Buscar

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSAO - TEXTO AULA 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/23
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A
PROFISSÃO
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/23
 
Prof.ª Dayse Mendes
CONVERSA INICIAL
Caro aluno! Quando você inicia um curso de Engenharia, talvez você se pergunte se essa é uma
carreira adequada. Muito mais do que se sair bem em disciplinas de exatas, como Matemática, Física ou
Química, ao longo de sua carreira escolar, é importante observar que o engenheiro é, antes de tudo, um
solucionador de problemas. Assim, ao alcançar o título de Engenheiro, caberá a você trazer às
organizações o meio mais rápido e com o menor custo possível para resolver situações-problema. Nesta
aula, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as Engenharias de um modo geral,
como são as Engenharias no Brasil, qual a função específica de um Engenheiro de Produção, e como o
Engenheiro pode legalmente, e de forma ética, exercer sua função na sociedade.
TEMA 1 – O QUE É ENGENHARIA?
Difícil imaginar a vida na atualidade sem a contribuição da Engenharia. No entanto, conforme
Cocian (2017), a maioria da população adulta, em torno de 60%, desconhece quais são as atividades de
um engenheiro. De um modo geral, pode-se dizer que a engenharia é a arte de aplicar conhecimento
científico na solução de problemas práticos.
Naturalmente, os problemas práticos da humanidade eram resolvidos mesmo sem a existência
formal de um engenheiro, que oferecesse soluções técnicas. Desde o início de sua história, o homem
apresenta necessidades que precisam ser supridas. Garantir sua sobrevivência, buscando novas formas
de se alimentar, de se proteger em relação aos perigos do ambiente, ou dos ataques de inimigos, bem
como de ultrapassar limites impostos por questões físicas ou psicológicas – tudo isso faz parte da
história do ser humano e, paralelamente, do desenvolvimento de tecnologias que atenuavam as
dificuldades do dia a dia.
O início do domínio do uso do fogo, da alavanca, ou da roda, entre outras tecnologias, auxiliou o
homem a dominar cada vez mais a natureza. Conforme esses processos se tornaram mais complexos,
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/23
maior era a necessidade de entendimento científico dos fenômenos naturais.
Figura 1 – Uso de tecnologias primitivas
Crédito: Macrovector / Shutterstock.
É no século XVIII, como o desenvolvimento de ferramentas matemáticas e uma maior compreensão
de fenômenos físicos, que surge a engenharia atual, dividindo assim a história da Engenharia no que se
pode chamar de engenharia antiga, apoiada em empirismo, e engenharia moderna, apoiada em
conhecimento científico. Assim, conforme Krick (1979), a engenharia hoje é o resultado de dois
processos históricos que evoluíram ao longo do tempo em separado, quais sejam: a expansão dos
conhecimentos científicos e a ampliação da necessidade de se ter um especialista na solução de
problemas do cotidiano.
Surge então a engenharia moderna, descrita por Krick (1979, p. 35) como a profissão
essencialmente dedicada à aplicação de um certo conjunto de conhecimentos, de certas habilitações, e
de uma certa atitude à criação de dispositivos, estruturas e processos utilizados para converter recursos
em formas adequadas ao atendimento das necessidades humanas. Dessa maneira, o engenheiro usa de
conhecimentos científicos para aplicá-los na criação de um elemento valorizado pela sociedade.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/23
Note que há ênfase no uso da ciência, não no desenvolvimento da ciência pelo engenheiro. Ou seja,
o engenheiro não deve ser confundido com um cientista, na medida em que a Engenharia não se
preocupa com a explicação do funcionamento de natureza, mas sim com a criação do artificial. Para
Cocian (2017), a criação do artificial se dá pela vontade de o ser humano ultrapassar suas barreiras
naturais. “À medida que a civilização se equipa com elementos artificiais que mantêm o indivíduo
seguro, começam a surgir motivações secundárias e, em alguns casos, subjetivas, que podem reforçar as
anteriores ou criar um mundo novo de necessidades”.
Com o passar do tempo, o interesse de uma única pessoa de criar novas soluções não era mais
suficiente para alcançar os objetivos práticos desejados. Surge a necessidade de se ensinar matemática,
ciência e economia, transformando a engenharia em uma ciência aplicada. (Holtzapple; Reece, 2013). O
primeiro curso de engenharia provavelmente ocorreu na École Nationale des Ponts et Chaussés, fundada
em Paris em 1747, que diplomou profissionais com esse título. Nessa mesma época, a École Nationale
Supérieure des Mines, também de Paris, formava engenheiros de minas.
