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Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) Docente: Amanda Vieira Couto Discentes: Ana Carolina de Castro Azenilto Júnior Gleice Toledo Henrique Rietra Josiane Almeida Sylvia Bolina Caso Clínico - Anamnese História Clínica: O.M.I, lactente, sexo masculino, 7 meses e 20 dias. Queixa principal: diarreia há 5 dias. História da moléstia atual: lactente é trazido pela genitora ao ambulatório de pediatria com queixa de diarreia há 5 dias. Genitora refere que há 25 dias retirou o filho do aleitamento materno exclusivo, introduzindo papinha doce e mingau entre as mamadas, e notou que, após 4 dias da introdução desses alimentos, o filho apresentou episódios de diarreia (fezes líquidas, 5 vezes ao dia), cólicas, prurido e eritemas difusos em tronco, MMSS e MMII, sendo que continua oferecendo esses alimentos. Nega febre, êmese, disenteria, eliminação de vermes, tenesmo. Nega uso de medicações. encurtador.com.br/ixKPS 2 (SANARMED, 2020) Caso Clínico - Anamnese Geral: fraqueza durante os últimos 02 dias. Pele e fâneros: eritema (VIDE HMA). Nega palidez, alterações em fâneros. Segmento cefálico: nega lacrimejamento, prurido ocular, otorreia e otalgia. Refere surgimento da dentição. Aparelho gastrintestinal: (VIDE HMA). encurtador.com.br/BqyFM 3 Anamnese Especial (SANARMED, 2020) Caso Clínico - Anamnese História Pregressa Antecedentes perinatais: ● Gestação sem intercorrências (40 semanas); ● Parto normal; ● Peso ao nascer: 3200g; Antecedentes patológicos: Nega enfermidade prévia. 4 Hábitos alimentares ● Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, nega diarreia ou intolerâncias nesse período. ● Há 10 dias introduziu papinha doce (banana, mamão e maçã) e mingau (leite, aveia e farinha de milho). encurtador.com.br/enWsb encurtador.com.br/sNpjf(SANARMED, 2020) Caso Clínico - Anamnese História Familiar ● Pai apresentou alergia alimentar na infância (genitora não sabe informar a qual alimento), mas na idade adulta não apresenta nenhuma alergia alimentar. ● Nega demais comorbidades. 5 encurtador.com.br/ergias (SANARMED, 2020) Caso Clínico - Exame Físico Geral: bom estado geral, hidratado, nutrido, acianótico, afebril e choroso ao exame. Dados antropométricos: Peso: 8,5 kg. Comprimento: 69 cm. IMC: 17,85 kg/m². FC: 190 bpm Pele e fâneros: eritema difuso em tronco e MMSS. Abdome: globoso, cicatriz umbilical intrusa, ausência de hérnias e circulação colateral. RHA aumentados nos 4Q, hipertimpanismo, sem visceromegalias. 6 (SANARMED, 2020) Epidemiologia APLV é a alergia alimentar mais comum na infância. Incidência em aleitamento materno exclusivo: 0.5% Incidência: 2% a 6% Prevalência: maior no primeiro ano de vida (HOST, 2002) Tolerância espontânea: 50% no primeiro ano e 80-90% até o quinto ano 7encurtador.com.br/logyc Patogênese As reações de hipersensibilidade podem ser classificadas de acordo com os seguintes mecanismos imunológicos: mediadas por IgE e não mediadas por IgE. 8 Em geral são rápidas, ocorrendo em até 24 - 48h, após a ingestão do alérgeno. encurtador.com.br/imuno (DINIZ, 2013) Mediadas por IgE Patogênese Reações ainda pouco compreendidas, com sintomas mais tardios, podendo demorar de horas até alguns dias. 9 Células T, através da secreção de interferon-gama (INF-γ) → promove ativação de eosinófilos, basófilos e macrófagos. Macrófagos ativados → secretam citocinas que aumentam a fagocitose e liberam mediadores pró-inflamatórios. encurtador.com.br/bKhjo Não mediadas por IgE (DINIZ, 2013) 10(DINIZ, 2013) Diagnóstico ● Antes do pediatra chegar a um diagnóstico da APLV ele precisa estar ciente de que não há um único sintoma patognomônico; ● A APLV pode apresentar variadas manifestações clínicas, isso depende do órgão alvo. 11 ● Trato gastrointestinal; ● Aparelho respiratório; ● Aparelho cardiovascular; ● Pele. Onde ocorrem as manifestações clínicas ? encurtador.com.br/mKlds encurtador.com.br/searc Pilares para se realizar o diagnóstico da APLV. Diagnóstico 12 ● Uma boa anamnese; ● Um exame físico adequado; ● Dieta de eliminação; ● Prova de Provocação Oral (PPO). encurtador.com.br/fgAsd encurtador.com.br/mnese Diagnóstico 13 Avaliação clínica ( anamnese + exame físico) ● Avaliar a história pessoal e familiar de atopia; ● Forma de apresentação - idade de início, rapidez de instalação após introdução de PLV, duração, gravidade e frequência das manifestações, reprodutibilidade das manifestações; ● História alimentar - LM vs LA, se LM rever dieta materna, idade da diversificação alimentar; ● Avaliar o crescimento, sinais de má nutrição e sinais/sintomas sugestivos de comorbilidades alérgicas; ● Realizar um exame físico adequado. encurtador.com.br/hBVcj Diagnóstico 14 Suspeita de APLV Elimina PLV completamente da dieta e avalia a resposta clínica. Isso deve acontecer no menor tempo possível, mas suficientemente para se ter uma resposta. Dieta de eliminação encurtador.com.br/fmilk encurtador.com.br/stopm Diagnóstico 