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PROJETO CEU E ÁGUA Natação e Atividades Aquáticas nas Escolas: adaptação e iniciação aos nados, uma relação entre Esporte e Educação. Tiago Aquino da Costa e Silva (Paçoca) Jefferson Fiori Gomes Mérie Hellen Gomes de Araujo da Costa e Silva Kaoê Giro Ferraz Gonçalves Agradecimentos especiais aos nossos familiares por estarem conosco até mesmo nos momentos de ausência; aos nossos amigos e colegas de profissão que fazem das nossas vidas um turbilhão de desejos, ideias e projetos; ao nosso guia lúdico Prof. Maurício Duran Pereira que nos apresentou a Ludicidade como “ferramenta para a vida”; e em especial aos nossos queridos alunos que passam e transformam as nossas vidas num BOOM de ALEGRIA! Que as aventuras lúdicas deste livro possam fazer parte do dia-a-dia dos profissionais de Educação Física e Esportes do nosso Brasil! Busquem a Inspiração, a Criação e a Transformação! Tiago Aquino da Costa e Silva (Paçoca), Jefferson Fiori Gomes, Mérie Hellen Gomes de Araujo da Costa e Silva e Kaoê Giro Ferras Gonçalves PREFÁCIO Ao ser convidado para a escrita deste prefácio, me vi em uma sensação de felicidade, orgulho e responsabilidade para repassar a importância desta coleção e do tema a que se propõe. O mundo atual vive na expectativa de uma vida mais sadia e duradoura e uma das opções para esta nova forma de viver é a prática da atividade física desde as idades iniciais. Quando levamos um povo a esta mentalidade do exercício como ferramenta para a aquisição de habilidades motoras, fortalecimento de comportamentos sociais através da convivência com os demais, modificação de hábitos e culturas, introduzimos um eixo norteador para o esporte como um fator de auxílio à educação. A ideia de iniciar com a natação me remete a uma linha de pensamento em que o ser humano vem do líquido amniótico e, quando sai para o nosso convívio, já teve esta pequena adaptação. Quando ingressa na prática da educação física escolar, é como se fosse um retorno àquilo que já aconteceu em um momento anterior à entrada na vida humana. Tenho certeza dos caminhos pelos quais esta coleção pode levar a que a prática da natação se incorpore ao currículo escolar, trazendo mais agilidade de raciocínio, melhor aproveitamento nas aulas e a formação de uma geração consciente da cultura esportiva. A Lei 689 do parlamento grego diz que “todo ser humano educado deveria saber ler e nadar”. Acredito que para a natação escolar será um marco histórico, e para os CEUs de São Paulo a oportunidade de sair na frente para uma geração que será, a partir deste momento, base de vários outros projetos que serão iniciados. Vivemos uma época de esportes. Os Jogos olímpicos de 2016 acontecerão no Brasil. O povo está deixando de ser “o país do futebol” para ser o país do esporte. Tenho a total convicção de que, apesar de não ter como proposta a detecção de talentos, com certeza aparecerão possíveis nadadores que serão aproveitados posteriormente em programas voltados para o alto rendimento, o que tornará este projeto vital para a renovação aquática de nosso estado e país. Esta publicação poderá, sem dúvida, ser o manual de cabeceira das escolas, com uma metodologia suave e de fácil compreensão. Saudações Aquáticas, Alberto Klar Professor Titular de Natação da FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas, SP. Técnico da Seleção Brasileira de Natação nos Jogos Olímpicos de Barcelona – 1992 e Atlanta – 1996. Técnico Olímpico de Triathlon de Atenas – 2004. Autor do livro “365 dias nadando diferente” e da Coleção “Atividades Aquáticas – Pedagogia Universitária”. Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Atividades Aquáticas – FMU e UGF. Técnico com recordes mundiais, sulamericanos e brasileiros absolutos e de categoria. NATAÇÃO E ATIVIDADES AQUÁTICAS O esporte é um caminho educacional de muita relevância, pois pode ser experimentado e vivenciado de diversas formas, da prática recreativa ao alto rendimento, constituindo, portanto, um fenômeno cultural e social. O esporte atua como um processo facilitador de estimulação do desenvolvimento corporal do praticante. Nessa linha, a natação é considerada um dos esportes mais completos por dinamizar todas as ações corporais e motrizes, para Silva et al (2011). Atividades aquáticas são todas e quaisquer habilidades realizadas no meio aquático. A Natação é a ação de autopropulsão e auto-sustentação que o homem realiza no meio líquido com as estratégias do seu próprio corpo, desenvolvendo os nados pré-estabelecidos, para FINA (s/d). Já para Fernandes e Lobo da Costa (2006) a natação também é entendida como um conjunto de habilidades motoras que proporcionam o deslocamento autônomo, seguro e prazeroso no meio líquido, oportunizando as vivências corporais aquáticas. Por fim, para Velasco (1994) a natação deve proporcionar o prazer e gerar boas experiências, além de desenvolver integralmente o indivíduo. Para que isso seja possível, o professor deve ter uma boa relação com seu aluno, trabalhar de forma lúdica e utilizar uma pedagogia que atenda às necessidades do aluno. OS PRIMEIROS REGISTROS DA NATAÇÃO Embora seja difícil analisar com precisão o começo do nadar, é fundamental que tenhamos um ponto de partida para descobrir esse fenômeno. Sendo o planeta Terra coberto por cerca de três quartos de água, o homem em algum momento foi obrigado a se relacionar com o meio aquático, seja por sobrevivência ou por diversão. Com esse relacionamento o homem foi criando formas de locomoção na água que facilitassem suas necessidades básicas, para Andries Junior et al (2002). Nota-se que o nadar para o homem pré-histórico tinha função utilitária, seja na busca de alimentos e/ou como forma de refúgio dos perigos terrestres. Lewillie (1983) relata que os primeiros registos históricos que fazem referência à natação aparecem no Egito, no ano 5.000 a.C. nas pinturas da Rocha de Gilf Kebir, e a caracterizam como mera função de sobrevivência. Já Bonacelli (2004) relata que no século XIII a.C. japoneses e chineses praticavam exercícios físicos aquáticos como práticas médicas, aos moldes das hidroterapias e das massagens. No período clássico, de 500 a 338 a.C. o nadar era considerado de grande utilidade, principalmente na Grécia, pois, para Platão, a inabilidade de ler, como a de nadar, davam prova de uma educação ineficiente (ANDRIES JUNIOR et al, 2002). Portanto, na Grécia, a ação do nadar era componente fundamental na educação dos seus respectivos cidadãos, sendo um bom caminho para o desenvolvimento corporal harmônico e social. Já em Roma, a natação também assumia grande importância na educação das crianças, bem como opção de treinamento físico aos soldados romanos, que eram lançados à agua com suas armaduras e precisavam demonstrar destreza e habilidade aquática. Com o surgimento do Cristianismo, a mentalidade do povo foi sendo direcionada para o culto excessivo da alma. O cultivo ou o tratamento do corpo foi sendo renegado e com isso as atividades corporais, como o nadar, foram colocadas em segundo plano. Na Idade Média acreditava-se que o contato constante com a água poderia disseminar e proliferar epidemias, o que, consequentemente, retardou o desenvolvimento da natação, para Andries Junior (2002). Então, devido aos fatores anteriormente citados, o interesse pela natação decresce em grande parte, e a prática de atividades corporais fica restrita à nobreza e aos militares. No Renascimento, entre o fim do século XIII e meados do XVII, a prática da natação volta a ressurgir do “período obscuro” a que esteve submetida durante a Idade Média, e é considerada como uma matéria legítima dentro das atividades físicas(REYES, 1998). Como fruto desta concepção, surgem os primeiros escritos referentes à natação, tais como é o livro do alemão Nicholas Wymman (1538) intitulado "Colymbetes, Sive de arti natandis dialogus et festivus et iucundus lectu" , cuja tradução livre é: "O nadador ou a arte de nadar, um diálogo festivo e divertido de ler". O autor destacava que era necessário um instrutor na orientação da natação, devido aos perigos do afogamento; e que a sustentação do corpo humano na água era possível com a aprendizagem de movimentos específicos. Assim, com o passar do tempo, a natação tornou-se substancial no aproveitamento educacional nos países da Europa, como a França e Inglaterra. É no século XIX, na Inglaterra, que a natação atinge seu maior apogeu. Segundo Machado (1984), em Londres encontrou-se uma das primeiras formas de aprendizagem da natação: “A execução dos gestos aprendidos era feita por etapas, até que o todo fosse assimilado e compreendido, para depois ser fixado e mecanizado. A aprendizagem era feita, sob o aspecto que ora abordamos, com o aluno preso em haste de metal, seguro por cordas ou cabos e até mesmo ouvindo gravações de ‘aprender a nadar’”. Em 1828 se constrói em Londres a primeira piscina coberta, e no ano 1837 acontece a primeira organização competitiva da modalidade (REYES, 1998). Com o início das competições surge a necessidade da criação de órgãos institucionais e regulamentos que regem o esporte. Segundo a CBDA (2004) em 1837 foi fundada a Sociedade Britânica de Natação; e o nado peito ou “clássico” era o adotado nas competições. Já em 1870, o instrutor inglês de natação J. Arthur Trudgeon observou, na América do Sul, um novo estilo de nadar, o trudgeon, hoje conhecido como nado crawl com pernada de tesoura. Compreender e entender o processo histórico do fenômeno NADAR é importante para a construção e desenvolvimento de novos processos pedagógicos