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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO .................................................................................... 2 UNIDADE 2 – CONVENÇÃO PARTIDÁRIA .............................................................. 3 UNIDADE 3 – REGISTRO DE CANDIDATO ............................................................. 9 UNIDADE 4 – PROPAGANDA PARTIDÁRIA/ELEITORAL .................................... 12 4.1 PROPAGANDA PARTIDÁRIA .................................................................................. 14 4.2 PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA ......................................................................... 19 4.3 PROPAGANDA POLÍTICA E ELEITORAL ................................................................... 22 4.3.1 Prazo inicial da propaganda ..................................................................... 27 4.3.2 Da propaganda extemporânea ................................................................. 28 4.4 MODALIDADES DE PROPAGANDA ELEITORAL ......................................................... 30 UNIDADE 5 – DIREITO DE RESPOSTA ................................................................. 41 UNIDADE 6 – PESQUISAS ELEITORAIS ............................................................... 50 UNIDADE 7 – ARRECADAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS ............................. 56 7.1 ARRECADAÇÃO ................................................................................................. 56 7.2 PRESTAÇÃO DE CONTAS..................................................................................... 62 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 67 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO O processo eleitoral é concebido como um conjunto de regras, coordenadas entre si, que objetivam disciplinar os aspectos materiais necessários ao exercício do sufrágio e se desenvolvem desde as normas de convenção partidária, passando pelo pedido de registro de candidato (e as correlatas condições de elegibilidade e inelegibilidade), arrecadação e gastos de campanha, pesquisa eleitoral, propaganda eleitoral e, também, pelo momento da votação e do escrutínio, prestação de contas, culminando com a diplomação dos eleitos. No entendimento de JOEL JOSÉ CÂNDIDO (2006), o processo eleitoral strictu sensu possui a fase preparatória, de votação-totalização e a diplomação. Pois bem, esta brevíssima introdução mostra os assuntos a serem tratados neste módulo. Começaremos obviamente pelos atos da convenção partidária, o registro dos candidatos, uma ênfase maior na propaganda eleitoral, o direito de resposta, as pesquisas eleitorais e, por fim, a arrecadação e prestação de contas. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 UNIDADE 2 – CONVENÇÃO PARTIDÁRIA Encontra-se na Lei nº 9.504/97 as normas que tratam da convenção partidária para escolha dos candidatos e formação das coligações partidárias, a qual se coaduna com o princípio da liberdade e autonomia partidária, insculpido na CF (art. 17, § 1º). A convenção partidária é o órgão máximo de deliberação de cada partido político. É na convenção que os filiados à determinada agremiação partidária, denominados “convencionais”, irão se reunir para discutir e decidir sobre a escolha dos candidatos aos cargos majoritários e proporcional e a formação de coligações, iniciando-se, assim, a primeira fase preparatória do processo eleitoral. Nas convenções partidárias, os partidos políticos também poderão deliberar sobre a escolha de delegados ou representantes, fixação dos valores máximos de gastos por cargo, etc. Todas as deliberações ocorridas deverão constar da ata da respectiva convenção partidária (Lei nº 9.504/97). As convenções partidárias dependerão, nas suas características, da natureza da eleição que se realizará. Assim, existem três tipos de convenções, a saber: 1. Convenções municipais – para escolha dos candidatos do partido ou coligação que irão concorrer nas eleições municipais (Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores). 2. Convenções regionais ou estaduais – para escolha dos candidatos às eleições gerais (Governador, Vice-Governador, Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais ou Distritais). 3. Convenções nacionais – para escolha dos candidatos às eleições nacionais (Presidente e Vice-Presidente da República) (SILVA, 2002, p. 24). Em suma, em se tratando de eleição municipal, a convenção será realizada pelo diretório municipal da respectiva agremiação partidária; para as eleições federais e estaduais a convenção será realizada pelo diretório estadual; no caso de eleições nacionais, a respectiva convenção será feita pelo diretório nacional. Cumpre observar, ainda, que no caso de coligações, esta pressupõe a realização de tantas convenções autônomas quantos sejam os partidos políticos a Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 coligar-se, não sendo admitida uma convenção unificada entre todas as agremiações coligadas (SILVA, 2002). A Lei nº 12.034/09 deu nova redação ao § 2º do art. 7º da LE, sendo que, agora, anulação da deliberação sobre coligações pode ocorrer quando a convenção partidária de nível