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1
Português
Funções da linguagem
01
Aula 
1C
Apresentação
Numa breve comparação entre duas formas de entendimento sobre o funcionamento de uma língua, é possível 
estabelecer uma divisão didática entre uma concepção “tradicional” e outra, que chamaremos de “moderna”.
Os estudos da linguagem mais ligados à tradição se concentram mais no conhecimento das regras gramaticais, muitas 
vezes com base nas referências clássicas (latim e grego) e no uso linguístico dos grandes autores literários. De forma geral, 
esse estudo tradicional divide o uso da linguagem em duas categorias: o uso “correto”, ou seja, de acordo com as regras 
gramaticais; já o uso “incorreto” seria naturalmente aquele que contraria a gramática. 
Os estudos mais modernos entendem que uma língua não se restringe a uma dicotomia “certo x errado”, pois ela 
cumpre a função de ser um dos principais fatores de interação social entre os integrantes de uma sociedade. Por ser 
interativa, a língua pode variar de acordo com as intenções dos seus interlocutores. 
Dessa maneira, a linguagem pode cumprir funções diferentes, de acordo com as diversas finalidades que podem 
fazer parte de uma situação comunicativa. Assim, embora esteja compartilhando o mesmo código, a mesma língua, 
uma enunciação depende também da posição em que se encontram esses interlocutores, do contexto em que estão 
inseridos ou dos objetivos práticos dessa comunicação. Por isso, em torno de palavras e frases, há outros fatores que 
ajudam a determinar a linguagem utilizada em cada enunciação:
Emissor Mensagem
Canal
Código
Contexto
Receptor
 • Emissor: o que transmite a mensagem.
 • Receptor: o que recebe a mensagem.
 • Mensagem: conteúdo transmitido na enunciação.
 • Canal: meio pelo qual a mensagem é transmitida.
 • Código: signos e as convenções de utilização 
desses sinais (palavras, imagens etc.).
Com base nesses diversos fatores, o linguista russo Roman Jakobson (1896-1982) desenvolveu um célebre estudo, 
conhecido especialmente devido ao que, segundo ele, são as seis funções da linguagem: 
 • Emotiva.
 • Apelativa.
 • Referencial.
 • Fática.
 • Poética.
 • Metalinguística.
É muito importante conhecer essas funções, pois, além de ser uma boa reflexão sobre o funcionamento da inte-
ração humana, é de grande importância em exames vestibulares, especialmente o Exame Nacional do Ensino Médio, 
que frequentemente cobra essa teoria.
Função Emotiva
A função emotiva ou expressiva ocorre quando o 
emissor desenvolve o enunciado para expor a si mesmo. 
Assim, as marcas gramaticais da função expressiva po-
dem ser percebidas, naturalmente, no uso da 1a. pessoa 
do singular, nas interjeições de valor emotivo, utilizados 
especialmente na expressão de sensações, sentimentos 
e impressões pessoais.
É possível reconhecer essa função em diversos tipos 
de textos:
 • Nos textos líricos, como em poemas e canções em 
que um eu poético expressa seu universo interior.
Timidez
Basta-me um pequeno gesto, 
feito de longe e de leve, 
para que venhas comigo 
e eu para sempre te leve...
 
- mas só esse eu não farei.
 
Uma palavra caída 
das montanhas dos instantes 
desmancha todos os mares 
e une as terras mais distantes...
 
- palavra que não direi.
 
Para que tu me adivinhes, 
entre os ventos taciturnos, 
apago meus pensamentos, 
ponho vestidos noturnos,
 
- que amargamente inventei.
 
E, enquanto não me descobres, 
os mundos vão navegando 
nos ares certos do tempo, 
até não se sabe quando...
 
- e um dia me acabarei.
Cecília Meireles
 • Em cartas de caráter pessoal.
Considera, meu amor, a que ponto chegou a 
tua imprevidência. Desgraçado!, foste enganado e 
enganaste-me com falsas esperanças. Uma paixão 
de que esperaste tanto prazer não é agora mais 
que desespero mortal, só comparável à crueldade
da ausência que o causa. Há-de então este afasta-
mento, para o qual a minha dor, por mais subtil 
que seja, não encontrou nome bastante lamentá-
vel, privar-me para sempre de me debruçar nuns 
olhos onde já vi tanto amor, que despertavam em 
mim emoções que me enchiam de alegria, que bas-
tavam para meu contentamento e valiam, enfim, 
tudo quanto há? Ai!, os meus estão privados da 
única luz que os alumiava, só lágrimas lhes restam, 
e chorar é o único uso que faço deles, desde que 
soube que te havias decidido a um afastamento tão 
insuportável que me matará em pouco tempo. [...]
Sóror Mariana Alcoforado – Cartas de uma freira portuguesa
 • Em crônicas, em que o autor escreve sobre situações 
cotidianas a partir de reflexões subjetivas.
Foi há muito tempo, no Mediterrâneo, ou 
numa praia qualquer perdida na imensidão do 
Brasil? Apenas sei que havia sol e alguns banhis-
tas; e apareceram duas meninas de vestidos com-
pridos - o de uma era verde, o da outra era azul. 
Com certeza uma onda imprevista as molhou; 
elas riam muito, e agora tomavam banho de mar 
assim vestidas uma de azul, outra de verde. Uma 
devia ter 7 anos, a outra 9 ou 10; não sei quem 
eram, se eram irmãs; de longe eu não as via bem. 
Eram apenas duas meninas vestidas de cores ma-
rinhas brincando no mar; e isso era alegre e tinha 
uma beleza ingênua e imprevista.
Eu devia estar triste quando vi as meninas, mas 
deixei um pouco minha tristeza para mirar com um 
sorriso a sua graça e a sua felicidade. Senti talvez ne-
cessidade de mostrar a alguém: “veja, aquelas duas 
meninas...” Mostrar à toa; ou, quem sabe, para re-
partir aquele instante de beleza como quem reparte 
um pão, ou um cacho de uvas em sinal de estima e 
de simplicidade; em sinal de comunhão; ou talvez 
para disfarçar a minha silenciosa angústia.
Rubem Braga – As meninas
Função apelativa
Enquanto a função expressiva é centrada no 
enunciador, a apelativa ou conativa é a que tem maior 
ênfase no receptor do enunciado. É possível perceber 
esse uso linguístico em enunciados nos quais o emissor 
procura se dirigir diretamente ao receptor. 
Naturalmente, as maiores marcas gramaticais da 
função conativa são as flexões em 2a. pessoa, em verbos 
e pronomes, os vocativos e os verbos no modo impe-
rativo.
Alguns exemplos de textos geralmente relacionados 
à função apelativa são:
2 Extensivo Terceirão
 • Textos injuntivos, que tem por objetivo transmitir 
instruções ou comandos.
 • Textos publicitários
Função referencial
Também é chamada de denotativa ou informativa. Trata-se da linguagem centrada na mensagem em si. Baseada 
nos aspectos textuais e situacionais, a função referencial é a que busca se utilizar de linguagem mais clara e objetiva, 
pois, nesse caso, o emissor está mais preocupado com a transmissão do conteúdo, com a informação.
A função referencial da linguagem pode ser vista em fartos exemplos, tais como:
 • Textos jornalísticos, como a notícia.
Parque Barigui é cenário para história de amor
Por Katia Michele
O parque foi local do primeiro beijo do casal. Para homenagear a mulher, 
o empresário Lucas Diniz Medeiros contratou até buffet ao ar livre
Eles se conheceram no litoral 
paranaense. Um ano depois, em 
2009, em meio às arvores de um 
dos parques mais antigos e visita-
dos da cidade, deram o primeiro 
beijo. A história fez com que o 
Parque Barigui ficasse marcado na 
memória do casal. Por isso, quan-
do se aproximou o aniversário da 
agora mulher Franciele Noronha 
Medeiros, de 29 anos, Lucas, de 
22, não se fez de rogado e prepa-
rou uma surpresa no mesmo local.
Ele dispensou restaurantes ca-
ros e convidados e focou apenas 
na história dos dois. “É um lugar 
que tem muito a ver com a nos-
sa história. É muito especial para 
nós”. “Escondido” da mulher, 
contratou um buffet que se dispôs 
a montar a mesa ao ar livre com 
toda a pompa necessária. Até ilu-
minação especial. Risoto de bacon 
e alho poró acompanhado de mig-
non foi o cardápio escolhido.
O empresário passou o dia pre-
parando a surpresa e na hora com-
binada, no último sábado (12), es-
perou anoitecer e pediu para que 
a tia levasse Franciele vendada até 
o local combinado. “É um pedaço 
do parque em que as árvores for-
mam uma espéciede teto. É um 
lugar lindo porque é muito espe-
cial para nossa história”, conta, 
emocionado.
Foi exatamente no local em que 
o casal se beijou pela primeira vez. 
No ano que vem, eles completam 
quatro anos de casados. “O que 
eu fiz foi tentar fazer mais do que 
uma homenagem, foi uma decla-
ração de amor”, diz.
Extraído de <http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/comportamento/parque-barigui-e-cenario-para-historia-de-amor/>. 
Acesso em: 12/12/17
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01
4
Aula 01
3Português 1C
 • Artigos ou reportagens de divulgação científica
Descoberto remédio capaz de 
combater a doença de Huntington
A droga, injetada na espinha, impede 
a mutação genética de produzir a proteína 
que causa a doença. Remédios atuais 
combatem os sintomas sem atacar a causa
Por Bruno Vaiano
Pesquisadores do University College de Londres 
anunciaram nesta segunda (11/12/17) que a primeira 
fase de testes de um remédio capaz de conter a evolu-
ção da doença de Huntington teve resultados promis-
sores. Huntington é um problema hereditário e de-
generativo extremamente raro: afeta sete a cada 100 
mil pessoas de ascendência europeia (as taxas podem 
variar de população para população). Os pacientes 
morrem em média 15 anos após o diagnóstico.
A doença é causada por uma mutação em um único 
gene, que dá às células instruções para produzir uma 
proteína tóxica chamada huntingtina (huntingtin). 