condizentes com a atual necessidade e realidade. AS DIMENSÕES DO CONHECIMENTO DA NATAÇÃO E ATIVIDADES AQUÁTICAS A Natação deve garantir o desenvolvimento equilibrado da personalidade do individuo, oferecendo-lhe os meios para que ele mesmo consiga atingir seus fins. Auxilia na estruturação do esquema corporal, permitindo aos aprendizes adquirirem noções perceptivas do próprio corpo, através da vivência em diferentes meios. Permite também ampliar as noções espaciais vividas na exploração do meio aquático com o corpo no mesmo lugar, em deslocamento, em grande ou pequena profundidade; possibilita à criança elaborar estruturas fundamentais do pensamento abstrato; ensina o comando voluntário da respiração e possibilita a visualização das bolhas formadas no momento da expiração e, desta maneira, a criança pode ver, ouvir e sentir sua respiração. Por meio de procedimentos pedagógicos deve-se proporcionar a interação entre técnica e prazer (DAMASCENO, 1992). Um dos principais motivos de aderência da natação e atividades aquáticas junto aos programas pedagógicos são os benefícios que obtêm durante tais práticas. Os benefícios atuam diretamente em diferentes âmbitos: físico, psíquico, social, afetivo, emocional e fisiológico, e nos permite atingir, por fim, o desenvolvimento integral do aluno. Adaptado de Marin (2004) segue abaixo a relação dos objetivos aquáticos nas suas mais diferentes concepções: Objetivos Aquáticos Motrizes • Desenvolver as habilidades aquáticas básicas: respiração, flutuação e propulsão; bem como as habilidades específicas, como as técnicas dos nados, saídas e viradas; e • Favorecer aos alunos a possibilidade de desenvolverem as capacidades físicas, como: velocidade, força, flexibilidade e resistência geral. Objetivos Aquáticos Psíquicos • Compreender e aceitar o próprio corpo e suas respectivas ações no meio aquático; e • Desenvolver as capacidades psicomotoras: ritmo, lateralidade, noção espaço- temporal, esquema corporal e relaxação. Objetivos Aquáticos Afetivo-Sociais • Favorecer o contato e a integração entre os alunos da Escola/Academia, contribuindo assim para a melhora do equilíbrio pessoal e estabilidade emocional; e • Contribuir, através das vivências motoras, para o desenvolvimento de valores como: fraternidade, igualdade, lealdade, amizade e outros. Objetivos Aquáticos relacionados à Saúde • Criar hábitos de vida saudáveis; e • Conhecer, valorizar e utilizar o meio aquático para a melhora de determinadas alterações do aparelho locomotor. O professor deve ter clareza dos objetivos da aula e da importância dos novos conhecimentos na sequência dos estudos, para que assim possa atender a necessidades futuras, para Pereira (1999). Os objetivos citados deverão ser contemplados nos planos de aulas de uma eficiente Pedagogia de Natação. PEDAGOGIA: Ensino e Aprendizagem da Natação e Atividades Aquáticas A aprendizagem existe na vida de uma pessoa desde o nascimento até a sua morte, pois, nas experiências, sempre está aprendendo novas ações e interagindo com o ambiente. Na natação é possível afirmar que os alunos terão a aprendizagem motora. Schmidt e Wrisberg (2001) definem aprendizagem motora como mudanças nos processos internos que determinam a capacidade do indivíduo para produzir uma tarefa motora. Quanto mais o indivíduo pratica, mais ele aprende. Schmidt e Wrisberg (2001) fazem diversas considerações acerca da prática de habilidades motoras. Os autores subdividem a prática a partir das seguintes características: - Quantidade de prática: refere-se ao número de execuções motoras e período de repouso durante o processo de aprendizagem de uma habilidade motora. Existem dois tipos de prática: a maciça e a distribuída. A prática maciça consiste numa maior quantidade de prática do que de repouso, enquanto que a prática distribuída consiste numa maior quantidade de repouso do que de prática. Acredita- se que muita prática e pouco repouso sobrecarregam o aluno física e mentalmente. O professor deve adequar a prática e o repouso com o tempo disponível do aluno. - Formas de prática: refere-se ao modo como as habilidades motoras são aprendidas. Esse modo pode influenciar no aprendizado das mesmas. Existem duas formas de prática muito comuns no ensino da Educação Física: a prática parcial e a prática total. A prática parcial consiste em facilitar o aprendizado de uma tarefa, subdividindo-a em várias partes e treinando-as separadamente para depois uni-las. A prática total consiste em realizar a tarefa completa sem simplificação. - Sequência de realização das tarefas: para se praticar diferentes tarefas pode- se utilizar a prática em blocos ou a prática randômica. Na prática em blocos o indivíduo tem um conjunto de diferentes tarefas a serem realizadas. A primeira tarefa será repetida algumas vezes, para depois passar para a prática de outra habilidade, e assim sucessivamente, até ter realizado todas as tarefas programadas. Na prática randômica o indivíduo irá realizar as diferentes tarefas aleatoriamente, sem repetir consecutivamente nenhuma tarefa. As práticas podem ser realizadas de forma constante ou variadas. Na prática constante o indivíduo treina apenas uma tarefa sem nenhuma variação de intensidade. Já na variada o indivíduo treina uma única tarefa, porém com variações de intensidade. - Diferenças individuais - objetivos do aluno: o professor deve respeitar os objetivos e a individualidade de cada um de seus alunos, conhecendo então a habilidade-alvo desejada pelos mesmos. Deve perceber o comportamento-alvo que o aluno deve possuir, ou seja, quais ações são necessárias para a realização bem sucedida da tarefa. - Transferência de aprendizagem: refere-se ao aproveitamento das experiências anteriores que os indivíduos possuem na prática de outras habilidades motoras para auxiliar no aprendizado de uma nova habilidade.Se as experiências anteriores contribuem para o aprendizado de uma nova tarefa, essa transferência é positiva; se as experiências anteriores não contribuem para o aprendizado de uma nova tarefa, essa transferência é negativa. Ocorrendo transferência positiva, ela pode ser considerada próxima ou para longe. A transferência próxima é quando um indivíduo adapta uma única tarefa a diferentes situações. A transferência para longe é quando o indivíduo aprende uma gama de habilidades motoras que poderão ser utilizadas futuramente em um tipo de esporte. Nas Escolas de Natação nota-se que o ensino é organizado e sistematizado por “sequências pedagógicas” compostas por conteúdos pré-determinados para o aprendizado dos quatro nados. A Pedagogia mais utilizada, atualmente, nas aulas de natação, lança mão de recursos técnicos específicos, baseados na repetição de movimentos, separação de sequências, enfim, um instrumental que poderia ser classificado como tradicional, com o objetivo de conseguir o domínio do meio liquido, dos movimentos e da aprendizagem o mais rápido possível (PEREIRA,1999). Segundo Fernandes e Lobo da Costa (2006), quando o ensino é focado no produto, aspectos como a etapa de desenvolvimento da habilidade do nadar em que o aluno se encontra, sua faixa etária, seus interesses e possibilidades físicas particulares não são considerados, o que pode tornar a aprendizagem da natação um processo monótono e insignificante para quem aprende e repetitivo e desinteressante para quem ensina. Complementado por Langendorfer & Bruya (1995), o nadar aprendido pelo modelo, orientado somente pelos quatro nados, resultaria num aprendizado pobre devido à baixa competência aquática que esse tipo de prática propicia. A adequação das tarefas de prática com os níveis de desenvolvimento motor aquático cria condições ótimas para o progresso na aprendizagem, incluindo-se, ainda, nesse modelo, os estilos formais e avançados de natação. Algo que merece atenção no que diz respeito à concepção de uma Pedagogia da Natação, para Freudenheim (1995), é a observação dos movimentos culturalmente determinados, como os quatro nados formais de natação que emergem da combinação de habilidades básicas. Portanto, é importante diferenciar o nadar fruto da combinação de movimentos fundamentais e a natação, que é um conjunto de habilidades resultantes da especialização dessa combinação. A Pedagogia da Natação Moderna racionaliza entre as pedagogias analítica e global. As atividades no meio aquático são organizadas a partir de uma sequência pedagógica do simples para o complexo, atendendo os diversos níveis pedagógicos encontrados nas aulas. Dentro dessa proposta pedagógica, a primeira atividade a ser ensinada na piscina é a sobrevivência. Para Palmer (1990), é preciso identificar o nadar como a locomoção com segurança no meio líquido a partir de diferentes formas. É primordial que a criança seja estimulada a deslocar-se de diferentes formas na água, para que depois possa aprender os nados culturalmente determinados. Essas primeiras experiências corporais são fundamentais para a fase de especialização técnica dos nados, constituindo assim uma proposta atual de aprendizagem. A Pedagogia da Natação é entendida como um conjunto de ideias e vivências aplicadas e organizadas para a aprendizagem das atividades aquáticas e da natação, a fim de que os alunos possam atingir os objetivos propostos em relação aos conteúdos, resultando na sua respectiva assimilação. Para Corrêa e Massaud (2007), a organização de uma Pedagogia da Natação apresenta boas vantagens, como: • Uso racional dos equipamentos esportivos na busca da construção do cidadão; • Fidelidade dos alunos na frequência das aulas, uma vez que suas expectativas e