00 0,34 61,01 
2. Infra-estrutura 1.137,86 
2.1 Forma de tábua de pinho m2 42,72 13,78 588,74 
2.2 Armadura CA-50 kg 225,00 1,01 226,14 
2.3 Preparo de concreto estrutural m3 4,50 68,60 308,68 
2.4 Escavação manual de valas m3 3,60 3,97 14,30 
... 
13. Serviços complementares 543,03 
... 
13.4 Limpeza geral m2 200,00 0,56 112,81 
Total geral xx.xxx,xx 
Total com BDI ( x %) yy.yyy,yy 
 
2.16.2 Orçamento sintético3 
Também chamado orçamento resumido, mostra apenas o preço dos serviços e o preço total. 
Pode incluir também uma coluna demonstrando os percentuais dos serviços e uma linha 
mostrando o BDI, antes de apresentar o preço total ou final. 
A sua utilização depende da finalidade do orçamento. Em se tratando de licitações, 
normalmente se apresenta o orçamento detalhado. Somente quando não há exigência deste é 
que se utiliza o orçamento sintético por exemplo, para efetuar propostas orçamentárias 
rápidas que não exigem análise de composições de custo nem de quantidades exatas de 
serviços. É usado quando o interesse maior é conhecer o custo total em vez dos custos 
unitários discriminados. 
O orçamento resumido resulta do orçamento detalhado, pois, para se conseguir o valor dos 
itens principais de forma precisa, é necessário ter composto o orçamento discriminado. A tabela 
9 mostra um exemplo de orçamento sintético. 
Tabela 9: Exemplo de apresentação de orçamento sintético3. 
Discriminação Preço Percentual (%) 
1. Serviços técnicos profissionais 550,00 2,43 
2. Serviços preliminares 2.015,24 8,91 
3. Fundações e estruturas 4.201,11 18,58 
4. Arquitetura e elementos de urbanismo 6.720,28 29,72 
5. Instalações hidráulicas e sanitárias 1.483,09 6,56 
6. Instalações elétricas 952,03 4,21 
7. Serviços complementares 427,07 1,89 
8. Serviços auxiliares e administrativos 6.261,89 27,70 
Sub-total 22.610,71 100% 
BDI 5.652,68 25% 
Total 28.263,38 125% 
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2.17 Metodologia para a realização de orçamentos - resumo 3 
1) Obter projeto e suas especificações; 
2) Quantificar os trabalhos por serviço, etapas ou elementos construtivos; 
3) Relacionar as atividades para a realização de cada serviço ou etapa construtiva 
com base na tecnologia a ser adotada; 
4) Definir e quantificar o custo dos insumos, equipamentos e mão de obra, a 
produtividade e os índices de produção; 
5) Calcular ocusto unitário da mão de obra aplicada a cada serviço, dos insumos que 
dele participam e dos equipamentos necessários à sua execução; 
6) Calcular o índice de encargos sociais; 
7) Definir o BDI; 
8) Elaborar as planilhas de composição de custos; 
9) Calcular os preços unitários e o preço global dos serviços. 
 
2.18 CUB - Custo Unitário Básico 
a) Custo unitário da construção: 
É a razão entre os custos e as áreas de construção ou, em outras palavras, os custos por metro 
quadrado de construção, simplesmente designados Custos Unitários. Constituem-se talvez nos 
mais importantes parâmetros derivados dos orçamentos, pois são os principais elementos de 
custo para embasar as avaliações. 
b) CUB (Custo Unitário Básico): 
 Parte do custo por m2 da construção do projeto-padrão considerado; 
 Fornece base para estimativas de preços e avaliações; 
 Não inclui despesas relativas a; 
o Fundações especiais; 
o Elevadores; 
o Instalações de ar condicionado, calefação, fogões, aquecedores, incineração, 
ventilação, exaustão, playgrounds, etc; 
o Obras complementares; 
o Impostos e taxas; 
o Honorários profissionais em geral; 
o Projeto. 
 É calculado de acordo com a NBR 12721, pelos Sinduscons regionais; 
 Divulgação até o dia 5 de cada mês; 
 A norma NBR 12721, denominada Avaliação de custos unitários e preparo de orçamento 
de construção para incorporação de edifícios em condomínio procedimento , passou 
recentemente por revisões: a versão de 1992 (antiga NB-140) contemplava apenas 
unidades habitacionais, multifamiliares, de 2 e 3 dormitórios, até o ano 2000. 
 Em março de 2000, a norma passou a considerar: CUB comercial salas e lojas; CUB 
comercial andares livres; CUB galpão industrial; CUB casa popular de 1 dormitório. 
 A versão de 2006, atualmente em vigência, considera o CUB para unidades residenciais, 
prédios populares, projetos de interesse social, comercial salas e lojas, comercial 
andares livres, galpão industrial e residência popular. 
 
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 81 
Até março de 2008 era possível calcular o CUB pelas metodologias da versão de 1999, e da 
versão de 2006 da norma, para fins de comparação de valores, de contrato, por exemplo. A 
partir de março de 2008 só será utilizada a metodologia da norma vigente, como pode ser visto 
pela comunicação do Sinduscon: 
 
CUB/SC terá variação única a partir de março/08 
O Sinduscon da Grande Florianópolis e o Ministério Público Estadual assinaram termo de compromisso de 
ajustamento de conduta referente à correção dos contratos indexados ao CUB assinados até fevereiro de 2007. 
 Com a assinatura do termo fica estabelecido que a partir de março de 2008 será utilizada apenas a metodologia 
da Norma ABNT NBR 12.721/2006 para o cálculo do CUB, extinguindo o CUB/99. 
Desta forma, os contratos assinados ate fevereiro de 2007 deverão utilizar a variação do CUB/2006 para reajuste 
das parcelas a partir de marco de 2008. 
Conforme o termo de compromisso, os associados do Sinduscon, assim como as empresasque utilizam o Custo 
Unitário Básico como indexador, devem orientar seus clientes a seguirem o critério estabelecido. (fonte: 
http://www.sinduscon-fpolis.org.br/retorno_texto.asp?cat=900, em fevereiro de 2008). 
 
Na construção civil utiliza-se o CUB freqüentemente como indexador que representa o custo, 
em padrão monetário vigente do metro quadrado da edificação em cada Estado, para os 
diversos padrões de construção definidos pela NBR 12721/06. Este indexador adota 
quantidades constantes, preços variáveis e coletas de dados para cada Estado. No entanto, a 
Norma prevê que os custos unitários básicos sejam destinados a fins exclusivamente 
comparativos no início das incorporações. 
O orçamento é feito para cada projeto padrão (tipos e valores na tabela 10). Os projetos padrão 
são projetos selecionados para representar os diferentes tipos de edificações, definidos por 
suas características principais: número de pavimentos, número de dependências por unidade, 
áreas equivalentes à área de custo padrão privativas das unidades autônomas (por exemplo, o 
apartamento, sua garagem, e parcelas da edificação a estes conectadas), padrão de 
acabamento da construção, número total de unidades. 
A Norma especifica as características principais dos projetos-padrão (padrão de construção, 
número de pavimentos, número de quartos, banheiros e área privativa), bem como os materiais 
e os equipamentos considerados nas áreas de uso comum privativo e nas instalações distintas 
para cada nível de acabamento (tabela 11 a e b). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 10 a,b,c: Valores do CUB por tipologia de projeto padrão (onte: http://www.sinduscon-
fpolis.org.br/downloads/PlanilhasDoCUB/2008/CUB2006fevereiro2008.pdf). 
Residencial 
Projetos-padrão Tipo Pavimentos Padrão acabamento 
Residencial (R) Unifamiliar 1 Baixo Normal Alto 
Prédio Popular 
(PP) 
Multifamiliar 4 
Projeto Interesse 
Social (PIS) 
Multifamiliar 4 
Residencial (R) Multifamiliar 8 
 
CUB médio Residencial: R$: ___________ Variação %: _______ 
Comercial 
Projetos-padrão Pavimentos Padrão acabamento 
Normal Alto 
Comercial salas e lojas (CSL) 8 
Comercial salas e lojas (CSL) 16 
Comercial andares livres (CAL) 8 
CUB médio Comercial: R$: ___________ Variação %: _______ 
Galpão Industrial (GI) e Residência Popular (RP1Q) 
Projeto Padrão Valor m2 Variação % 
Galpão Industrial (GI) 
Residência Popular (RP1Q) 
 
Tabela 11a: Características dos principais projetos-padrão. Fonte: NBR 12721/06 (projeto de norma). 
 
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Tabela 11b: Especificações dos acabamentos nos orçamentos dos projetos-padrão residenciais. Fonte: 
NBR 12721/06 (projeto de norma). 
 
Com base nos projetos-padrão e nas especificações técnicas, elabora-se o orçamento para 
cada projeto padrão, o qual é atualizado pelos Sinduscons regionais, os quais atualizam 
mensalmente este orçamento utilizado lotes básicos de materiais e mão de obra (exemplo na 
tabela 12). 
Tais tabelas a seguir fornecem as quantidades do insumos, por metro quadrado de construção, 
derivados das relações completas de materiais e mão-de-obra, levantadas a partir das 
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quantidades dos serviços considerados na formação do custo unitário básico dos projetos-
padrão. Essas quantidades dos insumos foram extraídas do agrupamento de todos os insumos 
em famílias cujos itens são correlatos. 
Nota: Nas regiões do país em que seja usual o emprego de materiais diferenciados, porém 
equivalentes em custo, fica facultado aos Sindicatos da Indústria da Construção Civil introduzir 
nas especificações de acabamentos as alterações adequados, dando a necessária divulgação. 
Tabela 12: Exemplo de lote Básico. Fonte: NBR 12721/06 (projeto de norma). 
 
 
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A NBR12721/06 traz todas as informações necessárias para o arquivo de um condomínio no 
registro de imóveis (exercício a ser feito em sala de aula). É necessário consultar a norma para 
conceitos como área real, área coberta padrão, área coberta padrão diferente, equivalente de 
construção. 
c) SINAPI (Sistema Nacional de Preços e Insumos de Construção Civil)- Implantado pelo 
BNH em 1969 com o objetivo de atender a necessidade de informações mais detalhadas sobre 
o custo de construção e sobre índices de evolução. O SINAPI exclui do seu custo unitário os 
custos de projetos, licenças e seguros, instalações provisórias, administração e lucro da 
construtora e incorporadora. É similar ao CUB. 
 
2.19 Curva ABC 
O objetivo do planejamento e controle de estoques é não deixar faltar material, mas também 
não imobilizar demasiadamente os recursos financeiros. 
A curva ABC (figura 16) permite identificar aqueles itens (matérias-primas, material auxiliar, 
material em processamento, produtos acabados) que justificam atenção e tratamento 
adequados à sua administração. 
 
% Custo% Custo
 acumulado acumulado
A
C
B
Faixas de
Controle
Itens a controlar Total de itens
Curva deCurva de
ClassificaçãoClassificação
ABCABC
 
Figura 16: Curva ABC. 
Classe A - Grupo de itens mais importantes; 
Classe B - Intermediária entre A e C; 
Classe C - Grupo de Itens menos importantes. 
A tabela 13 mostra número de itens, e a faixa de percentuais que geralmente representam 
dentro de cada categoria. 
Tabela 13: número de itens, e a faixa de percentuais que geralmente representam. 
Classes N º de itens Valor do custo global / 
mensal (%) 
A 10 A 20 50 A 70 
B 20 A 30 20 A 30 
C 50 A 70 10 A 20 
 
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O estoque e aplicação dos itens de classe A devem ser rigorosamente controlados, com o 
menor estoque de segurança possível. O estoque e a aplicação dos itens de classe C devem 
ter controle simples e estoque de segurança maior, pois esta política traz pouco ônus ao custo 
total. 
VALOR TOTAL = CUSTO UNITÁRIO X CONSUMO DO INSUMO 
Formas de fazer a classificação ABC: 
 Fichas, tabela (ambos em ordem decrescente) 
 Método gráfico - ver material em anexo: Planejamento e controle de estoques. 
Cuidados a tomar p/ não que a curva ABC não represente desvantagem: 
 O andamento da obra pode ser prejudicado tanto pela falta de um material considerado 
barato , quanto pela falta de um material caro - não negligenciar datas de pedidos, 
mesmo dos materiais baratos; 
 Se nos aceitarmos que o controle de estoque e aplicação (principalmente quanto ao 
desperdício) de materiais baratos pode ser negligenciado , corremos o risco de não 
reduzir estoques e desperdício dos materias grupo A, e aumentar estoques e 
desperdício do material grupo C. 
A tabela 14 mostra os materiais enquadrados na categoria A para a construção de prédios 
residenciais, segundo pesquisas na Grande Florianópolis: 
Tabela14: materiais enquadrados na categoria A para a construção de prédios residenciais, na Grande 
Florianópolis. Fonte: LOPES (1992). 
Ordem de 
importância 
Insumos Participação percentual 
média 
Participação percentual 
acumulada 
1 Concreto pré-misturado 9,90 9,90 
2 Azulejos 8,22 18,12 
3 Concreto pré-moldado 7,25 25,37 
4 Janelas de alumínio 7,13 32,50 
5 Ferros 6,25 38,75 
6 Tábuas brutas (estruturas) 5,03 43,78 
7 Inst. hidráulicas 4,76 48,54 
8 VB p/ mat. Inst. elétricas 4,66 53,20 
9 VB p/ mat. (esq/fer/vd) 4,40 57,60 
10 Cimento Portland 4,25 61,85 
11 Portas de madeira 3,73 65,56 
12 Tijolos 3,45 69,03 
13 Material p/ pintura 3,12 72,15 
 
 
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3. Contratos, gerenciamento e licitações 
3.1 Contratos 
Contrato é qualquer ajuste de vontades entre partes 
Um contrato deve conter 1: 
 Cláusula com a caracterização do contratante e do contratado; 
 Cláusula descrevendo o objeto do contrato; 
 Cláusulas determinando o preço e o prazo de execução. 
A natureza do contrato depende de muitas variáveis: 
 Escopo de fornecimento; 
 Grau de responsabilidade do contratado; 
 Riscos envolvidos; 
 Divisão de riscos e; 
 Urgência de ter o empreendimento funcionando. 
3.1.1 Formas de contratação de obra2 
São duas as formas de contratação de construção de obras: 
Negociação direta: É quando o proprietário negocia as condições de execução e a 
remuneração com o construtor de sua preferência. 
Licitação: É onde o proprietário (em geral um órgão público) estabelece as condições de 
contratação, execução e remuneração, publicando-as amplamente, visando obter interessados 
na execução. 
As licitações são os processos de escolha, em princípio não preferencial, de construtores para 
execução de obras públicas ou privadas. 
 Obras públicas: são aquelas cujo proprietário é o Estado, através de seus 
representantes públicos. 
 Obras privadas: são aquelas cujo proprietário é uma pessoa, um grupo de pessoas, ou 
uma entidade particular. 
 Edital: é um conjunto de normas para disciplinar uma licitação e a respectiva 
contratação da execução de uma construção. 
 Contrato de construção: é um conjunto de condições relativas à execução a serem 
observadas e obedecidas pelo proprietário e pelo construtor contratado. 
 Aditivos ao contrato de construção: são condições adicionais incorporadas a um 
contrato de construção. 
Normalmente, a negociação direta é empregada em obras privadas, enquanto a licitação é 
obrigatória para obras públicas. 
Os aditivos contratuais são muito comuns na execução de obras públicas, onde a contratação 
de obras se dá, apesar da Lei, por interesses alheios à técnica e sem projetos competentes. 
 
