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Aula 01 - Reconhecendo a Engenharia de Produção

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26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
AULA 1
 
 
 
26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/28
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Dayse Mendes
CONVERSA INICIAL
Caro aluno! Quando você inicia um curso de Engenharia, talvez você se pergunte se essa é uma carreira adequada. Muito mais do que se sair
bem em disciplinas de exatas, como Matemática, Física ou Química, ao longo de sua carreira escolar, é importante observar que o engenheiro é,
antes de tudo, um solucionador de problemas. Assim, ao alcançar o título de Engenheiro, caberá a você trazer às organizações o meio mais rápido e
com o menor custo possível para resolver situações-problema. Nesta aula, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as
Engenharias de um modo geral, como são as Engenharias no Brasil, qual a função específica de um Engenheiro de Produção, e como o Engenheiro
pode legalmente, e de forma ética, exercer sua função na sociedade.
TEMA 1 – O QUE É ENGENHARIA?
Difícil imaginar a vida na atualidade sem a contribuição da Engenharia. No entanto, conforme Cocian (2017), a maioria da população adulta, em
torno de 60%, desconhece quais são as atividades de um engenheiro. De um modo geral, pode-se dizer que a engenharia é a arte de aplicar
conhecimento científico na solução de problemas práticos.
Naturalmente, os problemas práticos da humanidade eram resolvidos mesmo sem a existência formal de um engenheiro, que oferecesse
soluções técnicas. Desde o início de sua história, o homem apresenta necessidades que precisam ser supridas. Garantir sua sobrevivência, buscando
novas formas de se alimentar, de se proteger em relação aos perigos do ambiente, ou dos ataques de inimigos, bem como de ultrapassar limites
impostos por questões físicas ou psicológicas – tudo isso faz parte da história do ser humano e, paralelamente, do desenvolvimento de tecnologias
que atenuavam as dificuldades do dia a dia.
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O início do domínio do uso do fogo, da alavanca, ou da roda, entre outras tecnologias, auxiliou o homem a dominar cada vez mais a natureza.
Conforme esses processos se tornaram mais complexos, maior era a necessidade de entendimento científico dos fenômenos naturais.
Figura 1 – Uso de tecnologias primitivas
Crédito: Macrovector / Shutterstock.
É no século XVIII, como o desenvolvimento de ferramentas matemáticas e uma maior compreensão de fenômenos físicos, que surge a
engenharia atual, dividindo assim a história da Engenharia no que se pode chamar de engenharia antiga, apoiada em empirismo, e engenharia
moderna, apoiada em conhecimento científico. Assim, conforme Krick (1979), a engenharia hoje é o resultado de dois processos históricos que
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evoluíram ao longo do tempo em separado, quais sejam: a expansão dos conhecimentos científicos e a ampliação da necessidade de se ter um
especialista na solução de problemas do cotidiano.
Surge então a engenharia moderna, descrita por Krick (1979, p. 35) como a profissão essencialmente dedicada à aplicação de um certo
conjunto de conhecimentos, de certas habilitações, e de uma certa atitude à criação de dispositivos, estruturas e processos utilizados para converter
recursos em formas adequadas ao atendimento das necessidades humanas. Dessa maneira, o engenheiro usa de conhecimentos científicos para
aplicá-los na criação de um elemento valorizado pela sociedade.
Note que há ênfase no uso da ciência, não no desenvolvimento da ciência pelo engenheiro. Ou seja, o engenheiro não deve ser confundido
com um cientista, na medida em que a Engenharia não se preocupa com a explicação do funcionamento de natureza, mas sim com a criação do
artificial. Para Cocian (2017), a criação do artificial se dá pela vontade de o ser humano ultrapassar suas barreiras naturais. “À medida que a
civilização se equipa com elementos artificiais que mantêm o indivíduo seguro, começam a surgir motivações secundárias e, em alguns casos,
subjetivas, que podem reforçar as anteriores ou criar um mundo novo de necessidades”.