necessidades se tornam alvos de tal organização; • Redução dos cursos decorrentes da racionalização de processos; • Criação de novos negócios decorrentes e qualificação profissional, ampliando sua percepção para novas oportunidades; e • Clima de incentivo e participação da comunidade escolar. Optou-se por reconhecer, para esta Pedagogia da Natação, as ações da natação e o domínio das habilidades aquáticas básicas, sendo-as: adaptação ao meio líquido, respiração, flutuação, propulsão e mergulho elementar; e as primeiras vivências dos nados crawl, costas, borboleta e peito, bem como as saídas, viradas e chegadas. Para que os objetivos propostos em cada aula sejam alcançados de forma satisfatória e segura, o profissional de Educação Física deverá planejar de forma inteligente e antecipada as suas respectivas aulas, conhecendo assim seus conteúdos e métodos. O professor deverá se comunicar com os seus alunos de forma participativa, respeitosa e com responsabilidade. A forma como ele se comunica com seus alunos é fundamental para uma aprendizagem significativa. Segundo Schmidt e Wrisberg (2001), existem duas técnicas diferentes de apresentação das habilidades motoras: instrução e demonstração. A instrução é verbal e nela o professor deve dar as principais características da tarefa. Já a demonstração baseia-se nas tarefas realizadas pelo professor, onde o gesto motor apresentado será referência para a execução do aluno. A forma de demonstrar o movimento deverá ser de escolha do professor. Palmer (1990) defende que a demonstração realizada fora da piscina pode contribuir para a aprendizagem do aluno, as qual os alunos posteriormente imitarão. Conflitando com tal ideia, Velasco (1994) afirma que é fundamental, para a demonstração do movimento, que o professor esteja junto ao seu aluno, dentro da água, como modelo. Nota-se que para o sucesso da aprendizagem da natação é fundamental a participação do professor. O professor deve ser firme, sem ser exigente e sem desprezar seus alunos, deve encorajar, elogiar, brincar, tornar a aula divertida e agradável e repreender quando necessário (PALMER, 1990). Para Corrêa e Massaud (2004), o professor deve criar situações de desafio e superação para que possa alcançar o objetivo do aluno. O professor deve criar atividades lúdicas que auxiliem na socialização dos alunos e deve oportunizar vivências aquáticas que são importantes para facilitar o domínio da modalidade esportiva. O professor de natação deverá ter conhecimentos prévios para a elaboração de suas aulas. Para Fernandes e Lobo da Costa (2006) os professores devem ter conhecimento sobre: • O indivíduo: que se altera, se modifica e se desenvolve com o tempo; • O ambiente: como o local da aula (piscina funda ou rasa, rio, mar e outros), o tipo de instrução dada (demonstração e/ou instrução verbal) e o método de ensino (por exploração, descoberta guiada ou comando); e • A tarefa: como as características de espaço (direção, níveis de profundidade da piscina e planos de movimento), do tempo (lento, rápido, acelerando ou desacelerando), do nível de esforço (alto, médio ou baixo), do uso ou não de materiais pedagógicos, dos relacionamentos (tarefas em duplas, trios ou em grupos maiores). Indica-se a variação das ações a fim de se proporcionar diversidade de experiências na água. Para Baggini (2008) a não aptidão resulta das características do próprio indivíduo. Quando o indivíduo ainda não atingiu a maturação necessária, ele não será capaz de realizar uma determinada tarefa. O ambiente também pode influenciar na realização de uma tarefa. A tarefa, quando comparada com os outros dois fatores, é o agente que causa maior dificuldade na aprendizagem. Quanto mais complexa é a tarefa, mais difícil é aprendê-la. Portanto, o professor deve considerar os princípios da aprendizagem motora e utilizar estratégias para organizar a prática de modo coerente com a aptidão dos alunos. Os erros são considerados fatores importantes para o diagnóstico da aprendizagem, e é através deles que deve se fazer as correçõese possíveis novos caminhos pedagógicos. Quando se fala em erros, é preciso mencionar o feedback. Uma das principais funções é de fornecer ao aprendiz informações sobre o padrão de movimento que realizou, ou seja, através dele o aluno pode saber como executou o movimento e vai obter do professor a informação sobre como deveria ter feito, para Schmidt e Wrisberg (2001). Para Baggini (2008) existem dois tipos de feedback: o intrínseco e o extrínseco. O feedback intrínseco origina-se de fontes internas ao corpo e é o meio pelo qual o indivíduo consegue detectar e talvez corrigir seu próprio erro. O feedback extrínseco origina-se de fontes externas ao corpo e é o meio pelo qual o professor detecta e corrige o erro do aluno. O feedback extrínseco é o mais utilizado em aprendizagem motora, pois o professor tem mais facilidade do que o aluno em detectar o erro. Porém, deve-se ter cuidado com a frequência de utilização desse método, pois a dependência dele faz com que o aluno nunca seja capaz de detectar seus erros, o que é prejudicial para a aprendizagem. O professor deve estimular seu aluno a utilizar o feedback intrínseco. Quando o aluno errar o professor deve perguntar onde foi que ele errou e fazê-lo propor uma possível correção (BAGGINI, 2008). Por fim, a prática da natação tem alcançado papel importante na promoção de um melhor desenvolvimento humano. Com o objetivo de satisfazer as necessidades de uma população geral, a Pedagogia da Natação tem diversas possibilidades de aplicação, como: a manutenção das condições físico-motoras, a prevenção de doenças, a reabilitação terapêutica e médica, a iniciação de uma prática desportiva e física, e como opção de lazer. Ao entendermos aprendizagem numa perspectiva ampla, as aulas de natação deixam de ser simplesmente o ensino do gesto natatório e passam a atentar para a formação integral da pessoa. Porém, seja numa visão restrita de ensino- aprendizagem, seja com este posicionamento mais abrangente, o percurso da proposta de ensino deve ser constantemente revisitado a fim de mantê-lo ou aprimorá-lo, tornando a aprendizagem eficiente em diversos sentidos (OLIVEIRA, 2011). Numa Pedagogia de Natação o planejamento e a avaliação assumem ações importantes para a construção de bons resultados. Para Luckesi (2005) o planejamento traça previamente os caminhos, a avaliação subsidia os redirecionamentos que venham a se fazer necessários no percurso da ação. Avaliar o processo de ensino-aprendizagem da natação é ainda uma prática incomum, com pouca literatura que atente especificamente para o tema. A maioria das iniciativas propõe ferramentas e momentos avaliativos, mas não contempla um plano de ensino com objetivos pré-definidos, para Oliveira (2011). Segue abaixo a esquematização do processo avaliativo para alunos, tanto para as avaliações dos níveis pedagógicos quanto para a primeira aula. Os principais instrumentos avaliativos são as fichas de observação que são realizadas através do relato verbal, desenhos, filmagens e fotografias, e a participação em festivais e competições (SANTOS, 1996). Quanto ao aspecto motor, devem ser avaliados o gesto técnico e a coordenação motora, por exemplo. Quanto ao desenvolvimento psíquico, indica-se a avaliação da motivação e proatividade. Já no campo social, avalia-se as atitudes e condutas dos alunos. Início Alteração do aluno para a nova turma Sim Não O aluno está apto a evoluir de nível? Avaliação Pedagógica do aluno Aluno solicita alteração de horário/ período Continua no mesmo nível pedagógico A avaliação realizada pelo professor em festivais e competições deverá observar o desenvolvimento técnico dos alunos, e posteriormente, apresentar os pontos negativos e positivos dos nados. A avaliação pode ser realizada com periodicidade mensal, principalmente para alunos no período de adaptação, já que os resultados mudam com rapidez de nível; bimestral, para alunos nas demais etapas de aprendizagem; ou trimestral para alunos de aperfeiçoamento, para Oliveira (2011). DICAS E ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS 1. Respeitar o nível pedagógico e de desenvolvimento motor do aluno. 2. O professor deverá adotar postura construtiva e participativa frente à aprendizagem significativa dos seus alunos. 3. Dar valores e consistência ao ensino-aprendizagem aplicado em aula. 4. O professor deverá ser incentivador de ações críticas e reflexivas dos alunos. 5. Propor, aos alunos, situações de auto-superação e esforço pessoal, gerando confiança e segurança. 6. Criar rotinas aos alunos desde o momento que adentrem o recinto de aula até a sua respectiva saída. 7. O professor deverá usar uma linguagem pedagógica a todos os alunos. 8. As explicações das atividades devem ser simples, objetivas e breves. 9. Que a proposta pedagógica não se limite apenas à melhora de habilidades motrizes, mas que também possa desenvolver as capacidades psíquicas, as relações interpessoais, etc. 10. Que os valores das experiências e vivências corporais sejam maiores do que os resultados técnicos. 11. Que a aula possa se desenvolver entre a criatividade e felicidade. 12. Que, perante atividades competitivas, prevaleçam sempre as ações cooperativas e éticas. 