 
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3.1.2 Conceitos associados 
a) Proposta para execução de obras: é o documento pelo qual uma empresa se propõe a 
realizar um empreendimento sob determinadas condições de preço, prazo, forma de 
pagamento, podendo ou não conter elementos descritivos ou técnicos. Em obras de maior porte 
é comum dividir a proposta em várias partes, sendo as principais: 
 Habilitação: a parte da proposta onde a empresa demonstra sua aptidão legal para a 
celebração do contrato. 
 Proposta financeira: a parte da proposta onde a empresa expressa as bases financeiras 
do Contrato e/ou a aceitação das condições pré-determinadas no Edital. 
 Proposta técnica: parte da proposta onde a empresa demonstra sua capacidade técnica 
e operacional para realizar a execução. 
b) Preços de proposta: são os preços a serem apresentados ou propostos aos promotores 
dos empreendimentos para a execução das obras. Os preços de proposta contêm a reposição 
dos recursos empregados, que correspondem aos custos de execução, e a remuneração dos 
esforços despendidos, ou sejam, os Custos Diretos e Indiretos de Construção e o Lucro. 
c) Preços de partida de propostas: A especialização das empresas e o desempenho 
gerencial, no entanto, levam a cada empreiteiro vantagens para a execução de obras que 
podem influir diretamente sobre os preço de proposta. Assim, os valores para os custos de 
obras, obtidos nos orçamentos, podem ser artificialmente alterados para conter as eventuais 
facilidades de execução. Nesta circunstância, obtêm-se o que aqui se chamará de preços de 
partida de proposta, ou seja, os preços a partir dos quais se fará a montagem dos preços de 
proposta. Note-se que os custos de execução, orçados a partir do relacionamento que cada 
empresa tem com o mercado fornecedor não sofrem alteração, já que as condições de 
aquisição permanecem as mesmas. O que se altera, com a inclusão das facilidades para a 
obtenção dos valores desejados, são as condições de reposição dos recursos e o lucro. 
d) Preços de contratação: São os preços pelos quais efetivamente se contrata a execução 
das obras, não sendo necessariamente os preços de proposta. Eventualmente, o acordo entre 
contratantes e empreiteiros sobre condições contratuais pode levar a circunstâncias diferentes 
das inicialmente consideradas para a montagem dos preços de proposta, principalmente no que 
tange a métodos, prazos e condições de pagamento. 
e) Participação em licitações: A participação em licitações públicas ou privadas envolve um 
dispêndio de recursos que por si só sugere cautela às empresas, principalmente à suspeita de 
que há empresas que se utilizam dos processos licitatórios para geração de recitas, não apenas 
pela exorbitância que costumam cobrar pelos editais de licitação, mas também pela adoção de 
critérios de seleção excessivamente flexíveis para facilitar o acesso ao maior número possível 
de concorrentes, alguns até sem capacidade técnica ou financeira para a realização dos objetos 
das licitações. 
3.1.3 Regimes de execução (formas de contratação) 
Os regimes de execução são as formas de administração e aplicação dos recursos técnicos, 
financeiros e materiais para a execução de obras. São eles: 
a) Assistência técnica: é o trabalho de orientação e condução técnica de obras sem 
vinculação com as atividades administrativas, ou seja, o proprietário contrata os profissionais 
técnicos mas ele próprio gerencia a obra e os recursos. 
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b) Administração direta: é a forma de execução em que o proprietário gerencia os recursos e 
contrata profissionais para a gerência técnica e administrativa das obras. 
c) Empreitada: O construtor é o responsável por todas as atividades técnicas e administrativas 
e aplica seus recursos na construção para posterior reposição pelo proprietário, detendo o 
controle da obra segundo condições contratuais, passando a ser designado como empreiteiro. 
d) Empreitada global: Todas as atividades de uma construção são de responsabilidade de um 
único empreiteiro. 
e) Empreitada parcial:Apenas parte das atividades de construção são de responsabilidade de 
um único empreiteiro. Vários empreiteiros podem fazer empreitadas parciais de uma mesma 
obra, ou o mesmo empreiteiro em tempos diferentes. 
f) Empreitada por preços unitários: É uma empreitada parcial ou global, onde os pagamentos 
pelos serviços de construção são vinculados a medições do que for realmente executado com 
base em preços unitários previamente estipulados, não havendo um preço total fixo para a 
obra, mas apenas uma previsão aproximada. 
g) Empreitada por preço total: É uma empreitada parcial ou global onde os pagamentos são 
vinculados às quantidades totais dos serviços a executar, ou seja, a obra tem o seu preço total 
fixo e previamente estipulado. 
h) Obras por incorporação: São aquelas para a construção de edifícios constituídos de 
unidades autônomas residenciais e/ou comerciais vinculadasa frações ideais de terreno. Por 
unidades autônomas entenda-se mais de um apartamento e/ou loja em um mesmo prédio 
pertencentes e de uso exclusivo de cada proprietário, e vinculação a frações ideais de terreno, 
que permanece indivisível para efeito de registros imobiliários. Em outras palavras, são os 
chamados edifícios ou condomínios de apartamentos, lojas e/ou salas comerciais. 
i) Condomínios fechados: São obras de Incorporação onde o proprietário legal é um grupo de 
pessoas juridicamente associadas para a construção e usufruto da edificação em regime 
condominial. Decorrente da diversidade de proprietários com os mesmos direitos, essas obras 
apresentam, para sua execução, dificuldades específicas, notadamente no que tange à 
administração da obra, pela constante ingerência de tantos interessados, mesmo quando 
executadas sob o regime de empreitadas por preço global. 
3.1.4 Tipos de contratos1: 
a) Associados às formas de contratação mencionadas acima (ex.: empreitada global ou parcial). 
b) Contratos específicos: 
Instalações, fundações, demolição, etc. 
c) Contratos com fornecedores: 
Aquisição de materiais, equipamentos, etc. 
d) Mão de obra. 
3.1.4.1 Classificação geral: contratos padrão e sob-medida 
Os contratos podem ser também classificados em (Fonte: Contratos EPC - Editora Visual 
Books, 2006, Gómez et al): 
: 
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a) Contratos sob-medida (tailor-made) 
 Pequenas construções 
 Lista as necessidades do dono e obrigações da contratada 
 Escopo reduzido, riscos menores, não-necessidade de financiamentos externos 
b) Contratos padrão 
São redigidos por organizações como: 
 JCT (The Joint Contracts Tribunal): 
http://www.jctltd.co.uk/stylesheet.asp?file=18062003153316 
 ICE contracts: http://www.itzin.com/bpfsc/Ice_Contracts/ice_contracts.html 
 AB (Suécia) 
 FIDIC (Federation internationale Des Ingenieurs-Conseils): http://www.fidic.org 
O contrato-padrão de maior aceitação no mundo é o do FDIC: 
 Desde 1957 preparando contratos-padrão; 
 FDIC tem filiais no Brasil; 
 Principais usuários destes contratos: fornecedores e empresas de engenharia 
trabalhando em projetos multinacionais; 
 Muitos órgãos financiadores (Banco Mundial, ONU)exigem contratos FIDIC para 
outorgar seus financiamentos. 
Os tipos de contrato-padrão FDIC são: 
 Green Book: p/ contratos de pouca monta, pequenas obras. 
 Red Book: para contratos baseados em lista de materiais. Existe separação entre 
construção e projeto. 
 Está perdendo popularidade para contratos tipo Lump sum (preço global), onde mais 
risco é alocado em cima do fornecedor. 
 Yellow Book: Usado em contratos do tipo Lump sum ou D&B (design and Build). 
Fornecedor deve projetar e construir baseado numa lista de requerimentos do 
contratante. 
 Silver Book: quando uma empresa privada financia um projeto do tipo EPC. 
Fornecedor é responsável pela engenharia, compra e construção, e o cliente não se 
preocupa com os problemas do dia-a-dia. 
 
3.1.4.2 Métodos tradicionais para a concepção de empreendimentos 
(Fonte: Contratos EPC - Editora Visual Books, 2006, Gómez et al) 
a) Design-Bid-Buiid (DBB) tradicional 
b) Design and Buiid (D&B) 
c) Engineer at risk (EAR) 
d) Design-Build-Operate (DBO) and Design-Build-Operate-Maintain (DBOM) 
e) Build-Own-Operate-Transfer (BOOT) 
f) Engineer-Procure-Construct (EPC) 
 
a) Design-Bid-Build (DBB) tradicional = Projetar, participar da licitação/contratar, e 
construir. 
Características: 
 O proprietário assume o gerenciamento integral; 
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 Contrata separadamente engenharia, aquisição de materiais e equipamentos e 
construção; 
 A operação e manutenção do empreendimento são de responsabilidade do proprietário; 
 O proprietário assume o risco maior; 
 A seleção dos contratados é por menor preço. 
Preocupações: 
 Tempo de implantação do empreendimento (pode se alongar); 
 A qualificação/seleção da empresa sendo feita por menor preço (critério usado por 
órgãos governamentais brasileiros), pode comprometer a qualidade do 
empreendimento. 
 
Proprietário
Construtora
Sub-contratados
Projeto
Engenharia
Fornecedores
 
Figura 17: Esquema contrato DBB. Fonte: Gómez et al (2006) 
 
Variação: Design-Bid-Build-Construction management (DBB-CM) = Projetar, participar da 
licitação/contratar, construir, e gerenciar a construção. 
 
Proprietário
Construtora
Gerenciamento
Sub-contratados
Projeto
Engenharia
Fornecedores
 
Figura 18: Esquema contrato DBB-CM. Fonte: Gómez et al (2006) 
 
b) Design and Build (D&B) = Projeto e construção 
Características: 
 São contratados projeto e construção; 
 A responsabilidade e os riscos são da contratada; 
 O contrato e toda a responsabilidade são da contratada; 
 A seleção dos contratados é por qualificação ou qualificação e preço; 
 O proprietário/contratante faz o projeto, pede licenças ambientais, etc; 
 A contrutora/contratada faz o projeto executivo. 
Vantagem: 
 Só 1 agente é responsável, o que reduz atritos e resulta em economia de custo e 
tempo. 
Problema: 
 Conseguir qualidade, pois se trabalha com preço global. 
 
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Proprietário/
contratante
Construtora/
contratada
Sub-contratados Projeto
Engenharia
Fornecedores
 
Figura 19: Esquema contrato D&B. Fonte: Gómez et al (2006) 
 
c) Engineer at risk (EAR) = Engenharia a risco 
Características: 
 O risco é quase totalmente assumido pelo contratante, que deve definer (antes de 
contratar o EAR) os critérios de projeto. 
 O contratante é responsável pelo preço global. 
Vantagem: 
 A definição dos detalhes com antecedência pode acelerar o processo. 
 
d) Design-Build-Operate (DBO) and Design-Build-Operate-Maintain (DBOM) = Projetar, 
construir, operar (e manter) 
Características: 
 O proprietário contrata o projeto, construção, operação e eventualmente manutenção 
do empreendimento; 
 É baseado na liberação de recursos pelo proprietário ao contratado, que se 
responsabiliza por todas as etapas da obra. 
 O contratado tem responsabilidade total sobre o projeto, construção, testes e operação 
em longo prazo. 
Vantagem: 
 Um único responsável pelo projeto, construção e operação, o que pode reduzir custos e 
prazos. O construtor pode desenvolver projeto e construção simultaneamente. 
Problema: 
 O proprietário não tem controle sobre o projeto e construção. 
 
e) Build-Own-Operate-Transfer (BOOT) = Construir, possuir, operar e transferir 
Características: 
 Semelhante ao DBO; 
 São contratos pouco aplicados; 
 A seleção do contratado é por preço ou tarifa; 
 O contratado financia o projeto e vende ao proprietário (contratado projeta, constrói, 
opera e vende ao contratante deve vender no prazo estabelecido, tendo ou não 
operado o produto (empreendimento); 
 Os riscos são do contratado, o que é o maior benefício para o proprietário. 
 
f) Engineer-Procure-Construct (EPC) = Engenharia, procura/compra e construção 
Características: 
 
 É semelhante ao D&B; 
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 É um contrato Turnkey Lump-sum (chave na mão, de preço global) esta é uma 
diferença entre EPC e D&B; 
 É usado para contratos de grande porte (especialmente que envolvam equipamentos 
eletro-mecânicos, como hidrelétricas esta é também uma diferença entre EPC e 
D&B); 
 FDIC estabelece um modelo de contrato EPC no Silver Book; 
 É vantajoso em empreendimentos: 
o De elevado custo; 
o Que envolvam novas tecnologias; 
o Onde o melhor preço final deve ser garantido; 
o Onde o contrato é de performance. 
Vantagem: 
 O contratante age comoproprietário, negociando melhores condições sem redução de 
qualidade. 
Problemas: 
 Dificuldade de gerenciamento destes contratos em longo prazo; 
 Dificuldade de gerenciar a necessidade de reduzir o custo fixo e ao mesmo tempo 
manter a qualidade. 
 
3.1.4.3 Pagamentos 
a) Métodos 
 No final do contrato (soma total); 
 Pagamentos mensais (Parcelas pré-definidas); 
 Por eventos (atingimento de metas, ou por medição). 
 
b) Situações relacionadas 
 Atraso: a contratada pode suspender os trabalhos. 
 Adiantamento: deve ser evitado, salvo proporção do valor total. 
 Retenção: 10 a 20%: percentual dos pagamentos mensais que são retidos pelo 
contratante como garantia. São liberados ao contratado ao final da fase de garantia do 
empreendimento (após a constatação de que não há defeitos). 
 Incentivos: participação nos lucros. Incentivos são mais eficientes para garantir 
conclusão no prazo do que as multas. 
 Penalidades: são multas por atraso ou não construção. 
 Garantias e impostos: contratante e contratada são co-responsáveis. 
 
3.1.4.4 Riscos 
 De mercado: suposição errada de crescimento econômico, de demanda específica, etc. 
 Financeiros: dificuldades de atrair investidores e obter financiamentos. 
 Tecnológicos: dificuldades de engenharia, de interação com elementos naturais. 
 De construção: todas as dificuldades de execução. 
 Operacionais: possibilidade que o empreendimento não atinja o desempenho 
planejado. 
 Regulatórios: empreendimentos dependem de leis e normas. Riscos estão associados 
a fatores macroeconômicos (flutuação de moeda, ou dificuldades burocráticas, tais 
como demora para a obtenção de licenças ambientais. 
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 Sociais: possibilidade de encontrar oposição de movimentos sociais organizados (MST, 
movimentos indígenas, ONGs) e dificuldades/resistência de famílias com terras 
desapropriadas, etc.. 
 De concessão: possibilidade que os governantes decidam renegociar os valores dos 
contratos, concessões, direitos de propriedade, etc. 
 De jurisdição: quando há superposição de agências reguladoras e de vários níveis da 
organização política. 
 
3.1.5 Documentos fiscais1 
São documentos necessários ao relacionamento contratante / contratado: 
a) Contrato / pedido 
Data da compra, comprador, autorização da compra, prazo de entrega, discriminação do 
material, etc. 
b) Nota fiscal 
De compras: autorizada/fiscalizada pela secretaria da fazenda do estado (ICM, IPI) 
De serviço: autorizada pela prefeitua da sede. Tributo ISQN. Pode ser emitida também por 
profissional liberal 
c) Fatura 
Reunião de notas fiscais; para vendas a prazo (mais de 30 dias). Serve para o comprador 
verificar se recebeu o que pediu. Deve conter: no de ordem + data de emissão + nome e 
endereço do comprador e do vendedor + condições de venda + lista geral de mercadorias 
vendidas ou das notas fiscais 
d) Duplicata 
É a segunda via da fatura. Simplificada. Serve para negociar créditos em instituições financeiras 
e p/ ser lê vá a protesto em cartório de títulos e documentos p/ posterior cobrança judicial. 
Consulta em: 
http://www.sef.rj.gov.br/legislacao/tributaria/decretos/2000/ricms/livro_VI.shtml#CAPÍTULO%20I
-TIII 
 
3.2 Formas básicas de gerenciamento 
As três formas básicas de gerenciamento são: gerenciamento tradicional, gerenciamento 
contratado e gerenciamento profissional da construção (Jungles e Ávila, 2006: pp. 27 a 31). 
a) Gerenciamento tradicional 
Tem sido o tradicionalmente utilizado pelos órgãos governamentais, empresas estatais e 
privadas para seus empreendimentos. 
O proprietário contrata um escritório de projetos para a elaboração destes. Um empreiteiro geral 
é, então, contratado para a execução das obras. 
Cabe ao proprietário a responsabilidade por toda a contratação de serviços e de projetos, bem 
como a coordenação da relação entre os atores envolvidos no processo. O contrato de 
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execução prevê todas as garantias e condições necessárias à execução da obra (preços, 
multas, correção de preços, prazos, desembolso, seguros, leis sociais, etc.). 
Para este tipo de gerenciamento, todos os projetos devem estar prontos antes do início da 
execução do empreendimento, o que pode tornar o processo mais longo do que seriam usando 
outro tipo de gerenciamento. 
b) Gerenciamento contratado 
O proprietário contrata um gerenciador, o qual será responsável por garantir o processo de 
construção e cumprir as condições exigidas para o empreendimento. Ao gerenciador cabe 
contratar os demais participantes (arquitetos, engenheiros, empreiteiros, fornecedores de 
equipamentos, etc). Este pessoal tanto pode ser contratado de empresas espcializadas como 
pertencer ao quadro do gerenciador. Dependendo do acordo, o processo de suprimento pode 
ser efeutado pelo geneciador. Este tipo de gerenciamento é interessante por ser o gerenciador 
um profissional especializado em gerenciar, e por permitir que os projetos sejam elaborados por 
fases partes do empreendimento podem ser projetadas elicitadas separadamente o que 
permite antecipar prazos de execução. Exemplo: Contratos turn-key. 
Vantagem: não precisar dispor de pessoal próprio para o gerenciamento - o que reduz custos. 
Desvantagem: os riscos financeiros e técnicos de entregar o empreendimento nas mãos de um 
único administrador. 
c) Gerenciamento profissional da construção 
O proprietário contrata o projetista e o gerenciador ao conceber o empreendimento, para juntos 
realizarem como equipe. Como o gerenciador participa do empreendimento desde sua 
concepção, há uma otimização do projeto, principalmente quanto à tecnologia e métodos a 
serem utilizados, ao conhecimento antecipado das interfaces entre os projetos, reduzindo 
paralisações em função de alterações e inconsistência dos projetos. 
O gerenciador pode assumir a coordenação da logística do suprimento efiscalização do 
processo de garantia de qualidade. 
A fiscalização dos preços em contratos individuais é de responsabilidade do proprietário, mas 
com o suporte do gerenciador. Medições para pagamento podem ser atribuídas ao gerenciador, 
mas o pagamento é realizado pelo proprietário. 
Este tipo de gerenciamento, como o gerenciamento contratado, facilita o processo de 
gerenciamento por fase, o que contribui para a redução dos prazos de execução. 
 
3.3 Licitações 
Processo regulado pela Lei 8.666 de 21 de junho de 1993: 
http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/leis/lei8666.pdf#search='Lei%208.666' 
 
3.3.1 Definições1 
 Licitação é o processo de disputa da adjudicação de bens e/ou serviços insusceptíveis 
de divisão. 
 Adjudicar é declarar, formalmente, que o fornecimento do bem e/ou serviço foi atribuído 
a um determinado proponente. 
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 Proponente é todo aquele que participa de um processo liquidatário, segundo as regras 
estabelecidas no edital de licitação. 
A licitação é um processo exigido pela constituição: a Lei 8.666: Regulamenta o art. 37, inciso 
XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração 
Pública e dá outras providências. 
Os princípios que regem as licitações são: Legalidade / Moralidade / Impessoalidade / 
Publicidade. 
 
3.3.2 Tipos de Licitação 
 
 Menor preço 
 Melhor técnica 
 Menor preço e melhor técnica 
 Maior oferta 
 
3.3.3 Modalidades (e situações 
especiais) 
Diferenciam-se, basicamente, pelo valor 
monetário máximo a ser pago e pela 
documentação exigida ( Art. 22. da Lei 
8.666). 
 Inexigibilidade (situação especial) 
 Dispensa de licitação (situação especial) 
 Convite 
 Tomada de preços 
 Concorrência 
 Concurso 
 Leilão§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial 
de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no 
edital para execução de seu objeto. 
 § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente 
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o 
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. 
 § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu 
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela 
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e 
o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu 
interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. 
 § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de 
trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos 
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com 
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
 § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de 
bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou 
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior 
lance, igual ou superior ao valor da avaliação. 
 § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis 
interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório 
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o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados 
nas últimas licitações. 
A tabela 15 mostra os valores-limite para as modalidades de licitações. 
Tabela 15: valores-limite para as modalidades de licitações (atualizado em março de 2008). 
Modalidades Valores 
Obras e serviços de 
engenharia 
Compras e serviços 
Inexigibilidade 
Dispensa de licitação 
Convite 
Tomada de preços 
Concorrência 
Concurso 
Leilão 
- 
Até R$ 15.000,00 
Até R$ 150.000,00 
Até R$ 1.500.000,00 
Acima de R$ 1.500.000,00 
- 
- 
- 
Até R$ 8.000,00 
Até R$ 80.000,00 
Até R$ 650.000,00 
Acima de R$ 650.000,00 
- 
- 
 