Com o passar do tempo, o interesse de uma única pessoa de criar novas soluções não era mais suficiente para alcançar os objetivos práticos
desejados. Surge a necessidade de se ensinar matemática, ciência e economia, transformando a engenharia em uma ciência aplicada. (Holtzapple;
Reece, 2013). O primeiro curso de engenharia provavelmente ocorreu na École Nationale des Ponts et Chaussés, fundada em Paris em 1747, que
diplomou profissionais com esse título. Nessa mesma época, a École Nationale Supérieure des Mines, também de Paris, formava engenheiros de
minas.
Ainda em Paris, em 1795, funda-se a École Polytechnique, com um curso de engenharia de três anos, em que os alunos estudavam matérias
básicas de engenharia, voltadas às leis da física e da matemática. Nela lecionavam professores como Lagrange, Fourrier e Poisson, entre outros.
Após a conclusão desses três anos, os alunos eram encaminhados a escolas especializadas, como as de Pontes e Estradas, ou as de Minas.
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Além da França, começam a surgir escolas de engenharia em vários outros pontos da Europa, como na Alemanha, com a Technische Universität
Bergakademie Freiberg, fundada em 1765; e na Espanha, com a Academia de Minería y Geografía Subterránea de Almadén, fundada em 1777.
Outro país que avança no ensino de engenharia à mesma época é Portugal, que desde o início das grandes navegações, por volta de 1500,
buscava o progresso das ciências e da engenharia. Parte desse avanço se deve à contribuição do Colégio de Santo Antão, “dirigido pelos padres
jesuítas, no qual, desde o Século XVI, havia a Aula da Esfera, onde se ensinava matemática aplicada à navegação e às fortificações, e de onde
provieram muitos dos engenheiros militares que atuaram no Brasil-Colônia”. (Telles, 1984).
Com essas escolas, surge a profissão de Engenheiro e, com a profissão, uma definição de cunho legal (Cocian, 2017):
o engenheiro profissional, dentro do significado e dos objetivos da lei, refere-se à pessoa ocupada na prática profissional da prestação de serviços
ou em atividades de trabalho criativo que requeira educação, treino e experiência nas ciências da engenharia e a aplicação de conhecimento específico
em matemática, física e ciências da engenharia. A prestação de serviços ou trabalho criativo se dará como consultoria, investigação, avaliação,
planejamento ou projeto de serviços de utilidade pública ou privada, estruturas, máquinas, processos, circuitos, construções, equipamentos ou projetos, e
supervisão de construções com o propósito de seguir e alcançar as especificações estabelecidas pelo projeto de qualquer um desses serviços.
Figura 2 – Engenharia na atualidade
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Crédito: Gorodenkoff / Shutterstock.
Assim, percebe-se que a Engenharia não é uma atividade somente do passado, ou mesmo apenas do presente. Ao aplicar a ciência, criando
novos artefatos, o engenheiro desempenha um papel essencial na modificação do meio ambiente e na construção do futuro desejado pela
sociedade atual. Devido a mudanças aceleradas dos comportamentos e das necessidades de nossa sociedade, os engenheiros desempenham um
papel decisivo para o alcance de novas alternativas, pois têm as competências necessárias para transformar anseios em realidade prática, útil,
concreta.
1.1 A HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL
A engenharia no Brasil começa com a necessidade de Portugal em fortificar sua colônia e torná-la maishabitável. As primeiras casas, assim
como as primeiras obras de defesa da colônia, eram muito primitivas e, portanto, houve a necessidade de se fazer construções mais duradouras.
Essas construções começaram a ser edificadas à época da fundação do Governo Geral e da Cidade do Salvador, em 1549. O primeiro Governador
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Geral, Tomé de Souza, trouxe para a colônia um grupo de profissionais construtores e a ordem do Rei D. João III para a construção de uma cidade
forte.
À essa época, de acordo com Telles (1984), o termo engenheiro era usado associado à ideia de descrever quem era capaz de construir
fortificações e engenhos bélicos. Por outro lado, o autor comenta que o termo também teve no Brasil dessa época o sentido de dono ou capataz
dos engenhos para o fabrico de açúcar, cachaça, farinha, entre outros.
Figura 3 –  Planta da cidade de Salvador, referência 1625, publicado em 1631
Fonte: Salvador, 2019.
