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1 Português Funções da linguagem 01 Aula 1C Apresentação Numa breve comparação entre duas formas de entendimento sobre o funcionamento de uma língua, é possível estabelecer uma divisão didática entre uma concepção “tradicional” e outra, que chamaremos de “moderna”. Os estudos da linguagem mais ligados à tradição se concentram mais no conhecimento das regras gramaticais, muitas vezes com base nas referências clássicas (latim e grego) e no uso linguístico dos grandes autores literários. De forma geral, esse estudo tradicional divide o uso da linguagem em duas categorias: o uso “correto”, ou seja, de acordo com as regras gramaticais; já o uso “incorreto” seria naturalmente aquele que contraria a gramática. Os estudos mais modernos entendem que uma língua não se restringe a uma dicotomia “certo x errado”, pois ela cumpre a função de ser um dos principais fatores de interação social entre os integrantes de uma sociedade. Por ser interativa, a língua pode variar de acordo com as intenções dos seus interlocutores. Dessa maneira, a linguagem pode cumprir funções diferentes, de acordo com as diversas finalidades que podem fazer parte de uma situação comunicativa. Assim, embora esteja compartilhando o mesmo código, a mesma língua, uma enunciação depende também da posição em que se encontram esses interlocutores, do contexto em que estão inseridos ou dos objetivos práticos dessa comunicação. Por isso, em torno de palavras e frases, há outros fatores que ajudam a determinar a linguagem utilizada em cada enunciação: Emissor Mensagem Canal Código Contexto Receptor • Emissor: o que transmite a mensagem. • Receptor: o que recebe a mensagem. • Mensagem: conteúdo transmitido na enunciação. • Canal: meio pelo qual a mensagem é transmitida. • Código: signos e as convenções de utilização desses sinais (palavras, imagens etc.). Com base nesses diversos fatores, o linguista russo Roman Jakobson (1896-1982) desenvolveu um célebre estudo, conhecido especialmente devido ao que, segundo ele, são as seis funções da linguagem: • Emotiva. • Apelativa. • Referencial. • Fática. • Poética. • Metalinguística. É muito importante conhecer essas funções, pois, além de ser uma boa reflexão sobre o funcionamento da inte- ração humana, é de grande importância em exames vestibulares, especialmente o Exame Nacional do Ensino Médio, que frequentemente cobra essa teoria. Função Emotiva A função emotiva ou expressiva ocorre quando o emissor desenvolve o enunciado para expor a si mesmo. Assim, as marcas gramaticais da função expressiva po- dem ser percebidas, naturalmente, no uso da 1a. pessoa do singular, nas interjeições de valor emotivo, utilizados especialmente na expressão de sensações, sentimentos e impressões pessoais. É possível reconhecer essa função em diversos tipos de textos: • Nos textos líricos, como em poemas e canções em que um eu poético expressa seu universo interior. Timidez Basta-me um pequeno gesto, feito de longe e de leve, para que venhas comigo e eu para sempre te leve... - mas só esse eu não farei. Uma palavra caída das montanhas dos instantes desmancha todos os mares e une as terras mais distantes... - palavra que não direi. Para que tu me adivinhes, entre os ventos taciturnos, apago meus pensamentos, ponho vestidos noturnos, - que amargamente inventei. E, enquanto não me descobres, os mundos vão navegando nos ares certos do tempo, até não se sabe quando... - e um dia me acabarei. Cecília Meireles • Em cartas de caráter pessoal. Considera, meu amor, a que ponto chegou a tua imprevidência. Desgraçado!, foste enganado e enganaste-me com falsas esperanças. Uma paixão de que esperaste tanto prazer não é agora mais que desespero mortal, só comparável à crueldade da ausência que o causa. Há-de então este afasta- mento, para o qual a minha dor, por mais subtil que seja, não encontrou nome bastante lamentá- vel, privar-me para sempre de me debruçar nuns olhos onde já vi tanto amor, que despertavam em mim emoções que me enchiam de alegria, que bas- tavam para meu contentamento e valiam, enfim, tudo quanto há? Ai!, os meus estão privados da única luz que os alumiava, só lágrimas lhes restam, e chorar é o único uso que faço deles, desde que soube que te havias decidido a um afastamento tão insuportável que me matará em pouco tempo. [...] Sóror Mariana Alcoforado – Cartas de uma freira portuguesa • Em crônicas, em que o autor escreve sobre situações cotidianas a partir de reflexões subjetivas. Foi há muito tempo, no Mediterrâneo, ou numa praia qualquer perdida na imensidão do Brasil? Apenas sei que havia sol e alguns banhis- tas; e apareceram duas meninas de vestidos com- pridos - o de uma era verde, o da outra era azul. Com certeza uma onda imprevista as molhou; elas riam muito, e agora tomavam banho de mar assim vestidas uma de azul, outra de verde. Uma devia ter 7 anos, a outra 9 ou 10; não sei quem eram, se eram irmãs; de longe eu não as via bem. Eram apenas duas meninas vestidas de cores ma- rinhas brincando no mar; e isso era alegre e tinha uma beleza ingênua e imprevista. Eu devia estar triste quando vi as meninas, mas deixei um pouco minha tristeza para mirar com um sorriso a sua graça e a sua felicidade. Senti talvez ne- cessidade de mostrar a alguém: “veja, aquelas duas meninas...” Mostrar à toa; ou, quem sabe, para re- partir aquele instante de beleza como quem reparte um pão, ou um cacho de uvas em sinal de estima e de simplicidade; em sinal de comunhão; ou talvez para disfarçar a minha silenciosa angústia. Rubem Braga – As meninas Função apelativa Enquanto a função expressiva é centrada no enunciador, a apelativa ou conativa é a que tem maior ênfase no receptor do enunciado. É possível perceber esse uso linguístico em enunciados nos quais o emissor procura se dirigir diretamente ao receptor. Naturalmente, as maiores marcas gramaticais da função conativa são as flexões em 2a. pessoa, em verbos e pronomes, os vocativos e os verbos no modo impe- rativo. Alguns exemplos de textos geralmente relacionados à função apelativa são: 2 Extensivo Terceirão • Textos injuntivos, que tem por objetivo transmitir instruções ou comandos. • Textos publicitários Função referencial Também é chamada de denotativa ou informativa. Trata-se da linguagem centrada na mensagem em si. Baseada nos aspectos textuais e situacionais, a função referencial é a que busca se utilizar de linguagem mais clara e objetiva, pois, nesse caso, o emissor está mais preocupado com a transmissão do conteúdo, com a informação. A função referencial da linguagem pode ser vista em fartos exemplos, tais como: • Textos jornalísticos, como a notícia. Parque Barigui é cenário para história de amor Por Katia Michele O parque foi local do primeiro beijo do casal. Para homenagear a mulher, o empresário Lucas Diniz Medeiros contratou até buffet ao ar livre Eles se conheceram no litoral paranaense. Um ano depois, em 2009, em meio às arvores de um dos parques mais antigos e visita- dos da cidade, deram o primeiro beijo. A história fez com que o Parque Barigui ficasse marcado na memória do casal. Por isso, quan- do se aproximou o aniversário da agora mulher Franciele Noronha Medeiros, de 29 anos, Lucas, de 22, não se fez de rogado e prepa- rou uma surpresa no mesmo local. Ele dispensou restaurantes ca- ros e convidados e focou apenas na história dos dois. “É um lugar que tem muito a ver com a nos- sa história. É muito especial para nós”. “Escondido” da mulher, contratou um buffet que se dispôs a montar a mesa ao ar livre com toda a pompa necessária. Até ilu- minação especial. Risoto de bacon e alho poró acompanhado de mig- non foi o cardápio escolhido. O empresário passou o dia pre- parando a surpresa e na hora com- binada, no último sábado (12), es- perou anoitecer e pediu para que a tia levasse Franciele vendada até o local combinado. “É um pedaço do parque em que as árvores for- mam uma espéciede teto. É um lugar lindo porque é muito espe- cial para nossa história”, conta, emocionado. Foi exatamente no local em que o casal se beijou pela primeira vez. No ano que vem, eles completam quatro anos de casados. “O que eu fiz foi tentar fazer mais do que uma homenagem, foi uma decla- ração de amor”, diz. Extraído de <http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/parque-barigui-e-cenario-para-historia-de-amor/>. Acesso em: 12/12/17 © M in ist ér io d a Sa úd e/ D ez em br o, 2 01 4 Aula 01 3Português 1C • Artigos ou reportagens de divulgação científica Descoberto remédio capaz de combater a doença de Huntington A droga, injetada na espinha, impede a mutação genética de produzir a proteína que causa a doença. Remédios atuais combatem os sintomas sem atacar a causa Por Bruno Vaiano Pesquisadores do University College de Londres anunciaram nesta segunda (11/12/17) que a primeira fase de testes de um remédio capaz de conter a evolu- ção da doença de Huntington teve resultados promis- sores. Huntington é um problema hereditário e de- generativo extremamente raro: afeta sete a cada 100 mil pessoas de ascendência europeia (as taxas podem variar de população para população). Os pacientes morrem em média 15 anos após o diagnóstico. A doença é causada por uma mutação em um único gene, que dá às células instruções para produzir uma proteína tóxica chamada huntingtina (huntingtin). A atuação dessa proteína, em longo prazo, causa al- terações bruscas