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SLIDES ESTRUTURAS CLÍNICAS PSICANÁLISE · A noção de estrutura intervém em Freud, desde a publicação da obra A interpretação dos sonhos de 1900. Esta noção servia como apoio para a compreensão da dinâmica psíquica - seu funcionamento. · O funcionamento psíquico humano foi objeto de estudo de Freud enquanto criador da psicanálise e seu interesse surgiu nos trabalhos desenvolvidos com a neurose. · Freud utilizou ainda esta terminologia em obras e textos, embora com uma noção diferenciada, para buscar compreender a histeria e a neurose obsessiva. · Através do movimento estruturalista, Lacan, psicanalista Francês, passa a incorporar o conhecimento linguístico à obra Freudiana, com um objetivo específico: Dar contemporaneidade à Psicanálise. · Para Lacan, o inconsciente está estruturado como uma linguagem. Diferenciada da linguagem verbal, mas estruturada através de imagens, registros linguísticos e metáforas. · Assim, acredita-se que o inconsciente tenha um funcionamento estrutural, e que portanto todos possuímos uma estrutura de funcionamento psíquico. · Esta estrutura será construída, ou desenvolvida a partir dos primeiros relacionamentos de vida - relação triangular. · Assim, a dinâmica psíquica - inconsciente, consciente, pré-consciente, id, ego e superego -, irão se estruturar através das relações vivenciadas, tendo como base a linguagem. · Lacan, irá propor ainda um retorno à Freud e sua metodologia de trabalho, onde se fundamenta o trabalho com a linguagem ou com a expressão linguística. · A regra fundamental da clínica analítica é falar o que vem à cabeça, e para dar sustentabilidade ao trabalho, a associação livre serve como um suporte para abordar questões inconscientes · Existem três grandes estruturas psíquicas: Neurose, Psicose e perversão. (Questões sobre Dora) HISTERIA · A Histeria é uma neurose que se apresenta por uma variação de sintomas marcantes. · Geralmente está caracterizada por sintomas que se apresentam no corpo / se marcam no corpo. · Segundo Zimmermann, existem dois tipos de histeria: a conversiva, e a dissociativa. · A conversiva se caracteriza pela conversão nos órgãos dos sentidos (visão, audição, etc.), e no sistema nervoso voluntário (perda ou insensibilidade motora). · A dissociativa se caracteriza por desmaios, desligamentos, ataques do tipo epiléptico, sensação de despersonalização, além dos casos de “personalidade múltipla”. O Caso Dora · Foi publicado no mesmo ano que os “Três ensaios”, de 1905. · Freud se dá conta que as informações dos familiares não servem, e isto se transforma numa primeira recomendação analítica. · O inconsciente aparece em caráter lacunar (amnésia, lembranças encobridoras, histórias contadas pelos familiares, etc.). · Repugnância à sexualidade, é próprio da histeria. Os sintomas possuem uma cronologia, como no caso Dora: · Aos 12: falta de ar (primeiro sintoma), aos 14: a tosse nervosa e enxaquecas, aos 16: desaparece a enxaqueca e a tosse se intensifica, aos 18: aumento da crise de tosse. · Primeiro contato de Freud foi através de seu pai, quando Dora tinha 16 anos, numa crise de tosse. · Quando ela se muda para Viena, ela resolve se analisar com Freud. · Uma das características dos sintomas histéricos apresentados por Dora: as sensações ou os sentidos acontecem da cintura para cima. · Da cintura para baixo, quando ocorre algo, é ausência de sentidos (paralisias). · Só depois da cena do lago é que Dora muda com relação aos “K”, quando o senhor K demonstra possuir declaradamente um interesse por Dora. · Os sintomas de Dora representam a realização de uma fantasia de conteúdo sexual, porque está representado no corpo. (relação do pai com a senhora K , e as afonias e as tosses) (Questões sobre Paul – Homem dos Ratos) NEUROSE OBSESSIVA O obsessivo possui algumas características marcantes como na Histeria. · Para que ele chegue na análise é necessário que algo se