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Conforme a colônia crescia, a necessidade de trazer mais engenheiros de Portugal, bem como de enviar brasileiros para estudar na Europa,
crescia. Será somente em 1810, quando Dom João VI criou a Academia Militar do Rio de Janeiro, que se começa a formar engenheiros no país. A
necessidade de desenvolvimento, principalmente nos setores de saneamento, ferroviário e de portos marítimos, determinou a fundação da Escola
Politécnica do Rio de Janeiro, em 1874, estendendo a profissão não só aos militares, mas também aos civis (Moreira, 2019).
Após a implantação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, outras cinco escolas de engenharia foram fundadas ao longo do século XIX: a
Politécnica de São Paulo em 1893; a Politécnica do Mackenzie College; a Escola de Engenharia do Recife, em 1896; a Politécnica da Bahia; e a Escola
de Engenharia de Porto Alegre, em 1897.
A regulamentação da profissão no Brasil ocorreu em 1933, no governo de Getúlio Vargas, quando foi promulgado o Decreto Federal n. 23.569,
que regulamentou as profissões liberais de engenheiros, arquitetos e agrimensores, e instituindo os Conselhos Federal e Regional de Engenharia e
Arquitetura.
1.2 AS VÁRIAS ENGENHARIAS NO BRASIL
Atualmente, no Brasil, de acordo com a Sinopse Estatística da Educação Superior (Inep, 2018), há 40 cursos distintos voltados à Engenharia, com
mais de 4000 cursos oferecidos entre Instituições de Ensino públicas e privadas.
Quadro 1 – Engenharias no Brasil
1 Engenharia eletrotécnica
2 Engenharia elétrica
3 Engenharia industrial elétrica
4 Engenharia de computação
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5 Engenharia de controle e automação
6 Engenharia de redes de comunicação
7 Engenharia de telecomunicações
8 Engenharia eletrônica
9 Engenharia mecatrônica
10 Engenharia cartográfica
11 Engenharia civil
12 Engenharia de recursos hídricos
13 Engenharia sanitária
14 Engenharia biomédica
15 Engenharia ambiental
16 Engenharia ambiental e sanitária
17 Engenharia de materiais
18 Engenharia de produção
19 Engenharia física
20 Engenharia industrial
21 Engenharia industrial mecânica
22 Engenharia mecânica
23 Engenharia metalúrgica
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24 Engenharia de minas
25 Engenharia de petróleo
26 Engenharia geológica
27 Engenharia de alimentos
28 Engenharia bioquímica
29 Engenharia industrial química
30 Engenharia nuclear
31 Engenharia química
32 Engenharia têxtil
33 Engenharia aeroespacial
34 Engenharia aeronáutica
35 Engenharia automotiva
36 Engenharia marítima
37 Engenharia naval
38 Engenharia florestal
39 Engenharia agrícola
40 Engenharia de pesca
Fonte: Inep, 2018.
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Dentre os cursos que se destacam pelo número de matrículas no ano de 2018, a Engenharia Civil está em primeiro lugar, com um total de
346.827 matriculados; em segundo lugar, a Engenharia de Produção, com 162.427 matriculados; em terceiro a Engenharia Mecânica, com 131.849
matriculados; em quarto lugar a Engenharia Elétrica, com 108.741 matriculados (Inep, 2018).
Segue um resumo desses quatro cursos, de acordo com o Guia do Estudante (Conheça..., 2019):
Engenharia Civil: Além de projetar, gerenciar e executar obras como casas, edifícios, pontes, viadutos, estradas, barragens, canais e portos, o
engenheiro civil tem como atribuição a análise das características do solo, o estudo da insolação e da ventilação do local e a definição dos tipos de
fundação.
Engenharia de Produção: É o ramo da engenharia que gerencia os recursos humanos, financeiros e materiais para aumentar a produtividade
de uma empresa. O engenheiro de produção é peça fundamental em indústrias e empresas de quase todos os setores.
Engenharia Mecânica: É a área da engenharia que cuida do desenvolvimento, do projeto, da construção e da manutenção de máquinas e
equipamentos. O engenheiro mecânico desenvolve e projeta máquinas, equipamentos, veículos, sistemas de aquecimento e de refrigeração e
ferramentas específicas da indústria mecânica.