13. Que seja ponto inspirador para uma prática saudável de atividade física. NATAÇÃO PARA CRIANÇAS A partir do contexto do Esporte, a natação encontra-se como uma prática corporal vivenciada pelos seres humanos desde a antiguidade, com fins de sobrevivência, até a atualidade, tendo o lazer, a saúde e a educação como principais finalidades (REIS, 1982). Dessa forma, a natação, na esteira de sua rica evolução histórica, permeia elementos essenciais da Cultura Corporal de Movimento, sendo de grande relevância sua exploração nas mais diversificadas atividades no meio líquido, sobretudo com crianças, segundo Nakano et al (2011). Essa relevância parece ser maior no período compreendido entre 3 e 6 anos, compreendendo o final da primeira ao fim da segunda infância, pois nesse período as experiências aquáticas adquiridas através da intervenção dos professores são de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, nos campos motor, cognitivo, afetivo e social. Isso se fundamenta, para Le Boulch (1987) citado por Nakano et al (2011). Oferecer atividades aquáticas adequadas às crianças consiste em um dos fatores mais importantes que contribuem para o desenvolvimento das suas capacidades, segundo Nakano et al (2011). É preciso fazer com que as crianças desenvolvam o gosto pela prática da natação por meio das atividades lúdicas, com objetivos claros e coerentes, fazendo com que elas possuam uma longa vida junto à prática da modalidade. Já para alunos dos 6 aos 12 anos, é importante que as aulas não sejam focadas “apenas” nos objetivos específicos da natação, mas sim que busquem como alvo todas as potencialidades da criança no novo ambiente, para Corrêa e Massaud (2003). Para Palmer (1990) as crianças se imitam aos movimentos que observam, portanto, o professor deve ser visual e oralmente correto para que os alunos entendam perfeitamente o que ele diz e executem os movimentos corretamente, da forma como observaram. O ato de nadar, para uma criança, é muito mais perceptível do que em qualquer outra faixa etária, pois ela está em constante movimentação e descobre diferentes formas de deslocamento. A técnica ocorrerá posteriormente, para Velasco (1994). O professor motiva uma aula pela sua disposição, pelo seu relacionamento com os alunos e pela sugestão de atividades adequadas ao nível de seus alunos. A motivação dos alunos se dá de forma intrínseca, pelo seu próprio prazer de realizar a atividade, ou de forma extrínseca, quando aspectos como a importância e a necessidade de aprenderestão envolvidas, para Benda (1999). Por fim, o aluno deverá ser foco constante da aprendizagem da natação, com aulas ativas e motivadoras, proporcionando ações prazerosas e de boa aderência social e esportiva. TCHIBUM: A LUDICIDADE E A CRIANÇA “Nos caminhos da aprendizagem, encontramos duas cidades: a Rigorocidade e a Ludicidade. Ao optarmos pelo caminho da Ludicidade o processo ensino- aprendizagem ocorre de maneira mais relaxada” (Maurício Duran Pereira, 2006) Como ocorre com qualquer outra conceituação, será difícil apontar o significado do termo “ludicidade” com precisão, o que chamamos ludicamente de “acertar na mosca”. Ao buscar o entendimento do termo lúdico encontramos diversas definições. Para Marcellino (1990) o mais razoável é aceitar a imprecisão e abrangência do termo, relacionado às palavras: brinquedo, festa, jogo e brincadeiras como possíveis sinônimos para lúdico. O lúdico abrange os jogos infantis, a recreação, as competições, as representações litúrgicas, teatrais e simbólicas, e os jogos de azar. A origem da palavra é grega – ludus – que significa brincar. O jogo está vinculado ao divertimento (prazer e alegria) e independe da cultura, da época e classe social. As atividades lúdicas fazem parte da vida da criança, presente na formação do pensamento e na descoberta de si (HUIZINGA, 1996). O lúdico é essencial no crescimento saudável e harmônico das crianças. É importante para sua formação crítica e criativa, pois, embora rotulado como perda de tempo, é extremamente importante, já que a criança é naturalmente lúdica (CORTEZ, 1996). As atividades lúdicas incorporam a alegria e o prazer na realização das atividades propostas, como o jogo e a brincadeira, para Silva et al (2008). A criança que brinca e que vive a sua infância tornar-se-á um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, suportando as pressões das responsabilidades adultas e com mais criatividade para solucionar os problemas que lhe surgirão (VELASCO, 1996). Nota-se então que o ato de brincar é fundamental na vida da criança, e é por essa ação que a criança “adquire” as habilidades para se tornar um adulto produtivo. A brincadeira proporciona momentos de novas descobertas, representando um fator de grande importância no desenvolvimento e socialização da criança. A atividade lúdica compreende os conceitos de que a brincadeira refere-se ao comportamento espontâneo ao realizar as atividades (ALMEIDA e SHIGUNOV, 2000). As atividades lúdicas aquáticas, permeadas por um eficiente Sistema Pedagógico, devem proporcionar a comunicação do conteúdo a ser aprendido à criança, e isso acontece quando a linguagem pedagógica adotada pelo professor atinge a essência da criança – O MUNDO DA IMAGINAÇÃO. Alguns estudos, referentes à influência da ludicidade no aprendizado da natação com crianças, mostram que o ensino e a aprendizagem tornam-se mais alegres e prazerosos. Pereira (2001) aponta a relação entre o "faz-de-conta" e as aulas temáticas de natação, criando um ambiente “lúdico-educativo”. Assim, contam- se histórias às crianças envolvendo-as em um mundo de fantasia e realizações. Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e pelo faz de conta, são reelaboradas. Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre experiências passadas e novas possibilidades de interpretações e reproduções do real, de acordo com suas afeições, necessidades, desejos e paixões. Estas ações são fundamentais para a atividade criadora do homem, segundo Vygotsky (1984). As brincadeiras e a fantasia permitem também que a criança execute algumas atividades que são pré-determinadas, relacionadas a alguns movimentos básicos e fundamentais da natação enquanto atividade esportiva. Porém, não deixando de lado o prazer e a criatividade das aulas de natação, tanto para aquela criança menos hábil, com maiores dificuldades, quanto para aquela que tem maior facilidade na aprendizagem. As brincadeiras têm como objetivo ressaltar a importância do processo motivacional da criança para o aprendizado da natação, não enfatizando simplesmente a performance técnica, mas proporcionando também oportunidades e situações de lazer, recreação, saúde e segurança, para Venditti Junior e Santiago (2008). O brincar favorece os participantes a desenvolverem confiança em si mesmos e nas suas respectivas capacidades, além de criar situações sociais e favorecer que as crianças sejam empáticas umas com as outras. Ele tem por objetivo direcionar as crianças e os adultos a desenvolver percepções sobre as outras pessoas e a compreender as exigências bidirecionais de expectativa e tolerância, complementado por Moyles (2002). As atividades lúdicas que favorecem a socialização podem ser encontradas na forma de jogos, brincadeiras, danças e lutas, que envolvem o pegar, o agarrar, o palmear, o puxar, o empurrar, o sustentar, o carregar, o transportar, o rolar, o sacudir, o conduzir, o defender, o atacar, o coçar e o massagear. O lúdico nos condena à vida (LORENZETTO, 1996). O lúdico passa a ser fator contextual para a aprendizagem de qualquer habilidade motora da criança. As atividades lúdicas aplicadas à natação baseiam-se na construção do pensamento criativo, pois o indivíduo terá oportunidade de elaborar diferentes situações motoras para diversos meios de atingir o objetivo final, para Silva et al (2008). Além de ser uma atividade agradável em si, a atividade lúdica proporciona um prazer físico proveniente da sua capacidade funcionalista. “Quando exercitam o corpo, as crianças não conseguem ficar quietas, e expressam em altos brados a alegria pelo que seu corpo pode fazer, sem saber que este é o motivo (....) o prazer que tiramos da experiência de que nossos corpos e mentes estão operando e servindo-nos bem constitui a base de todas as situações de bem-estar” (BETTELHEIM 1990, p.42) Ao realizar a prática aquática de forma saudável e com prazer, o aluno estabelece uma melhor relação e comunicação com o seu professor, resultando num vínculo harmônico e produtivo. A cada papo, um caso: Na adaptação ao meio líquido o professor deve buscar a familiarização do aluno junto ao novo ambiente: o aquático, a fim de possibilitar maior segurança e confiança. É normal encontrar, nessa fase, alunos com fobia à água. Assim, o professor deverá adotar diversas estratégicas ludo-pedagógicas, como, por exemplo: posicionar uma “banheirinha” na beira da piscina e fazer com que a criança encha-a de água com ajuda de um balde; ou fazer de um regador de jardim um belo “chuveirinho”, e assim molhar a criança de forma saborosa e lúdica. Canta-se “cantando no chuveiro tomo um banho gostoso, vou lavando o meu cabelo pra ficar limpo e cheiroso”, facilitando assim a interação da criança ao ambiente, à atividade e ao professor. O prazer do lúdico como experiência demonstra ser uma excelente forma de estabelecer uma comunicação, do professor com a criança, da criança com o jovem, do jovem com o adulto, do adulto com o idoso, trabalhando harmoniosamente nas necessidades diárias, da aprendizagem à dualidade comparação/competição (RETONDAR, 1996). Para Silva et al (2008) as crianças são motivadas a participar das atividades lúdicas estabelecendo relação entre a experiência vivida e a solução do problema proposto. E “usufruem” do lúdico quando se sentem na possibilidade de resolver seus conflitos em meio aquático, como, por exemplo, o medo de imergir o rosto na água. A criança, durante