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11 brasil monárquico 2º reinado 2


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ASSUNTO: O SEGUNDO REINADO (PARTE 2) E A CRISE DO IMPÉRIO 
Resumo Teórico 
 
 
 
 
 
A política externa do Segundo Reinado 
 
 
1) A Questão Christie (1862–1865) 
– Antecedentes: Cancelamento dos Tratados Comerciais em 
1843 e o Bill Aberdeen em 1845. 
– 1° episódio: afundamento de um navio inglês (Príncipe de 
Gales) em 1861. 
– 2° episódio: conflitos entre oficiais ingleses e soldados 
brasileiros em 1862. 
– William Christie (embaixador inglês no Brasil) aprisiona 
5 navios brasileiros no porto do RJ a título de indenização. 
– O BRASIL paga indenização, mas exige desculpas da 
INGLATERRA por invadir porto do RJ. 
– Arbítrio internacional de Leopoldo I (BÉLGICA) favorável ao 
BRASIL; 
– Negativa inglesa resultou no rompimento de relações 
diplomáticas entre os dois países em 1863 
– INGLATERRA desculpa-se oficialmente em 1865 e reata relações 
com o Brasil. 
 
2) A Guerra do Paraguai (1864-1870) 
a) Evolução histórica do Paraguai: 
• De Francia a Solano Lopez: reformas no Paraguai 
(Haciendas da Pátria, educação, cotonicultura) 
b) Causas: 
1) Disputas na região platina: As disputas pela navegação nos 
rios da bacia platina, a existência de territórios fronteiriços 
em litígio, as alianças e contra alianças entre os países 
da região (a intervenção do Brasil na política interna 
do Uruguai, apoiando o Partido Colorado em oposição 
ao Blanco, a aproximação entre Brasil e Argentina de 
Bartolomeu Mitre) 
2) Política expansionista de Solano López: Tentativa de formar 
o grande Paraguai em busca de uma saída para o mar 
3) Oposição inglesa ao nacionalismo platino. 
 
c) Participação de soldados negros e mulatos, livres e 
escravos, nas tropas brasileiras. 
• A participação de negros e mulatos nas tropas do exército 
brasileiro na Guerra do Paraguai, levou os militares a 
condenarem a instituição da escravidão, o que fortaleceu 
as campanhas abolicionistas em curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Ricardo Salles. Guerra do 
Paraguai. Memórias e imagens. 
Biblioteca Nacional, 2003. 
 
3) Consequências da guerra. 
– Paraguai: economicamente ficou arruinado; grande parte da 
população foi vítima do conflito, destruição do seu potencial 
industrial e eliminação das fazendas da pátria. 
– Brasil: aumento da dívida externa brasileira, o fortalecimento 
da identidade nacional, por meio dos voluntários e a valorização 
do hino e da bandeira imperiais; a consolidação do Exército 
brasileiro, até então desprestigiado frente ao poder da Guarda 
Nacional; o avanço da questão abolicionista pelo emprego de 
libertos e escravos na guerra. 
 
Observações: 
A vitória na Guerra do Paraguai conferiu prestígio, como 
instituição, ao Exército brasileiro, levando os militares a se 
insubordinarem contra os desmandos dos políticos civis. Alguns oficiais, 
influenciados pelos ideais republicanos e pela filosofia positivista 
passaram a contestar o regime monárquico, sendo levados a integrar 
o movimento que destituiu a monarquia em 1889. 
 
Crise do Império – Golpe Republicano 
 
 
1) Contexto geral da crise do Império: Transformações econômicas, 
sociais e políticas que ocorreram na segunda metade do século XIX. 
a) O fim do tráfico negreiro que acabou por liberar capitais para 
o surto industrial. 
b) A expansão do café para o oeste de São Paulo, que permitiu o 
fortalecimento de uma nova elite econômica que buscava maior 
autonomia de governo, ao mesmo tempo que se mostrava 
disposta a participar mais ativamente das decisões políticas. 
c) O descontentamento do Exército, que voltou fortalecido da 
Guerra do Paraguai, questionando sua posição subalterna na 
esfera política, passando a exigir maior participação política. 
 