inferior se opuser às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional – e não mais pela convenção nacional. Portanto, atualmente, é desnecessária a convocação de uma convenção nacional para estabelecer as diretrizes sobre coligações, bastando que o órgão de direção nacional, com base no contido no estatuto partidário, determine às instâncias inferiores as regras a serem observadas para o fim de coligação (ZÍLIO, 2012). Também previsto no § 3º do art. 7º da LE, com redação dada pela Lei nº 12.034/09 “as anulaçõesde deliberações dos atos decorrentes de convenção partidária”, em conformidade com o § 2º, “deverão ser comunicadas à Justiça Eleitoral no prazo de 30 (trinta) dias após a data limite para o registro de candidatos”. Tal mudança possibilita transparência para os atos de substituição a serem procedidos, facultando aos interessados as adequadas medidas de fiscalização, notadamente no que concerne ao preenchimento das condições de elegibilidade, registrabilidade e à inexistência de causas de inelegibilidades. É comum algumas agremiações partidárias realizarem, antes das convenções, as denominadas “prévias eleitorais”, isto é, pesquisas realizadas no âmbito interno do respectivo partido político com o objetivo de se aferir as opiniões dos seus filiados sobre a escolha de candidatos, fazendo um tipo de seleção prévia, bem como traçar os rumos a serem seguidos nas próximas eleições. Segundo jurisprudência do egrégio Tribunal Superior Eleitoral, as prévias eleitorais não podem substituir a convenção partidária. A chamada “candidatura nata”, originariamente prevista no § 1º, do artigo 8º, da Lei nº 9.504/97, foi suspensa em 2002, por força de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2530-9. Antes dessa decisão, o candidato que já exercia cargo eletivo não precisava passar pela convenção do partido para concorrer ao mesmo cargo. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 Para ser candidato a algum cargo eletivo, como regra geral, o cidadão deverá ter o seu nome escolhido em convenção partidária. O Tribunal Superior Eleitoral já decidiu, entretanto, que no caso de preenchimento de vaga remanescente, não há que se exigir que o nome do candidato conste da ata da convenção. Os órgãos de direção partidária poderão preencher tais vagas por meio de ato formal de sua executiva regional/municipal (TSE, Acórdão 20.067, de 10/09/2002, Rel. Min. FERNANDO NEVES; Acórdão nº 165 de 1/9/98, rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA). Também não se convoca nova convenção partidária para se ultimar a substituição de candidato em caso de renúncia, falecimento, indeferimento de registro, declaração de inelegibilidade ou outro impedimento legal. Em tais hipóteses, a comissão executiva da respectiva agremiação partidária poderá indicar o candidato substituto. Abaixo temos alguma jurisprudência sobre o assunto: Partidos políticos. ‘Convenção conjunta’ com vistas à coligação e a escolha de candidatos. Impossível a votação promíscua de convencionais de dois ou mais partidos, pois a coligação pressupõe tantas deliberações convencionais autônomas quantos sejam os grêmios partidários a coligar- se. Inadmissível, também, a direção unificada das várias convenções. (TSE, Resolução nº 14.413, de 14/7/1988, Rel. Min. TORQUATO JARDIM) Prévias eleitorais. Pesquisas de opinião internas dos partidos. Realização antes de 5 de julho. Possibilidade. 1. Os partidos políticos podem realizar, entre seus filiados, as chamadas prévias eleitorais, destinadas a buscar orientação e fixar diretrizes, inclusive sobre escolha de candidatos. 2. A eventual divulgação, pelos veículos de comunicação, dos resultados da consulta interna, não caracteriza, em princípio, propaganda eleitoral antecipada. (TSE, Acórdão nº 20.816, de 19/06/2001). (...) é conditio sine qua non para a concessão do registro a escolha do nome do candidato em convenção partidária. (...) (TSE, Acórdão nº 165 de 1/9/98, rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA; no mesmo sentido o Acórdão nº 15.370, de 25.8.98, rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA). Registro de candidato. Vaga remanescente. Candidato não escolhido em convenção. Desnecessidade. Preenchimento pelos órgãos de direção partidária. Possibilidade. (...) (TSE, Acórdão nº 20.067, de 10/09/2002, Rel.: Min. FERNANDO NEVES) Consulta. Candidatos a governador e vice vinculados a partidos políticos distintos. Coligação. Morte do titular. Sucessão. Hipóteses possíveis. Respostas correspondentes. a) Se o evento morte ocorrer após a convenção partidária e até o dia do primeiro turno da eleição, a substituição dar-se-á por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos políticos coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 partido integrante da coligação, desde que o partido ao qual pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência. (...) (TSE, Resolução nº 22.236, de 8.6.2006, rel. Min. CEZAR PELUSO). As convenções partidárias destinadas a deliberar sobre a escolha de candidatos e a formação de coligações devem ser realizadas no período de 10 a 30 de junho do respectivo ano eleitoral (Lei nº 9.504/97, art. 8º, caput). Note-se que a convenção partidária deve ocorrer dentro do