as aulas de natação, é estimulada a explorar o seu repertório motor em busca de uma solução criativa e adequada para atingir o objetivo proposto no plano pedagógico. A vivência aquática realizada de forma lúdica faz com que o aluno aprenda brincando. Para Pereira(1999) a estrutura de uma aula lúdica é dividida em 3 fases: As ações simbólicas vivenciadas nas atividades lúdicas durante a experiência motora dispõem de uma linguagem mágica que atua no universo motor, psíquico e afetivo-social. O universo lúdico permite ao aluno escapar da realidade, mas também propiciará um pensamento construtivo para si e suas ações (SILVA et al, 2008). Nadar é uma atividade saudável e prazerosa, se bem conduzida pelo professor. E o inverso também é verdade: se rotinas pedagógicas, propostas com pouca criatividade, são repetidas incansavelmente pelos alunos, esta vivência corporal ocorre em função apenas diretiva, e não construtiva. A criança explora as formas e ações pelas quais os contos de fadas e/ou estórias ajudam a lidar com suas desordens psicológicas, ao identificarem nos personagens seus conflitos internos entre o bem e o mal. As estórias lúdicas, através da identificação da criança com as personagens infantis, cenários e enredos, permite à criança lidar simbolicamente com o seu mundo interno, estreitando a relação entre o real e o imaginário, Por fim, a ludicidade nas aulas de atividades aquáticas e natação infantil envolve a personificação do professor, a criação do ambiente lúdico e a tematização dos exercícios pedagógicos, criando assim um elo entre a ação motora no mundo imaginário e o resultado observado no mundo real (SILVA et al, 2008). PEDAGOGIA DA NATAÇÃO: ORGANIZAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO A organização pedagógica deste livro situa-se em dois blocos essenciais: Adaptação ao meio líquido e Iniciação aos Nados. Em linhas gerais o nível pedagógico “Adaptação” prioriza a autonomia do aprendiz no meio aquático, bem como o domínio dos gestos natatórios. Já a segunda fase, a Iniciação dos Nados, compreende a aprendizagem e os primeiros contatos com os nados culturalmente determinados. FASE 1 - ADAPTAÇÃO Compreende a fase inicial do aprendizado, sendo a adaptação à água unidade precursora deste período. Esta fase, quando bem desenvolvida, é capaz de promover a interação e harmonia do praticante com o meio em questão, permitindo, numa fase posterior, que as técnicas padronizadas da natação sejam apreendidas de forma eficiente. Quanto mais experiências forem vivenciadas nesta fase, maiores serão as possibilidades de desenvolvimento da técnica desportiva ou simplesmente de relação de prazer com a água saudável e satisfatória. (ANDRIES JÚNIOR et al, 2002). É nessa fase que o professor deverá oferecer, com prioridade, segurança aos seus alunos durante a prática, pois existem muitos deles com temor e medo da água. Para a fase da Adaptação existem cinco unidades pedagógicas, sendo elas: adaptação ao meio líquido, respiração, flutuação, propulsão e mergulho elementar. Após aprendidos esses conteúdos, segue-se para a fase de Iniciação aos nados. O objetivo principal dessa fase é oferecer uma proposta pedagógica baseada na aprendizagem significativa diversificada, com estímulos às diferentes e novas habilidades motoras, não sendo restritas aos padrões técnicos da modalidade. Os conteúdos desenvolvidos na fase de Adaptação serão vivenciados, para cada turma de alunos, com diferentes procedimentos pedagógicos, pois existe uma interdependência em relação aos resultados alcançados a cada aula. Um dos conteúdos fundamentais a ser vivenciado na fase de Adaptação é a respiração. Nesta fase, é notável a importância do domínio respiratório adequado, pois sua ausência impede a aquisição da mecânica natatória eficiente, para Castro (1979). As aulas são envolvidas pela Ludicidade, através dos jogos, exercícios e brincadeiras. Segundo Pereira (1999), o aluno, por estar envolvido com a atividade lúdica, não ficará preocupado com os receios e os traumas que o meio líquido pode representar e, dessa forma, desenvolve-se e interage com o novo ambiente. Para as aulas de natação infantil, diferentes estratégias são adotadas para os mesmos fins, recorrendo-se a artifícios como brincadeiras e aulas temáticas. Nestas, os objetivos propostos pelos professores são estruturados por elementos lúdicos e da fantasia, pois quando o aluno vivencia essa fase com prazer seu desenvolvimento acontece de forma natural, sem grandes resistências (PEREIRA, 1999). As aulas de natação infantil têm duração de 45 minutos, com até 8 alunos por professor, e devem ser planejadas semanalmente, considerando as necessidades e o perfil da turma, bem como o Cronograma de Conteúdos – Organização e Sistematização. As aulas são divididas em: - Parte Inicial: o aquecimento deverá conter diferentes exercícios (brincadeiras e jogos) visando a integração dos alunos e a preparação fisiológica do corpo para a parte principal da aula. Representa 20% do volume nadado ou do tempo de aula. - Parte Principal: essa fase contempla o objetivo específico da aula, dada pelo Cronograma de Conteúdos. Tais conteúdos devem priorizar as mais diversas vivências e experiências das habilidades motoras aquáticas. Representa 60% do volume nadado ou do tempo de aula. - Parte Final: na volta à calma é fundamental que aconteçam dinâmicas em pequenos grupos, como duplas e trios, causando relaxamento e descontração. Representa 20% do volume nadado ou do tempo de aula. OBJETIVOS GERAIS Adaptar e ambientar o aluno ao meio aquático; Dar base motora para a aprendizagem dos nados, na próxima fase pedagógica; Dar subsídios para o aprendiz desenvolver e aprimorar o controle respiratório e o domínio do corpo no meio aquático; Possibilitar a vivência dos diversos tipos de flutuação; e O aluno deverá realizar, de forma segura e autônoma, o Nado de Sobrevivência (Nado Cachorrinho). CONTEÚDOS Diferentes formas de deslocamento no meio aquático; Respiração: inspiração (boca) e expiração na água (boca/nariz); Flutuação: grupada, ventral, dorsal, vertical e horizontal com e sem materiais; Deslizes: deslizar com auxílio ou não dos materiais, alternando as posições corporais; Propulsão: deslocar-se utilizando, de forma rudimentar, os movimentos alternados de membros inferiores e superiores dos nados crawl e costas; Nado de Sobrevivência: deslocar-se com o rosto “fora d´água” realizando movimentos livres alternados de membros inferiores e superiores; Nado Submerso; Mergulho: realizar a imersão total do corpo, permanecendo por 5 segundos; e Saltos: saltar, com segurança, em diversas posições e formas com e sem auxílio do professor e/ou material. AMBIENTAÇÃO, FAMILIARIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO O primeiro passo para o aprendizado da natação se constitui na familiarização ao meio líquido. É nesse período que o aprendiz explora o novo meio, buscando segurança, autonomia e também uma relação afetiva com o ambiente em que se está inserindo, sendo que um bom processo de familiarização irá influenciar no sucesso e continuidade da prática da natação, segundo Corazza et al (2005). Nesta perspectiva, a aprendizagem da natação, mais especificamente a fase de familiarização a este meio ambiente, deve promover o autoconhecimento, autodomínio e construção da própria imagem do indivíduo praticante em relação ao meio líquido, atingindo uma verdadeira autonomia pessoal, passível de transferência para outros segmentos e dimensões da vida humana (COUNSILMAN, 1980). Para Velasco (1994) a adaptação ao meio líquido é uma fase importante que deverá respeitar o desenvolvimento do aluno, iniciando pela ambientação e seguindo para a adaptação polissensorial, feita através da boca, nariz, olhos e ouvidos. A primeira fase de aprendizagem da natação parece ressaltar a questão de segurança e de adaptação a um novo meio, reforçando o papel da mediatização nas primeiras experiências de aprendizagem na água. Não basta que as crianças estejam em segurança,é preciso que se sintam seguras; a este pressuposto de estabilidade emocional é indispensável a autonomia afetiva, antecipadora da autonomia motora, para Velasco (1994). As unidades pedagógicas da Adaptação ao Meio Líquido são: ambientação, respiração geral, flutuação, propulsão e mergulho elementar. Por fim, esta fase deve englobar o domínio das possibilidades de movimento no meio líquido, a fim de que o indivíduo possa desenvolver a autonomia corporal nesse novo ambiente e o domínio sobre uma possível fobia existente. Aspectos pedagógicos da Ambientação, Familiarização e Adaptação ao Meio Líquido A adaptação deverá ser realizada na parte rasa da piscina, em área restrita. Caso seja mais profunda, deve-se colocar plataformas que diminuam a profundidade e que deixem o aluno mais seguro e relaxado. As primeiras vivências deverão ser realizadas de forma gradual, partindo de deslocamentos com apoios para os sem. A exploração do ambiente deverá ser realizada andando pelo espaço, segurando as bordas e, posteriormente, movimentando-se os braços, permitindo maior autonomia. Gradualmente, varia-se as formas, a velocidade e a direção dos deslocamentos no meio líquido. Elementos educativos envolvidos Concomitantemente ao desenvolvimento da adaptação ao meio líquido, percebe-se que o aprendiz passa a conhecer e aceitar o próprio corpo, bem como suas possibilidades de movimento no meio aquático, e o explora buscando segurança e uma relação afetiva com o ambiente em que se está inserindo. Este processo resulta na melhora da autoestima, harmonia/interação