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1 Ligas de Alumínio Aquiles Silva de Oliveira UNIMEP 2007 2 RESUMO DA HISTÓRIA DO ALUMÍNIO • O Alumínio é um dos mais recentes metais na história da fundição; • 1821 - A Bauxita foi identificada pela primeira vez na cidade de Les Beaux ao Sul da França por Berthier; • 1825 - O químico Oersted isolou o Alumínio; • 1854 - Em 06 de Fevereiro houve a primeira obtenção industrial por Saint-Claire Deville; • 1900 - Extraídas 70 mil toneladas de Bauxita do Sul da França, Norte da Irlanda e EUA, mas somente 40 % era destinada a produção de Alumínio como metal não ferroso; • 1928 - Houveram as primeiras referências sobre Alumínio no Brasil pela Escola de Minas de Ouro Preto; • 1944 - Inicio de produção de Alumínio em escala Industrial pela então Elquisa hoje Alcoa. 3 Esquema de obtenção de Alumínio 99.5 % NAOH PRESSÃO DIGESTOR Separa Al2O3 da Bauxita 17.500 kWh = 1 ton Al 99,.5% Eletrolise O2 + - Descarte Lama vermelha Material tóxico, sem definição de uso Al2O3 SecagemLavagem Calor 4 5 INFLUÊNCIA DO Si (1410 °C) NA FUSÃO Pode ser considerado o mais importante elemento. A temperatura de fusão é alterada consideravelmente de acordo com o teor de Si. NO PROCESSO Aumenta a fluidez e reduz a tendência de trinca a quente. Melhora a aplicação da pressão específica (pressure-tightness) NO PRODUTO Reduz a usinabilidade. Peças de paredes grossas de ligas hipereutética há principalmente o risco da formação de cristais grossos do Si (silício primário) e isso pode reduzir a elasticidade e pureza do metal. Aumenta a resistência de corrosão. 6 Diagrama Al Si apenas para efeito didático 659 577 °C 11<Si<13 Ligas Hipoeutéticas Ligas Hipereutéticas Ligas Eutéticas 11 13 Líquido a Liquido + a a = mistura com 0 a 1,55 – 1,95 % Si b = mistura com max. 2 % AlAl + Si % Si 12,5 12,5 (eutético) 0 98 Liquido + b 1,65 7 INFLÊNCIA DO Cu (1083 °C) NA FUSÃO É o segundo mais importante elemento. Aumenta a quantidade de calor no banho, é quem fornece resistência e dureza. NO PROCESSO Reduz a fluidez e incidência de chupagem interna mas, com teor a partir de 3,8% e existência simultânea de P, surge o risco de porosidade, rechupe, vazamento, trinca a quente. NO PRODUTO Melhora a resposta a tratamento térmico e a usinabilidade mas a partir de 0,10 % reduz a resistência a corrosão 8 INFLÊNCIA DO Mg (650 °C) NA FUSÃO Tem tendência de queimar-se durante a fusão, aumenta a resistência, a dureza e a ductilidade. NO PROCESSO Aumenta a viscosidade reduzindo a fluidez e promove a formação de óxidos. Dificulta a produção de peças, especialmente aquelas de parede fina. NO PRODUTO Aumenta a resistência à corrosão, melhora a usinabilidade, melhora a resposta a tratamento térmico. 9 INFLÊNCIA DO Mn NA FUSÃO Liga a base de Al-Fe-Mn tem um alto ponto de fusão NO PROCESSO Fe+Mn+Cr pode formar uma combinação intermetálica e causar pontos duros. NO PRODUTO Por adição de Mn, as qualidades negativas do Fe são compensadas como veremos mais adiante. 