período estabelecido no artigo 8º, caput, da Lei nº 9.504/97, ou seja, entre os dias 10 a 30 de junho, não havendo, contudo, qualquer impedimento para que a mesma ocorra em duas ou mais etapas, isto é, em várias datas dentro do referido período estabelecido na Lei Eleitoral, conforme inclusive já decidiu o egrégio Tribunal Superior Eleitoral. Uma vez realizada a convenção partidária, o partido político ou coligação já poderá requerer, de imediato, o registro dos seus candidatos. Portanto, os órgãos da Justiça Eleitoral já devem estar aptos a receber e processar os pedidos de registro de candidatura a partir do dia 10 de junho do ano eleitoral. Relativamente ao local, a convenção nacional pode ser realizada em qualquer Estado da Federação, não havendo obrigatoriedade de que a mesma ocorra na capital federal (Brasília). No mesmo sentido, a convenção regional pode ser realizada em qualquer Município do respectivo Estado. Já no tocante à convenção municipal, esta, em regra, deve ser realizada dentro do território do respectivo município. Todavia, não se deve anular a convenção municipal realizada em território de outro município se não houve qualquer prejuízo ou reclamação dos convencionais e se a mesma atingiu os objetivos a que se propôs. O partido político poderá usar, gratuitamente, prédios públicos para a realização de suas reuniões ou Convenções, desde que comunique por escrito ao responsável pelo respectivo local, com antecedência mínima de 72 horas, a intenção de ali realizar a respectiva convenção, responsabilizando-se por eventuais danos causados com a realização do evento. Na hipótese de coincidência de datas, prevalecerá a comunicação protocolada primeiro (Lei nº 9.096/95, art. 51; Lei n° 9.504/97, art. 8°, § 2°)1. 1 O artigo 73, I, da Lei 9.504/97 prescreve que é proibido aos agentes públicos, servidores ou não, ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de Convenção Partidária. É de se notar, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas dearmazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 Conforme dicção do artigo 17, § 1º, da Constituição da República c/c artigo 3º, da Lei nº 9.096/95, os partidos políticos são livres para definirem sua estrutura interna, organização, funcionamento e fixarem as condições e a forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas. O estatuto partidário é a norma interna de cada partido político. Através dos seus estatutos, os partidos políticos poderão criar sua estrutura interna, estabelecer critérios para a realização de suas convenções, convocação dos convencionais, quorum para instalação da assembleia e deliberação, formação de coligações, escolha dos seus respectivos pré-candidatos a cargos eletivos, podendo ainda fixar prazo de filiação maior do que o previsto na Lei Eleitoral para que o filiado possa concorrer na convenção, etc. Portanto, as decisões tomadas em convenção relativamente a escolha e substituição de candidatos e formação de coligações serão feitas, a princípio, de acordo com o estatuto partidário, observadas as disposições da Lei Eleitoral (Lei nº 9.096/95, art. 15, VI; Lei nº 9.504/97, art. 7º, caput). Em caso de omissão do estatuto, caberá ao órgão de direção nacional do partido político estabelecer as regras sobre a escolha de candidatos e formação de coligações, publicando-as no Diário Oficial da União até 180 dias antes das eleições e encaminhando-as ao Tribunal Superior antes da realização das convenções (Lei nº 9.504/97, art. 7º, § 1º). Em suma, por força do princípio da autonomia partidária previsto na Constituição da República (art. 17, § 1º) e na Lei nº 9.096/95 (art. 3º), prevalecem os estatutos dos partidos políticos com vistas às regras para disputas convencionais, substituição de candidatos e formação de coligações. Havendo omissão estatutária, caberá ao órgão de direção nacional do partido estabelecer supletivamente tais normas, publicando-as no Diário Oficial da União até 180 dias antes das eleições. Observe-se, todavia, que não há qualquer sanção prevista na Lei Eleitoral para o partido que deixar de observar esse prazo de 180 dias, razão pela qual a Justiça Eleitoral não indeferirá o registro dos seus candidatos se nenhum dos contudo, que esta ressalva diz respeito apenas ao uso de bens públicos para a realização de convenção, não abrangendo o uso de serviços públicos. A eventual responsabilidade do partido político pelos danos causados ao bem público com a realização das convenções, por ser de natureza exclusivamente civil, deverá ser apurada na Justiça Comum e não na Eleitoral. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 filiados/convencionais reclamar e se não houver qualquer prejuízo (Código Eleitoral, art. 219). A Justiça Eleitoral só deve examinar se os atos de convocação e de realização das convenções obedeceram ao texto estatutário quando for instada a se manifestar por algum dos filiados, já que se trata de matéria interna corporis.2 2 Como regra geral, não cabe à Justiça Eleitoral interferir nas questões internas dos partidos políticos. O estatuto partidário é a norma interna de cada partido. Somente quando as normas estatutárias flagrantemente violarem preceitos constitucionais ou disposições legais é que a Justiça Eleitoral, excepcionalmente, resolverá os conflitos internos dos partidos políticos e seus filiados. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 UNIDADE 3 – REGISTRO DE CANDIDATO Para participar das eleições, os partidos, coligações e candidatos deverão habilitar-se perante o órgão competente da Justiça Eleitoral, mediante o processo de registro de candidatura. É através do processo de registro de candidatura, portanto, que o órgão competente da Justiça Eleitoral irá aferir a regularidade dos partidos e coligações, bem como verificar o preenchimento das condições de elegibilidade e inexistência de inelegibilidade dos candidatos que desejam disputar determinada eleição. Ou seja, escoado o prazo para realização de convenções para escolha de candidatos e deliberação sobre coligações, a próxima fase do processo eleitoral é a do encaminhamento dos pedidos de registro de candidatos. Atualmente, a matéria se encontra regrada pelos artigos 10 a 16 da LE, com a incidência, ainda, de dispositivos do Código Eleitoral, além de resolução editada pelo TSE para cada pleito (ZÍLIO, 2012). Com efeito, o cidadão que deseja ser candidato a algum cargo eletivo deverá antes ter o seu nome escolhido em convenção partidária e, em seguida, ter deferido o registro de sua candidatura pelo órgão competente da Justiça, desde que preencha as condições constitucionais e legais de elegibilidade e não incida em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade3. De acordo com DJALMA PINTO (2006, p. 42), “candidatura registrada significa constatação da elegibilidade pela Justiça Eleitoral e inclusão do nome do candidato entre os concorrentes de determinado certame eleitoral”. De todo modo, o pedido de registro comporta, em verdade, um desdobramento em dois procedimentos distintos: o pedido de registro individual (de cada candidato) e o pedido de registro formulado pela agremiação partidária o coligação. O registro dos atos partidários é considerado processo principal em relação aos pedidos de registro feitos individualmente pelos candidatos. Dada essa relação de dependência dos processos individuais em relação ao processo principal, o julgamento do processo principal (DRAP) precederá ao dos processos individuais de registro de candidatura, devendo o resultado daquele ser certificado nos autos destes (art. 49 da Res. 23.373/11). Assim, o indeferimento do pedido de registro dos 3 Diz o art. 3º, do Código Eleitoral: “Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo, respeitadas as condições constitucionais de elegibilidade e incompatibilidade”. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 atos partidários prejudica a análise dos registros dos candidatos efetuados individualmente (ZILIO, 2012). Em síntese, o pedido de registro partidário, objetiva verificar a regularidade dos atos partidários, possibilitando à agremiação participar do processo eleitoral. Dentre vários pontos interessantes da LE, temos a reserva de vagas por sexo. Art. 3º - Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009). Por consectário, cada um dos sexos – seja o masculino ou o feminino – deve, necessariamente, adstringir-se aos limites mínimos e máximos,sendo descabida qualquer compensação. Caso não preenchidas a totalidade das vagas com o sexo feminino, não é possível completá-las com candidatos do sexo masculino (e vice-versa). Os limites mínimos e máximos de candidaturas de cada sexo devem ser observadas, inclusive, quando do pedido de substituição de candidatos e de indicação das vagas remanescentes (art. 20, § 6º, da Res. nº 23.373/11). § 4º Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou superior. § 5º No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máximo de candidatos previsto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até sessenta dias antes do pleito. Quanto aos prazos, reza o art. 11 da LE, que os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos até as dezenove horas do dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições. O quadro abaixo apresenta um resumo dos prazos de registro de candidatos. Cronograma do registro de candidatos. 1 ano antes das eleições. Registro do partido no TSE. Domicílio eleitoral do candidato na circunscrição da eleição. Filiação partidária do candidato. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 180 dias antes das eleições. Publicação pelo diretório nacional do partido, no Diário Oficial da União, das regras para escolha e substituição de candidatos e realização de coligações (apenas se o estatuto do partido for omisso quanto a esses temas). 10 a 30 de junho do ano da eleição. Criação de órgão de direção partidária na circunscrição do pleito, até a data da realização da convenção. Realização da convenção partidária e escolha dos candidatos. 20 de julho do ano da eleição. Registro, junto à Justiça Eleitoral, dos candidatos escolhidos em convenção. Obs.: Caso o partido não registre algum candidato escolhido em convenção, o próprio candidato poderá requerer o registro em até 48 horas após a publicação da lista de candidatos registrados pelo partido. 60 dias antes das eleições. Limite para apresentação de pedido de substituição de candidato aos cargos disputados pelo sistema proporcional (cargos do Poder Legislativo, exceto Senador). 