com o meio em questão e na adaptação polissensorial, desmistificando a sensação do temor propiciada pela água. RESPIRAÇÃO GERAL Uma dificuldade com a qual o aprendiz se depara nos primeiros contatos com o meio aquático relaciona-se à respiração. A impossibilidade de utilizar o mecanismo respiratório habitual no meio aquático, pois a face se encontra temporariamente imersa, especialmente quando se encontra em decúbito ventral, implica a necessidade de aquisição de novos automatismos. A inspiração no meio aquático é realizada pela boca para otimizar a quantidade de ar captada e evitar irritação da mucosa nasal por partículas de água inspiradas com o ar. Já a expiração, mais prolongada, pode ser feita pela boca e nariz, que terão que vencer a resistência da água, para Lotufo (s/d). Esse processo acontece para prevenção de perturbações nos seios nasais e nas mucosas nasais, pois se impede a passagem de água pelas vias respiratórias, as quais são facilmente irritáveis. A respiração assume um duplo papel. Um papel fisiológico, relacionado à atividade corporal e à necessidade de efetuar trocas gasosas; e um mecânico, em virtude de influenciar diretamente a flutuabilidade do corpo. Para a respiração acontecer haverá necessidade de conscientização desse novo processo, onde a expiração é predominantemente oral, a inspiração breve e há um maior controle da glote (VELASCO, 1994). Na construção de novos esquemas para o meio aquático, devem ser respeitados todos os aspectos psicomotores do próprio corpo e do “novo” mundo exterior. São importantes alguns fatores de execução, como força, resistência, flexibilidade e velocidade, que estão intimamente relacionados à condição muscular e cardiovascular respiratória do aluno. E, acima de tudo, à maturidade das funções neurológicas e do grau de desenvolvimento, para Velasco (1994). Meio Terrestre Meio Aquático Dominância nasal Dominância bucal Ato reflexo Ato voluntário Inspiração reflexa Inspiração automática Expiração passiva Expiração ativa Comparação das principais características do mecanismo respiratório no meio terrestre e no meio aquático (adaptado de Mota, 1990). Por fim, Carvalho (1994) propõe uma sequencia pedagógica para a abordagem da habilidade motora aquática básica – a respiração. Suas fases são: Molhar a Face: o aluno deverá, desde cedo, não sentir reticências em manter a face molhada; Imergir e abrir os olhos: tem por objetivo promover a imersão da cabeça, de forma parcial ou totalmente mergulhada. As primeiras imersões devem ser de curta duração (2 a 4 segundos), e conforme adquira maior confiança, o aluno irá prolongar o seu respectivo tempo; Expiração na água: o aluno deverá realizar a expiração de forma ativa, vencendo a pressão exercida pela água; Expiração Ritmada: consiste na criação de um ritmo respiratório, onde a fase inspiratória será realizada em intervalos temporais constantes; Expiração Ritmada Associada ao Batimento Alternado dos Membros Inferiores: visa associar e sincronizar a função respiratória com a função propulsiva, deve-se apresentar tarefas que solicitem a sincronização entre o ato inspiratório e a ação dos membros inferiores. Controle Respiratório: é efetuado frontalmente ou lateralmente, sendo realizado nos nados culturalmente determinados. Nota-se a importância de uma boa proposta pedagógica para a respiração, sendo esta essencial para o sucesso da aprendizagem da natação e atividades aquáticas. Elementos educativos envolvidos A respiração geral aplicada ao meio aquático desenvolve um novo automatismo fisiológico e mecânico, possibilitando o controle respiratório do aprendiz no novo meio. A aprendizagem dessa habilidade favorece a melhora da atenção e concentração, bem como as atitudes de cooperação e respeito aos amigos do grupo, uma vez que todos estão na mesma proposta pedagógica e integrados. EQUILÍBRIO E FLUTUAÇÃO No meio aquático, o equilíbrio de um corpo depende da inter-relação das forças de Impulsão, Hidrostática e de Gravidade, sendo assim, é alterável através da respiração e da posição corporal. Ou seja, ao aumentar o volume de ar inspirado, aumenta-se o volume corporal imerso, pelo que também se aumenta o volume de água deslocada e, portanto, a intensidade da Força de Impulsão Hidrostática. Por outro lado, alterando a posição relativa dos diversos segmentos corporais, altera-se a localização do centro de massa e do centro de impulsão e, portanto, a relação entre as forças envolvidas na determinação do equilíbrio. O domínio do equilíbrio no meio aquático está intimamente ligado com o domínio da propulsão, pois a posição mais vantajosa para o deslocamento neste meio é a horizontal. Portanto será necessário que o indivíduo refaça um conjunto de referências, procurando adaptar-se à nova posição, para Mota (1990). Meio Terrestre Meio Aquático Posição Vertical Posição Horizontal Cabeça Vertical Cabeça Horizontal Olhar Horizontal Olhar vertical Apoios plantares Perda de apoios plantares Ação exclusiva da força da gravidade Ação das forças da gravidade e empuxo hidrostático Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre e no meio aquático, em termos de equilíbrio (adaptado de Mota, 1990). Intimamente ligado ao fenômeno equilíbrio está a flutuação. A flutuação, sendo exclusiva ao meio aquático, decorre da relação entre a densidade de um corpo e a do líquido onde esse se encontra. A Flutuação é a habilidade de equilíbrio estático sem apoio na piscina ou de materiais flutuantes. Arquimedes, em seu Princípio, afirma que: “Todo corpo mergulhado num fluido sofre uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo”. Tal princípio é fundamental para o entendimento geral da flutuação. Quando um corpo está flutuando em um líquido, ele está sujeito à ação de duas forças de mesma intensidade, mesma direção (vertical) e sentidos opostos: a força-peso e o empuxo. Os pontos de aplicação dessas forças são, respectivamente, o centro de gravidade do corpo G e o centro de empuxo C, que corresponde ao centro de gravidade do líquido deslocado ou centro de empuxo. Projeções dasForças atuantes no corpo Situação 01 Se o corpo permanece imóvel no ponto onde foi colocado, a intensidade da força de empuxo é igual à intensidade de força peso (E = P); Situação 02 Se o corpo afundar, a intensidade da força de empuxo é menor do que a intensidade da força peso (E < P); Situação 03 Se o corpo for levado à superfície, a intensidade da força de empuxo é maior do que a intensidade da força peso (E > P) . A flutuação pode ser realizada em diferentes posições, seja dorsal, ventral, lateral ou diagonal. Existem alguns fatores que influenciam na flutuabilidade, são eles: composição corporal, faixa etária, gênero e nível de relaxamento muscular. Aspectos pedagógicos para a Flutuação Inicia-se com o corpo do aprendiz apoiado em diversos pontos, geralmente auxiliado pelos materiais flutuantes. A primeira posição a ser vivenciada é a flutuação dorsal, onde o aluno estará com a respiração facilitada. O aluno deverá realizar a flutuação com o “apoio psicológico” do professor. À medida que o aprendiz se acostume com a flutuação, diminui-se a quantidade de apoio e varia-se a ação em diferentes posições. Realizar o deslize (posição de flecha). Elementos educativos envolvidos A aprendizagem da flutuação mostra o domínio profundo do empuxo e pode ser medida pelo tempo em que a pessoa fica na posição. A adaptação e a transformação do equilíbrio corporal passam por uma consciencialização dos mecanismos que o orientam e pela percepção voluntária de inúmeras informações motoras que, em conjunto, permitem a aquisição de um “novo esquema corporal” devidamente enquadrado com o meio aquático, além de potencializar a confiança das possibilidades em cada aprendiz, contribuindo para o desenvolvimento e afirmação da própria personalidade. PROPULSÃO Nadar é deslocar-se na água, e o deslocamento está diretamente relacionado com as ações propulsivas. Na propulsão existe correlação direta e proporcional entre a qualidade respiratória e equilíbrio ótimo, que influi significativamente na aquisição dos gestos técnicos e na eficácia motora. Da sua correlação depende a quantidade e qualidade do repertório motor do aprendiz e a base das performances desportivas da natação. Meio Terrestre Meio Aquático Membros superiores Dominantemente equilibradores Dominantemente propulsivas Membros inferiores Dominantemente propulsivas Dominantemente equilibradores Comparação das alterações de comportamentos no meio terrestre e no meio aquático, em termos de propulsão (adaptado de MOTA, 1990). A propulsão, em linhas gerais, acontece da seguinte forma: quanto menor for a intensidade da Força de Arrasto oposta à direção de deslocamento do nadador, maior será a sua velocidade em nado. Portanto, quanto maior a intensidade da Força Propulsiva e menor das Forças Opositoras, maior a propulsão. A 3ª. Lei de Newton, conhecida como “Ação e Reação”, explica a formação das formações propulsivas: "A toda ação corresponde uma reação de mesmo módulo (intensidade), mesma direção (reta suporte) e sentidos (setas) contrários." Se um nadador traciona ou empurra a água com seus membros inferiores e superiores, ele se moverá ou tenderá a se mover (reação) na direção oposta à ação de tracionar ou empurrar. Existem três formas de Propulsão: Movimentos de braçada: uma ação de braçada pode ser criada por ações de tração e empurre de mãos e braços na direção oposta ao movimento corporal (reação); Movimentos de Remada: é através da rotação e/ou movimentos oscilatórios dos membros superiores (remada) que é gerada a força