Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 3B GeografiaAula 09 Setor de Serviços I No contexto atual do mundo globalizado, observa-se a tendência de cada vez mais aumentar a oferta de serviços. Mas o que leva de fato a essa observação? Nos anos que sucedem o contexto das revoluções industriais, há processos de modernização em curso, tanto na atividade industrial (associada à expansão da atividade, maior necessidade de matérias-primas e energia, mas uma mu- dança significativa dentro das indústrias, no “chão das fábricas”, com adoção de novos modelos de produção a exemplo do Fordismo, do Toyotismo e mais recentemente do Volvismo), quanto no campo, o que acarreta uma redução considerável do número de postos de trabalho nesses setores. DIVISÃO DA ECONOMIA SETOR ATIVIDADE Primário Extrativismo, agricultura, pecuária Secundário Indústria Terciário Comércio e serviços Com a modernização dos setores secundário e terciário, muitos trabalha- dores buscam ocupação no setor terciário, gerando a terceirização da eco- nomia, aumentando a participação na composição do PIB global, reduzindo os custos das empresas principalmente com manutenção de patrimônio. Tal processo foi expressamente observado em países emergentes a exemplo do Brasil, que apresentou um crescimento maior desse setor a partir dos anos 1960, com o processo de expansão da fronteira agrícola e grande inserção de tecnologia no meio rural e população predominantemente urbana apresen- tando grande crescimento. A modernização agrícola é um dos fatores que impulsiona a ter- ceirização da economia. Atividades de destaque no setor terciário da economia Turismo A atividade turística é uma das que mais cresce no mundo atual, juntamente com o comércio de pe- tróleo. Isso se deve principalmente às melhorias das leis trabalhistas que ocorrem no pós-Segunda Guerra Mundial, juntamente com a moder- nização e evolução dos sistemas de transportes, que permitem cada vez mais deslocamentos e agilidade. Segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo), o turismo é, por definição: “a atividade do viajante que visita uma localidade fora de seu entorno habitual, por período inferior a um ano, e com propósito diferente do exercício de atividade remunerada por entidades do local visitado”. O turismo tem um papel impor- tante na transformação do espaço geográfico e nas articulações entre os lugares, já que estimula a relação de uma série de empresas através do comércio, do estímulo de vários serviços (transporte, hotelaria, etc.). Vale destacar os investimentos em infraestrutura que são realizados, para efetivar uma área com potencial turístico em uma área atrativa turis- ticamente. Ocorre então a transfor- mação de um lugar (de seus aspectos culturais e naturais) em um “produto”, que, obviamente, é comercializável. © Sh ut te rs to ck /A lf Ri be iro 2 Extensivo Terceirão A exemplo disso, podemos citar nos últimos anos a realização de megaeventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, que atraem muitos investimentos, contribuem com melhorias do equipamento urbano, deixando um “legado” dos jogos. São Paulo foi uma das cidades sedes da Copa do Mundo de 2014. Alguns tipos de turismo • Turismo de negócios: normalmente associado a ci- dades globais, já que é por essas cidades que passa boa parte dos capitais que circulam no mundo e apresenta inúmeras oportunidades de investimen- to. São Paulo é a cidade de maior destaque dentro do cenário nacional. • Turismo histórico/cultural: procurado por aque- les que têm interesse em enriquecimento cultural associado ao desenvolvimento intelectual e social. • Turismo religioso: exemplos: Meca, Vaticano, Apa- recida e Nova Trento; • Turismo de sol e praia: normalmente sazonal, no período de temporada (férias); • Turismo radical: procurado por praticantes de es- portes radicais como surfistas, mergulhadores, raf- ting e windsurfing; Praticante de surf na Barra da Tijuca (RJ). • Ecoturismo: é o segmento de atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, buscando incentivar a conservação. A chapada diamantina (BA) é um dos destinos procurados no Brasil para a prática do ecoturismo. Segundo o Ministério do Turismo, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os três estados mais procurados por turistas estrangeiros (destacam-se argentinos, paraguaios e uruguaios). Santa Catarina também recebe muitos turistas. Florianópolis (SC) é uma das cidades que mais recebe turistas. Vale destacar também a ideia do citymarketing, em que se divulga uma ideia, um conceito da cidade, para atrair não apenas turistas, mas também investidores. Nes- se sentido, Curitiba e Barcelona são duas das cidades que trabalham muito bem esse conceito nos últimos anos. Curitiba é conhecida internacionalmente pelas políticas de pla- nejamento urbano e pelo slogan de “capital ecológica”. © Sh ut te rs to ck /J ef fe rs on B er na rd es © Fl ic kr /M ar in el so n Al m ei da /T ra ve lin g th ro ug h Br az ilS eg ui r © Ed ua rd o Be rk en br oc k Lo pe s © Sh ut te rs to ck /C as ca de C re at iv es Aula 09 3Geografia 3B DIVISÃO DA SOCIEDADE EM SETORES PRIMEIRO SETOR SETOR PÚBLICO (GOVERNO) CARACTERÍSTICAS: Investimentos dos impostos (diretos e indiretos) arreca- dados para prestar serviços públicos de qualidade à sua população. SEGUNDO SETOR SETOR PRIVADO (MERCADO) CARACTERÍSTICAS: É o conjunto de atividades que não são controladas pelo Estado, em que se ob- jetiva benefício econômico através dos bens e serviços ofertados. TERCEIRO SETOR ENTIDADES (ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL) CARACTERÍSTICAS: Organizações, fundações ou associações não governa- mentais, que não objetivam fins lucrativos, mas que pressionam os Estados a cumprir sua constituição ou ainda revertem em benefícios para a sociedade. Podemos destacar a atuação das ONGs. Vale observar que ocorre a intersecção entre os se- tores, que trabalham muitas vezes em conjunto. A partir disso, temos: • da intersecção do primeiro setor com o segundo setor, temos as empresas de economia mista (como, por exemplo, a Petrobras); • da intersecção do primeiro setor com o terceiro setor, observamos as autarquias (universidades, institutos, conselhos); As universidades públicas são autarquias, e estão fundamenta- das no tripé “ensino, pesquisa e extensão”. • da intersecção do segundo setor com o terceiro setor, temos as fundações (como, por exemplo, Instituto Positivo). O Instituto Positivo in- veste em projetos sociais voltados para o setor educacional Economia do compartilhamento e colaborativa Apoiadas em iniciativas que visam a consumo cons- ciente e sustentável, e beneficiadas pelos avanços de comunicações via internet e dispositivos móveis (sites e aplicativos), a partir dos anos 2000 surgiram diversas ativi- dades nas quais pessoas e empresas promovem a venda de artigos usados ou o empréstimo/aluguel de bens, ou ainda, oferecem serviços em oportunidades vantajosas. Tais ações configuram a economia compartilhada e colaborativa. Segundo o site do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Santa Cata- rina (https://blog.sebrae-sc.com.br – Acesso: 05 out 2019), a economia compartilhada “é um ecossistema socioeconômico que se baseia no compartilhamento de recursos humanos, físicos ou intelectuais. Envolve 1o. Setor Governo 2o. Setoro Privado 3o. Setoro Entidades Governo Federal Governo Estadual Governo Municipal Empresas Ltda SA Capital Aberto Capital Fechado Cooperativa Fundação O Boticário Instituto S&A Instituto Itaú Fundações Públicas Conselhos Regionais Empresas de Economia Mista Sistema “S” (SENAI, SENAC) Autarquias Entidades Ambientais Entidades Filantrópicas Associação de Classe Clubes de Serviços © Sh ut te rs to ck /D on at as D ab ra vo lsk as 4 Extensivo Terceirão etapas como criação, produção, distribuição, comércio econsumo compartilhado de bens e serviços por diferentes pessoas e organizações com o propósito de transformação social. Diante da instabilidade econômica do Brasil nos últi- mos anos, a economia compartilhada vem conquistando cada vez mais as pessoas. Isso é ótimo para os empre- endedores, que têm em mãos um mercado com grande quantidade de serviços e produtos a serem oferecidos, com custo relativamente menor de investimento”. Também pelas informações do SEBRAE/SC, a eco- nomia compartilhada/colaborativa tem as seguintes características: • Acesso de bens e serviços: modelo em que as pesso- as pagam para acessar um bem ou serviço durante algum tempo. • Redistribuição: modelo baseado no remanejamento de mercadorias que não estão sendo mais usadas para lugares onde existe demanda. • Estilo de vida colaborativo: modelo que busca a contra- tação de comunidades de pessoas, e tem como objetivo final compartilhar bens, serviços, espaço, tempo etc. São exemplos significativos de iniciativas da econo- mia compartilhada os serviços de alugueis de quartos “Airbnb”, o serviço de aluguel temporário de bicicletas/ patinetes “Yellow”, e o aplicativo de caronas de longa distância “BlaBlaCar”. Testes Assimilação 09.01. (FGV – SP) – Analise o gráfico a seguir, a curva sorri- so, que mostra as atividades que se desenvolvem em uma cadeia de valor. CURVA SORRISO Inovação Branding P&D Design Marketing e distribuição Lo gís tic a Ma tér ias -p rim as Pro du çã o Mo nt ag em Desenvolvimento, produção, distribuição e suporte Va lo r a di ci on ad o Suporte pós-venda Dentre as atividades apresentadas na curva sorriso, a econo- mia brasileira destaca-se a) nos setores de maior valor agregado. b) na produção de commodities. c) na produção de peças e componentes. d) nas fases de desenvolvimento dos produtos. e) nos segmentos pós-produção. 