O MARE (Ministério da Reforma do Estado e da A. Pública) trimestralmente divulga portaria: 
limites superiores para as modalidades. Instituiu o SICAF: sistema de cadastramento unificado 
de fornecedores (http://www.comprasnet.gov.br/livre/sicafweb/_menu2.htm) através do qual é 
possível consultar a saúde financeira das empresas participantes na licitação. 
3.3.4 Exigências legais1 
Para a realização de um processo licitatório, os seguintes passos deverão ser cumpridos: 
 Solicitação de abertura do processo, com o objeto a ser adquirido; 
 Empenho da importância prevista para ser desembolsada; 
 Autorização do ordenador primário de despesa ou da autoridade competente para a 
realização da licitação; 
 Elaboração do edital; 
 Elaboração do projeto básico ou termos de referência; 
 Minuta do contrato; 
 Análise da consultoria jurídica do órgão; 
 Publicação do aviso de edital; 
 Recebimento das propostas; 
 Processo de julgamento das propostas com recomendação do vencedor; 
 Adjudicação do contrato. 
a) Contratos em licitações 
Normalmente são feitos direto com o fornecedor, mas parte pode ser subcontratada (sub 
empreitadas) 1. 
A contratante define se é permitido ou não a sub-contratação parcial. Responsabilidades devem 
ser explicitas 1. 
Uma empresa que participou da licitação e perdeu não pode ser sub-contratada pela 
vencedora. 
b) Anúncio de Edital 
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É publicado com antecedência no Diário oficial da União e/ou em jornais de circulação estadual 
e municipal (Art 21). Diz onde ter acesso ao Edital completo. 
O objeto é orçado previamente, para ter idéia dos valores de propostas a aceitar. 
De acordo com o Artigo 21 da Lei 8.666... 
 § 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: 
 I - quarenta e cinco dias para: 
a) concurso; 
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada 
integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; 
 II - trinta dias para: 
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; 
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; 
 III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do 
inciso anterior, ou leilão; 
 IV - cinco dias úteis para convite. 
 § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última 
publicação do edital... § 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma 
forma que se deu o texto original... 
c) Até a data do Edital... 
Deve-se levar 2 envelopes, no local especificado no edital, contendo: (1) documentação para 
Habilitação; (2) propostas. 
c.1) Documentos básicos para Habilitação 
 Sanidade financeira da empresa: LG, SG e LC 1 (provam que a empresa tem mais 
do que deve). 
 Se índices forem menores que 1, comprovar patrimônio líquido de 10% do valor da 
licitação (último balanço da empresa). 
 ARTs similares ao objeto; 
 Declaração de ter vistoriado o local onde será construído o empreendimento em 
licitação; 
 Declaração de inexistência de fato superveniente (não deve existir fato que ompeça a 
participação da empresa na licitação). 
c.2) Documentos básicos para Proposta: 
 Inclui o valor da proposta, numérico e por extenso, a validade da proposta e outros, 
Mais detalhes são definidos no Edital. 
d) Sessões de licitação Habilitação 
 Proposta 
 Desempate 
e) Valores desclassificados 
Valores com muito desvio em relação ao objeto orçado (consultar o artigo 48 da Lei 8666 para 
valores de limites para cada caso). 
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f) Empate 
Em caso de empate, será dada preferência para empresas brasileiras; em seguida, o 
desempate é feito por sorteio. 
g) Penalidades 
 Advertência por escrito; 
 Suspensão do direito de licitar, por até dois anos; 
 Declaração de inidoneidade. 
Penalidades são lançadas no sistema SICAF: automaticamente, as empresas com penalidades 
são excluídas. 
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4. Abertura de empresas e aprovação de projetos 
Esta seção será estudada através de um trabalho prático (Trabalho T1). O objetivo é preparar o 
aluno para a aplicação direta, para que ele conheça endereços, horários de funcionamento dos 
órgãos públicos, sites e serviços disponíveis na web, documentos e tempos requeridos para 
cada um dos processos. 
Trabalho: regularização de construções e empresas. O aluno deverá seguir orientações básicas 
dadas em sala de aula e verificar na prática como funciona o processo de legalização do início 
de construções, bem como os passos para abertura de empresas. 
1. Passos para iniciar construções: 
 Documentação exigida; 
 Passos a seguir; 
 Aprovação do projeto; 
 Após aprovado o projeto; 
 Aprovação da construção; 
 Habite-se. 
2. Etapas para abertura de firma individual 
3. Etapas para registro de empresa limitada 
4. Etapas para registro de autônomo 
5. Etapas para registro de umasociedade an 
6. Como dar baixa no CNPJ 
O resultado do trabalho deverá ser apresentado por escrito e em classe, disponibilizando-se o 
material completo para todos os alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
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5. Recursos humanos, processos de trabalho, produtividade e 
competitividade 
5.1 Configuração atual 
5.1.1 Construção no Brasil 
a) Panorama geral 
A construção civil apresenta uma série de características / peculiaridades, muitas destas 
responsáveis pelo estigma de setor atrasado tecnologicamente. Entre elas, podem-se citar: 
1. Emprego de métodos de gestão ultrapassados; 
2. Predominância de mão de obra sem qualificação profissional, com baixo grau de instrução 
formal; 
3. Falta de organização do trabalho; 
4. Baixa produtividade e preços elevados em relação à produção em países desenvolvidos. 
5. Predomínio de condições de trabalho adversas: excessivo esforço físico, falta de higiene, 
precárias condições de saúde para os trabalhadores, ausência de segurança, utilização 
intensiva de horas-extra; 
6. Grande disponibilidade de mão de obra - possibilidade de pagar baixos salários, de recorrer 
sistematicamente à extensão da jornada de trabalho; 
7. Resistência às inovações tecnológicas; 
8. Falta de comunicação entre as fases do processo (concepção, projeto, produção de 
materiais e componentes, produção no canteiro e uso); 
9. Uso de materiais, componentes, sistemas construtivos e serviços inadequados; 
10.Ocorrência significativa de desperdícios ao longo da produção, tanto de materiais quanto de 
tempo; 
11.Dificuldades de padronização do produto; 
12.Alta incidência de problemas de qualidade do produto final; 
13.Dispersão espacial dos empreendimentos, o que dificulta a produção em escala, e inviabiliza 
a utilização intensiva, em longo prazo, de máquinas e equipamentos; 
14.Longo período de rotação do capital, implicando imobilização de recursos, por períodos 
relativamente grandes; 
15.Instabilidade do mercado da construção habitacional; 
16.Defasagem constante entre as necessidades de moradia da população e a oferta feita pelo 
setor formal. A parcela da população que consegue ingressar no mercado tende a minimizar 
suas exigências quanto à qualidade da habitação. 
b) Mão de obra 
 Intenso uso de mão de obra e baixa mecanização; 
 Extensa subcontratação de mão de obra; 
 Nível educacional dos trabalhadores em canteiro de obra é geralmente baixo; 
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 Alta rotatividade; 
 Altos índices de acidentes no trabalho ; 
 Perigo de doenças ocupacionais; 
 Baixa produtividade (1/3 da produtividade americana para o sub-setor edificações). 
c) Produtividade 
c.1) Mão de obra 
 Estados Unidos: produtividade média no sub-setor edificações era 85 m2 para cada 
1.000 horas trabalhadas - no Brasil era de 27 m2 para cada 1.000 horas trabalhadas 
(dados 1998); 
 Nossa produtividade poderia alcançar os níveis americanos através da melhoria de 
métodos de planejamento e aplicação de materiais e componentes racionalizados. 
c.2) Indústria 
 Produtividade da indústria é medida em termos de participação da indústria no PIB 
 Estudo (2002) mostrou que a produtividade geral aumentou no Brasil nos anos 90 - 
empresas tiveram que aumentar a produtividade devido ao aumento da competição 
 Construção foi classificada como baixo crescimento da produtividade - crescimento de 
1,26% por ano na década de 90. 
d) Clientes e financiamento 
 Governo: maior cliente para investimentos em infra-estrutura no país + maior investidor 
na construção das habitações para população de baixa renda; 
 Falta de capital: fator que limita o crescimento do setor; 
 Sub-setor edificações: clientes privados e públicos; 
 PPP (Parcerias público-privadas). 
 
60 80.5 52.4 70.6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1996 2002
Ano
Total construção
Construção pesada
P
er
ce
nt
ua
l
 
Figura 20: Percentual de trabalho executado para clientes públicos (Fonte: IBGE 2002 adaptado por Mutti, 
2004). 
e) Distribuição 
 Em 2002 o mercado formal da construção contratou 1.032.656 novos empregados; 
 São Paulo: 257.673 destas contratações. 
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 107
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
N
or
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N
or
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st
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C
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P
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Região brasileira
N
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de
 a
dm
is
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es
 
Figura 21: contratações do mercado formal da construção em 2002 (Fonte: IBGE 2002 adaptado por Mutti, 
2004). 
5.2 Iniciativas de mudança: investindo em melhorias 
5.2.1 Iniciativas na última década 
Na última década, a indústria da construção no Brasil vem experimentando uma série de 
iniciativas que visam modernizar e melhorar o desempenho do setor. Estas enfocam qualidade, 
produtividade e competitividade. Exemplos destas iniciativas são o Qualihab lançado em 
1996, e o PBQPh, lançado em 1998 (com posteriores modificações). A ênfase na certificação 
com as normas ISO 9000 cresceu, sendo que muitas empresas foram certificadas nestes 
últimos dez anos. Universidades têm trabalhado em parceria com empresas e entidades, 
desenvolvendo programas de qualidade, treinamento de mão de obra, e controle do 
desperdício. 
O Ministério da Ciência e Tecnologia publicou, em 1994, o ECIB (Estudo da Competitividade da 
Indústria Brasileira (Coutinho and Ferraz 1994)), o qual analisou o setor de materiais de 
construção, e analisou os fatores sistêmicos que influenciam a competitividade. 
A Amcham (Câmara Americana de Comércio de São Paulo) criou, em 1999 o Comitê do 
Construbusiness, o qual é composto por representantes multidisciplinares da cadeia produtiva 
da construção. O objetivo do comitê é criar diretrizes para a maximização dos benefícios sociais 
e econômicos para o país. O comitê se reúne periodicamente. No seminário anual de novembro 
de 2003 a agenda incluía aspectos como: tecnologia: qualidade e competitividade na cadeia 
produtiva da construção (Coutinho 2003). 
O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior criou o fórum da 
competitividade, o qual visa conduzir ações que melhorem a competitividade do setor produtivo 
brasileiro no mercado mundial (MDIC 2002a). Há um Fórum específico para a indústria da 
construção (dos 8 fóruns de discussão). O Foco deste Fórum atualmente é nas relações 
internacionais (Mercosul e ALCA), bem como em estimular mais empresas a exportarem 
serviços de engenharia e construção. 
Todas estas iniciativas vêm contribuindo para a melhoria do setor da construção. 
Representantes de entidades ligadas à construção dizem que o mais importante não é o 
estágio em que a construção se encontra hoje, no que diz respeito a tecnologia e qualidade, 
mas as melhorias que foram atingidas na última década. 
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5.2.2 Áreas de investimento na construção processo global 
 Iniciativas governamentais; 
 União da cadeia produtiva na busca de melhorias; 
 Gestão do processo de projetos; 
 Gestão do processo de planejamento: utilização de técnicas e softwares para o 
plenajemento da execução; 
 Controle do processo desde o projeto até a pós-ocupação; 
 Gestão de canteiro; 
 Serviços ao cliente; 
 Etc. 
5.2.3 Áreas de investimentos em gerência de canteiros 
 
Gerência de
canteiros
Recursos
humanos
Organização
do canteiro
Gerenciamento
dos materiais Controle de
qualidade e
produtividade
no canteiro
Planejamento
e organização
da produção
Máquinas,
equipamentos
e ferramentas
 
Figura 22: Fatores fundamentais para boa gerênciade canteiros. 
 
a) Gerenciamento dos materiais 
 Critérios para especificação de materiais; 
 Qualificação e desenvolvimento de fornecedores e produtos; 
 Planejamento e controle dos suprimentos (ex. Curva ABC); 
 Controle de recebimento dos materiais no canteiro; 
 Arranjo físico dos estoques; 
 Controle dos estoques de materiais; 
 Condições de armazenagem; Movimentação de materiais; dimensionamento de 
estoques; Instruções de armazenamento de materiais expostas em canteiro. 
Exemplos de filosofias de gestão de materiais: 
a.1) JIT (just in time) 
Os materiais certos... 
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...na quantidade certa... 
...no momento certo... 
...no local certo. 
a.2) Kan ban (cartão) - sistema de puxar 
 O material é retirado pelo usuário conforme o necessário; 
 A linha final de montagem sabe quantas peças serão necessárias e quando, por isso, 
ela vai até o processo anterior para obter as peças necessárias, na quantidade 
necessária, e no tempo necessário; 
 O processo anterior produz, então, os produtos necessários para a execução do 
processo subseqüente; 
 Pare de fornecer até que haja demanda na operação seguinte ou até que o problema 
da operação seguinte seja resolvido, indicado pelo cartão KANBAN . 
 
Mac Donalds Churrascarias
 
Figura 23: Exemplos de produção puxada 
 
b) Organização do canteiro: 
 Projeto e padronização de canteiros; 
 Melhorias relativas às instalações elétricas e hidráulicas; 
 Controle de perdas de materiais no canteiro; 
 Limpeza da obra; 
 Organização de ferramentas. 
Exemplo de organização: Programa 5s 
O nome deste programa deriva de palavras japonesas iniciadas com a letra S: seiri, seiton, 
seisoh, seiketsu, shitsuke. A tradução exata do japonês para o português é difícil, optando-se 
por utilizar palavras como: arrumação (seiri), ordenação (seiton), limpeza (seisoh), asseio 
(seiketsu), auto-disciplina (shitsuke) como idéias básicas. 
Os objetivos do programa 5S são: 
 Melhoria da qualidade; 
 Prevenção de acidentes; 
 Melhoria da produtividade; 
 Redução de custos; 
 Conservação de energia; 
 Prevenção quanto a paradas por quebra; 
 Melhoria da atmosfera e ambiente de trabalho; 
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 Melhoria do moral dos empregados; 
 Incentivo à criatividade. 
Estes objetivos devem ser estabelecidos pela alta administração, com metas que possam ser 
acompanhadas e mensuradas. 
Definições: 
a) Seiri (Senso de Arrumação) 
Identificar os itens necessários e 
desnecessários existentes no local de 
trabalho. Em outras palavras, somente os 
itens necessários deverão estar nos locais 
de trabalho. 
CIMENTO
CIMENTO
CIMENTO
CIMENTO
 
Figura 24a: Arrumação. 
 
Figura 24b: Ordenação. 
b) Seiton (Senso de Ordenação) 
Determinar o local para achar facilmente, 
quando precisar para utilizar. 
c) Seisoh (Senso de Limpeza) 
Eliminar pó e sujeiras (com vassoura). 
 
Figura 24c: Limpeza. 
 
Figura 24a: Asseio. 
d) Seiketsu (Senso de Asseio ou 
Sanidade) 
Obra saneada ou asseada, no sentido 
mais amplo possível. Neste estágio tudo 
está em ordem: oficinas, banheiros, 
refeitório, salas, portaria, etc. 
e) Shitsuke (Auto-Disciplina) 
Ter os empregados habituados a cumprir 
os procedimentos operacionais, éticos e 
morais. 
Figura 24e: Auto-disciplina. 
 
 
 
 
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c) Planejamento e organização da produção 
O custo do planejamento representa menos de 1% do valor total do empreendimento; os 
benefícios resultantes da tomada de decisão antes de se iniciar a construção podem trazer uma 
economia da ordem de 25% do custo total da construção. 
 Planejamento de layout de canteiro; 
 Racionalização do transporte; 
 Centrais de pré-fabricação e montagem de compenentes; 
 Entrega programada de materiais; 
 Planejamento operacional da produção; 
 Inovações voltadas a mudanças no sequenciamento da produção. 
d) Controle 
O controle é o que garante que novos empreendimentos possam ser planejados de forma mais 
precisa. È também o que possibilita melhoria nos processos (melhoria de qualidade, por 
exemplo), bem como economia. 
d1) Controle da execução: onde são registrados prazos, custos, produtividade da mão de obra, 
entre outros. O registro destes dados permite o refinamento do orçamento, planejamento e 
programação da obra, em função da situação real da empresa. 
d2) Controle de qualidade e produtividade: iso 9000, PBQPh, indicadores de qualidade e 
produtividade 
Este tópico isolado já seria assunto para um curso completo. Qualidade era vista no início dos 
anos 90 como uma diferenciação. Hoje em dia é muito mais do que isto: é uma necessidade. 
Empresas que não apresentam qualidade em seus processos tendem a perder espaço para os 
competidores. A certificação começa a desempenhar um papel de selecionadora de empresas 
aos olhos dos órgãos financiadores e mesmo dos clientes. 
A preparação para a certificação de acordo com a série ISO 9000 
(http://www.iso.org/iso/en/ISOOnline.frontpage) pode ser feita de várias formas, principalmente 
com ajuda de consultorias ou por uma pessoa destacada como responsável para isto dentro da 
empresa. 
Muitas empresas já aderiram ao PBQPh. A preparação para a certificação também pode ser 
feita com o apoio de consultorias, ou designando uma pessoa responsável para isto dentro da 
empresa (http://www.cidades.gov.br/pbqp-h/). 
Caso a empresa queira investigar seu nível de qualidade, existe um sistema de indicadores de 
qualidade, sistema este elaborado pelo NORIE/UFRGS (http://www.cpgec.ufrgs.br/norie/). Este 
sistema é um conjunto de instrumentos para verificar a qualidade do processo construtivo como 
um todo, desde o projeto, até a entrega ao cliente (ver OLIVEIRA et al. 1995). 
d3) Controle do desperdício 
Com a busca pela melhoria contínua, as empresas procuram reduzir o desperdício de tempo e 
de materiais, atacando alguns dos principais pontos de estrangulamento da construção 
convencional, tais como: desarticulação entre os diversos projetos e entre projeto e obra; 
ausência de controle de qualidade; más condições de trabalho como fator de baixa 
produtividade; desorganização do canteiro, etc. 
O que motiva as buscas sobre dados relativos às perdas na construção civil???? 
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Diminuição da disponibilidade de recursos financeiros para a realização de empreendimentos + 
Mercado consumidor mais exigente = Aumento da competição, o que exige das empresas 
brasileiras um melhor aproveitamento de seus recursos internos. 
Conseqüências imediatas da ocorrência de perdas na construção: 
 Elevação dos custos; 
 Produtos de qualidade deficiente. 
Métodos para a quantificação e redução de perdas foram criados e vêm sendo aplicados pelas 
empresas (ver apostila da disciplina ECV 5353 Controle do desperdício na construção, bem 
como os trabalhos de Santos (1996) e o livro de Souza (2004)). 
e) Introdução de equipamentos, ferramentas e dispositivos 
Na construção civil são observadas muitas situações de trabalho visivelmente prejudiciais à 
saúde do trabalhador. Sob o aspecto ergonômico, registra-se esforços repetitivos, posturas 
inadequadas para carregamento de pesos, estes geralmente acima dos limites permitidos ao 
indivíduo (por exemplo, o apresentado pela FUNDACENTRO é que o peso que um homem 
adulto pode carregar é, no máximo, 40 quilos, quando, somente um saco de cimento já pesa 50 
quilos). Também pode-se observar levantamento de pesos em alturas superiores à linha dos 
ombros do trabalhador, postura prejudicial, segundo a bibliografia/ profissionais da área. 
Atualmente, face à crescente busca por agilidade nos serviços, há uma grande preocupação 
por parte das empresas com a produtividade de seus funcionários. De maneira geral, aumentar 
a produtividade significa produzir mais em menos tempo, ou seja, incrementar a produção, 
reduzindo-se a aplicação do tempo e esforços. Pesquisas são feitas, há muito tempo, com o 
objetivo de se encontrar maneiras de aumentar a produtividade dos trabalhadores. Além dos 
fatores motivacionais, estimula-se a adoção de equipamentos, ferramentas e dispositivos 
que facilitem os trabalho, contribuindo para a redução de esforços e aumento da agilidade no 
desenrolar das atividades. A seguir são apresentadas e / ou descritas alguns deles: 
e1) Ferramentas 
 Régua com bolha 
 Meia cana 
 Palheta. 
e2) Equipamentos e dispositivos 
 Escantilhão 
 Carrinho para transporte de 
blocos. 
 Carrinho para transporte de 
pallets 
 Carro plataforma 
 Carrinhos dosadores 
 Argamasseiras, suportes / 
carrinhos 
 
 
 
Figura 25: Masseira, carrinho e palheta. 
 Cavaletes, andaimes, plataformas metálicas 
 Emprego de grua (popularizar o uso) 
 Máquina para fazer cortes (em paredes para passagem de instalações ou em tijolos 
para fazer o 1/2 tijolo) 
 Moedor de entulho 
 Esteira rolante para descarga de sacos de cimento 
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 Coletor de entulhos 
 Garfo porta-pallet 
 Garfo porta masseira 
 Dobradeira de estribos 
 Argamassadeira 
 Acabadora de superfície 
 Nível laser 
 Nível alemão 
 Régua vibratória para concretagem 
 Aplicador de chapisco 
 Equipamentos de projeção de argamassa 
 
f) Gestão de recursos humanos 
Investir em recursos humanos é algo que geralmente passa por resistências, devido aos riscos 
de investimentos em RH (por exemplo, a rotatividade do setor da constução). 
 
