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Processo Eleitoral


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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO .................................................................................... 2 
UNIDADE 2 – CONVENÇÃO PARTIDÁRIA .............................................................. 3 
UNIDADE 3 – REGISTRO DE CANDIDATO ............................................................. 9 
UNIDADE 4 – PROPAGANDA PARTIDÁRIA/ELEITORAL .................................... 12 
4.1 PROPAGANDA PARTIDÁRIA .................................................................................. 14 
4.2 PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA ......................................................................... 19 
4.3 PROPAGANDA POLÍTICA E ELEITORAL ................................................................... 22 
4.3.1 Prazo inicial da propaganda ..................................................................... 27 
4.3.2 Da propaganda extemporânea ................................................................. 28 
4.4 MODALIDADES DE PROPAGANDA ELEITORAL ......................................................... 30 
UNIDADE 5 – DIREITO DE RESPOSTA ................................................................. 41 
UNIDADE 6 – PESQUISAS ELEITORAIS ............................................................... 50 
UNIDADE 7 – ARRECADAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS ............................. 56 
7.1 ARRECADAÇÃO ................................................................................................. 56 
7.2 PRESTAÇÃO DE CONTAS..................................................................................... 62 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 67 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
O processo eleitoral é concebido como um conjunto de regras, coordenadas 
entre si, que objetivam disciplinar os aspectos materiais necessários ao exercício do 
sufrágio e se desenvolvem desde as normas de convenção partidária, passando 
pelo pedido de registro de candidato (e as correlatas condições de elegibilidade e 
inelegibilidade), arrecadação e gastos de campanha, pesquisa eleitoral, propaganda 
eleitoral e, também, pelo momento da votação e do escrutínio, prestação de contas, 
culminando com a diplomação dos eleitos. 
No entendimento de JOEL JOSÉ CÂNDIDO (2006), o processo eleitoral 
strictu sensu possui a fase preparatória, de votação-totalização e a diplomação. 
Pois bem, esta brevíssima introdução mostra os assuntos a serem tratados 
neste módulo. Começaremos obviamente pelos atos da convenção partidária, o 
registro dos candidatos, uma ênfase maior na propaganda eleitoral, o direito de 
resposta, as pesquisas eleitorais e, por fim, a arrecadação e prestação de contas. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
3 
 
UNIDADE 2 – CONVENÇÃO PARTIDÁRIA 
 
Encontra-se na Lei nº 9.504/97 as normas que tratam da convenção 
partidária para escolha dos candidatos e formação das coligações partidárias, a qual 
se coaduna com o princípio da liberdade e autonomia partidária, insculpido na CF 
(art. 17, § 1º). 
A convenção partidária é o órgão máximo de deliberação de cada partido 
político. É na convenção que os filiados à determinada agremiação partidária, 
denominados “convencionais”, irão se reunir para discutir e decidir sobre a escolha 
dos candidatos aos cargos majoritários e proporcional e a formação de coligações, 
iniciando-se, assim, a primeira fase preparatória do processo eleitoral. 
Nas convenções partidárias, os partidos políticos também poderão deliberar 
sobre a escolha de delegados ou representantes, fixação dos valores máximos de 
gastos por cargo, etc. Todas as deliberações ocorridas deverão constar da ata da 
respectiva convenção partidária (Lei nº 9.504/97). 
As convenções partidárias dependerão, nas suas características, da 
natureza da eleição que se realizará. Assim, existem três tipos de convenções, a 
saber: 
1. Convenções municipais – para escolha dos candidatos do partido ou 
coligação que irão concorrer nas eleições municipais (Prefeito, Vice-Prefeito e 
Vereadores). 
2. Convenções regionais ou estaduais – para escolha dos candidatos às 
eleições gerais (Governador, Vice-Governador, Senadores, Deputados 
Federais, Deputados Estaduais ou Distritais). 
3. Convenções nacionais – para escolha dos candidatos às eleições nacionais 
(Presidente e Vice-Presidente da República) (SILVA, 2002, p. 24). 
Em suma, em se tratando de eleição municipal, a convenção será realizada 
pelo diretório municipal da respectiva agremiação partidária; para as eleições 
federais e estaduais a convenção será realizada pelo diretório estadual; no caso de 
eleições nacionais, a respectiva convenção será feita pelo diretório nacional. 
Cumpre observar, ainda, que no caso de coligações, esta pressupõe a 
realização de tantas convenções autônomas quantos sejam os partidos políticos a 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
4 
 
coligar-se, não sendo admitida uma convenção unificada entre todas as 
agremiações coligadas (SILVA, 2002). 
A Lei nº 12.034/09 deu nova redação ao § 2º do art. 7º da LE, sendo que, 
agora, anulação da deliberação sobre coligações pode ocorrer quando a convenção 
partidária de nível inferior se opuser às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo 
órgão de direção nacional – e não mais pela convenção nacional. Portanto, 
atualmente, é desnecessária a convocação de uma convenção nacional para 
estabelecer as diretrizes sobre coligações, bastando que o órgão de direção 
nacional, com base no contido no estatuto partidário, determine às instâncias 
inferiores as regras a serem observadas para o fim de coligação (ZÍLIO, 2012). 
Também previsto no § 3º do art. 7º da LE, com redação dada pela Lei nº 
12.034/09 “as anulaçõesde deliberações dos atos decorrentes de convenção 
partidária”, em conformidade com o § 2º, “deverão ser comunicadas à Justiça 
Eleitoral no prazo de 30 (trinta) dias após a data limite para o registro de 
candidatos”. 
Tal mudança possibilita transparência para os atos de substituição a serem 
procedidos, facultando aos interessados as adequadas medidas de fiscalização, 
notadamente no que concerne ao preenchimento das condições de elegibilidade, 
registrabilidade e à inexistência de causas de inelegibilidades. 
É comum algumas agremiações partidárias realizarem, antes das 
convenções, as denominadas “prévias eleitorais”, isto é, pesquisas realizadas no 
âmbito interno do respectivo partido político com o objetivo de se aferir as opiniões 
dos seus filiados sobre a escolha de candidatos, fazendo um tipo de seleção prévia, 
bem como traçar os rumos a serem seguidos nas próximas eleições. Segundo 
jurisprudência do egrégio Tribunal Superior Eleitoral, as prévias eleitorais não podem 
substituir a convenção partidária. 
A chamada “candidatura nata”, originariamente prevista no § 1º, do artigo 8º, 
da Lei nº 9.504/97, foi suspensa em 2002, por força de liminar concedida pelo 
Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2530-9. Antes 
dessa decisão, o candidato que já exercia cargo eletivo não precisava passar pela 
convenção do partido para concorrer ao mesmo cargo. 
 
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5 
 
Para ser candidato a algum cargo eletivo, como regra geral, o cidadão 
deverá ter o seu nome escolhido em convenção partidária. O Tribunal Superior 
Eleitoral já decidiu, entretanto, que no caso de preenchimento de vaga 
remanescente, não há que se exigir que o nome do candidato conste da ata da 
convenção. Os órgãos de direção partidária poderão preencher tais vagas por meio 
de ato formal de sua executiva regional/municipal (TSE, Acórdão 20.067, de 
10/09/2002, Rel. Min. FERNANDO NEVES; Acórdão nº 165 de 1/9/98, rel. Min. 
MAURÍCIO CORRÊA). 
Também não se convoca nova convenção partidária para se ultimar a 
substituição de candidato em caso de renúncia, falecimento, indeferimento de 
registro, declaração de inelegibilidade ou outro impedimento legal. Em tais 
hipóteses, a comissão executiva da respectiva agremiação partidária poderá indicar 
o candidato substituto. 
Abaixo temos alguma jurisprudência sobre o assunto: 
 