10 INFLÊNCIA DO Fe (1535 °C) NA FUSÃO Fácil dissolução no alumínio, especialmente em temperaturas próximas a 800 °C NO PROCESSO Reduz a aderência em moldes de injeção, quando teor de ferro > 0,6%; Fe+Mg (a partir de 0,25% Mg) aumenta tendência à aderência NO PRODUTO Com o aumento do teor de ferro, aumenta claramente a dureza e a elasticidade diminui. Com uma combinação Fe+Mg ( a partir de 0,25% Fe) a elasticidade aumenta novamente 11 INFLÊNCIA DO Mg+Si NA FUSÃO Aumenta a solubilidade do Hidrogênio (a partir de aproximadamente 0,25% Mg). Tendência para mais formação de escória. NO PROCESSO Aumenta a viscosidade reduzindo a fluidez NO PRODUTO Mesma liga em combinação com Silício aumenta a dureza Redução a elasticidade (efeito só a partir de 0,25% Mg) 12 INFLÊNCIA DO Zn (420 °C) NA FUSÃO Boa dissolução no Alumínio durante a fusão NO PROCESSO Aumenta considerável a fluidez, em peças de parede fina (abaixo de 1,5 mm) pode admitir até 2,5% Zn NO PRODUTO Claro aumento de dureza e estabilidade com alto teor de Zn. Reduz a resistência a corrosão a partir de 0,15 % 13 Importância da limpeza Cuidados com a Fusão Evitar contato de qualquer material estranho com o banho de alumínio. Pode causar contaminação com risco de provocar pontos duros. Exemplo: partículas de materiais ferrosos, compostos intermetálicos como sludge. Evitar material úmido. Oxidação excessiva ou explosões (formação de óxido e absorção de hidrogênio) Evitar uso excessivo de temperatura. Aumento da oxidação e da absorção de hidrogênio ou ainda formação de carbetos ou corundum se o tempo de exposição for muito longo a temperaturas acima de 800°C além de destruir formadores de cristais finos. Evitar uso excessivo de manuseio. Aumento da oxidação e contaminação do óxido da superfície para o interior do banho mantendo-o em suspensão. Cuidados com a temperatura na panela de transferência e no forno de espera. A temperatura deve ser controlada pelo meio de aquecimento do forno (elétrico, gás ou óleo). Nunca adicionar lingotes na panela ou forno de espera para correção de temperatura. 14 PRINCIPAIS LIGAS • Ligas Al-Si: – Liga 413: 11 a 13% Si; • Ligas Al-Si-Mg: – Liga 356: 6,5 a 7,5% Si + 0,2 a 0,45% Mg (até 0,5% Fe); – Liga A356: 6,5 a 7,5% Si + 0,2 a 0,45% Mg (até 0,2% Fe); – Liga A 357: 6,5 a 7,5% Si + 0,4 a 0,6% Mg (até 0,2% Fe); • Ligas Al-Si-Cu: – Liga 319: 5,5 a 6,5% Si + 3,0 a 4,0% Cu (até 0,6% Fe); – Liga 380: 7,5 a 9,0% Si + 3,0 a 4,0% Cu (até 0,6% Fe); – Liga 380 (injeção): 7,5 a 9,0% Si + 3,0 a 4,0% Cu (até 1,2% Fe). 15 INFLUÊNCIA DO FERRO • A adição de 1,2% de ferro é feita somente no processo de injeção. A saturação de ferro impede que o Al reaja com o ferro contido no molde (evita adesão no molde); • Em outros processos o ferro é prejudicial porque forma agulhões que são difíceis de serem dissolvidos no alumínio. 16 SELEÇÃO DO PROCESSO • FUNDIÇÃO SOB PRESSÃO: – Peças com paredes finas; injeção: granulação bastante refinada (alta resistência e baixo alongamento); • FUNDIÇÃO POR GRAVIDADE: – Peças que necessitam alongamento; • FUNDIÇÃO EM AREIA: – Peças comuns; Baixo alongamento (granulação grosseira), segregação em contorno de grão, gases; • FUNDIÇÃO EM COQUILHA: – Grande variedade de peças; Faixa de resistência e alongamento é ampla e pode-se mexer no processo. 17 FORNOS DE FUSÃO • TIPOS: – FORNOS A CADINHO; – FORNOS SEM CADINHO; – FORNOS DE CÂMARA SECA: • SOLEIRA SECA; • TIPO TORRE. 18 FORNOS A CADINHO 19 FORNOS A CADINHO • Maior flexibilidade de ligas; • Tempo de fusão: + 1 a 1,5 horas; • Vantagens: – Baixo custo inicial; – Vida útil de aprox. 280 a 300 corridas; – Menor oxidação da liga (aquecimento é indireto); – Tamanho do cadinho: 200, 300, 500, 700... Kg. 20 FORNOS A CADINHO • Desvantagens: – Custo do cadinho (cadinho de 500 Kg custa aprox. R$ 5.000,00); – Difícil controle da temperatura; – Maior consumo de gás; – Alto nível de ruído. 21 FORNO SEM CADINHO 22 FORNO SEM CADINHO • Capacidade: 1,5 a 10 toneladas (produz 200 a 1500 Kg/hora); • Maior capacidade de produção horária; • Melhor controle da temperatura; • Menor consumo de gás; • Maior durabilidade do refratário. • Desvantagem: menor flexibilidade de ligas; • Alto custo inicial. 