Ainda em Paris, em 1795, funda-se a École Polytechnique, com um curso de engenharia de três
anos, em que os alunos estudavam matérias básicas de engenharia, voltadas às leis da física e da
matemática. Nela lecionavam professores como Lagrange, Fourrier e Poisson, entre outros. Após a
conclusão desses três anos, os alunos eram encaminhados a escolas especializadas, como as de Pontes e
Estradas, ou as de Minas.
Além da França, começam a surgir escolas de engenharia em vários outros pontos da Europa, como
na Alemanha, com a Technische Universität Bergakademie Freiberg, fundada em 1765; e na Espanha,
com a Academia de Minería y Geografía Subterránea de Almadén, fundada em 1777.
Outro país que avança no ensino de engenharia à mesma época é Portugal, que desde o início das
grandes navegações, por volta de 1500, buscava o progresso das ciências e da engenharia. Parte desse
avanço se deve à contribuição do Colégio de Santo Antão, “dirigido pelos padres jesuítas, no qual, desde
o Século XVI, havia a Aula da Esfera, onde se ensinava matemática aplicada à navegação e às
fortificações, e de onde provieram muitos dos engenheiros militares que atuaram no Brasil-Colônia”.
(Telles, 1984).
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/23
Com essas escolas, surge a profissão de Engenheiro e, com a profissão, uma definição de cunho
legal (Cocian, 2017):
o engenheiro profissional, dentro do significado e dos objetivos da lei, refere-se à pessoa ocupada na
prática profissional da prestação de serviços ou em atividades de trabalho criativo que requeira educação,
treino e experiência nas ciências da engenharia e a aplicação de conhecimento específico em matemática,
física e ciências da engenharia. A prestação de serviços ou trabalho criativo se dará como consultoria,
investigação, avaliação, planejamento ou projeto de serviços de utilidade pública ou privada, estruturas,
máquinas, processos, circuitos, construções, equipamentos ou projetos, e supervisão de construções com o
propósito de seguir e alcançar as especificações estabelecidas pelo projeto de qualquer um desses serviços.
Figura 2 – Engenharia na atualidade
Crédito: Gorodenkoff / Shutterstock.
Assim, percebe-se que a Engenharia não é uma atividade somente do passado, ou mesmo apenas
do presente. Ao aplicar a ciência, criando novos artefatos, o engenheiro desempenha um papel essencial
na modificação do meio ambiente e na construção do futuro desejado pela sociedade atual. Devido a
mudanças aceleradas dos comportamentos e das necessidades de nossa sociedade, os engenheiros
desempenham um papel decisivo para o alcance de novas alternativas, pois têm as competências
necessárias para transformar anseios em realidade prática, útil, concreta.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/23
1.1 A HISTÓRIA DA ENGENHARIA NO BRASIL
A engenharia no Brasil começa com a necessidadede Portugal em fortificar sua colônia e torná-la
mais habitável. As primeiras casas, assim como as primeiras obras de defesa da colônia, eram muito
primitivas e, portanto, houve a necessidade de se fazer construções mais duradouras. Essas construções
começaram a ser edificadas à época da fundação do Governo Geral e da Cidade do Salvador, em 1549.
O primeiro Governador Geral, Tomé de Souza, trouxe para a colônia um grupo de profissionais
construtores e a ordem do Rei D. João III para a construção de uma cidade forte.
À essa época, de acordo com Telles (1984), o termo engenheiro era usado associado à ideia de
descrever quem era capaz de construir fortificações e engenhos bélicos. Por outro lado, o autor comenta
que o termo também teve no Brasil dessa época o sentido de dono ou capataz dos engenhos para o
fabrico de açúcar, cachaça, farinha, entre outros.
Figura 3 –  Planta da cidade de Salvador, referência 1625, publicado em 1631
Fonte: Salvador, 2019.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/23
Conforme a colônia crescia, a necessidade de trazer mais engenheiros de Portugal, bem como de
enviar brasileiros para estudar na Europa, crescia. Será somente em 1810, quando Dom João VI criou a
Academia Militar do Rio de Janeiro, que se começa a formar engenheiros no país. A necessidade de
desenvolvimento, principalmente nos setores de saneamento, ferroviário e de portos marítimos,
determinou a fundação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em 1874, estendendo a profissão não só
aos militares, mas também aos civis (Moreira, 2019).
Após a implantação da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, outras cinco escolas de engenharia
foram fundadas ao longo do século XIX: a Politécnica de São Paulo em 1893; a Politécnica do Mackenzie
College; a Escola de Engenharia do Recife, em 1896; a Politécnica da Bahia; e a Escola de Engenharia de
Porto Alegre, em 1897.