Engenharia Elétrica: O engenheiro eletricista está presente em todos os aspectos que envolvem a energia, desde a geração, a transmissão, o
transporte e a distribuição até o uso nas residências e no comércio. Além disso, planeja, supervisiona e executa projetos nas áreas de eletrotécnica,
relacionadas à potência da energia.
É interessante observar um fenômeno comum nas Engenharias no país: a quantidade de alunos concluintes é muito menor que a de
ingressantes. Observando o número de concluintes em 2018 das mesmas Engenharias já citadas, tem-se 43.521 concluintes para a Engenharia Civil,
19.057 concluintes em Engenharia de Produção, 13.116 concluintes em Engenharia Mecânica e 10.582 concluintes em Engenharia Elétrica (Inep,
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2018). Há que se considerar que aumentou o número de IES (Instituições de Ensino Superior) que oferecem cursos de Engenharia, mas o fato mais
importante para justificar a diferença entre matriculados e concluintes é que há muita desistência ao longo dos, normalmente, cinco anos de curso.
Muitos são os obstáculos enfrentados para se cursar qualquer Engenharia, sendo os mais citados a falta de base de conhecimento em
matemática e física, a dificuldade em conciliar trabalho e estudos e as reprovações em algumas disciplinas consideradas mais complexas.
TEMA 2 – HISTÓRICO DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Dentre as várias possibilidades de se exercer engenharia na atualidade, encontra-se a Engenharia de Produção. De acordo com Piratelli (2005)
pode-se considerar que a Engenharia de Produção surge com a Revolução Industrial, na Inglaterra do século XVIII. Com o nascimento das indústrias
verifica-se a necessidade de se implantar métodos e técnicas que melhorassem os processos produtivos.
Assim surgiram nas fábricas técnicas e métodos de custeio, de pesquisa de mercado, de planejamento de instalações, de estudos de arranjos
físicos, programação da produção, dentre outras atividades. Além de métodos e técnicas, surgem uma série de inventores que possibilitam essas
mudanças radicais como, por exemplo, James Watt e sua máquina a vapor, ou Edmund Cartwright com seu tear mecânico que impulsionaram a
produção de uma forma como nunca havia sido feita antes.
Figura 4 – Carro movido a vapor
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Crédito: Morphart Creation / Shutterstock.
Ainda na Inglaterra, conforme Piratelli (2005), no início do século XIX, Babbage publica, em 1832, o primeiro livro relacionado à Engenharia de
Produção,intitulado The Economy of Machinery and Manufactures, sem ter a real consciência de que estaria criando uma nova disciplina, que viria a
se tornar um ramo da engenharia e uma importante atividade profissional.
No entanto, a Engenharia de Produção se consolida efetivamente nos EUA, com o surgimento e desenvolvimento de um movimento
denominado Scientific Management (Administração Científica), preconizado por Frederick Winslow Taylor, Frank e Lillian Gilbreth, dentre outros,
entre 1882 a 1912 (Piratelli, 2005).
Nesse período, a Administração Cientifica começou a ser introduzida nas indústrias por consultores que se intitulavam Industrial Engineers
(Engenheiros Industriais), como reflexo de um progressivo desenvolvimento tecnológico. Taylor recebe o título de pai da Administração e da
Engenharia de Produção por sua obra preceder e ser mais abrangente do que outras obras que vinham empregando técnicas e métodos para a
produção.
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Taylor é fundamental nesse desenvolvimento, pois durante sua vida profissional ele criou princípios, com base nos quais as ferramentas
necessárias para as ações dos operários no chão de fábrica começaram a ser mais eficientes. Para tanto, usou de métodos que ele acreditava serem
científicos, e os aplicou nos processos produtivos e no trabalho humano.
Assim surgem os quatro princípios da administração e organização racional do trabalho (ORT):
1. Desenvolvimento de uma verdadeira ciência, ou seja, substituição do critério individual do operário por uma ciência.
2. Seleção científica do trabalhador, estudando-o e escolhendo-o de acordo com sua personalidade e natureza da tarefa a ser exercida (buscando o homem
de primeira classe).
3. Sua instrução e treinamento científico, em que o trabalhador é “experimentado”, em vez de escolher ele próprio os processos e aperfeiçoar-se por acaso.