 
INVESTIMENTO:INVESTIMENTO:
INCENTIVOS;INCENTIVOS;
TREINAMENTOTREINAMENTO$$
 
ROTATIVIDADEROTATIVIDADE
 
Figura 26: Dúvida: vale à pena investir em melhorias na área de recursos humanos? 
 
f1) Treinamento de mão de obra 
Quanto aos problemas de mão de obra, sabe-se que uma parcela destes pode ser atribuída à 
baixa remuneração no Brasil. Tem-se que na Inglaterra um trabalhador da construção recebe 
US$ 15,00/hora, nos EUA US$ 10,00, na Alemanha US$ 22,00, enquanto no Brasil, fica-se com 
R$ 3,50, ou seja, US$ 1,75, o que é uma grande diferença mesmo levando-se em conta as 
grandes diferenças construtivas e culturais (Fonte: TÉCHNE no 32, QUALIDADE). Outra grande 
parcela fica, mesmo, por conta das condições de trabalho precárias, falta de motivação e 
treinamento. 
No setor da construção civil, a maior parte da mão de obra do canteiro ainda é formada através 
da improvisação, do treinamento acelerado, assistemático. O treinamento de pessoal é pouco 
incentivado, configurando uma desqualificação geral e elevado índice de rotatividade. 
 
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Com a escassez de mão de obra qualificada no mercado, constata-se, cada vez mais, a baixa 
qualidade dos resultados. Tal fato gera retrabalho para reparar falhas de construção que, 
muitas vezes, não chegam a ser diretamente observadas no produto final, mas que causam 
grande desperdício de material de construção e pouca eficiência no emprego da mão de obra. 
 
Figura 27a: Resistência ao treinamento. 
Ao se propor treinamento para as 
empresas, normalmente pensa-se em 
resistência. Por parte da gerência, que 
associa à necessidade de estruturação de 
um setor específico. Por parte do operário 
pela inércia a mudanças (cultura). Nem 
sempre esta suposição exprime a 
realidade. Geralmente, para que seja 
realizado um programa de treinamento 
dentro de uma empresa, o ingrediente 
mais importante é o apoio e envolvimento 
de todos, desde a gerência até os 
operários a serem treinados. 
Há que se lembrar que treinar, educar, não se restringe apenas aos aspectos da técnica 
necessária aos trabalhadores, para a consecução dos objetivos. Vai além disto. O trabalhador 
deve ser educado para a qualidade, para a segurança, não só no trabalho, mas de um modo 
geral, e para sua valorização enquanto profissional. Deve haver também, no treinamento, 
preocupação sob o ponto de vista ergonômico, orientando correta postura e manuseio dos 
materiais e operação dos equipamentos. 
Para se fazer o treinamento, dispõe-se de 
várias técnicas. Pode-se reunir os 
trabalhadores em uma sala de aula 
especialmente preparada, com assentos 
para todos, boa iluminação e gerência 
visual. O horário deve ser tal que não 
prejudique o andamento dos serviços 
(ideal no início da manhã). Também é 
importante utilizar material didático 
adequado ao público-alvo, com muitas 
ilustrações, visto que a maioria dos 
trabalhadores da construção civil não é 
alfabetizada. Utilizando-se o método 
 
Figura 27b: Treinamento formal. 
expositivo-participativo, pode-se transmitir as técnicas aos operários, estimulando a 
participação, possibilitando o contato prévio com os materiais e equipamentos a serem 
utilizados em obra. 
Outra técnica que pode ser utilizada isolada ou em complemento à anterior, é a intervenção em 
obra, chamada treinamento corpo a corpo. Em qualquer caso, ela dá resultados muito bons. 
Este tipo de treinamento acontece com a presença constante de um instrutor, o qual demonstra 
as técnicas de execução, com o acompanhamento dos operários. Em seguida, estes executam 
os serviços e são corrigidos pelo instrutor. Geralmente nestes casos, é escolhido um operário 
para ser treinado como monitor. Sua função será supervisionar o trabalho dos colegas depois 
de terminado o período de treinamento, orientando sempre a execução correta do serviço. 
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Também podem ser realizados treinamentos específicos para o mestre de obra ou 
encarregado, o qual deverá orientar o trabalho dos operários no canteiro. Neste, o mestre 
recebe orientações sobre a técnica em si, e de como demonstrá-la para seus subordinados. 
Este tipo é feito por órgãos como o SENAI. 
A elaboração de vídeos didáticos como elementos difusores das técnicas (ótimo para locais 
onde é difícil (distância, custo) o acesso de equipes de treinamento. 
Uma etapa importante após a realização de um programa de treinamento é a avaliação dos 
resultados obtidos, em termos de sua eficiência. Estes resultados devem ser considerados sob 
dois aspectos: 
 Apurar até que ponto o treinamento produziu as modificações desejadas no 
comportamento dos empregados; 
 Verificar se os resultados do treinamento contribuíram para a consecução das metas 
da empresa. 
No sentido de que o treinamento é um esforço de fazer uma equipe atingir os objetivos da 
empresa da maneira mais econômica possível, CHIAVENATO (1989) defende o treinamento, 
não como uma despesa, mas como "investimento precioso cujo retorno é altamente 
compensador para a organização". 
O treinamento de mão de obra envolve investimento e constitui-se um desafio, pois se estará 
transformando uma mão de obra mal preparada em uma equipe de profissionais competentes. 
Assim, ao atuar para que os operários dominem as técnicas de execução, conseqüentemente 
ter-se-á um produto final de melhor qualidade, e a execução dos serviços provavelmente será 
mais rápida. 
f1.1) Infraestrutura p/ educação e treinamento 
Com o objetivo de melhorar a qualificação de seus operários, algumas empresas realizam 
cursos de formação profissional no próprio canteiro de obras, em parceria com entidades como 
o SENAI e entidades de ensino e pesquisa, ou empregando seu quadro técnico interno, 
utilizando as técnicas acima mencionadas. 
A realizaçãodestes eventos nos canteiros de obra, gera nas empresas necessidade de infra-
estrutura básica, ou seja, a preparação de locais para a realização dos cursos e a aquisição de 
materiais e equipamentos para fins didáticos (filipchart, quadro negro, vídeo cassete, cadeiras 
ou bancos feitos pelos próprios treinandos, etc.). 
f1.2) Curso de alfabetização e de formação profissional para os operários 
A baixa escolaridade da mão de obra do setor decorre, entre outros fatores, da entrada precoce 
dos operários no mercado de trabalho, das dificuldades para o ingresso no sistema 
educacional, tanto nos locais de origem como nos centros urbanos, e do desgaste excessivo 
que reduz a capacidade de aprendizagem do trabalhador. Esta situação, aliada às 
necessidades de mudanças nas formas de organização do trabalho, tem levado à promoção de 
cursos de alfabetização e formação profissional (SENAI e universidades) para os operários. 
 
 
 
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f2) Motivação e participação 
f2.1)Utilização de mão de obra própria 
É tradição no setor da construção a utilização da mão de obra subcontratada. Este fato é 
freqüentemente utilizado para justificar as razões pelas quais as empresas não investem em 
recursos humanos. Segundo pesquisa feita em algumas empresas, utilizar mão de obra 
predominantemente própria permite absorver as variações dos níveis de ocupação, sem perder 
a cultura tecnológica da empresa. 
f2.2) Eliminação da hora-extra e aumento do salário-base 
A realização de horas-extra ou a adoção do regime de tarefa são artifícios empregados pelas 
empresas para o aumento da remuneração, que, na maioria dos casos, não garantem melhoria 
significativa na produtividade, ou qualidade de serviços, nem na qualidade de vida do 
trabalhador. Diante disto, algumas empresas optaram por aumentar o salário-base, a partir da 
eliminação prática das horas extras. 
f2.3) Pagamento pontual 
Para evitar o descontentamento provocado pela desconfiança dos operários quanto à forma de 
pagamento, algumas empresas procuram, além da pontualidade, manter total transparência dos 
procedimentos adotados, fornecendo memória de cálculo dos valores pagos, prêmios por 
tarefas ou empreitadas, discriminação de descontos sobre o salário, e benefícios concedidos. 
f2.4) Quadro de presença e astral dos operários 
Considerando as dificuldades em registrar as variações de humor e comportamento dos 
operários (para, assim, saber como tratar com estes), e para amenizar as rotinas e dificuldades 
do trabalho, algumas empresas adotam o painel para o registro de humor dos operários. Cada 
um coloca seu cartão na faixa pintada do quadro que corresponde ao seu estado emocional no 
dia. 
f2.5) Galeria de fotos com operário do mês e de bons e maus serviços 
Com o objetivo de estimular a participação e o bom desempenho qualitativo e quantitativo, 
algumas empresas adotam painéis onde são exibidas fotos de empregados que se destacaram 
ao longo do mês. Também é organizada uma galeria de fotos mostrando os bons e maus 
serviços realizados na obra. 
f2.6) Premiações especiais 
Premiação para férias: forma de permitir ao operário que mora longe, visitar seus familiares; 
Premiação por tarefas grupais: os próprios trabalhadores terão o máximo interesse em distribuir 
adequadamente as tarefas, visando atingir as metas. 
f2.7) Concurso para sugestões e criação de frases / caixas de sugestões 
Forma utilizada pelas empresas para envolver e motivar os trabalhadores, considerando que as 
pessoas sentem-se mais estimuladas quando elas próprias estão participando do processo. 
f2.8) Introdução de células de trabalho e ampliação dos trabalhos das equipes 
As células de trabalho são formadas por grupos de pessoas capacitadas e designadas para 
desempenhar uma ou várias funções, que distribuem entre si as atividades e dividem a 
premiação obtida. Ampliando-se o trabalho, a célula pode ter atribuições mais completas na 
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construção, desde a preparação da cancha, abastecimento de materiais, produção 
propriamente dita, até a verificação de itens de qualidade que devem ser atendidos. 
 
f2.9) Formação de trabalhadores polivalentes 
Para contornar o problema decorrente da estrutura de ofícios em que se encaixa a construção 
civil e evitar a elevada rotatividade, algumas empresas estão adotando a polivalência ou 
multifuncionalidade de seus operários, permitindo que os mesmos permaneçam empregados 
mesmo quando sua profissão básica já não é necessária para aquela fase da obra. 
f3) Incentivos 
A motivação não pode ser conferida a um ser humano, e sim, induzida neste pela alteração de 
fatores e circunstâncias externas, tornando-os mais favoráveis. É elemento de extrema 
importância ao se pensar em trabalhar com pessoas, visando resultados de influência positiva 
no gerenciamento destas que constituem os chamados recursos humanos das empresas. MAIA 
(1994) afirma que gerenciar tais recursos consiste em envolver as pessoas, aumentando sua 
participação, satisfação, motivação para se obter produtividade e qualidade na realização das 
tarefas. Ressalta, ainda que satisfazer os seres humanos não é tarefa simples, uma vez que, de 
acordo com Maslow, a insatisfação é o estado natural do ser humano, estando ele satisfeito 
apenas em situações momentâneas. Daí vem a necessidade da continuidade dos estímulos 
aos trabalhadores, sob a forma de valorização do trabalho e do trabalhador. 
Há inúmeros outros fatores que contribuem para o aumento da produtividade, podendo ser 
citados, conforme CARVALHO (1989): 
 Fatores humanos: elevação do nível de qualificação técnica e cultural do trabalhador, 
motivando-o a progredir na carreira profissional; treinamento e reciclagem 
permanentes; salário justo; trabalho em equipe; supervisão participativa; bom ambiente 
psicológico e emocional de trabalho. 
 Fatores técnicos: avanço tecnológico; utilização correta de máquinas, equipamentos, 
ferramentas, etc.; aplicação de princípios de organização do trabalho. 
Algumas tentativas já aplicadas com sucesso por algumas empresas como incentivos para a 
fixação de recursos humanos na empresa são apresentadas abaixo: 
f3.1) Instalação de refeitório no canteiro 
Este local deve atender às condições mínimas de limpeza, conforto ambiental e adequação a 
atividades sociais. Há duas formas predominantes de estruturação de refeitórios em obras: com 
mesas de madeira, fixas, com capacidade para acomodação de um número variável de 
operários, ou mesas de aço, com capacidade para 4 pessoas. 
f3.2) Fornecimento de refeições e de cesta básica 
As condições sócio-econômicas dos operários e o esforço físico envolvido na execução de suas 
tarefas criam uma carência alimentar que, se não for suprida, afeta seu rendimento no trabalho. 
Por isto algumas empresas fornecem refeições no próprio canteiro de obra (geralmente café da 
manhã e almoço; jantar só é oferecido em canteiros com alojamento). 
A cesta básica geralmente é fornecida como forma de premiação aos funcionários que não 
possuem faltas num determinado período. O SESI é o principal fornecedor de cestas básicas, 
oferecendo 4 tipos padrões. 
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f3.3) Aquecedor de marmita, refrigerador e bebedouro 
 
O aquecedor de marmita pode ser adquirido de fabricantes (elétricos ou a gás), ou 
confeccionado na obra, através da utilização de lâmpadas para gerar a energia térmica 
necessária. 
Os refrigeradores permitem aos funcionários manterem sua marmita adequadamente 
refrigerada até a hora de aquecê-la e disporem de água fresca, o que também pode ser suprido 
por bebedouros elétricos. 
f3.4) Instalaçõessanitárias em canteiros, alojamentos e vestiários 
Três aspectos são importantes quanto às instalações sanitárias: o local deve ser de fácil acesso 
aos operários, devem apresentar proporção adequada ao número de usuários, e devem 
apresentar boas condições de higiene. 
Segundo a NR-24, é exigido 1 lavatório e 1 chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores. 
Quanto à bacia sanitária, é satisfatória a proporção de 1 para cada grupo de 20 trabalhadores. 
Sanitário móvel, em andares intercalados: forma de diminuir o percurso dos operários. 
Em obras de grande porte, em locais afastados, as empresas enfrentam o problema de recrutar 
e fixar os operários, devido aos grandes percursos que estes têm que vencer para chegar ao 
local de trabalho. Em função disto, algumas empresas oferecem alojamentos, dando condições 
aos operários de permanecerem na obra por longos períodos, com visitas aos familiares. 
f3.5) Assistência médica, odontológica e farmacêutica 
A exigência da NBR-5 quanto à obrigatoriedade de serviços médicos de enfermaria e 
ambulatorial é feita em função do número de operários existente nos canteiros. 
As principais iniciativas são a assistência médica e odontológica e serviços ambulatoriais para 
prestação de primeiros socorros. Estes podem ser oferecidos através da contratação de médico 
pela empresa, ou através das unidades móveis do SESI (serviços de assistência médica ou 
odontológica), ou ainda por convênios. O acesso aos equipamentos do SESI é feito através da 
solicitação prévia por parte da empresa, e o tempo de permanência do mesmo no canteiro 
depende da demanda existente na região. 
f3.6) Serviços psicológicos, de assistência social e outros 
O nível de marginalização social dos operários do setor faz com que os mesmos não tenham, 
na maioria das vezes, estrutura psicológica e conhecimentos básicos para administrar sua vida 
pessoal, familiar e econômica, provocando, em muitos casos, graves desavenças, alcoolismo e 
uso de drogas. Em função disto, empresas adotam a prática da contratação de psicólogos e 
assistentes sociais para orientarem os operários e seus familiares em relação a estes aspectos. 
f3.7) Lazer dos funcionários 
Na busca da melhoria da qualidade de vida dos operários, as empresas estimulam o lazer dos 
funcionários durante os intervalos do trabalho, promovendo aspectos de sociabilização e 
integração através de atividades sadias, preenchendo o tempo ocioso (televisor, vídeos, jogos, 
organização de torneios). 
 
 
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f3.8) Transporte dos operários 
Os operários trabalham, na maioria das vezes, em locais distantes de seus domicílios, o que é 
apontado como uma das causas de absenteísmo. Para reduzir este problema, algumas 
empresas passam a oferecer transporte através da contratação de empresas de transporte de 
passageiros, ou até mesmo adquirindo veículo próprio. 
f3.9) Desenvolvimento de valores cívicos e morais 
O fortalecimento destes valores, além de buscar a elevação do sentimento de responsabilidade 
para com o desenvolvimento do país, tem também caráter educativo. 
f3.10) Recrutamento, seleção e dispensa segundo práticas correntes na indústria 
O processo de suprimento de recursos humanos de uma empresa compreende a pesquisa de 
mercado, recrutamento, seleção e integração. De maneira geral a capacidade de trabalho do 
operário é avaliada somente após sua inserção no processo produtivo, o que repercute de 
maneira direta na forma e no tempo de utilização de sua força de trabalho. 
Para auxiliar numa melhor aplicação destes últimos, algumas empresas adotaram as 
entrevistas de seleção, onde são solicitadas informações relativas às condições sócio-
econômicas e culturais dos operários, bem como sua experiência profissional anterior. Os 
critérios de seleção variam de empresa para empresa, podendo, ainda, incluir a exigência de 
escolaridade mínima e testes psicológicos. 
f3.11) Plano de cargos e salários 
Muitas vezes a insatisfação com o salário advém da diferença de remuneração entre cargos e 
pessoas, quando não são visíveis maiores responsabilidades, produtividade, conhecimento e 
capacidades. Algumas empresas vêm desenvolvendo planos de cargos e salários, visando, 
inclusive, garantir a contratação de mão de obra mais qualificada. 
f4) Segurança do trabalho 
Norma: NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
(http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/MTB/18.htm). 
Em todo o mundo, a segurança nos canteiros de obra constitui um problema sério, tanto no que 
diz respeito a acidentes fatais, quanto outros prejuízos ligados aos acidentes, como dias 
parados, indenizações e outros. No Brasil, mesmo com a aplicação da Norma 
Regulamentadora 18 (NR 18), o panorama observado quanto à ocorrência de acidentes é alvo 
de preocupação (ver resumo de artigo em anexo). 
Apesar disto, a segurança em canteiro muitas vezes não recebe a devida atenção (em alguns 
casos estes nem recebem EPIs Equipamentos de Proteção Individual) e a orientação 
necessária, denotando descaso por parte da empresa. 
É fundamental que todos absorvam a necessidade de se otimizar a segurança dentro das 
obras, sendo necessário muito trabalho de conscientização para que o operário não cuide da 
sua própria segurança ...só quando o engenheiro está olhando. 
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 Algumas medidas devem ser implantadas para a 
garantia da segurança na construção. São elas: 
 Bandeja salva-vidas; 
 Código de cores; 
 Sinalização de materiais perigosos; 
 Formação da CIPA; 
 Contratação de profissionais de 
segurança; 
 Fornecimento e garantia no uso dos EPIs; 
 Quadro de controle do número de 
acidentes; 
 Manutenção preventiva; 
 Medidas relativas à segurança do 
guincho; 
 Vedação de locais inseguros. 
 