A atuação dessa proteína, em longo prazo, causa al-
terações bruscas de humor, depressão, movimentos 
involuntários, demência e paralisia. Os sintomas di-
minuem tanto a qualidade de vida que até 13% dos 
pacientes cometem suicídio.
O novo tratamento se baseia em uma droga chama-
da  Ionis-HTTRx, que impede o gene de dar o co-
mando para a produção da proteína. Segundo o jor-
nal britânico The Guardian, ela é injetada no líquido 
cefalorraquidiano com uma agulha de dez centíme-
tros de comprimento. Os resultados do teste ainda 
não foram publicados em um periódico – o artigo 
científico será finalizado em 2018.
Os testes foram feitos com uma amostra de 46 vo-
luntários de ambos os sexos. Eles receberam uma 
injeção por mês ao longo de quatro meses, com do-
ses progressivamente maiores. Aproximadamente 
um quarto dos pacientes foi tratado com placebo. A 
concentração da proteína causadora da doença caiu 
em todos os testes, sempre de forma proporcional à 
quantidade de medicamento ministrado.
Extraído de < https://super.abril.com.br/saude/descoberto-
-remedio-capaz-de-combater-a-doenca-de-huntington/>. Acesso 
em: 12/12/17
Função fática
A ênfase da função fática da linguagem está no 
próprio canal de interlocução. A utilização dessa função 
é perceptível em situações nas quais a mensagem é se-
cundária, pois os interlocutores estão mais concentrados 
em verificar a existência da interação entre eles. Exemplos 
disso são interjeições como “olá”, “alô”, “né”; frases como 
“tudo bem? ”, “como vai? ”. Repare como essas expressões 
muitas vezes servem mais para a manutenção do diálogo 
do que para a transmissão de uma mensagem.
Função metalinguística
Essa é a função da linguagem centrada no código, na 
linguagem propriamente dita. É o enunciado que busca 
explicar o funcionamento da linguagem.
Exemplos da função metalinguística estão em qual-
quer tipo de texto em que se faz uma reflexão ou uma 
explicação sobre a linguagem, sobre o ato de escrever 
ou sobre o texto em si.
 • Veja isso na importante obra Memórias Póstumas de 
Brás Cubas:
Começo a arrepender-me deste livro. Não que 
ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmen-
te, expedir alguns magros capítulos para esse 
mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da 
eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a se-
pulcro, traz certa contração cadavérica; vício gra-
ve, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste 
livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e 
o livro anda devagar; tu amas a narração direta e 
nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o 
meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e 
à esquerda, andam e param, resmungam, urram, 
gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas
 • Os verbetes dos dicionários e as explicações grama-
ticais.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da 
língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010. P. 1618
 • Poemas, canções e textos cujo tema seja o ato de escre-
ver, como neste trecho de uma crônica de Rubem Braga.
Meu Ideal Seria Escrever...
Rubem Braga
Meu ideal seria escrever uma história tão engra-
çada que aquela moça que está doente naquela casa 
cinzenta quando lesse minha história no jornal risse,
4 Extensivo Terceirão
risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- “ai 
meu Deus, que história mais engraçada!”. E então 
a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas 
ou três amigas para contar a história; e todos a quem 
ela contasse rissem muito e ficassem alegremente es-
pantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história 
fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, 
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enluta-
da, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvin-
do o próprio riso, e depois repetisse para si própria 
- “mas essa história é mesmo muito engraçada!”.
Que um casal que estivesse em casa mal-humo-
rado, o marido bastante aborrecido com a mulher, 
a mulher bastante irritada com o marido, que esse 
casal também fosse atingido pela minha história. O 
marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria 
a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar 
de sua má vontade, tomasse conhecimento da his-
tória, ela também risse muito, e ficassem os dois 
rindo sem poder olhar um para o outro sem rir 
mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se 
lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencon-
trassem os dois a alegria perdida de estarem juntos. 
[...]
 Função poética
Das seis funções estudadas nesta aula, a poética se 
caracteriza pelo uso artístico, criativo, da linguagem. 
Esse uso é mais comum entre escritores, cartunistas, 
compositores, humoristas etc. 
As marcas gramaticais da função poética são per-
ceptíveis na exploração dos recursos expressivos da 
linguagem, como a conotação, a sonoridade, jogos de 
palavras e significados.
 • Abaixo, o início de Iracema (José de Alencar). Embora 
seja uma narrativa em prosa, esse romance possui 
ritmo próprio da linguagem poética.
Verdes mares bravios de minha terra natal, 
onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba; 
Verdes mares que brilhais como líquida esme-
ralda aos raios do Sol nascente, perlongando as 
alvas praias ensombradas de coqueiros. 
Serenai verdes mares, e alisai docemente a vaga 
impetuosa, para que o barco aventureiro manso 
resvale à flor das águas.
 • Repare a mistura de linguagem verbal e não verbal 
nesta obra de Millôr Fernandes:
Observações:
1. Como foi possível ver pelos exemplos, a fun-
ção poética da linguagem não se manifesta 
apenas em poemas. Ela se encontra em qual-
quer texto que possua finalidade artística e 
criativa.
2. Embora seja possível perceber nos textos uma 
função predominante, é perfeitamente possí-
vel que diferentes funções da linguagem este-
jam presentes num mesmo texto. Na música 
Papo Cabeça, de Lulu Santos, por exemplo, três 
funções da linguagem se misturam: poética, 
fática e emotiva.
Como vai você hoje em dia? 
Espero que esteja tudo bem 
Eu ando tentando ver o lado zen 
O que é que nos ensinam 
Nossos mesmos velhos males
Aonde você tem andado? 
Sempre me perguntam por você 
Eu tô indo a vida 
Com a determinação de um trem 
Como um faminto em um prato de 
comida
Pois sempre houve espinhos 
Nas rosas de qualquer jardim 
E se há calor no ninho 
Há pedras no caminho 
E ainda assim é belo
Millôr Fernandes – Novocabulário I. Extraído de <http://www2.uol.com.br/
millor/aberto/classicos/084.htm> acesso em 12/12/17
 • Jogos de palavras e significados, como na estrofe de 
Gregório de Matos.
Anjo no nome,Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?
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Aula 01
5Português 1C
Assimilação
01.01. (CFT – MG) – Leia o texto a seguir:
PREVENÇÃO CONTRA ASSALTOS
“Como os assaltos crescem dia a dia, não po-
dendo contê-los, a PM, sabiamente, dá conselhos 
aos cidadãos para serem menos assaltados:
I. Não demonstre que carrega dinheiro.
II. Jamais deixe objetos à vista, dentro do carro.
III. Levante todos os vidros, mesmo em movimen-
to.
IV. Não deixe documentos no veículo.
(...)”
(FERNANDES, Millôr. Prevenção contra assaltos. In: TERRA, Ernani & 
NICOLA, José. “Curso prático de língua, literatura e redação.” São Paulo: 
Scipione, 1997. v. 1, p. 36 )
Nesse fragmento, a função da linguagem predominante é 
a) fática. 
b) emotiva. 
c) conativa. 
d) referencial. 
Instrução: texto para a próxima questão.
Testes
Que solta a pipa pensando em voar
Para não ver o barraco que era o seu lar
Periferia lado bom o que você me diz
Alguns motivos pra te deixar feliz
Longe do álcool, longe do crime.
Sua paz é você que define.
E nessa pipa no céu eu vi planar
A paz necessária para se avançar
Ânimo, positivismo em ação.
Hip-Hop cultura de rua e educação
Foi assim que criaram e assim que tem que ser
O mestre de cerimônia rimando pra você
Enquanto o DJ troca as bases
O grafiteiro pinta todo contraste
Da favela pro mundo
O caminho do rap pelo estudo
Por isso eu não me iludo
Roupa de marca não é meu escudo
Detentos já te disse no começo
E estudar do sucesso é o preço
Porque a fama não cabe num coração pequeno
Então positivismo pra vencer vai vendo
(...)
(http:/www.misixmatch.com - acesso em: 11/05/2018) 
LADO BOM
Ferréz
Periferia tem seu lado bom
Manos, vielas, e futebol no campão.
Meninas com bonecas e não com filhos
Planejando assim um futuro positivo
Sua paz é você que define.
Longe do álcool, longe do crime.
A escola é o caminho do sucesso
Pro pobre honrar desde o começo
E dizer bem alto que somos a herança
De um país que não promoveu as mudanças
Sem atrasar ninguém rapaz
Fazendo sua vida se adiantar na paz
Jogando bolinha, jogando peão
Vi nos olhos da criança a revolução
01.02. (EPCAR – MG) – Assinale a alternativa que contém 
uma afirmativa INCORRETA 
a) O verso “E estudar do sucesso é o preço” pode ser consi-
derado um hipérbato. 
b) No texto, não há marcas de oralidade. 
c) Percebe-se que há, na canção, mais de uma função de 
linguagem, como, por exemplo, a emotiva e a poética.
d) Há rimas ricas e pobres ao longo de toda a canção. 
01.03. (IF – CE) – Analise as frases a seguir.
I. Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido 
acabado.
II. José, vem cá!
III. Alô, quem fala?
IV. O sol é uma estrela de quinta grandeza.
6 Extensivo Terceirão
Levando-se em consideração as funções da linguagem, é 
correto afirmar-se que as frases acima são caracterizadas 
respectivamente, pelas funções
a) I. referencial, II. fática, III. emotiva, IV. apelativa.
b) I. referencial, II. emotiva, III. fática, IV. metalinguística.
c) I. apelativa, II. fática, III. conotativa, IV. referencial.
d) I. metalinguística, II. apelativa, III. fática, IV. referencial.
e) I. metalinguística, II. fática, III. emotiva, IV. apelativa.
01.04. (UFAL) – Está INCORRETA a classificação da função 
da linguagem na frase: 
a) Comunicação é a transferência de informação por meio 
de mensagem=Função Metalinguística. 
b) Psiu! Atenção! Olhe aqui! aonde vai?=Função Fática. 
c) Não percas tempo em mentir. Não te aborreças=Função 
Apelativa. 
d) Nem todos os alunos são capazes de valorizar devidamen-
te a escola onde estudam = Função Referencial. 
e) Os moradores da periferia dirigiam-se ao prefeito solici-
tando verbas para a canalização do rio = Função Emotiva. 