45 dias antes das eleições. Limite para os Tribunais Regionais Eleitorais enviarem ao TSE as listas de candidatos registrados. Limite para julgamento, em todas as instâncias, e publicação das decisões, dos pedidos de registro de candidatos (inclusive pedidos impugnados). 24 horas antes das eleições. Limite para apresentação de pedido de substituição de candidatos aos cargos disputados pelo sistema majoritário (todos os cargos do Poder Executivo e mais o cargo de Senador). JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA (...) A condição de candidato somente é obtida a partir da solicitação do registro de candidatura. (...) (TSE, Acórdão nº 5.134, de 11/11/2004, Rel.: Min. CAPUTO BASTOS). (...) Ainda que escolhido em convenção partidária, apenas com o registro terá o cidadão constituída a condição subjetiva de candidato (...) (TRE-AL, Acórdão nº 846, de 01/08/1990, Rel.: Juiz Carlos Mero). (...) O postulante à candidatura a cargo eletivo não pode receber doações de pessoas físicas ou jurídicas para financiar a sua propaganda intrapartidária, uma vez que não ostenta a condição de candidato (art. 23, caput, da Lei nº 9.504/97 e art. 19, § 1º, da Lei nº 9.504/97 (...) (TSE, Resolução nº 23.086, de 24/3/2009, Rel.: Min. FELIX FISCHER). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 UNIDADE 4 – PROPAGANDA PARTIDÁRIA/ELEITORAL A propaganda eleitoral é das mais importantes fases do processo eleitoral, na medida em que se traduz em precioso meio de convencimento do eleitor, visando à captação do voto. Em síntese, a propaganda eleitoral pode ser considerada como a força motriz de todo processo eleitoral, porquanto consiste no mais eficaz meio de aproximação do candidato com o seu público-alvo (o eleitor). A medida exata da relevância da propaganda no decorrer do processo eleitoral é demonstrada pelo próprio espaço que a matéria recebe do legislador ordinário, dado que existe nítida vinculação entre a duração da campanha eleitoral e o tempo destinado à propaganda. Em verdade, concebido o processo eleitoral como o interregno de tempo que medeia entre a convenção partidária para escolha dos candidatos e o dia do pleito, poucos dias úteis restam à campanha eleitoral desvinculado da possibilidade de lícita propaganda eleitoral. É inerente ao processo eletivo a possibilidade da utilização de qualquer método persuasivo lícito que objetive a obter a adesão do eleitorado. Neste contexto, aos candidatos é permitida a utilização da propaganda eleitoral, através da divulgação de propostas e planos de governo, com vista a captar o voto do eleitor. A propaganda eleitoral, desde que exercida nos limites da licitude estabelecidos pela legislação (Constituição Federal, Lei das Eleições, Código Eleitoral, resoluções do TSE), é um método necessário e indispensável para o aperfeiçoamento do processo democrático (ZÍLIO, 2012). Pela importância que ostenta a propaganda no processo eleitoral, é elementar a preocupação do legislador em estabelecer regramentos, impor limites e esclarecer procedimentos relativos ao desenvolvimento dos atos de convencimento do eleitor. Porque o legislador regulamentou minudentemente a matéria, impondo amplo controle aos meios de comunicação social (rádio e televisão), invariavelmente surge discussão sobre a constitucionalidade de algumas normas e o limite entre o conteúdo de determinadas decisões judiciais e eventual ato de censura. Embora se reconheça que a prolação de decisões céleres e, em regra, in limine – sob o estreito signo da cognição sumária –, pode, por vezes, trazer provimentos jurisdicionais que não espelham a realidade fática e jurídica, deve-se pontuar que nem todo ato limitador da propaganda eleitoral significa, necessariamente, censura (ZÍLIO, 2012). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 Com efeito, o ato de censura, na esfera eleitoral, se caracteriza como a prévia restrição à divulgação da comunicação de atos ou fatos implementada de modo injustificado, desproporcional ou desarrazoada. Como assentado por FÁVILA RIBEIRO (1993, p. 50), a censura, objeto de enfática vedação constitucional, somente se caracteriza se houver um procedimento que condicione a divulgação de qualquer forma de comunicação ao conhecimento ou análise prévia de seu conteúdo, sejam quais forem as razões invocadas, filosóficas, políticas ou éticas. Não se pode, no entanto, entender como infringente à vedação constitucional, se a autoridade ao momento em que se depara com a ilicitude de uma comunicação, impede a sua continuidade, não a deixando progredir no seu cometimento lesivo, poisse o ato abusivo mais de alastrar mais prejuízos acarretará a terceiros e aos interesses sociais que merecem a tutela legal. Neste norte, o TSE tem defendido que as restrições impostas à propaganda eleitoral não afetam os direitos constitucionais de livre manifestação do pensamento e de liberdade de informação e comunicação (art. 220 da CF/88), os quais devem ser interpretados em harmonia com os princípios da soberania popular e da garantia do sufrágio (Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 35.719 - ReI. Aldir Passarinho - j. 24.03.2011). De qualquer sorte, a tarefa de reconhecer a inconstitucionalidade