de humor, depressão, movimentos involuntários, demência e paralisia. Os sintomas di- minuem tanto a qualidade de vida que até 13% dos pacientes cometem suicídio. O novo tratamento se baseia em uma droga chama- da Ionis-HTTRx, que impede o gene de dar o co- mando para a produção da proteína. Segundo o jor- nal britânico The Guardian, ela é injetada no líquido cefalorraquidiano com uma agulha de dez centíme- tros de comprimento. Os resultados do teste ainda não foram publicados em um periódico – o artigo científico será finalizado em 2018. Os testes foram feitos com uma amostra de 46 vo- luntários de ambos os sexos. Eles receberam uma injeção por mês ao longo de quatro meses, com do- ses progressivamente maiores. Aproximadamente um quarto dos pacientes foi tratado com placebo. A concentração da proteína causadora da doença caiu em todos os testes, sempre de forma proporcional à quantidade de medicamento ministrado. Extraído de < https://super.abril.com.br/saude/descoberto- -remedio-capaz-de-combater-a-doenca-de-huntington/>. Acesso em: 12/12/17 Função fática A ênfase da função fática da linguagem está no próprio canal de interlocução. A utilização dessa função é perceptível em situações nas quais a mensagem é se- cundária, pois os interlocutores estão mais concentrados em verificar a existência da interação entre eles. Exemplos disso são interjeições como “olá”, “alô”, “né”; frases como “tudo bem? ”, “como vai? ”. Repare como essas expressões muitas vezes servem mais para a manutenção do diálogo do que para a transmissão de uma mensagem. Função metalinguística Essa é a função da linguagem centrada no código, na linguagem propriamente dita. É o enunciado que busca explicar o funcionamento da linguagem. Exemplos da função metalinguística estão em qual- quer tipo de texto em que se faz uma reflexão ou uma explicação sobre a linguagem, sobre o ato de escrever ou sobre o texto em si. • Veja isso na importante obra Memórias Póstumas de Brás Cubas: Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmen- te, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a se- pulcro, traz certa contração cadavérica; vício gra- ve, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem... Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas • Os verbetes dos dicionários e as explicações grama- ticais. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010. P. 1618 • Poemas, canções e textos cujo tema seja o ato de escre- ver, como neste trecho de uma crônica de Rubem Braga. Meu Ideal Seria Escrever... Rubem Braga Meu ideal seria escrever uma história tão engra- çada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, 4 Extensivo Terceirão risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- “ai meu Deus, que história mais engraçada!”. E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente es- pantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enluta- da, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvin- do o próprio riso, e depois repetisse para si própria - “mas essa história é mesmo muito engraçada!”. Que um casal que estivesse em casa mal-humo- rado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da his- tória, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencon- trassem os dois a alegria perdida de estarem juntos. [...] Função poética Das seis funções estudadas nesta aula, a poética se caracteriza pelo uso artístico, criativo, da linguagem. Esse uso é mais comum entre escritores, cartunistas, compositores, humoristas etc. As marcas gramaticais da função poética são per- ceptíveis na exploração dos recursos expressivos da linguagem, como a conotação, a sonoridade, jogos de palavras e significados. • Abaixo, o início de Iracema (José de Alencar). Embora seja uma narrativa em prosa, esse romance possui ritmo próprio da linguagem poética. Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba; Verdes mares que brilhais como líquida esme- ralda aos raios do Sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros. Serenai verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas. • Repare a mistura de linguagem verbal e não verbal nesta obra de Millôr Fernandes: Observações: 1. Como foi possível ver pelos exemplos, a fun- ção poética da linguagem não se manifesta apenas em poemas. Ela se encontra em qual- quer texto que possua finalidade artística e criativa. 2. Embora seja possível perceber nos textos uma função predominante, é perfeitamente possí- vel que diferentes funções da linguagem este- jam presentes num mesmo texto. Na música Papo Cabeça, de Lulu Santos, por exemplo, três funções da linguagem se misturam: poética, fática e emotiva. Como vai você hoje em dia? Espero que esteja tudo bem Eu ando tentando ver o lado zen O que é que nos ensinam Nossos mesmos velhos males Aonde você tem andado? Sempre me perguntam por você Eu tô indo a vida Com a determinação de um trem Como um faminto em um prato de comida Pois sempre houve espinhos Nas rosas de qualquer jardim E se há calor no ninho Há pedras no caminho E ainda assim é belo Millôr Fernandes – Novocabulário I. Extraído de <http://www2.uol.com.br/ millor/aberto/classicos/084.htm> acesso em 12/12/17 • Jogos de palavras e significados, como na estrofe de Gregório de Matos. Anjo no nome,Angélica na cara, Isso é ser flor, e Anjo juntamente, Ser Angélica flor, e anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformara? © M ill ôr F er na nd es Aula 01 5Português 1C Assimilação 01.01. (CFT – MG) – Leia o texto a seguir: PREVENÇÃO CONTRA ASSALTOS “Como os assaltos crescem dia a dia, não po- dendo contê-los, a PM, sabiamente, dá conselhos aos cidadãos para serem menos assaltados: I. Não demonstre que carrega dinheiro. II. Jamais deixe objetos à vista, dentro do carro. III. Levante todos os vidros, mesmo em movimen- to. IV. Não deixe documentos no veículo. (...)” (FERNANDES, Millôr. Prevenção contra assaltos. In: TERRA, Ernani & NICOLA, José. “Curso prático de língua, literatura e redação.” São Paulo: Scipione, 1997. v. 1, p. 36 ) Nesse fragmento, a função da linguagem predominante é a) fática. b) emotiva. c) conativa. d) referencial. Instrução: texto para a próxima questão. Testes Que solta a pipa pensando em voar Para não ver o barraco que era o seu lar Periferia lado bom o que você me diz Alguns motivos pra te deixar feliz Longe do álcool, longe do crime. Sua paz é você que define. E nessa pipa no céu eu vi planar A paz necessária para se avançar Ânimo, positivismo em ação. Hip-Hop cultura de rua e educação Foi assim que criaram e assim que tem que ser O mestre de cerimônia rimando pra você Enquanto o DJ troca as bases O grafiteiro pinta todo contraste Da favela pro mundo O caminho do rap pelo estudo Por isso eu não me iludo Roupa de marca não é meu escudo Detentos já te disse no começo E estudar do sucesso é o preço Porque a fama não cabe num coração pequeno Então positivismo pra vencer vai vendo (...) (http:/www.misixmatch.com - acesso em: 11/05/2018) LADO BOM Ferréz Periferia tem seu lado bom Manos, vielas, e futebol no campão. Meninas com bonecas e não com filhos Planejando assim um futuro positivo Sua paz é você que define. Longe do álcool, longe do crime. A escola é o caminho do sucesso Pro pobre honrar desde o começo E dizer bem alto que somos a herança De um país que não promoveu as mudanças Sem atrasar ninguém rapaz Fazendo sua vida se adiantar na paz Jogando bolinha, jogando peão Vi nos olhos da criança a revolução 01.02. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa que contém uma afirmativa INCORRETA a) O verso “E estudar do sucesso é o preço” pode ser consi- derado um hipérbato. b) No texto, não há marcas de oralidade. c) Percebe-se que há, na canção, mais de uma função de linguagem, como, por exemplo, a emotiva e a poética. d) Há rimas ricas e pobres ao longo de toda a canção. 01.03. (IF – CE) – Analise as frases a seguir. I. Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado. II. José, vem cá! III. Alô, quem fala? IV. O sol é uma estrela de quinta grandeza. 6 Extensivo Terceirão Levando-se em consideração as funções da linguagem, é correto afirmar-se que as frases acima são caracterizadas respectivamente, pelas funções a) I. referencial, II. fática, III. emotiva, IV. apelativa. b) I. referencial, II. emotiva, III. fática, IV. metalinguística. c) I. apelativa, II. fática, III. conotativa, IV. referencial. d) I. metalinguística, II. apelativa, III. fática, IV. referencial. e) I. metalinguística, II. fática, III. emotiva, IV. apelativa. 01.04. (UFAL) – Está INCORRETA a classificação da função da linguagem na frase: a) Comunicação é a transferência de informação por meio de mensagem=Função Metalinguística. b) Psiu! Atenção! Olhe aqui! aonde vai?