23 FORNOS DE CÂMARA SECA • Este tipo de forno é dotado de uma porta de carga, zona de fusão e câmara de manutenção. • Vantagem: – Maior vida útil do refratário; – Menor consumo de gás. • Desvantagem: – Alto custo; – Baixa flexibilidade de liga. FORNO DE CÂMARA SECA 24 25 Tratamento de Metal Líquido Introdução Em 1921, Dr. Pacz descobriu que as propriedades mecânicas de algumas ligas de alumínio poderiam ser melhoradas se o banho de alumínio líquido sofresse um tratamento com um fluxo de fluoreto de sódio. Este tratamento deu início ao que conhecemos hoje como Processosde Tratamento de Metal Líquido. A qualidade do metal líquido é conseqüência de alguns fatores, tais como: • pouco gás dissolvido; • reduzida presença de inclusões intermetálicas; • correta temperatura de fusão entre outros. 26 Introdução Os principais tratamentos do metal líquido são os seguintes: 1. Refino de Grão; 2. Modificação; 3. Refino do Eutético; 4. Refino do Silício Primário; 5. Desgaseificação; 6. Remoção de Inclusões. 27 Introdução Agentes para Tratamento Existem várias formas de encontrarmos os agentes para tratamento de metal líquido, as mais comuns são: • Fluxos; • Masteralloys; • Tabletes e; • Gases. 28 Introdução Agentes para Tratamento As principais características de agente para o tratamento de metal líquido são: • prevenir a oxidação prematura do elemento ativo; • prevenir a vaporização prematura do elemento ativo; • promover uma ampla dispersão no banho de metal; • deixar o menor ou nenhum resíduo no banho de metal; • promover uma rápida reação química para produzir o efeito desejado ; 29 Introdução Agentes para Tratamento Fluxos • A forma mais antiga de agentes para tratamento; • São misturas de sais metálicos na forma de pó; • Existem várias formulações diferentes para formular um fluxo; • Em geral a composição de um fluxo é função da temperatura em que vamos trabalhar, se será sólido ou líquido, das reações químicas desejadas e da liga com a qual trabalharemos. 30 Introdução Agentes para Tratamento Tipos de Fluxos • Fluxo de cobertura: são utilizados para a cobertura da superfície do banho, evitando assim a oxidação do alumínio e/ou a vaporização de elementos de ligas; • Fluxo escorificante: são utilizados para minimizar a presença de alumínio na borra. Estes fluxos são formados com compostos exotérmicos que reagem com a borra liberando calor e facilitando a separação do alumínio da borra. Borras não tratadas podem conter entre 60 – 85% de alumínio, porém borras tratadas apresentam um percentual de 25 – 30 %. 31 Introdução Agentes para Tratamento Tipos de Fluxos • Fluxo de limpeza: são utilizados para promover uma limpeza do banho de alumínio. Normalmente a base de cloro, que reage com o magnésio, o cálcio, o sódio e o potássio formando partículas insolúveis de Cl. Estas partículas flutuam no banho e são retiradas quando da aplicação do fluxo de escorificação. • Fluxo de refino de grão: são fluxos utilizados para promover um refino do grão na estrutura da peça. Normalmente apresentam boro e titânio em suas formulações ou ambos. 32 Introdução Agentes para Tratamento Tipos de Fluxos • Fluxo modificador: são utilizados para modificar a forma do silício na formação do eutético durante a solidificação. Apresentam em sua formulação sódio ou estrôncio. • Os métodos de aplicação dos fluxos na maioria das vezes são manuais e as ferramentas devem ser sempre pré- aquecidas para evitar a absorção de gases pelo metal líquido. • A determinação da quantidade de fluxo a ser utilizada deve ser feita através de experiências práticas, sendo esta uma característica de cada fundição. 