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MEMBROS SUPERIORES FRATURA DIAFISÁRIA DO ÚMERO ▪ O trauma direto é o mecanismo mais comum de fratura, provocando fraturas transversas ou cominutivas. Já no trauma indireto (quedas com o membro estendido) resultam em fraturas oblíquas ou em espiral. ▪ O nervo radial é frequentemente lesado nas fraturas diafisárias do terço médio ou distal, especialmente as do tipo oblíquo ou espiral. ▪ O paciente com este nervo lesado apresentará paresia dos extensores do punho (“mão caída”). Felizmente, a maioria dos casos resolve espontaneamente em 3-4 meses; TRATAMENTO CONSERVADOR ▪ Desvios aceitáveis: 20º angulação anterior/posterior; 30º de varo/valgo e 2 cm de encurtamento. ▪ É indicado em cerca de 90% das fraturas; feito com imobilização com o braço junto ao corpo e o cotovelo num ângulo de 90º, através de uma tala gessada ou plástica tipo “pinça de confeiteiro”. ▪ Após 1-2 semanas, o método pode ser trocado por uma órtese funcional, denominada “BRACE”, que deve ser mantido por 6 semanas. TRATAMENTO CIRÚRGICO ▪ É indicado nas seguintes situações: alinhamento inaceitável dos fragmentos após redução fechada, fraturas patológicas, politrauma, fratura associadas do antebraço (“cotovelo flutuante”, lesão vascular, fratura exposta, instabilidade grave). ▪ A redução aberta + fixação interna com placa e parafusos é o método mais utilizado; FRATURA DIAFISÁRIA DO ANTEBRAÇO ▪ A diáfise destes ossos pode fraturar por trauma direto ou indireto. ▪ Em crianças, a maior parte dessas fraturas são incompletas, destacando-se então dois tipos clássicos: fratura em galho verde e fratura por “empenamento” (quando o osso apenas enverga). ▪ Em adultos, essas fraturas costumam ser completas, geralmente desviadas, com graus variados de rotação, angulação e cavalgamento. ▪ 3 padrões principais: FRATURA DE GALEAZZI ▪ Fratura diafisária do rádio associada a luxação da articulação radioulnal distal. ▪ É a mais comum; apresenta dor, edema e crepitação local. TTO cirúrgico (sempre). FRATURA DE MONTEGGIA ▪ Fratura da ulna e concomitante luxação anterior da epífise radial; menos comum. É uma urgência!! FRATURA DO CASSETETE ▪ Fratura isolada da ulna, normalmente por trauma direto (mecanismo de defesa). TTO cirúrgico ou conservador. MEMBROS INFERIOES FRATURA DIAFISÁRIA DO FÊMUR ▪ Comum em homens jovens e mulheres idosas (bimodal). ▪ Geralmente resulta de trauma de alta energia. ▪ O exame vascular deve ser prontamente executado neste tipo de fratura. ▪ A diáfise femoral é recoberta por grande quantidade de tecido mole da coxa, permitindo uma boa consolidação, porém, essas fraturas são via de regra instáveis (tendem ao desvio, geralmente angular ou rotacional), necessitando de fixação interna para uma consolidação em posição funcional. ▪ Não consegue apoiar o pé no chão!! ▪ O único tratamento é cirúrgico; a fixação interna da fratura é feita de preferência com haste intramedular bloqueada (padrão ouro). FRATURA DIAFISÁRIA DA TÍBIA ▪ Geralmente associada a trauma direto de alta energia. Um outro mecanismo é o trauma rotacional (“fratura dos esquiadores”). ▪ Embora exista a fratura isolada da tíbia, na maioria dos casos, a fratura envolve a tíbia e a fíbula, aproximadamente no mesmo nível. ▪ A diáfise da tíbia, sobretudo na porção subcutânea, ao nível da canela, possui um periósteo muito delgado, o que torna a sua fratura propensa a desvio e à consolidação retardada. ▪ Essa região também possui irrigação sanguínea tênue, predispondo à falha na consolidação nas fraturas instáveis. ▪ Essa proximidade da tíbia com a pele aumenta a proporção de casos de fratura exposta; nas fraturas fechadas, a síndrome compartimental é um risco iminente. ▪ Trauma direto – fratura em mesmo nível Mecanismo torcional – fratura em níveis diferentes; TRATAMENTO CONSERVADOR ▪ Desvios aceitáveis: varo e valgo <5º, desvio anterior/posterior <10º, desvio rotacional <10º e encurtamento de até 1 cm. Lenta consolidação tibial: de 12 a 16 semanas. TRATAMENTO CIRÚRGICO ▪ Indicado nas seguintes situações: fratura exposta, fraturas fechadas instáveis, com desvio ou encurtamento significativos, fraturas complicadas com síndrome compartimental ou lesão neurovascular. ▪ As fraturas fechadas recebem fixação interna com haste intramedular