09.02. (FATEC – SP) – O estado de São Paulo contribui com aproximadamente 30% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O setor terciário da economia é responsável por cerca de 70% do PIB paulista. No estado de São Paulo, esse setor se caracteriza por a) englobar a maior rede bancária do Brasil. b) apresentar o maior rebanho ovino do Brasil. c) concentrar a maioria das indústrias de base do Brasil. d) cultivar mais da metade dos alimentos consumidos no Brasil. e) produzir mais da metade dos minerais exportados pelo Brasil. 09.03. (FCMSJF – MG) – Disponível em: <http://www.hypeness.com.br/2015/05/economia- colaborativa-como-o-senso-de-comunidade/>. Acesso em: 30 abr. 2017. “Consumo colaborativo, também conhecido por economia colaborativa ou economia compartilhada, é um ecossistema socioeconômico construído em torno do compartilhamento de recursos humanos, físicos e in- telectuais. (...) A economia colaborativa inclui a criação, produção, distribuição, comércio e consumo comparti- lhado de produtos e serviços por diferentes indivíduos e organizações. Compartilhar, emprestar, alugar e trocar substituem o verbo comprar no consumo colaborativo”. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ Consumo_colaborativo>. Acesso em: 22 abr. 2017. O objetivo do consumo colaborativo é: a) valorizar os hábitos mais sustentáveis. b) incentivar o comércio nas pequenas cidades. c) tornar mais rígida a estrutura da oferta e demanda. d) separar os consumidores daqueles que são fornecedores. 09.04. (UFRGS) – Leia o segmento abaixo. Após oscilar entre leves subidas e descidas, o dólar fechou em alta, o que renova o valor máximo desde 2002 nesta sexta-feira (11 de setembro), aproximan- do-se mais cedo dos R$ 3,90. Fonte: <http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2015/09/apos-leves-variacoes- dolarfecha-em-alta-e-renova-maxima-dede-2002.html>. Acesso em: 14 set. 2015. Aula 09 5Geografia 3B Considere as afirmações sobre as consequências da alta do valor do dólar na economia brasileira. I. O turismo nacional pode ser impulsionado pela vinda de turistas estrangeiros, atraídos pelo real mais baixo, bem como pelos turistas brasileiros que trocam os roteiros internacionais pelos nacionais. II. A indústria que importa matéria-prima em dólar tem custo de produção eleva- do, o que aumenta os preços dos produtos para não haver perdas, contribuindo para pressionar a inflação. III. A indústria que gasta em reais para produzir e vende em dólares beneficia-se com o aumento da moeda, pois os preços dos produtos ficam mais competitivos no exterior. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. Aperfeiçoamento 09.05. (FUVEST – SP) – No mundo virtual, milhões de pessoas falam, compram, compartilham dados e se reúnem para tratar dos mais variados assuntos. Nas figuras, os números mostram a movimentação média, em 1 minuto, de algumas das principais empresas e ferramentas de internet nos anos de 2015 e 2017. Disponível em: <http://www.excelacom.com/>. Adaptado. Sobre a internet e os números mostrados nas figuras, é correto afirmar: a) Após um crescimento até a primeira década do século XXI, as ferramentas na internet apresentaram estagnação de utilização nos últimos anos. b) Para todos os governos do mundo, independentemente do regime, a demo- cratização da internet é uma ação estratégica. c) O controle de dados e informações é descentralizado, o que confere equani- midade aos países membros da ONU. d) A internet está em constante e rápida mudança, com novas ferramentas apa- recendo com contribuições relevantes, enquanto outras vão perdendo espaço. e) Empresas do ramo de serviços têm apresentado crescimento acentuado, o que não é observado em relação a empresas do ramo de entretenimento. 09.06. (ETEC – SP) – A geografia do turismo é fundamental para o estudo das transformações do turismo. No caso de Jericoacoara, houve uma ocupação do espaço muito intensificada na última década, devido a uma intensa campanha de marketing e mesmo pela presença na mídia que buscava apresentar as bele- zas de um lugar, inicialmente simples, de poucas acomodações e difícil acesso. Tendo em vista o exposto até o momento, indique a alternativa que trata de modo correto a questão da transformação do espaço geográfico e sua relação com o turismo. a) Construções ligadas ao turismo, introduzidas em uma localidade, não compõe as transformações geográficas por serem obras hu- manas. b) O espaço geográfico é mutável, mas sofre transformações de cau- sas naturais, e não se consideram as mudanças introduzidas por humanos. c) O problema com as dunas de Jeri- coacoara é uma questão relativa ao meio ambiente e, portanto, foge do campo de estudo da geografia. d) A transformação no espaço geo- gráfico em Jeri só poderá ser avaliada a partir do momento em que o turismo se consolidar defi- nitivamente. e) As paisagens turísticas são as por- ções visíveis do espaço geográfico e acabam por compor a constitui- ção dos lugares turísticos. 09.07. (UFPR) – Assinale a alternativa correta. a) O setor primário recebe essa deno- minação por operar com padrão tecnológico mais simples do que os demais setores. b) O setor secundário compreende as indústrias responsáveis pelo pro- cessamento de recursos naturais e é o setor econômico que responde pela maior parte do PIB nos países desenvolvidos. c) O setor terciário abrange as ativi- dades de prestação de serviços e sua expansão é determinada pela urbanização e pela modernização das atividades produtivas. d) O comércio constitui o setor qua- ternário e sua importância eco- nômica é maior em países de grande extensão territorial e muito populosos, devido ao alto custo de circulação de mercadorias nesses países. e) O setor terciário é predominante na composição da População Economicamente Ativa (PEA) em países subdesenvolvidos, como o Brasil, devido à debilidade do setor industrial, situação inversa à que existe nos países desenvolvidos. 6 Extensivo Terceirão 09.08. (UEM – PR) – Considerando as afirmações a seguir,assinale a alternativa correta sobre as atividades econômi- cas do setor terciário. I. O setor terciário, especialmente nos países desenvolvidos, é o que mais cresce e o que mais absorve mão de obra. Ele é considerado o grande empregador do século XXI. II. Muito amplo, o setor terciário engloba serviços mo- derníssimos, como institutos de pesquisas científicas e tecnológicas, universidades e hospitais, setor financeiro, publicidade, comunicações, entre outros. III. À semelhança dos outros setores, inúmeras atividades desenvolvidas no setor terciário, tais como os serviços de bancários, de trabalhadores de escritório, de datilógrafos, de arquivistas etc., também estão sendo eliminadas ou automatizadas. a) Apenas I e II estão corretas. b) Apenas I e III estão corretas. c) Apenas II e III estão corretas. d) Todas as afirmações estão corretas. e) Nenhuma das afirmações está correta. 09.09. (UNCISAL – AL) Brasil: nível de ocupação por setor de atividade jan/jun 2013 em grupos de mil pessoas Ind ús tri a Co ns tru çã o Co mé rci o Int erm ed iaç ão fin an ce ira Ad mi nis tra çã o p úb lic a Se rvi ço s d om és tic os Ou tro s s er viç os 3.672 1.751 4.392 3.716 3.858 1.417 4.141 Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 30 nov. 2013. O gráfico mostra a População Economicamente Ativa (PEA) distribuída por setores de atividade no Brasil, demonstrando que o processo de modernização das atividades produtivas e o desenvolvimento tecnológico modificaram radicalmente a forma como a população se insere no mercado de trabalho. Hoje as atividades a) industriais ganham novo fôlego e passam a ofertar mais empregos, sem exigência de grande qualificação. b) comerciais são as que mais geram empregos, ofertando quase o dobro das atividades industriais. c) domésticas, com a nova lei que regulamentou a profissão, tendem a aumentar o número de trabalhadores. d) de serviços, público e privado, são as maiores responsáveis pela geração de empregos. e) do setor de construção civil concorrem com a indústria na geração de novos empregos. 09.10. (IFBA) – Participação dos setores da economia no PIB do Brasil AGROPECUÁRIA 5,6% INDÚSTRIA 23,4% SERVIÇOS 71% Fonte: <http://avaranda.blogspot.com.br/14> É possível afirmar, a partir do gráfico, que a divisão entre as atividades econômicas que compõem o PIB de um país realiza-se em três setores. Marque a alternativa correta com relação ao PIB Brasileiro: a) O Brasil é um país urbano e, portanto, as atividades rurais não contribuem com o PIB nacional. b) O setor de serviços corresponde ao mercado informal e aos trabalhadores autônomos. c) O setor de serviços inclui o comércio, a saúde e a educação. d) A participação da indústria no PIB nacional é pequena, e tende a ser substituída pelos serviços. e) Os setores da economia são totalmente independentes. Aprofundamento 09.11. (UFPR) – Sobre o desempenho do setor turístico nos últimos anos, é INCORRETO afirmar: a) Nesta era pós-industrial, a expansão do turismo tem permitido aos países subdesenvolvidos atingir altas taxas de crescimento, compensando assim a falta de industria- lização e de modernização agrícola. b) A expansão recente do turismo faz parte de um processo mais amplo de reestruturação econômica, em que os servi- ços suplantam a indústria na geração de emprego e renda. c) Não basta que uma região possua atributos naturais, históricos e/ou culturais singulares para atrair um fluxo expressivo de turistas, pois são necessários também investimentos em infraestrutura. d) O turismo vem se diversificando para atender a deman- das de consumo cada vez mais variadas, o que explica o desenvolvimento do ecoturismo e do turismo rural, entre outros. e) A internacionalização da economia reflete-se na intensi- ficação do turismo de negócios, modalidade de turismo que explica por que a cidade de São Paulo é a que mais recebe turistas no Brasil. Aula 09 7Geografia 3B 09.12. (UNESP – SP) – Papel dirigente dos municípios, segundo o número de assalariados externos aos seus limites territoriais, 2011 Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Adaptado. O número de funcionários lotados em filiais situadas fora dos limites territoriais dos municípios onde estão instaladas as empresas matrizes possibilita uma compreensão geral da lógica de organização produtiva do território. Considerando o mapa e conhecimentos geográficos sobre o tema, é correto afirmar que a moderna lógica de organização produtiva do território brasileiro é caracterizada pela a) centralização da gestão, atrelada à desconcentração geográfica da produção. b) descentralização da gestão, associada à desconcentração geográfica da produção. c) centralização da gestão, associada à concentração geo- gráfica da produção. d) descentralização da gestão, associada à rarefação geo- gráfica da produção. e) descentralização da gestão, atrelada à concentração geográfica da produção. 