Partidos políticos. ‘Convenção conjunta’ com vistas à coligação e a escolha 
de candidatos. Impossível a votação promíscua de convencionais de dois 
ou mais partidos, pois a coligação pressupõe tantas deliberações 
convencionais autônomas quantos sejam os grêmios partidários a coligar-
se. Inadmissível, também, a direção unificada das várias convenções. (TSE, 
Resolução nº 14.413, de 14/7/1988, Rel. Min. TORQUATO JARDIM) 
Prévias eleitorais. Pesquisas de opinião internas dos partidos. Realização 
antes de 5 de julho. Possibilidade. 1. Os partidos políticos podem realizar, 
entre seus filiados, as chamadas prévias eleitorais, destinadas a buscar 
orientação e fixar diretrizes, inclusive sobre escolha de candidatos. 2. A 
eventual divulgação, pelos veículos de comunicação, dos resultados da 
consulta interna, não caracteriza, em princípio, propaganda eleitoral 
antecipada. (TSE, Acórdão nº 20.816, de 19/06/2001). 
(...) é conditio sine qua non para a concessão do registro a escolha do nome 
do candidato em convenção partidária. (...) (TSE, Acórdão nº 165 de 1/9/98, 
rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA; no mesmo sentido o Acórdão nº 15.370, de 
25.8.98, rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA). 
Registro de candidato. Vaga remanescente. Candidato não escolhido em 
convenção. Desnecessidade. Preenchimento pelos órgãos de direção 
partidária. Possibilidade. (...) (TSE, Acórdão nº 20.067, de 10/09/2002, Rel.: 
Min. FERNANDO NEVES) 
Consulta. Candidatos a governador e vice vinculados a partidos políticos 
distintos. Coligação. Morte do titular. Sucessão. Hipóteses possíveis. 
Respostas correspondentes. a) Se o evento morte ocorrer após a 
convenção partidária e até o dia do primeiro turno da eleição, a substituição 
dar-se-á por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção 
dos partidos políticos coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer 
 
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6 
 
partido integrante da coligação, desde que o partido ao qual pertencia o 
substituído renuncie ao direito de preferência. (...) (TSE, Resolução nº 
22.236, de 8.6.2006, rel. Min. CEZAR PELUSO). 
 
As convenções partidárias destinadas a deliberar sobre a escolha de 
candidatos e a formação de coligações devem ser realizadas no período de 10 a 30 
de junho do respectivo ano eleitoral (Lei nº 9.504/97, art. 8º, caput). 
Note-se que a convenção partidária deve ocorrer dentro do período 
estabelecido no artigo 8º, caput, da Lei nº 9.504/97, ou seja, entre os dias 10 a 30 de 
junho, não havendo, contudo, qualquer impedimento para que a mesma ocorra em 
duas ou mais etapas, isto é, em várias datas dentro do referido período estabelecido 
na Lei Eleitoral, conforme inclusive já decidiu o egrégio Tribunal Superior Eleitoral. 
Uma vez realizada a convenção partidária, o partido político ou coligação já 
poderá requerer, de imediato, o registro dos seus candidatos. Portanto, os órgãos da 
Justiça Eleitoral já devem estar aptos a receber e processar os pedidos de registro 
de candidatura a partir do dia 10 de junho do ano eleitoral. 
Relativamente ao local, a convenção nacional pode ser realizada em 
qualquer Estado da Federação, não havendo obrigatoriedade de que a mesma 
ocorra na capital federal (Brasília). No mesmo sentido, a convenção regional pode 
ser realizada em qualquer Município do respectivo Estado. Já no tocante à 
convenção municipal, esta, em regra, deve ser realizada dentro do território do 
respectivo município. Todavia, não se deve anular a convenção municipal realizada 
em território de outro município se não houve qualquer prejuízo ou reclamação dos 
convencionais e se a mesma atingiu os objetivos a que se propôs. 
O partido político poderá usar, gratuitamente, prédios públicos para a 
realização de suas reuniões ou Convenções, desde que comunique por escrito ao 
responsável pelo respectivo local, com antecedência mínima de 72 horas, a intenção 
de ali realizar a respectiva convenção, responsabilizando-se por eventuais danos 
causados com a realização do evento. Na hipótese de coincidência de datas, 
prevalecerá a comunicação protocolada primeiro (Lei nº 9.096/95, art. 51; Lei n° 
9.504/97, art. 8°, § 2°)1. 
 
1 O artigo 73, I, da Lei 9.504/97 prescreve que é proibido aos agentes públicos, servidores ou não, 
ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis 
pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de Convenção Partidária. É de se notar, 
 
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7 
 
Conforme dicção do artigo 17, § 1º, da Constituição da República c/c artigo 
3º, da Lei nº 9.096/95, os partidos políticos são livres para definirem sua estrutura 
interna, organização, funcionamento e fixarem as condições e a forma de escolha de 
seus candidatos a cargos e funções eletivas. 
O estatuto partidário é a norma interna de cada partido político. Através dos 
seus estatutos, os partidos políticos poderão criar sua estrutura interna, estabelecer 
critérios para a realização de suas convenções, convocação dos convencionais, 
quorum para instalação da assembleia e deliberação, formação de coligações, 
escolha dos seus respectivos pré-candidatos a cargos eletivos, podendo ainda fixar 
prazo de filiação maior do que o previsto na Lei Eleitoral para que o filiado possa 
concorrer na convenção, etc. 
Portanto, as decisões tomadas em convenção relativamente a escolha e 
substituição de candidatos e formação de coligações serão feitas, a princípio, de 
acordo com o estatuto partidário, observadas as disposições da Lei Eleitoral (Lei nº 
9.096/95, art. 15, VI; Lei nº 9.504/97, art. 7º, caput). 
Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de direção nacional do 
partido político estabelecer as regras sobre a escolha de candidatos e formação de 
coligações, publicando-as no Diário Oficial da União até 180 dias antes das eleições 
e encaminhando-as ao Tribunal Superior antes da realização das convenções (Lei nº 
9.504/97, art. 7º, § 1º). 
Em suma, por força do princípio da autonomia partidária previsto na 
Constituição da República (art. 17, § 1º) e na Lei nº 9.096/95 (art. 3º), prevalecem os 
estatutos dos partidos políticos com vistas às regras para disputas convencionais, 
substituição de candidatos e formação de coligações. Havendo omissão estatutária, 
caberá ao órgão de direção nacional do partido estabelecer supletivamente tais 
normas, publicando-as no Diário Oficial da União até 180 dias antes das eleições. 
Observe-se, todavia, que não há qualquer sanção prevista na Lei Eleitoral para o 
partido que deixar de observar esse prazo de 180 dias, razão pela qual a Justiça 
Eleitoral não indeferirá o registro dos seus candidatos se nenhum dos 
 
contudo, que esta ressalva diz respeito apenas ao uso de bens públicos para a realização de 
convenção, não abrangendo o uso de serviços públicos. 
A eventual responsabilidade do partido político pelos danos causados ao bem público com a 
realização das convenções, por ser de natureza exclusivamente civil, deverá ser apurada na Justiça 
Comum e não na Eleitoral. 
 
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8 
 
filiados/convencionais reclamar e se não houver qualquer prejuízo (Código Eleitoral, 
art. 219). A Justiça Eleitoral só deve examinar se os atos de convocação e de 
realização das convenções obedeceram ao texto estatutário quando for instada a se 
manifestar por algum dos filiados, já que se trata de matéria interna corporis.2 
 
2 Como regra geral, não cabe à Justiça Eleitoral interferir nas questões internas dos partidos 
políticos. O estatuto partidário é a norma interna de cada partido. Somente quando as normas 
estatutárias flagrantemente violarem preceitos constitucionais ou disposições legais é que a Justiça 
Eleitoral, excepcionalmente, resolverá os conflitos internos dos partidos políticos e seus filiados. 
 
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9 
 
UNIDADE 3 – REGISTRO DE CANDIDATO 
 
Para participar das eleições, os partidos, coligações e candidatos deverão 
habilitar-se perante o órgão competente da Justiça Eleitoral, mediante o processo de 
registro de candidatura. É através do processo de registro de candidatura, portanto, 
que o órgão competente da Justiça Eleitoral irá aferir a regularidade dos partidos e 
coligações, bem como verificar o preenchimento das condições de elegibilidade e 
inexistência de inelegibilidade dos candidatos que desejam disputar determinada 
eleição. Ou seja, escoado o prazo para realização de convenções para escolha de 
candidatos e deliberação sobre coligações, a próxima fase do processo eleitoral é a 
do encaminhamento dos pedidos de registro de candidatos. Atualmente, a matéria 
se encontra regrada pelos artigos 10 a 16 da LE, com a incidência, ainda, de 
dispositivos do Código Eleitoral, além de resolução editada pelo TSE para cada 
pleito (ZÍLIO, 2012). 
Com efeito, o cidadão que deseja ser candidato a algum cargo eletivo 
deverá antes ter o seu nome escolhido em convenção partidária e, em seguida, ter 
deferido o registro de sua candidatura pelo órgão competente da Justiça, desde que 
preencha as condições constitucionais e legais de elegibilidade e não incida em 
nenhuma das hipóteses de inelegibilidade3. 
De acordo com DJALMA PINTO (2006, p. 42), “candidatura registrada 
significa constatação da elegibilidade pela Justiça Eleitoral e inclusão do nome do 
candidato entre os concorrentes de determinado certame eleitoral”. 
De todo modo, o pedido de registro comporta, em verdade, um 
desdobramento em dois procedimentos distintos: o pedido de registro individual (de 
cada candidato) e o pedido de registro formulado pela agremiação partidária o 
coligação. O registro dos atos partidários é considerado processo principal em 
relação aos pedidos de registro feitos individualmente pelos candidatos. Dada essa 
relação de dependência dos processos individuais em relação ao processo principal, 
o julgamento do processo principal (DRAP) precederá ao dos processos individuais 
de registro de candidatura, devendo o resultado daquele ser certificado nos autos 
destes (art. 49 da Res. 23.373/11). Assim, o indeferimento do pedido de registro dos 
 
3 Diz o art. 3º, do Código Eleitoral: “Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, 
respeitadas as condições constitucionais de elegibilidade e incompatibilidade”. 
 
