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História da Engenharia Química

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
BRUNA CANDIDO SARMENTO
BRUNA LETÍCIA DE FREITAS HOLANDA
CARLISON DEIVID SILVA RODRIGUES
IAN GUSMÃO CARDOZO
HISTÓRIA DA ENGENHARIA QUÍMICA
MACEIÓ
2020
BRUNA CANDIDO SARMENTO
BRUNA LETÍCIA DE FREITAS HOLANDA
CARLISON DEIVID SILVA RODRIGUES
IAN GUSMÃO CARDOZO
HISTÓRIA DA ENGENHARIA QUÍMICA
Trabalho referente a nota parcial na
disciplina de Introdução a Engenharia
Química do curso de Engenharia Química
da Universidade Federal de Alagoas,
ministrada pela Profª Drª Dayana de
Gusmão Coêlho.
MACEIÓ
2020
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo explicar de forma didática a história da engenharia química, desde
o processo da sua formação em âmbito mundial ao seu processo de formação no Brasil.
Primeiramente, foi explicado sobre o contexto histórico em que a ascensão industrial aconteceu e
como isso influenciou na forma de execução do trabalho de cada profissional, da forma como eles
interagiam uns com os outros e como isso refletiu para a criação da profissão do engenheiro
químico e do curso de engenharia química. Nota-se também que a educação tem um papel
fundamental na consolidação do prestígio e da multidisciplinaridade desse profissional, entregando
em sua formação conceitos diversos que ampliam seu horizonte em que apresentam uma busca por
aprimoramento e por mudanças em seu meio.
Palavras-chave: Engenharia Química. Indústria. Química.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO…..……………………………………………………….…..……..04
2 HISTÓRIA DA ENGENHARIA QUÍMICA…………………………….….….…..05
3 HISTÓRIA DA ENGENHARIA QUÍMICA NO BRASIL…………………..…....08
4 CONCLUSÃO……………………………...………………………………………..11
REFERÊNCIAS…………………………….……………………………………….12
4
1 INTRODUÇÃO
A engenharia química tem uma importância social considerável, já que sua área inclui
setores que estão diretamente relacionados a vida da população, como a indústria de alimentos
e bebidas, combustíveis, petróleo, cosméticos, plásticos, tintas, fármacos e afins, o que
acarreta uma melhoria no bem-estar da sociedade e, em consequência, no mundo. Dessa
forma, a engenharia química aplica seus conhecimentos na geração de tecnologia para o
aprimoramento e para a criação de processos que contribuam com as necessidades de cada
setor, mantendo a modernização e o dinamismo constante. 
Antes da criação do curso, com o surgimento das indústrias e de processos em grande
escala, havia uma escassez de um profissional capacitado para trabalhar e para executar com
eficiência esses processos. Assim, foram surgindo novas profissões e cursos que supriam
essas necessidades, como a engenharia química, dando início a história do curso. Dessa
maneira, encontra-se até hoje a criação de novos cursos a partir da necessidade do momento,
como a criação da engenharia de alimentos e a engenharia ambiental, ambas ligadas a
engenharia química.
A relevância da existência do curso é indiscutível e sua história prova que as
exigências históricas contribuíram para sua construção, levando em conta acontecimentos
revolucionários e para atender as necessidades encontradas pela indústria, além de evoluir e
criar ramificações, como a criação de novos cursos com base na engenharia química.
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2 HISTÓRIA DA ENGENHARIA QUÍMICA
Antes da Revolução Industrial, produtos químicos como carbonato de sódio ou
potássio, importantes para as indústrias de vidro, sabão e papel, tiveram uma alta na sua
procura devido o início da Revolução Industrial. Essa Revolução Tecnológica garantiu a
criação de novas indústrias, dessa forma, produtos químicos usados nas produções se
tornaram escassos, havendo a necessidade da criação de novos processos industriais para a
obtenção de novas matérias primas. 