=Função Fática. c) Não percas tempo em mentir. Não te aborreças=Função Apelativa. d) Nem todos os alunos são capazes de valorizar devidamen- te a escola onde estudam = Função Referencial. e) Os moradores da periferia dirigiam-se ao prefeito solici- tando verbas para a canalização do rio = Função Emotiva. Aperfeiçoamento 01.05. (IF – CE) – Leia os textos abaixo e indique a alternativa que contém, respectivamente, a classificação correta quanto à função da linguagem neles predominante. (Texto I) “Entendo que poesia é negócio de grande res- ponsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor de coto- velo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Até os poetas se armam, um poeta desar- mado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos.” (Carlos Drummond de Andrade) (Texto II) “Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambien- te, por exemplo, em apreender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de preco- ce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo, aliás, atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais”. (Clarice Lispector) (Texto III) Era um homem bem vestido Foi beber no botequim Bebeu muito, bebeu tanto Que saiu de lá assim . Millôr Fernandes. Trinta nos de mim mesmo. Nórdica. a) Referencial – apelativa – poética. b) Fática – poética – apelativa. c) Metalinguística – emotiva – poética. d) Poética – metalinguística – emotiva. e) Metalinguística – referencial – emotiva. 01.06. (IF – SP) – Observe o texto adaptado abaixo. Zika vírus: saiba mais sobre transmissão, sintomas e tratamento Vírus da mesma família da dengue foi identificado no Brasil pela 1ª. vez. Zika é da mesma família que dengue, mas muito menos agressivo. Do G1, em São Paulo Aedes aegypti, que transmite dengue e chikungunya, também pode transmitir o zika vírus (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP) O zika vírus foi identificado no Brasil pela pri- meira vez no final de abril por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Perten- cente à mesma família dos vírus da dengue e da febre amarela, o zika é endêmico de alguns países da África e do sudeste da Ásia. Veja perguntas e respostas sobre a doença: Como ocorre a transmissão? Assim como os vírus da dengue e do chikun- gunya, o zika também é transmitido pelo mosqui- to Aedes aegypti. A prevenção, portanto, segue as mesmas regras aplicadas a essas doenças. Evitar a água parada, que os mosquitos usam para se re- produzir, é a principal medida. Aula 01 7Português 1C Quais são os sintomas? Os principais sintomas da doença provocada pelo zika vírus são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular. Segundo a infectologis- ta Rosana Richtmann, a boa notícia é que o zika vírus é muito menos agressivo que o vírus da dengue: não há registro de mortes relacionadas à doença. A evolu- ção é benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias. Como é o tratamento? Não há vacina nem tratamento específico para a doença. Segundo informações do Ministério da Saúde, os casos devem ser tratados com o uso de paracetamol ou dipirona para controle da febre e da dor. Assim como na dengue, o uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por cau- sa do risco aumentado de hemorragias. 01.07. (IF – AL) – As funções da linguagem relacionam-se conceitualmente à ideia de que, nas diversas situações de comunicação, um dos seis elementos que compõem esse processo – a saber, emissor, receptor, mensagem, código, referente e canal – prevalece sobre os demais. Em relação ao texto acima, no tocante a esse fenômeno, indique a alternativa correta. a) A função da linguagem predominante é a fática, que testa o canal, pois se verifica no texto uma reflexão sobre esse elemento, isto é, a língua. b) A predominância é da mensagem, para a qual o autor chama a atenção, pretendendo ensinar um conteúdo de forma didática. c) Visto que se trata de uma problematização sobre o próprio código, o texto tem caráter eminentemente metalinguístico. d) Como há uma preocupação do autor em revelar suas ideias e emoções no texto, a centralidade da mensagem recai sobre o emissor. e) Porque mantém umtom literário, o texto tem como fun- ção da linguagem predominante a poética, o que justifica as metáforas presentes nele. Instrução: O texto que segue servirá para a questão abaixo. A análise sintática tem sido causa de crônicas e incômodas enxaquecas nos alunos de ensino médio. É que muitos professores, por tradição ou por comodismo, a têm transformado no pró- prio conteúdo do aprendizado da língua, como se aprender português fosse exclusivamente aprender análise sintática. O que deveria ser um instrumento de trabalho, um meio eficaz de aprendizagem, passou a ser um fim em si mes- mo. Ora, ninguém estuda a língua só para saber o nome, quase sempre rebarbativo, de todos os componentes da frase. Vários autores e mestres têm condenado até mesmo com veemência o abuso no ensino da análise sintática. Não obstante, o assunto conti- nua a ser, salvo as costumeiras exceções, o “prato de substância” da cadeira de português no ensi- no fundamental. Apesar disso, ao chegar ao fim do curso, o estudante, em geral, continua a não saber escrever, mesmo que seja capaz de destrin- char qualquer estrofe camoniana ou qualquer período barroco de Vieira, nomenclaturando de- vidamente todos os seus termos. Então, “pra que análise sintática?” – perguntam aflitos alunos e mestres por esse Brasil afora. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. Rio de Janeiro: FGV, 2010, p. 31. É correto afirmar que, no que tange às funções da linguagem, o texto acima é um exemplo de Função a) Referencial ou Denotativa. c) Apelativa ou Conativa. e) Metalinguística. b) Expressiva ou Emotiva. d) Fática. Instrução: O texto abaixo serve de referência para responder à questão a seguir. Será que os dicionários liberaram o ‘dito-cujo’? Por Sérgio Rodrigues Brasileirismo informal, termo não está proibi- do, mas deve ser usado de forma brincalhona O registro num dicionário não dá certificado au- tomático de adequação a expressão alguma: signifi- ca apenas que ela é usada com frequência suficiente para merecer a atenção dos lexicógrafos. O substan- tivo “dito-cujo”, que substitui o nome de uma pessoa que já foi mencionada ou que por alguma razão não se deseja mencionar, é um brasileirismo antigo e, de certa forma, consagrado, mas aceitável apenas na linguagem coloquial. Mais do que isso: mesmo em contextos informais seu emprego deve ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, como ano- tam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e o Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve “dito-cujo” deixe claro que está se afastando consci- entemente do registro culto. Exemplo: “O leão procurou o gerente da Met- ro e se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca de alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa de suas “Fábulas fabulosas”. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/ consulto- rio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. Acesso em: 13 nov. 2015. (Texto adaptado) 8 Extensivo Terceirão 01.08. (IF – AL) – Com relação aos elementos da comunicação e às funções da linguagem, marque a alternativa que expressa uma afirmação verdadeira. a) Há uma incidência da função conativa da linguagem, pois o objeto da comunicação é a reflexão sobre a própria linguagem. b) Pode-se notar uma preocupação com o arranjo da linguagem, fenômeno que caracteriza a presença da função poética. c) O foco recai sobre o emissor da mensagem, para quem a atenção do interlocutor se volta, objetivando estabelecer um diálogo. d) Fica evidente a preocupação em discutir o código linguístico, o que revela a predominância da função metalinguística. e) Focaliza-se o destinatário da mensagem, a quem se quer explicar um problema; por isso, predomina a função apelativa da linguagem. Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. Depois de maio de 1940, os bons momentos foram poucos e muito espaçados: primeiro veio a guerra, depois, a capitulação, em seguida, a chegada dos alemães, e foi então que começaram os sofrimentos dos ju- deus. Nossa liberdade foi gravemente restringida com uma série de decretos antissemitas: os judeus deveriam usar uma estrela amarela; os judeus eram proibidos de andar nos bondes; os judeus eram proibidos de andar de carro, mesmo em seus próprios carros; os judeus deveriam fazer suas compras entre três e cinco horas da tarde; os judeus só deveriam frequentar barbearias e salões de beleza de proprietários judeus; os judeus eram proibidos de sair às ruas entre oito da noite e seis da manhã; os judeus eram proibidos de frequentar teatros, cinemas ou qualquer outra forma de diversão; os judeus eram proibidos de ir a piscinas, quadras de tênis, campos de hóquei ou qualquer outro campo esportivo; os judeus eram proibidos de ficar em seus jardins ou nos de amigos depois das oito da noite; os judeus eram proibidos de visitar casas de cristãos; os judeus deveriam frequentar escolas judias etc. Você não podia fazer nem isso nem aquilo, mas a vida continuava. (O diário de Anne Frank. Trad. Alves Calado. 50. ed. Rio; São Paulo: Record, 2015, p. 18) 01.09. (IF – AL) – No trecho extraído do livro O diário de Anne Frank, quanto aos elementos da comunicação e às funções da linguagem, é certo afirmar que: a) ainda que seja um trecho de um diário, não se pode ver nesse excerto a centralidade no emissor nem, por conseguinte, a manifestação da função emotiva da linguagem. b) como está explicando eventos que fazem parte da narrativa, o recorte acima se faz com predominância da função meta- linguística, que está adequada às necessidades discursivas do enunciado. c) no excerto, nota-se um cuidado especial com o emissor, o que gera a proeminência da função poética da linguagem, uma vez que o texto é literário. d) a função poética da linguagem, que predomina nesse texto, decorre da centralidade do código, para o qual se chama a atenção. e) o assunto é o elemento mais importante dessa mensagem, razão por que se manifesta ao longo dela a função fática da linguagem, como se espera de um texto que se faz seguindo os padrões do gênero discursivo diário. 