A regulamentação da profissão no Brasil ocorreu em 1933, no governo de Getúlio Vargas, quando
foi promulgado o Decreto Federal n. 23.569, que regulamentou as profissões liberais de engenheiros,
arquitetos e agrimensores, e instituindo os Conselhos Federal e Regional de Engenharia e Arquitetura.
1.2 AS VÁRIAS ENGENHARIAS NO BRASIL
Atualmente, no Brasil, de acordo com a Sinopse Estatística da Educação Superior (Inep, 2018), há 40
cursos distintos voltados à Engenharia, com mais de 4000 cursos oferecidos entre Instituições de Ensino
públicas e privadas.
Quadro 1 – Engenharias no Brasil
1 Engenharia eletrotécnica
2 Engenharia elétrica
3 Engenharia industrial elétrica
4 Engenharia de computação
5 Engenharia de controle e automação
6 Engenharia de redes de comunicação
7 Engenharia de telecomunicações
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/23
8 Engenharia eletrônica
9 Engenharia mecatrônica
10 Engenharia cartográfica
11 Engenharia civil
12 Engenharia de recursos hídricos
13 Engenharia sanitária
14 Engenharia biomédica
15 Engenharia ambiental
16 Engenharia ambiental e sanitária
17 Engenharia de materiais
18 Engenharia de produção
19 Engenharia física
20 Engenharia industrial
21 Engenharia industrial mecânica
22 Engenharia mecânica
23 Engenharia metalúrgica
24 Engenharia de minas
25 Engenharia de petróleo
26 Engenharia geológica
27 Engenharia de alimentos
28 Engenharia bioquímica
29 Engenharia industrial química
30 Engenharia nuclear
31 Engenharia química
32 Engenharia têxtil
33 Engenharia aeroespacial
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/23
34 Engenharia aeronáutica
35 Engenharia automotiva
36 Engenharia marítima
37 Engenharia naval
38 Engenharia florestal
39 Engenharia agrícola
40 Engenharia de pesca
Fonte: Inep, 2018.
Dentre os cursos que se destacam pelo número de matrículas no ano de 2018, a Engenharia Civil
está em primeiro lugar, com um total de 346.827 matriculados; em segundo lugar, a Engenharia de
Produção, com 162.427 matriculados; em terceiro a Engenharia Mecânica, com 131.849 matriculados; em
quarto lugar a Engenharia Elétrica, com 108.741 matriculados (Inep, 2018).
Segue um resumo desses quatro cursos, de acordo com o Guia do Estudante (Conheça..., 2019):
Engenharia Civil: Além de projetar, gerenciar e executar obras como casas, edifícios, pontes,
viadutos, estradas, barragens, canais e portos, o engenheiro civil tem como atribuição a análise das
características do solo, o estudo da insolação e da ventilação do local e a definição dos tipos de
fundação.
Engenharia de Produção: É o ramo da engenharia que gerencia os recursos humanos, financeiros e
materiais para aumentar a produtividade de uma empresa. O engenheiro de produção é peça
fundamental em indústrias e empresas de quase todos os setores.
Engenharia Mecânica: É a área da engenharia que cuida do desenvolvimento, do projeto, da
construção e da manutenção de máquinas e equipamentos. O engenheiro mecânico desenvolve e
projeta máquinas, equipamentos, veículos, sistemas de aquecimento e de refrigeração e ferramentas
específicas da indústria mecânica.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/23
Engenharia Elétrica: O engenheiro eletricista está presente em todos os aspectos que envolvem a
energia, desde a geração, a transmissão, o transporte e a distribuição até o uso nas residências e no
comércio. Além disso, planeja, supervisiona e executa projetos nas áreas de eletrotécnica, relacionadas à
potência da energia.
É interessante observar um fenômeno comum nas Engenharias no país: a quantidade de alunos
concluintes é muito menor que a de ingressantes. Observando o número de concluintes em 2018 das
mesmas Engenharias já citadas, tem-se 43.521 concluintes para a Engenharia Civil, 19.057 concluintes em
Engenharia de Produção, 13.116 concluintes em Engenharia Mecânica e 10.582 concluintes em
Engenharia Elétrica (Inep, 2018). Há que se considerar que aumentou o número de IES (Instituições de
Ensino Superior) que oferecem cursos de Engenharia, mas o fato mais importante para justificar a
diferença entre matriculados e concluintes é que há muita desistência ao longo dos, normalmente, cinco
anos de curso.
Muitos são os obstáculos enfrentados para se cursar qualquer Engenharia, sendo os mais citados a
falta de base de conhecimento em matemática e física, a dificuldade em conciliar trabalho e estudos e as
reprovações em algumas disciplinas consideradas mais complexas.