Aperfeiçoamento
01.05. (IF – CE) – Leia os textos abaixo e indique a alternativa 
que contém, respectivamente, a classificação correta quanto 
à função da linguagem neles predominante.
(Texto I)
“Entendo que poesia é negócio de grande res-
ponsabilidade, e não considero honesto rotular-se 
de poeta quem apenas verseje por dor de coto-
velo, falta de dinheiro ou momentânea tomada 
de contato com as forças líricas do mundo, sem 
se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da 
técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da 
ação. Até os poetas se armam, um poeta desar-
mado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações 
fáceis, dócil às modas e compromissos.” 
(Carlos Drummond de Andrade)
(Texto II)
“Quando criança, e depois adolescente, fui 
precoce em muitas coisas. Em sentir um ambien-
te, por exemplo, em apreender a atmosfera íntima 
de uma pessoa. Por outro lado, longe de preco-
ce, estava em incrível atraso em relação a outras 
coisas importantes. Continuo, aliás, atrasada em 
muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há 
em mim um lado infantil que não cresce jamais”. 
(Clarice Lispector)
(Texto III)
Era um homem bem vestido
Foi beber no botequim
Bebeu muito, bebeu tanto
Que
saiu
de
lá
assim
.
Millôr Fernandes. 
Trinta nos de mim mesmo. Nórdica.
a) Referencial – apelativa – poética.
b) Fática – poética – apelativa.
c) Metalinguística – emotiva – poética.
d) Poética – metalinguística – emotiva.
e) Metalinguística – referencial – emotiva.
01.06. (IF – SP) – Observe o texto adaptado abaixo.
Zika vírus: saiba mais sobre 
transmissão, sintomas e tratamento
Vírus da mesma família da dengue foi identificado no Brasil pela 1ª. vez.
Zika é da mesma família que dengue, mas muito menos agressivo.
Do G1, em São Paulo
Aedes aegypti, que transmite dengue e chikungunya, também pode 
transmitir o zika vírus (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)
O zika vírus foi identificado no Brasil pela pri-
meira vez no final de abril por pesquisadores da 
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Perten-
cente à mesma família dos vírus da dengue e da 
febre amarela, o zika é endêmico de alguns países 
da África e do sudeste da Ásia. Veja perguntas e 
respostas sobre a doença:
Como ocorre a transmissão?
Assim como os vírus da dengue e do chikun-
gunya, o zika também é transmitido pelo mosqui-
to Aedes aegypti. A prevenção, portanto, segue as 
mesmas regras aplicadas a essas doenças. Evitar a 
água parada, que os mosquitos usam para se re-
produzir, é a principal medida.
Aula 01
7Português 1C
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas da doença provocada 
pelo zika vírus são febre intermitente, erupções na 
pele, coceira e dor muscular. Segundo a infectologis-
ta Rosana Richtmann, a boa notícia é que o zika vírus 
é muito menos agressivo que o vírus da dengue: não 
há registro de mortes relacionadas à doença. A evolu-
ção é benigna e os sintomas geralmente desaparecem 
espontaneamente em um período de 3 até 7 dias.
Como é o tratamento?
Não há vacina nem tratamento específico para 
a doença. Segundo informações do Ministério da 
Saúde, os casos devem ser tratados com o uso de 
paracetamol ou dipirona para controle da febre 
e da dor. Assim como na dengue, o uso de ácido 
acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por cau-
sa do risco aumentado de hemorragias.
01.07. (IF – AL) – As funções da linguagem relacionam-se 
conceitualmente à ideia de que, nas diversas situações de 
comunicação, um dos seis elementos que compõem esse 
processo – a saber, emissor, receptor, mensagem, código, 
referente e canal – prevalece sobre os demais. Em relação 
ao texto acima, no tocante a esse fenômeno, indique a 
alternativa correta. 
a) A função da linguagem predominante é a fática, que testa 
o canal, pois se verifica no texto uma reflexão sobre esse 
elemento, isto é, a língua. 
b) A predominância é da mensagem, para a qual o autor 
chama a atenção, pretendendo ensinar um conteúdo de 
forma didática. 
c) Visto que se trata de uma problematização sobre o 
próprio código, o texto tem caráter eminentemente 
metalinguístico. 
d) Como há uma preocupação do autor em revelar suas 
ideias e emoções no texto, a centralidade da mensagem 
recai sobre o emissor. 
e) Porque mantém umtom literário, o texto tem como fun-
ção da linguagem predominante a poética, o que justifica 
as metáforas presentes nele. 
Instrução: O texto que segue servirá para a questão abaixo.
A análise sintática tem sido causa de crônicas 
e incômodas enxaquecas nos alunos de ensino 
médio. É que muitos professores, por tradição 
ou por comodismo, a têm transformado no pró-
prio conteúdo do aprendizado da língua, como 
se aprender português fosse exclusivamente 
aprender análise sintática. O que deveria ser 
um instrumento de trabalho, um meio eficaz de 
aprendizagem, passou a ser um fim em si mes-
mo. Ora, ninguém estuda a língua só para saber 
o nome, quase sempre rebarbativo, de todos os 
componentes da frase.
Vários autores e mestres têm condenado até 
mesmo com veemência o abuso no ensino da 
análise sintática. Não obstante, o assunto conti-
nua a ser, salvo as costumeiras exceções, o “prato 
de substância” da cadeira de português no ensi-
no fundamental. Apesar disso, ao chegar ao fim 
do curso, o estudante, em geral, continua a não 
saber escrever, mesmo que seja capaz de destrin-
char qualquer estrofe camoniana ou qualquer 
período barroco de Vieira, nomenclaturando de-
vidamente todos os seus termos. Então, “pra que 
análise sintática?” – perguntam aflitos alunos e 
mestres por esse Brasil afora.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever, 
aprendendo a pensar. Rio de Janeiro: FGV, 2010, p. 31.
É correto afirmar que, no que tange às funções da linguagem, 
o texto acima é um exemplo de Função 
a) Referencial ou Denotativa. 
c) Apelativa ou Conativa. 
e) Metalinguística. 
b) Expressiva ou Emotiva. 
d) Fática. 
Instrução: O texto abaixo serve de referência para responder 
à questão a seguir.
Será que os dicionários liberaram o 
‘dito-cujo’?
Por Sérgio Rodrigues
Brasileirismo informal, termo não está proibi-
do, mas deve ser usado de forma brincalhona
O registro num dicionário não dá certificado au-
tomático de adequação a expressão alguma: signifi-
ca apenas que ela é usada com frequência suficiente 
para merecer a atenção dos lexicógrafos. O substan-
tivo “dito-cujo”, que substitui o nome de uma 
pessoa que já foi mencionada ou que por alguma 
razão não se deseja mencionar, é um brasileirismo 
antigo e, de certa forma, consagrado, mas aceitável 
apenas na linguagem coloquial. Mais do que isso: 
mesmo em contextos informais seu emprego deve 
ser sempre “jocoso”, ou seja, brincalhão, como ano-
tam diversos lexicógrafos, entre eles o Houaiss e o 
Francisco Borba. Convém que quem fala ou escreve 
“dito-cujo” deixe claro que está se afastando consci-
entemente do registro culto.
Exemplo: “O leão procurou o gerente da Met-
ro e se ofereceu para leão da dita-cuja, em troca 
de alimentação”, escreveu Millôr Fernandes numa 
de suas “Fábulas fabulosas”.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/sobrepalavras/ consulto-
rio/sera-que-os-dicionarios-liberaram-odito-cujo/>. Acesso em: 13 nov. 2015. 
(Texto adaptado) 
8 Extensivo Terceirão
01.08. (IF – AL) – Com relação aos elementos da comunicação e às funções da linguagem, marque a alternativa que expressa 
uma afirmação verdadeira. 
a) Há uma incidência da função conativa da linguagem, pois o objeto da comunicação é a reflexão sobre a própria linguagem. 
b) Pode-se notar uma preocupação com o arranjo da linguagem, fenômeno que caracteriza a presença da função poética. 
c) O foco recai sobre o emissor da mensagem, para quem a atenção do interlocutor se volta, objetivando estabelecer um 
diálogo. 
d) Fica evidente a preocupação em discutir o código linguístico, o que revela a predominância da função metalinguística. 
e) Focaliza-se o destinatário da mensagem, a quem se quer explicar um problema; por isso, predomina a função apelativa 
da linguagem. 
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir.
Depois de maio de 1940, os bons momentos foram poucos e muito espaçados: primeiro veio a guerra, 
depois, a capitulação, em seguida, a chegada dos alemães, e foi então que começaram os sofrimentos dos ju-
deus. Nossa liberdade foi gravemente restringida com uma série de decretos antissemitas: os judeus deveriam 
usar uma estrela amarela; os judeus eram proibidos de andar nos bondes; os judeus eram proibidos de andar 
de carro, mesmo em seus próprios carros; os judeus deveriam fazer suas compras entre três e cinco horas da 
tarde; os judeus só deveriam frequentar barbearias e salões de beleza de proprietários judeus; os judeus eram 
proibidos de sair às ruas entre oito da noite e seis da manhã; os judeus eram proibidos de frequentar teatros, 
cinemas ou qualquer outra forma de diversão; os judeus eram proibidos de ir a piscinas, quadras de tênis, 
campos de hóquei ou qualquer outro campo esportivo; os judeus eram proibidos de ficar em seus jardins 
ou nos de amigos depois das oito da noite; os judeus eram proibidos de visitar casas de cristãos; os judeus 
deveriam frequentar escolas judias etc. Você não podia fazer nem isso nem aquilo, mas a vida continuava.