09.13. (UNIFACS – BA) – Com base nos conhecimentos sobre o espaço de produção e de circulação brasileiros, marque V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. ( ) A dinâmica espacial das atividades agroindustriais obedecem a uma combinação entre alguns fatores, dentre os quais o mercado consumidor. ( ) As relações comerciais com países africanos exporta- dores de petróleo são superavitárias para o país. ( ) A soja brasileira no comércio internacional vem per- dendo destaque, em razão da logística do transporte de carga. ( ) A política energética adotada atualmente se concentra na melhoria da eficácia energética no setor de trans- porte rodoviário, por ser esse o de maior participação no PIB Nacional. ( ) O setor agropecuário desempenha importantes fun- ções para a economia urbano-industrial, como gerar superavits comerciais que financiam as importações de bens de capital para as indústrias. A alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo, é a 01) V F F F V 02) F V F V F 03) F V V V F 04) V V F F V 05) F F V F V 09.14. (UFRGS) – Tá vendo aquele edifício, moço Ajudei a levantar Foi um tempo de aflição Eram quatro condução Duas prá ir, duas prá voltar Hoje depois dele pronto Olho prá cima e fico tonto Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado “Tu tá aí admirado? Ou tá querendo roubar?” Meu domingo tá perdido Vou prá casa entristecido Dá vontade de beber E prá aumentar meu tédio Eu nem posso olhar pro prédio Que eu ajudei a fazer... Fonte: Zé Ramalho. Cidadão. A letra da música trata de um setor da economia fortalecido nos últimos anos, em decorrência do crescimento econômico brasileiro. Considere as afirmações relativas a esse setor. I. É chamado de setor primário e abrange, além das ativi- dades ligadas à construção civil, os serviços de marketing e a venda de imóveis. II. É caracterizado pela desigualdade econômica e social, vivida pelos trabalhadores. III. Ampliou a procura por operários, com contratação, inclusive, de mulheres. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 8 Extensivo Terceirão 09.15. (PUC – MG) – O Brasil é o sétimo mercado consumidor do mundo, mas tem apenas 33% da sua população incluída nessa “sociedade de consumo”, segundo relatório elaborado pelo World Watch Institute, com sede em Washington. O “público consumidor” é definido pelo relatório com base num poder de compra (renda ajustada segundo preços locais) de mais de US$ 7 mil, ou cerca de R$ 20 mil, por ano. O Brasil tem, segundo esse critério, 57,8 milhões de consumidores. Em primeiro lugar no ranking estão os Estados Unidos com 242,5 milhões de integrantes da “sociedade de consumo”, ou 84% da população do país. A China vem logo em seguida, com 239,8 milhões de consumidores (19% da população), enquanto a Índia ocupa o 3°. lugar, com 121,9 milhões de consumidores, ou 12% da população. Entre os dez maiores mercados, o Japão tem a parcela mais significativa da sua população na sociedadede consumo, 95% (ou 120,7 milhões de pessoas), o que lhe garante o 4o. lugar no ranking. A Alemanha está no 5o. lugar (76,3 milhões de pessoas e 92% do total) e a Rússia (6o. lugar, 61,3 milhões, 43%). A partir dos dados do relatório, podem ser extraídas as seguin- tes conclusões, EXCETO: a) A melhoria na distribuição de renda e consequentemente da inclusão econômica e social tendem a fortalecer a po- sição econômica de nações emergentes, especialmente China, Índia, Brasil e Rússia. b) Dentre as economias classificadas como desenvolvidas incluídas no grupo, os Estados Unidos da América apre- sentam a pior participação percentual de consumidores no total de sua população. c) Estados Unidos e China possuem valores bastante próximos no número total de consumidores, o que comprova a tese segundo a qual os dois países possuem, na atualidade, si- tuações bastante próximas em termos econômicos e sociais. d) Com um terço de sua população incluída na “sociedade de consumo”, o Brasil possui ainda um grande potencial de crescimento de seu mercado consumidor. Esse fator tem sido fortemente considerado pelas grandes empresas, ao definirem seus investimentos estratégicos no mundo. 09.16. (UNESP – SP) – Analise a tabela. VARIAÇÃO DO PERCENTUAL DE POSIÇÕES DE ATENDIMENTO DAS EMPRESAS DE TELEATENDIMENTO, POR REGIÃO BRASILEIRA, 2000-2011 Região Percentual de posições de atendimento 2000 2011 Sudeste 71% 78,1% Nordeste 5,3% 16% Sul 16,4% 3,4% Centro-Oeste 4,6% 2% Norte 2,7% 0,5% Brasil 100% 100% (Marina Castro de Almeida. “Em outros pontos da rede”. Estudos Geográficos, janeiro/julho de 2014.) A partir dos dados apresentados na tabela e considerando as especificidades dos serviços de teleatendimento, é correto afirmar que, no período analisado, houve a) redução na representatividade da região Sudeste, explicada pela baixa dinâmica econômica e pela parca disponibilida- de de mão de obra qualificada. b) redução na representatividade da região Sul, entendida pelo colapso de suas redes informacionais e pelos altos impostos cobrados pela administração pública. c) aumento na representatividade da região Nordeste, asso- ciado à disponibilidade de redes técnico-informacionais e aos menores custos de operação. d) aumento na representatividade da região Centro-Oeste, devido ao incremento do agronegócio e à ampliação dos serviços terceirizados. e) redução na representatividade da região Norte, explicada pela raridade de centros urbanos e pelo interesse privado em oferecer serviços ligados ao campo. 09.17. (EBMSP – BA) – EM 1993, celular começava a chegar ao Brasil e já era motivo de gafes. Folha de S. Paulo. São Paulo, 29 jul. 2009, p. F4. Informática. “O telefone celular já excita o imaginário do pau- listano. Previsto para entrar em funcionamento em junho, o novo aparelho mexe com a imaginação dos mais inquietos, antecipa discussões sobre as formas de usá-lo e provoca um corre-corre atrás de inscri- ções. No embalo do noticiário internacional, a novi- dade converte-se em polêmica científica. Há até quem acuse suas micro-ondas de serem maléficas à saúde”. Era assim que começava a reportagem “Paulista faz pose à espera do celular”, escrita em março de 1993 por Luiz Carlos Duarte, nesta mesma Folha. À época considerado o maior mercado virgem de tecnologia móvel, São Paulo contava com 65 mil inscritos nesse tipo de serviço — tinha a pretensão de chegar a 500 mil em 1995. Em 1993, celular começava a chegar ao Brasil e já era motivo de gafes. Folha de S. Paulo. São Paulo, 29 jul. 2009. Informática. Aula 09 9Geografia 3B Em pouco menos de 20 anos, pode-se perceber a amplitude que o uso desse instrumento de comunicação assumiu num mundo globalizado. Sobre o uso do telefone celular, mar- que V nas afirmativas verdadeiras e F, nas falsas. ( ) Devido à sua indiscutível utilida- de, não sofre restrições quanto ao seu uso. ( ) Continua sendo um instrumento elitista, em suas diferentes moda- lidades. ( ) Pode ser utilizado como ferra- menta para desvendar e compro- var práticas criminosas. ( ) Deixou de suscitar polêmica, com o avanço da tecnologia, em relação a possíveis danos físicos aos usuários. ( ) Concorre para subverter o expe- diente no mundo do trabalho, do ponto de vista espaço-temporal. A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a 01) V V F V F 02) F V V V F 03) F V F V V 04) F F V F V 05) V F F V F 09.18. (UFSC) – A beleza cênica de Florianópolis, a fragilidade de seus ecossistemas montanhosos, lagu- nares, eólicos e fluviomarinhos, a elevada quantidade de depósitos sedimentares e de sambaquis, patrimônio da História natural e cultural, fornecem à cidade uma vantagem comparativa que deve ser explorada de forma consciente pelo Poder Público e por sua população: a vantagem de possuir atratividade social elevada. (GUERRA, Antonio J. Teixeira, CUNHA, Sandra B. da. Impactos ambientais urbanos no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, p. 165). Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) quanto ao assunto abordado no texto acima. 01) Desenvolver o turismo em uma cidade litorânea como Florianó- polis, devastando o meio físico- -natural, reduz o valor contido no lugar. 02) A atratividade citada no texto deve-se ao dinamismo e à expansão da indús- tria do turismo e do veraneio. 04) No circuito turístico litorâneo catarinense destacam-se: no centro, a Ilha de São Francisco do Sul; em direção ao norte, o Balneário de Camboriú e, em direção ao sul, Garopaba. 08) As planícies de marés da faixa costeira catarinense guardam suas feições e dimensões originais. 16) Valendo-se, principalmente, de modificações oportunistas nos planos direto- res dos municípios, diversas construções de porte variado são autorizadas no litoral catarinense, sem levar em consideração as limitações infraestruturais da área. Desafio 09.19. (FUVEST – SP) – Genotícias. n°. 