TEMA 2 – HISTÓRICO DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Dentre as várias possibilidades de se exercer engenharia na atualidade, encontra-se a Engenharia de
Produção. De acordo com Piratelli (2005) pode-se considerar que a Engenharia de Produção surge com
a Revolução Industrial, na Inglaterra do século XVIII. Com o nascimento das indústrias verifica-se a
necessidade de se implantar métodos e técnicas que melhorassem os processos produtivos.
Assim surgiram nas fábricas técnicas e métodos de custeio, de pesquisa de mercado, de
planejamento de instalações, de estudos de arranjos físicos, programação da produção, dentre outras
atividades. Além de métodos e técnicas, surgem uma série de inventores que possibilitam essas
mudanças radicais como, por exemplo, James Watt e sua máquina a vapor, ou Edmund Cartwright com
seu tear mecânico que impulsionaram a produção de uma forma como nunca havia sido feita antes.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/23
Figura 4 – Carro movido a vapor
Crédito: Morphart Creation / Shutterstock.
Ainda na Inglaterra, conforme Piratelli (2005), no início do século XIX, Babbage publica, em 1832, o
primeiro livro relacionado à Engenharia de Produção, intitulado The Economy of Machinery and
Manufactures, sem ter a real consciência de que estaria criando uma nova disciplina,que viria a se tornar
um ramo da engenharia e uma importante atividade profissional.
No entanto, a Engenharia de Produção se consolida efetivamente nos EUA, com o surgimento e
desenvolvimento de um movimento denominado Scientific Management (Administração Científica),
preconizado por Frederick Winslow Taylor, Frank e Lillian Gilbreth, dentre outros, entre 1882 a 1912
(Piratelli, 2005).
Nesse período, a Administração Cientifica começou a ser introduzida nas indústrias por consultores
que se intitulavam Industrial Engineers (Engenheiros Industriais), como reflexo de um progressivo
desenvolvimento tecnológico. Taylor recebe o título de pai da Administração e da Engenharia de
Produção por sua obra preceder e ser mais abrangente do que outras obras que vinham empregando
técnicas e métodos para a produção.
Taylor é fundamental nesse desenvolvimento, pois durante sua vida profissional ele criou princípios,
com base nos quais as ferramentas necessárias para as ações dos operários no chão de fábrica
começaram a ser mais eficientes. Para tanto, usou de métodos que ele acreditava serem científicos, e os
aplicou nos processos produtivos e no trabalho humano.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/23
Assim surgem os quatro princípios da administração e organização racional do trabalho (ORT):
1. Desenvolvimento de uma verdadeira ciência, ou seja, substituição do critério individual do operário
por uma ciência.
2. Seleção científica do trabalhador, estudando-o e escolhendo-o de acordo com sua personalidade e
natureza da tarefa a ser exercida (buscando o homem de primeira classe).
3. Sua instrução e treinamento científico, em que o trabalhador é “experimentado”, em vez de escolher
ele próprio os processos e aperfeiçoar-se por acaso.
4. Cooperação íntima e cordial entre a direção e os trabalhadores. Dessa forma, trabalhadores e
administração deveriam fazer juntos o trabalho, de acordo com leis científicas desenvolvidas, em lugar
de deixar a solução de cada problema, individualmente, a critério do operário. (Taylor, 1970, p. 105;
118-9).
Já a Organização Racional do Trabalho trata de colocar em prática os princípios, utilizando para
tanto uma série de métodos, técnicas e ferramentas. Alguns dos elementos da ORT são:
estudo de tempo; chefia funcional; padronização de instrumentos e de movimentos de trabalho;
necessidade de seção de planejamento; princípio da exceção, ou seja, o recebimento pelos diretores de
relatórios sintéticos, cuidadosamente elaborados por assessores, que apontem somente as ideias
principais, as exceções notórias, boas ou más; uso de recursos para a economia de tempo (por exemplo,
régua de cálculo); fichas de instrução para os trabalhadores; realização de tarefa associada a altos
prêmios, se executada de forma eficaz; pagamento com gratificação diferencial; sistema mnemônico de
classificação de produtos e de ferramentas; moderno sistema de cálculo de custos; entre outros (Taylor,
1970, p. 117).
Quase ao mesmo tempo, o casal Frank e Lillian Gilbreth desenvolveu e aplicou o Estudo de Tempos
e Movimentos. Trata-se de uma técnica de análise baseada em registros fotográficos e filmagem do
ambiente de trabalho, de forma a reduzir os movimentos desnecessários de um operário ao realizar uma
atividade, tornando assim a produção mais eficiente.