33 Refino de Grão O refino de grão refere-se ao controle do tamanho de grão da fase primária durante a solidificação, através do controle da nucleação e crescimento das fases. O controle de três requisitos nos leva ao controle do tamanho de grão: controle da especificação da liga, controle da nucleação e controle do crescimento. A nucleação possui um tempo de espera para tonar-se eficaz, o que é conhecido como “fading time”. 34 Refino de Grão 35 Refino de Grão Vantagens • Trinca a quente: uma estrutura fina tem menor tendência a trinca a quente durante a solidificação; • Alimentação: grãos menores possibilitam uma fluidez melhor, facilitando a compensação durante a solidificação resultando em menores porosidades por rechupes; • Estanqueidade: é melhorada devido as menores porosidades por rechupe; • Homogeneidade: os compostos intermetálicos formados ficam mais dispersos por toda a matriz, uma vez que estes são dispersos nas regiões de fronteira de grão; 36 Refino de Grão Vantagens • Usinabilidade: melhora devido a melhor dispersão dos compostos intermetálicos de baixo ponto de fusão. • Propriedades mecânicas: são melhoradas devido ao menor tamanho de grão. 37 Refino de grãos com Ti + B: Grande eficiência; Adição típica de 0,02 a 0,03% Ti Refino é obtido por partículas sólidas de TiB2 que são substratos para a formação de TiAl3 que serve como núcleo para as dendritas de fase a Como os núcleos são sólidos ocorre decantação, e aprisionamento pelas paredes reduzindo a eficiência com o tempo Refino de Grão 38 Refino de grãos com Ti: Média eficiência; Adição mínima 0,14% Ti Refino é obtido por partículas de TiAl3 que se formam durante a redução da temperatura Como os núcleos são formados com a redução da temperatura, o refino é permanente Refino de Grão 39 Modificação Em 1921 Dr. Pacz descobriu que tratando as ligas com fluxos de fluorato de sódio, ele poderia aumentar as propriedades mecânicas das ligas AlSi. Mais tarde descobriu-se que isto ocorria devido a mudança de morfologia dos cristais de silício que constituem o eutético, que passavam de uma formação de plaquetas para uma fina estrutura fibrosa. Hoje em dia são utilizados o sódio e o estrôncio como elementos modificadores desta estrutura. Após estudos realizados descobriu-se que uma das mais importantes características deste tratamento é que ele apresenta um tempo de incubação e um tempo de vida útil, “fading time”. 40 MICROESTRUTURA DA LIGA ALSI a)Liga eutética sem modificação b) Liga eutética modificada 41 Modificação O tempo de vida útil, “fading time”, depende do superaquecimento do banho, do grau de agitação do banho e dos tratamentos que foram realizados. Alguns elementos tiveram analisadas as influências na morfologia do silício, tais com: • Fósforo: se menor que 2 ppm, o silício apresenta-se na forma lamelar, se maior que 4 ppm apresenta-se na forma acicular; • Ferro: não influência; • Magnésio: em ligas de alta pureza tendem a engrossar o silício, porém mantendo a forma acicular. 42 Modificação Elementos Modificadores Sódio O sódio realiza duas funções nas ligas de AlSi: - neutraliza os efeitos do fósforo; - muda a morfologia do silício na fase eutética. A dissolução de sódio no banho de alumínio é rápida, tendo um tempo de incubação entre 5 – 10 minutos, e sua vida é relativamente curta sendo de 30 – 60 minutos. Os tratamentos de desgaseificação e refino de grão devem ser realizados antes da modificação com sódio. 