21, Shopping Centers. Disponível em: <http:www.ibope.com.br/pt-br>. Acesso em: 20/10/2014. Com base nas informações acima e em seus conhecimentos, identifique a) dois fatores responsáveis pelo crescimento do número de shopping centers no Brasil entre 2008 e 2014. b) duas tendências da distribuição geográfica dos shopping centers pelas dife- rentes regiões brasileiras, considerando o crescimento no período 2011‐2014. Justifique sua resposta. 10 Extensivo Terceirão 09.20. (UNIFOR – CE) – Ela é fã da Emilinha/ Não sai do Cesar de Alencar/ Grita o nome do Cauby/ E logo depois de desmaiar/ Pega a revista do rádio/ e começa a se abanar/ É uma faixa aqui, outra faixa ali/ O dia inteirinho ela não faz nada/ Enquanto isso na minha casa/ Ninguém arranja uma empregada/ Pega a revista do rádio/ E começa a soletrar/ É uma letra aqui, outra letra ali/ O dia inteirinho ela não faz nada/ Enquanto isso na minha casa/ Ninguém arranja uma empregada. (Fanzoca de Rádio. Miguel Gustavo e Nelson de Campos – Carequinha – 1958). Analisando a letra da música “Fanzoca de Rádio” e as char- ges ao lado, assinale a assertiva correta, acerca do trabalho doméstico após a Emenda Constitucional nº 72/13, de 02 de abril: a) Com a aprovação da “PEC do trabalhador doméstico” a 02 de abril de 2013 (Emenda à Constituição nº 72/13), estabeleceu-se, de imediato, total e rigorosa equiparação entre o trabalhador comum e o trabalhador doméstico. b) Como fica evidente, a discriminação com o trabalho doméstico é patente na sociedade brasileira, sendo a aprovação da Emenda Constitucional nº 72/13 a primeira legislação social em favor do trabalhador doméstico. c) A música denota a escassez de mão de obra doméstica já em 1958, o que contribui para assinalar o impacto reduzido da Emenda 72/13 nesse mercado de trabalho. d) A síntese dos elementos apresentados no enunciado traz a visão preconceituosa do trabalho doméstico pelos ambientes de classe média e alta, bem como a tendência de substituição do trabalho doméstico por outras formas de menorcusto, como terceirizados e diaristas, pela impossibilidade de manutenção das relações anteriores. e) A formação do trabalho doméstico no Brasil é contem- porânea ao período da industrialização da Era Vargas, iniciando-se com o advento da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Gabarito 09.01. b 09.02. a 09.03. a 09.04. e 09.05. d 09.06. e 09.07. c 09.08. d 09.09. d 09.10. c 09.11. e 09.12. b 09.13. 01 09.14. d 09.15. c 09.16. c 09.17. 04 09.18. 18 (02 + 16) 09.19. a) Aquecimento do mercado interno e aumento dos níveis de emprego e renda. b) Nas regiões Norte, Nordeste e Centro- -Oeste – aumento do número de consumidores. Nas regiões Sudeste e Sul, aumento da capacidade de con- sumo. 09.20. d 11 1B Geografia 3B Geografia 3BAula 10 Setor de serviços II – (transportes) Introdução Todos os meios de transportes na atualidade são fundamentais para a eco- nomia das nações e cada sistema apresenta suas vantagens e desvantagens, o que determina muitas vezes aprofundados estudos sobre a sua implantação. Os modais de transporte podem ser agrupados em terrestres, aquaviários e aeroviários. Transportes terrestres São os mais utilizados em todo o mundo e ao longo do tempo têm sido aperfeiçoados, tornando-se mais rápidos e mais eficientes. Abrangem o rodoviário e o ferroviário. Transporte ferroviário Originou-se na Primeira Revolução Industrial, com a locomotiva a vapor. A primeira ferrovia do mundo foi construída na Inglaterra, em 1825. Apesar do custo elevado de construção, tem como vantagens segurança, rapidez, capacidade de carga e custo operacional. É muito utilizado em países desen- volvidos de grandes superfícies, como EUA, Canadá, Austrália, China, Federação Russa, Índia, assim como em outros de dimen- sões reduzidas, como o Japão e membros da União Europeia, com utilização tanto de transporte de carga quanto de passageiros. O sistema de metrôs subterrâ- neos e de superfície e os bondes são muito utilizados, principal- mente nos países europeus, como solução para o transporte urbano e suburbano, ligando centros próximos. Transporte ferroviário no Brasil Devido ao sucateamento de todo o sistema ferroviário e à falta de recursos, o governo federal privatizou a malha da rede ferroviária federal (RFFSA), no sistema de concessão temporária, com o objetivo de reformular totalmente o transporte ferroviário, com a recuperação das ferrovias e equipamentos, modernização e conclusão de alguns ramais importantes como: • Ferrovia do Aço, com ramais integrando Juiz de Fora (MG), Volta Redonda (RJ) e São Paulo (SP) para o escoamento de produtos siderúrgicos; • Ferrovia Oeste-Leste, para ligar Cuiabá (MT) a Santa Fé do Sul (SP) e a Uberlândia/Uberaba (MG), com o objetivo básico de escoar a produção de grãos da região Centro-Oeste; • Ferrovia Norte-Sul, liga Açailân- dia (MA) a Anápolis (GO), inte- grando-as à E.F. Carajás, para o transporte de commodities e produtos semimanufaturados. Características atuais O transporte ferroviário brasi- leiro é essencialmente de carga. Leva minérios e grãos das áreas ex- tratoras ou produtoras aos portos, como, por exemplo, a E.F. Carajás, que liga as áreas de extração de Carajás (PA) aos portos de Itaqui e Ponta da Madeira, em São Luís (MA), ou a E.F. Vale do Rio Doce, que transporta minérios do Qua- drilátero Ferrífero (MG) aos portos capixabas de Vitória e Tubarão. Também em alguns ramais se verifica o transporte de combustí- veis das refinarias a centros mais distantes. O transporte de passageiros é utilizado nas áreas metropolita- nas – trens de subúrbio e metrô – e subutilizado nos transportes interurbano e inter-regional de passageiros, com exceção da E.F. Carajás, que também transporta passageiros entre vários municí- pios maranhenses e paraenses. P. Im ag en s/ HB J Metrô de superfície ligando Warmmundem a Rostok no norte da Alemanha. 12 Extensivo Terceirão Transporte rodoviário É o transporte mais utilizado no mundo inteiro, tanto para cargas como para passageiros, devido às suas vantagens, como eficiência, rapidez e possibilidade de deslocamento de carga sem necessidade de baldeações. Além do mais, a grande maioria das cidades em todo o mundo é planejada e construída levando em considera- ção o deslocamento de automóveis, ônibus e caminhões. Apresenta desvantagens, como o custo de manutenção da rodovia, o consumo de combustível, a pequena capaci- dade de carga, quando comparado aos modais ferroviário e aquático, e corresponde ao sistema de transporte com o maior número de acidentes em todo o mundo. Nos últimos quinze anos, a frota automobilística brasileira cresceu muito, juntamente com o número de motocicletas de baixa cilindrada, devido ao menor custo e à praticidade no trânsito caótico das grandes cidades brasileiras. Porém, a infraestrutura de circulação de veí- culos nas áreas urbanas e nas rodovias não acompanhou tal crescimento e, com isso, o número de acidentes nas rodovias e nas cidades aumentou, apesar de a atual legislação de trânsito ser mais rígida. Os problemas ambientais causados pelo transporte rodoviário e os engarrafamentos quilométricos em vários países têm levado não só os ambientalistas, mas também os governos a procurarem conscientizar as pessoas a deixar o automóvel em casa e utilizar o transporte coletivo. Porém, o sentimento de liberdade e individualidade é um dos motivos que tornam o transporte rodoviário individual tão utilizado no mundo todo. Mesmo nos países onde o transporte de massa é de boa qualidade, como nos Estados Unidos, no Japão e na França, o número de veículos rodoviários particulares não sofreu redução. Rodovias Federais do Brasil – Nomenclatura Rodovias federais O Plano Viário Nacional estabeleceu normas de no- menclatura para as rodovias federais, como a utilização da sigla BR e de números de três dígitos para indicar o sentido. As Rodovias Radiais iniciam em Brasília (DF) e têm o prefixo 000. Exemplos: • BR–010 – Brasília (DF)-Belém (PA). • BR–020 – Brasília (DF)-Fortaleza (CE) – Transnordes- tina. As Rodovias Longitudinais atravessam o Brasil no sentido geral Norte-Sul e têm o prefixo 100. Exemplos: • BR–101 – Natal (RN)-Osório (RS). • BR–116 – a mais extensa rodovia brasileira – Fortale- za (CE)-Jaguarão (RS). As Rodovias Transversais atravessam o Brasil no sentido Leste-Oeste e têm o prefixo 200. Exemplos: • BR–277 – Paranaguá (PR)-Foz do Iguaçu (PR). • BR–280 – São Francisco do Sul (SC)-Porto União (SC). • BR–282 – Florianópolis (SC)-São Miguel do Oeste (SC). As Rodovias Diagonais atravessam o país no sentido dos pontos colaterais e têm o prefixo 300. Exemplos: • BR–376 – Dourados (MS)-Garuva (SC). No Paraná é chamada Rodovia do Café. As Rodovias de Ligação ligam duas outras e têm o prefixo 400. Exemplos: • BR–476 – Adrianópolis (PR)-União da Vitória (PR). Transporte aquático É um sistema de transporte utilizado pelo ser huma- no, desde o início da civilização, em rios, lagos, mares e oceanos, com as vantagens de ser barato, seguro e com grande capacidade de carga, mas, mesmo com a moder- nização das embarcações, apresenta as desvantagens de ser lento e exigir uma infraestrutura complexa para a construção de eclusas para ultrapassar barragens e corredeiras, portos, canais, além de dragagem e sistema de sinalização. Muitos países, como os Estados Unidos, a Alemanha, a Federação Russa e a China, implantaram suas regiões industriais em áreas servidas por rios navegáveis, com saída para os oceanos, com a finalidade de facilitar o escoamento de seus produtos. Dentre os países que utilizam a integração dos sistemas de transporte, os Estados Unidos se destacam por integrar o sistema dos Grandes Lagos, com os rios Mississipi, São Lourenço, o Potomac e o Hudson, com os portos do Atlântico. Países situados em ilhas, como o Japão ou a Indonésia, ou aqueles que apresentam litoral recortado, utilizam intensamente o transportemarítimo de cabotagem, que