01.10. Considere a tirinha. (BROWNW, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível – v.1. Porto Alegre: L&PM, 2009.) Considerando a tirinha, pode-se concluir que nela está presente a função da linguagem denominada a) fática, pois vários termos, embora desprovidos de significado, permitem o início do processo comunicativo. b) metalinguística, pois se reflete sobre o valor das palavras, isto é, sobre o uso da língua e sua função social. c) apelativa, pois está ausente a intenção de atingir o receptor com o intuito de modificar o seu comportamento. d) emotiva, pois o eu lírico pode expressar livremente as emoções com as quais está em conflito. e) poética, pois o importante é passar as informações de forma clara e objetiva, desprezando-se a preocupação com a ela- boração da linguagem. Aula 01 9Português 1C Aprofundamento Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. Literatura Indígena Ainda não há consenso sobre o uso da expressão Literatura Indígena. Afinal, sob o conceito de “indí- gena” reconhecem-se, atualmente, segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Es- tatística (IBGE), 305 grupos étnicos, com culturas e histórias próprias, falando 274 línguas. Portanto, encontrar uma denominação de referência geral não é muito simples. Outras expressões, embora menos usadas, vêm se apresentando na tentativa de carac- terizar esse campo de interesse, como Literatura Nativa, Literatura das Origens, Literatura Amerín- dia e Literatura Indígena de Tradição Oral. Próxima a essas, mas já com significado e alcance próprio, ainda contamos com Literatura Indianista, para se referir à produção do Romantismo brasileiro do sé- culo XIX de temática indígena, como os versos de Primeiros Cantos (1846) e de Os Timbiras (1857), de Gonçalves Dias, e os romances O Guarani (1857) e Iracema (1865), de José de Alencar. Diantedesse quadro, quando usamos, hoje, a expressão Literatu- ra Indígena, uma questão, necessariamente, ainda se apresenta: quais objetos ela incorpora ou para quais aponta ou tem apontado? Em perspectiva ampla, diríamos que essa produ- ção cultural assinala textos criativos em geral (orais ou escritos) produzidos pelos diversos grupos indí- genas, editados ou não, incluindo aqueles que não se apresentam, em um primeiro momento, como constituídos a partir de um desejo especificamente estético-literário intencional, como as narrativas, os grafismos e os cantos em contextos próprios, ritua- lísticos e cerimoniais. Parte dessa produção ganha visibilidade com os registros realizados por antro- pólogos e pesquisadores em geral. Outra parte surge por meio de levantamentos realizados por profes- sores atuantes em cursos de licenciatura indígena e dos próprios alunos desses cursos, oriundos de várias etnias. Estima-se que 1564 professores indí- genas estavam em formação no ano de 2010, em cursos financiados pelo Programa de Apoio à For- mação Superior e Licenciaturas Interculturais Indí- genas (PROLIND), do Ministério da Educação. Em perspectiva restrita, a expressão Literatura Indígena tem sido utilizada para designar aqueles textos editados e reconhecidos pelo chamado sis- tema literário (autores, público, críticos, mercado editorial, escolas, programas governamentais, le- gislação), como sendo de autoria indígena. Um marco importante se dá em 1980, ano de publi- cação do considerado primeiro livro de autoria indígena com tais características, intitulado An- tes o Mundo não Existia, de Umúsin Panlõn & Tolamãn Kenhíri, pertencentes ao povo Desâna, do Alto Rio Negro/AM. A partir das licenciaturas indígenas, assistimos, na década de 1990, ao in- cremento dessa produção editorial. Carlos Augusto Novais. Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG / Faculdade de Educação / Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita-CEALE. Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbe- tes/literatura-indigena>. Acesso em: 14 março 2016. 01.11. (IF – CE) – Sobre as funções da linguagem, é correto afirmar-se que a) no texto predomina a função fática, por dar ênfase à litera- tura nacional, por reverenciar enfaticamente o movimento literário Indianista. b) no texto predomina a função referencial, por expor fatos e dados e por colocar em evidência o referente, ou seja, a mensagem à qual se refere, que é a definição de literatura indígena. c) no texto predomina a função poética, por relatar períodos literários nacionais, em especial, o Indianismo, que foi um movimento literário expressivo tanto na prosa quanto na poesia. d) no texto predomina a função metalinguística, pois explica a literatura utilizando-se dela própria, sendo característico desta função utilizar o código para se referir a ele próprio. e) no texto predomina a função conativa, por ser pungente a tentativa de persuadir o leitor a ler mais obras da literatura indígena nacional. Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. Fofoca: uma obra sem autor O próprio som da palavra fofoca dá a ela um certo ar de frivolidade. Fofoca, mexerico, coisa sem importância. Difamação é crime, mas fofoca é só uma brincadeira. O que seria da vida sem um bom diz que me diz que, não? Não. Dispenso fofocas e fofoqueiros. Quando alguém se aproxima de mim, segura no meu bra- ço e olha para o lado antes de começar a falar, já sei que vem aí uma lama que não me diz respeito. Se não tiver como fugir, deixo que a indiscrição entre por um ouvido e saia pelo outro, dando as- sim o pior castigo para o meu interlocutor: não passarei adiante nem uma palavra. Não recuso uma olhada na revista Caras, es- pecialista em entregar quem dormiu com quem, quem traiu quem, quem faliu, quem casou, quem separou. É a única publicação do gênero que passa alguma credibilidade, porque sei que os envolvidos foram escutados, deram declarações por vontade própria, deixaram-se fotografar. São fofocas profissionais, consentidas e quase sempre assinadas. Fofoca anônima é que é golpe baixo. 10 Extensivo Terceirão A fofoca nasce na boca de quem? Ninguém sabe. Ouviu-se falar. É uma afirmação sem fonte, uma suspeita sem indício, uma leviandade órfã de pai e mãe. Quem fabrica uma fofoca quer ter a sensação de poder. Poder o quê? Poder divul- gar algo seu, ver seu “trabalho” passado adiante, provocando reações, mobilizando pessoas. Quem dera o criador da fofoca pudesse contribuir para a sociedade com um quadro, um projeto de ar- quitetura, um plano educacional, mas sem talento para tanto, ele gera boatos. Quem faz intrigas sobre a vida alheia quer ter algo de sua autoria, uma obra que se alastre e cresça, que se torne pública e que seja muito co- mentada. Algo que lhe dê continuidade. É por isso que fofocar é uma tentação. Porque nos dá, por poucos minutos, a sensação de ser portador de uma informação valiosa que está sendo gentil- mente dividida com os outros. Na verdade, está-se exercitando uma pequena maldade, não prevista no Código Penal. Fofocas podem provocar lesões emocionais. Por mais inocente ou absurda, sempre deixa um rastro de desconfiança. Onde há fumaça há fogo, acreditam todos, o que transforma toda fofoca numa verdade em potencial. Não há fofoca que compense. Se for mesmo verdade, é uma bala perdida. Se for mentira, é um tiro pelas costas. MEDEIROS, Martha. Almas gêmeas, 20 set. 1999. Disponível em: <http:// almas.terra.com.br/martha/martha_2D_09.htm/>. Acesso em: 7 dez. 2005. 01.12. (IF – CE) – A função da linguagem predominante no texto é a a) referencial. b) metaliguística. c) apelativa. d) poética. e) expressiva. Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se tam- bém que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo di- vina para dar. Clarice Lispector Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase>. Acesso em: 30 mai. 2012. Sendo este um jornal por excelência, e por ex- celência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga- -se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente, pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas caden- tes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma aju- da é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que 01.13. (EPCAR – MG) – Quanto à classificação do gênero textual e à função da linguagem predominante no texto, pode-se dizer que se trata de uma/um a) carta com função da linguagem apelativa. b) anúncio com função da linguagem referencial. c) poema com função da linguagem poética. d) classificado com função da linguagem emotiva. Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. Oficina irritada Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever. Eu quero pintar um soneto escuro, seco, abafado, difícil de ler. Quero que meu soneto, no futuro, não desperte em ninguém nenhum prazer. E que, no seu maligno ar imaturo, ao mesmo tempo saiba ser, não ser. Esse meu verbo antipático e impuro há de pungir, há de fazer sofrer, tendão de Vênus sob o pedicuro. Ninguém o lembrará: tiro no muro, cãomijando no caos, enquanto Arcturo, claro enigma, se deixa surpreender. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. 39.ed.Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 188) Aula 01 11Português 1C 01.14. (IF – AL) – Com base na leitura do poema de Carlos Drummond e nos seus conhecimentos acerca das funções da linguagem, assinale a alternativa correta. a) Estão presentes as funções poética e metalinguística da linguagem, uma vez que o texto chama a atenção para o arranjo singular da mensagem e discute o código. b) Estão presentes as funções fática e poética da linguagem, pois, no texto, há o teste do canal e um arranjo singular da mensagem. c) Está presente apenas a função poética, já que o texto, sendo um poema, não permite a presença de outra função da linguagem. d) Estão presentes as funções referencial e poética, porque, no texto, a atenção recai tanto sobre o referente quanto sobre a mensagem. e) Estão presentes as funções poética e conativa, já que há uma centralidade, ao mesmo tempo, na mensagem e no receptor. Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. plos de casos em que o vegetal pode sofrer danos. “Se levar um exemplar para a Europa durante o inverno, ele dificilmente sobreviverá fora de um vaso ou de ambiente protegido”. Disponível em: <http:// www.blogdoscuriosos.com.br> . Acesso em: 19 out. 2013. (Adaptado) A jabuticaba só nasce mesmo no Brasil? Em seu discurso de agradecimento pelo prê- mio de Economista do ano em 2003, Pérsio Arida, um dos idealizadores do Plano Real, utilizou um argumento inusitado para justificar a taxa de juros de equilíbrio de 8% ao ano no Brasil. “Certas coi- sas são iguais à jabuticaba, só ocorrem no Brasil”, explicou ele na época. Rapidamente, jornalistas e intelectuais passaram a citar a frase como parte da chamada “Teoria da Jabuticaba”, com o objetivo de explicar em seus textos o porquê de alguns fe- nômenos só acontecerem no Brasil. Se nas Ciências Humanas a tal teoria parece fazer sucesso, do ponto de vista biológico ela está equivocada. Quem garante isso é o pesquisador da APT (Agência Paulista de Tecnologia dos Agro- negócios) Eduardo Suguino que tratou de derru- bar alguns mitos sobre a ocorrência do famoso fruto. “A jabuticaba pode até ser nativa do Brasil, mas não ocorre só aqui”, explicou. “Ela já apare- ceu em países como Argentina e México em sua forma natural”. Ainda de acordo com Suguino, a jabuticabeira pode ser cultivada em qualquer canto do plane- ta. Como se trata de uma planta propagada por semente, são necessárias apenas três condições para que ela se desenvolva: água, oxigênio e calor. Mesmo assim, ele faz questão de ponderar sobre a suposta universalidade do tradicional vegetal. “Apesar de possuir essa capacidade de ser culti- vada em qualquer lugar, a jabuticabeira pode ser prejudicada por alguns fatores ambientais”, afir- ma. Depois, o pesquisador ainda forneceu exem- 01.15. (IF – SP) – De acordo com o texto, pode-se afirmar que a função da linguagem utilizada predominantemente pelo autor é a) a emotiva, pois está centrada em depoimentos subjetivos de pesquisadores que desejam demonstrar seus senti- mentos em relação às jabuticabeiras. b) a apelativa, já que seu objetivo é o de convencer o leitor a plantar uma jabuticabeira, porque é necessário água, oxigênio e calor para que se desenvolva. c) a referencial, pois faz uso da impessoalidade, marcada pelos verbos na terceira pessoa tais como “utilizou”, “ex- plicou” e “passaram”. d) a metalinguística, já que se trata de um texto de caráter científico cujo principal assunto é a ciência do plantio de jabuticaba por toda parte. e) a poética, uma vez que a ênfase está na construção da mensagem a partir da sonoridade e do ritmo explorados nas palavras “jabuticabas” e “jabuticabeiras”. Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. Aprenda a chamar a polícia... Eu tenho o sono muito leve, e numa noite des- sas notei que havia alguém andando sorrateira- mente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas jane- las e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente. Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e dis- seram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma: — Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara! Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, 12 Extensivo Terceirão 01.16. Sobre o texto, assinale a alternativa correta. I. Há marcas da função referencial da linguagem quando relata fatos de modo objetivo. II. Há marcas da função fática da linguagem, principalmente quando a personagem fala com a central de polícia. III. A função da linguagem predominante é a apelativa, porque a intenção do texto é o convencer os policias a virem atender um pedido. a) As alternativas I e II estão corretas. b) As alternativas I e III estão corretas. c) Todas as alternativas estão corretas. d) Apenas a alternativa I está correta. e) Apenas a alternativa III está correta. 01.17. (FUVEST – SP) – Observe esta gravura de Escher: Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de re- cursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com frequência, a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece extremamente intrigante. b) nos textos publicitários, quando se comparam dois pro- dutos que têm a mesma utilidade. c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata. d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso. e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada sequência de operações. Instrução: Observe a imagem para responder à questão a seguir. 01.18. (UERJ) – Pode-se definir “metalinguagem” como a linguagem que comenta a própria linguagem, fenômeno presente na literatura e nas artes em geral. O quadro A perspicácia, do belga René Magritte, e um exemplo de metalinguagem porque: a) destaca a qualidade do traço artístico. b) mostrar o pintor no momento da criação. c) implica a valorização da arte tradicional. d) indica a necessidade de inspiração concreta. Desafio Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. O Brasil conheceu em 2015 a pior epidemia de dengue de sua história. Segundo o Ministério da Saú- de, foram notificados mais de 1,5 milhão de possíveis casos da doença, que resultaram em 811 mortes. Viu, além disso, a chegada do vírus zika, que ra- pidamente se espraia pelo território. Dados oficiais estimam em ao menos 500 mil o número de possí- veis contaminações por esse agente infeccioso. A princípio considerado pouco perigoso, o zika tornou-se motivo de inquietação após ser confirmada a relação entre o vírus e o nascimento de bebês com microcefalia. Tais números evidenciam as diversas falhas no combate ao mosquito transmissor dos dois pató- genos, o famigerado Aedes aegypti. Como se não bastasse, é provável que esse qua- dro se agrave em 2016. Dados oficiais mostram 199 municípios sob risco de novas epidemias de dengue, zika e chikungunya e 665 em situação de alerta – cifras mais expressivas do que as registra- das no ano passado. Diante de tal situação, seria de se esperar que as autoridades buscassemcom máxima presteza todos os meios para enfrentar a doença e o seu transmissor. O sentido de urgência, entretanto, parece não contaminar a burocracia nacional. Folha de S. Paulo, 11 de dezembro de 2015 (fragmento). uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles prenderam o la- drão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia. No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse: — Pensei que tivesse dito que ti- nha matado o ladrão. Eu respondi: — Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível. Luís Fernando Veríssimo Disponível em: <http://pensador.uol.com.br>. Acesso em: 21 Set. 2013. Aula 01 13Português 1C 01.19. (UFU – MG) – Com base no texto acima, faça o que se pede. a) Considerando que o texto exempli- fica um editorial, apresente 3 (três) características que o enquadram nesse gênero. b) Qual é a função da linguagem predominante desse texto, levan- do em consideração os recursos linguísticos empregados pelo au- tor? Justifique sua resposta com fragmentos do texto. 01.20. (UFU – MG) – Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir. Texto I Art. 3º - Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à li- berdade, à dignidade, ao res- peito e à convivência familiar e comunitária. BRASIL. Lei nº. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em: <https://goo.gl/ bZiD4Q>. Acesso em: 12 mar. 2018. Texto II BRASIL. Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Balanço anual 2016. Disponível em: <https://goo. gl/W59kFm>. Acesso em: 12 abr. 2018. a) Indique a função da linguagem predominante no texto I e justifique sua resposta. b) Considerando-se o total de 140.350 relatos de violência à Central de Atendi- mento à Mulher, escreva um parágrafo com, no máximo 9 linhas, a partir do texto II, cuja função da linguagem predominante seja a referencial. 14 Extensivo Terceirão Produção de textos Proposta 01 (UNICAMP – SP) – Como voluntário(a) da biblioteca Barca dos Livros, você ficou responsável por escrever o texto de apresen- tação de uma campanha de arrecadação de fundos para a instituição. Em seu texto, que estará disponível no site da Barca dos Livros, apresente, com base na notícia abaixo, o histórico e as ações da biblioteca, mostrando a importância das doações para a continuidade do projeto. Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro Em 2014, a Barca dos Livros foi eleita a melhor biblioteca comunitária do país pelo Ministério da Cultura e da Educação. Graças ao trabalho de voluntários apaixonados por literatura e que a consideram uma arte funda- mental para a infância, a instituição vem há quase uma década formando leitores e promovendo a cultura em Florianópolis. Precisa, no entanto, de um impulso material para que continue existindo. Para chegar ao posto de referência no país, a Barca dos Livros navegou por mares calmos e revoltos. Hoje, nove anos e dois meses depois da inauguração, conta com um precioso acervo de 15 mil livros, dois terços dos quais de literatura in- fantil e infanto-juvenil, aproximadamente 5 mil carteirinhas de sócios e a incerteza do futuro. Desde maio do ano passado, está com o aluguel atrasado na atual sede, um espaço de 125 m² no Lagoa Iate Clube. “Estamos sem nenhum patrocínio, convênio, subvenção. Além do aluguel, estamos devendo também o salário de três funcionários. A Barca é tocada por voluntários. Acontece que nunca foi fácil, mas nunca esteve a ponto de quase fechar” – lamenta a coordenadora do projeto, Tânia Piacentini. De 2010 até maio do ano passado, um convênio com a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes garantia o pagamento do aluguel, no valor de R$ 6,5 mil por mês. Mas a parceria não foi renovada. “Todas as atividades são gratuitas. Apenas para os passeios de barco com contação de histórias, realizados no segundo sábado de cada mês, é cobrado o valor de 5 reais para adultos que acompanham as crianças. Nosso material, espaço, livros, tudo é renovado graças ao trabalho dos voluntários. Precisamos de parceiros fixos que queiram ajudar.” Acolhimento literário De 2007 até hoje, os voluntários da Barca viram crianças que engatinhavam lerem as primeiras palavras e depois amarem a leitura. Despertaram a paixão pela ficção, contaram histórias, viram mães com bebês de colo pegando no sono nos confortáveis sofás da sala de leitura, aconchegadas pelo ambiente de acolhimento literário. Nascida em Nova Veneza, sul do Estado, há 68 anos, Tânia Piacentini começou a dar aulas aos 14 anos. Cursou Letras e fez mestrado e doutorado na área de educação e literatura. Foi a primeira representante de Santa Catarina, nos anos 1970, a selecionar livros para a Fundação Nacional do Livro Infantil, que a cada ano premia as melhores publicações para crianças e jovens. Duas décadas depois, com o aumento de livros editados para esse público – quando começou, eram no máximo 10 por ano, hoje são cerca de 1.200 novas edições –, passou a convidar pessoas para ajudar a sele- cioná-los. Daí surgiu um núcleo de 25 leitores e especialistas que formou a Sociedade Amantes da Leitura, ONG que criou e sustenta legalmente a Barca. “Nem sabíamos que ficaria grande. Queremos continuar e aumentar o atendimento. Abrir ao público todos os dias é um sonho. Temos que estar disponíveis e manter a qualidade. Mas sem dívidas pessoais e crises financeiras”, suspira Tânia. Hoje a Barca abre ao público de terça a sábado, das 14 às 20 horas – chegou a ser de terça a domingo, em três turnos. Mesmo com as dificuldades, promove atividades semanais, como A Escola Vai à Barca (que recebe alunos de escolas da rede pública e particular), palestras, saraus para adultos, lançamentos de livros, leituras coletivas de livros e passeios mensais de barco pela Lagoa da Conceição. O cadastro custa 1 real e dá ao pequeno sócio uma carteirinha que permite pegar três obras emprestadas por 15 dias. Mais informações sobre a programação no site da Barca dos Livros. (Adaptado de Carol Macário, Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro. Disponível em: http://dc.clicrbs.com.br/sc/entretenimento/noticia/2016/04/barca-dos-livros-corre-o-risco-de-fechar-por-falta-de-apoiofinanceiro 5754089.html. Publicado em 05/04/16.) Aula 01 15Português 1C Proposta 02 (UFSC) – Com base nos Textos 1, 2 e 3, escolha uma das duas propostas apresentadas para escrever a sua redação. Texto 1 Imagine um mundo sem vacinas A OMS lidera os sistemas de saúde de forma a aprontar, rapidamente, respostas ao surgimento de pos- síveis novas pandemias. Mas os críticos contemporâneos argumentam contra a obrigatoriedade das campa- nhas, em nome da liberdade individual. Especialistas, por sua vez, contra-argumentam evocando o sucesso já alcançado, que levou à invisibilidade de certas doenças. A escritora americana Eula Biss, autora do livro Imunidade: germes, vacinas e outros medos, vai mais além. Ela inclui fatores culturais para o movimento antivacinação, que incluem a insistência na liberdade individual de escolher o que é melhor para os filhos, a atração por uma vida natural sem o uso de remédios, produtos químicos e industrializados, e a rotulação das vacinas na categoria de imunidade “artificial”. Mitos dessa ordem preocupam as autoridades sanitárias mundiais, uma vez que não se referem apenas a uma questão individual, mas de saúde pública. Disponível em: https://www2.uol.com.br/sciam/banner/vacinas.pdf. [Adaptado]. Acesso em: 30 mar. 2019. Texto 2 Novo estudo conclui que vacina contra sarampo, caxumba e rubéola não aumenta risco de autis- mo em crianças A afirmação de que a vacina conhecidacomo tríplice viral no Brasil estava ligada ao autismo provocou uma alarmante queda nas vacinações, além de um debate político e entre os profissionais de medicina. Vários estudos subsequentes tentando reproduzir os resultados, porém, não encontraram nenhuma ligação entre vacinas e autismo. O Ministério da Saúde diz que tenta combater o que chama de fake news sobre a vacina. Apesar de todos esses estudos, casos de sarampo, por exemplo, têm aumentado em todo o mundo – parte em razão da não vacinação. Dez países, incluindo o Brasil, foram responsáveis por quase 3 4 do aumento total de casos de sarampo em 2018. O país aparece na 3a posição com o maior número de casos. Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/03/04/novo-estudo-conclui-que-vacina-contra-sarampo-caxumba-e-rubeola-nao- aumentarisco-de-autismo-em-criancas.ghtml. [Adaptado]. Acesso em: 30 mar. 2019. 16 Extensivo Terceirão Texto 3 Disponível em: <http://isags-unasur.org/infografico-vacinacao-fraturas-no-pacto-social. (Adaptado). Acesso em: 30 mar. 2019. Produza uma carta aberta sobre a vacinação em nossos dias. Escolha assinar como: a) Médico sanitarista; b) Pai ou mãe de uma criança pequena; c) Liderança de um movimento antivacinação. Aula 01 17Português 1C Produza uma dissertação sobre a obrigatoriedade da vacinação no Brasil contemporâneo Gabarito 01.01. c 01.02. c 01.03. d 01.04. e 01.05. c 01.06. a 01.07. c 01.08. d 01.09. a 01.10. b 01.11 b 01.12 e 01.13 d 01.14 a 01.15 c 01.16 d 01.17 d 01.18 b 01.19 a) O editorial é um gênero caracterizado por abordar um assunto atual (“O Brasil conheceu em 2015 a pior epidemia de dengue de sua história”; “Dados oficiais mostram 199 municípios sob risco de novas epidemias de dengue, zika e chikungunya e 665 em situação de alerta – cifras mais expressivas do que as registradas no ano passado”) de modo crítico (“Tais números evidenciam as diversas falhas no combate ao mosquito transmissor dos dois patógenos, o famigerado Aedes aegypti. Como se não bastasse, é provável que esse quadro se agrave em 2016”, “O sentido de urgência, entretanto, parece não contaminar a burocracia nacional”) solicitando aos responsáveis medidas possíveis para resolução de um problema (“Diante de tal situação, seria de se esperar que as autoridades buscassem com máxima presteza todos os meios para enfrentar a doença e o seu transmissor”). É possível citar também que o Editorial é um texto apócrifo. b) A função da linguagem predominante no trecho é referencial, uma vez que o destaque dado pelo autor é o assunto. Portanto, são esperados fatos concretos (“O Brasil conheceu em 2015 a pior epidemia de dengue de sua história. Segundo o Ministério da Saúde, foram notificados mais de 1,5 milhão de possíveis casos da doença, que resultaram em 811 mortes.”) descritos de forma objetiva e impessoal (“A princípio considerado pouco perigoso, o zika tornou-se motivo de inquietação após ser confirmada a relação entre o vírus e o nascimento de bebês com microcefalia”). 01.20 a) A função da linguagem predominante no texto I é a função referencial (denotativa ou informativa), já que tem como objetivo principal informar sobre a disposição legal que assegura às mulheres as condições para o exercício efetivo dos seus direitos, considerados essenciais para o exercício da cidadania. b) Para atender às exigências da linguagem referencial, as ocorrências relatadas à Central de Atendimento à Mulher, que infringem as disposições legais enunciadas no texto I, o parágrafo deve apresentar objetividade, imparcialidade e clareza. Como sugestão, poderia ser redigido o seguinte: O gráfico apresentado revela que o percentual de relatos refefentes à violência física supera todos os outros que atingem a mulher de variadas formas. A violência psicológica, forma subjetiva de agressão por ferir a autoestima, abrange um terço das ocorrências, em um universo em que figuram também as de ordem moral e sexual, assim como as que resultam em cárcere privado, violação de patrimônio e tráfico de pessoas. 