Durante a revolução industrial a Alemanha conseguiu garantir bons avanços dentro da
indústria, visto que a primeira escola de formação em Química foi criada na Universidade de
GieBen em 1825. Sendo assim, a qualificação dos profissionais era considerável e a
disponibilidade de químicos era muito alta, tendo também bons salários. Na Alemanha o bom
trabalho na indústria era o trabalho em equipe, então eles não viam a necessidade de haver um
Engenheiro Químico, uma vez que, engenheiros em geral e químicos poderiam trocar
conhecimento.
Nos Estados Unidos e na Inglaterra esse processo ocorreu com algumas diferenças.
Dessa forma, com as evoluções da área industrial, os responsáveis pela operação dentro da
indústria americana e inglesa eram engenheiros mecânicos e químicos. Porém, a atuação do
químico era apenas laboratorial, mas com o progresso acerca dos conhecimentos dentro da
química e da física, esses químicos ganharam mais notoriedade dentro do campo industrial e
ampliaram sua área de atuação dentro dele. Dessa maneira, também começaram a trabalhar
junto com os engenheiros, apenas auxiliando nos projetos que envolviam os equipamentos e,
com a experiência adquirida com o essa junção ao trabalho do engenheiro, também
começaram a auxiliá-los nos processos das indústrias químicas.
Em meio a ocorrência de acidentes, o inspetor de segurança britânico George Davis,
identificou a necessidade de uma profissão ligada à indústria química, pois para ele essas
atividades que o engenheiro mecânico executava que tinham bases em processos químicos e
que envolviam a aplicação desses processos no ambiente industrial em equipamentos
específicos, poderia ser definido em fundamentos de um grupo de profissionais aos quais
denominou de Engenheiros Químicos. Para ele era necessário que fosse identificado uma
nova profissão que englobasse essas características e, além disso, ele também sugeriu a
construção da Society for Chemical Engineers (sociedade para engenheiros químicos). Isso
foi em 1880.
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No entanto, a tentativa de Davis foi refutada pela comunidade acadêmica. E o início
da Engenharia Química só foi registrado oito anos mais tarde, no MIT (Massachussets
Institute of Technology), nos Estados Unidos, a partir da proposta do professor de química,
Lewis Norton. O nome dado ao curso criado por Lewis Norton foi “Course X”, sendo um dos
primeiros no mundo que apresentava uma grade de quatro anos e era uma combinação da
engenharia mecânica com a química industrial. Esse curso tinha como finalidade de ofertar
uma engenheria mecânica de uma forma mais abrangente, principalmente aplicando a química
e a relacionando a fabricação de produtos químicos e seus processos, tendo como primeiro
graduado William Page Bryant em 1891. Após a criação desse curso houve a publicação do
primeiro livro sobre Engenharia Química, publicado em 1901 por George Davis, que tem
como título Handbook of Chemical Engineering. 
Ademais, novos cursos de engenharia química foram surgindo em outras faculdades, e
sua grade curricular foi progredindo, adicionando, por exemplo, termodinâmica, fenômenos
de transporte, cinética e reatores, além do aprimoramento das operações unitárias. E, com o
advento do computador iniciaram o desenvolvimento e a utilização de softwares para auxiliar
na simulação de processos, adicionando mais uma vertente a grade do engenheiro químico.
Essas mudanças na grade curricular estão relacionadas à pressão da indústria química e a
necessidade evidente de profissionais com esta formação.
Em 1920 os primeiros cursos de Engenharia química chegaram na Europa, em
Londres. Em 1950 houve a autonomia da Engenharia Química em relação a Engenharia
Mecânica na Alemanha. E também, com essa globalização e expansão da necessidade do
Engenheiro Químico, houve iniciativas de empresas em pressionar faculdades para efetivar a
criação do curso, como no caso do departamento de Engenharia Química na Universidade de
Cambridge, que contou com a ajuda da Shell.Além da Revolução Industrial, outro marco histórico relevante para a profissão foi a
Segunda Guerra Mundial, que elevou o conhecimento e o desenvolvimento desses
profissionais e fez com que houvesse um aumento no número de solicitações por Engenheiros
Químicos nas empresas no pós-guerra. Outrossim, com o petróleo e seus derivados o mercado
de trabalho aumentou consideravelmente.