corresponde ao transporte marítimo realizado pela costa. Para facilitar a navegação mundial, foram cons- truídos alguns canais para a ligação de oceanos, mares e rios, como: • Canal do Panamá, recentemente ampliado (Pana- má), que liga o mar das Antilhas ao oceano Pacífico. Os EUA detiveram o poder sobre essa área até o final de 1999. Porém, em caso de guerra, os Estados Unidos podem assumir o controle do canal; • Canal de Suez, situado no Egito, que liga o mar Vermelho ao mar Mediterrâneo; • Canal dos Cinco Mares, na Federação Russa, que liga os mares Negro, Azov, Cáspio, Báltico e Branco, por meio dos rios Volga e Don a vários lagos e canais que foram construídos. Aula 10 13Geografia 3B Atualmente está em construção um canal na Nicarágua com financiamento da Rússia e da China. A importância geopolítica desse projeto é enorme, porque o canal do Panamá é controlado de maneira indireta pelos Estados Unidos. No Brasil, o transporte aquático é subutilizado ao considerar-se que tem litoral de mais de 7 mil km e cerca de 50 mil km de rios navegáveis, que poderiam ser utilizados tanto para transporte regional, como inter- -regional e internacional. Transporte marítimo É o mais utilizado para a movimentação interconti- nental de cargas e se constitui num sistema de trans- porte fundamental para exportação e importação. A partir da Segunda Guerra Mundial, modernizou-se, utilizando navios especializados, como os gigantescos petroleiros-graneleiros (Ore-Oil) e os porta-contêiners. São embarcações informatizadas com um número re- duzido de pessoal embarcado, e equipamentos próprios para embarque e desembarque de mercadorias. Com o crescimento econômico de países asiáticos, como o Japão, a China e a Coreia do Sul, além dos Esta- dos Unidos e Canadá, o oceano Pacífico se torna o mais navegado, ao se considerar o volume de commodities agrícolas e minerais transportados. Transporte marítimo no Brasil É essencialmente utilizado para o transporte de carga intercontinental, com a maioria dos portos su- bordinados à administração pública, com interferência política e de sindicatos de trabalhadores portuários, o que encarece os custos e dificulta a modernização desse modal. Porém, nos últimos anos, foram instalados novos portos pela iniciativa privada, que apresentam maior efi- ciência, em vários estados brasileiros, como são os casos dos portos de Itapoá e Navegantes, em Santa Catarina. Os maiores portos brasileiros podem ser classificados como portos de carga geral, mas alguns são terminais especializados no embarque de produtos específicos, como: • Itaqui, em São Luís (MA), especializado em minérios da Serra dos Carajás (PA); • Areia Branca (RN), especializado no embarque de sal marinho; • Tubarão (ES), especializado no embarque de miné- rios do Quadrilátero Ferrífero (MG); • Sepetiba (RJ), especializado no embarque de miné- rios do Quadrilátero Ferrífero (MG); • São Sebastião (SP), especializado no embarque e desembarque de petróleo. Transporte fluvial Barcaça transportando carga no rio Yang Tse (China). O transpor- te fluvial na China é muito utilizado em vários rios. P. Im ag en s/ HB J É o mais barato de todos os sistemas de transporte. Porém exige rios caudalosos com grande volume de água, de preferência de planície e exorreicos com saída para um oceano, para permitir a ligação com os oceanos. É um sistema muito utilizado na Federação Russa, na Europa Ocidental, na China e nos Estados Unidos. Entre os rios mais navegados no mundo se destacam: rio Mississipi (EUA), rio São Lourenço (EUA/Canadá), rio Amazonas (Peru/Colômbia e Brasil), rio da Prata (Argen- tina/Paraguai), rio Reno (Suíça/Alemanha/França/Países Baixos) e Volga (Rússia). No Brasil, esse sistema de transporte é utilizado principalmente no rio Amazonas e em alguns de seus afluentes para o transporte tanto de cargas como de passageiros; no rio Paraguai, para o transporte de gado e minérios do Maciço de Urucum (MS) para países do MERCOSUL, como Paraguai, Argentina e Uruguai, além do transporte de passageiros das regiões ribeirinhas. Destacam-se ainda os rios São Francisco, Tocantins, Araguaia, Paraná, Uruguai e Jacuí. Transporte aéreo É um sistema rápido, seguro e caro, sendo mais utilizado como transporte de passageiros intercontinental. Também cada vez mais é utilizado para o transporte de cargas. No Brasil, é utilizado principalmente como transpor- te internacional de passageiros, e internamente como transporte de executivos. Pelo seu elevado custo, não é usado pela maior parte da população. Por ocasião da Copa do Mundo em 2014, muitos pro- jetos de ampliação, modernização e outras melhorias foram iniciados, porém grande parte desses projetos ainda não foram concluídos. 14 Extensivo Terceirão Testes Assimilação 10.01. (UCS – RS) – No mundo globalizado, tudo circula: dos capitais ao conhecimento. Se, por um lado, muito daquilo que transita o faz de maneira virtual, por meio de fios, cabos ou fibras ópticas, por outro, pessoas e mercadorias devem ser deslocadas fisicamente de um local para outro. (Folha de São Paulo, 25/10/2001 – FOVEST – Texto adaptado.) No caso do Brasil, para que se obtenha redução dos fretes, aumento da competitividade e maior integração territorial, a melhor opção em termos de transporte é o chamado: a) multimodal. b) aeroviário. c) ferroviário. d) rodoviário. e) semovente. 10.02. (UEMG) – DE VOLTA AOS TRILHOS “Os chineses repetem hoje os maciços investimen- tos que os Estados Unidos e países europeus fizeram em ferrovias no século XIX e dos quais até hoje se bene- ficiam. Mostram, com isso, que ter perdido o trem no passado não implica ficar acomodado no atraso – uma lição para a qual o Brasil deve prestar atenção, consi- derando que as ferrovias, ainda, são a principal solução para o deslocamento em massa de cargas e de pessoas em países de grande dimensão.” Revista Exame – 05/03/2009 A ilustração, a seguir, mostra a distribuição da malha ferro- viária em alguns países. Com base nas informações obtidas no texto e nos desenhos, acima, só é correto afirmar que: a) as ferrovias representam uma das mais eficientes opções de transporte de carga, em países com dimensões con- tinentais. b) a metade da malha ferroviária russa está concentrada na porção oriental do país, nas áreas de maior movimentação de cargas. c) o uso das ferrovias nos diversos países ajuda a descon- gestionar as principais rodovias, liberando espaço para o transporte de passageiros e de cargas mais pesadas. d) a utilização das ferrovias promove distúrbios ambientais atmosféricos, pois os trens consomem menos combus- tível que os caminhões. 10.03. (UEA – AM) – Observe os cartogramas que contêm padrões de distribuição de um elemento espacial importante para o desenvolvimento econômico do Brasil. (Hervé Théry e Nely Aparecida Mello. Atlas do Brasil, 2005. Adaptado.) Assinale a alternativa que indica corretamente o elemento espacial representado. a) Principais rios que cruzam o país. b) Direção das principais redes férreas. c) Dinâmica dos fluxos migratórios. d) Direção das principais rodovias federais. e) Redes de oleodutos e gasodutos. 10.04. (UNICAMP – SP) – As estradas de ferro brasileiras nunca constituíram uma rede nacional. Mesmo durante seu tempo de (modesto) esplendor, resumiam-se a uma coleção de linhas de exportação de minerais e produtos agrícolas, que raramente tomavam a forma de uma rede regional, exceto, parcialmente, no Nordeste ou no Estado de São Paulo. (Adaptado de Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello, Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: EDUSP/Imprensa Oficial, 2005, p. 204 e 205.) Aula 10 15Geografia 3B Fonte: HERVÉ, T. e MELLO, N. A. (2005). Atlas do Brasil. A malha ferroviária no Brasil nunca constituiu uma rede nacional porque: a) possui uma malha com diferentes bitolas e interliga espe- cialmente áreas dointerior do país, visando à integração regional. b) apesar de apresentar grande integração das malhas, liga preferencialmente o interior aos portos, visando à exportação. c) possui uma malha com diferentes bitolas e interliga especialmente áreas do interior aos portos, visando à exportação. d) apesar de apresentar grande integração das malhas, liga preferencialmente as regiões interiores do país. Aperfeiçoamento 10.05. (ACAFE – SC) – Com relação aos setores rodoviário, hidroviário e ferroviário e à infraestrutura portuária e marítima brasileira, a alternativa correta é: a) A infraestrutura portuária e marítima brasileira não só atende às necessidades atuais do país, como representa também um grande estímulo às exportações. b) Apesar da ênfase dada ao setor rodoviário, o sistema fer- roviário brasileiro ainda é responsável pelo deslocamento da maior parte da carga e de passageiros no Brasil. c) O predomínio das rodovias e a posição secundária das ferrovias no país deve-se à total dependência brasileira de petróleo importado do Oriente Médio. d) O apoio dado ao setor rodoviário no Brasil é explicado pelo fato desse sistema de transporte ser o de menor custo, se comparado ao hidroviário e ferroviário. e) O desenvolvimento da malha rodoviária nacional, ocor- rido com a implantação da indústria automobilística, promoveu a integração do território brasileiro. 