desestruture. · Geralmente gera dívidas que são impagáveis. · Não pagá-las provoca um castigo. · Lida com os mandatos através das retroações (faz e desfaz) - e da repetição - rituais. · Traço: isolamento social e de fatos ou pensamentos. · Está sempre diante da ruminação mental. · Anulações através da mágica negativa. · Traços infantis: pensamento mágico. · Normalmente são pessoas de grande sucesso profissional. · Está frequentemente cercado de proibições, precauções, dúvidas. · O neurótico não tem falha, é o outro que as possui. · A dúvida está direcionada à tudo, e está diretamente ligada à castração. · Possui a fantasia de que só pode desejar depois que o outro morrer. · Adiamento das ações que podem ser prazerosas. · Se não realizar os rituais, a angústia aparece (não que não deixe de existir). · A crise da angústia quebra a organização. · Marca da obsessividade: a atividade masculina: precisa pagar uma dívida · Histeria: sempre busca um fim passivo: que o outro pague. · Todo neurótico crê, acredita em algo: alguém que sabe mais, uma religião ou uma superstição. PERVERSÃO (Questões Fetichismo) Desenvolvimento Infantil · Três ensaios da sexualidade (1905); · Denegação da castração; · Imagem preservada da mãe fálica – Édipo e castração; · Condição imatura da sexualidade; · Na perversão há a inversão de conteúdo relativo ao destino das pulsões: inversão do amor em ódio. · Na neurose o ódio edipiano direcionado é reprimido. · Na perversão o ódio se sobressai e retorna para a própria pessoa (sadismo / masoquismo; voyerismo / exibicionismo). · Há a negação da castração, diferente da neurose onde o sujeito se depara com ela e se angustia, ou transforma / reverte esta angustia em sintoma. · Há dois grandes grupos de perversões: · As que são centradas sobre a execução normal ou desviante do ato sexual (não há diferença sexual – ela é negada). Assim, há o desvio relativo aos órgãos sexuais e suas funções “naturais”, incluindo o fetiche e as parafilias; · As perversões cujo objetivo se limita aos atos preliminares ou preparatórios do ato de amor – sadismo e masoquismo – voyerismo e exibicionismo. · “o que marca as perversões é a atuação estereotipada da conduta sexual – a repetição fixada, enquanto que no neurótico não há fixação na atuação “perversa”. PSICOSE Critério de Classificação: Psicose propriamente dita: · Quadro psicótico (esquizofrenia, alienação, transtorno bipolar e depressão) Estados psicóticos: · Permitem uma relação semelhante e com características parciais a de um “surto” psicótico, onde há uma possibilidade de recuperação sem sequelas por parte do paciente. (reações ou episódios semelhantes a esquizofrenia e a depressão) Condições psicóticas: · Portadores de condições psíquicas que se caracterizam como potencialmente psicóticos, e que comumente no processo analítico, podem apresentar episódios de regressão ao nível de psicose clínica, ou seja, geralmente se apresentam em pacientes que estão passando por um tratamento. (núcleos psicóticos) · Não podem ser confundidos com estados psicóticos e nem com a psicose propriamente dita. Pacientes Borderlines · Alguns psicanalistas diferenciam esta estrutura da psicose; · Outros encaram como uma estrutura diferenciada; · Comumente, é considerada um quadro fronteiriço entre a neurose e a psicose. Considerações Importantes · O corpo: é frequentemente descrito por pacientes psicóticos como algo que é percebido como despedaçado, em função de uma imaturidade psíquica (regressão à fase anterior a fase do espelho). · Fase do espelho: descrita por Lacan como a fase onde o bebê percebe-se como algo diferenciado do corpo materno, como um corpo separado e integrado (6 a 18 meses). · Nesta fase, a criança tenta buscar na imagem do outro algo que seja seu, repetindo ou imitando gestos, palavras etc. (identificação), é aqui que o sujeito do inconsciente se inaugura, segundo Lacan. · Traço importante: não ocorre uma percepção integrada do corpo. A