 Sendo assim, com o tempo e com todos os desenvolvimentos, a Engenharia Química
ganhou novos ramos e não se limitou apenas a indústria, passando a crescer no campo da
pesquisa e alcançando eficácia e importância dentro de outras áreas e ampliando também sua
própria área, como auxiliando no processo de substituição de produtos de alta periculosidade
para o meio ambiente por produtos mais sustentáveis, influenciando na qualidade de vida das
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pessoas e na qualidade do meio ambiente, no tratamento de água auxiliando na saúde da
população. Ademais, pelo campo extenso que a Engenharia Química alcançou considera-se
ela como uma engenharia de grande multidisciplinaridade.
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3 HISTÓRIA DA ENGENHARIA QUÍMICA NO BRASIL
No Brasil, a inauguração e o crescimento dos cursos de Engenharia estão
inerentemente relacionados ao desenvolvimento da tecnologia e da indústria, além das
condições econômicas, políticas e sociais do país e suas relações internacionais. Deste modo,
pode-se verificar que o crescimento do número de cursos acompanha os diferentes momentos
políticos e econômicos pelos quais passaram o Brasil e o mundo.
Até 1759, a educação superior brasileira, antes da expulsão dos jesuítas dos territórios
portugueses, estava vinculada às ações dos “Soldados de Cristo” que tinham como objetivo
através de estudos humanistas, preparar uma elite letrada para assumir funções burocráticas e
bacharelescas para atuar na direção do reino português no Brasil. De modo contrário aos
empreendimentos dos jesuítas, algumas fortificações militares do Brasil Colônia surgiam do
desenvolvimento de estudos voltados para a matemática e a cartografia, com a finalidade de
aprimorar as técnicas de defesa através de construções cada vez mais estruturadas para esse
fim. O início das experimentações da engenharia no Brasil tem-se à possibilidade o fato de
tencionar o uso desses conhecimentos voltados para a defesa e inovação das técnicas de
edificação.
Instalada inicialmente na ponta do calabouço, na Casa do Trem de Artilharia (Rio de
Janeiro), o curso de Engenharia tem como data de início formal no Brasil em 17 de dezembro
de 1792 com a criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Tendo-se esta
como a primeira academia do ramo, seguia o mesmo padrão da Real Academia de Artilharia,
Fortificação e Desenho de Portugal. Sendo percursora em linha reta e constante da atual
Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Real Academia
também faz parte da origem do Militar de Engenharia (IME). A vinda da família real
portuguesa em 1808 alavancou o ensino superior no Brasil. O Príncipe Regente De. João cria
a Academia Real Militar, por meio da Carta de Lei 4 de Dezembro de 1810, no Rio de
Janeiro, a partir das instalações da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho.
Sendo o primeiro prédio de ensino superior de Engenharia no Brasil construído no
século XIX no centro do Rio de Janeiro, no Largo de São Francisco, a Academia teve
permanência como núcleo de ensino de Engenharia de 1812 até 1966. Deste modo, a primeira
Escola de Engenharia do Brasil serviu de modelo para a constituição de diversas outras
Escolas de Engenharia do país, tendo procura, notoriedade e base de referências encontradas
nos cursos de Engenharia da UFRJ.
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Ao certo, sabe-se que o processo para a fundação do curso de Engenharia Química
teve início quando o Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Química elegeu uma
comissão de professores e alunos para opinar sobre a concessão do diploma de Engenheiro
Químico aos Químicos Industriais formados pela Escola Nacional de Química (ENQ). Essa
comissão avaliou a equivalência entre a formação do Químico Industrial Brasileiro e a do
Engenheiro Químico dos outros países, equivalência que surgiu facilmente da comparação das
matérias lecionadas e do tempo consumido no seu desenvolvimento e estudo (com base nos
programas vigentes), isso tudo em 1944. 