10.06. (ASCES – PE) – A cartografia desempenha um papel fundamental para os estudos de Geografia Física e de Geogra- fia Humana e Econômica dos diversos espaços geográficos. O mapa a seguir mostra um exemplo de representação cartográfica muito útil para uma investigação geográfica do país. O que este mapa está indicando? a) Os padrões de drenagem. b) Os fluxos migratórios internos no século XX. c) Os fluxos migratórios de animais durante o inverno austral. d) As redes de transportes rodoviários. e) As trajetórias de massas de ar continentais e oceânicas sobre o país. 10.07. (UFV – MG) – O transporte de mercadorias é um elemento fundamental na construção do espaço geográ- fico dos países. Historicamente, na maior parte dos países industrializados, o processo de modernização privilegiou as ferrovias e o transporte hidroviário. No Brasil, ao contrário, privilegiou-se o transporte rodoviário, o que se reflete no preço de matérias-primas e mercadorias. Entre as afir- mativas abaixo, assinale aquela que NÃO representa as transformações na rede de transportes no Brasil. a) As ferrovias representaram o transporte típico da econo- mia cafeeira agroexportadora, o que aparece no traçado do interior em direção ao litoral. b) O processo de industrialização renovou a rede de trans- porte ferroviário com a ampliação da malha ferroviária e a introdução de trens modernos. c) O sistema hidroviário brasileiro, apesar de subutilizado, tem recebido investimentos governamentais para pos- sibilitar o escoamento da produção agrícola. d) O Estado, durante o processo de industrialização, en- campou as ferrovias que tinham se tornado deficitárias, e, nos anos 90 do século XX, privatizou parte da malha ferroviária. e) A opção pelo modelo rodoviário coincidiu com a criação da Petrobras e com o desenvolvimento da indústria automobilística. 16 Extensivo Terceirão 10.08. (UFRJ) – O sistema de transportes de um país é um dado do território que proporciona maior ou menos fluidez, dependendo de sua qualidade e quantidade. “As ferrovias brasileiras testemunharam o período pré-industrial do Brasil. Paradoxo histórico: o trem foi o maior símbolo da Revolução Industrial na Europa e nos Estados Unidos, enquanto aqui esteve a serviço da economia agrícola.” OLIVA, J.; GIANSANTI, R. “Temas da Geografia do Brasil”. São Paulo: Atual, 1999. p. 134. Quando a industrialização brasileira se consolidou, a ferrovia: a) involuiu, sendo substituída, em grande parte, pela rodovia. b) expandiu-se por novas áreas do território nacional. c) consolidou-se a exemplo da ferrovia norte-americana. d) expandiu-se apesar da concorrência rodoviária. e) passou a ligar as principais cidades brasileiras. 10.09. (PUC – MG) – A logística desempenha um impor- tante papel na economia de um país. Quanto às particu- laridades das vias de transportes, é INCORRETO afirmar: a) O transporte rodoviário, quando comparado ao ferroviá- rio, é mais adequado para o deslocamento de pequenas cargas em curtas distâncias. b) O transporte hidroviário marítimo e fluvial oferece maior flexibilidade e facilidade de acesso aos diversos lugares. c) O transporte ferroviário reduz a flexibilidade de circula- ção aos seus eixos, mas favorece os custos de frete em grande escala e a longas distâncias. d) O transporte aquático, quando favorecido pelas condi- ções naturais, é o mais econômico para deslocamento de longas distâncias. 10.10. (ESPCEX – SP) – Sobre a dinâmica dos fluxos inter- nacionais de transportes são feitas as seguintes afirmações: I. A navegação oceânica constitui, em termos quanti- tativos, o principal modo de transporte de cargas no comércio internacional. II. Os vultosos custos de deslocamento por via aérea res- tringem os tipos de bens transportados nessa modali- dade. Economicamente, é mais interessante transportar mercadorias com valores elevados e de baixo peso e também aquelas de entrega urgente. III. Os fluxos internacionais baseados na intermodalidade, por conjugarem unidade de carga e conexão de infra- estruturas, apresentam melhor relação custo-benefício. Em relação às afirmações acima, está(ão) correta(s): a) Somente I b) Somente II c) Somente I e II d) Somente II e III e) I, II e III Aprofundamento 10.11. (UFPel – RS) – O modelo de transportes que está materializado em nosso país implica um enorme consumo de derivados de petróleo, uma fonte de energia cara que o Brasil ainda necessita importar. As tabelas a seguir mostram como está distribuída a capacidade do deslocamento de carga em alguns países e os custos de transportes. DESLOCAMENTO DE CARGA SEGUNDO O TIPO DE TRANSPORTE (EM PERCENTUAL DO TOTAL) Países Rodovias Ferrovias Hidrovias EUA 25% 50% 25% Japão 20% 38% 42% Rússia 5% 82% 13% França 28% 55% 17% Brasil 78% 13% 9% COMPARAÇÃO ENTRE CUSTOS DE TRANSPORTES Rodovia Ferrovia Hidrovia Um caminhão, com um litro de óleo diesel por km, transporta 30 toneladas. Um trem, com um litro de óleo diesel por km, transporta 125 toneladas. Um navio, com um litro de óleo diesel por km, transporta 575 toneladas. ( Vesentini, J. William – G. do Brasil – 1998 ) Considerando exclusivamente os dados acima, é correto afirmar que a) o deslocamento de carga, no Japão, apresenta custos maiores em relação aos do transporte, na França. b) o deslocamento de carga, no Brasil, apresenta custos maiores em relação aos do transporte, na Rússia. c) o deslocamento de carga, no Brasil, apresenta custos menores em relação aos do transporte, na Rússia. d) o deslocamento de carga, no Japão, apresenta custos maiores em relação aos do transporte, no Brasil. e) o deslocamento de carga, na França, apresenta custos menores em relação aos do transporte, nos EUA. 10.12. (UEPG – PR) – Com relação ao transporte fluvial brasileiro, assinale o que for correto. 01) Nas regiões Sul e Sudeste, o transporte fluvial é impossível porque os rios são de planalto e apresentam muitas que- das-d’água, que inviabilizam esse modelo de transporte. 02) Na região amazônica, os rios são o principal – e em alguns lugares o único – meio de transporte e comunicação. 04) O rio Iguaçu (PR) foi muito utilizado como meio de transporte no início deste século, quando cidades como Porto Vitória, São Mateus do Sul e Porto Amazo- nas eram importantes portos fluviais. Aula 10 17Geografia 3B 08) O São Francisco é classificado como um rio de integra- ção em virtude de apresentar trechos com considerável volume de transporte de passageiros e mercadorias. 16) No estado de Minas Gerais, que transporta parte de sua produção mineralatravés dos rios, existe uma interliga- ção do transporte fluvial com o ferroviário. 10.13. (UFPR) – Com base na imagem abaixo e nos conhe- cimentos sobre transportes, é correto afirmar: a) A imagem exemplifica como o mundo no século XVI e XIX era mais amplo do que atualmente, pois o desenvol- vimento tecnológico aplicado aos transportes restringiu as relações entre as pessoas. b) A imagem indica que jatos de passageiros aproximaram as pessoas de todas as classes sociais, por diminuírem as distâncias entre elas. c) A transformação dos meios de transporte ao longo do tempo dificultou o processo de globalização, por restringir os mercados locais às grandes empresas. d) Desde 1500 tem havido a diminuição de tempo e custo dos deslocamentos de matérias-primas, mercadorias, conhecimentos e pessoas, transformando as relações entre os sujeitos e os lugares. e) Com o desenvolvimento de meios de transportes mais rápidos, a quantidade de pessoas, conhecimentos e mercadorias circulando pelo planeta diminuiu. 10.14. (UFPR) – O que se pode dizer é que, se por um lado há a arrecadação de impostos, por outro, a gera- ção de empregos neste setor é cada vez menor, pois a maioria dos serviços é informatizada. Além disso, como grande parte das exportações está voltada aos granéis e ao crescimento da carga unitizada, as instalações de empresas vêm acompanhadas de equipamentos mo- dernos de manipulação que são poupadores de mão de obra e exigem pessoal qualificado. Há geração de emprego, mas em proporção menor que o necessário. (GODOY, A. M. G. Reestruturação produtiva e polarização do mercado de trabalho em Paranaguá/PR. In: Revista Paranaense de Desenvolvimento. Curitiba, n. 99, p. 5-25, jul./dez. 2000. p. 18-23. Disponível em: <http://www. ipardes.gov.br/pdf/revista_PR/99/amalia.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2012). Sobre as atividades portuárias, é correto afirmar: a) O desenvolvimento tecnológico ampliou a absorção da quase totalidade da mão de obra local, independente- mente de sua qualificação. b) Alterações nas políticas de exportação e as condições in- fraestruturais ofertadas para as empresas colocam cidades portuárias em situação de permanente vulnerabilidade. c) No mercado de trabalho ligado diretamente aos portos, ocorreu a ampliação de empregos de cargos de chefia voltados aos trabalhadores locais. d) Durante a fase de instalação, mantêm inalterada a malha urbana local, pois se trata de uma atividade econômica de baixo impacto na ampliação do contingente populacional. e) É uma atividade econômica que auxilia no processo de desaparecimento da segmentação existente entre traba- lhadores especializados e não especializados. 10.15. (FGV – RJ) – Atualmente, as empresas, ao definir a localização de suas unidades, levam em conta os custos de deslocamentos dos bens. Neste sentido, os governos podem, por meio da implantação de sistemas de transportes eficientes, definir estratégias de moder- nização destinadas a conferir vantagens comparativas aos territórios. Adaptado de TERRA, Lygia. ARAÚJO, Regina. GUIMARÃES, Raul B.. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil. Em relação à logística dos transportes, analise as afirmações a seguir. I. O transporte em dutos se expande cada vez mais no mundo e a escolha do tipo mais adequado depende de fatores como distância, tempo de percurso e custo. II. A opção rodoviária provoca dificuldades logísticas, pois é um sistema caro e muitas vezes ineficiente, com impactos negativos para a economia e o meio ambiente. III. O uso de contêineres, ao agilizar a ruptura de tráfego, torna mais eficiente a logística dos transportes, possibi- litando a entrega ponto a ponto. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 18 Extensivo Terceirão 10.16. (UFGD – MS) – Analise os dados das tabelas a seguir. DINÂMICA DO TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL Modais 1985 1999 2006 Rodoviário 57,6% 61,8% 60,0% Ferroviário 23,6% 19,5% 20,1% Hidroviário 14,3% 13,8% 14,3% Outros 4,5% 4,9% 5,6% Fonte: Geipot, 2007. TRANSPORTES DE GRÃOS NO BRASIL EM 2006 Modais Total Rodoviário 67% Ferroviário 28% Hidroviário 6% Fonte: Ministério dos Transportes, 2007. Tendo em vista essas informações e as características da infraestrutura de circulação do Brasil, pode-se afirmar que: a) houve, no período 1985-2006, investimentos significativos na infraestrutura do transporte ferroviário, o que explica o crescimento do percentual de cargas transportado por esse modal. b) o transporte hidroviário é pouco utilizado no Brasil em virtude de seu custo ser superior ao do transporte rodoviário. c) o transporte rodoviário caracteriza-se pelo baixo custo e rapidez nos desloca- mentos, o que explica o predomínio deste na dinâmica de transportes no Brasil. d) o predomínio do modal rodoviário na dinâmica de transportes no Brasil relaciona-se às políticas implantadas a partir da segunda metade do século XX, que concentraram recursos neste setor. e) o modal rodoviário é o mais adequado para o transporte de grãos (maior quantidade transportada com menor custo), daí seu predomínio em relação aos demais modais no Brasil. 10.17. (FMABC – SP) – Observe o gráfico: Transporte de soja na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso US$ por tonelada Futuro Atualmente Até 1997 0 50 100 150 200 Preço do produtor Frete rodoviário e portuário Frete hidroviário e portuário Po rt os d e Sa nt os e Pa ra na gu á Fonte: Daniel M. Huertas. Da fachada Atlântica à imensidão Amazônica. SP: Annablume, 2009. p. 239 O gráfico representa: a) num passado recente e no presente, o peso excessivo dos transportes na composição do preço da soja, o que indica, sem dúvida, a precariedade dessa infraestrutura. b) o quanto as áreas produtoras de soja situam-se numa região ina- dequada, em função de sua inte- riorização e distância dos portos do Sudeste. c) que a tendência futura será a elevação da margem de lucro dos produtores de soja, com aumentos de preço para compensar o gasto com os transportes. d) que novas rotas e novos portos para o escoamento da soja não se mostram viáveis e que isso fará os produtores elevarem o preço no futuro. e) que, no futuro, os produtores ga- nharão mais que os intermediários, mas a custo da elevação do preço, e quem sofrerá serão os consumi- dores. 10.18. (UFPR) – Sobre o transporte ferroviário, é correto afirmar: a) A ferrovia não é economicamente vantajosa para países de pequenas dimensões por ser um transporte de alta capacidade, mas cumpre um papel de grande importância para países continentais, como o Brasil. b) No Brasil, a construção de ferrovias só foi intensa durante as décadas de 1930 a 1950, devido à oferta de car- vão mineral no mercado interno ser maior do que a oferta de petróleo. c) O Brasil foi um dos países pioneiros na construção de ferrovias, mas hoje a sua malha ferroviária é pe- quena em relação às dimensões do território nacional e poucas de suas linhas são eletrificadas. d) O pioneirismo do Brasil na expan- são ferroviária se deveu ao fato de que os grandes rios do país atra- vessam áreas de planaltos, sendo portanto pouco navegáveis. e) O transporte ferroviário entrou em declínio na Europa porque os ole- odutos, gasodutos e minerodutos mostraram-se mais econômicos para o transporte de cargas a longas distâncias. Aula 10 19Geografia 3B Desafio 10.19. (UNIOESTE – PR) – O trânsito das grandes cidades tem se constituído como um dos principais desafios ao planeja- mento urbano contemporâneo. Para tentar enfrentar este desafio, o governo brasileiro publicou a Lei no 12587 de 3 de janeiro de 2012 que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. No artigo 2 da referida Lei, é apresentado o seu objetivo principal: “A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo contribuir para o acesso universal à ci- dade, o fomento e a concretização das condiçõesque contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano, por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana”. O prefeito de uma cidade do interior do Paraná, com cerca de 50 mil habitantes, apresentou algumas medidas com o intuito de diminuir o problema do trânsito: I. Ampliar a construção de ciclovias. II. Facilitar o acesso ao transporte individual, principalmente de carros e motos. III. Criar instrumentos legais que permitam a população habitar áreas mais próximas do centro da cidade, dimi- nuindo o seu deslocamento entre o local de trabalho e de moradia. IV. Investir em transportes urbanos de massa, principalmente metrô. Assinale a alternativa correta, que contém as medidas que podem ajudar a diminuir o problema do trânsito na cidade referida. a) Apenas as afirmações I e II estão corretas. b) Apenas as afirmações I e III estão corretas. c) Apenas as afirmações II e III estão corretas. d) Apenas as afirmações III e IV estão corretas. e) Apenas as afirmações I, III e IV estão corretas. 10.20. (UEPG – PR) – O sistema de transportes no Brasil é orientado para atender o mercado interno e principalmente o comércio exterior. Nesse sentido, existem no território brasileiro corredores de exportação/importação que desem- penham papel importante na organização da infraestrutura (transporte, comércio, armazenagem, sistema alfandegário etc.) das regiões que eles servem. Sobre os corredores de comércio exterior do Brasil, assinale o que for correto. 01) Corredor de Minas Gerais e Espírito Santo – Centrali- zado no sistema portuário de Vitória/Tubarão, por ele escoam principalmente ferro, manganês e produtos da indústria siderúrgica. 02) Corredor de São Paulo – Centralizado no porto de San- tos, sua área de influência abrange São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e o sul de Minas Gerais. 04) Corredor do Rio Grande do Sul – Centralizado no porto de Rio Grande, por ele escoam produtos da agrope- cuária (soja, fumo, carnes) e das indústrias de couro e calçados. 08) Corredor do Paraná – Centralizado no porto de Parana- guá, por ele escoam café, algodão, soja e óleos vegetais. 16) Corredor da Amazônia – Centralizado no porto de Ma- naus, sua área de influência abrange toda a região ama- zônica atendida pelo transporte fluvial. Por ele escoam borracha, castanhas, madeira e petróleo. Gabarito 10.01. c 10.02. a 10.03. d 10.04. c 10.05. e 10.06. d 10.07. b 10.08. a 10.09. b 10.10. e 10.11. b 10.12. 14 (02 + 04 + 08) 10.13. d 10.14. a 10.15. e 10.16. d 10.17. c 10.18. c 10.19. e 10.20. 15 (01 + 02 + 04 + 08) 20 Extensivo Terceirão 1BAula 11 Indústria I 3B Geografia Introdução A atividade industrial é a responsável pela transfor- mação da matéria-prima em produtos. O desenvolvimen- to histórico dessa atividade passou pelas seguintes fases: • Indústria manual: é a mais antiga forma de ativi- dade industrial, na qual os elementos da família produziam seus próprios produtos manufaturados de maneira manual destinado ao uso próprio. • Indústria artesanal: é aquela em que um grupo de artesãos se une para produzirem produtos manufa- turados para um número maior de consumidores. É uma atividade industrial, na qual o trabalhador tem que ter habilidade desenvolvida, e a produção geralmente é feita sob encomenda e de acordo com a capacidade individual dos artesãos. Na Idade Média eram as oficinas em que os trabalhadores se organizavam em corporações e, ainda hoje, esta in- dústria é bastante difundida e até mesmo valorizada pela individualização do produto. Os joalheiros, os ourives, os costureiros e os marceneiros desenvol- vem atividades industriais artesanais que produzem para um seleto mercado consumidor de alto poder aquisitivo. • Indústria fabril: é a partir dessa etapa que passamos a falar em processos de Revolução Industrial, que mais impactaram nas transformações do espaço, para viabilizar com que a atividade industrial de fato ocorresse. Nesse tipo de indústria as atividades são mais impessoais e o emprego de robôs (automação) é cada vez mais intenso. Contexto histórico A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVIII esteve associada a alguns fatores observa- dos na sociedade inglesa da época: a burguesia, que detinha poder econômico (burguesia comercial) passa a deter também poder político, com a supremacia do parlamento em relação à monarquia, fruto da Revolução Gloriosa (1688 - 1689); a instituição da propriedade pri- vada através dos chamados cercamentos ou enclosures; o êxodo rural que disponibilizava mão de obra; o arren- damento de terras para a criação de ovelhas e obtenção de matéria-prima para a indústria têxtil. Vale observar que ao utilizar o termo revolução, es- tamos nos referindo a uma grande mudança não apenas dentro das fábricas, mas nos sistemas de transportes, na utilização de novas fontes de energia e também nas relações sociais, destacando-se as ligadas ao trabalho. A Primeira Revolução Industrial (século XVIII) foi marcada pela inserção da máquina a vapor nos pro- cessos produtivos, graças aos estudos do matemático e engenheiro britânico James Watt (1736 - 1819), o que possibilitou a utilização dos teares mecânicos e permitiu maior agilidade nos transportes, com a utilização das locomotivas a vapor, popularmente conhecidas como “marias-fumaça”, ou ainda navios a vapor. Para mover toda essa estrutura, era necessário energia, que não vinha mais da utilização da força de animais ou seres humanos, mas da queima do carvão mineral (rocha se- dimentar orgânica, com grande capacidade calorífica). Ainda hoje é uma das fontes de energia mais utilizadas no mundo. Locomotivas a vapor revolucionam os transportes no século XVIII. Outra grande mudança se deu nas relações de tra- balho. Um dos primeiros estudiosos a tentar explicar as novas relações de trabalho foi o economista e filósofo alemão Karl Marx (1818 - 1883), que