de ato restritivo de propaganda eleitoral, na análise do caso concreto, é complexa e demanda cautela e ponderação. Nesta senda, não se pode olvidar que a CF alberga, em seu texto básico, o princípio da liberdade de manifestação e informação e, também, o princípio da isonomia (entre os candidatos) e da defesa da normalidade e legitimidade do pleito. Assim, no juízo de tensão entre direitos fundamentais em situação oposta e sem eliminar quaisquer deles, incumbe ao julgador sobrelevar determinado princípio em detrimento de outro. Em face da colisão de direitos fundamentais - v.g., direito de informação e direito à igualdade entre os candidatos – incumbe ao julgador ponderar, tendo por base diretrizes seguras e objetivas. Assim, são dados relevantes a serem considerados pelo julgador, além da adequação jurídica do pedido, v.g.: a (ir)reversibilidade fática e jurídica da situação posta nos autos; o grau de impacto do provimento concessivo ou denegatório da liminar em relação aos personagens do processo eleitoral e ao Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 eleitorado; a proximidade temporal do fato em relação ao dia do pleito (ZÍLIO, 2012, p. 276). 4.1 Propaganda partidária A previsão de utilização dos meios de comunicação social pelos partidos políticos, para finalidade de divulgação e propagação de suas ideologias, possui cunho constitucional. Vejamos: o § 3° do art. 17 da Carta da República estatui que “os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei”; a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), atendendo ao comando constitucional, regulamentou a propaganda partidária, nos artigos 45 a 49, estabelecendo hipóteses de cabimento, vedações, sanções e prevendo os respectivos horários e formas de transmissão; a matéria, igualmente, encontra-se regulamentada pela Resolução nº 20.034/97 do TSE. A legislação prevê a possibilidade de realização de propaganda partidária apenas pelo rádio e televisão, sendo, no entanto, admissível que seja realizada através de outros meios de comunicação social (v.g., imprensa escrita, internet), desde que observadas as limitações previstas na legislação de regência. O TSE assentiu que o partido político pode, em datas comemorativas, fazer propaganda partidária mediante outdoor, ressalvado no segundo semestre do ano eleitoral (Consulta nº 1.704 - ReI. p/acórdão Marcelo Ribeiro - j. 10.02.2011). O que o legislador pretendeu foi estabelecer os temas que podem ser veiculados em sede de propaganda partidária. Assim, a teor do art. 45 da LPP, restou previsto que a propaganda partidária gratuita será realizada para com exclusividade: I. difundir os programas partidários; II. transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido; III. divulgar a posição do partido em relação a temas politico-comunitários. IV. promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 Em síntese, a propaganda partidária objetiva à divulgação dos respectivos programas das agremiações, buscando obter a simpatia ou o engajamento de parte do eleitorado. Partindo da premissa que os partidos políticos se constituem em agremiações que intermedeiam o acesso ao poder por parcela da sociedade civil organizada, é compreensível que seja assegurado àquelas pessoas jurídicas de direito privado o acesso aos meios de comunicação social para divulgação de suas plataformas de consecução do bem público. No entanto, por se tratar de norma que necessita de colmatação pelo legislador ordinário, é razoável o estabelecimento de determinados limites e condicionantes ao exercício do acesso ao direito de antena, dado que a autonomia das agremiações partidárias não é absoluta e, assim, pode (e deve) sofrer limitações, desde que lastreadas em fundamentos razoáveis e que objetivem assegurar o equilíbrio na exposição de ideias às agremiações. Foi com esta aspiração que a própria Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97) estabeleceu que “no segundo semestre do ano da eleição, não será veiculada a propaganda partidária gratuita prevista em lei nem permitido qualquer tipo de propaganda política paga no rádio e na televisão” (art. 36, § 2°). O comando normativo tem um inequívoco caráter desvinculativo, buscando separar a atividade partidária da eleitoral, ainda mais quando em curso a campanha eleitoral. Salutar a preocupação do legislador, já que, permitida a veiculação de propaganda partidária em período eleitoral, possível a utilização indevida de tempo destinado à agremiações sem representatividade pelos partidos políticos dominantes, o que importa na quebra do princípio da isonomia entre os participantes do pleito. A partir da proscrição estabelecida, diminui-se o espaço para negociação com as denominadas siglas de aluguel e se objetiva a prevalência da dialética do debate eleitoral com vista à captação do voto do eleitor. A vedação à veiculação da propaganda política paga, no período glosado, tem por desiderato evitar a ocorrência de abuso do poder econômico, com a sobreposição de determinados grupos com forte poder de capital, culminando por causar indesejável interferência na legitimidade do pleito (ZÍLIO, 2012). A Lei dos Partidos Políticos também demonstra preocupação em não permitir o desvio de finalidade na utilização