CUIDADO!!!
MADEIRAAA!!! 
Figura 28: Uso do cinto. 
f4.1) Bandeja salva-vidas 
É uma medida de proteção coletiva, com o objetivo de limitar a queda de alturas. Podem ser 
assoalhos de madeira montados em suportes transversais, passarelas de madeira apoiadas em 
consoles metálicos embutidos na construção, ou dispositivos metálicos pré-fabricados que são 
montados em estribos embutidos no concreto. 
As medidas de proteção coletiva são prioritárias em relação aos dispositivos de proteção 
individual. 
f4.2) Código de cores 
Pode fazer parte da programação visual da obra, com o objetivo de prevenir acidentes, 
identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas de uso específico ou de risco, 
identificar as canalizações empregadas para a condução de líquidos e gases, e advertir contra 
riscos. 
f4.3) Sinalização de materiais perigosos 
Substância perigosa compreende todo o material que é, isoladamente ou não, corrosivo, tóxico, 
radioativo ou oxidante e que, durante o seu manejo, armazenamento, processamento, 
embalagem ou transporte, pode conduzir efeitos prejudiciais sobre trabalhadores, 
equipamentos, ambiente de trabalho. 
f4.4) Formação da CIPA 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é formada por um grupo de 
trabalhadores da empresa, os quais, além de realizar suas atividades normais de trabalho, têm 
a atribuição de discutir e deliberar sobre medidas de prevenção de acidentes. A norma NR-5 
determina os procedimento relacionados à implantação da CIPA. 
 
 
 
 
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f4.5) Contratação de profissionais de segurança 
O grau de risco das atividades de obras de edificações é, segundo a norma NR-4, de nível 3. 
Este grau de risco determina a necessidade de um técnico de segurança do trabalho a partir de 
101 operários e de um engenheiro de segurança a partir de 501 operários. 
f4.6)Fornecimento e garantia do uso de EPIs 
O emprego dos Equipamentos de Proteção Individual é uma forma de proteger os 
trabalhadores quando as formas de proteção coletiva já estão esgotadas (exemplos de EPI: 
capacete, botinas, luvas, cintos de segurança). A norma NR-6 - EPI - estabelece as obrigações 
do empregador e empregado, no uso e manutenção destes equipamentos. 
f4.7) Quadro de controle do número de acidentes 
Diversas empresas buscam, através da programação visual, conscientizar os operários quanto 
à importância da segurança do trabalho. Uma das alternativas mais empregadas é a utilização 
de quadros que divulgam indicadores de segurança do trabalho ou a sua evolução. O grau de 
impacto destes quadros obviamente depende da política adotada pela empresa para a 
prevenção de acidentes. 
f4.8) Manutenção preventiva 
A manutenção preventiva das máquinas e equipamentos tem como principal objetivo evitar que 
aconteçam acidentes durante a realização dos serviços. Algumas empresas adotam equipes de 
manutenção móveis, sendo que parte do serviço é realizado em uma oficina central da 
empresa, onde os equipamentos são recolhidos e revisados. 
f4.9) Medidas relativas à segurança do guincho 
Muitas vezes o guincho é utilizado de forma incorreta, transportando peso excessivo, materiais 
incompatíveis, e até pessoas. A sua operação é muitas vezes efetuada por uma operário que 
não possui a qualificação adequada. É comum também a existência de dificuldades de 
comunicação entre o guincheiro e os operários. 
Visando enfrentar este problema, algumas medidas voltadas a melhorar a eficiência e a 
segurança do transporte vertical são tomadas: 
 Revestimento da torre de guincho com tela de boa qualidade; 
 Colocação de um pneu com as cores de segurança amarrado na parte inferior do 
guincho, com o objetivo de alertar os funcionários da descida do mesmo; 
 Instalação de plataformas de madeira ou metálicas para facilitar o acesso ao guincho 
com boas condições e sem desníveis; 
 Colocação de sirene no guincho para alertar aos funcionários quanto à sua 
movimentação; 
 Dispositivos de comunicação do tipo tubofone, sirene, código de sinais sonoros ou 
sistema de fichas coloridas. 
f4.10) Vedação de locais inseguros 
Uma das medidas de proteção internas da obra para evitar o risco de queda, são as vedações 
junto a passagens de dutos, vão de escadas, elevadores e poços de luz. Estas vedações 
podem ser verticais - guarda-corpos, telas metálicas, painéis inteiriços - ou horizontais - soalhos 
provisórios sem frestas ou prolongamento da armadura da laje. 
 
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5.2.4 O que fazer para começar um processo de mudanças / melhorias????? 
a) Conhecer o problema 
Brainstorming: o que causa os problemas na construção? 
Falta de material; disposição do canteiro; projeto; retrabalho; projeto errado; posição do 
elevador; pedreiro; material no caminho; execução; atraso material; falta/excesso de estoque; 
planejamento; falta de operários; falta de coordenação; equipe mal distribuída; quebra de 
material; intersecção de equipes. 
b) Identificar alguns problemas 
c) Escolher os mais críticos 
d) Ver a dimensão do problema 
Instrumentos: 
 Indicadores (podem ser criados novos) 
 Planilhas (ex: diferenças entre projeto e execução) 
 Conversas com o operário 
 Verificar fluxo de materiais 
 Verificar permanência e tipo de mão de obra 
e) Tomar uma Antártica/Kaiser/Skol e pensar como resolver o problema, através de ações 
possíveis 
f) Descobrir / convencer aliados 
g) Implantar (Limpeza, organização, segurança) 
h) Avaliar 
i) Deu tudo certo com limpeza, organização e segurança? 
Então começam a aparecer problemas de processo construtivo. 
j) Até aqui, o que se ganhou? 
Brainstorming: qualidade; tempo; produtividade; vender mais; astral; custo; aprimoramento da 
mão de obra; limpeza; motivação; segurança; argumentos para convencer. 
k) Onde se esbarra? 
Brainstorming: falta de experiência; operários cabeça-dura; argumentos para convencer / 
conquistar aliados; deboche / descrédito do profissional mais velho em relação aos novos. 
 
5.3 Tendências em estratégia 
5.3.1 Exportação de serviços e diversificação 
Esta seção trata de estratégias que são tendências do setor da construção para garantirem seu 
crescimento, ou mesmo sua sobrevivência. 
a) Exportação 
De acordo com COUTINHO (2003), empresas européias, americanas e asiáticas (Estados 
Unidos, França, Alemanha Reino Unido e Japão) historicamente dominam a cena no mercado 
de construção internacional. Para este autor, os determinantes da competitividade no mercado 
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 123
de engenharia mundial são: (a) a escala, força e estabilidade financeira das empresas, às 
vezes traduzida por disponibilidade de financiamentos pelo governo; (b) a identidade cultural e 
operacional, com a importância de mercados regionais; e a (c) presença forte do país (garantida 
por financiamento, prospecção, diplomacia e pesquisa). 
Apesar de alguns pontos fracos (especialmente do ponto (a) e (c), as construtoras brasileiras 
são boas exportadoras de serviços. O Brasil já desenvolveu grandes projetos em maiis de 50 
países (MDIC 2002c). 
O Brasil também é o maior exportador de serviços da América Latina (ver figura 28). Entretanto, 
a parcela nas exportações mundiais ainda é muito pequena, já que aAmérica Latina tem uma 
parcela de apenas 1% nas exportações mundiais de serviços (Coutinho 2003). 
 
1.5
1.4
1.1
1.3 1.3 1.3
1.7 1.7
1.3
1 1
1.5 1.5
1.1
1.4
1.3
1.4
2
2.4
1.4
1 1
0
0.5
1
1.5
2
2.5
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Year
U
S
$ 
bi
lli
on
Brazil
Latin America
 
Figura 29: Exportação de serviços de engenharia de 1991 a 2001, do pelo Brasil e América Latina. Fonte: 
COUTINHO (2003). 
 
As categorias de exportação na construção são: serviços de engenharia, serviços de 
construção, serviços de consultoria e materiais de construção (ver MAWHINNEY apud MUTTI 
2004)). 
Exemplos de constutoras brasileiras operando no exterior são: Odebrecht, Andrade Gutierrez, 
Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Método Engenharia, Queiroz Galvão, GDK Engenharia, Setal 
Construções, Affonseca, Tenenge, Gurantã e poucas outras. 
b) Benefícios 
Empresas que operam no mercado internacional trazem benefícios para si e para seu país. 
COUTINHO 2003 cita alguns destes benefícios: 
 Geração de empregos: grande número de empresas doméstica é subcontratada; 
 Cada US$ 100 milhões de contrato gera em torno de 19.200 empregos; 
 O valor adicionado dos serviços: difusão natural de tecnologia, conhecimento e cultura; 
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 124
limitada capacidade de expansão. 
c) Financiamento 
O governo brasileiro, especialmente através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) 
financia parte do trabalho de construção das empresas exportadoras a parte que é 
desenvolvida dentro do Brasil. COUTINHO (2003) mostra o mecanismo de financiamento para 
projetos construídos no exterior. Financiamento é dado para a parte do projeto que é 
desenvolvida no Brasil, do projeto à compra de equipamentos. Esta parcela deve constituir um 
mínimo de 40% do custo do projeto. O financiamento é dado em Reais (não há financiamento 
em dólares). 
 
è Parcela 
financiada 
com recursos 
nacionais
mão-de-obra qualificada
lucros, juros e impostos
overhead
Serviços
Consultoria de engenharia
Arquitetura
Montagem
Serviços de construção civil
Contratações no Brasil (1.700 empresas, 1.500 MPMEs)
Bens
Máquinas e equipamentos
Veículos
Materiais (aço, madeira, plástico, 
tintas, cimento)
Suprimentos (alimentos, vestuário, 
bebidas, calçados,etc.)
è Parcela 
financiada com 
recursos externos Contratação de mão-de-obra não qualificada, 
importações junto a terceiros países, etc
Tecnologia Avançada pré-requisito para exportação
Geração direta no Brasil
Para exportar 
US$ 100 milhões, a 
cadeia emprega 20 
mil pessoas no Brasil
 
Figura 30: Mecanismo de exportação de serviços de engenharia, arquitetura e montagem industrial. Fonte: 
COUTINHO (2003). 
d) Investimento Estrangeiro Direto / concorrentes estrangeiras no país 
A concorrência por construtoras estrangeiras no Brasil veio com a abertura de mercado nos 
anos 90. Ainda assim, o Investimento Estrangeiro Direto na construção é relativamente limitado 
(MDIC 2002c). de acordo com ENR (2003), o número de construtoras estrangeiras operando no 
Brasil é 42. Exemplos são a alemã Hochtief (chegou ao Brasil nos anos 69, e hoje é quase 
considerada uma empresa local); a argentin Technit, e a italiana CIGLA. A construção é 
provavelmente um dos popucos setores da economia onde o número de empresas estrangeiras 
não é significante no total. A concorrência por construtoras estrangeiras no Brasil não é uma 
ameaça às empresas nacionais. 
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e) Missões comerciais 
A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com o apoio de instituições como 
o MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e comércio Exterior), CAMEX (Câmara de 
Comércio Exterior), e o Banco do Barsil, promove missões comerciais para diferentes países, 
das quais participam representantes de muitos setores industriais. Estas iniciativas estimulam a 
exportação e as relações entre os países. 
f) Diversificação 
A diversificação é utilizada pelas empresas como estratégia para manter o balanço em ciclos 
difíceis para a construção. Algumas empresas diversificam países de atuação, para diversificar 
os ciclos econômicos nos quais atuar. Outras empresas diversificam atividades incluindo 
atividades muito distantes da área da construção, tais como calçados ou têxteis. 
5.3.2 Consciência social e ambiental 
Um outro ponto importante em estratégia é o respeito ao aspecto social e ao meio ambiente. 
Estes pontos não são importantes somente como um diferencial para as empresas, mas para a 
sua sobrevivência e a do planeta. A necessidade de adoção de normas como a ISO 14000 
(ambiental) e a OSHAS 18000 (social) será uma realidade num futuro bem próximo. Enquanto 
isto, ações como reciclagem de materiais (entulho), controle do desperdício, e monitoramento 
dos agentes nocivos à saúde dos operários, por exemplo, são passos responsáveis a serem 
dados pelas empresas. 
a) Tendências 
 Clientes e partes interessadas cada vez mais exigentes 
 Crescimento da atividade de certificação 
 Integração: ambiente / qualidade / segurança / ética 
b) Prêmios e certificações 
 Certificação ISO 14000 (http://www.iso.org/iso/en/iso9000-14000/index.html) 
 Certificação SA 8000 (http://www.sa-
intl.org/index.cfm?fuseaction=Page.viewPage&pageId=473) 
 OSHAS 18000 (http://www.ohsas-18001-occupational-health-and-safety.com/) 
c) Exemplos de iniciativas 
 Ações de universidades em conjunto com Sinduscons; 
 Iniciativas de empresas na área social e ambiental; 
 Avanços na área edificações eficientes, rumo à sustentabilidade. 
d) Destaques 
d1) Projeto PESCAR 
A empresa 
 Recebeu certificação ISO 9002 na área de recursos humanos , com relação a 
treinamento e segurança; 
 Investe em cursos de pós-graduação para seus engenheiros; 
 Operadores de equipamentos pesados recebem treinamento, inclusive em direção 
defensiva, primeiros socorros eprevenção de acidentes; 
 Desenvolveu um forte programa educacional (PESCAR), que visa dar treinamento 
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específico a meninos de famílias muito pobres. Cada bloco de curso dura por 6 meses. 
A empresa completou 14 turmas em 2003; 
 Depois de terminar o curso, 50% dos meninos são empregados pela empresa. 
d2) Reciclagem (Programa de gestão ambiental criado em 1998 em certificação 
ISO14001) 
A empresa... 
 Instalou uma central de reciclagem de entulho - centro do RJ; 
 Entulho; eliminação do aço, gesso e outros materiais que possam afetar a qualidade do 
agregado; 
 Entulho gerado (5.000 m3) foi transformado em 1 milhão de blocos + ladrilhos + 
argamassa; 
 Construiu um protótipo de casa popular. 
Dados: 
1m3 de entulho = 227 blocos de concreto 14X19X39 cm 
Casa popular de 38 m2+ 1.100 blocos 
Cada 5.000m3 de entulho = 1 casa popular 
Hipótese: 
200.000 m3 de entulho por ano = 40 mil novas casas populares 
Menos consumo de óleo diesel + menos emissão de gás carbônico + melhores condições 
de trânsito 
Futuro: 
 Estudos para reduzir impacto nomeio ambiente; coleta seletiva p/ não descartar 
material tóxico; controle de emissão de gases; controle de ruídos. 
 Disponibilizar este know how para entidades e órgãos governamentais. 
 
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 127
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA 
ABNT - NBR 12721: Avaliação de custos unitários e preparo de orçamento de construção 
para a incorporação de edifícios em condomínio. 
ARAÚJO, H. N. Estudo da competitividade setorial no grupo de relação: construtora e 
empreiteira de mão de obra: indústria da construção civil, Tese de doutorado, 
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de 
Santa Catarina, 2003. 
ÁVILA, A. V.; JUNGLES, A.E. Apostila Elaborada para a disciplina Administração da 
Construção, UFSC. Anterior a 1996. 
ÁVILA, A. V.; LIBRELOTTO, L. I.; LOPEZ, O. C. Apostila elaborada para a disciplina construção 
Civil, Unisul. Anterior a 2000. 
BOTELHO, E. F. Do gerente ao líder. Ed. Atlas, 1990. 
BURNS, T e STALKER, G.M. The management of innovation. London: Tavistock. 1961. 
BYHAM, W. C., COX, J. ZAPP! O poder da energização: como melhorar a qualidade, a 
 produtividade e a satisfação dos funcionários. 7 ª edição. Ed. Campus. 
COUTINHO, L. 5o Seminário da Indústria Brasileira da Construção: Construbusiness: 
agenda de política industrial para a cadeia produtiva da construção. São Paulo: 
LCA Consultores, 2003. 
COUTINHO, L. G. e FERRAZ, J. C. Estudo da competitividade da indústria Brasileira. 2a ed. 
Campinas: Papirus: Universidade Estadual de Campinas, 1994. 
DAWSON, S. Analysing organizations. Macmillan, Basingstoke. 3a edição, 1996. 
FARAH, M.F.S. Formas de Racionalização do Processo de Produção na Indústria da 
Construção. IPT, São Paulo, 1990. 
FUNDAÇÃO Christiano Ottoni. Projeto Implantação da Gestão da Qualidade Total: 5S - 
Conceitos para Revolucionar o Gerenciamento. Material didático elaborado por profissionais 
da ALBRÁS. 
GIAMUSSO, S. E. Orçamentos e custos na construção civil. PINI 
GOLDMANN, P. Introdução ao planejamento e controle de custos na construção civil. Ed. 
 PINI, 1986. 
GOLEMANN, D. Inteligência Emocional. Ed. Objetiva Ltda., 1995. 
GÓMEZ, L. A. et al. Contratos EPC. Editora Visual Books, 2006 
HANDY, C. Understanding Organizations. 
HERMAN, R. E. Como manter bons funcionários. Makronbooks, 1993. 
JUNGLES, A.E.; ÁVILA, A. V. Gerenciamento na construção Civil. Editra Argos, Chapecó, 
2006. 
LEI 8.666 de 21 de Junho de 1993 (Licitações) 
LIBRELOTTO, L. I. Apostila elaborada para a disciplina construção Civil III, Unisul. Anterior a 
2000. 
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LIMA, I. S. Qualidade de Vida no Trabalho na Construção de Edificações: Análise dos 
Fatores que Afetam a Satisfação dos Operários de Empresas de Pequeno Porte. Tese 
de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC. 1995.243 f. 
MINTZBERG, H. (1973). The nature of managerial work. Harper & Row Publishers. New York. 
 
MUTTI, C. N. Treinamento de mão de obra na construção civil : um estudo de caso. 
Florianópolis, SC. UFSC. 1995. 132p.. Dissertação (Pós-graduação em Engenharia Civil) - 
Universidade Federal de Santa Catarina, 1995. 
MUTTI, C. N. The drivers of Brazilian contractors´ competitiveness in the international 
market. Tese de doutorado. School of Construction Management and Engineering. 
University of Reading, Inglaterra, 2004. 
NETTO, A.V. Como gerenciar construções. Projeto de divulgação tecnológica, THEMAG 
Engenharia. PINI, 1988. 
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (118.000-2) 
OLIVEIRA, M. [et al]. Sistema de Indicadores de Qualidade e Produtividade para a 
Construção Civil: Manual de Utilização. 2a. ed. rev. - Porto Alegre: Serviço de Apoio às 
Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul - SEBRAE/RS, 1995. 149p. 
PBQP-H. Programa Brasileiro da Qualidade e Competitividade no Habitat. 
http://www.cidades.gov.br/pbqp-h/. 
PICCHI, F.A. Sistemas da Qualidade: Uso em Empresas de Construção. Tese. Doutorado 
em Engenharia. USP. São Paulo, 1993. 461p. 
QUALIDADE na Construção. Sinduscon / SP. No 1 a 14 
SANTOS, A. [et al]. Método de Intervenção para a Redução de Perdas na Construção 
Civil: Manual de Utilização. Porto Alegre: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
do Rio Grande do Sul - SEBRAE/RS, 1996. 103p. 
SCARDOELLI, L. et al. Melhorias de Qualidade e Produtividade: Iniciativas das empresas 
construtoras. Porto Alegre, SEBRAE / RS, 1995. 
STEWART, R (1993) The reality of organizations: a guide for managers. 3rd ed ed. London: 
Macmillan. 
TAYLOR, F.W. (1911). Principles of scientific management. New York, Harper and Row. 
TCPO - Tabela de composição de preços para orçamentos. PINI, 2003. 
WATSON, T. In search of management Culture, chaos & control in managerial work. 
Routledge, New York, 1994. 
WOODWARD, J (1965) Industrial organization: theory and practice. 2 ed. New York: Oxford 
University Press. 
 