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10 
 
atos partidários prejudica a análise dos registros dos candidatos efetuados 
individualmente (ZILIO, 2012). 
Em síntese, o pedido de registro partidário, objetiva verificar a regularidade 
dos atos partidários, possibilitando à agremiação participar do processo eleitoral. 
Dentre vários pontos interessantes da LE, temos a reserva de vagas por sexo. 
Art. 3º - Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, 
cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o 
máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo. (Redação dada 
pela Lei nº 12.034, de 2009). 
Por consectário, cada um dos sexos – seja o masculino ou o feminino – 
deve, necessariamente, adstringir-se aos limites mínimos e máximos,sendo 
descabida qualquer compensação. 
Caso não preenchidas a totalidade das vagas com o sexo feminino, não é 
possível completá-las com candidatos do sexo masculino (e vice-versa). Os limites 
mínimos e máximos de candidaturas de cada sexo devem ser observadas, inclusive, 
quando do pedido de substituição de candidatos e de indicação das vagas 
remanescentes (art. 20, § 6º, da Res. nº 23.373/11). 
§ 4º Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a 
meio, e igualada a um, se igual ou superior. 
§ 5º No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem 
o número máximo de candidatos previsto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo, os 
órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas 
remanescentes até sessenta dias antes do pleito. 
Quanto aos prazos, reza o art. 11 da LE, que os partidos e coligações 
solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do 
dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições. 
O quadro abaixo apresenta um resumo dos prazos de registro de 
candidatos. 
 
Cronograma do registro de candidatos. 
1 ano antes das eleições. 
Registro do partido no TSE. 
Domicílio eleitoral do candidato na circunscrição da eleição. 
Filiação partidária do candidato. 
 
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11 
 
180 dias antes das 
eleições. 
Publicação pelo diretório nacional do partido, no Diário Oficial 
da União, das regras para escolha e substituição de 
candidatos e realização de coligações (apenas se o estatuto 
do partido for omisso quanto a esses temas). 
10 a 30 de junho do ano 
da eleição. 
Criação de órgão de direção partidária na circunscrição do 
pleito, até a data da realização da convenção. 
Realização da convenção partidária e escolha dos 
candidatos. 
20 de julho do ano da 
eleição. 
Registro, junto à Justiça Eleitoral, dos candidatos escolhidos 
em convenção. 
Obs.: Caso o partido não registre algum candidato escolhido 
em convenção, o próprio candidato poderá requerer o 
registro em até 48 horas após a publicação da lista de 
candidatos registrados pelo partido. 
60 dias antes das 
eleições. 
Limite para apresentação de pedido de substituição de 
candidato aos cargos disputados pelo sistema proporcional 
(cargos do Poder Legislativo, exceto Senador). 
45 dias antes das 
eleições. 
Limite para os Tribunais Regionais Eleitorais enviarem ao 
TSE as listas de candidatos registrados. 
Limite para julgamento, em todas as instâncias, e publicação 
das decisões, dos pedidos de registro de candidatos 
(inclusive pedidos impugnados). 
24 horas antes das 
eleições. 
Limite para apresentação de pedido de substituição de 
candidatos aos cargos disputados pelo sistema majoritário 
(todos os cargos do Poder Executivo e mais o cargo de 
Senador). 
 
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA 
 
(...) A condição de candidato somente é obtida a partir da solicitação do 
registro de candidatura. (...) (TSE, Acórdão nº 5.134, de 11/11/2004, Rel.: 
Min. CAPUTO BASTOS). 
(...) Ainda que escolhido em convenção partidária, apenas com o registro 
terá o cidadão constituída a condição subjetiva de candidato (...) (TRE-AL, 
Acórdão nº 846, de 01/08/1990, Rel.: Juiz Carlos Mero). 
(...) O postulante à candidatura a cargo eletivo não pode receber doações 
de pessoas físicas ou jurídicas para financiar a sua propaganda 
intrapartidária, uma vez que não ostenta a condição de candidato (art. 23, 
caput, da Lei nº 9.504/97 e art. 19, § 1º, da Lei nº 9.504/97 (...) (TSE, 
Resolução nº 23.086, de 24/3/2009, Rel.: Min. FELIX FISCHER). 
 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
12 
 
UNIDADE 4 – PROPAGANDA PARTIDÁRIA/ELEITORAL 
 
A propaganda eleitoral é das mais importantes fases do processo eleitoral, 
na medida em que se traduz em precioso meio de convencimento do eleitor, visando 
à captação do voto. Em síntese, a propaganda eleitoral pode ser considerada como 
a força motriz de todo processo eleitoral, porquanto consiste no mais eficaz meio de 
aproximação do candidato com o seu público-alvo (o eleitor). 
A medida exata da relevância da propaganda no decorrer do processo 
eleitoral é demonstrada pelo próprio espaço que a matéria recebe do legislador 
ordinário, dado que existe nítida vinculação entre a duração da campanha eleitoral e 
o tempo destinado à propaganda. Em verdade, concebido o processo eleitoral como 
o interregno de tempo que medeia entre a convenção partidária para escolha dos 
candidatos e o dia do pleito, poucos dias úteis restam à campanha eleitoral 
desvinculado da possibilidade de lícita propaganda eleitoral. É inerente ao processo 
eletivo a possibilidade da utilização de qualquer método persuasivo lícito que 
objetive a obter a adesão do eleitorado. Neste contexto, aos candidatos é permitida 
a utilização da propaganda eleitoral, através da divulgação de propostas e planos de 
governo, com vista a captar o voto do eleitor. 
A propaganda eleitoral, desde que exercida nos limites da licitude 
estabelecidos pela legislação (Constituição Federal, Lei das Eleições, Código 
Eleitoral, resoluções do TSE), é um método necessário e indispensável para o 
aperfeiçoamento do processo democrático (ZÍLIO, 2012). 
Pela importância que ostenta a propaganda no processo eleitoral, é 
elementar a preocupação do legislador em estabelecer regramentos, impor limites e 
esclarecer procedimentos relativos ao desenvolvimento dos atos de convencimento 
do eleitor. Porque o legislador regulamentou minudentemente a matéria, impondo 
amplo controle aos meios de comunicação social (rádio e televisão), invariavelmente 
surge discussão sobre a constitucionalidade de algumas normas e o limite entre o 
conteúdo de determinadas decisões judiciais e eventual ato de censura. Embora se 
reconheça que a prolação de decisões céleres e, em regra, in limine – sob o estreito 
signo da cognição sumária –, pode, por vezes, trazer provimentos jurisdicionais que 
não espelham a realidade fática e jurídica, deve-se pontuar que nem todo ato 
limitador da propaganda eleitoral significa, necessariamente, censura (ZÍLIO, 2012). 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
13 
 
Com efeito, o ato de censura, na esfera eleitoral, se caracteriza como a 
prévia restrição à divulgação da comunicação de atos ou fatos implementada de 
modo injustificado, desproporcional ou desarrazoada. Como assentado por FÁVILA 
RIBEIRO (1993, p. 50), a censura, objeto de enfática vedação constitucional, 
 
somente se caracteriza se houver um procedimento que condicione a 
divulgação de qualquer forma de comunicação ao conhecimento ou análise 
prévia de seu conteúdo, sejam quais forem as razões invocadas, filosóficas, 
políticas ou éticas. Não se pode, no entanto, entender como infringente à 
vedação constitucional, se a autoridade ao momento em que se depara com 
a ilicitude de uma comunicação, impede a sua continuidade, não a deixando 
progredir no seu cometimento lesivo, poisse o ato abusivo mais de alastrar 
mais prejuízos acarretará a terceiros e aos interesses sociais que merecem 
a tutela legal. 
 