Essas técnicas começam a apresentar resultados efetivos nas empresas que as utilizam, tanto com
aumento de produtividade quanto aumento de eficiência dos trabalhadores. Assim, o Engenheiro de
Produção surge como um profissional especializado em tais técnicas. O seu principal campo de atuação
nesse início era o projeto do trabalho, ou seja, a descrição do melhor método para realizar as atividades
necessárias ao processo de produção.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/23
Com o passar do tempo, essa atuação se amplia para além da manufatura e das indústrias de
produção, e o engenheiro de produção passa a trabalhar não só no setor industrial, mas também em
outras áreas, como a médico-hospitalar, a de inovação, a de desenvolvimento de produtos, a bancária,
entre várias outras, com diferentes tipos de organização, usando em especial de sistemas e simuladores
para realizar o seu trabalho.
No Brasil, os primeiros Engenheiros de Produção surgem na década de 1960, com a formatura da
primeira turma oferecida pela USP – Universidade de São Paulo. De acordo com Piratelli (2005, p. 4):
a partir de então, o mercado começa a demandar o Engenheiro de Produção em diversos setores.
Especificamente em São Paulo, as indústrias automobilísticas instaladas na região do ABC, empregavam
Engenheiros de Produção com funções semelhantes a dos Industrials Engineers norte-americanos
(planejamento e controle da produção, controle da qualidade, tempos e métodos etc.). No eixo São
Paulo-Rio de Janeiro, com a entrada dos primeiros computadores eletrônicos nas empresas, muitos
Engenheiros de Produção foram contratados para desempenhar papéis de analistas de sistemas e
programadores (devido principalmente à visão holística de empresa), caracterizando um mercado de
trabalho peculiar para a profissão.
2.1 A ABEPRO E AS ATIVIDADES ATUAIS DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A Associação Brasileira de Engenharia de Produção (Abepro) é uma instituição que representa
docentes, discentes e profissionais de Engenharia de Produção no Brasil. A associação atua desde 9 de
outubro de 1987, data de sua constituição, assumindo as funções:
de esclarecer o papel do Engenheiro de Produção na sociedade e em seu mercado de atuação, ser
interlocutor junto às instituições governamentais relacionadas à organização e avaliação de cursos
(MEC e Inep) e de fomento (Capes, CNPq , Finep e órgãos de apoio à pesquisa estaduais), assim como
em organizações privadas, junto ao Crea, Confea, SBPC, Abenge e outras organizações não
governamentais que tratam a pesquisa, o ensino e a extensão da engenharia. (Abepro, 2019)
Ao cumprir com sua função, a Abepro busca, sempre que necessário, rever o papel do Engenheiro
de Produção brasileiro, em conformidade com as necessidades do país e com as mudanças ocorridas na
profissão no demais países do mundo. Nesse sentido, no momento a Abepro estabelece, com base nas
definições do International Institute of Industrial Engineering, que:
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/23
compete à Engenharia de Produção o projeto, a implantação, a operação, a melhoria e a manutenção
de sistemas produtivos integrados de bens e serviços, envolvendo homens, materiais, tecnologia,
informação e energia. Compete ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas
para a sociedade e o meio ambiente, recorrendo a conhecimentos especializados da matemática, física,
ciências humanas e sociais, conjuntamente com os princípios e métodos de análise e projeto da
engenharia. (Abepro, 2019)
TEMA 3 – COMPETÊNCIAS DESEJADAS DO ENGENHEIRO DE
PRODUÇÃO
Para desenvolver as atividades referentes à sua profissão, o Engenheiro de Produção, como
qualquer outro profissional, precisa apresentar uma série de competências. De acordo com Medel (1998,
citado por Zarifian, 2001), uma competência profissional é uma combinação de conhecimentos, de
habilidades, de saber-fazer, de experiências, atitudes e comportamentos que se exerce em um contexto
preciso. Ela é constatada quando de sua utilização em situação profissional, passível de validação.