4. Cooperação íntima e cordial entre a direção e os trabalhadores. Dessa forma, trabalhadores e administração deveriam fazer juntos o trabalho, de acordo
com leis científicas desenvolvidas, em lugar de deixar a solução de cada problema, individualmente, a critério do operário. (Taylor, 1970, p. 105; 118-9).
Já a Organização Racional do Trabalho trata de colocar em prática os princípios, utilizando para tanto uma série de métodos, técnicas e
ferramentas. Alguns dos elementos da ORT são:
estudo de tempo; chefia funcional; padronização de instrumentos e de movimentos de trabalho; necessidade de seção de planejamento; princípio da exceção,
ou seja, o recebimento pelos diretores de relatórios sintéticos, cuidadosamente elaborados por assessores, que apontem somente as ideias principais, as
exceções notórias, boas ou más; uso de recursos para a economia de tempo (por exemplo, régua de cálculo); fichas de instrução para os trabalhadores;
realização de tarefa associada a altos prêmios, se executada de forma eficaz; pagamento com gratificação diferencial; sistema mnemônico de classificação de
produtos e de ferramentas; moderno sistema de cálculo de custos; entre outros (Taylor, 1970, p. 117).
Quase ao mesmo tempo, o casal Frank e Lillian Gilbreth desenvolveu e aplicou o Estudo de Tempos e Movimentos. Trata-se de uma técnica de
análise baseada em registros fotográficos e filmagem do ambiente de trabalho, de forma a reduzir os movimentos desnecessários de um operário
ao realizar uma atividade, tornando assim a produção mais eficiente.
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Essas técnicas começam a apresentar resultados efetivos nas empresas que as utilizam, tanto com aumento de produtividade quanto aumento
de eficiência dos trabalhadores. Assim, o Engenheiro de Produção surge como um profissional especializado em tais técnicas. O seu principal campo
de atuação nesse início era o projeto do trabalho, ou seja, a descrição do melhor método para realizar as atividades necessárias ao processo de
produção.
Com o passar do tempo, essa atuação se amplia para além da manufatura e das indústrias de produção, e o engenheiro de produção passa a
trabalhar não só no setor industrial, mas também em outras áreas, como a médico-hospitalar, a de inovação, a de desenvolvimento de produtos, a
bancária, entre várias outras, com diferentes tipos de organização, usando em especial de sistemas e simuladores para realizar o seu trabalho.
No Brasil, os primeiros Engenheiros de Produção surgem na década de 1960, com a formatura da primeira turma oferecida pela USP –
Universidade de São Paulo. De acordo com Piratelli (2005, p. 4):
a partir de então, o mercado começa a demandar o Engenheiro de Produção em diversos setores. Especificamente em São Paulo, as indústrias
automobilísticas instaladas na região do ABC, empregavam Engenheiros de Produção com funções semelhantes a dos Industrials Engineers norte-americanos
(planejamento e controle da produção, controle da qualidade, tempos e métodos etc.). No eixo São Paulo-Rio de Janeiro, com a entrada dos primeiros
computadores eletrônicos nas empresas, muitos Engenheiros de Produção foram contratados para desempenhar papéis de analistas de sistemas e
programadores (devido principalmente à visão holística de empresa), caracterizando um mercado de trabalho peculiar para a profissão.