 
 
MóDULO DE ESTUDO 
 
 
 
 
d) O avanço do abolicionismo, principalmente após a Guerra do 
Paraguai, fez com o Imperador perdesse sua base sociopolítica 
na medida que os escravocratas culpavam o trono pelos 
prejuízos causados pela abolição dos escravos. 
e) Por fim, todas essas situações contribuíram para o avanço do 
Republicanismo, que tem no Manifesto Republicano de 1870 
e na fundação do Partido Republicano de 1873 dois momentos 
de grande relevância. 
f) Ao que tudo indica, o Império fragilizou-se por não 
conseguir atender às novas expectativas resultantes destas 
transformações, ruindo aos poucos, sem esboçar qualquer 
reação capaz de deter seu desmoronamento. 
 
2) Aspectos específicos da crise 
a) A Questão Religiosa: 
– Igreja atrelada ao Estado pelo Padroado e Beneplácito. 
(Constituição de 1824) 
– 1864 – Bula Syllabus (Papa Pio IX): maçons expulsos dos 
quadros da Igreja. 
– D. Pedro II proíbe tal determinação no Brasil. 
– Bispos de Olinda e Belém descumprem imperador e são 
presos. 
– Posteriormente anistiados. 
– Igreja deixa de prestar apoio ao Imperador. 
 
Charge de Bordallo Pinheiro, de 1875, 
fazendo referência à Questão Religiosa. 
 
A legenda original era: Afinal... deu a mão à palmatória! 
 
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Quest%C3%A3o_religiosa.jpg>. 
Acesso em 15/07/2017. 
 
b) Questão Militar: 
– Exército desprestigiado pelo governo: baixos soldos, pouca 
aparelhagem e investimentos. 
– Exército fortalecido nacionalmente após a Guerra do 
Paraguai. 
– Punições do governo a oficiais que manifestavam-se 
politicamente. 
• Sena Madureira, Cunha Matos. 
– Penetração de ideias abolicionistas e republicanas positivistas 
nos quadros do Exército associam o Império ao atraso 
institucional e tecnológico do país. 
c) Questão Abolicionista: 
– Movimento abolicionista: intelectuais, camadas médias 
urbanas, setores do Exército. 
– Prolongamento da escravidão por meio de leis inócuas: 
• Lei do Ventre Livre (1871): Emancipação dos filhos dos 
escravos. 
 
• Lei dos Sexagenários ou Saraiva-Cotegipe (1885): 
libertação dos escravos com mais de sessenta anos de 
idade, embora estes devessem trabalhar mais cinco anos 
gratuitamente, a título de indenização. 
• Lei Áurea (1888): Abolição da Escravidão – aristocracia 
tradicional retira do governo imperial sua última base de 
sustentação. 
– Império é atacado por todos os setores, sendo associado ao 
atraso e decadência. 
 
d) Questão Republicana: 
– 1870: Manifesto Republicano (RJ) – dissidência radical do 
Partido Liberal. 
– 1873: Fundação do PRP (Partido Republicano Paulista), 
vinculado a importantes cafeicultores do Estado. 
– Descompasso entre poderio econômico dos cafeicultores 
do oeste paulista e sua pequena participação política. 
– Abolicionismo em contradição com o escravismo defendido 
por velhas elites aristocráticas cariocas. 
– Ideia do Federalismo – maior autonomia estadual. 
– Apoio de classes médias urbanas, também pouco 
representadas pelo governo imperial. 
Observações: 
As transformações econômicas e sociais que o Brasil viveu em 
meados do século XIX estiveram em muitos momentos associados 
a ascensão dos cafeicultores do oeste paulista. Este grupo que se 
mostrava disposto a ter maior influência no processo político nacional, 
fez duras críticas ao centralismo imperial definido na Constituição 
de 1824. A síntese do projeto dos cafeicultores do oeste paulista se 
apresenta no Manifesto Republicano de 1870 em que destacamos a 
defesa do federalismo em oposição ao unitarismo monárquico. 
 
e) A Proclamação da República (15/11/1889): 
– 1888 – D. Pedro II tenta implementar reformas políticas 
inspiradas no republicanismo por meio do Visconde de Ouro 
Preto: 
• Autonomia provincial, liberdade de culto e ensino, 
senado temporário, facilidades de crédito... 
– Reformas negadas pelo parlamento que é dissolvido pelo 
imperador. 
– Republicanos espalham boatos de supostas prisões de líderes 
militares. 
– Marechal Deodoro da Fonseca simboliza historicamente este 
momento. 
 