(O diário de Anne Frank. Trad. Alves Calado. 50. ed. Rio; São Paulo: Record, 2015, p. 18) 
01.09. (IF – AL) – No trecho extraído do livro O diário de Anne Frank, quanto aos elementos da comunicação e às funções 
da linguagem, é certo afirmar que: 
a) ainda que seja um trecho de um diário, não se pode ver nesse excerto a centralidade no emissor nem, por conseguinte, a 
manifestação da função emotiva da linguagem. 
b) como está explicando eventos que fazem parte da narrativa, o recorte acima se faz com predominância da função meta-
linguística, que está adequada às necessidades discursivas do enunciado. 
c) no excerto, nota-se um cuidado especial com o emissor, o que gera a proeminência da função poética da linguagem, 
uma vez que o texto é literário. 
d) a função poética da linguagem, que predomina nesse texto, decorre da centralidade do código, para o qual se chama a atenção. 
e) o assunto é o elemento mais importante dessa mensagem, razão por que se manifesta ao longo dela a função fática da 
linguagem, como se espera de um texto que se faz seguindo os padrões do gênero discursivo diário. 
01.10. Considere a tirinha.
(BROWNW, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível – v.1. Porto Alegre: L&PM, 2009.)
Considerando a tirinha, pode-se concluir que nela está presente a função da linguagem denominada 
a) fática, pois vários termos, embora desprovidos de significado, permitem o início do processo comunicativo. 
b) metalinguística, pois se reflete sobre o valor das palavras, isto é, sobre o uso da língua e sua função social. 
c) apelativa, pois está ausente a intenção de atingir o receptor com o intuito de modificar o seu comportamento. 
d) emotiva, pois o eu lírico pode expressar livremente as emoções com as quais está em conflito. 
e) poética, pois o importante é passar as informações de forma clara e objetiva, desprezando-se a preocupação com a ela-
boração da linguagem. 
Aula 01
9Português 1C
Aprofundamento
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a 
seguir.
Literatura Indígena
Ainda não há consenso sobre o uso da expressão 
Literatura Indígena. Afinal, sob o conceito de “indí-
gena” reconhecem-se, atualmente, segundo o censo 
de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE), 305 grupos étnicos, com culturas 
e histórias próprias, falando 274 línguas. Portanto, 
encontrar uma denominação de referência geral não 
é muito simples. Outras expressões, embora menos 
usadas, vêm se apresentando na tentativa de carac-
terizar esse campo de interesse, como Literatura 
Nativa, Literatura das Origens, Literatura Amerín-
dia e Literatura Indígena de Tradição Oral. Próxima 
a essas, mas já com significado e alcance próprio, 
ainda contamos com Literatura Indianista, para se 
referir à produção do Romantismo brasileiro do sé-
culo XIX de temática indígena, como os versos de 
Primeiros Cantos (1846) e de Os Timbiras (1857), 
de Gonçalves Dias, e os romances O Guarani (1857) 
e Iracema (1865), de José de Alencar. Diantedesse 
quadro, quando usamos, hoje, a expressão Literatu-
ra Indígena, uma questão, necessariamente, ainda se 
apresenta: quais objetos ela incorpora ou para quais 
aponta ou tem apontado?
Em perspectiva ampla, diríamos que essa produ-
ção cultural assinala textos criativos em geral (orais 
ou escritos) produzidos pelos diversos grupos indí-
genas, editados ou não, incluindo aqueles que não 
se apresentam, em um primeiro momento, como 
constituídos a partir de um desejo especificamente 
estético-literário intencional, como as narrativas, os 
grafismos e os cantos em contextos próprios, ritua-
lísticos e cerimoniais. Parte dessa produção ganha 
visibilidade com os registros realizados por antro-
pólogos e pesquisadores em geral. Outra parte surge 
por meio de levantamentos realizados por profes-
sores atuantes em cursos de licenciatura indígena 
e dos próprios alunos desses cursos, oriundos de 
várias etnias. Estima-se que 1564 professores indí-
genas estavam em formação no ano de 2010, em 
cursos financiados pelo Programa de Apoio à For-
mação Superior e Licenciaturas Interculturais Indí-
genas (PROLIND), do Ministério da Educação.
Em perspectiva restrita, a expressão Literatura 
Indígena tem sido utilizada para designar aqueles 
textos editados e reconhecidos pelo chamado sis-
tema literário (autores, público, críticos, mercado 
editorial, escolas, programas governamentais, le-
gislação), como sendo de autoria indígena. Um 
marco importante se dá em 1980, ano de publi-
cação do considerado primeiro livro de autoria 
indígena com tais características, intitulado An-
tes o Mundo não Existia, de Umúsin Panlõn & 
Tolamãn Kenhíri, pertencentes ao povo Desâna, 
do Alto Rio Negro/AM. A partir das licenciaturas 
indígenas, assistimos, na década de 1990, ao in-
cremento dessa produção editorial.
Carlos Augusto Novais. Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG / 
Faculdade de Educação / Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita-CEALE. 
Disponível em: <http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbe-
tes/literatura-indigena>. Acesso em: 14 março 2016.
01.11. (IF – CE) – Sobre as funções da linguagem, é correto 
afirmar-se que 
a) no texto predomina a função fática, por dar ênfase à litera-
tura nacional, por reverenciar enfaticamente o movimento 
literário Indianista. 
b) no texto predomina a função referencial, por expor fatos 
e dados e por colocar em evidência o referente, ou seja, a 
mensagem à qual se refere, que é a definição de literatura 
indígena. 
c) no texto predomina a função poética, por relatar períodos 
literários nacionais, em especial, o Indianismo, que foi um 
movimento literário expressivo tanto na prosa quanto 
na poesia. 
d) no texto predomina a função metalinguística, pois explica 
a literatura utilizando-se dela própria, sendo característico 
desta função utilizar o código para se referir a ele próprio. 
e) no texto predomina a função conativa, por ser pungente a 
tentativa de persuadir o leitor a ler mais obras da literatura 
indígena nacional. 
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a 
seguir.
Fofoca: uma obra sem autor
O próprio som da palavra fofoca dá a ela um 
certo ar de frivolidade. Fofoca, mexerico, coisa sem 
importância. Difamação é crime, mas fofoca é só 
uma brincadeira. O que seria da vida sem um bom 
diz que me diz que, não? 
Não. Dispenso fofocas e fofoqueiros. Quando 
alguém se aproxima de mim, segura no meu bra-
ço e olha para o lado antes de começar a falar, já 
sei que vem aí uma lama que não me diz respeito. 
Se não tiver como fugir, deixo que a indiscrição 
entre por um ouvido e saia pelo outro, dando as-
sim o pior castigo para o meu interlocutor: não 
passarei adiante nem uma palavra.
Não recuso uma olhada na revista Caras, es-
pecialista em entregar quem dormiu com quem, 
quem traiu quem, quem faliu, quem casou, quem 
separou. É a única publicação do gênero que 
passa alguma credibilidade, porque sei que os 
envolvidos foram escutados, deram declarações 
por vontade própria, deixaram-se fotografar. São 
fofocas profissionais, consentidas e quase sempre 
assinadas. Fofoca anônima é que é golpe baixo. 
10 Extensivo Terceirão
A fofoca nasce na boca de quem? Ninguém 
sabe. Ouviu-se falar. É uma afirmação sem fonte, 
uma suspeita sem indício, uma leviandade órfã 
de pai e mãe. Quem fabrica uma fofoca quer ter 
a sensação de poder. Poder o quê? Poder divul-
gar algo seu, ver seu “trabalho” passado adiante, 
provocando reações, mobilizando pessoas. Quem 
dera o criador da fofoca pudesse contribuir para 
a sociedade com um quadro, um projeto de ar-
quitetura, um plano educacional, mas sem talento 
para tanto, ele gera boatos. 
Quem faz intrigas sobre a vida alheia quer 
ter algo de sua autoria, uma obra que se alastre e 
cresça, que se torne pública e que seja muito co-
mentada. Algo que lhe dê continuidade. É por 
isso que fofocar é uma tentação. Porque nos dá, 
por poucos minutos, a sensação de ser portador 
de uma informação valiosa que está sendo gentil-
mente dividida com os outros. Na verdade, está-se 
exercitando uma pequena maldade, não prevista 
no Código Penal. Fofocas podem provocar lesões 
emocionais. Por mais inocente ou absurda, sempre 
deixa um rastro de desconfiança. Onde há fumaça 
há fogo, acreditam todos, o que transforma toda 
fofoca numa verdade em potencial. Não há fofoca 
que compense. Se for mesmo verdade, é uma bala 
perdida. Se for mentira, é um tiro pelas costas.
MEDEIROS, Martha. Almas gêmeas, 20 set. 1999. Disponível em: <http://
almas.terra.com.br/martha/martha_2D_09.htm/>. Acesso em: 7 dez. 2005.
01.12. (IF – CE) – A função da linguagem predominante 
no texto é a 
a) referencial. 
b) metaliguística. 
c) apelativa. 
d) poética. 
e) expressiva. 
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a 
seguir.
atenda ao anúncio só tem folga depois que passa 
o horror do domingo que fere. Não faz mal que 
venha uma pessoa triste porque a alegria que se 
dá é tão grande que se tem que a repartir antes 
que se transforme em drama. Implora-se tam-
bém que venha, implora-se com a humildade da 
alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também 
uma casa com todas as luzes acesas como numa 
festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da 
copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se 
precisa de prática. E se pede desculpa por estar 
num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que 
há em meu rosto sério uma alegria até mesmo di-
vina para dar.
Clarice Lispector 
Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase>. Acesso em: 30 mai. 2012.
Sendo este um jornal por excelência, e por ex-
celência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um 
anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem 
ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente 
porque esta está tão contente que não pode ficar 
sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-
-se extraordinariamente bem: minuto por minuto 
paga-se com a própria alegria. É urgente, pois a 
alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas caden-
tes, que até parece que só se as viu depois que 
tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair 
porque a noite é muito perigosa e nenhuma aju-
da é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que 
01.13. (EPCAR – MG) – Quanto à classificação do gênero 
textual e à função da linguagem predominante no texto, 
pode-se dizer que se trata de uma/um 
a) carta com função da linguagem apelativa. 
b) anúncio com função da linguagem referencial. 
c) poema com função da linguagem poética. 
d) classificado com função da linguagem emotiva. 
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir.
Oficina irritada
Eu quero compor um soneto duro
como poeta algum ousara escrever.
Eu quero pintar um soneto escuro,
seco, abafado, difícil de ler.
Quero que meu soneto, no futuro,
não desperte em ninguém nenhum
prazer.
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.