2.1 A ABEPRO E AS ATIVIDADES ATUAIS DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro) é uma instituição que representa docentes, discentes e profissionais de Engenharia
de Produção no Brasil. A associação atua desde 9 de outubro de 1987, data de sua constituição, assumindo as funções:
de esclarecer o papel do Engenheiro de Produção na sociedade e em seu mercado de atuação, ser interlocutor junto às instituições governamentais
relacionadas à organização e avaliação de cursos (MEC e Inep) e de fomento (Capes, CNPq , Finep e órgãos de apoio à pesquisa estaduais), assim como em
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organizações privadas, junto ao Crea, Confea, SBPC, Abenge e outras organizações não governamentais que tratam a pesquisa, o ensino e a extensão da
engenharia. (Abepro, 2019)
Ao cumprir com sua função, a Abepro busca, sempre que necessário, rever o papel do Engenheiro de Produção brasileiro, em conformidade
com as necessidades do país e com as mudanças ocorridas na profissão no demais países do mundo. Nesse sentido, no momento a Abepro
estabelece, com base nas definições do International Institute of Industrial Engineering, que:
compete à Engenharia de Produção o projeto, a implantação, a operação, a melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados de bens e serviços,
envolvendo homens, materiais, tecnologia, informação e energia. Compete ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas para a
sociedade e o meio ambiente, recorrendo a conhecimentos especializados da matemática, física, ciências humanas e sociais, conjuntamente com os princípios
e métodos de análise e projeto da engenharia. (Abepro, 2019)
TEMA 3 – COMPETÊNCIAS DESEJADAS DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO
Para desenvolver as atividades referentes à sua profissão, o Engenheiro de Produção, como qualquer outro profissional, precisa apresentar uma
série de competências. De acordo com Medel (1998, citado por Zarifian, 2001), uma competência profissional é uma combinação de conhecimentos,
de habilidades, de saber-fazer, de experiências, atitudes e comportamentos que se exerce em um contexto preciso. Ela é constatada quando de sua
utilização em situação profissional, passível de validação.
Conforme proposta da Abepro (2019), o engenheiro de produção deveria apresentar as seguintes competências:
1. Ser capaz de dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e financeiros a fim de produzir, com eficiência e ao menor custo, considerando a
possibilidade de melhorias contínuas;
2. Sercapaz de utilizar ferramental matemático e estatístico para modelar sistemas de produção e auxiliar na tomada de decisões;
3. Ser capaz de projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas, produtos e processos, levando em consideração os limites e as características das comunidades
envolvidas;
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4. Ser capaz de prever e analisar demandas, selecionar tecnologias e know-how, projetando produtos ou melhorando suas características e funcionalidade;
5. Ser capaz de incorporar conceitos e técnicas da qualidade em todo o sistema produtivo, tanto nos seus aspectos tecnológicos quanto organizacionais,
aprimorando produtos e processos, e produzindo normas e procedimentos de controle e auditoria;
6. Ser capaz de prever a evolução dos cenários produtivos, percebendo a interação entre as organizações e os seus impactos sobre a competitividade;
7. Ser capaz de acompanhar os avanços tecnológicos, organizando-os e colocando-os a serviço da demanda das empresas e da sociedade;
8. Ser capaz de compreender a inter-relação dos sistemas de produção com o meio ambiente, tanto no que se refere a utilização de recursos escassos quanto
à disposição final de resíduos e rejeitos, atentando para a exigência de sustentabilidade;
9. Ser capaz de utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem como avaliar a viabilidade econômica e financeira de projetos;
10. Ser capaz de gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas empresas utilizando tecnologias adequadas.
Figura 5 – Múltiplas competências do Engenheiro de Produção
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Crédito: toyotoyo / Shutterstock.
Como cabe ao Engenheiro de Produção gerir os processos de transformação, é importante que ele tenha uma “formação acadêmica que o
capacite a reconhecer problemas e a solucioná-los, utilizando uma ampla base científica, computacional e gerencial” (Siqueira, 2019). Nessa
perspectiva, o Engenheiro de Produção transforma seu conhecimento em soluções úteis para as organizações.
Abranches, citado por Venanzi e Silva (2016), aponta que o Engenheiro de Produção deve entender de sistemas e de máquinas, além de
compreender o ser humano e suas relações de trabalho, definindo a carreira dos Engenheiros de Produção como especial, e seus profissionais como
capazes de atuar em todos os segmentos econômicos. Ainda segundo Abranches, é a engenharia que prepara o futuro engenheiro para aumentar o
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faturamento e a produtividade de qualquer indústria ou comércio. “Mas o bom profissional tem que estar atento; falar inglês para entender e ser
compreendido e saber se relacionar com aplicativos de informática voltados à Engenharia, também faz diferença”. Além disso, deve ter condição de
transformar “um ambiente improdutivo, sem qualidade, em um ambiente produtivo, com qualidade”. (Venanzi; Silva, 2016, p.vii)
TEMA 4 – O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E O SISTEMA CREA/CONFEA
Para ser habilitado ao exercício legal da profissão de engenheiro, é necessário registrar-se no Crea. O Crea – Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia é o órgão responsável por fiscalizar e regulamentar as atividades profissionais da engenharia, agronomia, geologia, geografia e
meteorologia, bem como suas modalidades e especialidades, em seus níveis superior, tecnológico e técnico. Cada Crea é uma entidade de esfera
estadual e constitui a manifestação regional do Confea – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Cabe a cada Crea verificar, orientar e
fiscalizar o exercício profissional do engenheiro, com a missão de defender a sociedade da prática ilegal das atividades abrangidas pelo sistema
Confea/Crea.