e nas fraturas expostas ou na síndrome compartimental, é usada a fixação externa, com pinos transfixados no osso e ligados a barras externas. ▪ Só se opera a fíbula se a lesão for em nível de tornozelo. ▪ Pode ser definida como sendo uma solução de continuidade da pele e tecidos moles subjacentes, permitindo a comunicação óssea direta ou de seu hematoma fraturário com o meio ambiente. ▪ A comunicação pode vir de fora para dentro (lesão por PAF, arma branca, acidente com máquinas cortantes) ou de dentro para fora (um fragmento de uma fratura cavalgada perfura a pele). ▪ Em diversas situações esta comunicação pode ser mascarada. Isto se refere principalmente com as fraturas com comunicação com o tubo digestivo, vagina e ânus. ▪ Importante lembrarmos que quando uma fratura ocorre no mesmo segmento do membro de uma ferida, a mesma deverá ser considerada como fratura exposta, até que se prove ao contrário. ▪ Devemos lembrar que o prognóstico da fratura exposta será proporcional ao nível de energia que causou o trauma. ▪ Sendo assim, a evolução do caso será determinada pela extensão/ quantidade de tecidos desvitalizados e não apenas pela caracterização da fratura isoladamente. CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO E ANDERSON ▪ Características clínicas: o Lesão óssea; o Lesão de partes moles; o Lesão da pele; DIAGNÓSTICO DO TRAUMA ▪ História do trauma; ▪ Idade/ estado geral; ▪ Gravidade do trauma/ tempo de evolução; ▪ Lesão de partes moles; TRATAMENTO INICIAL ▪ O atendimento deve ser realizado segundo as recomendações do ATLS, sendo a primeira atenção dada à ressuscitação, quando necessária, seguida de estabilização clínica do paciente. ▪ Concomitantemente a esta fase inicial, procede-se à cobertura da ferida com curativo estéril e imobilização provisória (tala). ▪ Após o atendimento inicial, partimos para o exame ortopédico, visando o membro afetado com avaliação de pulsos periféricos/ perfusão, assim como exame neurológico e avaliação de partes moles. ▪ Somente partimos para avaliação radiológica apenas examinar e estabilizar o paciente e o membro afetado. Pacientes instáveis ou com risco de morte devem ter o exame de imagem realizado no CC. ▪ Durante a avaliação primária, iniciamos a profilaxia com tétano, a antibioticoprofilaxia e analgesia. Diversas bactérias podem causar infecção, porém o germe mais comum é o S. aureus. ▪ Lembrando que a antibioticoterapia é profilática permanecendo por 48-72 horas, na maioria das referências. ▪ O curativo pode ser aberto APENAS UMA VEZ! ▪ OU I – cefalosporina 1ª geração; II – cefalosporina 1ª geração + aminoglicosídeo e III – tríplice. TRATAMENTO CIRÚRGICO ▪ Após a avaliação inicial do paciente, devemos encaminhá-lo para o centro cirúrgico em até 6 horas classicamente apesar de alguns autores defenderem intervenção mais precoce – 4 horas decorridas do paciente. ▪ Apenas no CC, após anestesia, assepsia e anti sepsia podemos explorar a ferida. Inicialmente, realizamos o desbridamento dos tecidos desvitalizados e a lavagem mecânico-cirúrgica com pelo menos10 litros de solução salina. ▪ O desbridamento é o ato cirúrgico mais eficaz e tem por finalidade remover corpos estranhos, tecidos desvitalizados, reduzir contaminação e criar ferida vascularizada. ▪ Durante a avaliação da ferida devemos verificar o critério dos 4 “C” (cor, contratilidade, circulação e consistência). Caso não apresente viabilidade o tecido deve ser retirado; o mesmo serve para fragmentos ósseos sem suas inserções musculares. ▪ Após desbridamento e LMC faremos a fixação da fratura que pode ser feita de diversas formas, dependendo das características da fratura. Podemos usar fixadores externos, placas e hastes medulares. ▪ Os fatores que influenciam esta tomada de decisão são: padrão/tipo da fratura, localização, lesão de partes moles, contaminação, tempo de evolução, estado geral do paciente. ▪ A princípio, as feridas devem ser deixadas abertas para posterior fechamento. ▪ Nas feridas limpas, provocadas por baixa energia e minimamente contaminadas, podemos optar por fechamento primário. ▪ Estabilização da fratura: o Gesso o Tração o Placas e parafusos o Hastes intra-medulares o Fixadores externos Urgência: cefazolina 2g EV
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