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S3 Medicina Alina Villela Influenza ▪ Doença viral associada a surtos no inverno ou estação chuvosa ▪ Provavelmente pelas condições ambientais (temperatura e umidade) e sociais (aglomerações nos meses frios) ▪ Em intervalos indeterminados: pandemia pela influenza A (ex: 2009) ▪ Presentes em reservatórios de água, aves aquática, porcos e outros animais ▪ Magnitude do efeito dos surtos sazonais depende: ✓ Semelhança do vírus atual com o anterior (maioria da população já irá possuir anticorpos e o surto será menor); ✓ Subtipo (maior mortalidade na epidemia com H3N2) ▪ RNA vírus, família Orthomyxoviridae ▪ Tipos A, B e C (O que diferencia um tipo do outro? proteína de matriz e nucleoproteínas) ▪ Influenza A (subtipos baseados nas glicoproteínas de superfície: hemaglutinina (H1, 2 e 3) e neuraminidase (N1 e 2)) ✓ H1N1 ✓ H1N2 ✓ H3N2 ▪ Influenza B, linhagem: Yamagata e Victoria ▪ Deriva antigênica: Responsáves pelos surtos sazonais; Mutações anuais causando alterações pontuais em segmentos do RNA que codificam a hemaglutinina e neuraminidase. ▪ Influenza pandêmica: Mudança antigênica: surgimento de novas hemaglutinina ou neuraminidase por rearranjo/recombinação genética. Epidemiologia 10% da população mundial é infectada anualmente 2010-1015: 9,3-35 milhões de casos e 140- 707.000 internações EUA, CDC Pandemia por influenza: Disseminação mundial com alta taxa de infectividade e maior mortalidade; Hemaglutinina não pode estar relacionada a outras cepas circulantes antes do surto; Extinção da cepa prévia circulante; H2N2 substuiu H1N1 desde a pandemia de 1957. 1° descrição: Hipócrates em 412 AC (tosse de Perinthus); Primeiras pandemias: ✓ 1580 (Ásia, África e Europa) ✓ 1729, Rússia e Europa ✓ 1781, China, Rússia e Europa ✓ 1830, China, Ásia, Rússia, Europa e América do Norte ✓ 1889, Rússia, Europa e América do Norte ✓ H3N8 Desde século 20, foram 5 pandemias: ✓ 1918-1919: gripe espanhola (H1N1), 50-100 milhões de óbitos: The Mother of All Pandemics; ✓ 1957: Gripe asiática (H2N2), 1-2 milhões de óbitos; ✓ 1968: Hong Kong (H3N2), 1 milhão de óbitos; ✓ 1977: Rússia (ressurgimento da cepa H1N1 (=1951), descendente de 1918); S3 Medicina Alina Villela ✓ 2009: H1N1 (México e EUA), 284.000 mortes (H1N1)pdm09): circulação de 3 cepas de influenza : H3N2; H1NI1 de 1950 e H1N1 suíno. Pandemia de 1918 ▪ Origem aviária (aves aquáticas) ▪ Início na China? EUA? ▪ Disseminação pela 1a guerra mundial ▪ Março a maio de 1918 (1° onda), 11,8% dos soldados americanos foram hospitalizados pela gripe;Mortalidade de apenas 0,065% com alta taxa de infectividade ▪ 2a onda: Inglaterra (Plymouth), com maior morbi-mortalidade (setembro/novembro 1918); Acometimento de 500 milhões de pessoas (1/3 população mundial) e mortalidade > 2,5% (25x > do que a pandemia anterior) ▪ 3° onda no início de 1919 (mobi- mortalidade intermediária) ▪ Resposta imune exagerada; Ausência exposição prévia. (curva em W- extremos de idade a mortalidade foi alta, mas a população de 20-40 foi alta também) ▪ Morte por complicação respiratória ▪ Necropsia: necrose epitelial e vascular, hemorragia, infecção bacteriana, dano alveolar difuso (SARA) ▪ Tropismo pelo epistélio bronquilar, PI e PII Influenza ▪ Incidência anual variável (attack rate) ▪ 2012 - 2013: 30,5% ▪ 2013 - 2014: 7,1% ▪ Taxa de hospitalização: 4,8 - 18,7/100.000 ▪ Risco maior de pneumonia em > 75 anos, raça branca, “home-care”, dç pulmonar crônica, imunossuprimidos ▪ Nova pandemia em 2009 (Influenza A H1N1) ▪ Rearrango de 2 cepas suínas, 1 aviária e 1 humana ▪ Acometimento maior em crianças e adultos jovens ▪ Attack rate: 11% - 21% (45% na faixa etária de 10-19 anos) ▪ 30% subclínico ▪ Mortalidade < 0,5%, maioria em < 65 anos ▪ Hospitalização; < 5 anos ▪ 1 caso pode contaminar 1,3 a 1,7 (até 3,6 em escolas) ▪ Fatores associados a maior gravidade da doença: Gravidez; Imunossupressão; Puerpério (2 semanas); Doença neurológica; Obesidade Pandemia de 2009 ▪ 201.200 mortes por IRA ▪ 83.000 mortes por acometimento cardiovascular; Maioria em < 65 anos ▪ No Brasil: ▪ Dados de 2018 de síndrome gripal: ▪ 18.478 amostras, 26% + vírus respiratórios ▪ 56% influenza ▪ 38% influenza A(H1N1)pdm09 ▪ 4,7% influenza A não subtipado ▪ 20% influenza B ▪ 37% Influenza A(H3N2) ▪ < 10 anos: VSR e parainfluenza ➢ 10 anos: H1N1pdm09 e H3N2 ▪ Dados de 2018 de síndrome respiratória aguda grave (letalidade 15%): ▪ 29,053 casos ▪ 23% influenza (57% H1N1pdm09, 24% H3N2, 10% influenza A não subtipado, 8,4% influenza B) ▪ Mediana de idade de 37 anos ▪ 26% óbitos por influenza ▪ 66% H1N1pdm09 ▪ 19% H3N2 ▪ 9% influenza A não subtipado ▪ 6% influenza B ▪ Mediana de idade dos óbitos: 57 anos S3 Medicina Alina Villela Patogênese H1N1 2009 se liga aos receptores alfa 2,6- linked cellular receptors (= vírus sazonal) e alfa 2,3 (conjuntiva, vias aéreas e pneumócitos) Maior replicação no epitélio brônquico e alveolar (PI e PII) quando comparado com influenza sazonal Isolamento RNA viral na nasofaringe até 8o dia de sintomas em 74% dos casos Pneumonia grave em IOT: isolamento até 28° dia de sintomatologia Casos fatais: Dano alveolar difuso, membrana hialina, bronquiolite necrotizante… Miocardite, hemorragia alveolar e co-infecção bacteriana em 38% dos casos fatais (necropsia) Membrana hialina: aumento da permeabilidade Achados clínicos Período de incubação: 1,5 - 3 dias (até 7 dias) Clínica: IVAS até pneumonia viral fulminante. Doença leve afebril em até 30%; Início súbito de febre, tosse, mialgia, coriza, dor garganta, cefaléia, anorexia; Sintomas digestivos mais comuns do que na Influenza sazonal Duração dos sintomas: 5-7 dias Insuficiência respiratória grave: Principal causa de internação em UTI; Progressão rápida Outras apresentações: Descompensação DPOC; Asma (15% dos casos); Co-infecção bacteriana em até 24% dos casos (MRSA) Pneumonia ▪ 12 a 24% das pneumonias comunitárias ▪ Em amostras coletadas das vias aéreas inferiores: 44% ▪ Co-infecção: 10% ▪ Co-infecção duplica a mortalidade de uma pneumonia ▪ Laboratório: Leucócitos normais ou diminuídos com linfopenia; Elevação transaminases, LDH, CPK ▪ Sinais e sintomas têm baixa acurácia ▪ RESPEITAR A EPIDEMIOLOGIA LOCAL ▪ Detecção RNA viral por PCR em swab de nasofaringe ou aspirado traqueal/broncoscopia ▪ 19% dos pacientes com PCR + no LBA tinham swab nasal negativo ▪ Atenção: até 10% de falso negativo. REPETIR COLETA ▪ Testes de detecção rápida: baixa sensibilidade (11 a 70%) ▪ Cultura viral e sorologia (diagnóstico retrospectivo) S3 Medicina Alina Villela Radiologia Derrame pleural bilateral com presença de vidro fosco difuso Tratamento ▪ Suporte ▪ Antiviral: inibidor de neuraminidase; Amantandina e rimantadina ▪ Infecção ocorre pela ligação da hemaglutinina viral a receptores do epitélio ▪ Neuraminidase: responsável pela internalização viral ✓ Oseltamivir (oral): Iniciar nos primeiros 5 dias; Controle precoce dos sintomas; Diminuição do risco de pneumonia; Diminuição de mortalidade (OR 0,23) em estudos não controlados. ✓ Zanamivir (inalatório) ✓ Peramivir (venoso) Vacina ▪ Vírus inativados (morto) ▪ Reformulada anualmente ▪ Influenza A e B ▪ Eficácia de 60% ▪ Trivalente: H1N1, H3N2 e influenza B ▪ Quadrivalente: H1N1, H3N2 e 2 linhagens de influenza B Outros vírus ▪ VSR ▪ Parainfluenza ▪ Metapneumovírus ▪ Adenovírus ▪ Rinovírus Enterovírus
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