Observações: 
A Proclamação da República figura entre os mais destacados 
temas da história nacional. Para esse episódio, existem asmais variadas 
explicações. Não podemos, no entanto, desconhecer o quadro de 
instabilidade em que estava mergulhado o Império. A relação do Trono 
com a Igreja Católica também estava desgastada, especialmente após 
os episódios envolvendo a Igreja, o Estado e a maçonaria. Após 1870, 
com o término da Guerra do Paraguai, a situação tende a se agravar 
quando a percepção por parte dos militares de sua limitada atuação 
política, estava diretamente associada ao modelo político vigente. 
Além disso, a participação dos escravos naquele conflito contribuiu 
para mudar a visão sobre a escravidão por parte de alguns militares 
que passaram a simpatizar com a causa abolicionista. O avanço 
dessas ideias comprometia, em muito, a relação do Imperador com os 
escravocratas, que cobravam uma atuação do Estado a fim de que não 
tivessem seus interesses econômicos contrariados. Enfim, a condição 
de continuidade de uma monarquia parecia cada vez mais remota 
devido à saúde do Imperador e à questão de gênero da sucessora 
(Princesa Isabel). Na interpretação de muitos, o golpe republicano foi 
MóDULO DE ESTUDO 
 
 
 
a conjugação de interesses dos cafeicultores, classe média e militares, 
ficando a população mais uma vez marginalizada do contexto histórico 
do seu país como atesta o jornalista Aristides Lobo ao afirmar que 
’’O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem saber o que 
significava. Muitos acreditavam estar vendo uma parada.’’ 
Homenagem da Revista Illustrada à Proclamação da República. 
 
Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/71/Republica_no_ 
brasil.jpg>. Acesso em: 15/07/2017. 
 
3) Diferentes projetos Republicanos: Ainda que unidos em torno 
do ideal republicano, os idealizadores da República divergiam 
quanto ao modelo e aos objetivos a serem alcançados. 
a) República Positivista: Pensamento predominante entre 
os militares, pretendiam um governo forte e centralizado 
(unitarismo), valorizador do mérito e disciplinado pela razão, 
evidenciado na proposta de um estado laico. Prevaleceu entre 
1889 e 1894, durante a chamada República da Espada. 
b) República Liberal: Especialmente os cafeicultores do oeste Paulista 
pautavam sua proposta nos ideais liberais inspirados no modelo 
federalista norte-americano, isto é, federalismo descentralizado com 
grande autonomia para os estados. Prevaleceu entre 1894 e 1930, 
durante a chamada República Oligárquica. 
c) República Jacobina: as camadas médias urbanas, inspiradas 
nas decisões da Convenção Francesa, na qual se destacavam as 
lideranças do partido Jacobino, pretendiam expandir o conceito 
de cidadania com a formação de uma República com forte 
participação popular e favorável à criação de medidas com 
alcance social. Postura predominante entre setores da classe 
média urbana. 
 
 
 
01. (Enem 2010 – 2ª aplicação) Leia o texto: 
“Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela 
sobrevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigantes 
estava fadada a ser um teste debilitante e severo para uma 
economia de base tão estreita. Lopez precisava de uma vitória 
rápida e, se não conseguisse vencer rapidamente, provavelmente 
não venceria nunca”. 
(LYNCH, J. “As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai”. 
BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: da independência até 1870, 
v. III. São Paulo: EDUSP, 2004.) 
 
A Guerra do Paraguai teve consequências políticas importantes 
para o Brasil, pois: 
A) representou a afirmação do Exército Brasileiro como um ator 
político de primeira ordem. 
B) confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia 
Platina. 
C) concretizou a emancipação dos escravos negros. 
D) incentivou a adoção de um regime constitucional monárquico. 
E) solucionou a crise financeira, em razão das indenizações 
recebidas. 
 