Esse meu verbo antipático e impuro
há de pungir, há de fazer sofrer,
tendão de Vênus sob o pedicuro.
Ninguém o lembrará: tiro no muro,
cãomijando no caos, enquanto Arcturo,
claro enigma, se deixa surpreender.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. 39.ed.Rio de 
Janeiro: Record, 1998. p. 188)
Aula 01
11Português 1C
01.14. (IF – AL) – Com base na leitura do poema de Carlos 
Drummond e nos seus conhecimentos acerca das funções 
da linguagem, assinale a alternativa correta. 
a) Estão presentes as funções poética e metalinguística da 
linguagem, uma vez que o texto chama a atenção para o 
arranjo singular da mensagem e discute o código. 
b) Estão presentes as funções fática e poética da linguagem, 
pois, no texto, há o teste do canal e um arranjo singular 
da mensagem. 
c) Está presente apenas a função poética, já que o texto, 
sendo um poema, não permite a presença de outra função 
da linguagem. 
d) Estão presentes as funções referencial e poética, porque, 
no texto, a atenção recai tanto sobre o referente quanto 
sobre a mensagem. 
e) Estão presentes as funções poética e conativa, já que há 
uma centralidade, ao mesmo tempo, na mensagem e 
no receptor. 
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a 
seguir.
plos de casos em que o vegetal pode sofrer danos. 
“Se levar um exemplar para a Europa durante o 
inverno, ele dificilmente sobreviverá fora de um 
vaso ou de ambiente protegido”.
Disponível em: <http:// www.blogdoscuriosos.com.br> . Acesso em: 19 
out. 2013. (Adaptado)
A jabuticaba só nasce mesmo no Brasil?
Em seu discurso de agradecimento pelo prê-
mio de Economista do ano em 2003, Pérsio Arida, 
um dos idealizadores do Plano Real, utilizou um 
argumento inusitado para justificar a taxa de juros 
de equilíbrio de 8% ao ano no Brasil. “Certas coi-
sas são iguais à jabuticaba, só ocorrem no Brasil”, 
explicou ele na época. Rapidamente, jornalistas e 
intelectuais passaram a citar a frase como parte da 
chamada “Teoria da Jabuticaba”, com o objetivo 
de explicar em seus textos o porquê de alguns fe-
nômenos só acontecerem no Brasil. 
Se nas Ciências Humanas a tal teoria parece 
fazer sucesso, do ponto de vista biológico ela está 
equivocada. Quem garante isso é o pesquisador 
da APT (Agência Paulista de Tecnologia dos Agro-
negócios) Eduardo Suguino que tratou de derru-
bar alguns mitos sobre a ocorrência do famoso 
fruto. “A jabuticaba pode até ser nativa do Brasil, 
mas não ocorre só aqui”, explicou. “Ela já apare-
ceu em países como Argentina e México em sua 
forma natural”.
Ainda de acordo com Suguino, a jabuticabeira 
pode ser cultivada em qualquer canto do plane-
ta. Como se trata de uma planta propagada por 
semente, são necessárias apenas três condições 
para que ela se desenvolva: água, oxigênio e calor. 
Mesmo assim, ele faz questão de ponderar sobre 
a suposta universalidade do tradicional vegetal. 
“Apesar de possuir essa capacidade de ser culti-
vada em qualquer lugar, a jabuticabeira pode ser 
prejudicada por alguns fatores ambientais”, afir-
ma. Depois, o pesquisador ainda forneceu exem-
01.15. (IF – SP) – De acordo com o texto, pode-se afirmar 
que a função da linguagem utilizada predominantemente 
pelo autor é 
a) a emotiva, pois está centrada em depoimentos subjetivos 
de pesquisadores que desejam demonstrar seus senti-
mentos em relação às jabuticabeiras. 
b) a apelativa, já que seu objetivo é o de convencer o leitor 
a plantar uma jabuticabeira, porque é necessário água, 
oxigênio e calor para que se desenvolva. 
c) a referencial, pois faz uso da impessoalidade, marcada 
pelos verbos na terceira pessoa tais como “utilizou”, “ex-
plicou” e “passaram”. 
d) a metalinguística, já que se trata de um texto de caráter 
científico cujo principal assunto é a ciência do plantio de 
jabuticaba por toda parte. 
e) a poética, uma vez que a ênfase está na construção da 
mensagem a partir da sonoridade e do ritmo explorados 
nas palavras “jabuticabas” e “jabuticabeiras”. 
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a 
seguir.
Aprenda a chamar a polícia...
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite des-
sas notei que havia alguém andando sorrateira-
mente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando 
os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma 
silhueta passando pela janela do banheiro. Como 
minha casa era muito segura, com grades nas jane-
las e trancas internas nas portas, não fiquei muito 
preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um 
ladrão ali, espiando tranquilamente. Liguei baixinho 
para a polícia, informei a situação e o meu endereço. 
Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já 
estava no interior da casa. Esclareci que não e dis-
seram-me que não havia nenhuma viatura por perto 
para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim 
que fosse possível. Um minuto depois, liguei de 
novo e disse com a voz calma: — Oi, eu liguei há 
pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não 
precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com 
um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada 
em casa para estas situações. O tiro fez um estrago 
danado no cara! 
Passados menos de três minutos, estavam na 
minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, 
12 Extensivo Terceirão
01.16. Sobre o texto, assinale a alternativa correta.
I. Há marcas da função referencial da linguagem quando 
relata fatos de modo objetivo.
II. Há marcas da função fática da linguagem, principalmente 
quando a personagem fala com a central de polícia.
III. A função da linguagem predominante é a apelativa, 
porque a intenção do texto é o convencer os policias a 
virem atender um pedido. 
a) As alternativas I e II estão corretas. 
b) As alternativas I e III estão corretas. 
c) Todas as alternativas estão corretas. 
d) Apenas a alternativa I está correta. 
e) Apenas a alternativa III está correta. 
01.17. (FUVEST – SP) – Observe esta gravura de Escher: 
Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de re-
cursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, 
com frequência,
a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência 
que lhe parece extremamente intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois pro-
dutos que têm a mesma utilidade.
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção 
e distanciamento a experiência de que trata.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para 
expor procedimentos construtivos do discurso.
e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza 
uma determinada sequência de operações.
Instrução: Observe a imagem para responder à questão 
a seguir.
01.18. (UERJ) – Pode-se definir “metalinguagem” como a 
linguagem que comenta a própria linguagem, fenômeno 
presente na literatura e nas artes em geral. O quadro A 
perspicácia, do belga René Magritte, e um exemplo de 
metalinguagem porque:
a) destaca a qualidade do traço artístico.
b) mostrar o pintor no momento da criação.
c) implica a valorização da arte tradicional.
d) indica a necessidade de inspiração concreta. 
Desafio
Instrução: Leia o texto abaixo para responder à questão a seguir.
O Brasil conheceu em 2015 a pior epidemia de 
dengue de sua história. Segundo o Ministério da Saú-
de, foram notificados mais de 1,5 milhão de possíveis 
casos da doença, que resultaram em 811 mortes.
Viu, além disso, a chegada do vírus zika, que ra-
pidamente se espraia pelo território. Dados oficiais 
estimam em ao menos 500 mil o número de possí-
veis contaminações por esse agente infeccioso. 
A princípio considerado pouco perigoso, o 
zika tornou-se motivo de inquietação após ser 
confirmada a relação entre o vírus e o nascimento 
de bebês com microcefalia. 
Tais números evidenciam as diversas falhas no 
combate ao mosquito transmissor dos dois pató-
genos, o famigerado Aedes aegypti. 
Como se não bastasse, é provável que esse qua-
dro se agrave em 2016. Dados oficiais mostram 
199 municípios sob risco de novas epidemias de 
dengue, zika e chikungunya e 665 em situação de 
alerta – cifras mais expressivas do que as registra-
das no ano passado. 
Diante de tal situação, seria de se esperar que 
as autoridades buscassemcom máxima presteza 
todos os meios para enfrentar a doença e o seu 
transmissor. O sentido de urgência, entretanto, 
parece não contaminar a burocracia nacional.
 Folha de S. Paulo, 11 de dezembro de 2015 (fragmento). 
uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a 
turma dos direitos humanos, que não perderiam 
isso por nada neste mundo. Eles prenderam o la-
drão em flagrante, que ficava olhando tudo com 
cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando 
que aquela era a casa do Comandante da Polícia. 
No meio do tumulto, um tenente se aproximou 
de mim e disse: — Pensei que tivesse dito que ti-
nha matado o ladrão. Eu respondi: — Pensei que 
tivesse dito que não havia ninguém disponível.
Luís Fernando Veríssimo
Disponível em: <http://pensador.uol.com.br>. Acesso em: 21 Set. 2013.
Aula 01
13Português 1C
01.19. (UFU – MG) – Com base no 
texto acima, faça o que se pede. 
a) Considerando que o texto exempli-
fica um editorial, apresente 3 (três) 
características que o enquadram 
nesse gênero. 
b) Qual é a função da linguagem 
predominante desse texto, levan-
do em consideração os recursos 
linguísticos empregados pelo au-
tor? Justifique sua resposta com 
fragmentos do texto. 
01.20. (UFU – MG) – Leia o texto abaixo 
para responder à questão a seguir.
Texto I
Art. 3º - Serão asseguradas 
às mulheres as condições para 
o exercício efetivo dos direitos 
à vida, à segurança, à saúde, 
à alimentação, à educação, à 
cultura, à moradia, ao acesso 
à justiça, ao esporte, ao lazer, 
ao trabalho, à cidadania, à li-
berdade, à dignidade, ao res-
peito e à convivência familiar 
e comunitária. 
BRASIL. Lei nº. 11.340, de 7 de agosto 
de 2006. Disponível em: <https://goo.gl/
bZiD4Q>. Acesso em: 12 mar. 2018.
Texto II
BRASIL. Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Balanço anual 2016. Disponível em: <https://goo.
gl/W59kFm>. Acesso em: 12 abr. 2018.
a) Indique a função da linguagem predominante no texto I e justifique sua resposta. 
b) Considerando-se o total de 140.350 relatos de violência à Central de Atendi-
mento à Mulher, escreva um parágrafo com, no máximo 9 linhas, a partir do 
texto II, cuja função da linguagem predominante seja a referencial. 