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ANEXOS 
I- Material para exercícios 
II- (A) Impostos alíquotas; (B) Regimes de tributação 
III- Bloco do BDI (versão no xerox) 
 
OPCIONAIS 
 Artigos 
 Diretrizes para levantamento de quantitativos 
 BDI -TCPO 
 Planejamento e controle de estoques 
 Edital licitação 
 Outros 
 
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ANEXO I - MATERIAL PARA EXERCÍCIOS 
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 131
1. Composições Unitárias 
Alvenaria de vedação com bloco cerâmico furado, juntas de 12mm com argamassa mista de cimento, cal 
hidratada e areia sem peneirar traço 1:2:8 e= 19cm unidade m2. 
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O. 
Mat. MO 
Pedreiro 0,74 h 
Servente 0,91 h 
Areia lavada tipo média 0,0207 m3 
Cal hidratada CH III 3,09 kg 
Cimento Portland CP II -
E 32 
3,09 kg 
Bloco cerâmico vazado 
de vedação 
13,00 un 
Leis sociais 170 % 
Custo Total 
 
Reboco para parede interna e teto com argamassa de cal e areia, e = 5 mm unidade m2. 
Componentes Consumos unidad
e 
Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O. 
Mat. MO 
Pedreiro 0,50 h 
Servente 0,65 h 
Areia lavada tipo média 0,0061 m3 
Cal hidratada CH III 1,83 kg 
Leis sociais 170 % 
Custo Total 
 
Piso cerâmico esmaltado 30X30, assentado com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem 
peneirar traço 1:0,5:5, e=2,5cm unidade m2. 
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O. 
Mat. MO 
Ladrilhista 1,50 h 
Servente 1,35 h 
Areia lavada tipo média 0,0304 m3 
Cal hidratada CH III 1,83 kg 
Cimento Portland CP II -
E 32 
8,60 kg 
Piso esmaltado liso 30 X 
30 
1,19 m2 
Leis sociais 170 % 
Custo Total 
 
Insumo Preços Unidade 
Ladrilhista, Pedreiro 3,80 h 
Servente 2,40 h 
Areia lavada tipo média 30,00 m3 
Cal hidratada CH III 0,27 kg 
Cimento Portland CP II -E 32 0,38 kg 
Piso esmaltado liso 30 X 30 35,00 m2 
Bloco cerâmico vazado de vedação 0,30 un 
 
 
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Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O. 
Mat. MO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O. 
Mat. MO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O. 
Mat. MO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 133
Levantamento de quantitativos 
2,
0
1,
5
4,
0
3,
6
4,
0
2,
0
1,
5
4,
0
3,
6
6,
0
2,
0
1,
5
4,
0
3,
6
4,
0
2,
0
1,
5
4,
0
3,
6
6,
0
 
Levantar os quantitativos de: 
a) alvenaria: interna:____________ m2; externa:____________ m2 
b) reboco interno (parede e teto): parede:____________ m2; teto:____________ m2 
c) piso (considerar piso cerâmico simples em toda a casa): ____________ m2 
d) portas internas:__________ unidades 
d) portas externas:__________ unidades 
Considerar: largura das portas: externa 1,0 m; internas 0,7 ; altura de parede para alvenaria 2,5 
m; para reboco 2,7; paredes internas 15 cm, externas 20 cm. 
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 134
Curva ABC 
a) Traçar a curva ABC para os seguintes insumos. 
Item Unidade Quantid. 
Custo 
Unitário 
Custo 
Total 
Participação 
percentual 
Participação 
acumulada 
Cimento Portland, saco 50 kg um 5400 
Servente Geral hs 27501 
Pedreiro hs 9218 
Azulejo branco extra (15X15) m2 1003 
Brita 1 m3 458 
Tijolo 8 furos (10X20X20) mil 90 
Carpinteiro hs 4382 
Cerâmica esmaltada m2 420 
Areia média m3 618 
Tinta PVA látex l 20000 
Pintor hs 3500 
Aço CA-50, 12,5 mm kg 2950 
 
 
 
b) Traçar a curva ABC 
 
Item Unidade Quantid. 
Custo 
Unitário 
Custo 
Total 
Participação 
percentual 
Participação 
acumulada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 135
ANEXO II (A) 
IMPOSTOS - ALÍQUOTAS 
 (fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/) [Grifos da autora da apostila] 
CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - não é mais cobrada 
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CPMF/InformacoesCPMF/default.htm (agosto 2011) 
 
PIS/Pasep e Cofins 
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/PisPasepCofins/RegIncidencia.htm 
A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, além das duas regras gerais de apuração (incidência não-cumulativa 
e incidência cumulativa), possuem ainda diversos regimes especiais de apuração. De um modo geral podemos 
dizer que: 
Regime de incidência cumulativa 
A base de cálculo é o total das receitas da pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e 
encargos. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins são, respectivamente, de 
0,65% e de 3% 
As pessoas jurídicasde direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que 
apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado estão sujeitas à incidência cumulativa. 
As pessoas jurídicas, ainda que sujeitas á incidência não-cumulativa, submetem à incidência cumulativa as 
receitas elencadas no art. 10, VII a XXV da Lei nº 10.833, de 2003 (ver Receitas excluídas do regime de incidência 
não-cumulativa) 
Observação: As receitas de venda de álcool para fins carburantes, de venda de produtos sujeitos à substituição 
tributária, de venda de veículos usados de que trata o art. 5º da Lei nº 9.716, de 1998, e de venda de energia 
elétrica, no âmbito do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE), pelas pessoas jurídicas submetidas ao 
regime especial de que trata o art. 47 da Lei nº 10.637, de 2002, também são considerados de incidência 
cumulativa, apenas por não estarem alcançadas pela incidência não-cumulativa estabelecida pelas Leis nº 10.637, 
de 2002, e nº 10.833, de 2003, embora tenham características próprias de incidência (ver Regimes especiais). 
[Lei nº 9.718, de 27 de novembro 1998; MP 2.158-35, de 2001] 
Regime de incidência não-cumulativa 
Regime de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins instituídos em dezembro de 2002 e fevereiro 
de 2004, respectivamente. O diploma legal da Contribuição para o PIS/Pasep não-cumulativa é a Lei nº 10.637, de 
2002, e o da Cofins a Lei nº 10.833, de 2003. 
Permite o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica. Nesse 
regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e 
 da Cofins são, respectivamente, de 1,65% e de 7,6%. 
As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que 
apuram o IRPJ com base no lucro real estão sujeitas à incidência não-cumulativa, exceto: as instituições 
financeiras, as cooperativas de crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos 
imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à saúde, as empresas particulares que exploram 
serviços de vigilância e de transporte de valores de que trata a Lei nº 7.102, de 1983, e as sociedades 
cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades cooperativas de 
consumo). 
As pessoas jurídicas submetidas à incidência não-cumulativa integram a essa incidência as receitas obtidas nas 
vendas de bens submetidos a alíquotas diferenciadas, excetuadas as receitas de venda de álcool para fins 
carburantes, que permanecem excluídas da incidência não-cumulativa. (ver Regimes especiais). 
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[Lei nº 10.637, de 2002; Lei nº 10.833, de 2003; Lei nº 10.865, de 2004; Lei nº 10.925, de 2004; IN SRF nº 404, de 
2004] 
Regimes especiais 
A característica comum é alguma diferenciação em relação à apuração da base de cálculo e/ou alíquota. A maioria 
dos regimes especiais se refere a incidência especial em relação ao tipo de receita e não a pessoas jurídicas, 
devendo a pessoa jurídica calcular ainda a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins no regime de incidência não-
cumulativa ou cumulativa, conforme o caso, sobre as demais receitas. 
ISS Imposto sobre serviços de qualquer natureza (Prefeitura) - Atualizado em março de 2008. 
http://www.pmf.sc.gov.br/?link=leg_tributaria&sublink=L2T4C3-ISQN 
Capítulo III 
IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA 
 Art. 256. O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza será pago tendo por base alíquota proporcional 
expressa em percentagem sobre o preço dos serviços, ou alíquota fixa por ano, vinculada à Unidade Fiscal de 
Referência - UFIR, como estabelece a lista de serviços a seguir: 
 LISTA DE SERVIÇOS S/P UFIR 
19 - Saneamento ambiental e congêneres. 5% 
20 - Assistência técnica. 5% 139,2102 
21 - Assessoria ou consultoria de qualquer natureza, não contida em 
outros itens desta lista, organização, programação, planejamento, 
assessoria, processamento de dados, consultoria técnica e 
financeira 
 
 
 
5% 
 
 
 
139,2102 
22 - Planejamento, coordenação, programação ou organização técnica, 
financeira ou administrativa. 
 
5% 
 
139,2102 
29 - Projetos, cálculos e desenhos técnicos de qualquer natureza. 
3% 
 
139,2102 
30 - Aerofotogrametria (inclusive interpretação), mapeamento e 
topografia. 
 
5% 
 
 
31 - Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de 
construção civil de obras hidráulicas e outras obras semelhantes e 
respectiva engenharia consultiva, inclusive serviços auxiliares ou 
complementares (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas 
pelo prestador de serviços, fora do local da prestação de serviços, 
que fica sujeito ao ICMS. 
 
 
 
 
 
 
3% 
 
 
 
 
 
 
 
32 - Demolição. 3% 
33 - Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, 
portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias 
produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos 
serviços, que fica sujeito ao ICMS). 
 
 
 
 
3% 
 
 
 
 
 
34 - Pesquisa, perfuração, cimentação, perfilagem, estimulação e outros 
serviços relacionados com a exploração de petróleo e gás natural. 
 
 
5% 
 
 
 
36 - Escoramento e contenção de encostas e serviços congêneres. 
3% 
 
 
37 - Paisagismo, jardinagem e decoração (exceto o fornecimento de 
mercadorias que fica sujeito ao ICMS). 
 
 
5% 
 
 
69,6051 
38 - Raspagem, calefação, polimento, lustração de pisos, paredes e 
divisórias. 
 
3% 
 
69,6051 
88 - Engenheiros, arquitetos, urbanistas, agrônomos. 5% 185,6136 
 
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Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas Tributadas pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado 
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribPj.htm (agosto 2011) 
As alíquotas do imposto de renda em vigor desde o ano-calendário 1996 são as seguintes: 
a) 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, presumido ou arbitrado apurado pelas pessoas jurídicas em geral, 
seja comercial ou civil o seu objeto; 
b) 6% (seis por cento) sobre o lucro inflacionário acumulado até 31 de dezembro de 1987, das empresas 
concessionárias de serviços públicos de energia elétrica e telecomunicações, das empresas de saneamento básico 
e das empresas que exploram a atividade de transporte coletivo de passageiros, concedida ou autorizada pelo 
poder público e com tarifa por ele fixada, realizado no período de apuração (trimestral ou anual) do imposto; 
Adicional 
A parcela do lucro real que exceder ao resultado da multiplicação de R$20.000,00 (vinte mil reais) pelo 
número dos meses do respectivo período de apuração sujeita-se à incidência do adicional, à alíquota de 
10% (dez por cento). Também se encontra sujeita ao adicional a parcela da base de cálculo estimada 
mensal, no caso das pessoas jurídicas que optaram pela apuração do imposto de renda sobre o lucro real 
anual, presumido ou arbitrado, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 
Em relação às pessoas jurídicas que optarem pela apuração do lucro presumido ou arbitrado, o adicional 
incide sobre a parcela que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo 
número de meses do respectivo período de apuração. 
A alíquota do adicional é única para todas as pessoas jurídicas, inclusive instituições financeiras, sociedades 
seguradoras e assemelhadas. 
O adicional incide, inclusive, sobre os resultados tributáveis de pessoa jurídica que explore atividade rural (Lei nº 
9.249, de 1995, art. 3º, § 3º). No caso de atividades mistas, a base de cálculo do adicional será a soma do lucro 
real apuradonas atividades em geral com o lucro real apurado na atividade rural. 
Alíquotas do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - exercício de 2007 até 2011 
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribFont.htm (agosto 2011) 
Rendimentos do Trabalho: Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de Pessoa Física para 
o exercício de 2010, ano-calendário de 2009. 
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ 
Até 1.434,59 - - 
De 1.434,60 até 2.150,00 7,5 107,59 
De 2.150,01 até 2.866,70 15,0 268,84 
De 2.866,71 até 3.582,00 22,5 483,84 
Acima de 3.582,00 27,5 662,94 
Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto de Renda de Pessoa Física a partir do exercício 
de 2011, ano-calendário de 2010. 
Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ 
Até 1.499,15 - - 
De 1.499,16 até 2.246,75 7,5 112,43 
De 2.246,76 até 2.995,70 15,0 280,94 
De 2.995,71 até 3.743,19 22,5 505,62 
Acima de 3.743,19 27,5 692,78 
 Rendimentos de Capital: 
Fundos de longo prazo e aplicações de renda fixa, em geral: 
- 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias; 
- 20,0% para aplicações com prazo de 181 até 360 dias; 
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- 17,5% para aplicações com prazo de 361 até 720 dias; 
- 15,0% para aplicações com prazo acima de 720 dias; 
Fundos de curto prazo: 
- 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias; 
- 20,0% para aplicações com prazo acima de 180 dias; 
Fundos de ações: 
- 15%; 
Aplicações em renda variável: 
- 0,005%; 
Remessas ao Exterior: 25% (rendimentos do trabalho, com ou sem vínculo empregatício, aposentadoria, pensão 
por morte ou invalidez e os da prestação de serviços, pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a 
não-residentes) e 15% (demais rendimentos de fontes situadas no Brasil); e 
Outros Rendimentos: 30% (prêmios e sorteios em dinheiro), 20% (prêmios e sorteios sob a forma de bens e 
serviços), 1,5% (serviços de propaganda) e 1,5% (remuneração de serviços profissionais). 
Contribuição social 
http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/ContribCsll/Aliquotas.htm (agosto 2011) 
A partir de 1º de maio de 2008, a alíquota da CSLL é de (Lei nº 11.727, de 2008, art. 17): 
I - 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas 
nos incisos I a VII, IX e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001; e 
II - 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas. 
 ANEXO II (B) 
REGIME DE TRIBUTAÇÃO 
1) Lucro real: 
http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/esttributarios/perfilpj/1998/lucroreal.htm 
2) Lucro presumido: http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2005/pergresp2005/pr517a555.htm 
 
Lucro Presumido (acesso em 14/11/2006): 
517 Qual a legislação atualmente em vigor que rege a tributação pelo lucro presumido ? 
• Lei no 8.383, de 1991, art. 65, §§ 1o e 2o; 
• Lei no 8.981, de 1995, arts. 27 e 45; 
• Lei no 9.065, de 1995, art. 1o; 
• Lei no 9.249, de 1995, art. 1o, art. 9o, § 4o, art. 10, art. 11, § 2o, arts. 15 e 17, art. 21, § 2o, art. 22, § 1o, arts. 
27, 29 e 30 e art. 36, inciso V; 
• Lei nº 9.250, de 1995, art. 40; 
• Lei no 9.393, de 1996, art. 19; 
• Lei no 9.430, de 1996, arts. 1o, 4o, 5o, 7o e 8o, art. 19, § 7o, art. 22, § 3o, arts. 24 a 26, 51 a 54, 58, 70 e art. 
88, inciso XXVI; 
• Lei no 9.532, de 1997, art. 1o; 
• Lei no 9.716, de 1998, art. 5o; 
• Lei no 9.718, de 1998, arts. 13 e 14; 
• RIR/99, arts. 516 a 528; 
• MP no 2.158-35, de 2001, arts. 20, 30 e 31; 
• MP no 2.221, de 2001, art.1o; 
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• Lei no 10.637, de 2002, art. 46 e art. 68, inciso III; 
• Lei nº 10.684, de 2003, art. 22 e art. 29, inciso III; e 
• Lei nº 10.833, de 2003, arts. 30 a 33, 35, 36 e 93; 
• Lei nº 11.033, de 2004, art. 8º; 
• Lei nº 11.051, de 2004, arts. 1º e 32; 
• MP nº 232, de 2004, arts. 9º e 11. 
518 Qual é o período de apuração do lucro presumido? 
O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados 
em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (Lei nº 9.430, de 1996, 
arts. 1º e 25; RIR/1999, art. 516, § 5º) 
NOTA: 
Sobre período de apuração, Lucro Arbitrado, v. pergunta 564. 
519 Como deve ser exercida, pela pessoa jurídica, a opção pela tributação com base no lucro presumido? 
Via de regra, a opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido 
correspondente ao primeiro período de apuração, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário 
(RIR/1999, art. 516, §§ 1o e 4o). 
As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades ou que resultarem de incorporação, fusão ou cisão, 
ocorrida a partir do segundo trimestre do ano-calendário, poderão manifestar a sua opção por meio do pagamento 
da primeira ou única quota relativa ao trimestre de apuração correspondente ao início de atividade (RIR/1999, art. 
517). 
NOTAS: 
Excepcionalmente, em relação ao 3º (terceiro) e ao 4º (quarto) trimestres-calendário de 2004, a pessoa jurídica 
submetida ao lucro presumido poderá apurar o Imposto de Renda com base no lucro real trimestral, sendo 
definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos 2 (dois) primeiros trimestres (Lei nº 11.033, de 2004, art. 
8º). 
Sobre o momento da opção pelo regime de apuração do IRPJ, v.: Lucro Arbitrado, pergunta 559; Lucro Real-
Estimativa, pergunta 596. 
520 Quais as pessoas jurídicas que podem optar pelo ingresso no regime do lucro presumido? 
Podem optar as pessoas jurídicas: 
a. cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), no 
ano-calendário anterior, ou a R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses 
em atividade no ano-calendário anterior (Lei nº 10.637, de 2002, art. 46); e 
b. que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua 
constituição societária ou natureza jurídica (ver pergunta 559). 
NOTAS: 
Considera-se receita bruta total a receita bruta de vendas somada aos ganhos de capital e às demais receitas e 
resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade (v. pergunta 522). 
Durante o período em que estiverem submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis), as pessoas jurídicas 
obrigadas ao lucro real, exceto Instituições Financeiras (inclusive as equiparadas e as factoring), poderão optar 
pelo lucro presumido (Lei no 9.718, de 1998, art. 14, inciso II; e Lei no 9.964, de 2000, art. 4o). 
A partir de 1o/01/2001, as sociedades em conta de participação (SCP) ficaram autorizadas a optar pelo lucro 
presumido, exceto aquelas com atividades imobiliárias, enquanto mantiverem registro de custo orçado (IN SRF no 
31, de 2001). 
Até 31/12/2002 o limite anual era de R$24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais) (Lei nº 9.718, de 1998, art. 
13; RIR/1999, art. 516). 
Sobre opção por regime de apuração do IRPJ, v.: Lucro Arbitrado, pergunta 558; Lucro Real-Estimado, pergunta 
595. 
521 Como deverá proceder para regularizar sua situação a pessoa jurídica que, embora preenchendo 
as condições exigidas para o lucro presumido, não tenha efetuado o respectivo pagamento da 
primeira quota ou quota única em tempo hábil, com vistas à opção? Nessa hipótese, estará ela 
impedida de adotar essa forma de tributação? 
Atendidos os requisitos elencados na pergunta 520, a pessoa jurídica poderá optar pelo lucro presumido, se ainda 
não tiver efetuado o pagamento do imposto com base em outro tipo de tributação naquele ano-calendário e desde 
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 140
que faça o pagamento do imposto e respectivos acréscimos legais (multa e juros de mora) incidentes em razão do 
atraso no recolhimento do imposto. 
NOTAS: 
A pessoa jurídica não poderá optar fora do prazo para pagamento, caso tenha sido iniciado qualquer procedimento 
fiscal de ofício contra ela. 
A opção pelo lucro presumido deverá ter sido informada na DCTF. 
Sobre pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real, v. pergunta 525. 
522 Quais receitas deverão ser consideradas para efeito da verificação do limite de 
R$48.000.000,00, em relação à receita bruta total do ano-calendário anterior? 
Para efeito da verificação do limite (v. pergunta 520), considera-se como receita bruta total o produto da venda de 
bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de 
conta alheia, acrescidos das demais receitas, tais como, rendimentos de aplicações financeiras (renda fixa e 
variável), receita de locação de imóveis, descontos ativos, variações monetárias ativas, juros recebidos como 
remuneração do capital próprio etc e dos ganhos de capital (RIR/1999, arts. 518, 519 e 521). 
NOTA: 
Na receita bruta se inclui o ICMS e deverão ser excluídas as vendas canceladas, os descontos incondicionais 
concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador, dos quais o vendedor ou 
prestador é mero depositário (exemplo: IPI) (RIR/1999, art. 224, parágrafo único, e o art. 519). 
523 Qual o limite da receita bruta a ser considerado para as pessoas jurídicas que iniciaram suas atividades 
no curso do ano-calendário anterior e que desejarem ingressar ou continuar no regime de tributação pelo 
lucro presumido? 
Nos casos em que a Pessoa Jurídica iniciou as atividades ou submeteu-se a algum processo de incorporação, 
fusão ou cisão durante o curso do ano-calendário anterior, o limite a ser considerado (v. pergunta 520) será 
proporcional ao número de meses em que esteve em funcionamento no referido período, isto é, deverá ser 
multiplicado o valor de R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais) pelo número de meses em que esteve em 
atividade, para efeito de verificação do limite em relação à receita bruta total (Lei no 9.718, de 1998, art. 13). 
524 A pessoa jurídica que no curso do ano-calendário ultrapassar o limite da receita bruta total de 
R$48.000.000,00 estará obrigada à apuração do lucro real dentro deste mesmo ano? 
Não, tendo em vista que o limite para opção pelo lucro presumido é verificado em relação à receita bruta total do 
ano-calendário anterior. Quando a pessoa jurídica ultrapassar o limite legal em algum período de apuração dentro 
do próprio ano-calendário, tal fato não implica necessariamente mudança do regime de tributação, podendo 
continuar sendo tributada com base no lucro presumido dentro deste mesmo ano. Contudo, automaticamente, 
estará obrigada à apuração do lucro real no ano-calendário subseqüente, independentemente do valor da receita 
bruta que for auferida naquele ano. Daí por diante, para que a pessoa jurídica possa retornar à opção pelo lucro 
presumido deverá observar as regras gerais aplicáveis à espécie. 
525 
 