propulsiva. Movimentos de Pernada ou Nadadeira: a força de reação age em oposição direta à força de ação ou geradora e é exatamente igual em magnitude. Por fim, nota-se que a propulsão, através de suas forças, apresenta grande importância para a autonomia do aluno no meio aquático e no desenvolvimento dos nados. Aspectos pedagógicos para a Propulsão Após o aprendiz ser capaz de se manter suspenso no meio líquido (flutuação) e ter o controle respiratório, é propício que o mesmo se desloque pela piscina livremente e em curto espaço; Com o apoio do professor, o nadador deverá realizar movimentos de pernada, objetivando o equilíbrio, sustentação e propulsão da ação; Com o apoio dos materiais flutuantes, repete-se a ação do item anterior. Os materiais oferecem mais estabilidade ao aprendiz; Instiga-se o aprendiz a realizar movimentos de braçadas, de forma alternada e que direcionem a água deslocada para trás, assim, sua ação corporal será para frente; Através de orientações parciais e de demonstração do exercício, o aluno deverá estar na “máxima” posição horizontal, e realizar os movimentos propulsivos de forma alternada; e Realização do nado de sobrevivência, mais conhecido como “nado cachorrinho”, de forma satisfatória (segura e eficiente). Elementos educativos envolvidos A vivência do nadador, a partir das ações propulsivas, traz a ele não somente a experiência motriz, mas também a possibilidade de conhecer e reconhecer os limites do seu corpo frente ao novo ambiente, bem como suas facilidades e dificuldades de ação. Desenvolve as capacidades psicomotoras, como: lateralidade, ritmo, percepção espacial e temporal, desenvolvimento do próprio esquema corporal, relaxação, etc. SALTOS A aprendizagem do salto e do mergulho é o último “momento pedagógico” antes da iniciação da vivência dos nados culturalmente determinados. Como já vimos, o controle respiratório está presente em todas as habilidades aquáticas. Quando se fala em salto e/ou mergulho, foca-se a capacidade de bloquear a respiração de forma voluntária. Além de ter aspectos lúdicos, o salto deve ser estimulado a fim de criar novas situações de mergulho. É preciso organizar a rotina pedagógica dos saltos, bem como do espaço. Para oferecer maior segurança, é essencial organizar a vivência para que não ocorram saltos perto de brinquedos, outros materiais e pessoas, para Figueiredo (2011). Os saltos são considerados como o método de deslocamento de um indivíduo que está no meio terrestre para o meio aquático. Incluir os saltos na fase de Adaptação ao meio líquido é possibilitar a máxima autonomia e independência do aluno junto ao meio aquático. Aspectos pedagógicos para os Saltos Partindo da posição de sentado no tapete flutuante ou borda da piscina, próximo da lâmina da água, faz salto com o apoio do professor; O aluno deverá realizar o mergulho, sentado no tapete flutuante ou borda da piscina sem o apoio do professor; O salto deverá ser realizado a partir da borda e com o aprendiz ajoelhado (joelho e pé) com o auxílio do professor; O salto deverá ser realizado a partir da borda e com o aprendiz ajoelhado (joelho e pé) sem o auxílio do professor; e o aluno com os braços na posição de flecha; O aluno deverá realizar o mergulho, em pé, com o auxílio do professor; O aluno deverá realizar o mergulho, em pé, sem o auxílio do professor e com os braços em flecha; e Realizar o mergulho na posição de “partida do atletismo”. Elementos educativos envolvidos Paralelamente à aprendizagem do salto e mergulho, o nadador desenvolve o respeito pela água e pelas regras impostas para essa prática, onde o mesmo não poderá saltar sem a permissão do professor, sendo fator fundamental de segurança e de salvamento. Essa vivência e convivência com essas ações permite que a criança assimile e aceite as regras da sociedade, bem como os seus limites e desafios. Permite desenvolver as funções de análise da situação e ação, o entendimento e previsões de possíveis resultados, o poder de decisão e a melhora da autoconfiança. FASE 1 - ADAPTAÇÃO CRONOGRAMA DOS CONTEÚDOS CRONOGRAMA DOS CONTEÚDOS– ORGANIZAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO 1a. Semana 2a. Semana 3a. Semana 4a. Semana 1o. Mês Entrada na Água Deslocamentos Respiração Geral Deslocamentos Respiração Geral Ambientação Deslizes Mergulho Propulsão de Pernada e Braçada Flutuações Deslizes com Propulsão Deslocamentos Submersos 2o. Mês Deslocamentos Submersos Deslizes com Propulsão Flutuações Propulsão de Pernada com materiais Respiração Geral Nado de Sobrevivência em curta distância Deslizes Submersos Propulsão de Pernada com materiais Impulsão + Deslizes + Propulsão Geral 3o. Mês Propulsão de Braçada Saltos com auxílio Nado de Sobrevivência em curta distância Propulsão de Pernada e Braçada com materiais Saltos com auxílio Respiração Geral 4o. Mês Saltos sem auxílio Nado de Sobrevivência Deslize com Impulso Propulsão de Pernada Nado de Sobrevivência em médias distâncias Crawl Rudimentar Aplicação da Avaliação Pedagógica - Quadrimestral FASE 1 - ADAPTAÇÃO AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA Critérios de Avaliação ÓTIMO BOM REGULAR RUIM Itens a serem avaliados Respiração Realizar a Respiração Geral: Inspirar pela boca e expirar pelo nariz ou nariz/boca na água – repetir 8 vezes, permanecendo submerso por 3 segundos. Ótimo 7 e 8 vezes Bom 5 e 6 vezes Regular 3 e 4 vezes Ruim 0, 1 e 2 vezes Flutuação Flutuar em decúbito ventral, dorsal ou agrupado mantendo-se na posição por 5 segundos. Ótimo Exercício Realizado Bom ------- Regular ---------- Ruim Exercício Não-Realizado Deslize Realizar o deslize na “posição de flecha” mantendo-se na posição por 6m. Ótimo Realizou totalmente o Bom Realizou 4m o Regular Realizou 2m o Ruim Não realizado percurso percurso percurso Obs: Marcar o percurso com o auxílio das pranchas/ cones. Propulsão Realizar a propulsão de pernada e braçada de forma alternada no percurso de 12,5m. Ótimo Realizou totalmente o percurso Bom Realizou 10m do percurso Regular Realizou 6m do percurso Ruim Realizou abaixo de 6m o percurso Obs: Marcar o percurso com o auxílio das pranchas/ cones. Mergulho Bloquear a respiração e realizar o deslocamento submerso por 8 segundos. Ótimo Entre 6 e 8 seg. Bom ------- Regular ---------- Ruim Não realizado Saltos Realizar os saltos com entrada na água na posição sentada por 2 vezes, e mais 2 vezes na posição em pé, totalizando assim 4 execuções. Ótimo 4 execuções Bom 3 execuções Regular 2 execuções Ruim 1 execuções FICHA DE AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA – ADAPTAÇÃO Escola: ____________________________________ Professor Avaliador:____________________________ Aluno: ___________________________________________________ Turma: _________________________ Conteúdo Exercício Ótimo Bom Regular Ruim Respiração Realizar a Respiração Geral: Inspirar pela boca e expirar pelo nariz ou nariz/boca na água – repetir 8 vezes, permanecendo submerso por 3 segundos. ( ) 7 e 8 vezes ( ) 5 e 6 vezes ( ) 3 e 4 vezes ( ) 0, 1 e 2 vezes Flutuação Flutuar em decúbito ventral, dorsal e agrupado mantendo- se na posição por 5 segundos. ( ) Exercício Realizado ( ) Exercício Não-Realizado Deslize Realizar o deslize na “posição de flecha” mantendo-se na posição por 6m. ( ) Realizou totalmente o percurso ( ) Realizou 4m o percurso ( ) Realizou 2m o percurso ( ) Não realizado Propulsão Realizar a propulsão de membros inferiores e superiores de forma alternada no percurso de 12,5m. ( ) Realizou totalmente o percurso ( ) Realizou 10m do percurso ( ) Realizou 6 m do percurso ( ) Realizou abaixo de 6m o percurso Mergulho Bloquear a respiração e permanecer submerso durante 8 segundos. ( ) Entre 6 e 8 seg. ( ) Não Realizado Saltos Realizar os saltos com entrada na água na posição sentada por 2 vezes, e mais 2 vezes na posição em pé, totalizando assim 4 execuções. ( ) 4 execuções ( ) 3 execuções ( ) 2 execuções ( ) 1 execução Total de Pontuação por Item ( ) x 4 pontos ( ) x 3 pontos ( ) x 2 pontos ( ) 0 ponto Somatória de Pontos Total de Pontos _____________ O avaliador deverá aplicar a ficha de avaliação na sua totalidade, aferindo os itens de cada conteúdo através dos exercícios selecionados, e assim completar de acordo com os critérios. Deve-se fazer a somatória de pontos por item e multiplicar pelos valores pré-estabelecidos, obtendo o Total de Pontos. Para esta ficha de avaliação, o aluno deverá obter a pontuação igual ou superior a 17 pontos para passar ao próximo nível pedagógico (Iniciação). FASE 2 – INICIAÇÃO Após a Fase 1 – Adaptação, segue-se a Fase 2 – Iniciação, ou seja, aprendizagem dos nados crawl, costas, borboleta e peito. Para Andries Junior et al (2002) na iniciação à natação não se deve objetivar a melhoria técnica dos nados determinados pela FINA (Federação Internacional de Natação), e sim centrar a atenção nas diversas formas e estilos de se nadar os nados técnicos. Enquanto na Adaptação o objetivo principal era oferecer autonomia e independência do aluno junto ao meio aquático, na Iniciação é oferecer as primeiras experiências e aprendizagem dos nados competitivos, especificando o processo de ensino dos mesmos. Na iniciação da prática desportiva de natação, busca-se explorar a eficiência das ações motoras para a propulsão, segundo Figueiredo (2011). Para aprendizagem dos nados pode-se estabelecer a seguinte ordem: crawl, costas, borboleta e peito, atendendo a certa lógica sequencial que facilita a aprendizagem, para Andries Junior et al (2002). Para Mansoldo (1996), a ordem em que os nados são ensinados deve levar em consideração o grau de