14 Extensivo Terceirão
Produção de textos
Proposta 01
(UNICAMP – SP) – Como voluntário(a) da biblioteca Barca dos Livros, você ficou responsável por escrever o texto de apresen-
tação de uma campanha de arrecadação de fundos para a instituição. Em seu texto, que estará disponível no site da Barca 
dos Livros, apresente, com base na notícia abaixo, o histórico e as ações da biblioteca, mostrando a importância das doações 
para a continuidade do projeto.
Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro 
Em 2014, a Barca dos Livros foi eleita a melhor biblioteca comunitária do país pelo Ministério da Cultura e 
da Educação. Graças ao trabalho de voluntários apaixonados por literatura e que a consideram uma arte funda-
mental para a infância, a instituição vem há quase uma década formando leitores e promovendo a cultura em 
Florianópolis. Precisa, no entanto, de um impulso material para que continue existindo. Para chegar ao posto 
de referência no país, a Barca dos Livros navegou por mares calmos e revoltos. Hoje, nove anos e dois meses 
depois da inauguração, conta com um precioso acervo de 15 mil livros, dois terços dos quais de literatura in-
fantil e infanto-juvenil, aproximadamente 5 mil carteirinhas de sócios e a incerteza do futuro. Desde maio do 
ano passado, está com o aluguel atrasado na atual sede, um espaço de 125 m² no Lagoa Iate Clube. 
“Estamos sem nenhum patrocínio, convênio, subvenção. Além do aluguel, estamos devendo também o 
salário de três funcionários. A Barca é tocada por voluntários. Acontece que nunca foi fácil, mas nunca esteve 
a ponto de quase fechar” – lamenta a coordenadora do projeto, Tânia Piacentini. De 2010 até maio do ano 
passado, um convênio com a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes garantia o pagamento do 
aluguel, no valor de R$ 6,5 mil por mês. Mas a parceria não foi renovada. 
“Todas as atividades são gratuitas. Apenas para os passeios de barco com contação de histórias, realizados 
no segundo sábado de cada mês, é cobrado o valor de 5 reais para adultos que acompanham as crianças. 
Nosso material, espaço, livros, tudo é renovado graças ao trabalho dos voluntários. Precisamos de parceiros 
fixos que queiram ajudar.” 
Acolhimento literário 
De 2007 até hoje, os voluntários da Barca viram crianças que engatinhavam lerem as primeiras palavras 
e depois amarem a leitura. Despertaram a paixão pela ficção, contaram histórias, viram mães com bebês de 
colo pegando no sono nos confortáveis sofás da sala de leitura, aconchegadas pelo ambiente de acolhimento 
literário. 
Nascida em Nova Veneza, sul do Estado, há 68 anos, Tânia Piacentini começou a dar aulas aos 14 anos. 
Cursou Letras e fez mestrado e doutorado na área de educação e literatura. Foi a primeira representante de 
Santa Catarina, nos anos 1970, a selecionar livros para a Fundação Nacional do Livro Infantil, que a cada ano 
premia as melhores publicações para crianças e jovens. 
Duas décadas depois, com o aumento de livros editados para esse público – quando começou, eram no 
máximo 10 por ano, hoje são cerca de 1.200 novas edições –, passou a convidar pessoas para ajudar a sele-
cioná-los. Daí surgiu um núcleo de 25 leitores e especialistas que formou a Sociedade Amantes da Leitura, 
ONG que criou e sustenta legalmente a Barca. 
“Nem sabíamos que ficaria grande. Queremos continuar e aumentar o atendimento. Abrir ao público 
todos os dias é um sonho. Temos que estar disponíveis e manter a qualidade. Mas sem dívidas pessoais e 
crises financeiras”, suspira Tânia. 
Hoje a Barca abre ao público de terça a sábado, das 14 às 20 horas – chegou a ser de terça a domingo, 
em três turnos. Mesmo com as dificuldades, promove atividades semanais, como A Escola Vai à Barca (que 
recebe alunos de escolas da rede pública e particular), palestras, saraus para adultos, lançamentos de livros, 
leituras coletivas de livros e passeios mensais de barco pela Lagoa da Conceição. 
O cadastro custa 1 real e dá ao pequeno sócio uma carteirinha que permite pegar três obras emprestadas 
por 15 dias. Mais informações sobre a programação no site da Barca dos Livros. 
(Adaptado de Carol Macário, Barca dos Livros corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro. 
Disponível em: http://dc.clicrbs.com.br/sc/entretenimento/noticia/2016/04/barca-dos-livros-corre-o-risco-de-fechar-por-falta-de-apoiofinanceiro 5754089.html. 
Publicado em 05/04/16.)
Aula 01
15Português 1C
 
Proposta 02
(UFSC) – Com base nos Textos 1, 2 e 3, escolha uma das duas propostas apresentadas para escrever a sua redação. 
Texto 1 
Imagine um mundo sem vacinas
A OMS lidera os sistemas de saúde de forma a aprontar, rapidamente, respostas ao surgimento de pos-
síveis novas pandemias. Mas os críticos contemporâneos argumentam contra a obrigatoriedade das campa-
nhas, em nome da liberdade individual. Especialistas, por sua vez, contra-argumentam evocando o sucesso 
já alcançado, que levou à invisibilidade de certas doenças. A escritora americana Eula Biss, autora do livro 
Imunidade: germes, vacinas e outros medos, vai mais além. Ela inclui fatores culturais para o movimento 
antivacinação, que incluem a insistência na liberdade individual de escolher o que é melhor para os filhos, 
a atração por uma vida natural sem o uso de remédios, produtos químicos e industrializados, e a rotulação 
das vacinas na categoria de imunidade “artificial”. Mitos dessa ordem preocupam as autoridades sanitárias 
mundiais, uma vez que não se referem apenas a uma questão individual, mas de saúde pública. 
Disponível em: https://www2.uol.com.br/sciam/banner/vacinas.pdf. [Adaptado]. Acesso em: 30 mar. 2019.
Texto 2 
Novo estudo conclui que vacina contra sarampo, caxumba e rubéola não aumenta risco de autis-
mo em crianças
A afirmação de que a vacina conhecidacomo tríplice viral no Brasil estava ligada ao autismo provocou 
uma alarmante queda nas vacinações, além de um debate político e entre os profissionais de medicina. Vários 
estudos subsequentes tentando reproduzir os resultados, porém, não encontraram nenhuma ligação entre 
vacinas e autismo. O Ministério da Saúde diz que tenta combater o que chama de fake news sobre a vacina. 
Apesar de todos esses estudos, casos de sarampo, por exemplo, têm aumentado em todo o mundo – parte 
em razão da não vacinação. Dez países, incluindo o Brasil, foram responsáveis por quase 3
4
 do aumento total 
de casos de sarampo em 2018. O país aparece na 3a posição com o maior número de casos. 
Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/03/04/novo-estudo-conclui-que-vacina-contra-sarampo-caxumba-e-rubeola-nao- 
aumentarisco-de-autismo-em-criancas.ghtml. [Adaptado]. Acesso em: 30 mar. 2019.
16 Extensivo Terceirão
Texto 3
Disponível em: <http://isags-unasur.org/infografico-vacinacao-fraturas-no-pacto-social. (Adaptado). Acesso em: 30 mar. 2019.
Produza uma carta aberta sobre a vacinação em nossos dias. Escolha assinar como: a) Médico sanitarista; b) Pai ou mãe de 
uma criança pequena; c) Liderança de um movimento antivacinação. 
 
Aula 01
17Português 1C
Produza uma dissertação sobre a obrigatoriedade da vacinação no Brasil contemporâneo
 
Gabarito
01.01. c
01.02. c
01.03. d
01.04. e
01.05. c
01.06. a
01.07. c
01.08. d
01.09. a
01.10. b
01.11 b
01.12 e
01.13 d
01.14 a
01.15 c
01.16 d
01.17 d
01.18 b
01.19 a) O editorial é um gênero caracterizado por abordar um assunto atual (“O Brasil conheceu em 2015 a pior epidemia de dengue de sua história”; 
“Dados oficiais mostram 199 municípios sob risco de novas epidemias de dengue, zika e chikungunya e 665 em situação de alerta – cifras mais 
expressivas do que as registradas no ano passado”) de modo crítico (“Tais números evidenciam as diversas falhas no combate ao mosquito 
transmissor dos dois patógenos, o famigerado Aedes aegypti. Como se não bastasse, é provável que esse quadro se agrave em 2016”, “O sentido 
de urgência, entretanto, parece não contaminar a burocracia nacional”) solicitando aos responsáveis medidas possíveis para resolução de 
um problema (“Diante de tal situação, seria de se esperar que as autoridades buscassem com máxima presteza todos os meios para enfrentar 
a doença e o seu transmissor”). É possível citar também que o Editorial é um texto apócrifo.
b) A função da linguagem predominante no trecho é referencial, uma vez que o destaque dado pelo autor é o assunto. Portanto, são esperados 
fatos concretos (“O Brasil conheceu em 2015 a pior epidemia de dengue de sua história. Segundo o Ministério da Saúde, foram notificados 
mais de 1,5 milhão de possíveis casos da doença, que resultaram em 811 mortes.”) descritos de forma objetiva e impessoal (“A princípio 
considerado pouco perigoso, o zika tornou-se motivo de inquietação após ser confirmada a relação entre o vírus e o nascimento de bebês com 
microcefalia”). 
01.20 a) A função da linguagem predominante no texto I é a função referencial (denotativa ou informativa), já que tem como objetivo principal informar 
sobre a disposição legal que assegura às mulheres as condições para o exercício efetivo dos seus direitos, considerados essenciais para o exercício 
da cidadania. 
b) Para atender às exigências da linguagem referencial, as ocorrências relatadas à Central de Atendimento à Mulher, que infringem as disposições 
legais enunciadas no texto I, o parágrafo deve apresentar objetividade, imparcialidade e clareza. Como sugestão, poderia ser redigido o seguinte: 
O gráfico apresentado revela que o percentual de relatos refefentes à violência física supera todos os outros que atingem a mulher de variadas 
formas. A violência psicológica, forma subjetiva de agressão por ferir a autoestima, abrange um terço das ocorrências, em um universo em que 
figuram também as de ordem moral e sexual, assim como as que resultam em cárcere privado, violação de patrimônio e tráfico de pessoas.