Conforme proposta da Abepro (2019), o engenheiro de produção deveria apresentar as seguintes
competências:
1. Ser capaz de dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e financeiros a fim de produzir, com
eficiência e ao menor custo, considerando a possibilidade de melhorias contínuas;
2. Ser capaz de utilizar ferramental matemático e estatístico para modelar sistemas de produçãoe
auxiliar na tomada de decisões;
3. Ser capaz de projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas, produtos e processos, levando em
consideração os limites e as características das comunidades envolvidas;
4. Ser capaz de prever e analisar demandas, selecionar tecnologias e know-how, projetando produtos
ou melhorando suas características e funcionalidade;
5. Ser capaz de incorporar conceitos e técnicas da qualidade em todo o sistema produtivo, tanto nos
seus aspectos tecnológicos quanto organizacionais, aprimorando produtos e processos, e produzindo
normas e procedimentos de controle e auditoria;
6. Ser capaz de prever a evolução dos cenários produtivos, percebendo a interação entre as
organizações e os seus impactos sobre a competitividade;
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/23
7. Ser capaz de acompanhar os avanços tecnológicos, organizando-os e colocando-os a serviço da
demanda das empresas e da sociedade;
8. Ser capaz de compreender a inter-relação dos sistemas de produção com o meio ambiente, tanto no
que se refere a utilização de recursos escassos quanto à disposição final de resíduos e rejeitos,
atentando para a exigência de sustentabilidade;
9. Ser capaz de utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem como avaliar a viabilidade
econômica e financeira de projetos;
10. Ser capaz de gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas empresas utilizando tecnologias
adequadas.
Figura 5 – Múltiplas competências do Engenheiro de Produção
Crédito: toyotoyo / Shutterstock.
Como cabe ao Engenheiro de Produção gerir os processos de transformação, é importante que ele
tenha uma “formação acadêmica que o capacite a reconhecer problemas e a solucioná-los, utilizando
uma ampla base científica, computacional e gerencial” (Siqueira, 2019). Nessa perspectiva, o Engenheiro
de Produção transforma seu conhecimento em soluções úteis para as organizações.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/23
Abranches, citado por Venanzi e Silva (2016), aponta que o Engenheiro de Produção deve entender
de sistemas e de máquinas, além de compreender o ser humano e suas relações de trabalho, definindo a
carreira dos Engenheiros de Produção como especial, e seus profissionais como capazes de atuar em
todos os segmentos econômicos. Ainda segundo Abranches, é a engenharia que prepara o futuro
engenheiro para aumentar o faturamento e a produtividade de qualquer indústria ou comércio. “Mas o
bom profissional tem que estar atento; falar inglês para entender e ser compreendido e saber se
relacionar com aplicativos de informática voltados à Engenharia, também faz diferença”. Além disso,
deve ter condição de transformar “um ambiente improdutivo, sem qualidade, em um ambiente
produtivo, com qualidade”. (Venanzi; Silva, 2016, p.vii)
TEMA 4 – O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E O SISTEMA CREA/CONFEA
Para ser habilitado ao exercício legal da profissão de engenheiro, é necessário registrar-se no Crea.
O Crea – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia é o órgão responsável por fiscalizar e
regulamentar as atividades profissionais da engenharia, agronomia, geologia, geografia e meteorologia,
bem como suas modalidades e especialidades, em seus níveis superior, tecnológico e técnico. Cada Crea
é uma entidade de esfera estadual e constitui a manifestação regional do Confea – Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia. Cabe a cada Crea verificar, orientar e fiscalizar o exercício profissional do
engenheiro, com a missão de defender a sociedade da prática ilegal das atividades abrangidas pelo
sistema Confea/Crea.
Assim, o sistema Confea/Crea tem por objetivo verificar o exercício e as atividades das profissões
reguladas pela Lei n. 5.194/1966, tanto no nível superior como no nível médio, buscando assegurar que
serviços “técnicos ou execução de obras com participação de profissional habilitado” sejam exercidos
“em observância aos princípios éticos, econômicos, tecnológicos e ambientais compatíveis com as
necessidades da sociedade”, estando portanto sujeitos à fiscalização do sistema “as pessoas físicas –
leigos ou profissionais – e as pessoas jurídicas que executam ou se constituam para executar serviços ou
obras de Engenharia ou de Agronomia”. (Confea, 2019)
Figura 6 – Logomarca do Sistema Crea/Confea
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/23
Fonte: Confea, 2019.
O sistema também busca credenciar as Instituições de Ensino Superior que oferecem cursos de
Engenharia, garantindo assim que a IES atende ao disposto nos art. 10, 11 e 56 da Lei n. 5.194 de 1966.
4.1 REGISTRO DE PROFISSIONAL
Profissionais diplomados nas áreas de Agronomia, Engenharia, Geologia e Meteorologia, nos níveis
superior e tecnológico, somente podem exercer a profissão no Brasil após registro no Crea e
homologação pelo Confea. Nesse sentido, após se diplomar, cabe ao profissional observar uma série de
passos para ter seu registro efetuado. São eles:
Protocolo da documentação no Crea do seu estado;
O Crea de seu estado verifica junto ao Crea-PR a atribuição de título, atividades e competências
profissionais, de acordo com a Câmara Especializada, compatibilizando as atribuições da Câmara
Especializada do Paraná com as do seu estado;
Anotação do diploma no SIC (Sistema de Informações do Confea);
Expedição, pelo Crea, da Carteira de Identidade Profissional ou da Carteira de Identidade
Provisória, conforme o caso.