Quem não pode optar pelo regime do lucro presumido, ainda que preenchendo o requisito relativo ao limite 
máximo de receita bruta? 
São aquelas pessoas jurídicas que, por determinação legal (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14; e RIR/1999, art. 246), 
estão obrigadas à apuração do lucro real, a seguir: 
a. pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de 
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de 
crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento 
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de 
previdência privada aberta; 
b. pessoas jurídicas que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
c. pessoas jurídicas que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos 
à isenção ou redução do imposto de renda; 
d. pessoas jurídicas que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal com base 
em estimativa; 
e. pessoas jurídicas que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de 
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar 
e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de 
serviços (factoring). 
NOTAS: 
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 141
A obrigatoriedade a que se refere o item "b" acima não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita de 
exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. Não se considera direta a prestação de 
serviços realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas 
e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas (ADI SRF nº 5, de 2001). 
A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo ano-
calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, 
rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração 
pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato (ADI SRF nº 5, de 2001). 
526 Poderá haver mudança da opção para o contribuinte que já efetuou o recolhimento da primeira quota ou 
de quota única com base no lucro presumido? 
Como regra, não há a possibilidade de mudança. A opção pela tributação com base no lucro presumido será 
definitiva em relação a todo o ano-calendário (RIR/1999, art. 516, § 1o). 
Todavia, abre-se exceção quando ocorrer qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação 
tributária, situação em que a pessoa jurídica poderá, desde que conhecida a receita bruta, determinar o lucro 
tributável segundo as regras relativas ao regime de tributação com base no lucro arbitrado. 
NOTAS: 
Não é permitido REDARF para alterar o código de receita identificador da opção manifestada. 
Excepcionalmente, em relação ao 4º trimestre de 2003, as pessoas jurídicas submetidas ao lucro presumido 
puderam optar pelo regime de tributação com base no lucro real trimestral, tomando, nesta hipótese, como 
definitiva a tributação com base no lucro presumido relativa aos 3 (três) primeiros trimestres (Lei nº 9.249, de 1995, 
art. 20, parágrafo único, acrescentado pelo art. 22 da Lei nº 10.684, de 2003). 
Sobre mudança de regime durante o ano-calendário, v.: Lucro Arbitrado, perguntas 560 e 561; Lucro Real-
Estimado, pergunta 597; v. ainda Lucro Presumido, pergunta 528. 
Sobre: retorno ao lucro real, v. pergunta 529; hipóteses de arbitramento, v. pergunta 563. 
527 A pessoa jurídica que optar pelo lucro presumido poderá em algum período de apuração trimestral ser 
tributada com base no lucro real? 
Sim. Na hipótese de haver pago o imposto com base no lucro presumido e, em relação ao mesmo ano-calendário, 
incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos 
de capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral 
a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato (ADI SRF nº 5, de 2001). 
Tal situação também é possível de ocorrer na hipótese de exclusão do Refis de empresa incluída neste programa 
como sendo do lucro presumido, embora obrigada ao lucro real. 
528 Pessoa Jurídica que apresentou declaração com base no lucro presumido poderá, após a entrega, pedir 
retificação para efeito de declarar pelo lucro real ? 
Após a entrega da declaraçãode informações com base no lucro presumido, não há mais como o contribuinte 
alterar a sua opção (IN SRF no 166, de 1999, art. 4o). 
Entretanto será admitida a retificação da declaração quando o contribuinte comprovar ter exercido irregularmente a 
opção pelo lucro presumido, na hipótese em que a legislação fiscal expressamente torne obrigatória a sua 
tributação com base no lucro real; ou, ainda, quando for constatado tal fato por meio de procedimento de ofício, o 
qual poderá adotar a tributação com base no lucro real quando exigido por lei, ou o lucro arbitrado, dependendo do 
caso (IN SRF no 166, de 1999, art. 4o). 
NOTA: 
Sobre mudança de regime durante o ano-calendário, v.: Lucro Arbitrado, perguntas 560 e 561; Lucro Real-
Estimado, pergunta 597; v. ainda Lucro Presumido, pergunta 526. 
529 Quando poderá sair desse regime, voltando à tributação pelo lucro real, a pessoa jurídica que tenha 
optado em determinado ano-calendário pela tributação com base no lucro presumido? 
Em qualquer ano-calendário subseqüente ao da opção, a pessoa jurídica poderá retirar-se, voluntariamente, desse 
regime mediante o pagamento do imposto de renda com base no lucro real correspondente ao primeiro período de 
apuração (trimestral ou mensal no caso da estimativa) do ano-calendário seguinte (v. pergunta 526). 
530 Como se obtém a base de cálculo para tributação das pessoas jurídicas que optarem pelo lucro 
presumido? 
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A base de cálculo do imposto e adicional no regime do lucro presumido será o montante determinado pela soma 
das seguintes parcelas (cfe. sobre: base de cálculo do lucro real por estimativa, pergunta 599; base de cálculo do 
lucro arbitrado, perguntas 566 e 574): 
1. valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção de lucro (variáveis conforme o tipo de atividade 
operacional exercida pela pessoa jurídica) sobre a receita bruta auferida nos trimestres encerrados em 31 
de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário (RIR/1999, art. 518 e §§ 
1º ao 6º do art. 519); 
2. ao resultado obtido na forma do item 1, anterior, deverão ser acrescidos: 
• os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras (renda fixa e 
variável); 
• as variações monetárias ativas; 
• todos demais resultados positivos obtidos pela pessoa jurídica, inclusive os juros recebidos como 
remuneração do capital próprio, descontos financeiros obtidos e os juros ativos não decorrentes de 
aplicações, e outros como: 
a. os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, 
controladas, coligadas ou interligadas; 
b. os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias 
e de futuros ou no mercado de balcão; 
c. a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica; 
d. os juros equivalentes à taxa Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos e 
contribuições a serem restituídos ou compensados; 
• o valor correspondente ao lucro inflacionário realizado no período em conformidade com o disposto no art. 
36 da IN SRF nº 93, de 1997 (sobre realização do lucro inflacionário, v. perguntas 508 e 512; v. ainda 
perguntas 504 e seguintes); 
• multas e outras vantagens por rescisão contratual; 
• os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de 
créditos, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se 
submetido à tributação com base no lucro real, ou que tais valores se refiram a período a que tenha se 
submetido ao lucro presumido ou arbitrado (RIR/1999, art. 521, § 3o); 
• a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título 
de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue 
para a formação do referido patrimônio. 
NOTAS: 
A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada com base no lucro real, deverá adicionar 
à base de cálculo do imposto de renda, correspondente ao primeiro período de apuração no qual houver optado 
pela tributação com base no lucro presumido ou for tributada com base no lucro arbitrado, os saldos dos valores 
cuja tributação havia diferido, controlados na parte B do Lalur (Lei no 9.430, de 1996, art. 54). 
No último trimestre de cada ano-calendário, a pessoa jurídica poderá ter ainda que proceder aos seguintes 
cálculos na apuração dos impostos e contribuições na sistemática do lucro presumido (sobre Preços de 
Transferência, v. perguntas 672 a 733): 
a. valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção de lucro sobre a parcela das receitas auferidas 
nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já 
apropriado na escrituração da empresa (v. perguntas 675 e 676); 
b. o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder o limite calculado com base na taxa Libor, 
para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses, acrescido de três 
por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros, 
quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco 
Central do Brasil (v. pergunta 734); 
c. a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor calculado com base na taxa a que 
se refere o inciso anterior e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no 
Banco Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no 
exterior (v. pergunta 735). 
531 Quais os percentuais aplicáveis de presunção de lucro sobre a receita bruta para compor a base de 
cálculo do Lucro Presumido? 
Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta são os abaixo discriminados (RIR/1999, art. 223): 
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Atividades Percentuais (%) 
Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8,0 
Revenda de combustíveis 1,6 
Serviços de transporte (exceto o de carga) 16,0 
Serviços de transporte de cargas 8,0 
Serviços em geral (exceto serviços 
hospitalares) 
32,0 
Serviços hospitalares 8,0 
Intermediação de negócios 32,0 
Administração, locação ou cessão de bens e 
direitos de qualquer natureza (inclusive 
imóveis) 
32,0 
NOTAS: 
Para as pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços, exceto as que prestam serviços hospitalares e 
as sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada, cuja receita bruta anual não 
ultrapassar R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), o percentual a ser considerado na apuração do lucro presumido 
será de 16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta de cada trimestre (RIR/1999, art. 519, § 4º). 
A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual reduzido cuja a receita bruta acumulada até determinado mês 
do ano-calendário exceder o limite de R$120.000,00 ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto, apurada 
em relação a cada mês transcorrido, até o último dia útil do mês subseqüente aquele em que ocorrer o excesso, 
sem acréscimos (RIR/1999, art. 519, §§ 6o e 7o). 
O exercício de profissões legalmente regulamentadas, como as escolas, inclusive as creches, mesmo com receita 
bruta anual de até R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), não podem aplicar o percentual de 16% (dezesseis por 
cento) sobre a receita bruta para fins de determinação do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar o percentual 
de 32% (trinta e dois por cento) (ADN Cosit no 22, de 2000). 
Sobre percentuais aplicáveis à receita para obtenção da base de cálculodo: Lucro Real-Estimativa, v. pergunta 
600; Lucro Arbitrado (receita conhecida), v. pergunta 567. 
532 Qual o percentual a ser considerado no caso de a pessoa jurídica explorar atividades diversificadas? 
No caso de a pessoa jurídica explorar atividades diversificadas deverá ser aplicado especificamente, para cada 
uma delas, o respectivo percentual previsto na legislação, devendo as receitas serem apuradas separadamente 
(RIR/1999, arts. 223, § 3o e 518). 
NOTA: 
Sobre percentuais aplicáveis à receita, quando a pessoa jurídica explorar atividades diversificadas, para obtenção 
da base de cálculo do: Lucro Real-Estimativa, v. pergunta 601; Lucro Arbitrado (receita conhecida), v. pergunta 
569. 
(...) 
535 Qual a base de cálculo para as empresas que executam obras de construção civil e optam pelo lucro 
presumido? 
O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para apuração da base de cálculo do lucro presumido na 
atividade de prestação de serviço de construção civil é de 32% (trinta e dois por cento) quando houver emprego 
unicamente de mão-de-obra, e de 8% (oito por cento) quando houver emprego de materiais, em qualquer 
quantidade (ADN Cosit no 6, de 1997). 
NOTA: 
As pessoas jurídicas que exerçam as atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de 
imóveis não poderão optar pelo lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais 
haja registro de custo orçado (IN SRF no 25, de 1999, art. 2o; sobre a possibilidade de opção quando da adesão ao 
Refis, v. Nota à pergunta 520). 
536 As concessionárias ou subconcessionárias de serviços públicos deverão adotar qual percentual de 
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presunção de lucro? 
Estas pessoas jurídicas deverão adotar o percentual de 32% (trinta e dois por cento) se prestam serviços de 
suprimento de água tratada, a coleta e tratamento de esgotos, cobrados diretamente dos usuários dos serviços, ou 
se exploram rodovias mediante cobrança de preço dos usuários (ADN Cosit no 16, de 2000). 
537 Qual o conceito de receita bruta para fins do lucro presumido? 
Compreende-se no conceito de receita bruta o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço 
dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (RIR/1999, art. 224; cfe., sobre 
conceito de receita bruta para fins de: aferição do limite para adesão ao Lucro Presumido, pergunta 522; Lucro 
Real-Estimativa, pergunta 602; Lucro Arbitrado, pergunta 572). 
Na receita bruta se inclui o ICMS e deverão ser excluídas: as vendas canceladas, os descontos incondicionais 
concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador, dos quais o vendedor ou 
prestador é mero depositário, como é o caso do IPI (RIR/1999, art. 224, parágrafo único; IN SRF no 93, de 1997, 
art. 36, § 3o). 
NOTAS: 
1. A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, poderá adotar o critério 
de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços pelo regime 
de caixa ou de competência, observando-se as exigências descritas na IN SRF nº 104, de 1998; 
2. As empresas de compra e venda de veículos usados, com este objeto social declarado em seus atos 
constitutivos, podem adotar desde 30/10/1998, na determinação da base de cálculo do imposto de renda, o 
regime aplicável às operações de consignação, computando a diferença entre o valor pelo qual o veículo 
usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da 
nota fiscal de entrada (Lei no 9.716, de 1998, art. 5o;e IN SRF no 152, de 1998). 
538 No caso de tributação com base no lucro real o ICMS deve ser excluído tanto do estoque como das 
compras e vendas realizadas. Quem opta pelo lucro presumido também poderá deduzi-lo para 
obtenção da receita bruta operacional? 
Não, visto que o ICMS integra o preço de venda, e que o percentual para obtenção do lucro presumido se aplica 
sobre o valor total da venda (receita bruta), já que o lucro que se apura neste sistema é o presumido e não o real. 
539 O que se considera ganho de capital para fins de tributação pelo lucro presumido? 
Nas alienações de bens classificáveis no ativo permanente e de aplicações em ouro não tributadas como renda 
variável ou renda fixa, o ganho de capital corresponderá à diferença positiva verificada entre o valor da alienação e 
o respectivo custo contábil (RIR/1999, art. 521 a 523; e IN SRF no 93, de 1997, art. 4o, § 2o). 
NOTAS: 
A não comprovação dos custos pela pessoa jurídica implicará a adição integral da receita à base de cálculo do 
lucro presumido. 
Caso na alienação de bem ou direito seja verificada perda essa não será computada para fins do lucro presumido. 
Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de reavaliação somente poderão ser 
computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens e direitos se a pessoa jurídica comprovar que 
os valores acrescidos foram computados na determinação da base de cálculo do imposto (RIR/1999, art. 521, § 
4º). 
Sobre ganhos de capital para efeitos de tributação no: 
• Lucro Real-Estimativa, v. pergunta 603; 
• Lucro Arbitrado (receita conhecida), v. pergunta 573. 
540 O que vem a ser custo ou valor contábil de bens e direitos, para efeitos de cálculo dos ganhos de capital? 
Para fins de apuração dos ganhos de capital, considera-se custo ou valor contábil de bens e direitos: 
1. no caso de investimentos permanentes em participações societárias: 
a. avaliadas pelo custo de aquisição, o valor de aquisição; 
b. avaliadas pelo valor de patrimônio líquido, a soma algébrica dos seguintes valores: 
b.1) valor de patrimônio líquido pelo qual o investimento estiver registrado; 
b.2) ágio ou deságio na aquisição do investimento; 
b.3) provisão para perdas, constituída até 31/12/1995, quando dedutível. 
1. no caso das aplicações em ouro, não considerado ativo financeiro, o valor de aquisição; 
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2. no caso dos demais bens e direitos do ativo permanente, o custo de aquisição, diminuído dos encargos de 
depreciação, amortização ou exaustão acumulada (se incentivada, o saldo registrado no Lalur, será 
adicionado ao lucro líquido do período de apuração em que ocorrer a baixa); 
3. no caso de outros bens e direitos não classificados no ativo permanente, considera-se valor contábil o 
custo de aquisição; 
4. para imóveis adquiridos a partir de 1o/01/1997, considera-se custo de aquisição do imóvel rural, o VTN 
Valor da Terra Nua constante da Diat - Documento de Informação e Apuração do ITR, no ano de sua 
aquisição (o VTN é também considerado valor de venda do imóvel rural, no ano de sua alienação. 
RIR/1999, art. 523, caput); 
NOTAS: 
Para imóveis rurais adquiridos anteriormente a 1º/01/1997, considera-se custo de aquisição o valor constante da 
escritura pública (RIR/1999, art. 523, parágrafo único). 
Para fins de apuração do ganho de capital as pessoas jurídicas deverão considerar, quanto aos bens e direitos 
adquiridos até o final de 1995 (RIR/1999, art. 522, I): 
a. se do ativo permanente, o valor de aquisição, corrigido monetariamente até 31/12/1995, diminuído dos 
encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada; 
b. se, embora não classificados no ativo permanente, sujeitos à correção monetária até 31/12/1995, o valor 
de aquisição corrigido até essa data. 
541 Qual a alíquota do imposto e qual o adicional a que estão sujeitas as pessoas jurídicas que optarem pelo 
lucro presumido? 
A alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15% (quinze por cento) (RIR/1999, art. 
541). 
O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido será 
calculadomediante a aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela do lucro presumido que 
exceder ao valor de R$60.000,00 (sessenta mil reais) em cada trimestre. 
O valor do adicional deverá ser recolhido integralmente, não sendo admitidas quaisquer deduções. 
Na hipótese de período de apuração inferior a três meses (início de atividade, por exemplo), deverá ser 
considerado para fins do adicional o valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) multiplicado pelo número de meses do 
período. 
NOTAS: 
As empresas tributadas pelo lucro presumido passaram a pagar o adicional do IR a partir de 1o/01/1996 (Lei no 
9.249, de 1995, art. 3o, § 1o). 
Sobre alíquota aplicável e adicional, cfe.: perguntas 032 e 033; Lucro Real-Estimativa, pergunta 606; Lucro 
Arbitrado, pergunta 577. 
542 As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido estão obrigadas à escrituração contábil ou à 
manutenção de livros fiscais? 
A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido deverá (RIR/1999, art. 527): 
a. manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Para efeitos fiscais, é dispensável a 
escrituração quando a pessoa jurídica mantiver Livro Caixa, devidamente escriturado, contendo toda a 
movimentação financeira, inclusive bancária; 
b. manter o Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no 
término do ano-calendário abrangido pela tributação simplificada; 
c. manter em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e prescritas eventuais ações 
que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios determinados pela legislação fiscal 
específica, bem assim os documentos e demais papéis que servirem de base para escrituração comercial 
e fiscal (Decreto-lei nº 486, de 1969, art. 4º); 
d. Lalur, quando tiver lucros diferidos de períodos de apuração anteriores (saldo de lucro inflacionário a 
tributar na situação específica de ser optante pelo lucro presumido no ano-calendário 1996, conforme IN 
SRF nº 93, de 1997, art. 36, inciso V, §§ 7º e 8º) e/ou prejuízos a compensar. 
NOTA: 
Na hipótese de incorporação submetida ao regime de afetação, incumbe ao incorporador manter escrituração 
contábil completa, ainda que optante pela tributação com base no lucro presumido (MP no 2.221, de 2001, art.1o, 
que altera a Lei no 4.591, de 1964, art. 1º). 
543 Tendo ingressado no regime tributário do lucro presumido, que a desobriga da escrituração contábil 
(perante o fisco federal), caso escriture o livro caixa a pessoa jurídica permanecendo nesse sistema por 
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tempo indeterminado, afasta, definitivamente, a hipótese de voltar a manter escrituração contábil? 
Se a receita bruta total da pessoa jurídica em determinado ano-calendário for superior a R$48.000.000,00 
(quarenta e oito milhões de reais), a pessoa jurídica estará automaticamente excluída do regime para o ano-
calendário seguinte, quando deverá adotar a tributação com base no lucro real. 
Se não estiver mantendo escrituração regular, escriturando apenas o livro caixa, deverá obrigatoriamente realizar, 
no dia 1o de janeiro do respectivo ano-calendário, levantamento patrimonial a fim de elaborar balanço de abertura e 
iniciar escrituração contábil. 
544 A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que mantiver escrituração regular e apurar lucro contábil 
poderá utilizar o montante desse lucro contábil como reserva livre para aumento de capital, sem ônus 
tributário (voltando ou não à tributação pelo lucro real)? 
Na hipótese de apuração de lucro contábil a pessoa jurídica poderá utilizar o montante desse lucro como reserva 
livre para aumento de capital, entretanto, não poderá utilizar a esse título todo o montante do lucro contábil, 
devendo dele diminuir o valor do imposto de renda apurado com base no lucro presumido, as contribuições (CSLL, 
Cofins e PIS/Pasep), bem assim os valores que forem distribuídos a título de lucros ao seu titular, sócio ou 
acionista (Lei no 8.981, de 1995, art. 46 e ADN Cosit no 4, de 1996). 
545 Como se dará a distribuição do lucro presumido ao titular, sócio ou acionista da pessoa jurídica, e sua 
respectiva tributação? 
Poderá ser distribuído a título de lucros, sem incidência de imposto de renda (dispensada, portanto, a retenção na 
fonte), ao titular, sócio ou acionista da pessoa jurídica, o valor correspondente ao lucro presumido, diminuído de 
todos os impostos e contribuições (inclusive adicional do IR, CSLL, Cofins, PIS/Pasep) a que estiver sujeita a 
pessoa jurídica (Lei nº 9.249, de 1995, art. 10; ADN Cosit nº 4, de 1996; e IN SRF nº 11, de 1996, art. 51). 
Acima desse valor, a pessoa jurídica poderá distribuir, sem incidência do imposto de renda, até o limite do lucro 
contábil efetivo, desde que ela demonstre, via escrituração contábil feita de acordo com as leis comerciais, que 
esse último é maior que o lucro presumido. 
Todavia, se houver qualquer distribuição de valor a título de lucros, superior àquele apurado contabilmente, deverá 
ser imputada à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros de exercícios anteriores. Na distribuição 
incidirá o imposto de renda com base na legislação vigente nos respectivos períodos (correspondentes aos 
exercícios anteriores), com acréscimos legais. 
NOTAS: 
Inexistindo lucros acumulados ou reservas de lucros em montante suficiente, bem assim quando se tratar de lucro 
que não tenha sido apurado em balanço, a parcela excedente será submetida à tributação, que, no caso de 
beneficiário pessoa física, dar-se-á com base na tabela progressiva mensal (IN SRF no 93, de 1997, art. 48, § 4º). 
Sobre distribuição de lucros, Lucro Arbitrado, v. pergunta 580. 
546 A isenção de imposto de renda para os lucros distribuídos pela pessoa jurídica tributada com base no lucro 
presumido abrange os demais valores por ela pagos ao titular, sócio ou acionista? 
Não. A isenção somente abrange os lucros distribuídos, não alcançando valores pagos a outros títulos como por 
exemplo: pró-labore, aluguéis e serviços prestados, os quais se submeterão à tributação, conforme a legislação 
que rege a matéria (IN SRF nº 93, de 1997, art. 48). 
No caso desses rendimentos serem percebidos por pessoas físicas serão submetidos à tributação com base na 
tabela progressiva; no caso de pessoas jurídicas serão considerados como receita operacional, sendo passíveis ou 
não de tributação na fonte, conforme a hipótese. 
NOTA: 
Sobre valores não compreendidos na distribuição de lucros, ref. Lucro Arbitrado, v. pergunta 581. 
547 Como proceder, no que se refere aos valores a se consignar no balanço de abertura, caso a pessoa 
jurídica que vinha optando pelo lucro presumido pretenda retornar à forma de apuração do imposto pelo 
lucro real? 
No balanço de abertura a ser procedido na data do início do período de apuração (trimestral ou anual com 
recolhimentos mensais com base na estimativa), cujos resultados serão submetidos à tributação com base no lucro 
real, a pessoa jurídica deverá adotar o seguinte tratamento com relação às situações a seguir descritas (PN CST 
no 33, de 1978): 
1) A pessoa jurídica que nunca manteve escrituração contábil para fins de imposto de renda deverá tomar como 
base, para determinar o valor a ser registrado, o custo de aquisição dos bens do ativo imobilizado e dos 
investimentos, bem como o valor do capital social, corrigidos monetariamente até 31/12/1995, quando se tratar de 
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valores já existentes até essa data, e para os bens e direitos adquiridos posteriormente, ou no caso da pessoa 
jurídica que iniciou suas atividades após essa data, deverá ser considerado o custo de aquisição sem qualquer 
correção monetária, nos termos da legislação aplicável; 
2) A pessoa jurídica queabandonou a escrituração ao optar pelo lucro presumido, se possuir a escrituração 
anterior, deverá considerar no balanço de abertura: 
a. para os bens já existentes em 31/12/1995, que foram objeto de correção monetária anteriormente, o valor 
corrigido monetariamente desde o último período em que foi objeto de correção monetária até a data de 
31/12/1995; 
b. para os bens da pessoa jurídica que nunca foram objeto de correção, se adquiridos até 31/12/1995, 
deverão ser corrigidos até essa data; e para os adquiridos posteriormente, ou para as pessoas jurídicas 
que iniciaram suas atividades após tal data, considerar o custo de aquisição sem qualquer correção 
monetária; 
c. em quaisquer das situações dos itens "a" ou "b" anteriores, a diferença entre o Ativo e o Passivo será 
classificada como lucros ou prejuízos acumulados, sendo não compensável na apuração do lucro real o 
prejuízo assim obtido, tendo em vista tratar-se de prejuízo meramente contábil. 
3) A pessoa jurídica que, embora desobrigada, tendo mantido escrituração regular deverá montar o balanço de 
abertura com a simples transposição dos valores expressos no último balanço patrimonial levantado, se 
correspondente a 31 de dezembro do ano-calendário anterior, ou no balancete de verificação que se transformará 
em balanço patrimonial para consolidar os resultados ali registrados (31 de dezembro). 
NOTAS: 
No balanço de abertura deverão ser consideradas como utilizadas as quotas de depreciação, amortização e 
exaustão, que seriam cabíveis nos períodos de apuração anteriores ao do referido balanço de abertura, em que se 
submeteram ao lucro presumido. 
Esse procedimento deverá ser observado por todas as pessoas jurídicas que se retirarem (ou forem excluídas) do 
regime de tributação com base no lucro presumido, tenham ou não mantido escrituração contábil nesse período. 
No caso de ter mantido escrituração e não ter lançado os encargos, o ajuste contábil será feito contra a conta de 
lucros ou prejuízos acumulados, não afetando o resultado do período de apuração. 
 