02. (UFG/2005) Durante o Segundo Reinado, as relações entre o Brasil 
e a Inglaterra ficaram tensas. Nesse clima, a Questão Christie 
(1863) foi deflagrada pela 
A) resistência das elites escravistas brasileiras em extinguir o tráfico 
de africanos, gerando descontentamento entre os diplomatas 
ingleses. 
B) decisão do governo brasileiro de não renovar o tratado de 
comércio com a Inglaterra, favorecendo a situação financeira 
do governo imperial. 
C) aprovação da Lei Bill Aberdeen pelo Parlamento inglês, 
proibindo o tráfico de escravos no Atlântico, sob pena da 
apreensão de navios negreiros. 
D) pilhagem da carga de um navio inglês naufragado no Brasil e 
pelo aprisionamento, pela Inglaterra, de navios brasileiros no 
Rio de Janeiro. 
E) instabilidade nas relações comerciais do Brasil com a 
Inglaterra, decorrente da entrada de produtos industrializados, 
principalmente dos Estados Unidos. 
 
03. (FGV-RJ/2007) No curso do século XIX, os principais conflitos 
militares, em termos de número de vítimas e impactos sociais, 
ocorreram no continente americano: a Guerra de Secessão, nos 
Estados Unidos, entre 1861 e 1865, e a Guerra do Paraguai, 
envolvendo os governos do Paraguai, da Argentina, do Uruguai 
e do Brasil, entre 1864 e 1870. 
Assinale a alternativa que identifica corretamente um efeito 
comum a esses dois episódios. 
A) A abolição do regime republicano de governo e o crescimento 
das influências de militares na vida política. 
B) A aceleração do crescimento industrial em detrimento da 
expansão das atividades agroexportadoras. 
C) A crise do escravismo, fosse por sua abolição, fosse pelo 
aumento de críticas à sua vigência. 
D) A corrida armamentista e a implementação do serviço militar 
obrigatório. 
E) A adoção de políticas alfandegárias de natureza protecionista 
associadas ao reforço do intervencionismo estatal. 
 
04. (Enem/2010 – 1ª aplicação) Substitui-se então uma história crítica, 
profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a 
bravura dos nossos soldados encobrem a vilania dos motivos 
que levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a 
destruição da mais gloriosa república que já se viu na América 
Latina, a do Paraguai. 
CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. 
São Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado). 
O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai, mantém o status 
quo na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único 
Estado economicamente livre”. Essa teoria conspiratória vai contra 
a realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo 
essa teoria tem alguma repercussão. 
DORATIOTO, F. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. 
São Paulo: Cia. das Letras, 2002 (adaptado). 
 
3 
Exercícios 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/71/Republica_no_
MóDULO DE ESTUDO 
 
 
 
Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que ambas 
estão refletindo sobre 
A) a carência de fontes para pesquisa sobre os reais motivos dessa 
Guerra. 
B) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra. 
C) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha. 
D) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os 
motivos dessa Guerra. 
E) o nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argentino 
durante o conflito. 
05. (Unicamp/2012) A política do Império do Brasil em relação ao 
Paraguai buscou alcançar três objetivos. O primeiro deles foi o 
de obter a livre navegação do rio Paraguai, de modo a garantir 
a comunicação marítimo-fluvial da província de Mato Grosso 
com o restante do Brasil. O segundo objetivo foi o de buscar 
estabelecer um tratado delimitando as fronteiras com o país 
guarani. Por último, um objetivo permanente do Império, até o 
seu fim em 1889, foi o de procurar conter a influência argentina 
sobre o Paraguai, convencido de que Buenos Aires ambicionava 
ser o centro de um Estado que abrangesse o antigo vice-reino do 
Rio da Prata, incorporando o Paraguai. 
(Adaptado de Francisco Doratioto, Maldita Guerra: nova história da Guerra doParaguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 471.) 
 