18 Extensivo Terceirão
A prova de redação
Ela é, muitas vezes, tida como assustadora, espe-
cialmente por causar em várias pessoas uma sensação 
desconfortável. Afinal, numa avaliação em que o candi-
dato não pode se “esconder” em alternativas e gabaritos 
impessoais, é necessário produzir por escrito a resposta 
à questão apresentada. 
A expectativa da prova de redação gera sensações 
diferentes em muitos alunos, e, é claro, nem sempre 
boas sensações. Porém, é importante assimilar, o mais 
brevemente possível, que essa é mais uma das etapas 
que fazem parte dos processos de seleção. Por isso, não 
há como escapar: o bom desempenho num concurso, 
em especial nos mais concorridos, depende também de 
um bom desempenho por escrito.
Dessa forma, é fundamental saber colocar a redação 
no plano de estudos. Por se tratar de um processo de 
aprendizagem, nada acontecerá por milagre. Esse pro-
cesso depende principalmente de dois fatores:
 • Prática de escrita: mesmo que você não se sinta 
confortável no exercício de escrever para ser avalia-
do, não fuja das atividades de escrita. Não se iluda 
com fórmulas mágicas, nem com “métodos milagro-
sos”. O desenvolvimento na escrita só vem com os 
exercícios práticos.
 • Orientação e correção: assistindo às aulas e prestando 
atenção na correção das redações, você irá perceber os 
pontos positivos de sua produção e, especialmente, os 
aspectos que precisam ser aprimorados. Assimile o que 
pode ser melhorado e procure nas produções seguintes 
aplicar o que foi aprendido por meio das correções. 
Redação: os tipos de prova
Para alcançar o bom desempenho numa prova de 
redação, também é importante conhecer o tipo de prova 
que você irá fazer, pois cada instituição possui caracte-
rísticas próprias de elaborar e corrigir provas. E, para esta 
aula, vamos começar a tratar nossa matéria esclarecendo 
dois formatos diferentes de prova. Possivelmente você 
precisará conhecê-los para poder, ao longo do ano, ter 
uma preparação mais específica para os tipos de prova 
que cada instituição pode cobrar.
Ainda como apresentação geral, dividiremos as 
provas de Redação em duas grandes categorias:
 • Provas no formato TRADICIONAL: como o 
próprio nome já diz, trata-se do tipo de avaliação 
mais utilizado nos processos seletivos do país. 
Predomina, em exames desse tipo, o texto 
dissertativo-argumentativo.
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19Português 1C
Português
1B1C
Redação nos vestibulares
Aula 02
 • Provas no formato MODERNO: nas últimas 
décadas, algumas instituições vêm se notabili-
zando pela elaboração de avalições diferentes, 
por meio de questões em que o candidato irá 
escrever de maneira diferente dos moldes tradi-
cionais de redação.
1. Redação no formato “tradicional”
Na maioria dos exames vestibulares e no ENEM, as 
questões de redação têm como base o tipo de texto mais 
difundido na vida escolar: o dissertativo-argumentativo. 
Assim, quem for fazer provas cuja redação seja nesse forma-
to precisa praticar a dissertação dentro de suas convenções 
tradicionais (que iremos estudar a partir da aula 10).
De qualquer forma, vale a pena, aqui, fazer uma bre-
ve revisão das características gerais desse tipo de texto.
 • Defender um posicionamento (tese) a partir de 
um tema proposto.
 • Linguagem impessoal: na dissertação tradicio-
nal, evita-se a expressão subjetiva (1a. pessoa); 
escreve-se, portanto, preferencialmente em 
3a. pessoa.
 • Domínio da estrutura convencional: introdu-
ção, desenvolvimento e conclusão.
 • No caso do ENEM, é obrigatória a inclusão de 
proposta de intervenção ao problema colocado 
no tema da proposta.
Qualquer prova do ENEM pode servir de exemplo 
desse formato tradicional de redação. Além do Exame 
Nacional, em outros processos seletivos de grandes 
universidades do país, como FUVEST, ITA e a maioria 
dos vestibulares das universidades privadas, a prova de 
redação segue esse caminho.
Vejamosum exemplo de uma prova nesse formato 
no vestibular PUC - Campinas.
É crescente, em nosso tempo, a predominância 
dos elementos visuais sobre outros estímulos para a 
nossa percepção. Nas ruas, os outdoors, os grafites, 
as pichações e sinalizações de todo tipo convocam a 
atenção do nosso olhar. Em qualquer parte, as telas 
eletrônicas de todo porte e de toda natureza hipno-
tizam-nos com sua profusão de mensagens. Mesmo 
os shows de música valem-se de efeitos cênicos para 
se afirmarem visualmente. Será que essa crescen-
te dependência nossa da visualidade de tudo terá 
como consequência o comprometimento de nossa 
capacidade de interiorização e de reflexão? 
(PUC – Campinas) Redija uma dissertação em prosa, na 
qual você, argumentando com coerência e clareza, se 
posicionará diante da questão problematizada no tex-
to acima.
2. Redação no formato “moderno”
Outras bancas examinadoras, nos últimos anos, vêm 
procurando formas alternativas de redação, fora do 
modelo tradicional. Em meados da década de 1990, o 
Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná 
passou a compor uma prova em que o candidato seja 
avaliado também pelo domínio de diversos tipos de tex-
tos, como o resumo, a tradução de gráficos, a interpreta-
ção de tiras e charges, assim como várias outras formas 
de propostas. Outros vestibulares, aos poucos, também 
foram adotando essa nova ideia. Nesses vestibulares, 
muitos candidatos não obtêm sucesso por não conhece-
rem esse novo estilo de prova. Vamos às características 
gerais dessas avaliações mais modernas:
 • Domínio de estruturação de diversos tipos de 
textos.
 • Saber ler e compreender os textos de apoio, bem 
como os comandos propostos no enunciado das 
questões.
 • Escrever de acordo com o que se pede nos 
comandos da questão, muitas vezes de forma 
diferente da estrutura dissertativa tradicional.
Como exemplo, vejamos uma questão do vestibular 
UFPR, em que também se pede um posicionamento, 
mas com uma estruturação diferente da dissertação 
tradicional.
Considere o texto abaixo: 
A ascensão política de Donald Trump nos EUA, 
a decisão britânica de deixar a União Europeia 
e a definição contrária ao acordo de paz na 
Colômbia têm sido elencados como exemplos de 
uma crise da democracia global e dos sistemas de 
representação política. 
[...] Para o filósofo norte-americano Jason 
Brennan, os três casos são símbolo de problemas 
na tomada de decisões políticas. Esses impasses 
favorecem a participação das pessoas em detri-
mento do conhecimento que elas têm sobre a re-
alidade em questão – o que leva, segundo ele, a 
escolhas irracionais. 
Este é o caso específico do “brexit”, na visão de 
Brennan, em que as pessoas tomaram “uma decisão 
estúpida” porque não tinham informações sobre a 
realidade britânica. E é o modelo que aproximou 
Trump da Presidência dos EUA, apesar de fazer 
campanha com pouco apego a fatos reais e a 
mentir em 71% das suas declarações, segundo o 
site PolitiFact, que checa discursos políticos. [...] 
Em entrevista à Folha, por telefone, Brennan 
falou sobre suas críticas aos sistemas democráticos, 
reunidas no recente livro “Against Democracy” (contra 
a democracia), em que sugere a implementação
20 Extensivo Terceirão
de um sistema político diferente: a epistocracia. 
Ele defende que apenas uma elite com conheci-
mento aprofundado sobre temas de relevância 
nacional possa tomar decisões. 
Criticado por sua visão de mundo “elitista”, ele 
diz que a democracia ainda é o melhor sistema de 
governo, mas que isso não significa que não preci-
se evoluir.
Epistocracia (ou epistemocracia, como 
também aparece citado em trabalhos 
acadêmicos no Brasil), é um conceito 
de sistema político baseado na ideia de 
epistem. O termo foi usado por Platão 
na filosofia grega, no século 4º a.C., para 
se referir ao “conhecimento verdadeiro”, 
em oposição à opinião infundada, sem 
reflexão. Por esse sistema, o poder po-
lítico não deveria ser distribuído igual-
mente a todos os cidadãos, em contra-
posição à democracia, mas sim estas nas 
mãos das pessoas sábias.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/11/1829957) 
(UFPR) – Escreva um texto argumentativo posicionando-
-se em relação à proposta apresentada por Jason Brennan. 
O seu texto deve: 
• ter de 10 a 12 linhas; 
• explicitar em linhas gerais as ideias de Jason Brennan; 
• assumir uma posição contra ou a favor dela, contra-
pondo argumentos se for contra, ou reforçando os 
já apresentados se for a favor.
Redação no vestibular: 
escrever para ser avaliado
Por mais incômoda que possa parecer, essa ideia 
precisa fazer parte da consciência de quem irá passar 
por uma prova de redação. É neste ponto que está o 
maior desconforto que essa prova gera nos candidatos: 
produzir um texto que será avaliado por uma banca 
examinadora. Mais que isso, trata-se de um concurso, 
no qual, cada vez mais, a produção textual vem sendo 
determinante na classificação final, especialmente em 
exames de alta concorrência.
Por ser uma importante etapa de um processo seleti-
vo, muitas vezes, não basta o candidato apenas cumprir 
razoavelmente o que se pede na proposta; é preciso 
produzir um texto que se destaque entre os dos demais 
concorrentes. As principais bancas examinadoras bus-
cam distinguir um texto “bom” de um “ótimo”. Vejamos 
essa diferença comparando duas redações feitas no 
ENEM 2013, considerando que a segunda atingiu a nota 
máxima.
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e 
com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo 
na modalidade escrita formal da língua portuguesa 
sobre o tema “Efeitos da implantação da Lei Seca 
no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que 
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e re-
lacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos 
para defesa de seu ponto de vista.