548 De quais incentivos fiscais ou deduções do imposto de renda as empresas que optarem pelo lucro 
presumido poderão se utilizar? 
A partir de 1o/01/1998, do imposto apurado com base no lucro presumido não será permitida qualquer dedução a 
título de incentivo fiscal (RIR/1999, art. 526). 
NOTA: 
Sobre incentivos fiscais, v.: Lucro Real-Estimativa, perguntas 608 e 609; Lucro Arbitrado, pergunta 582. 
549 Qual o tratamento a ser dado pela pessoa jurídica que optar pela tributação com base no lucro presumido 
quando anteriormente vinha sendo tributada com base no lucro real, com relação aos valores cuja 
tributação vinha sendo diferida na parte B do Lalur? 
A pessoa jurídica que até o ano-calendário anterior houver sido tributada com base no lucro real deverá adicionar à 
base de cálculo do imposto, correspondente ao primeiro período de apuração em que fizer a opção pelo lucro 
presumido, os saldos dos valores cuja tributação havia sido diferida e estejam sendo controlados na parte B do 
Lalur (corrigidos monetariamente até 31/12/1995). 
Inclui-se entre esses valores o total do lucro inflacionário cuja realização deverá ser integral nesse respectivo 
período de apuração (RIR/1999, art. 520). 
NOTA: 
Caso a pessoa jurídica tenha optado pelo lucro presumido no ano-calendário de 1996, tendo saldo do lucro 
inflacionário acumulado existente ao final do período de apuração anterior, poderá ainda ter saldo diferido de lucro 
inflacionário sendo controlado no Lalur (livro obrigatório nesta hipótese) (IN SRF no 93, de 1997, art. 36, inciso V, e 
§§ 7o e 8o). 
Sobre valores diferidos, controlados na Parte B do Lalur, v.: Lucro Real-Estimativa, pergunta 605; Lucro Arbitrado, 
pergunta 576. 
550 Como poderá ser compensado o imposto pago a maior no período de apuração? 
No caso em que o valor retido na fonte ou já pago pelo contribuinte for maior que o imposto devido no período de 
apuração trimestral, a diferença a maior poderá ser compensada com o imposto relativo aos períodos de apuração 
subseqüentes (RIR/1999, art. 526, parágrafo único). 
NOTA: 
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O imposto de renda retido na fonte maior que o imposto de renda apurado no período trimestral será compensável 
como "imposto de renda negativo de períodos anteriores". 
Sobre compensação de imposto retido ou pago a maior, v.: Lucro Arbitrado, pergunta 583; Lucro Real-Estimativa, 
pergunta 611. 
551 A pessoa jurídica que faz a opção pelo lucro presumido perde o direito à compensação dos prejuízos 
fiscais verificados em período anterior em que foi tributada com base no lucro real, os quais estão 
controlados na parte B do Lalur? 
Não. Observe-se que o regime de tributação com base no lucro presumido não prevê a hipótese de compensação 
de prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores nos quais a pessoa jurídica tenha sido tributada com base no 
lucro real. 
Entretanto, tendo em vista que não existe mais prazo para a compensação de prejuízos fiscais, caso a pessoa 
jurídica retorne ao sistema de tributação com base no lucro real poderá nesse período compensar, desde que 
continue a manter o controle desses valores no Lalur, Parte B, os prejuízos fiscais anteriores, gerados nos 
períodos em que havia sido tributada com base no lucro real, obedecidas as regras vigentes no período de 
compensação. 
NOTA: 
Sobre prejuízos fiscais de exercícios anteriores, Lucro Arbitrado, v. pergunta 584. 
552 Qual o tratamento a ser dado pelo fisco às pessoas jurídicas que optarem pela tributação com base no 
lucro presumido no caso de ser constatada receita bruta (operacional ou não) maior que a oferecida à 
tributação (omissão de receita)? 
A partir de 1o/01/1996 (RIR/1999, art. 528), constatada, mediante procedimento de ofício, a ocorrência de omissão 
de receitas esta será tributada de acordo com o regime a que estiver submetida a pessoa jurídica no ano-
calendário. 
Para fins de cálculo do lucro presumido, serão aplicados os respectivos percentuais de presunção, estando o lucro 
calculado sujeito ao adicional do imposto (se for o caso), conforme legislação vigente no período correspondente 
ao da omissão, devendo o montante omitido ser computado para determinação da base de cálculo do imposto de 
renda e do adicional. 
Igual procedimento será adotado para a determinação da CSLL, Cofins e PIS. 
A receita assim tributada, será considerada distribuída ao titular, sócio ou acionista, e não mais sofrerá tributação, 
seja na fonte, seja na declaração. 
Entretanto, podem ocorrer algumas situações que demandam procedimentos distintos, adequados a cada caso, a 
saber: 
1. Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica que no ano-calendário anterior auferiu 
receita bruta total dentro do limite de R$48.000.000,00 e preenche as demais condições para a opção pelo 
lucro presumido no ano seguinte (v. pergunta 520), ano em que está sendo realizado o procedimento de 
ofício, deverá ser respeitada e mantida a opção da pessoa jurídica. 
2. Se no ano em que se estiver procedendo a fiscalização, somando-se a receita já tributada pela pessoa 
jurídica com aquela apurada como omitida for verificado um total superior ao limite fixado legalmente, 
deverá ser observado que, para o ano subseqüente àquele em que a pessoa jurídica está sendo 
fiscalizada, ela deixou de atender ao requisito para opção pelo lucro presumido, em relação ao limite da 
receita bruta total (nesse caso, a pessoa jurídica estará excluída do lucro presumido); 
3. Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica que está ingressando no regime, não 
havendo auferido receita bruta no ano-calendário anterior (ano de início de atividades), no ano da omissão 
deverá ser mantida a opção pelo lucro presumido, mesmo que a soma das receitas auferidas e omitidas 
tenha ultrapassado o limite. Entretanto, deverá ser observadoo entendimento exposto no item anterior 
com relação à manutenção ou não do lucro presumido para o ano subseqüente. 
NOTA: 
No caso da pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas com base no lucro presumido, não sendo 
possível a identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela que 
corresponder o percentual mais elevado (RIR/1999, art. 528, parágrafo único). 
Sobre omissão de receitas, v.: Lucro Arbitrado, pergunta 585; Lucro Real-Estimativa, pergunta 616. 
553 O que poderá acontecer à pessoa jurídica que optar indevidamente ou deixar de cumprir alguma das 
condições estabelecidas para opção pelo lucro presumido? 
Inicialmente será verificada a possibilidade de apuração da base de cálculo do imposto de renda pelo lucro real, 
caso a empresa mantenha escrituração regular com base nas leis comerciais e fiscais. Entretanto, na 
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impossibilidade de adoção de tal procedimento, deverá ser arbitrado o lucro da pessoa jurídica no respectivo 
período de apuração (RIR/1999, art. 530, inciso IV). 
554 Qual o regime de reconhecimento de receitas quando a pessoa jurídica opta pelo lucro presumido? 
Regra geral, a pessoa jurídica apura a base de cálculo dos impostos e contribuições pelo regimento de 
competência, sendo exceção os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos em renda 
variável, os quais devem ser acrescidos à base de cálculo do lucro presumido quando da alienação, resgate ou 
cessão do título ou aplicação (IN SRF no 93, de 1997, art. 36, § 2o). 
Contudo, poderá a pessoa jurídica adotar o critério de reconhecimento das receitas das vendas de bens e direitos 
ou da prestação de serviços com pagamento a prazo ou em parcelas na medida dos recebimentos, ou seja, pelo 
regime de caixa, desde que mantenha a escrituração do livro Caixa e observadas as demais exigências impostas 
pela IN SRF no 104, de 1998. 
NOTA: 
Sobre reconhecimento de receitas, Lucro Arbitrado, v. pergunta 585. 
555 A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que estiver adotando o critério de 
reconhecimento de suas receitas à medida do recebimento , se alterar a forma de tributação 
para o lucro real, como deverá proceder em relação aos valores ainda não recebidos? 
A adoção do lucro real, quer por opção ou por obrigatoriedade, leva ao critério de reconhecimento de receitas 
segundo o regime de competência, e nesta condição, a pessoa jurídica deverá reconhecer no mês de dezembro do 
ano-calendário anterior àquele em que ocorrer a mudança de regime, as receitas auferidas e ainda não recebidas. 
Se a obrigatoriedade ao lucro real ocorrer no curso do ano-calendário, a pessoa jurídica deverá oferecer à 
tributação as receitas auferidas e ainda não recebidas, no período de apuração anterior àquele em que ocorrer a 
mudança do regime de tributação, recalculando o imposto e as contribuições (CSLL, Cofins e PIS/Pasep) 
correspondentes ao período. 
A diferença apurada, após compensação do tributo pago, poderá ser recolhida, sem multa e sem juros moratórios, 
até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que incorreu na situação de obrigatoriedade ao lucro real. 
Ressalte-se que os custos e despesas associados às receitas incorridas e não recebidas após a mudança do 
regime de tributação não poderão ser deduzidos da base de cálculo do IRPJ ou da CSLL. 
NOTA: 
A pessoa jurídica optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido que, no quarto trimestre-calendário de 2003, 
por opção, passar a adotar o regime de tributação com base no lucro real, nos termos da Lei nº 10.684, de 2003, art. 22 (ver 
perguntas 526, 527 e 529), deverá oferecer à tributação no terceiro trimestre- calendário de 2003, as receitas auferidas e ainda 
não recebidas (IN SRF nº 345, de 2003, art. 1º e art. 2º). 
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