Neste norte, o TSE tem defendido que 
 
as restrições impostas à propaganda eleitoral não afetam os direitos 
constitucionais de livre manifestação do pensamento e de liberdade de 
informação e comunicação (art. 220 da CF/88), os quais devem ser 
interpretados em harmonia com os princípios da soberania popular e da 
garantia do sufrágio (Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 
35.719 - ReI. Aldir Passarinho - j. 24.03.2011). 
 
De qualquer sorte, a tarefa de reconhecer a inconstitucionalidade de ato 
restritivo de propaganda eleitoral, na análise do caso concreto, é complexa e 
demanda cautela e ponderação. Nesta senda, não se pode olvidar que a CF 
alberga, em seu texto básico, o princípio da liberdade de manifestação e informação 
e, também, o princípio da isonomia (entre os candidatos) e da defesa da 
normalidade e legitimidade do pleito. Assim, no juízo de tensão entre direitos 
fundamentais em situação oposta e sem eliminar quaisquer deles, incumbe ao 
julgador sobrelevar determinado princípio em detrimento de outro. Em face da 
colisão de direitos fundamentais - v.g., direito de informação e direito à igualdade 
entre os candidatos – incumbe ao julgador ponderar, tendo por base diretrizes 
seguras e objetivas. Assim, são dados relevantes a serem considerados pelo 
julgador, além da adequação jurídica do pedido, v.g.: a (ir)reversibilidade fática e 
jurídica da situação posta nos autos; o grau de impacto do provimento concessivo ou 
denegatório da liminar em relação aos personagens do processo eleitoral e ao 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
14 
 
eleitorado; a proximidade temporal do fato em relação ao dia do pleito (ZÍLIO, 2012, 
p. 276). 
 
4.1 Propaganda partidária 
A previsão de utilização dos meios de comunicação social pelos partidos 
políticos, para finalidade de divulgação e propagação de suas ideologias, possui 
cunho constitucional. Vejamos: 
 o § 3° do art. 17 da Carta da República estatui que “os partidos políticos têm 
direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, 
na forma da lei”; 
 a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), atendendo ao comando 
constitucional, regulamentou a propaganda partidária, nos artigos 45 a 49, 
estabelecendo hipóteses de cabimento, vedações, sanções e prevendo os 
respectivos horários e formas de transmissão; 
 a matéria, igualmente, encontra-se regulamentada pela Resolução nº 
20.034/97 do TSE. 
A legislação prevê a possibilidade de realização de propaganda partidária 
apenas pelo rádio e televisão, sendo, no entanto, admissível que seja realizada 
através de outros meios de comunicação social (v.g., imprensa escrita, internet), 
desde que observadas as limitações previstas na legislação de regência. O TSE 
assentiu que o partido político pode, em datas comemorativas, fazer propaganda 
partidária mediante outdoor, ressalvado no segundo semestre do ano eleitoral 
(Consulta nº 1.704 - ReI. p/acórdão Marcelo Ribeiro - j. 10.02.2011). 
O que o legislador pretendeu foi estabelecer os temas que podem ser 
veiculados em sede de propaganda partidária. Assim, a teor do art. 45 da LPP, 
restou previsto que a propaganda partidária gratuita será realizada para com 
exclusividade: I. difundir os programas partidários; II. transmitir mensagens aos 
filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este 
relacionados e das atividades congressuais do partido; III. divulgar a posição do 
partido em relação a temas politico-comunitários. IV. promover e difundir a 
participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo 
órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento). 
 
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15 
 
Em síntese, a propaganda partidária objetiva à divulgação dos respectivos 
programas das agremiações, buscando obter a simpatia ou o engajamento de parte 
do eleitorado. Partindo da premissa que os partidos políticos se constituem em 
agremiações que intermedeiam o acesso ao poder por parcela da sociedade civil 
organizada, é compreensível que seja assegurado àquelas pessoas jurídicas de 
direito privado o acesso aos meios de comunicação social para divulgação de suas 
plataformas de consecução do bem público. 
No entanto, por se tratar de norma que necessita de colmatação pelo 
legislador ordinário, é razoável o estabelecimento de determinados limites e 
condicionantes ao exercício do acesso ao direito de antena, dado que a autonomia 
das agremiações partidárias não é absoluta e, assim, pode (e deve) sofrer 
limitações, desde que lastreadas em fundamentos razoáveis e que objetivem 
assegurar o equilíbrio na exposição de ideias às agremiações. 
Foi com esta aspiração que a própria Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97) 
estabeleceu que “no segundo semestre do ano da eleição, não será veiculada a 
propaganda partidária gratuita prevista em lei nem permitido qualquer tipo de 
propaganda política paga no rádio e na televisão” (art. 36, § 2°). 
O comando normativo tem um inequívoco caráter desvinculativo, buscando 
separar a atividade partidária da eleitoral, ainda mais quando em curso a campanha 
eleitoral. Salutar a preocupação do legislador, já que, permitida a veiculação de 
propaganda partidária em período eleitoral, possível a utilização indevida de tempo 
destinado à agremiações sem representatividade pelos partidos políticos 
dominantes, o que importa na quebra do princípio da isonomia entre os participantes 
do pleito. A partir da proscrição estabelecida, diminui-se o espaço para negociação 
com as denominadas siglas de aluguel e se objetiva a prevalência da dialética do 
debate eleitoral com vista à captação do voto do eleitor. A vedação à veiculação da 
propaganda política paga, no período glosado, tem por desiderato evitar a 
ocorrência de abuso do poder econômico, com a sobreposição de determinados 
grupos com forte poder de capital, culminando por causar indesejável interferência 
na legitimidade do pleito (ZÍLIO, 2012). 
A Lei dos Partidos Políticos também demonstra preocupação em não 
permitir o desvio de finalidade na utilização do tempo destinado ao acesso gratuito 
 
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16 
 
do rádio e da televisão pelos partidos políticos. Assim, além de prever as hipóteses 
de veiculação permitida no horário destinado à propaganda partidária no caput do 
art. 45, a LPP estabeleceu as seguintes vedações (§ 1°): à participação de pessoa 
filiada a partido que não o responsável pelo programa (inciso I), à divulgação de 
propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou 
de outros partidos (inciso II) e à utilização de imagens ou cenas incorretas ou 
incompletas, efeitos ou quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os 
fatos ou a sua comunicação (incisoIII); esta última hipótese (inciso III), objetiva à 
proteção da veracidade do fato divulgado; essa (inciso Il), a estabelecer uma 
intersecção entre a propaganda partidária e a eleitoral, além de primar pela 
fidelidade partidária; aquela (inciso I), a dar transparência aos ideais da agremiação 
partidária, evitando a participação de pessoas estranhas à sua composição. 
O STF indeferiu liminar que objetivava a declaração de inconstitucionalidade 
da norma que prevê a impossibilidade de participação de pessoa filiada a partido 
político diverso (art. 45, § 1°, inciso I, da LPP), entendendo que o acesso ao rádio e 
à televisão é custeado pelo erário e, assim, a vedação estabelecida pelo legislador 
ordinário ostenta razoabilidade, na medida em que, caracterizando-se a propaganda 
partidária como meio de divulgação do programa ideológico-partidário, a 
participação de filiados a agremiações diversas importa em desvio de finalidade da 
norma (Medida Cautelar na ADIN nº 2.677 - ReI. Maurício Corrêa - j. 26.02.2002). 
O TSE, por seu turno, temperou a rigidez da proscrição veiculada pelo inciso 
I do § 1º do art. 45 da LPP, concluindo pela possibilidade de participação de membro 
de partido político em propaganda partidária de partido diverso, “desde que se 
manifeste tão-somente sobre tema de natureza político-comunitária, sem nenhuma 
repercussão eleitoral ou promoção de seu próprio partido” (Consulta nº 874 - ReI. 
Ellen Gracie - j. 26.06.2003). 
ROBERTO AMARAL e SÉRGIO SÉRVULO DA CUNHA (2006, pp. 785/786), 
ao comentar as restrições traçadas pelo § 1° do art. 45 da Lei nº 9.096/95, observam 
que por 
 
instituído supletivamente o horário gratuito como fórmula de equilíbrio e 
razoável igualação, devem-se admitir as constrições genéricas impostas 
pela necessidade de sua disciplina, entre elas as que excluam do âmbito da 
 
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17 
 
propaganda partidária tudo aquilo que, na verdade, represente mera 
promoção pessoal. 
 