18 Extensivo Terceirão A prova de redação Ela é, muitas vezes, tida como assustadora, espe- cialmente por causar em várias pessoas uma sensação desconfortável. Afinal, numa avaliação em que o candi- dato não pode se “esconder” em alternativas e gabaritos impessoais, é necessário produzir por escrito a resposta à questão apresentada. A expectativa da prova de redação gera sensações diferentes em muitos alunos, e, é claro, nem sempre boas sensações. Porém, é importante assimilar, o mais brevemente possível, que essa é mais uma das etapas que fazem parte dos processos de seleção. Por isso, não há como escapar: o bom desempenho num concurso, em especial nos mais concorridos, depende também de um bom desempenho por escrito. Dessa forma, é fundamental saber colocar a redação no plano de estudos. Por se tratar de um processo de aprendizagem, nada acontecerá por milagre. Esse pro- cesso depende principalmente de dois fatores: • Prática de escrita: mesmo que você não se sinta confortável no exercício de escrever para ser avalia- do, não fuja das atividades de escrita. Não se iluda com fórmulas mágicas, nem com “métodos milagro- sos”. O desenvolvimento na escrita só vem com os exercícios práticos. • Orientação e correção: assistindo às aulas e prestando atenção na correção das redações, você irá perceber os pontos positivos de sua produção e, especialmente, os aspectos que precisam ser aprimorados. Assimile o que pode ser melhorado e procure nas produções seguintes aplicar o que foi aprendido por meio das correções. Redação: os tipos de prova Para alcançar o bom desempenho numa prova de redação, também é importante conhecer o tipo de prova que você irá fazer, pois cada instituição possui caracte- rísticas próprias de elaborar e corrigir provas. E, para esta aula, vamos começar a tratar nossa matéria esclarecendo dois formatos diferentes de prova. Possivelmente você precisará conhecê-los para poder, ao longo do ano, ter uma preparação mais específica para os tipos de prova que cada instituição pode cobrar. Ainda como apresentação geral, dividiremos as provas de Redação em duas grandes categorias: • Provas no formato TRADICIONAL: como o próprio nome já diz, trata-se do tipo de avaliação mais utilizado nos processos seletivos do país. Predomina, em exames desse tipo, o texto dissertativo-argumentativo. © Sh ut te rs to ck /C hi nn ap on g 19Português 1C Português 1B1C Redação nos vestibulares Aula 02 • Provas no formato MODERNO: nas últimas décadas, algumas instituições vêm se notabili- zando pela elaboração de avalições diferentes, por meio de questões em que o candidato irá escrever de maneira diferente dos moldes tradi- cionais de redação. 1. Redação no formato “tradicional” Na maioria dos exames vestibulares e no ENEM, as questões de redação têm como base o tipo de texto mais difundido na vida escolar: o dissertativo-argumentativo. Assim, quem for fazer provas cuja redação seja nesse forma- to precisa praticar a dissertação dentro de suas convenções tradicionais (que iremos estudar a partir da aula 10). De qualquer forma, vale a pena, aqui, fazer uma bre- ve revisão das características gerais desse tipo de texto. • Defender um posicionamento (tese) a partir de um tema proposto. • Linguagem impessoal: na dissertação tradicio- nal, evita-se a expressão subjetiva (1a. pessoa); escreve-se, portanto, preferencialmente em 3a. pessoa. • Domínio da estrutura convencional: introdu- ção, desenvolvimento e conclusão. • No caso do ENEM, é obrigatória a inclusão de proposta de intervenção ao problema colocado no tema da proposta. Qualquer prova do ENEM pode servir de exemplo desse formato tradicional de redação. Além do Exame Nacional, em outros processos seletivos de grandes universidades do país, como FUVEST, ITA e a maioria dos vestibulares das universidades privadas, a prova de redação segue esse caminho. Vejamosum exemplo de uma prova nesse formato no vestibular PUC - Campinas. É crescente, em nosso tempo, a predominância dos elementos visuais sobre outros estímulos para a nossa percepção. Nas ruas, os outdoors, os grafites, as pichações e sinalizações de todo tipo convocam a atenção do nosso olhar. Em qualquer parte, as telas eletrônicas de todo porte e de toda natureza hipno- tizam-nos com sua profusão de mensagens. Mesmo os shows de música valem-se de efeitos cênicos para se afirmarem visualmente. Será que essa crescen- te dependência nossa da visualidade de tudo terá como consequência o comprometimento de nossa capacidade de interiorização e de reflexão? (PUC – Campinas) Redija uma dissertação em prosa, na qual você, argumentando com coerência e clareza, se posicionará diante da questão problematizada no tex- to acima. 2. Redação no formato “moderno” Outras bancas examinadoras, nos últimos anos, vêm procurando formas alternativas de redação, fora do modelo tradicional. Em meados da década de 1990, o Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná passou a compor uma prova em que o candidato seja avaliado também pelo domínio de diversos tipos de tex- tos, como o resumo, a tradução de gráficos, a interpreta- ção de tiras e charges, assim como várias outras formas de propostas. Outros vestibulares, aos poucos, também foram adotando essa nova ideia. Nesses vestibulares, muitos candidatos não obtêm sucesso por não conhece- rem esse novo estilo de prova. Vamos às características gerais dessas avaliações mais modernas: • Domínio de estruturação de diversos tipos de textos. • Saber ler e compreender os textos de apoio, bem como os comandos propostos no enunciado das questões. • Escrever de acordo com o que se pede nos comandos da questão, muitas vezes de forma diferente da estrutura dissertativa tradicional. Como exemplo, vejamos uma questão do vestibular UFPR, em que também se pede um posicionamento, mas com uma estruturação diferente da dissertação tradicional. Considere o texto abaixo: A ascensão política de Donald Trump nos EUA, a decisão britânica de deixar a União Europeia e a definição contrária ao acordo de paz na Colômbia têm sido elencados como exemplos de uma crise da democracia global e dos sistemas de representação política. [...] Para o filósofo norte-americano Jason Brennan, os três casos são símbolo de problemas na tomada de decisões políticas. Esses impasses favorecem a participação das pessoas em detri- mento do conhecimento que elas têm sobre a re- alidade em questão – o que leva, segundo ele, a escolhas irracionais. Este é o caso específico do “brexit”, na visão de Brennan, em que as pessoas tomaram “uma decisão estúpida” porque não tinham informações sobre a realidade britânica. E é o modelo que aproximou Trump da Presidência dos EUA, apesar de fazer campanha com pouco apego a fatos reais e a mentir em 71% das suas declarações, segundo o site PolitiFact, que checa discursos políticos. [...] Em entrevista à Folha, por telefone, Brennan falou sobre suas críticas aos sistemas democráticos, reunidas no recente livro “Against Democracy” (contra a democracia), em que sugere a implementação 20 Extensivo Terceirão de um sistema político diferente: a epistocracia. Ele defende que apenas uma elite com conheci- mento aprofundado sobre temas de relevância nacional possa tomar decisões. Criticado por sua visão de mundo “elitista”, ele diz que a democracia ainda é o melhor sistema de governo, mas que isso não significa que não preci- se evoluir. Epistocracia (ou epistemocracia, como também aparece citado em trabalhos acadêmicos no Brasil), é um conceito de sistema político baseado na ideia de epistem. O termo foi usado por Platão na filosofia grega, no século 4º a.C., para se referir ao “conhecimento verdadeiro”, em oposição à opinião infundada, sem reflexão. Por esse sistema, o poder po- lítico não deveria ser distribuído igual- mente a todos os cidadãos, em contra- posição à democracia, mas sim estas nas mãos das pessoas sábias. (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1829957) (UFPR) – Escreva um texto argumentativo posicionando- -se em relação à proposta apresentada por Jason Brennan. O seu texto deve: • ter de 10 a 12 linhas; • explicitar em linhas gerais as ideias de Jason Brennan; • assumir uma posição contra ou a favor dela, contra- pondo argumentos se for contra, ou reforçando os já apresentados se for a favor. Redação no vestibular: escrever para ser avaliado Por mais incômoda que possa parecer, essa ideia precisa fazer parte da consciência de quem irá passar por uma prova de redação. É neste ponto que está o maior desconforto que essa prova gera nos candidatos: produzir um texto que será avaliado por uma banca examinadora. Mais que isso, trata-se de um concurso, no qual, cada vez mais, a produção textual vem sendo determinante na classificação final, especialmente em exames de alta concorrência. Por ser uma importante etapa de um processo seleti- vo, muitas vezes, não basta o candidato apenas cumprir razoavelmente o que se pede na proposta; é preciso produzir um texto que se destaque entre os dos demais concorrentes. As principais bancas examinadoras bus- cam distinguir um texto “bom” de um “ótimo”. Vejamos essa diferença comparando duas redações feitas no ENEM 2013, considerando que a segunda atingiu a nota máxima. A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e re- lacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Qual o objetivo da “Lei Seca ao volante”? De acordo com a Associação Brasileira de Me- dicina de Tráfego (Abramet), a utilização de bebi- das alcoólicas é responsável por 30% dos aciden- tes de trânsito. E metade das mortes, segundo o Ministério da Saúde, está relacionada ao uso do álcool por motoristas. Diante deste cenário pre- ocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu com uma enorme missão: alertar a sociedade para os peri- gos do álcool associado à direção. Para estancar a tendência de crescimento de mortes no trânsito, era necessária uma ação enérgi- ca. E coube ao Governo Federal o primeiro passo, desde a proposta da nova legislação à aquisição de milhares de etilômetros. Mas para que todos ga- nhem, é indispensável a participação de estados, municípios e sociedade em geral. Porque para atin- gir o bem comum, o desafio deve ser de todos. Disponível em: www.dprf.