Sobre o contexto histórico a que o texto se refere é correto afirmar: 
A) A Guerra do Paraguai foi um instrumento de consolidação de 
fronteiras e uma demonstração da política externa do Império 
em relação aos vizinhos, embora tenha gerado desgastes para 
Pedro II. 
B) As motivações econômicas eram suficientes para empreender 
a guerra contra o Paraguai, que pretendia anexar territórios 
do Brasil, da Bolívia e do Chile, em busca de uma saída para o 
mar. 
C) A Argentina pretendia anexar o Paraguai e o Uruguai, mas foi 
contida pela interferência do Brasil e pela pressão dos EUA, 
parceiros estratégicos que se opunham à recriação do vice-reino 
do Rio da Prata. 
D) O mais longo conflito bélico da América do Sul matou milhares 
de paraguaios e produziu uma aliança entre indígenas e negros 
que atuavam contra os brancos descendentes de espanhóis e 
portugueses. 
 
06. (Vunesp/2011) A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi definida, 
por alguns historiadores, como um momento de apogeu do 
Império brasileiro. Outros preferiram considerá-la como uma 
demonstração de seu declínio. Tal discordância se justifica porque 
o conflito sul-americano 
A) estabeleceu pleno domínio militar brasileiro na região do Prata, 
mas provocou grave crise financeira no Brasil. 
B) abriu o mercado paraguaio para as manufaturas brasileiras, 
mas não evitou a entrada no Paraguai de mercadorias 
contrabandeadas. 
C) freou o crescimento econômico dos países vizinhos, mas 
permitiu o aumento da influência americana na região. 
D) ajudou a profissionalizar e politizar o Exército brasileiro, mas 
contribuiu na difusão, entre suas lideranças, do abolicionismo. 
E) fez do imperador brasileiro um líder continental, mas gerou a 
morte de milhares de soldados brasileiros. 
 
07. (UPE/2012) Analise a charge a seguir. 
 
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Quest%C3%A3o_religiosa.jpg>. 
Acesso em 15/07/2017. 
A charge de Bordallo Pinheiro, publicada em 1875, mostra o 
imperador D. Pedro II sendo castigado pelo Papa em clara alusão 
à chamada Questão Religiosa. Sobre esse episódio do final do 
regime monárquico no Brasil, é correto afirmar que 
A) a tensão entre Estado e Igreja não contribuiu para a crise da 
monarquia no Brasil. 
B) a origem da Questão foi a não determinação de expulsão de 
maçons das irmandades religiosas por D. Pedro II, descumprindo 
determinação papal. 
C) apesar da opinião pública contrária, o imperador manteve na 
prisão, até o cumprimento total da pena, os dois bispos por 
não acatarem suas determinações. 
D) na província de Pernambuco, as determinações de D. Pedro II 
foram postas em prática pelo bispo de Olinda. 
E) após o incidente, a Igreja passou a condenar oficialmente a 
prática da escravidão negra no Brasil. 
 
08. (Enem/2010 – 2ª aplicação) A dependência regional maior ou 
menor da mão de obra escrava teve reflexos políticos importantes 
no encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a 
possibilidade e a habilidade de lograr uma solução alternativa – 
caso típico de São Paulo – desempenharam, ao mesmo tempo, 
papel relevante. 
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000. 
 
A crise do escravismo expressava a difícil questão em torno da 
substituição da mão de obra, que resultou 
A) na constituição de um mercado interno de mão de obra livre, 
constituído pelos libertos, uma vez que a maioria dos imigrantes 
se rebelou contra a superexploração do trabalho. 
B) no confronto entre a aristocracia tradicional, que defendia 
a escravidão e os privilégios políticos, e os cafeicultores, que 
lutavam pela modernização econômica com a adoção do 
trabalho livre. 
C) no “branqueamento” da população, para afastar o predomínio 
das raças consideradas inferiores e concretizar a ideia do Brasil 
como modelo de civilização dos trópicos. 
D) no tráfico interprovincial dos escravos das áreas decadentes 
do Nordeste para o Vale do Paraíba, para a garantia da 
rentabilidade do café. 
E) na adoção de formas disfarçadas de trabalho compulsório com 
emprego dos libertos nos cafezais paulistas, uma vez que os 
imigrantes foram trabalhar em outras regiões do país. 
 