Assim, o sistema Confea/Crea tem por objetivo verificar o exercício e as atividades das profissões reguladas pela Lei n. 5.194/1966, tanto no
nível superior como no nível médio, buscando assegurar que serviços “técnicos ou execução de obras com participação de profissional habilitado”
sejam exercidos “em observância aos princípios éticos, econômicos, tecnológicos e ambientais compatíveis com as necessidades da sociedade”,
estando portanto sujeitos à fiscalização do sistema “as pessoas físicas – leigos ou profissionais – e as pessoas jurídicas que executam ou se
constituam para executar serviços ou obras de Engenharia ou de Agronomia”. (Confea, 2019)
Figura 6 – Logomarca do Sistema Crea/Confea
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Fonte: Confea, 2019.
O sistema também busca credenciar as Instituições de Ensino Superior que oferecem cursos de Engenharia, garantindo assim que a IES atende
ao disposto nos art. 10, 11 e 56 da Lei n. 5.194 de 1966.
4.1 REGISTRO DE PROFISSIONAL
Profissionais diplomados nas áreas de Agronomia, Engenharia, Geologia e Meteorologia, nos níveis superior e tecnológico, somente podem
exercer a profissão no Brasil após registro no Crea e homologação pelo Confea. Nesse sentido, após se diplomar, cabe ao profissional observar uma
série de passos para ter seu registro efetuado. São eles:
Protocolo da documentação no Crea do seu estado;
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O Crea de seu estado verifica junto ao Crea-PR a atribuição de título, atividades e competências profissionais, de acordo com a Câmara
Especializada, compatibilizando as atribuições da Câmara Especializada do Paraná com as do seu estado;
Anotação do diploma no SIC (Sistema de Informações do Confea);
Expedição, pelo Crea, da Carteira de Identidade Profissional ou da Carteira de Identidade Provisória, conforme o caso.
A documentação exigida atualmente é a seguinte (Confea, 2019):
Original do diploma ou do certificado, registrado pelo órgão competente do sistema de ensino;
Histórico escolar com a indicação das cargas horárias das disciplinas cursadas;
Carteira de identidade, expedida na forma da lei;
Registro de Cadastro de Pessoa Física – CPF;
Título de Eleitor (quando brasileiro);
Certidão de quitação eleitoral (quando brasileiro);
Certidão de quitação com o serviço militar (quando brasileiro);
Comprovante de residência;
Duas fotografias, de frente, nas dimensões 3x4 cm, em cores, sendo recomendado o fundo branco e sem data.
4.2 O QUE O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO PODE ASSINAR?
A Resolução n. 235, de 1975, em seu art. 1º, afirma que compete ao Engenheiro de Produção o desempenho das atividades 01 a 18 do art. 1º
da Resolução n. 218, de 1973, que discrimina as atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Tais
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atividades referem-se aos procedimentos na fabricação industrial, aos métodos e sequências de produção industrial em geral, e ao produto
industrializado, seus serviços afins e correlatos.
As atividades designadas aos profissionais da Engenharia, conforme a Resolução n. 218, de 1973, são (Brasil, 1973):
1. Supervisão, coordenação e orientação técnica;
2. Estudo, planejamento, projeto e especificação;
3. Estudo de viabilidade técnico-econômica;
4. Assistência, assessoria e consultoria;
5. Direção de obra e serviço técnico;
6. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
7. Desempenho de cargo e função técnica;
8. Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;
9. Elaboração de orçamento;
10. Padronização, mensuração e controle de qualidade;
11. Execução de obra e serviço técnico;
12. Fiscalização de obra e serviço técnico;
13. Produção técnica e especializada;
14. Condução de trabalho técnico;
15. Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
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16. Execução de instalação, montagem e reparo;