dificuldade e a faixa etária que será trabalhada, para assim definir a ordem pedagógica que será utilizada. A natação está estruturada, basicamente, por quatro nados determinados culturalmente: livre (crawl), costas, borboleta e peito. A aprendizagem dos nados deve respeitar a ordem já citada, pois segundo Mansoldo (1996) esta sequência é a mais apropriada porque se assemelha às habilidades básicas do andar e correr, e aproveita-se as experiência já vivenciadas no meio aquático. Coerentemente, inicia-se a aprendizagem pelo nado Crawl (Livre), onde os movimentos coordenativos são semelhantes aos realizados no andar, e a criança já apresenta tal experiência motora. A próxima etapa é a aprendizagem do nado Costas, onde os movimentos são próximos do nado crawl, alterando a posição corporal do aluno para o decúbito dorsal. As crianças, a partir de 5 e 6 anos, têm o processo maturacional adequado para o início da aprendizagem dos nados. Ao se lançar a Teoria de Aprendizagem por Aproveitamento Motor, o terceiro nado sugerido é o Borboleta. Mesmo exigindo mais força do que o nado Peito aproveita-se nessa fase todo o repertório motor do aluno desenvolvido nas vivências de aprendizagem dos nados Crawl e Costas. Por fim, acontece a aprendizagem do nado peito, que em nada se assemelha aos anteriores. As aulas de Iniciação aos Nados têm duração de 45 minutos, com até 10 alunos por professor, e devem ser planejadas semanalmente, considerando as necessidades e o perfil da turma, bem como o Cronograma de Conteúdos – Organização e Sistematização. As aulas são divididas em: - Parte Inicial: com exercícios e dinâmicas deve-se preparar, fisiologicamente, o corpo do nadador para a Parte Principal. Representa 20% do volume nadado ou do tempo de aula. - Parte Principal: essa fase contempla o objetivo específico da aula, dada peloCronograma de Conteúdos. Tais conteúdos devem priorizar a aprendizagem dos nados, através dos exercícios educativos, corretivos e os sensoriais, bem como os exercícios de saídas e viradas. Os exercícios, no início do programa, devem ser de fácil execução e realizados em menores distâncias, e, posteriormente, realiza-se exercícios mais complexos e em médias/longas distâncias. Representa 60% do volume nadado ou do tempo de aula. - Parte Final: é fundamental que a volta à calma aconteça de forma relaxada, através de exercícios de recuperação ativa. Representa 20% do volume nadado ou do tempo de aula. Com o objetivo de dinamizar as aulas de natação, contrapondo os processos pedagógicos monótonos e não desafiadores, é fundamental que o foco do ensino passe a ser o processo do aprender a nadar, e não somente o domínio biomecânico dos nados já citados. A aprendizagem da natação sofre interferência direta e indireta dos fatores extrínsecos, como o ambiente, a escola, os materiais e o professores; e os intrínsecos, como a maturação e as vivências motrizes anteriores. Para a Fase 2 – Iniciação: o processo ensino-aprendizagem dos nados será baseado em sucessão de elos, ou seja, cada etapa deverá ser cumprida para iniciar outra nova. O processo ensino-aprendizagem é: 1. Adaptação ao meio líquido; 2. Respiração geral; 3. Tipos de flutuação; 4. Propulsão (pernada, braçada e remada); 5. Saltos e Mergulhos; 6. Coordenação de membros; 7. Respiração específica; 8. Coordenação geral; e 9. Nado completo. A Fase 2 – Iniciação irá concentrar os seus conteúdos nos itens 6, 7, 8 e 9 do Processo Ensino-Aprendizagem citado acima. OBJETIVOS GERAIS Coordenação de pernada e braçada dos nados crawl e costas com respiração específica; e Primeiras vivências dos nados peito e borboleta. CONTEÚDOS Respiração: realizar a específica do nado crawl com auxílio do rolamento dos ombros e rotação lateral de cabeça; Deslizes: realizar com boa posição hidrodinâmica por longo percurso; e com impulso na borda; Propulsão: domínio da pernada e braçada dos nados crawl e costas, nadando 25m com boa técnica; Mergulho: realizar mergulho com deslocamento submerso com mudanças de direção; Saltos: saltar em pé, na posição de cabeça com os braços estendidos à frente (Mergulho Elementar); Ondulações: movimentos simultâneos de membros inferiores com os braços posicionados no prolongamento do corpo, realizado de forma submersa; e Nado peito: início da aprendizagem da pernada e braçada do nado peito. NADO LIVRE ERA UMA VEZ... Um jovem australiano chamado Harry Wickham, em 1893, introduziu nas competições de natação um nado com batimento de pernas alternado. Esse nado já existia entre os nativos da Ilha Rubiana, no Pacífico. Neste mesmo ano, Wickham perfez 66 jardas (60,35m) nos incríveis 44 segundos. Ao ver isso seu técnico australiano exaltado falou – Veja que forte rastejar na água! Daí o batismo do nome crawl ao nado, que em inglês significa rastejar. O nado crawl, conhecido também como livre, evoluiu para ser o mais rápido dos quatro nados competitivos. Posição corporal: a análise da posição do corpo do nadador baseia-se em: posição da cabeça, posição horizontal do corpo e rotação do corpo sobre o eixo longitudinal, para Arellano (2001). O nadador deverá posicionar-se em decúbito ventral, mantendo um bom alinhamento horizontal e lateral, a fim de obter uma melhor hidrodinâmica e eficiência do nado. Qualquer posição “não alinhada” reduz a velocidade do nadador. Principais falhas técnicas: baseado no alinhamento horizontal, adotar uma posição do corpo muito elevada e executar pernadas muito profundas. No alinhamento lateral o principal erro é projetar a cabeça para trás durante a respiração (MAGLISCHO, 1993). Movimentação da Pernada: A ação dos membros inferiores apresenta três funções: equilíbrio, sustentação e propulsão. O movimento global da pernada é alternado no plano vertical. Na fase descendente do batimento, o quadril e o joelho se flexionam para depois fazer um movimento de extensão total das pernas para baixo, como uma chicotada, resultando numa maior utilização de força. A pernada do nado crawl é utilizada como forma de propulsão, correspondendo a 25% do nado. A sua movimentação deverá ser realizada com maior intensidade nas provas de velocidade, e meia distância e menor nas maiores distâncias. Existem algumas classificações quanto a movimentação da pernada, para Corrêa e Massaud (2007): Crawl dois tempos – para cada ciclo de braçada*, correspondem dois movimentos de pernada; Crawl quatro tempos – para cada ciclo de braçada, correspondem quatro movimentos de pernada; e Crawl seis tempos – para cada ciclo de braçada correspondem seis movimentos de pernada * Ciclo de braçada – correspondente a um movimento completo de ambos os braços, em suas fases aquáticas, e de recuperação. Principais falhas técnicas: batimento alto de pernada, com os pés a saída água; batimento demasiado profundo; flexão exagerada do joelho; e reduzida extensão dos tornozelos (MAGLISCHO, 1993). Movimentação da braçada: Por meio de movimentos cíclicos, a braçada é responsável pela maior força propulsiva no nado crawl, sendo uma circundução alternada anteroposterior. Considera-se um ciclo quando acontece a execução completa da braçada direita e da esquerda. Para Andries Junior et al (2002), a movimentação da braçada do nado crawl apresenta 4 fases, são elas: - Entrada: deve ser feita perfurando-se a água num único ponto, à frente do corpo, entre o deltoide e a linha sagital. O cotovelo deverá estar ligeiramente flexionado. O momento da entrada na água será executado pelos dedos, seguidos pela mão, punho, pelo antebraço e braço. A mão deverá estar em pronação, ligeiramente inclinada para fora; - Apoio: Durante essa fase busca-se um ponto de apoio para iniciar a tração do movimento eficiente; - Tração: É o momento em que se efetiva a maior propulsão do nado. Partindo do ponto de apoio, o cotovelo começa a ser flexionado até atingir aproximadamente 90º, fazendo-se este movimento até a linha dos ombros. Ultrapassada a linha do ombro, o cotovelo deve ser estendido gradualmente; e - Recuperação: sua função é completar o ciclo da braçada e iniciar outra. Essa fase não é propulsiva, portanto a musculatura precisa estar relaxada. O cotovelo é o primeiro segmento a sair da água, em seguida o braço, antebraço e a mão. O cotovelo deixa a água com uma pequena flexão e continua flexionado até a primeira metade. Acontece a extensão da braçada no início da segunda metade até a extensão total. Apresenta também 2 tipos de braçada: simples, onde o cotovelo do nadador deve estar na primeira metade da recuperação, em relação à linha do ombro, no momento de apoio do braço que está à frente; e dupla, onde o cotovelo do nadador deve estar na segunda metade da recuperação, em relação à linha do ombro, no momento de apoio do braço que está à frente. Principais falhas técnicas: realizar a recuperação com demasiado esforço; durante o movimento de tração manter os cotovelos numa posição baixa e deslizar em demasia a mão para fora; e no momento de finalização da braçada realizar a extensão demasiada do cotovelo, empurrando a água só para cima (MAGLISCHO, 1993). Movimentação respiratória: Os movimentos da cabeça devem ser coordenados com o rolamento do corpo, para que seja reduzida a tendência que os nadadores têm de elevar sua cabeça para fora d´água para realizar uma respirada. A inspiração é feita pela boca e a expiração é feita pelo nariz e/ou boca. Corrêa e Massaud (2007) afirmam que a inspiração deverá ser feita pela boca, mantendo-a o mais próxima possível da água e no momento em que um dos braços estiver realizando o apoio, e o outro a finalização
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