Porém, no final da década de 1960, houve o reconhecimento da profissão de
engenheiro químico no Brasil (Lei Federal nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966,
regulamentada pelo decreto Federal nº 620, de 10 de junho de 1969). Logo após, entre os anos
de 1970 e 1980, foram criadas organizações, tais como a associação Brasileira de Engenharia
Química (ABEQ), que tinham como objetivo de congregar pessoas físicas e jurídicas que se
interessavam pelo desenvolvimento da Engenharia Química e pela valorização tecnológico-
científica dos engenheiros químicos. Além disso, em função do crescimento experimentado
pela indústria brasileira e da expansão do curso, foi organizado o 1º Encontro Brasileiro sobre
o Ensino de Engenharia Química, em campinas. Esse encontro, que se tornou bienal, foi de
extrema importância para a criação de novos cursos de ENQ no país e, ainda mais, para a
reformulação dos conteúdos curriculares dos cursos já existentes nos níveis de graduação e de
pós-graduação. com relação à formação de recursos humanos, tinham-se, ao final da década
de 90, 51 cursos de graduação em Engenharia Química, 18 de mestrado e 9 de doutorado.
Nota-se que o cenário de formação do engenheiro químico no Brasil aborda uma grade
mais ampla, com o objetivo de entregar ao mercado de trabalho um profissional que possa
trabalhar em diversas áreas e, além disso, também encontra-se na grade matérias que formam
a ética do engenheiro químico, dando perspectiva na sua conduta como profissional e na sua
conduta com a sociedade, dando ao futuro engenheiro um olhar social, que se preocupa com
os problemas ao seu redor e busca solucioná-los, como por exemplo, as questões de
preservação ambiental que estão cada vez mais presentes. 
Nesse sentido, tem-se que as instituições de Educação superior (iEs), devem
proporcionar, aos seus alunos, uma formação com um alicerce forte sobre os conhecimento
dos fundamentos da Engenharia Química, atendendo, assim, a população, e, também, às
perspectivas futuras da indústria química e dos setores afins, já que o aluno estará apto para
aplicar seus conhecimentos de forma geral e também de forma específica. E, respeitando os
princípios éticos, sociais e ambientais necessários à existência de qualquer sociedade. Logo,
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só é possível que haja essa ligação do profissional com o seu meio a partir das mudanças
metodológicas e da abordagem pedagógica com foco no aluno, tendo o professor um papel
importante de tutor.
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4 CONCLUSÃO
Conclui-se, então, que a história da Engenharia Química é de suma importância dentro
dos avanços industriais, construindo novos processos que melhor se adaptam as necessidades
da indústria e da população. E, além disso, a história prova que a profissão não se resume a
um só campo de atuação, elevando o título de Engenheiro Químico ou Engenheira Química a
um profissional que se preocupa com a situação ao seu redor e busca maneiras de melhorá-las,
dentro ou fora de uma indústria. 
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REFERÊNCIAS
SILVA, P. A.; SANTOS, P. N.; AFONSO, C. J. A criação do curso de engenharia química na
escola nacional de química da universidade do Brasil. Quím. Nova vol.29 nº4 São Paulo
junho/agosto de 2006. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0100-40422006000400044>. Acesso em: 03 de novembro de 2020.
RETTL, A.M. et al. Trajetória e estado da arte da formação em engenharia, arquitetura e
agronomia: volume V engenharias da área química.Brasília: Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2010.
INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE MASSACHUSETTS. ChemE. Página inicial.
Disponível em: <https://cheme.mit.edu/about/history/>. Acesso em: 03 de novembro de 2020.
FEREGUETTI, Larissa. Engenharia química: uma longa história pra contar. Engenharia 360,
2015. Disponível em: <https://engenharia360.com/engenharia-quimica-uma-longa-historia-
pra-contar/>. Acesso em: 03 de novembro de 2020.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422006000400044
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https://cheme.mit.edu/about/history/

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