A gratuidade do acesso dos partidos políticos aos meios de comunicação 
social (rádio e televisão) deve ser corretamente compreendida, pois, conquanto a 
agremiação partidária efetivamente não pague pela utilização do horário disponível, 
as emissoras de rádio e televisão terão direito a compensação fiscal pela cedência 
do horário gratuito. É o previsto pelo art. 52, parágrafo único, da LPP. 
As transmissões serão realizadas em rede nacional ou estadual e na forma 
de blocos ou inserções (art. 46 da LPP), sendo obrigatória a veiculação dos 
programas pelas emissoras de rádio e televisão. A veiculação de propaganda 
partidária em desacordo com o estabelecido no art. 45 da LPP deve ser apurada 
mediante representação, importando – se procedente a pretensão – na cassação do 
direito de transmissão, a que o partido faria jus, no semestre seguinte. É o que 
dispunha o § 2° do art. 45 da LPP, em sua redação originária. 
Com a edição da Lei nº 12.034/09, a sanção pelo descumprimento do art. 45 
da LPP tem a seguinte regra: quando a infração ocorrer nas transmissões em bloco, 
o partido será punido com a cassação do direito de transmissão no semestre 
seguinte (art. 45, § 2°, I); quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, 
o partido será punido com a cassação do tempo equivalente a cinco vezes ao da 
inserção ilícita, no semestre seguinte. Ou seja, atualmente, a sanção a ser imposta 
ao partido político guarda adequação com a espécie de propaganda partidária 
veiculada ilicitamente. 
Portanto, não é prevista sanção pecuniária pela inobservância das normas 
de propaganda partidária, fato que não tem sido suficiente como delimitador 
preventivo das ações ilícitas veiculadas. Dito de outro modo, a realidade demonstra 
que somente uma modificação legislativa, com a imposição de sanção pecuniária 
aos transgressores do art. 45 da LPP, parece importar em um razoável critério de 
inibição nas condutas irregulares na divulgação de propaganda partidária, já que a 
pena atualmente prevista é inócua, seja pelo próprio descrédito da classe política ou 
pelos pífios índices de audiência logrados pelos programas respectivos (ZÍLIO, 
2012). 
 
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18 
 
Tal conclusão ganha maiores contornos de veracidade quando da 
proximidade do pleito, época em que os programas partidários travestem-se de 
verdadeiros atos – antecipados – de propaganda eleitoral. 
O TSE firmou entendimento de que 
 
o ajuizamento de representação pela inobservância do prescrito no art. 45 
da Lei nº 9.096/95 pode se dar até o semestre seguinte ao da veiculação do 
programa impugnado, nos termos do § 2° do referido artigo (Representação 
nº 1.219 - j. 26/04/2007 - ReI. Asfor Rocha). 
 
No entanto, a Lei nº 12.034/09 introduziu o § 4° no art. 45 da LPP, estabelecendo 
que 
 
o prazo para oferecimento da representação encerra-se no último dia do 
semestre em que for veiculado o programa impugnado, ou se este tiver sido 
transmitido nos últimos trinta dias desse período, até o 15° dia do semestre 
seguinte. 
 
Portanto, em suma: se a transmissão ocorrer nos últimos trinta dias do 
semestre, o prazo para ajuizamento da representação por propaganda partidária 
irregular é até o décimo quinto dia do semestre seguinte; se a transmissão ocorrer 
em momento anterior aos últimos trinta dias do semestre, o prazo fatal é o último dia 
do semestre em que veiculado o programa impugnado. 
A Lei nº 12.034/09 deu nova redação ao § 3° do art. 45 da LPP 
estabelecendo a competência para julgamento das representações por propaganda 
partidária irregular. Assim, na dicção legal, a representação será processada e 
julgada no TSE quando se tratar de programa em bloco ou inserções nacionais e 
será processada e julgada pelo TRE quando se tratar de programas em bloco ou 
inserções transmitido no Estado. 
O §3° do art. 45 da LPP traz a legitimidade exclusiva do partido político para 
o oferecimento da representação por propaganda partidária irregular (“somente 
poderá ser oferecida por partido político”). Inevitável, porém, reconhecer a 
legitimidade do Ministério Público para o ajuizamento da representação, pois é 
atribuição basilar da instituição a defesa da ordem jurídica e do regime democrático 
(art. 127, caput, CF). No caso em tela, a inobservância das normas de propaganda 
partidária é matéria que refoge ao âmbito interno das agremiações, tanto, aliás, que 
 
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19 
 
é possível aplicação de sancionamento pelo Poder Judiciário. Nesta alheta, não se 
revela razoável a subtração da atividade fiscalizatória do Ministério Público, medida 
que significa deixar a apuração do ilícito ao alvedrio das agremiações partidárias, 
tornado disponível – ao interesse particular – aquilo que, em verdade, é, por 
natureza, indisponível (direito à informação do eleitor e observância da legislação 
federal de propaganda partidária gratuita que é custeada pelo erário público).Deve-se consignar que a legitimidade do Ministério Público, na esfera 
eleitoral, é reconhecida irrestritamente – com exceção na execução da multa 
eleitoral. No mesmo norte, ainda, se é reconhecida legitimidade ao Ministério Público 
para representar pelo cancelamento do estatuto do partido (art. 28, § 2°, da LPP) – 
que é o mais –, inequívoco conceder a mesma legitimidade para a representação 
por propaganda partidária irregular – que é o menos (ZÍLIO, 2012, p. 280). 
A redação dada ao § 5° do art. 45 da LPP, contrariando a regra dos recursos 
eleitorais, estabelece que o recurso interposto junto ao TSE contra decisão de 
Tribunal Regional que julgar procedente representação e determinar a cassação do 
direito de transmissão de propaganda partidária terá efeito suspensivo. 
Quando a veiculação da propaganda partidária desbordar do desiderato 
inicial e configurar-se como propaganda eleitoral extemporânea, tem-se concluído 
pela possibilidade de imposição da sanção pecuniária, prevista no art. 36, § 3°, da 
LE, sem prejuízo de eventual caracterização do uso indevido dos meios de 
comunicação (art. 22 LC nº 64/90). O reconhecimento da caracterização da 
propaganda eleitoral extemporânea, em face ao desvirtuamento da propaganda 
partidária, tem sido sistematicamente reconhecido pela jurisprudência; notadamente, 
quando evidenciada a utilização do tempo destinado à agremiação partidária como 
meio de promoção pessoal e político-eleitoral de futuro candidato a mandato eletivo. 
 
4.2 Propaganda intrapartidária 
Visa-se, através da propaganda intrapartidária, à escolha do nome do 
pretenso candidato na convenção partidária. Em síntese, trata-se de propaganda de 
caráter reservado, restrita aos membros da agremiação, que possuem o direito de 
participação assegurado internamente pelo respectivo partido político. Em face do 
seu caráter restrito, a propaganda intrapartidária ostenta limitação temporal e modal. 
 
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20 
 
Temporal, porque é permitida somente na quinzena anterior à escolha pelo partido; 
modal, porque é vedado o uso de rádio, televisão e outdoor (art. 36, § 2°, da LE), 
sendo permitida a afixação de faixas e cartazes em local próximo da convenção, 
com mensagens aos convencionais (art. 1°, § 1°, da Res. nº 23.370/11). 
Dito de outro modo, veda-se a veiculação de propaganda intrapartidária 
através de quaisquer meios de comunicação de massa, na medida em que a 
veiculação ostensiva da propaganda intrapartidária consubstancia-se, em verdade, 
no desvirtuamento desta espécie de publicidade que, por definição, é restrita ao 
âmbito interno da agremiação. Daí que a vedação prevista na lei eleitoral – no uso 
de rádio, televisão e outdoor – não é taxativa, sendo igualmente proscrito o uso de 
outras formas de veiculação da propaganda intrapartidária (v.g., imprensa escrita, 
internet) que permitam a comunicação fora dos estritos limites partidários. 
A propaganda intrapartidária, quando inobservar os dispositivos previstos na 
Lei das Eleições, pode se configurar como propaganda eleitoral extemporânea, 
cabendo a aplicação de sanção pecuniária ao infrator, na forma do art. 36, § 3°, da 
LE. Neste sentido, o TSE assentou que 
 
realizada propaganda antes da convenção partidária visando atingir não só 
os membros do partido, mas também aos eleitores em geral, caracteriza 
propaganda eleitoral antecipada, que atrai a aplicação da multa prevista no 
art. 36, §3°, da Lei das Eleições (Agravo Regimental em Recurso Especial 
Eleitoral n. 26.136 - Rei. Gerardo Grossi - j. 18.12.2007). 
 