43 Modificação Elementos Modificadores Sódio O tempo de vida útil, “fading time” depende de alguns fatores, tais como: • Teor de silício: quanto maior o teor de silício menor é o tempo de vida útil; • Temperatura do banho: quanto maior a temperatura menor é o tempo de vida útil; • Turbulência: quanto mais a superfície do banho for movimentada menor o tempo de vida útil; • Cobertura do banho: caso a superfície do banho for protegida, maior será a vida útil. 44 Modificação Elementos Modificadores Estrôncio O estrôncio atua no banho de alumínio seguindo as características do sódio. Em comparação com o sódio, o estrôncio apresenta tempo de incubação ( 2 – 2,5 horas) e tempo de vida útil (5 – 6 horas) maiores que o do sódio; Os mesmos fatores que influenciam os tempos de incubação e de vida útil para o sódio, influenciam para o estrôncio, porém com menor importância. A liga utilizada AlSrSi causa microporosidades durante a solidificação, isto deve-se ao fato de ela conter pequenos percentuais de cálcio. 45 Modificação Vantagens •Alimentação: as ligas modificadas apresentam menos porosidades do que as não-modificadas, devido ao maior tempo para alimentação das contrações volumétricas; •apresentam maior rendimento durante a produção; • Aparência: as ligas modificadas apresentam melhor acabamentosuperficial, o que pode ser observado após a pintura ou anodização das peças; • Resistência a tração: pode ser melhorada entre 10 – 30% em relação ao bruto de fundição; 46 Modificação Vantagens • Alongamento: pode ser melhorado entre 100 – 150% em relação ao bruto de fundição • Tensão de escoamento: não apresenta melhoras significativas; • Usinabilidade: as ligas modificadas melhoram sua usinabilidade quando comparadas as ligas não- modificadas. 47 Refino do Eutético Bercovici descobriu que adições de antimônio poderiam modificar a estrutura acicular do eutético em uma estrutura lamelar fina, porém não em uma estrutura fibrosa como os modificadores Na e Sr. Devido a esta diferença é que o Sb não é considerado um modificador, mas sim um refinador do eutético. O antimônio também neutraliza a presença do fósforo nas ligas, evitando que este forme os núcleos de AlP que geram a formação acicular. O efeito do antimônio nas ligas, não é perdido após a refusão do material, por isso é chamado de “refinador permanente do eutético”. 48 Refino do Eutético Vantagens • Fluidez: as ligas refinadas não apresentam perda de fluidez; • Teor de gás: as ligas refinadas não apresentam tendência de absorção de hidrogênio como acontece com as modificadas; • Resistência a tração: as ligas refinadas apresentam um aumento de 10 – 20% na resistência a tração; • Alongamento: pode ser melhorado entre 75 – 125% em relação a bruto de fundição; • Tensão de escoamento: não apresenta efeitos; • Usinabilidade: melhora a usinabilidade da liga 49 Refino do Silício Primário É o tratamento realizado em ligas hipereutéticas, onde durante a solidificação a primeira fase a solidificar é o silício. Este tratamento é utilizado para controlar o tamanho dos cristais de silício e não para modificar sua morfologia. Como elemento refinador é utilizado o fósforo, que em liga hipoeutéticas é considerado uma impureza não desejada. O refino com fósforo é mantido durante as cinco refusões seguintes, após isso é necessário realizar uma adição de fósforo. 