15 Prova de Provocação Oral - PPO ● Realiza-se após um período de dieta de eliminação; ● Único método definitivo para confirmar ou excluir a alergia alimentar. PADRÃO OURO ● Administrar doses graduais de LV; ● Realizado no ambiente hospitalar devido à eventuais reações graves ou imprevisíveis. Como é realizado? Diagnóstico 16 Prova de Provocação Oral - PPO ● A introdução do LV reproduz os sintomas, confirmando-se o diagnóstico de APLV; ● A dieta de eliminação deverá ser mantida até aos 9 a 12 meses de vida; ● A prova é repetida posteriormente. ● Ausência de sintomas durante toda a prova; ● Mantêm-se volume diário de 200 mL; ● Na alta do paciente dar recomendações aos pais sobre reações tardias; ● Retomar a dieta de PLV após 48h à 2 sem. encurtador.com.br/hTrvc encurtador.com.br/qWnHs Exames complementares 17 Além da PPO, nenhum dos testes diagnósticos comprova ou excluí a APLV ● IgE específicas (sangue) ● testes cutâneos (SPT) Testes positivos podem indicar sensibilização, mas não diagnosticam APLV isoladamente. Níveis > 0,35 IU/L de IgE específico e SPT > 3mmVALOR PROGNÓSTICO Níveis ↑indicam maior probabilidade de reações graves e persistência da alergia. encurtador.com.br/bvfil Exames complementares 18 Exames endoscópicos, histológicos e outros ● Crianças com manifestações GI persistentes; ● Baixo desenvolvimento estaturo-ponderal; ● Anemia ferropriva; ● Sem respostas à dieta de eliminação; ● Dúvidas no diagnóstico. encurtador.com.br/exame encurtador.com.br/quisa Quando solicitar? 19 APLV x IL ● A alergia é decorrente de proteínas presentes no leite, ou seja, são os epítopos presentes nas proteínas e que podem causar alergias; ● Crianças são acometidas nos primeiros meses de vida; ● Manifestações alérgicas podem ser em respostas à IgE mediada, IgE não mediada e mista; ● Pode acometer sistema gastrintestinal, aparelho respiratório, erupções na pele e até choque anafilático. ● Não causa alergia, pois não existe epítopo; ● Inabilidade do intestino em digerir e absorver a lactose; ● Intolerância relacionada a ↓ da produção da lactase. Geralmente a produção dessa enzima começa a diminuir aos 2 anos de idade; ● Lactose não digerida vai para o intestino grosso e será metabolizada pelas bactérias da flora e convertida em ácidos graxos de cadeia curta e H2. Gera distensão abdominal, cólicas, flatulências e diarréia. Não causa efeitos sistêmicos compatível com alergia. IL APLV Diagnóstico Diferencial Intolerância à Lactose 20 encurtador.com.br/hLsFa Tratamento Objetivos: ● Evitar sintomas ● Evitar progressão da doença ● Crescimento e desenvolvimento ● Prevenir distúrbios nutricionais 21(DINIZ, 2013) Tratamento ● Exclusão do alimento da dieta do paciente. ● Dietas de substituição devem ser nutricionalmente adequadas. ● Suspender consumo de leitecabra, ovelha. ● Imunoterapia (dessensibilização). ● Pacientes e familiares bem orientados (leitura de rótulos, reconhecer os sintomas, evitar situações de risco (festas, restaurantes etc.) ● Instituir tratamento de urgência de reações anafiláticas (adrenalina auto injetável; anti-histamínicos se mediada por IgE; corticosteroides). 22 Rótulos: soro/whey, caseína, lactoglobulina, lactoferrina ou caseinatos, significando presença de leite, ou albumina, indicando presença de ovo. Utilização de Fórmulas ● Indicado para crianças sem aleitamento materno e abaixo de 2 anos de idade, o uso de fórmula é fundamental no tratamento. ● Se houver melhorar fazer teste de provocação oral. Resultado for positivo: a dieta de exclusão terapêutica com a mesma fórmula deve ser mantida pelo período de 6 a 12 meses. ● O fluxograma a seguir resume a orientação nutricional proposta pela Sociedade Brasileira de Pediatria, para crianças abaixo de dois anos ou sem aleitamento materno com suspeita de APLV nas formas IgE e não IgE mediadas . 23 24 25 Referências: 26 Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 - Parte 1 - Etiopatogenia, clínica e diagnóstico. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. DINIZ, Susana Nogueira. A importância do tratamento de dessensibilização nas alergia às proteínas do leite de vaca (APLV). 2013. São Paulo. FERREIRA, Sofia et al . Alergia às proteínas do leite de vaca com manifestações gastrointestinais. Nascer e Crescer, Porto , v. 23, n. 2, p. 72-79, jun. 2014 . Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-07542014000300004&lng=pt&nr m=iso>. acessos em 06 jul. 2020. HOST A. Frequency of cow’s milk allergy in childhood. Ann Allergy Asthma Immunol 2002, 89(6 Suppl 1): 33-7. 27 28 SANARMED. Alergia - Pediatria: diagnóstico, sintomas e tratamento! Disponível em: https://www.sanarmed.com/caso-clinico-de-pediatria-alergia. Acesso em: 05 julho. 2020. Referências https://www.google.com/url?q=https://www.sanarmed.com/caso-clinico-de-pediatria-alergia&sa=D&source=editors&ust=1614742042144000&usg=AOvVaw3WoZ3kr3h3jiGMKJ5l6JZQ Obrigado! encurtador.com.br/ixKPS 29
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