Por fim, o TSE definiu os limites para a realização das prévias eleitorais 
pelos partidos políticos, as quais consistem em procedimento interno com o objetivo 
de estabelecer diretrizes a serem observadas para a formação de coligações e 
definição da escolha dos candidatos na convenção oficial. 
 
CONSULTA. PARTIDO POLÍTICO. PRÉVIAS ELEITORAIS. 1. Quanto à 
data para realização das prévias, consulta não conhecida, ressalvada a 
posição do relator. 2. A divulgação das prévias não pode revestir caráter de 
propaganda eleitoral antecipada, razão pela qual se limita a consulta de 
opinião dentro do partido. 1) A divulgação das prévias por meio de página 
na internet extrapola o limite interno do Partido e, por conseguinte, 
compromete a fiscalização, pela Justiça Eleitoral, do seu alcance. 2) Tendo 
em vista a restrição de que a divulgação das prévias não pode ultrapassar o 
âmbito intrapartidário, as mensagens eletrônicas são permitidas apenas aos 
filiados do partido. 3) Nos termos do art. 36, § 3° da Lei nº 9.504/97, que 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
21 
 
pode ser estendido por analogia às prévias, não se veda o uso de faixas e 
cartazes para realização de propaganda intrapartidária, desde que em local 
próximo da realização das prévias, com mensagem aos filiados. (Nesse 
sentido, Agravo nº 4.798, ReI. Min. Gilmar Mendes, DJ 05.11.2004; REspe 
nº19.162, ReI. Min. Costa Porto, DJ 17.08.2001).4) a esteira dos 
precedentes desta e Corte que cuidam de propaganda intrapartidária, 
entende-se que somente a confecção de panfletos para distribuição aos 
filiados, dentro dos limites do partido, não encontra, por si só, vedação na 
legislação eleitoral. (Agravo nº 5097, ReI. Min. Caputo Bastos, DJ 
9.11.2004; REspe nº 19.254, ReI. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 
8.5.2001). 5) Assim como as mensagens eletrônicas, o envio de cartas, 
como forma de propaganda intrapartidária, é permitido por ocasião das 
prévias, desde que essas sejam dirigidas exclusivamente aos filiados do 
partido. 6) Incabível autorizar matérias pagas em meios de comunicação, 
uma vez que ultrapassam ou podem ultrapassar o âmbito partidário e 
atingir, por conseguinte, toda a comunidade. (ReI. Min. Nelson Jobim, 
REspe 16.959, DJ 21.5.2001). 3. Os eleitores não filiados ao partido político 
não podem participar das prévias sob pena de tornar letra morta a proibição 
de propaganda extemporânea. 4. Pode o TSE fornecer ao diretório do 
partido a lista atualizada dos seus filiados, porém, sem indicação de 
endereço (art. 29, Res.-TSE 21.538/2003 e art. 19 da Lei nº 9.096/95). 5. O 
Partido pode utilizar verbas do Fundo Partidário para pagamento de gastos 
com a referida propaganda intrapartidária, alocando-os nas rubricas 
previstas nos incisos I e/ou IV do art. 44 da Lei nº 9.096/95 (v.g. 
manutenção dos serviços do partido). 6. O Partido pode receber doações de 
pessoas físicas ou jurídicas para financiar a propaganda intrapartidária, bem 
como para a realização das prévias partidárias, nos termos do art. 39, 
caput, c.c. o § 1°, da Lei nº 9.096/95. 7. O postulante à candidatura a cargo 
eletivo não pode receber doações de pessoas físicas ou jurídicas para 
financiar a sua propaganda intrapartidária, uma vez que não ostenta a 
condição de candidato (art. 23, caput, da Lei nº 9.504/97 e art. 19, §1°, da 
Lei nº 9.504/97). 8. A Justiça Eleitoral pode fornecer urnas eletrônicas ao 
partido político para a realização de suas prévias, nos termos do art. 1° do 
CE e da Res.-TSE nº 22.685/DF. (TSE - Consulta nº 1.673 - Resolução nº 
23.086 - ReI. Min. Félix Fischer - j. 24.03.2009). 
 
Em síntese, não obstante a proibição de propaganda antes de 6 de julho, o §1º, do art. 36 da Lei nº 9.504/97, permite ao postulante a candidatura a cargo eletivo 
(pré-candidato), realizar, na quinzena anterior à escolha pelo partido, propaganda 
intrapartidária com vista à indicação de seu nome em convenção, ficando vedado o 
uso de rádio, televisão e outdoor. 
 
JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA 
 
(...) Possibilidade de realização de convenção para escolha de candidatos a 
prefeito, vice-prefeito, vereadores e aprovação da coligação em duas 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
22 
 
etapas. Inexistência de obrigatoriedade de realização de uma única 
convenção para escolha de candidatos ao pleito eletivo (Precedente: 
Resolução nº 16.403, de 17.04.90). (TSE, Resolução nº 18.135, de 
12/5/1992, Rel. Min. MARCO AURÉLIO) 
Partido político. Convenções regionais. Realização fora da capital do estado 
e em qualquer dia da semana. Eleições de 1990. Convenções regionais 
destinadas à escolha de candidatos e deliberação sobre coligações poderão 
realizar-se em outra cidade do estado que não a capital, bem como em 
qualquer dia da semana (Precedente: Resolução nº 15.274) (TSE, 
Resolução nº 16.570, de 5/6/1990, Rel. Min. ROBERTO ROSAS). 
Partido político. Convenção nacional. Escolha de candidatos a cargos 
eletivos. Local de realização. A convenção nacional de partido político para 
escolha de candidatos a cargos eletivos poderá ser realizada fora de 
Brasília, diante da inexistência de qualquer dispositivo legal que imponha o 
contrário (...) (TSE, Resolução nº 15.274, de 23/5/1989, Rel. Min. AMÉRCIO 
LUZ). 
(...) Não demonstrada a existência de prejuízo, não há que se declarar 
nulidade do ato que atinge os objetivos a que se propôs. (...). (TSE, Acórdão 
nº 11.147, de 16/8/1990, Rel. Min. PEDRO ACIOLI). 
 
4.3 Propaganda política e eleitoral 
OLIVAR CONEGLIAN (2010, p. 19) conceitua propaganda política como 
aquela que se desenvolve em torno de temas políticos, entendida a ‘política’ em seu 
mais amplo sentido. 
Para EDMUNDO BRANDÃO DANTAS (2010, p. 47), a propaganda política é 
uma ferramenta de comunicação utilizada pelo marketing político para mostrar aos 
eleitores, na fase eleitoral, o que o candidato pretende fazer e, na fase pós-eleitoral, 
o que o político eleito está fazendo. 
CARLOS ALBERTO RABAÇA e GUSTAVO GUIMARÃES BARBOSA (2002, 
p. 598) a definem da seguinte forma: “Modalidade de propaganda caracterizada pela 
comunicação persuasiva com fins ideológicos. Tem por objetivo a conquista e a 
conservação do poder.” 
ANTÔNIO HÉLIO SILVA (2004, p. 37) qualifica propaganda eleitoral como: 
“aquela feita tanto pelo partido quanto pelo candidato, durante toda a campanha 
eleitoral, para obter a simpatia e adquirir adeptos para determinada candidatura a 
cargo eletivo”. 
O Tribunal Superior Eleitoral, nos acórdãos nº 16.183, de 17.2.2000, nº 
15.732, de 15.4.1999 (rel. Min. Eduardo Alckmin), e nº 16.426, de 28.11.2000 (rel. 
Min. Fernando Neves), define ato de propaganda eleitoral nos seguintes termos: 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
23 
 
Entende-se como ato de propaganda eleitoral aquele que leva ao 
conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo 
que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou 
razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício 
de função pública. Sem tais características, poderá haver mera promoção 
pessoal, apta, em determinadas circunstâncias a configurar abuso de poder 
econômico, mas não propaganda eleitoral. 
 