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013. Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013 Repulsão magnética a beber e dirigir A lei da física que comprova que dois polos opostos se atraem em um campo magnético é um dos conceitos mais populares desse ramo do conhecimento. Tulipas de chope e bolachas de papelão não servem, em condições normais, como objetos de experimento para confirmar essa proposta. A ideia de uma agência de comunicação em Belo Horizonte foi bem simples. Ímãs foram inseridos em bolachas utilizadas para descansar os copos, de forma imperceptível para o consumidor. Em cada lado, há uma opção para o cliente: dirigir ou chamar um táxi depois de beber. Ao mesmo Aula 02 21Português 1C tempo, tulipas de chope também receberam pequenos pedaços de metal mascarados com uma pequena rodela de papel na base do copo. Durante um fim de semana, todas as bebidas servidas passaram a pregar uma peça no cliente. Ao tentar descansar seu copo com a opção dirigir virada para cima, os ímãs apresentavam a mesma polaridade e, portanto, causando repulsão, fazendo com que o descanso fugisse do copo; se estivesse virada mostrando o lado com o desenho de um táxi, ela rapidamente grudava na base do copo.A ideia surgiu da necessidade de passar a mensagem de uma forma leve e no exato momento do consumo. Disponível em: www.operacaoleisecarj.rj.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013 (adaptado). INSTRUÇÕES: • O rascunho da redação deve ser feito no espaço apro- priado. • O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. • A redação que apresentar cópia dos textos da Pro- posta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expres- sas a seguir, a redação que: • tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”. • fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertati- vo-argumentativo. • apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos. • apresentar parte do texto deliberadamente desco- nectada com o tema proposto. Exemplo de redação 1 Inteligente, porém, insuficiente As bebidas alcoólicas são milenarmente conheci- das por gerar em quem as consome a embriaguez, efeito o qual provoca a perda do equilíbrio, de re- flexos e, consequentemente, do senso de direção. A perda dessas capacidades torna o motorista incapaz de dirigir competentemente, gerando, portanto, uma ameaça aos demais automóveis e pedestres. A implantação da Lei Seca no Brasil amplia o número de imprudências punidas no trân- sito, pois não é somente aplicada nos casos em que houve acidente, mas, também, atinge qualquer motorista flagrado com índice de ál- cool no organismo acima do permitido. Esse aumento nas possibilidades de punição faz to- dos pensarem melhor antes de beber e dirigir. Como muitos duvidam da aplicação da Lei, os casos de bebida alcoólica relacionada a acidentes ainda apresentam valor significante entre o total de ocorrências no trânsito. Apesar da restrição de ida- de para a direção e para o consumo de álcool, me- nores são flagrados cometendo dupla imprudência. Para que a Lei Seca seja aplicada, bloqueios po- liciais devem ser frequentes e numerosos, fato o qual exige investimento do capital governamental para o aumento da frota de viaturas policiais, do salário dos profissionais de segurança e da com- pra dos “bafômetros” a serem utilizados. A partir do exposto, conclui-se que a Lei Seca, por si só, não é capaz de evitar acidentes, necessi- tando, portanto, da intensa fiscalização policial nas ruas para mostrar a possíveis infratores que a lei é aplicada. É preciso, também, promover palestras em escolas, distribuição de panfletos e e-mails à população e advertências instrutivas televisionadas, mostrando a todos meios de evitar a ocorrência de direção alcoolizada, como o rodízio entre amigos para haver um sóbrio na ida a festas ou baladas. Extraído de: < https://www.infoenem.com.br/Vista- pedagógica-da-correção-do-enem/> Acesso em: 31/08/18. Exemplo de redação 2 Trânsito inequacional Desde a sua invenção, a bebida alcoólica faz parte da cultura de diversas civilizações. Porém, com o surgimento do automóvel, esse e aquela não podem ser variáveis de uma mesma equação. Nesse aspecto, a Lei Seca implantada no Brasil reduziu consideravelmente o número de mortes por acidentes de trânsito. Entretanto, o individu- alismo da sociedade e o sistema de transporte di- ficultam um efeito definitivo. A aplicação do Código de trânsito encontra seu maior desafio no alto índice de transgressão. Isso ocorre devido à mentalidade individualista da maioria das pessoas, já citada pelo filósofo John Locke, que acredita que as leis servem para os outros mas não a si. Além disso, a má qualidade educacional, principalmente do ensino público, reduz o conhecimento acerca da cidadania e dos direitos necessários para a sua execução. Dessa forma, a quantidade de acidentes nas cidades e nas estradas ainda é grande, assim como o núme- ro de mortes. Ademais, o sistema de transporte no Brasil também dificulta a execução da Lei Seca. Isso é consequência da baixa disponibilidade de ônibus, trens e metrôs durante a noite e a madrugada, ho- rários em que há maior consumo de bebidas al- coólicas. Essa falta ocorre, principalmente, em bair- ros periféricos, cidades pequenas e médias. Além 22 Extensivo Terceirão disso, a escassez de segurança desincentiva o uso desses. Assim, muitas pessoas optam por diri- gir, colocando em risco a vida delas e de outros. Portanto a Lei Seca é importante para a redu- ção do número de acidentes de trânsito. Porém, sua efetividade completa só ocorrerá com a mobi- lização da sociedade. Sendo assim, é preciso que o governo acrescente ao currículo escolar discipli- nas como cidadania e segurança do tráego, além de tornar mais rígidas as punições pelas trans- gressões e aumentar os números de postos de fis- calização. Ademais, deve-se fazer uma reforma no sistema de transportes públicos, aumentando o número desses nos horários noturnos e nos bair- ros periféricos. Dessa forma, será possível reduzir o número de mortes no trânsito e chegar a uma sociedade menos individualista. Extraído de: < http://www.dowload.uol.com.br/vestibular2/ redacãoenem_beatrizcarvalho.jpg.> Acesso em: 31/08/18. Testes Assimilação (MACK –SP) – Texto para as questões de 02.01 a 02.04. Ciência é uma das formas de busca de conhe- cimento desenvolvida pelo homem moderno. Sob1 seu escopo2 inserem-se3 as mais diferentes realidades físicas, sociais e psíquicas, entre outras. A linguagem, manifestação presente em todos os momentos de nossas vidas e em todas as nossas atividades, podendo até ser tomada como defini- dora da própria natureza humana, passou a ser tratada sob a perspectiva dessa4 forma de conhe- cimento, ou seja5, passou a ser objeto de investi- gação científica, a partir do início do século XX. Por ter um papel central na vida dos seres hu- manos, a linguagem tem como sua característica primordial ser multifacetada. Tal característica exige que, ao submeter-se ao tratamento científi- co, essa realidade multifacetada sofra cortes e abs- trações, tendo como consequência o fato de que ela só pode ser entendida a partir de diferentes perspectivas, gerando uma pluralidade de teorias que buscam compreendê-la e explicá-la. Esmeralda Vailati Negrão, “A cartografia sintática”, em Novos caminhos da linguística 02.01. Observe as afirmações. I. Pela existência de apenas uma teoria única e singular será possível compreender a natureza multifacetada da linguagem na vida dos seres humanos. II. A complexidade da linguagem humana demanda a necessidade de diferentes perspectivas científicas, que procurarão, cada uma a seu modo, explicar características diversas de uma realidade multifacetada. III. A natureza multifacetada da linguagem humana se deve ao fato de que existem diferentes recortes científicos e abs- trações que procuram compreender as línguas e seus usos. Assinale a alternativa correta. a) Apenas a afirmação I está correta. b) Apenas a afirmação II está correta. c) Apenas a afirmação III está correta. d) Todas as afirmações estão corretas. e) Nenhuma das afirmações está correta. 02.02. Observe as afirmações. I. A linguagem humana nem sempre foi, ao longo da his- tória, tratada de modo a considerá-la como um objeto científico. II. A linguagem humana pode ser compreendida por uma perspectiva científica, que efetua recortes de observação, geradores, por sua vez, de diferentes modos de observa- ção e análise. III. A natureza humana é muito complexa, o que exige que se façam abstrações científicas que implicam desconsiderar a linguagem como um elemento possível de observação e análise. Assinale a alternativa correta. a) As afirmações I e II estão corretas. b) As afirmações I e III estão corretas. c) As afirmações II e III estão corretas. d) Todas as afirmações estão corretas. e) Nenhuma das afirmações está correta. 02.03. Assinale a alternativa correta. a) O texto encontra na exploração das possibilidades es- téticas de uso da linguagem sua principal característica.
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