50 Efeito do Fósforo no Refino do Silício Primário 51 Refino do Silício Primário Vantagens • Resistência a tração: o refino do silício primário aumenta em 20 – 25% a resistência a tração; • Alongamento: não apresenta grande influência sobre o alongamento; • Resistência ao desgaste: aumenta a resistência ao desgaste; 52 Desgaseificação Muitos gases comuns são dissolvidos no banho de metal, como durante a solidificação a um decréscimo da solubilidade destes gases no material sólido, devemos retirar estes gases para evitarmos problemas de porosidade após a solidificação. Para isto são utilizados vários agentes desgaseificadores, que podem ser gases inertes ou gases reativos, como veremos a seguir. 53 Desgaseificação Regras para evitarmos a absorção de gases pelo metal líquido: • Devemos sempre pré-aquecer os utensílios que entrarão em contato com o banho; • Devemos sempre fazer o pré-aquecimento dos refratário e dos cadinhos; • Devemos utilizar fluxos sempre sem umidade; • Devemos evitar turbulência na superfície do banho. 54 Desgaseificação Quando falamos em desgaseificação devemos ter em mente os seus princípios: 1. Evitar altas temperaturas, seja no forno de fusão ou no forno de espera; 2. Evitar turbulências no banho; 3. Se possível devemos ter uma atmosfera controlada do banho; 4. Todas as ferramentas devem ser pré-aquecidas antes de entrar em contato com o banho. 55 Desgaseificação A seguir veremos os principais agentes desgaseificadores, suas vantagens e suas desvantagens. Gases não reativos: nitrogênio e argônio Vantagens reatividade na superfície do banho pode ser controlada; podem ser produzidas bolhas uniformes durante o tratamento; um nível consistente de hidrogênio pode ser obtido com um mesmo tempo de ciclo; nitrogênio possui um baixo custo; 56 Desgaseificação Gases não reativos: nitrogênio e argônio Desvantagens lanças de imersão possuem oxidação rápida, aumenta custo; não removem partículas; necessitam de um tempo maior de tratamento se comparado com gás reativo; em temperaturas próximas a 760ºC tem tendência de formação de nitretos de magnésio e alumínio. 57 Desgaseificação Gases reativos: cloro Vantagens gás reage com banho formando finas bolhas que removem melhor o hidrogênio; cloro reage com magnésio dissolvido formando cloreto que é retirado do banho; as bolhas de cloro formam uma película sobre o banho que ajuda a reter partículas não-metálicas; o custo é baixo. 58 Desgaseificação Gases reativos: cloro Desvantagens o cloro é tóxico; o cloro é corrosivo; o cloro remove o sódio e o estrôncio do banho; forma com o alumínio e o magnésio sais líquidos que podem contaminar o banho. 59 Desgaseificação Técnicas de Desgaseificação Existem várias técnicas utilizadas para realizar a desgaseificação, sendo as mais conhecidas as seguintes: • Lança; • Injeção de Fluxos; • Rotor. 60 2Al + 3O Al2O3 Gás neutro Desgaseificação Lança 61 Desgaseificação Rotor 62 Desgaseificação Rotor 63 Remoção de Inclusões Os principais tipos de inclusões são: • Óxidos; • Sais; • Carbetos; • Nitretos; • Boretos. Existem três maneiras de fazer a remoção destas inclusões: sedimentação, flotação ou interceptação (filtração). 64 Remoção de Inclusões Hoje são utilizadas as técnicas de: • Fluxos: são utilizados para remover grandes inclusões, porém não são eficientes para pequenas inclusões; • Filtração: é a técnica mais utilizada, e a que apresenta maior eficiência. 65 ALGUMAS APLICAÇÕES 66 ALGUMAS APLICAÇÕES Rodas de liga leve Perfis Panelas
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