Podem ser encontrados outros conceitos sobre propaganda política e 
partidária em Cerqueira (2007, p. 93); Costa (2008, p. 518); Lins (2006, p. 42); 
Miranda (2004, p. 21); e Ramayana (2009, p. 782). 
Em síntese, propaganda eleitoral é a que visa a captar o voto do eleitor, com 
o fim de conquistar mandato eletivo. É o método mais democrático e contundente de 
apelo ao eleitor, com o desiderato de obter a simpatia e o crédito da confiança do 
titular da capacidade eleitoral ativa. A propaganda eleitoral consiste na força motriz 
de todo o processo eleitoral, na medida em que é o método de maior aproximação 
entre o candidato e seu público-alvo (eleitor). É através da propaganda eleitoral, em 
suas mais diversas matizes, que o candidato faz veicular suas propostas para o 
exercício de mandato, postulando, assim, a manifestação expressa de apoio dos 
eleitores, através do respectivo voto (ZÍLIO, 2012). 
JOEL JOSÉ CÂNDIDO (2006, p. 153) ensina que a propaganda política se 
rege pelos seguintes princípios: 
a) da legalidade (a propaganda rege-se por norma federal, cogente, de ordem 
pública e com incidência erga omnes). 
b) da liberdade (é livre o direito à propaganda, na forma que dispuser a lei). 
c) da responsabilidade (toda propaganda é de responsabilidade dos partidos e 
coligações, solidários com os candidatos e adeptos nos abusos e excessos). 
d) igualitário (todos têm direitos iguais à propaganda, gratuita ou onerosa). 
e) da disponibilidade (todos – partidos, coligações, candidatos e adeptos – 
podem dispor da propaganda lícita, já que a ilícita é punida pelo Estado). 
f) do controle judicial da propaganda (incumbe exclusivamente à Justiça 
Eleitoral a aplicação das regras jurídicas sobre propaganda, inclusive o exercício de 
seu poder de polícia). 
Por ouro lado, FÁVILA RIBEIRO (1996) observa que a propaganda eleitoral 
se desdobra em três fases, quais sejam: a da estratégia ofensiva, do aguçamento a 
reações instintivas e a da indução a condicionamentos psicológicos. 
 
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24 
 
Atualmente, a propaganda eleitoral tem seu fundamento legal a partir do art. 
36 da LE, além dos dispositivos ainda vigentes do Código Eleitoral e das resoluções 
editadas pelo TSE a cada pleito. Além da propaganda eleitoral lícita, são 
reconhecidas a propaganda eleitoral irregular, a extemporânea e a criminosa. 
A propaganda eleitoral irregular é a que é realizada com ofensa direta ao 
texto de lei, sem que, contudo, adquira a relevância de tipo penal. Assim, v.g., a 
propaganda mediante outdoors, a partir da edição da Lei nº 11.300/06, é vedada e 
adquire a conotação de propaganda irregular, devendo ser apurada através de 
representação, com a observância do procedimento previsto no art. 96 da LE. 
A sanção para a propaganda eleitoral irregular depende da norma de direito 
material violada, podendo se revelar através da aplicação da multa, quando houver 
previsão legal (inexiste previsão de sanção pecuniária por propaganda eleitoral 
irregular – não criminal – veiculada em desacordo com o CE, sendo cabível a 
utilização do poder de polícia para cessar essa espécie de propaganda), além da 
retirada da propaganda, suspensão da programação da emissora, subtração ou 
perda do tempo destinado à propaganda ou, ainda, impedimento à apresentação do 
programa (ZÍLIO, 2012). 
O Código Eleitoral, no Título II, sob a nomenclatura atécnica de “propaganda 
partidária”, mantémhígidas diversas normas que disciplinam a propaganda eleitoral, 
estabelecendo limitações e regramentos aos participantes do processo eleitoral. 
Assim, estabelece o art. 242 do CE, em sua primeira parte, que “a propaganda, 
qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionará sempre a legenda 
partidária e só poderá ser feita em língua nacional”. A exigência da menção à 
legenda partidária visa a evitar a circulação e divulgação de propaganda eleitoral 
apócrifa, estabelecendo a responsabilidade das agremiações partidárias – bem 
como dos candidatos ou terceiros, quando for o caso – pelas propagandas 
veiculadas. Neste passo, a veiculação de propaganda eleitoral sem a identificação 
da legenda partidária é considerada ilegal pela legislação, ainda que tenha correção 
em seu conteúdo. 
Para FÁVILA RIBEIRO (1996, p. 53), a exigência de veiculação de 
propaganda eleitoral com a legenda partidária 
 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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25 
 
procura elevar o nível da disputa, impedindo que se amesquinhe com 
dilacerações pessoais, de uns candidatos contra outros, mas figurando em 
primeiro plano os antagonismos partidários, com as suas ideias e 
interesses, recaindo a responsabilidade diretamente sobre as respectivas 
agremiações. 
 
De outra parte, a exigência de veiculação de propaganda eleitoral apenas na 
língua portuguesa prestigia a clareza de comunicação com o eleitor e guarda 
coerência com o sistema adotado pela legislação, seja em face da criminalização da 
conduta ou pela possibilidade de busca e apreensão do material utilizado (art. 335, 
caput e § único, do CE). 
Da mesma forma, o art. 242 do CE, em sua parte final, veda a divulgação de 
propaganda eleitoral que empregue “meios publicitários destinados a criar, 
artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais”. 
Esteia-se a proscrição legal na necessidade de evitar a utilização de 
propaganda como meio de coação que afete, de qualquer modo, a vontade livre e 
consciente do eleitor, no momento do exercício do voto. Veda-se, em suma, o uso 
da propaganda com o artifício psicológico de desvirtuamento da opção de vontade 
do eleitor. Com efeito, sendo a liberdade de manifestação do eleitor, através do voto, 
o mais valioso instrumento democrático a ser preservado pela legislação eleitoral, 
compreende-se a limitação legal que estabelece a veiculação de propaganda 
eleitoral que crie na opinião pública “estados mentais, emocionais ou passionais”. 
Dispõe o art. 243 do CE que não será tolerada propaganda: 
I. de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a ordem política e 
social ou de preconceitos de raça ou de classes; 
II. que provoque animosidade entre as forças armadas ou contra elas, ou delas 
contra as classes e instituições civis; 
III. de incitamento de atentado contra pessoa ou bens; 
IV. de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem 
pública; 
V. que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro, dádiva, 
rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza; 
VI. que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos de instrumentos 
sonoros ou sinais acústicos; 
 
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26 
 
VII. por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou rústica 
possa confundir com moeda; 
VIII. Que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas 
municipais ou a outra qualquer restrição de direito; 
IX. que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como órgãos ou 
entidades que exerçam autoridade pública. 
O legislador estabeleceu que a divulgação de propaganda eleitoral com 
ofensa aos incisos previstos no art. 243 do CE afeta o interesse da coletividade e, no 
particular, do eleitor, que é o público-alvo da publicidade eleitoral lícita. Os incisos I, 
II, III e IV demonstram a origem histórica em que foi concebido o Código Eleitoral, 
sob influência do regime militar, que então aportava ao poder. O inciso V coaduna-
se com a preocupação do legislador em preservar a higidez da liberdade de 
manifestação do voto do eleitor e, de modo surpreendente, guarda harmonia com as 
mudanças levadas a efeito pela Lei nº 11.300/06, notadamente o disposto nos art. 
23, § 5°, e 39, § 6°, ambos da LE. O inciso VI guarda coerência com as normas 
atinentes ao Código de Posturas municipais e ambientais, sendo necessário, ainda, 
harmonizar o presente dispositivo com a regra que permite a veiculação de 
propaganda eleitoral através de alto-falantes e comícios e sem afastar a 
possibilidade de o excesso na veiculação da propaganda acústica caracterizar 
contravenção penal. O inciso VII objetiva evitar a utilização da fraude na propaganda 
eleitoral, ao passo que a proscrição do inciso VIII é importante norma que busca a 
proteção da estética urbana e ambiental, enquanto o disposto no inciso IX, em 
verdade, coaduna-se com a proteção à honra de pessoas ou órgão e entidades que 
exerçam autoridade pública. 
O rol previsto pelo art. 243 do CE, segundo FÁVILA RIBEIRO (1996, p. 55), 
“indica terminante proibição a um expressivo elenco de configurações de atitudes 
atentatórias, em níveis demasiadamente graves à segurança”, sendo plenamente 
justificável a proscrição legal “para não deixar que a propaganda eleitoral se afaste 
por completo de suas finalidades essenciais”. 
“Aos partidos políticos, coligações e candidatos será vedada a utilização de 
simulador de urna eletrônica na propaganda eleitoral”. (art. 80 da Res. nº 23.370/11). 
A norma, prevista apenas em resolução do TSE, em suma, objetiva evitar que o uso 
 
