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Aula 1 -Anamnese psiquiátrica

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Semiologia Psiquiátrica
Anamnese Psiquiátrica
Entrevista psiquiátrica – recepção inicial do paciente, que é com a anamnese, observando como ele entra, chega se está sozinho ou não. 
· Os primeiros 3 minutos da entrevista são essenciais para criar vinculo com o paciente. Nossa atenção tem que estar totalmente voltada para ele, independente do paciente. 
· Nesse primeiro momento é comum o paciente não saber o que falar, assim é importante o entrevistador (médico) se apresentar para o paciente (quem é, para que está lá e perguntar o que levou o paciente lá).
· Na psiquiatria não temos com uma estrutura de anamnese como as outras áreas da medicina. 
-O local que o paciente está sendo atendido é importante relatar na anamnese, pois há lugares que não estaremos sozinhos. 
-No primeiro atendimento é importante a família entrar junto, para ver como o paciente se porta. Porém se o paciente não se abrir, pede-se para o acompanhante aguardar lá fora (bom-senso da situação, do lugar que está etc.).
Importante ver como o paciente senta, cumprimenta etc. 
· Temos que deixar o paciente contar a história de vida.
· Os pacientes psiquiátricos graves tem o direito de contar/relatar a história da vida dele da forma que ele achar, com a cronologia que ele achar mais conveniente. Independente do que seja, mesmo fora da realidade, deve ser ouvido do paciente. Anamnese SUBJETIVA. 
· Então o profissional faz pergunta sobre aquela realidade que o paciente está vivenciando, apesar da resposta do paciente ser fora da realidade. 
· Observar a linguagem não falada (gestos, etc.). 
· A ANAMNESE OBJETIVA deve ser colhida de terceiros (familiares ou colegas que relatam a história do paciente). 
· Conforme o paciente for falando, temos que organizar a história do paciente, apesar de não ter uma ordem, ser uma entrevista DESESTRUTURADA, para poder criar o vínculo com o paciente que é o passo importante para pensar na hipótese diagnóstica. 
· Muitas vezes após a nossa identificação (do médico) é importante deixar claro a nossa confiança e da ética, que tudo que for falado ali será guardado em total sigilo, exceto em situações que tem que ter essa quebra, porém deve ser conversado com o paciente.
Só pode ser quebrar o sigilo quando:
· Riscos do paciente para si ou para terceiros. Ex.: “eu vou matar meu chefe”; 
· Paciente entrou, começou a falar de forma sem cronologia, então o médico começa a intervir de forma paciente “me deixa entender melhor, me explica isso melhor” “quantos anos você tem?” “estudou?” “é casado?” “é separado?” “escolaridade?” importante para formular a hipótese, pois idade, estado civil, religião, etc. estão ligados muitas vezes. E para saber a linguagem que dá para ser conversada com o paciente; 
· “qual a queixa?” “o que te trouxe aqui?” “como posso te ajudar?” muitas vezes essa queixa é muito frouxa. Paciente mais organizado, deixa mais livre o paciente, dá para gente escutar mais, diferente do desorganizado, tendo que intervir (não interromper linha de raciocínio) o deixando falar melhor sobre aquilo. 
· Nós como profissionais devemos evitar, nesse inicio principalmente, postura muito rígida ou muito neutra, temos que acolher de forma respeitosa, evitar qualquer tipo de resposta hostil, reação exagerada, de susto, prestar atenção na resposta não falada para não manifestar muito susto e muito menos julgar o paciente, evitar anotar muito, digitar muito, deve-se olhar e interagir com ele. 
· O primeiro atendimento é cheio de informações e cabe a nós, entrevistadores, estar organizando. 
A segunda parte:
· Entrar na queixa principal “o que te trouxe aqui?” ainda é a anamnese subjetiva. Essa queixa deve ser relatada com as palavras do paciente, pois ajudará a lembrar do histórico nas próximas consultas. Se for o pai e a mãe que o levou lá, se foi o médico que pediu por um encaminhando, se o paciente psiquiátrico conta uma história bem fora da realidade, etc. 
· As queixas mais comuns “insônia”, por exemplo, a partir dela contextualizamos essa queixa principal, há quanto tempo acontece, se teve desencadeador, agravantes, etc. 
· Paciente que chegou falando “o ET quer me pegar”, ai começamos a perguntar o porquê, se isso está atrapalhando no dia a dia, e começamos a voltar para a identificação, se tem amigos, se está atrapalhando no trabalho (se o paciente trabalhar), etc. 
· No final da entrevista bem conclusiva já teremos todos os dados para formular a hipótese.
· O diagnóstico psiquiátrico é EVOLUTIVO. 
Logo, tipos de: 
· Entrevista: estrutura, semiestruturada, desestruturada.
· Anamnese: subjetiva, objetiva. 
SLIDES DA AULA:
OBJETIVO: o objetivo principal é introduzir o estudante de graduação de medicina na prática da semiologia psiquiátrica. Sendo a entrevista psiquiátrica a maneira essencial de avaliação do paciente psiquiátrico com uma visão geral da história psiquiátrica e das partes componentes do exame do estado mental, incluindo: aparência, fala e pensamento, distúrbios da percepção, afeto e humor, atenção e concentração, memoria, orientação, consciência, inteligência e julgamento da realidade. 
História Clínica Psiquiátrica:
1- Identificação:
· Nome
· Sexo
· Estado civil
· Procedência
· Religião
· Profissão 
2- Queixa principal:
· Origem e motivo do encaminhamento 
· Breve descrição sobre o problema atual o qual está procurando ajuda ou para o qual foi trazido por outros para tratamento (utilizando terminologia do paciente).
3- História da moléstia atual:
· Como a doença começou
· Fatores precipitantes 
· Evolução
· Gravidade
· Impacto da doença sobre a vida da pessoa
4- Antecedentes – histórias médica e psiquiátrica 
· Doenças, cirurgias, internações. 
· Medicações em uso (dosagem e quem prescreveu). 
· Antecedentes psiquiátricos (tratamentos prévios, há quanto tempo dura os mesmos) 
Atenção ao significado e sentimento do paciente frente a sua história.
5- Antecedentes:
História pessoal:
· Nascimento
· Infância
· Adolescência 
· Idade
· Adulta (trabalho, família, sexualidade, situação socioeconômica). 
6- Personalidade pré-morbida:
· Ordem
· Limpeza
· Humor habitual
· Capacidade de expressar seus sentimentos
· Nível de desconfiança
· Capacidade de executar planos e projetos
· Reação quando se sente pressionado
Conjunto de atitudes e padrões habituais de comportamento do indivíduo.
Exame físico:
· Verificar os sinais e sintomas está associado a condições orgânicas ou psiquiátricas. 
· Exame do Estado Mental
· Apresentação Geral:
-Trata-se de uma descrição da impressão geral advinda da aparência física, da atitude e conduta do paciente na interação com o entrevistador. 
· Aparência:
-A descrição deve permitir formar uma sobre o paciente, de forma a reconhecê-lo, englobando:
-quanto à idade e a saúde;
-presença de deformidades e peculiaridades físicas;
-o modo de vestir-se e os cuidados pessoais;
-a expressão facial, através da mímica e enquanto sinais sugestivos de doença orgânica, depressão, ansiedade, alegria exagerada ou sem motivo aparente.

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