17. Operação e manutenção de equipamento e instalação;
18 Execução de desenho técnico.
Ao realizar seu curso de graduação, o profissional de Engenharia de Produção poderá, portanto, assumir a responsabilidade técnica no que diz
respeito a procedimentos na fabricação industrial, a métodos e sequências de produção industrial em geral, e ao produto industrializado, seus
serviços afins e correlatos. “Em termos práticos, isso significa que um Engenheiro de Produção pode ser responsável técnico em, por exemplo,
projetos de layout industrial e projetos de produtos”. (Júnior, 2018).
Figura 7 – Responsabilidades do engenheiro de produção
Crédito: elenabsl / Shutterstock.
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TEMA 5 – O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E A ÉTICA PROFISSIONAL
O cumprimento com a ética profissional é fundamental para o exercício de qualquer profissão, na medida em que o profissional deve estar
atento à sua conduta, para que ela seja aceitável socialmente. Nesse sentido, a ética profissional é um conjunto de determinações quanto a tais
condutas. O profissional pode estar sujeito a penalidades, na organização para a qual presta serviço, ou na sociedade como um todo, caso as
descumpra.
Em 1957, o Confea aprovou seu primeiro Código de Ética Profissional da Engenharia, Arquitetura e Agrimensura. A partir de então, o Código de
Ética Profissional tem sido revisto, de maneira a enunciar os fundamentos éticos e as condutas necessárias à prática do engenheiro, considerando o
momento e as forças sociais. Assim, o Engenheiro de Produção segue a ética proposta para todos os profissionais da engenharia, de acordo com o
Código de Ética disponibilizado pelo Confea. O código mais recente está em sua 10° edição, e data de 2018.
Figura 8 – Ética Confea/Crea
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Fonte: Confea, 2019.
Neste Código de Ética Profissional (Confea, 2018), são enunciados os fundamentos éticos e as condutas necessárias a uma prática correta do
Engenheiro de Produção, entre outras profissões. O código também dispõe os direitos e deveres relacionados aos profissionais engenheiros.
Nele fica estabelecida qual a identidade das profissões e dos profissionais que devem. Também são dispostos os princípios éticos que pautam a
conduta do profissional, que são: qual o objetivo da profissão; qual a natureza da profissão; o fato de ser uma profissão honrada; a questão da
eficácia profissional; como se dá a prática do relacionamento profissional; como exercer a profissão em relação à intervenção; como funcionam a
liberdade e a segurança profissionais.
O Código de Ética Profissional (Confea, 2018) dispõe dos deveres do engenheiro, que deve preocupar-se com o ser humano e seus valores, a
profissão, as relações com os clientes, empregadores e colaboradores, além das relações com os demais profissionais e ante o meio. Enuncia as
condutas vedadas aos engenheiros quanto ao ser humano e a seus valores, e também pertinentes à profissão, às relações com os clientes,
empregadores e colaboradores, e às relações com os demais profissionais e o meio. Igualmente, reconhece os direitos coletivos e individuais
universais inerentes ao profissional engenheiro.
Finalmente, o Código de Ética profissional (Confea, 2018, p. 39) define: “constitui infração ética todo ato cometido pelo profissional que atente
contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem”.
FINALIZANDO
Nesta aula, buscamos familiarizá-lo com alguns tópicos gerais sobre a Engenharia. Assim, buscamos entender o que é a Engenharia e o que faz
um engenheiro de modo geral. Estudamos que existem diferentes tipos de Engenharias que podem ser cursadas no Brasil, dentre elas a Engenharia
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de Produção. Também conhecemos a história da Engenharia de Produção no mundo e no Brasil, quais as atribuições e competências específicas de
um Engenheiro de Produção, e, finalmente, como o Engenheiro pode legalmente, e de forma ética, exercer sua função na sociedade.
REFERÊNCIAS
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dez. 2019.
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CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Código de Ética Profissional da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da
Geografia e da Meteorologia. Brasília: Gerência de Comunicação do Confea – GCO, 2018. Disponível em:
<http://www.confea.org.br/sites/default/files/uploads/10edicao_codigo_de_etica_2018.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2019.
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