Psicose em Freud · Ainda segundo Freud (1924[1923]), numa psicose existe a predominância do Id e a perda presente da realidade. · O afastamento do Ego da realidade é a primeiraetapa de uma psicose e a segunda é a tentativa de reparação do dano causado e de restabelecer as relações imaginárias com a realidade. · A esquizofrenia, é conhecida, segundo ele, como as formas de psicose que se inclinam a uma perda total de participação do mundo externo através, também, do delírio, que é aplicado como remendo para uma “fenda” que apareceu na relação entre o Ego e o mundo externo. · Esta manifestação do processo patogênico está recoberta por uma tentativa de cura ou reconstrução. Quanto as Fixações... · Na psicose a fixação é na oralidade (primária e secundária); · Na Perversão é na analidade; · Na neurose é na fase fálica; · Na neurose obsessiva; há regressão na analidade; Na histeria, na oralidade; · A regressão pode haver também na perversão – à oralidade; (Questões Caso Schreber) O Pensamento na Psicose Estágios do pensamento: · Sincrético: parecer é o mesmo que ser igual; · Reversivo: tudo que acontece tem que haver uma devolução de forma semelhante; · Racionalizado: O mundo real tem que adaptar-se ao seu; · Classificatório: a parte é igual ao todo e vice-versa. O indivíduo classifica as pessoas e coisas baseadas na presença de um simples atributo comum entre elas. Psicose Infantil Características comportamentais segundo Ocampo (2009): · Dificuldade para brincar (inibição total ou parcial, até a desorganização total da conduta); · Não há a possibilidade da simbolização no ato do brincar; · Considera-se uma pseudobrincadeira; · A crueldade dos personagens também é outra característica; · Atitudes bizarras, neologismos, dificuldade de adequação a realidade, tolerância a frustração e aprendizagem; · Conexão estabelecida entre os objetos intermediários e o brincar; Para Ajuriaguerra e Marcelli (1986) a psicose infantil é um transtorno de personalidade dependente do transtorno da organização do eu e da relação da criança com o meio ambiente. As características do psicótico infantil listadas são: · Dificuldade para se afastar da mãe; · Problemas para compreender o que vê; · Alterações significativas na forma ou conteúdo do discurso, repetindo de imediato palavras e/ou frases ouvidas (fala ecolálica), ou empregando-se de forma estereotipada os contextos verbais ou frases ouvidas anteriormente, sendo comum a inversão pronominal, referindo-se a ela mesma usando a terceira pessoa do singular ou o seu nome próprio; · Alterações significantes na produção da fala com relação ao volume, ritmo e modulação; · Habilidades especiais; · Conduta socialmente embaraçosa; · Negação da transformação da alimentação líquida para sólida ou bulimia não diferenciada incorporando qualquer objeto pela boca. Autismo · Leo Kanner foi o primeiro a descrever em 1943 o quadro clínico ao estudar um grupo de 11 crianças; Descrição clínica de Kanner: · Inaptidão em estabelecer relações normais com pessoas desde o começo da vida; · Há desde o início uma extrema solidão autística. Sempre que possível, desdenha, ignora e exclui tudo o que vem do exterior. · Qualquer contato físico direto, movimento ou ruídos ameaça o estado de solidão e representa uma intrusão aterrorizante. · Se alguém impor um contato, a criança pode debater-se, ficar enfurecida, realizar movimentos repetitivos, etc. · As que conseguem estabelecer contato pela fala, geralmente utilizam como recurso a ecolalia, além de poder desenvolver uma inteligência específica ligada a números, ou desenhos artísticos se forem estimuladas por familiares. Características: · Retração (mundo interior) · Recusa do contato exterior. Visão psicanalítica: · Pode ser concebida como efeito de um fracasso radical da instalação da imagem do corpo ( estágio do espelho) · Fonte: Dicionário de Psicanálise – Larousse . Artes médicas.
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