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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁGRIAS CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL Amanda Cristina Nunes Sousa Karolina dos Reis Nunes PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: INTERVENÇÃO EM ÁREA CILIAR DE RESERVATÓRIO ARTIFICIAL Monte Carmelo 2019 Amanda Cristina Nunes Sousa Karolina dos Reis Nunes PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS: INTERVENÇÃO EM ÁREA CILIAR DE RESERVATÓRIO ARTIFICIAL Monte Carmelo 2019 Trabalho apresentado à disciplina de Recuperação de Áreas Degradadas, do Curso de Engenharia Florestal na Universidade Federal de Uberlândia, Campus Monte Carmelo, como parte do requisito de aprovação na disciplina. Orientador(a): Prof. Dr. Kelly de Almeida Silva 1- IDENTIFICAÇÃO DO INTERESSADO Nome: Ana Carolina de Fátima Cardoso Nunes Idade: 27 anos Sexo: Feminino Profissão: Produtora Rural Endereço: Rua B, 781, Bairro Catulina. Monte Carmelo, Minas Gerais. CEP 38500- 000. Telefone: (34) 99801-5108 2- RESPONSABILIDADE TÉCNICA: Elaboração e Execução do Plano de Recuperação de Áreas Degradas: Responsável: Engenheira Florestal Amanda Sousa Registro: CREA/MG 01.0.0000123456 Endereço: Avenida Dona Clara, 315. Sala 2. Telefone: (34) 98864-2653 Responsável: Engenheira Florestal Karol dos Reis Registro: CREA/MG 03.0.0000123456 Endereço: Avenida Dona Clara, 315. Sala 2. Telefone: (34) 99105-7442 3- IDENTIFICAÇÃO DE PROJETO: 3.1- Área do Projeto A área consiste em um reservatório artificial montado com intenção de abastecer a lavoura de café que se encontra na redondeza. A recomendação de recuperação da mata ciliar ocorreu devido ao assoreamento desse reservatório, já que o mesmo está instalado na porção mais baixa do terreno. Está inserida nos arredores da Universidade Federal de Uberlândia, Campus Monte Carmelo, Minas Gerais. O clima é tropical e a precipitação no verão é superior ao inverno. A classificação do clima é Aw segundo a Köppen e Geiger. Monte Carmelo tem uma temperatura média de 21.2 °C e o valor de pluviosidade média anual é de 1444 mm (CLIMATE-DATA, 2019). javascript:exibeProf('04','0','0000140409') javascript:exibeProf('04','0','0000140409') A área em questão está inserida no bioma Cerrado e na bacia hidrográfica do Rio Paranaíba, situa-se na mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, no Estado de Minas Gerais. Segundo o IBGE, em 2016 a população total do município de Monte Carmelo correspondia a 48.096 habitantes e área de 1.347,79 km² com densidade demográfica de 31,5 habitantes /km² (UFU, 2018). 3.2- Origem da Degradação A construção do reservatório, em seu projeto inicial, não estabeleceu nenhum parâmetro para a vegetação ciliar. Isso ocasionou diversos processos erosivos no solo, tornando-o susceptível a ser lixiviado para o reservatório. O local está inserido, topograficamente, abaixo de toda a área de plantio de café, o que ocasiona uma maior velocidade no escoamento superficial da água e, consequentemente, os processos erosivos na região. 3.3- Área de Execução O projeto será realizado na porção superior de solo no entorno do reservatório e será dividido em duas áreas com características distintas, nas quais serão aplicadas técnicas diferentes. A área um, de maior extensão, caracteriza-se por quase nenhuma vegetação nativa existente e domínio de espécies gramíneas invasoras. A segunda área ocupa uma porção em que já existe bastante regeneração natural da vegetação nativa, com espécies como Angico Branco (Anadenanthera colubrina Vellozo), Jatobá-do-Cerrado (Hymenaea stigonocarpa Mart.), Embaúba (Cecropia pachystachya), Marolo (Annona crassiflora Mart.) e alguns outras espécies de Fabaceae. Em poucas porções existe a presença de gramíneas invasoras, mas não em grande escala. 4- OBJETIVOS ESPECÍFICOS: • Desassoreamento do reservatório artificial; • Controle de plantas exóticas invasoras; • Recuperação do solo; • Melhoria na qualidade da água do reservatório; • Criação de ambiente propício para a avifauna do bioma. 5- IMPLANTAÇÃO E EXECUÇÃO: 5.1- Área 1: • Etapa 1: Controle de gramíneas invasoras O controle será realizado de forma física, com capina em área total. • Etapa 2: Implementação das espécies A área total possui 28.385 m², ou seja, aproximadamente 2,8 hectares. A técnica escolhida será o plantio de mudas florestais nativas intercaladas com leguminosas fixadoras de nitrogênio. As linhas de plantio serão alternadas: entre duas linhas de espécies pioneiras, uma linha de espécies secundárias iniciais e tardias deverá ser implementada. O espaçamento de plantio será de 3 m x 3 m e as covas serão padronizadas com 60 cm x 60 cm x 60 cm. Nas entrelinhas do plantio, as espécies leguminosas serão implantadas de 2 em 2 metros de distância, intercalando as espécies escolhidas. A sugestão é que a mudas sejam adquiridas de viveiros próximos, como por exemplo, do Viveiro Vasconcelos sedeado em Tupaciguara, Minas Gerais, Brasil. Será realizada a adubação de em cova com NPK 10-10-10, em 