apresentou a tese de que a partir do desenvolvimento da indústria, a socie- dade seria dividida em classes: a burguesia, detentora dos meios de produção, ou seja, aquilo que possibilita com que a atividade aconteça: tecnologia, capital; e o proletariado, que vende sua força de trabalho em troca de um salário. © Ac er vo In st itu to M or ei ra S al le s/ Ar th ur W isc hr al Aula 11 21Geografia 3B A Segunda Revolução Industrial (século XIX) foi marcada pelo processo de expansão da atividade indus- trial, ou seja, países como EUA, França, Japão vão passar a se inserir dentro dessa estrutura produtiva. Dessa forma, esses países “se lançam” ao mundo buscando fontes de matéria-prima, energia e expansão do merca- do consumidor, sendo observada uma disputa por essas áreas entre as grandes potências industriais – processo que ficou conhecido como Neocolonialismo, caracte- rizado pela partilha da África e da Ásia, na Conferência de Berlim (1885). Essa disputa será um dos estopins da Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918). Do ponto de vista das transformações associadas ao processo produ- tivo, observa-se a inserção do motor à combustão e a difusão do uso de duas novas fontes de energia em larga escala: a energia elétrica e o petróleo, que não apenas representa ainda hoje a fonte de energia mais usada no mundo, mas, também, fonte de matéria-prima. O petróleo é a fonte de energia mais usada no mundo desde a Segunda Revolução Industrial. A Terceira Revolução Industrial (século XX) ocorre durante o período pós-Guerra, com o for- talecimento do capitalismo, principalmente em decorrência da instituição dos Planos Marshall e Colombo, por parte dos EUA, fornecendo ajuda econô- mica a países europeus se reconstruírem e aumentar a área e influência do capitalismo em regiões que poderiam ser influenciadas pelo socialismo soviético. A Terceira Revolução Industrial tem como característica a auto- mação industrial. Além do aumento daconcorrência no mercado global (com a entrada dos competidores japoneses, principalmente no setor automobilístico) e da melho- ria do setor de telecomunicações, na década de 1970 ocorreram os choques do petróleo, que impulsionaram a crise do modelo fordista e produção, e a adoção, aos poucos, do modelo toyotista ou pós-fordista. Modelos de produção industrial Taylorismo Nome dado ao sistema de organização do trabalho criado por Frederick Taylor (1856 - 1915), que tinha como objetivo principal o aumento da produtividade, associado à redução do tempo e esforço. Para atingir tal objetivo, Taylor realizou estudos sobre a fadiga humana, os movimentos que os trabalhadores executavam nas fábricas, implementou a divisão das tarefas. Fordismo Modo de produção difundido por Henry Ford (1863 - 1947), que apresenta as seguintes característi- cas: esteira automatizada (o que permitiu aumento da produtividade e controle da velocidade da produção nas fábricas), produção em massa, produção vertical, padro- nização dos produtos e a presença de grandes estoques. O modelo Taylor-Ford está associado ao contexto da Segunda Revolução Industrial. Charles Chaplin apresenta crítica ao modelo Taylor – Ford no fil- me Tempos Modernos (1936). Toyotismo Esse modelo de produção, desenvolvido pela Toyota, traz como principais características: produ- ção automatizada (inserção da robótica e da infor- mática dentro do processo produtivo), modelo Just in time – a “produção por encomenda” com estoque “zero”. O modo de produção toyotista está associa- do ao advento da Terceira Revolução Industrial. © Sh ut te rs to ck /A na n Ka ew kh am m ul © Sh ut te rs to ck /K un g_ To m © Un ite d Ar tis ts 22 Extensivo Terceirão necessita de grandes investimentos com prazo de re- torno longo. Exemplo: siderúrgicas, metalúrgicas, etc.). As indústrias que produzem locomotivas, máquinas e equipamentos para hidrelétricas, navios e grandes má- quinas e equipamentos para outras indústrias também são consideradas pesadas. A indústria leve é aquela que utiliza menor quanti- dade de matéria-prima. Seus produtos são mais leves e os investimentos são menores, com retorno mais rápido. Exemplo: indústrias alimentares, confecções, bebidas, farmacêuticas, etc. Algumas indústrias utilizam vários tipos de matéria-prima que são simultaneamente pe- sadas e leves. Exemplo: mecânica, química, material de transporte, etc. Finalidade É a principal forma de classificação dividida em indústria de base e indústria de bens de consumo. Indústria de Base produz matéria-prima ou equi- pamento para outras indústrias. Pode ser subdividida em indústria de bens de equipamento e indústria de bens de produção. Muitas vezes aparece de maneira inadequada como sinônimo de indústria pesada. A indústria de bens de equipamento, que também pode ser denominada de bens de capital, produz máquinas e equipamentos para outras indústrias. Exemplo: uma fábrica de tornos mecânicos, que vai equipar indústrias mecânicas ou uma fábrica de alto forno que vai equipar uma siderúrgica. A indústria de bens de produção produz matéria- -prima (insumos) para outras indústrias. Exemplo: uma usina siderúrgica produz aço que vai ser industrializado pelas metalúrgicas ou uma indústria têxtil que produz tecido para as indústrias de confecção. Indústria de Bens de Consumo Produz produtos para os consumidores e pode ser classificada em bens duráveis e bens não duráveis e muitas vezes, a indústria de bens de consumo aparece inadequadamente como indústria leve. O modelo Toyotista proporcionou uma fle- xibilização do processo produtivo, permitindo com que houvesse disponibilidade de uma di- versidade de produtos e modelos, como não era possível no modelo fordista. Sendo assim, o consumo ganha ainda mais destaque, surgindo a ideia da obsolescência que pode ser: Programada, ou seja, “feito para ser jogado fora”. Os produtos teriam uma espécie de pra- zo de validade, ou seja, uma durabilidade curta para que, assim, haja a necessidade de comprar novos produtos. Percebida, fazendo com que os consumido- res substituam produtos que estão em condi- ções de uso, por outros mais modernos. Isso acontece com o lançamento de novos celulares, roupas, etc. A obsolescência percebida estimula o consumo. Volvismo Modo de produção desenvolvido na Suécia nos anos 90, marcado pelo alto grau de automatização, ou ainda, como dizem alguns especialistas, “automatização total”, necessitando de mão de obra altamente qualificada. A inovação tecnológica também é uma grande marca desse modelo. Classificações da atividade industrial Peso Apesar de ser uma classificação ultrapassada, ainda tem sido questionada em vestibulares e muitas vezes confundida com outras classificações. O conceito de indústria pesada ou leve pode ser baseado em quanti- dade de matéria, peso do produto ou ainda o volume de investimento realizado para a implantação e funciona- mento da indústria. A indústria pesada utiliza grandes quantidades de matéria-prima, produz máquinas e equipamentos e © Sh ut te rs to ck /D iso be yA rt © Sh ut te rs to ck /O m eg af ot o Aula 11 23Geografia 3B A indústria de bens duráveis produz produtos de maior tempo de utilização, como as indústrias de eletro- domésticos, automóveis, etc. A indústria de bens não duráveis produz produtos de utilização mais imediata e com menor tempo de apro- veitamento. Exemplos: indústria alimentícia, indústria de cigarros, confecções, cosméticos, etc. Com a necessidade de expansão do mercado consumidor, as indústrias desenvolvem com maior intensidade o conceito de pro- duto descartável, que é um bem não durável, forçando o consumidor a comprar mais vezes o mesmo produto, o que aumenta a produção de resíduos sólidos e aumenta a demanda por recursos naturais. A indústria de alimentos é considerada indústria de bens não duráveis. Testes Assimilação 11.01. (UERJ) – O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com alguns estudiosos, vive- -se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse sistema econômico. Observe o anúncio publicitário: Adaptado de: Casa Cláudia, Dezembro, 2008. Uma estratégia própria do capitalismo pós-fordista presente nesse anúncio é: a) concentração de capital, viabilizando a automação fabril. b) terceirização da produção, massificando o consumo de bens. c) flexibilização da indústria, permitindo a produção por demanda. d) formação de estoque, aumentando a lucratividade das empresas. 11.02. (FATEC – SP) – Leia o texto e assinale a alternativa que preenche, corretamente, as lacunas com a expressão que se refere ao tipo de indústria que engloba o setor de máquinas e equipamentos. Atualmente, em todos os ramos da indústria de ___________ instalada no país, exceto máquinas- -ferramenta, a liderança cabe a empresas multina- cionais. Estas empresas predominam no segmento de ___________ feitos sob encomenda, que envolve um conjunto mais complexo de conhecimentos téc- nicos e de produção. Elas se aproveitam de algumas vantagens locais, como a disponibilidade de matérias- -primas e mão de obra a preços baixos. Fonte: Departamento de Setores Intensivos em Capital e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento da Produção. Disponível em: <Desenvolvimento.gov. br/sistemas_web/renai/public/arquivo/arq1273166103.pdf>. Acesso: 28/08/2013. a) Bens de consumo duráveis. b) Bens de consumo não duráveis. c) Siderurgia. d) Bens de capital. e) Petroquímica. 11.03. (UNIFOR – CE) – Ao processo contemporâneo de produção de bens industriais, simultaneamente em vários países, através da padronização de modelos tecnológicos e de consumo, suplantando as fronteiras nacionais pela escala mundial, dá-se o nome de: a) internacionalização do capital. b) globalização. c) terceirização. d) monopólio transnacional. e) neoliberalismo. © Sh ut te rs to ck /A lf Ri be iro 24 Extensivo Terceirão 11.04.
Compartilhar