09. (Enem/2010 – 2ª aplicação) 
Ó sublime pergaminho 
Libertação geral 
A princesa chorou ao receber 
A rosa de ouro papal 
Uma chuva de flores cobriu o salão 
E o negro jornalista 
MóDULO DE ESTUDO 
 
 
 
De joelhos beijou a sua mão 
Uma voz na varanda do paço ecoou: 
“Meu Deus, meu Deus 
Está extinta a escravidão” 
MELODIA, Z.; RUSSO, N.; MADRUGADA, C. Sublime Pergaminho. 
Disponível em http:// www.letras.terra.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010. 
 
O samba-enredo de 1968 reflete e reforça uma concepção acerca 
do fim da escravidão ainda viva em nossa memória, mas que não 
encontra respaldo nos estudos históricos mais recentes. Nessa 
concepção ultrapassada, a abolição é apresentada como 
A) conquista dos trabalhadores urbanos livres, que demandavam 
a redução da jornada de trabalho. 
B) concessão do governo, que ofereceu benefícios aos negros, 
sem consideração pelas lutas de escravos e abolicionistas. 
C) ruptura na estrutura socioeconômica do país, sendo responsável 
pela otimização da inclusão social dos libertos. 
D) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes 
históricos envolvidos na questão: fazendeiros, governo e 
escravos. 
E) forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria 
a concretização de direitos civis e sociais para os negros. 
 
10. (Enem/2015) 
 
Texto I 
 
Em todo o país a Lei de 13 de maio de 1888 libertou 
poucos negros em relação à população de cor. A maioria já havia 
conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias 
possíveis. No entanto, a importância histórica da Lei de 1888 não 
pode ser mensurada apenas em termos numéricos. O impacto que 
a extinção da escravidão causou numa sociedade constituída a 
partir da legitimidade da propriedade sobre a pessoa não cabe 
em cifras. 
ALBUQUERQUE, W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. 
São Paulo: Cia. das Letras. 2009 (adaptado). 
 
Texto II 
 
Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a 
população livre do Rio de Janeiro se tornou mais numerosa e 
diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e 
com os africanos mais aculturados, certamente não se distinguiam 
muito facilmente dos libertos e dos pretos e pardos livres 
habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma 
pessoa de cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos 
e livres poderiam ser encontrados em toda parte. 
 
CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas 
da escravidão na Corte. Sâo Paulo: Cia. das Letras. 1990 (adaptado). 
 
Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no 
texto I que complementa os argumentos apresentados no texto 
II é o(a) 
A) variedade das estratégias de resistência dos cativos. 
B) controle jurídico exercido pelos proprietários. 
C) inovação social representada pela lei. 
D) ineficácia prática da libertação. 
E) significado político da Abolição. 
 
 
 
 
11. (Enem/2010 – 1ª aplicação) 
I. Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar 
as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar 
distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria 
ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói 
cívico-religioso, como mártir, integrador, portador da imagem 
do povo inteiro. 
CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1990. 
II. Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da multidão! 
É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão. 
ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO, J. M. C. A formação das 
almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. 
 
A PrimeiraRepública brasileira, nos seus primórdios, precisava 
constituir uma figura heroica capaz de congregar diferenças e sustentar 
simbolicamente o novo regime. Optando pela figura de Tiradentes, 
deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. 
A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que 
o esforço de construção de um simbolismo por parte da República 
estava relacionado 
A) ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, 
evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes. 
B) à identificação da Conjuração Mineira como o movimento 
precursor do positivismo brasileiro. 
C) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento 
de poucas raízes populares, que precisava de legitimação. 
D) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, 
a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação. 
E) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves, terem liderado 
movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país. 
 
12. (Unicamp/2013) Assinale a afirmação correta sobre a política no 
Segundo Reinado no Brasil. 
A) Tratava-se de um Estado centralizado, política e administrativamente, 
sem condições de promover a expansão das forças produtivas no país. 
B) O imperador se opunha ao sistema eleitoral e exercia os poderes 
Moderador e Executivo, monopolizando os elementos centrais 
do sistema político e jurídico. 
C) O surgimento do Partido Republicano, em 1870, institucionalizou 
uma proposta federalista que já existia em momentos anteriores. 
D) A política imigratória, o abolicionismo e a separação entre a 
Igreja e o Estado fortaleceram a monarquia e suas bases sociais, 
na década de 1870. 
 