10 gramas por cova. Com objetivo de manutenção desse plantio, a adubação de cobertura deve ser feita com 60% dessa concentração após um ano. Nas áreas das leguminosas, não será necessário a adubação. Tabela 1. Espécies nativas para utilização no projeto. Espécie Nome Popular Hábito Anadenanthera peregrina Angico-do-cerrado Pioneira Lithraea molleoides Aroeira-brava Pioneira Annona glabra Araticum-do-brejo Pioneira Aspidosperma ramiflorum Guatambu Não Pioneira Peschiera fuchsiaefolia Leiteira Pioneira Cecropia pachystachya Embaúba Pioneira Calophyllum brasiliense Guanandi Pioneira Terminalia argentea Capitão-do-Cerrado Não Pioneira Terminalia triflora Capitãozinho Não Pioneira Croton urucurana Sangra-d'água Pioneira Ocotea corymbosa Canela-do-Cerrado Não Pioneira Gochnatia polymorpha Cambará Pioneira Chorisia speciosa Paineira Pioneira Casearia gossypiosperma Espeteiro Não Pioneira Persea pyrifolia Abacateiro do mato Não Pioneira Tabela 2. Espécies de Leguminosas para utilização nas entrelinhas de plantio. Espécie Nome Popular Cajanus cajan (L.) Mills Feijão Guandu Crotalaria juncea crotalária 5.2. Área 2 Na segunda porção do terreno, será feita a condução da regeneração natural através da aplicação de duas técnicas: redução da mato-competição de instalação de poleiros artificiais. Para reduzir a competição com gramíneas invasoras, será feito o coroamento das mudas e implementação de casca de café por cobertura. A casa de café atua como uma forma de controle físico das plantas infestantes, auxilia também na retenção de água do solo e na porosidade do mesmo. Serão utilizados 2L de casca de café em cada coleto das mudas existentes. O uso dessa técnica, para a área em questão, é interessante por se tratar de um subproduto da cultura que já é produzida dentro da propriedade e não possui nenhuma forma de aproveitamento. A implantação de poleiros artificiais tem o objetivo de atrair a avifauna e propiciar a dispersão das sementes das espécies já existentes. Nesse caso, faz-se interessante o uso da técnica devido à proximidade de um fragmento preservado, presente na outra margem do reservatório. Serão confeccionados com bambu e implantados um em um raio de 15 metros, de forma aleatória, nos pontos com menos regeneração presente. Foto 1. Exemplo de poleiro artificial confeccionado com bambu. www.ciflorestas.com.br 6. OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO 6.1. Após o primeiro trimestre: A equipe responsável pela execução do projeto deverá ir à campo e avaliar: • Mortalidade de mudas, na Área 1; • Presença de espéciesinvasoras, em ambas as áreas; • Eficiência da casca de café e quantidade disponível, na Área 2; • Qualidade dos poleiros artificiais, na Área 2. Caso alguma dessas variáveis esteja em desacordo com o planejamento inicial: • Replantio das mudas; • Coroamento das mudas e espécies de regeneração natural; • Recolocar a quantidade necessária de casca de café; • Substituir ou concertar poleiros que estejam quebrados ou em condições que inibem sua efetividade. 6.2. Após seis meses: A equipe responsável pela execução do projeto deverá ir à campo e avaliar: • Presença de espécies invasoras, em ambas as áreas; • Eficiência da casca de café e quantidade disponível, na Área 2; • Qualidade dos poleiros artificiais, na Área 2. Caso alguma dessas variáveis esteja em desacordo com o planejamento inicial: • Coroamento das mudas e espécies de regeneração natural; • Recolocar a quantidade necessária de casca de café; • Substituir ou concertar poleiros que estejam quebrados ou em condições que inibem sua efetividade. 6.3. Após um ano: • Presença de espécies invasoras, em ambas as áreas; • Eficiência da casca de café e quantidade disponível, na Área 2; Caso alguma dessas variáveis esteja em desacordo com o planejamento inicial: • Coroamento das mudas e espécies de regeneração natural; • Recolocar a quantidade necessária de casca de café. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAMPUS Monte Carmelo. In: Nossos Campi. Monte Carmelo, 2018. Disponível em: http://www.ufu.br/monte-carmelo/apresentacao. Acesso em: 25 nov. 2019. CARVALHO, Paulo. Angico-Branco. [S. l.], 1 dez. 2019. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/42015/1/CT0056.pdf. Acesso em: 30 nov. 2019. CLIMA MONTE CARMELO. [S. l.], 2019. Disponível em: https://pt.climate- data.org/america-do-sul/brasil/minas-gerais/monte-carmelo-24982/. Acesso em: 26 nov. 2019. MAROLO: UMA FRUTÍFERA NATIVA DO CERRADO. [S. l.]: Editora UFLA, 2009. Disponível em: http://livraria.editora.ufla.br/upload/boletim/tecnico/boletim-tecnico- 82.pdf. Acesso em: 29 nov. 2019. RAMOS. G. M. Recomendações práticas para o cultivo do guandu para produçáo de feno. Teresina: EMBRAPA-CPAMN. 1994.16 p. (EMBRAPA-CPAMN. Circular Técnica, 13). RESENDE. A. S., LELES, P.S.S. Controle de plantas daninhas em restauração florestal / Alexander Silva de Resende, Paulo Sérgio dos Santos Leles, editores técnicos. — Brasília, DF : Embrapa, 2017
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