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27 
 
de simulador da urna eletrônica, em ato de propaganda eleitoral, cause qualquer 
forma de confusão ou prejuízo ao eleitor no momento do exercício do voto. Dito de 
outro modo, não se permite que o sugestionamento do eleitor seja levado a efeito 
por meio de propaganda eleitoral realizada com simulador de urna eletrônica. 
Porque não prevista sanção pecuniária, em caso de descumprimento da norma, 
possível, apenas, postular-se a cessação da conduta (ZÍLIO, 2012). 
A propaganda extemporânea, de outro turno, é espécie de propaganda 
eleitoral irregular caracterizada pela sua veiculação antecipada, ou seja, antes do 
período legal permitido, que é previsto no art. 36 da LE. Também deve ser apurada 
através de representação, com a observância do procedimento do art. 96 da LE, 
sendo prevista a sanção pecuniária, além da cessação da conduta irregular. 
Por fim, a propaganda eleitoral criminosa é aquela propaganda eleitoral 
irregular, mas que, pela gravidade do bem jurídico ofendido, possui status de tipo 
penal, devendo ser apurada através de ação penal pública incondicionada, com a 
observância do procedimento previsto nos arts. 356 e seguintes do CE ou na Lei nº 
8.038/90 (quando houver hipótese de foro privilegiado). 
 
4.3.1 Prazo inicial da propaganda 
A propaganda eleitoral lícita somenteé permitida após o dia 05 de julho do 
ano da eleição (art. 36, caput, da LE). A regra estabelecida na Lei das Eleições 
inovou em relação à previsão do Código Eleitoral, o qual permitia a veiculação de 
propaganda eleitoral após a escolha do nome em convenção partidária, na forma 
estatuída pelo derrogado caput do art. 240. Ao estabelecer prazo uniforme para o 
início da propaganda eleitoral a lei objetiva atender o princípio da isonomia entre os 
candidatos, na medida em que estabelece data única para o desencadeamento do 
processo eleitoral e termina com a possibilidade de, ao final de cada escolha em 
convenção, ter o início atos de propaganda. 
Na propaganda de candidatos a cargo majoritário, deverão constar, também, 
o nome dos candidatos a vice ou a suplentes de Senador, de modo claro e legível, 
em tamanho não inferior a 10% (dez por cento) do nome do titular (art. 36, § 4°, da 
LE). A regra, introduzida pela Lei nº 12.034/09 e inserta no tópico “da propaganda 
eleitoral em geral”, é aplicável a todas as modalidades de propaganda eleitoral e 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
28 
 
busca dar conhecimento ao eleitor da composição completa da chapa que disputará 
o pleito majoritário, na medida em que, invariavelmente, dada sua condição 
acessória, o nome do vice ou suplente é relegado a plano secundário e sequer 
mencionado na propaganda. O não cumprimento da norma importa em busca e 
apreensão do material, já que não existe sanção pecuniária prevista. 
 
4.3.2 Da propaganda extemporânea 
Se veiculada em período antecedente ao previsto em lei, ou seja, antes de 
06 de julho, a propaganda se caracteriza como extemporânea ou antecipada e está 
sujeita à multa (art. 36, § 3°, da LE), sem prejuízo da apuração de eventual abuso. 
A Lei nº 12.034/09 deu nova redação ao § 3° do art. 36 da LE reduzindo os 
valores mínimos e máximos da multa por propaganda eleitoral: na redação originária 
da Lei das Eleições, os valores da multa variavam entre 20.000 à 50.000 UFIRs. 
Agora, com a nova redação, os valores passam a ser entre R$ 5.000,00 e R$ 
25.000,00. 
Tratando-se de regra mais benéfica ao infrator a norma tem efeito retroativo, 
alcançando todos os processos judiciais ainda em andamento quando da vigência 
da norma; havendo sentença de mérito proferida, com o esgotamento da jurisdição, 
é possível buscar a aplicação retroativa na Instância Superior. Porém, a 
retroatividade não alcança os processos já definitivamente julgados, em face à coisa 
julgada. De outra parte, descabida a aplicação de multa aquém do mínimo legal, já 
que ausente previsão normativa específica; assim, a aplicação de multa abaixo do 
mínimo fixado em lei fere o princípio da legalidade (ZÍLIO, 2012). 
Na esteira do preconizado pelo TSE, 
 
entende-se como ato de propaganda eleitoral todo aquele que leva ao 
conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo 
que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou 
razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício 
de função pública. Sem tais características, poderá haver mera promoção 
pessoal, apta, em determinadas circunstâncias, a configurar abuso de poder 
econômico, mas não propaganda eleitoral (Recurso Especial Eleitoral nº 
16.183 - ReI. Eduardo Alckmin - j. 17.02.2000). 
 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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29 
 
Também é possível a caracterização de propaganda eleitoral extemporânea na 
veiculação indevida da propaganda partidária (Lei nº 9.096/95) e da propaganda 
intrapartidária. O TSE entendeu que 
 
o fato de o acesso a eventual mensagem contida em sítio da internet 
depender de ato de vontade do internauta não elide a possibilidade de 
caracterização da propaganda eleitoral extemporânea, caso nela conste 
‘pedido de votos, menção ao número do candidato ou ao de seu partido ou 
qualquer outra referência à eleição’ (Recurso em Representação nº 203745 
- ReI. Marcelo Ribeiro - j. 17.03.2011). 
 
Atualmente, a Lei nº 12.034/09 acrescentou o art. 36-A na LE que 
estabelece quatro hipóteses que não se caracterizam como propaganda eleitoral 
antecipada, a saber: 
 
I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em 
entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na 
internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, 
desde que não haja pedido de votos, observado pelas emissoras de rádio e 
de televisão o dever de conferir tratamento isonômico; (Incluído pela Lei nº 
12.034, de 2009); 
II - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente 
fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos 
processos eleitorais, planos de governos ou alianças partidárias visando às 
eleições; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009); 
III - a realização de prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos 
de comunicação intrapartidária; ou (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009); 
IV - a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde 
que não se mencione a possível candidatura, ou se faça pedido de votos ou 
de apoio eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009). 
 
JOEL JOSÉ CÂNDIDO (2006, p. 444), no desiderato de evitar punições 
injustas, propõe um termo limitador para a configuração da propaganda eleitoral 
antecipada, aduzindo ser razoável a fixação de um prazo, coincidente com o tempo 
máximo previsto para desincompatibilização (ou seja, seis meses antes do pleito), 
antes do qual não há que se cogitar de propaganda extemporânea. Assim, somente 
restaria caracterizada a propaganda eleitoral extemporânea no período 
compreendido entre seis meses antes do pleito (isto é: abril) até – inclusive – o dia 
05 de julho do mesmo ano. A propaganda realizada antes deste termo não viola a 
normalidade e legitimidade das eleições ou o princípio igualitário, sendo descabido 
sancionamento destas condutas que seriam coibidas, conforme o mesmo autor 
mencionado anteriormente, 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
30 
 
só com a aplicação do poder de polícia eleitoral e advertência quanto ao 
crime do art. 347 do Código Eleitoral. Se, mesmo assim, não se conseguir 
admoestar o infrator, daí sim, independentemente de datas, poder-se-ia 
processá-lo e, eventualmente, aplicar-lhe a multa eleitoral prevista no 
dispositivo. 
 
JOSÉ JAlRO GOMES (2011, p. 325), de seu turno, propõe como delimitador 
“o mês de janeiro do ano das eleições”, já que antes disso ocorre a “diluição de 
eventual influência que a comunicação possa exercer na disputa, de forma a 
desequilibrá-la”. 
Compreende-se as razões que motivaram a sugestão de um critério 
delimitador para a caracterização da propaganda eleitoral extemporânea. Contudo, 
vai longe o tempo em que o caráter eminentemente preventivo se revelou suficiente 
para conter os abusos na esfera especializada. Ao revés, a realidade demonstra 
que, para conter os ilícitos eleitorais, deve-se ter

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