A documentação exigida atualmente é a seguinte (Confea, 2019):
Original do diploma ou do certificado, registrado pelo órgão competente do sistema de ensino;
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/23
Histórico escolar com a indicação das cargas horárias das disciplinas cursadas;
Carteira de identidade, expedida na forma da lei;
Registro de Cadastro de Pessoa Física – CPF;
Título de Eleitor (quando brasileiro);
Certidão de quitação eleitoral (quando brasileiro);
Certidão de quitação com o serviço militar (quando brasileiro);
Comprovante de residência;
Duas fotografias, de frente, nas dimensões 3x4 cm, em cores, sendo recomendado o fundo branco e
sem data.
4.2 O QUE O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO PODE ASSINAR?
A Resolução n. 235, de 1975, em seu art. 1º, afirma que compete ao Engenheiro de Produção o
desempenho das atividades 01 a 18 do art. 1º da Resolução n. 218, de 1973, que discrimina as atividades
das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Tais atividades
referem-se aos procedimentos na fabricação industrial, aos métodos e sequências de produção
industrial em geral, e ao produto industrializado, seus serviços afins e correlatos.
As atividades designadas aos profissionais da Engenharia, conforme a Resolução n. 218, de 1973,
são (Brasil, 1973):
1. Supervisão, coordenação e orientação técnica;
2. Estudo, planejamento, projeto e especificação;
3. Estudo de viabilidade técnico-econômica;
4. Assistência, assessoria e consultoria;
5. Direção de obra e serviço técnico;
6. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico;
7. Desempenho de cargo e função técnica;
8. Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão;
9. Elaboração de orçamento;
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/23
10. Padronização, mensuração e controle de qualidade;
11. Execução de obra e serviço técnico;
12. Fiscalização de obra e serviço técnico;
13. Produção técnica e especializada;
14. Condução de trabalho técnico;
15. Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção;
16. Execução de instalação, montagem e reparo;
17. Operação e manutenção de equipamento e instalação;
18 Execução de desenho técnico.
Ao realizar seu curso degraduação, o profissional de Engenharia de Produção poderá, portanto,
assumir a responsabilidade técnica no que diz respeito a procedimentos na fabricação industrial, a
métodos e sequências de produção industrial em geral, e ao produto industrializado, seus serviços afins
e correlatos. “Em termos práticos, isso significa que um Engenheiro de Produção pode ser responsável
técnico em, por exemplo, projetos de layout industrial e projetos de produtos”. (Júnior, 2018).
Figura 7 – Responsabilidades do engenheiro de produção
Crédito: elenabsl / Shutterstock.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/23
TEMA 5 – O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E A ÉTICA PROFISSIONAL
O cumprimento com a ética profissional é fundamental para o exercício de qualquer profissão, na
medida em que o profissional deve estar atento à sua conduta, para que ela seja aceitável socialmente.
Nesse sentido, a ética profissional é um conjunto de determinações quanto a tais condutas. O
profissional pode estar sujeito a penalidades, na organização para a qual presta serviço, ou na sociedade
como um todo, caso as descumpra.
Em 1957, o Confea aprovou seu primeiro Código de Ética Profissional da Engenharia, Arquitetura e
Agrimensura. A partir de então, o Código de Ética Profissional tem sido revisto, de maneira a enunciar os
fundamentos éticos e as condutas necessárias à prática do engenheiro, considerando o momento e as
forças sociais. Assim, o Engenheiro de Produção segue a ética proposta para todos os profissionais da
engenharia, de acordo com o Código de Ética disponibilizado pelo Confea. O código mais recente está
em sua 10° edição, e data de 2018.
Figura 8 – Ética Confea/Crea
Fonte: Confea, 2019.
Neste Código de Ética Profissional (Confea, 2018), são enunciados os fundamentos éticos e as
condutas necessárias a uma prática correta do Engenheiro de Produção, entre outras profissões. O
código também dispõe os direitos e deveres relacionados aos profissionais engenheiros.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/23
Nele fica estabelecida qual a identidade das profissões e dos profissionais que devem. Também são
dispostos os princípios éticos que pautam a conduta do profissional, que são: qual o objetivo da
profissão; qual a natureza da profissão; o fato de ser uma profissão honrada; a questão da eficácia
profissional; como se dá a prática do relacionamento profissional; como exercer a profissão em relação à
intervenção; como funcionam a liberdade e a segurança profissionais.