13. (IFMG/2014) Analise a charge publicada em 1887. 
 
 
AGOSTINI, Ângelo. Revista Ilustrada. 
Disponível em: <http://lounge.obviousmag.org. 
Acesso em: 27 jul. 2013. 
Nela, o artista retrata o imperador Dom Pedro II como um 
governante omisso 
A) diante dos graves problemas da nação publicados pelos jornais. 
B) acerca das notícias sobre as pressões inglesas pelo fim do tráfico. 
C) frente à onda de manifestações feministas divulgadas pela imprensa. 
D) diante das manchetes diárias sobre a destruição das matas 
nacionais. 
5 
http://www.letras.terra.com.br/
http://lounge.obviousmag.org/
 
 
 
14. (IBMEC/2008) Utilize o texto abaixo para responder ao teste 
“O povo assistiu bestializado à proclamação da República, segundo 
Aristides Lobo; não havia povo no Brasil, segundo observadores 
estrangeiros, inclusive os bem informados como Louis Couty; o 
povo fluminense não existia, afirmava Raul Pompéia. (…) 
O povo sabia que o formal não era sério. Não havia caminhos de 
participação, a República não era para valer. Nessa perspectiva, 
o bestializado era quem levasse a política a sério, era o que se 
prestasse à manipulação. 
Num sentido talvez ainda mais profundo que o dos anarquistas, 
Na charge, identifica-se uma contradição no retorno de parte 
dos “Voluntários da Pátria" que lutaram na Guerra do Paraguai 
(1864-1870), evidenciada na 
A) negação da cidadania aos familiares cativos. 
B) concessão de alforrias aos militares escravos. 
C) perseguição dos escravistas aos soldados negros. 
D) punição dos feitores aos recrutados compulsoriamente 
E) suspensão das indenizações aos proprietários prejudicados. 
 
 
a política era tribofe. Quem apenas assistia, como fazia o povo 
do Rio por ocasião das grandes transformações realizadas a sua 
revelia, estava longe de ser bestializado. Era bilontra. 
(CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a república que não 
foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 140 e 160.) 
 
Glossário: tribofe = deboche e bilontra = esperto 
Segundo o texto do historiador José Murilo de Carvalho, a 
Proclamação da República brasileira: 
A) foi uma passeata de militares que lideraram o povo até o Passo 
Imperial e, de lá, tiraram D. Pedro II que foi imediatamente 
deportado para a França; era o início da "república da espada". 
B) não contou com a participação do povo que ficou à margem 
no dia 15 de novembro, apenas assistindo às manifestações e 
assim permaneceu nos anos que se seguiram, à margem dos 
interesses públicos. 
C) foi realizada no dia 15 de novembro de 1889 por insistência 
do Partido Republicano Paulista, PRP, que desejava criar uma 
ligação entre a nossa proclamação e a Revolução Francesa, 
proclamando-a um século depois. 
D) contou com a participação do povo que não assistiu pura e 
simplesmente às ações de Marechal Deodoro e dos republicanos 
históricos. Apesar de ser colocado à margem do processo, o 
povo se posicionou e tomou para si o papel de protagonista 
dessa história. 
E) foi liderada por Silva Jardim, do grupo jacobino, os mais 
exaltados do movimento, que desejavam o fim da monarquia 
a qualquer preço e foram incumbidos de tirar a família real do 
palácio e levá-los para a prisão. 
 
15. (Enem/2014) 
 
 
De volta do Paraguai 
Cheio de glória, coberto de louros, depois de ter derramado 
seu sangue em defesa da pátria e libertado um povo da escravidão, 
o voluntário volta ao seu país natal para ver sua mãe amarrada a 
um tronco horrível de realidade!... 
AGOSTINI. A vida fluminense, ano 3. n. 128.11 jun. 1870. In: LEMOS. R. (Org.). 
Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001). 
Rio de Janeiro: Letras & Expressões. 2001. Adaptado. 
 
 
MóDULO DEESTUDO

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