Qual o objetivo da “Lei Seca ao volante”?
De acordo com a Associação Brasileira de Me-
dicina de Tráfego (Abramet), a utilização de bebi-
das alcoólicas é responsável por 30% dos aciden-
tes de trânsito. E metade das mortes, segundo o 
Ministério da Saúde, está relacionada ao uso do 
álcool por motoristas. Diante deste cenário pre-
ocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu com uma 
enorme missão: alertar a sociedade para os peri-
gos do álcool associado à direção.
Para estancar a tendência de crescimento de 
mortes no trânsito, era necessária uma ação enérgi-
ca. E coube ao Governo Federal o primeiro passo, 
desde a proposta da nova legislação à aquisição de 
milhares de etilômetros. Mas para que todos ga-
nhem, é indispensável a participação de estados, 
municípios e sociedade em geral. Porque para atin-
gir o bem comum, o desafio deve ser de todos.
Disponível em: www.dprf.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013.
Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013
Repulsão magnética a beber e dirigir
A lei da física que comprova que dois polos 
opostos se atraem em um campo magnético é 
um dos conceitos mais populares desse ramo 
do conhecimento. Tulipas de chope e bolachas 
de papelão não servem, em condições normais, 
como objetos de experimento para confirmar essa 
proposta. A ideia de uma agência de comunicação 
em Belo Horizonte foi bem simples. Ímãs foram 
inseridos em bolachas utilizadas para descansar os 
copos, de forma imperceptível para o consumidor. 
Em cada lado, há uma opção para o cliente: dirigir 
ou chamar um táxi depois de beber. Ao mesmo
Aula 02
21Português 1C
tempo, tulipas de chope também receberam 
pequenos pedaços de metal mascarados com uma 
pequena rodela de papel na base do copo. Durante 
um fim de semana, todas as bebidas servidas 
passaram a pregar uma peça no cliente. Ao tentar 
descansar seu copo com a opção dirigir virada para 
cima, os ímãs apresentavam a mesma polaridade 
e, portanto, causando repulsão, fazendo com que 
o descanso fugisse do copo; se estivesse virada 
mostrando o lado com o desenho de um táxi, ela 
rapidamente grudava na base do copo.A ideia 
surgiu da necessidade de passar a mensagem de 
uma forma leve e no exato momento do consumo.
Disponível em: www.operacaoleisecarj.rj.gov.br. Acesso em: 20 jun. 
2013 (adaptado).
INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apro-
priado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha 
própria, em até 30 linhas.
• A redação que apresentar cópia dos textos da Pro-
posta de Redação ou do Caderno de Questões terá 
o número de linhas copiadas desconsiderado para 
efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expres-
sas a seguir, a redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada 
“insuficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertati-
vo-argumentativo.
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite 
os direitos humanos.
• apresentar parte do texto deliberadamente desco-
nectada com o tema proposto.
Exemplo de redação 1
Inteligente, porém, insuficiente
As bebidas alcoólicas são milenarmente conheci-
das por gerar em quem as consome a embriaguez, 
efeito o qual provoca a perda do equilíbrio, de re-
flexos e, consequentemente, do senso de direção. A 
perda dessas capacidades torna o motorista incapaz 
de dirigir competentemente, gerando, portanto, 
uma ameaça aos demais automóveis e pedestres.
A implantação da Lei Seca no Brasil amplia 
o número de imprudências punidas no trân-
sito, pois não é somente aplicada nos casos 
em que houve acidente, mas, também, atinge 
qualquer motorista flagrado com índice de ál-
cool no organismo acima do permitido. Esse 
aumento nas possibilidades de punição faz to-
dos pensarem melhor antes de beber e dirigir. 
Como muitos duvidam da aplicação da Lei, os 
casos de bebida alcoólica relacionada a acidentes
ainda apresentam valor significante entre o total de 
ocorrências no trânsito. Apesar da restrição de ida-
de para a direção e para o consumo de álcool, me-
nores são flagrados cometendo dupla imprudência.
Para que a Lei Seca seja aplicada, bloqueios po-
liciais devem ser frequentes e numerosos, fato o 
qual exige investimento do capital governamental 
para o aumento da frota de viaturas policiais, do 
salário dos profissionais de segurança e da com-
pra dos “bafômetros” a serem utilizados.
A partir do exposto, conclui-se que a Lei Seca, 
por si só, não é capaz de evitar acidentes, necessi-
tando, portanto, da intensa fiscalização policial nas 
ruas para mostrar a possíveis infratores que a lei é 
aplicada. É preciso, também, promover palestras 
em escolas, distribuição de panfletos e e-mails à 
população e advertências instrutivas televisionadas, 
mostrando a todos meios de evitar a ocorrência de 
direção alcoolizada, como o rodízio entre amigos 
para haver um sóbrio na ida a festas ou baladas.
Extraído de: < https://www.infoenem.com.br/Vista-
pedagógica-da-correção-do-enem/> Acesso em: 31/08/18.
Exemplo de redação 2
Trânsito inequacional
Desde a sua invenção, a bebida alcoólica faz 
parte da cultura de diversas civilizações. Porém, 
com o surgimento do automóvel, esse e aquela 
não podem ser variáveis de uma mesma equação. 
Nesse aspecto, a Lei Seca implantada no Brasil 
reduziu consideravelmente o número de mortes 
por acidentes de trânsito. Entretanto, o individu-
alismo da sociedade e o sistema de transporte di-
ficultam um efeito definitivo.
A aplicação do Código de trânsito encontra seu 
maior desafio no alto índice de transgressão. Isso 
ocorre devido à mentalidade individualista da 
maioria das pessoas, já citada pelo filósofo John 
Locke, que acredita que as leis servem para os 
outros mas não a si. Além disso, a má qualidade 
educacional, principalmente do ensino público, 
reduz o conhecimento acerca da cidadania e dos 
direitos necessários para a sua execução. Dessa 
forma, a quantidade de acidentes nas cidades e 
nas estradas ainda é grande, assim como o núme-
ro de mortes.
Ademais, o sistema de transporte no Brasil 
também dificulta a execução da Lei Seca. Isso é 
consequência da baixa disponibilidade de ônibus, 
trens e metrôs durante a noite e a madrugada, ho-
rários em que há maior consumo de bebidas al- 
coólicas. Essa falta ocorre, principalmente, em bair-
ros periféricos, cidades pequenas e médias. Além
22 Extensivo Terceirão
disso, a escassez de segurança desincentiva o uso 
desses. Assim, muitas pessoas optam por diri-
gir, colocando em risco a vida delas e de outros.
Portanto a Lei Seca é importante para a redu-
ção do número de acidentes de trânsito. Porém, 
sua efetividade completa só ocorrerá com a mobi-
lização da sociedade. Sendo assim, é preciso que 
o governo acrescente ao currículo escolar discipli-
nas como cidadania e segurança do tráego, além 
de tornar mais rígidas as punições pelas trans-
gressões e aumentar os números de postos de fis-
calização. Ademais, deve-se fazer uma reforma no 
sistema de transportes públicos, aumentando o 
número desses nos horários noturnos e nos bair-
ros periféricos. Dessa forma, será possível reduzir 
o número de mortes no trânsito e chegar a uma 
sociedade menos individualista.
Extraído de: < http://www.dowload.uol.com.br/vestibular2/
redacãoenem_beatrizcarvalho.jpg.> Acesso em: 31/08/18.
Testes
Assimilação
(MACK –SP) – Texto para as questões de 02.01 a 02.04.
Ciência é uma das formas de busca de conhe-
cimento desenvolvida pelo homem moderno. 
Sob1 seu escopo2 inserem-se3 as mais diferentes 
realidades físicas, sociais e psíquicas, entre outras. 
A linguagem, manifestação presente em todos os 
momentos de nossas vidas e em todas as nossas 
atividades, podendo até ser tomada como defini-
dora da própria natureza humana, passou a ser 
tratada sob a perspectiva dessa4 forma de conhe-
cimento, ou seja5, passou a ser objeto de investi-
gação científica, a partir do início do século XX.
Por ter um papel central na vida dos seres hu-
manos, a linguagem tem como sua característica 
primordial ser multifacetada. Tal característica 
exige que, ao submeter-se ao tratamento científi-
co, essa realidade multifacetada sofra cortes e abs-
trações, tendo como consequência o fato de que 
ela só pode ser entendida a partir de diferentes 
perspectivas, gerando uma pluralidade de teorias 
que buscam compreendê-la e explicá-la.
Esmeralda Vailati Negrão, “A cartografia sintática”, em Novos caminhos 
da linguística
02.01. Observe as afirmações.
I. Pela existência de apenas uma teoria única e singular 
será possível compreender a natureza multifacetada da 
linguagem na vida dos seres humanos.
II. A complexidade da linguagem humana demanda a 
necessidade de diferentes perspectivas científicas, que 
procurarão, cada uma a seu modo, explicar características 
diversas de uma realidade multifacetada.
III. A natureza multifacetada da linguagem humana se deve 
ao fato de que existem diferentes recortes científicos e abs-
trações que procuram compreender as línguas e seus usos.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas a afirmação I está correta.
b) Apenas a afirmação II está correta.
c) Apenas a afirmação III está correta.
d) Todas as afirmações estão corretas.
e) Nenhuma das afirmações está correta.
02.02. Observe as afirmações.
I. A linguagem humana nem sempre foi, ao longo da his-
tória, tratada de modo a considerá-la como um objeto 
científico.
II. A linguagem humana pode ser compreendida por uma 
perspectiva científica, que efetua recortes de observação, 
geradores, por sua vez, de diferentes modos de observa-
ção e análise.
III. A natureza humana é muito complexa, o que exige que se 
façam abstrações científicas que implicam desconsiderar 
a linguagem como um elemento possível de observação 
e análise.
Assinale a alternativa correta.
a) As afirmações I e II estão corretas.
b) As afirmações I e III estão corretas.
c) As afirmações II e III estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.
e) Nenhuma das afirmações está correta.
02.03. Assinale a alternativa correta.
a) O texto encontra na exploração das possibilidades es-
téticas de uso da linguagem sua principal característica.

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