O Código de Ética Profissional (Confea, 2018) dispõe dos deveres do engenheiro, que deve
preocupar-se com o ser humano e seus valores, a profissão, as relações com os clientes, empregadores e
colaboradores, além das relações com os demais profissionais e ante o meio. Enuncia as condutas
vedadas aos engenheiros quanto ao ser humano e a seus valores, e também pertinentes à profissão, às
relações com os clientes, empregadores e colaboradores, e às relações com os demais profissionais e o
meio. Igualmente, reconhece os direitos coletivos e individuais universais inerentes ao profissional
engenheiro.
Finalmente, o Código de Ética profissional (Confea, 2018, p. 39) define: “constitui infração ética todo
ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício,
pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem”.
FINALIZANDO
Nesta aula, buscamos familiarizá-lo com alguns tópicos gerais sobre a Engenharia. Assim, buscamos
entender o que é a Engenharia e o que faz um engenheiro de modo geral. Estudamos que existem
diferentes tipos de Engenharias que podem ser cursadas no Brasil, dentre elas a Engenharia de
Produção. Também conhecemos a história da Engenharia de Produção no mundo e no Brasil, quais as
atribuições e competências específicas de um Engenheiro de Produção, e, finalmente, como o
Engenheiro pode legalmente, e de forma ética, exercer sua função na sociedade.
REFERÊNCIAS
ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção. Sobre a ABEPRO. Disponível em:
<http://portal.abepro.org.br/>. Acesso em: 13 dez. 2019.
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/23
BRASIL. Resolução n. 218, de 29 de junho de 1973. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 jul. 1973.
COCIAN, L. F. E. Introdução à engenharia. Porto Alegre: Bookman, 2017.
CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. Código de Ética Profissional da
Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia. Brasília: Gerência de
Comunicação do Confea – GCO, 2018. Disponível em:
<http://www.confea.org.br/sites/default/files/uploads/10edicao_codigo_de_etica_2018.pdf>. Acesso em:
13 dez. 2019.
_____. Fiscalização. Disponível em: <http://www.confea.org.br/atuacao/fiscalizacao>. Acesso em: 13
dez. 2019.
CONHEÇA os 34 tipos de Engenharia que existem. Guia do Estudante Abril, 2019. Disponível em:
<https://guiadoestudante.abril.com.br/universidades/conheca-os-34-tipos-de-engenharia-que-
existem/>. Acesso em: 13 dez. 2019.
HOLTZAPPLE, M. T., REECE, W. D. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopse Estatística
da Educação Superior 2017. Brasília: INEP, 2018. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/basica-
censoescolar-sinopse-sinopse>. Acesso em: 13 dez. 2019.
JUNIOR, N. Por que Engenharia de Produção não é Administração com CREA? E&Produção, 30 abr.
2018. Disponível em: <https://eproducao.eng.br/por-que-engenharia-de-producao-nao-e-
administracao-com-crea/>.  Acesso em: 13 dez. 2019.
KRICK, E. V. Introdução à Engenharia. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979.
MOREIRA, H. J. F. A Escola Politécnica da UFRJ. Rede de memória virtual brasileira. Disponível em
<http://bndigital.bn.gov.br/dossies/rede-da-memoria-virtual-brasileira/ciencias/escola-politecnica-
ufrj/>. Acesso em: 13 dez. 2019.
PIRATELLI, C. L. A engenharia de produção no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO DE
ENGENHARIA – COBENGE, 33., 2005. Anais... Disponível em:
28/09/2021 19:53 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/23
<http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/14/artigos/SP-15-25046352818-1117717074687.pdf>.
Acesso em: 13 dez. 2019.
SALVADOR (Cidade). Planta da Restituição da Bahia. Guia Geográfico. Disponível em:
<http://www.cidade-salvador.com/seculo17/invasao-holandesa/planta-albernaz.htm>. Acesso em: 13
dez. 2019.
SIQUEIRA, E. W. de M. Ensino 3.0: a formação acadêmica em Engenharia de Produção pautada no
desenvolvimento de competências. In: MACHADO, M. W. K. (Org.). Engenharia de produção: what's
your plan? Ponta Grossa (PR): Atena Editora, 2019.
TAYLOR, F. W. Princípios da Administração Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1970.
TELLES, P. C. S. História da engenharia no Brasil. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos S/A,
1984.
VENANZI, D.; SILVA, O. da. Introdução à Engenharia de Produção: Conceitos e Casos Práticos. Rio
de Janeiro: LTC, 2016.
ZARIFIAN, P. Objetivo Competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.

Outros materiais