do tempo destinado ao acesso gratuito Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 do rádio e da televisão pelos partidos políticos. Assim, além de prever as hipóteses de veiculação permitida no horário destinado à propaganda partidária no caput do art. 45, a LPP estabeleceu as seguintes vedações (§ 1°): à participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa (inciso I), à divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos (inciso II) e à utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação (incisoIII); esta última hipótese (inciso III), objetiva à proteção da veracidade do fato divulgado; essa (inciso Il), a estabelecer uma intersecção entre a propaganda partidária e a eleitoral, além de primar pela fidelidade partidária; aquela (inciso I), a dar transparência aos ideais da agremiação partidária, evitando a participação de pessoas estranhas à sua composição. O STF indeferiu liminar que objetivava a declaração de inconstitucionalidade da norma que prevê a impossibilidade de participação de pessoa filiada a partido político diverso (art. 45, § 1°, inciso I, da LPP), entendendo que o acesso ao rádio e à televisão é custeado pelo erário e, assim, a vedação estabelecida pelo legislador ordinário ostenta razoabilidade, na medida em que, caracterizando-se a propaganda partidária como meio de divulgação do programa ideológico-partidário, a participação de filiados a agremiações diversas importa em desvio de finalidade da norma (Medida Cautelar na ADIN nº 2.677 - ReI. Maurício Corrêa - j. 26.02.2002). O TSE, por seu turno, temperou a rigidez da proscrição veiculada pelo inciso I do § 1º do art. 45 da LPP, concluindo pela possibilidade de participação de membro de partido político em propaganda partidária de partido diverso, “desde que se manifeste tão-somente sobre tema de natureza político-comunitária, sem nenhuma repercussão eleitoral ou promoção de seu próprio partido” (Consulta nº 874 - ReI. Ellen Gracie - j. 26.06.2003). ROBERTO AMARAL e SÉRGIO SÉRVULO DA CUNHA (2006, pp. 785/786), ao comentar as restrições traçadas pelo § 1° do art. 45 da Lei nº 9.096/95, observam que por instituído supletivamente o horário gratuito como fórmula de equilíbrio e razoável igualação, devem-se admitir as constrições genéricas impostas pela necessidade de sua disciplina, entre elas as que excluam do âmbito da Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 propaganda partidária tudo aquilo que, na verdade, represente mera promoção pessoal. A gratuidade do acesso dos partidos políticos aos meios de comunicação social (rádio e televisão) deve ser corretamente compreendida, pois, conquanto a agremiação partidária efetivamente não pague pela utilização do horário disponível, as emissoras de rádio e televisão terão direito a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito. É o previsto pelo art. 52, parágrafo único, da LPP. As transmissões serão realizadas em rede nacional ou estadual e na forma de blocos ou inserções (art. 46 da LPP), sendo obrigatória a veiculação dos programas pelas emissoras de rádio e televisão. A veiculação de propaganda partidária em desacordo com o estabelecido no art. 45 da LPP deve ser apurada mediante representação, importando – se procedente a pretensão – na cassação do direito de transmissão, a que o partido faria jus, no semestre seguinte. É o que dispunha o § 2° do art. 45 da LPP, em sua redação originária. Com a edição da Lei nº 12.034/09, a sanção pelo descumprimento do art. 45 da LPP tem a seguinte regra: quando a infração ocorrer nas transmissões em bloco, o partido será punido com a cassação do direito de transmissão no semestre seguinte (art. 45, § 2°, I); quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, o partido será punido com a cassação do tempo equivalente a cinco vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte. Ou seja, atualmente, a sanção a ser imposta ao partido político guarda adequação com a espécie de propaganda partidária veiculada ilicitamente. Portanto, não é prevista sanção pecuniária pela inobservância das normas de propaganda partidária, fato que não tem sido suficiente como delimitador preventivo das ações ilícitas veiculadas. Dito de outro modo, a realidade demonstra que somente uma modificação legislativa, com a imposição de sanção pecuniária aos transgressores do art. 45 da LPP, parece importar em um razoável critério de inibição nas condutas irregulares na divulgação de propaganda partidária, já que a pena atualmente prevista é inócua, seja pelo próprio descrédito da classe política ou pelos pífios índices de audiência logrados pelos programas respectivos (ZÍLIO, 2012). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 Tal conclusão ganha maiores contornos de veracidade quando da proximidade do pleito, época em que os programas partidários travestem-se de verdadeiros atos – antecipados – de propaganda eleitoral. O TSE firmou entendimento de que o ajuizamento de representação pela inobservância do prescrito no art. 45 da Lei nº 9.096/95 pode se dar até o semestre seguinte ao da veiculação do programa impugnado, nos termos do § 2° do referido artigo (Representação nº 1.219 - j. 26/04/2007 - ReI. Asfor Rocha). No entanto, a Lei nº 12.034/09 introduziu o § 4° no art. 45 da LPP, estabelecendo que o prazo para oferecimento da representação encerra-se no último dia do semestre em que for veiculado o programa impugnado, ou se este tiver sido transmitido nos últimos trinta dias desse período, até o 15° dia do semestre seguinte. Portanto, em suma: se a transmissão ocorrer nos últimos trinta dias do semestre, o prazo para ajuizamento da representação por propaganda partidária irregular é até o décimo quinto dia do semestre seguinte; se a transmissão ocorrer em momento anterior aos últimos trinta dias do semestre, o prazo fatal é o último dia do semestre em que veiculado o programa impugnado. A Lei nº 12.034/09 deu nova redação ao § 3° do art. 45 da LPP estabelecendo a competência para julgamento das representações por propaganda partidária irregular. Assim, na dicção legal, a representação será processada e julgada no TSE quando se tratar de programa em bloco ou inserções nacionais e será processada e julgada pelo TRE quando se tratar de programas em bloco ou inserções transmitido no Estado. O §3° do art. 45 da LPP traz a legitimidade exclusiva do partido político para o oferecimento da representação por propaganda partidária irregular (“somente poderá ser oferecida por partido político”). Inevitável, porém, reconhecer a legitimidade do Ministério Público para o ajuizamento da representação, pois é atribuição basilar da instituição a defesa da ordem jurídica e do regime democrático (art. 127, caput, CF). No caso em tela, a inobservância das normas de propaganda partidária é matéria que refoge ao âmbito interno das agremiações, tanto, aliás, que Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 é possível aplicação de sancionamento pelo Poder Judiciário. Nesta alheta, não se revela razoável a subtração da atividade fiscalizatória do Ministério Público, medida que significa deixar a apuração do ilícito ao alvedrio das agremiações partidárias, tornado disponível – ao interesse particular – aquilo que, em verdade, é, por natureza, indisponível (direito à informação do eleitor e observância da legislação federal de propaganda partidária gratuita que é custeada pelo erário público).Deve-se consignar que a legitimidade do Ministério Público, na esfera eleitoral, é reconhecida irrestritamente – com exceção na execução da multa eleitoral. No mesmo norte, ainda, se é reconhecida legitimidade ao Ministério Público para representar pelo cancelamento do estatuto do partido (art. 28, § 2°, da LPP) – que é o mais –, inequívoco conceder a mesma legitimidade para a representação por propaganda partidária irregular – que é o menos (ZÍLIO, 2012, p. 280). A redação dada ao § 5° do art. 45 da LPP, contrariando a regra dos recursos eleitorais, estabelece que o recurso interposto junto ao TSE contra decisão de Tribunal Regional que julgar procedente representação e determinar a cassação do direito de transmissão de propaganda partidária terá efeito suspensivo. Quando a veiculação da propaganda partidária desbordar do desiderato inicial e configurar-se como propaganda eleitoral extemporânea, tem-se concluído pela possibilidade de imposição da sanção pecuniária, prevista no art. 36, § 3°, da LE, sem prejuízo de eventual caracterização do uso indevido dos meios de comunicação (art. 22 LC nº 64/90). O reconhecimento da caracterização da propaganda eleitoral extemporânea, em face ao desvirtuamento da propaganda partidária, tem sido sistematicamente reconhecido pela jurisprudência; notadamente, quando evidenciada a utilização do tempo destinado à agremiação partidária como meio de promoção pessoal e político-eleitoral de futuro candidato a mandato eletivo. 4.2 Propaganda intrapartidária Visa-se, através da propaganda intrapartidária, à escolha do nome do pretenso candidato na convenção partidária. Em síntese, trata-se de propaganda de caráter reservado, restrita aos membros da agremiação, que possuem o direito de participação assegurado internamente pelo respectivo partido político. Em face do seu caráter restrito, a propaganda intrapartidária ostenta limitação temporal e modal. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 Temporal, porque é permitida somente na quinzena anterior à escolha pelo partido; modal, porque é vedado o uso de rádio, televisão e outdoor (art. 36, § 2°, da LE), sendo permitida a afixação de faixas e cartazes em local próximo da convenção, com mensagens aos convencionais (art. 1°, § 1°, da Res. nº 23.370/11). Dito de outro modo, veda-se a veiculação de propaganda intrapartidária através de quaisquer meios de comunicação de massa, na medida em que a veiculação ostensiva da propaganda intrapartidária consubstancia-se, em verdade, no desvirtuamento desta espécie de publicidade que, por definição, é restrita ao âmbito interno da agremiação. Daí que a vedação prevista na lei eleitoral – no uso de rádio, televisão e outdoor – não é taxativa, sendo igualmente proscrito o uso de outras formas de veiculação da propaganda intrapartidária (v.g., imprensa escrita, internet) que permitam a comunicação fora dos estritos limites partidários. A propaganda intrapartidária, quando inobservar os dispositivos previstos na Lei das Eleições, pode se configurar como propaganda eleitoral extemporânea, cabendo a aplicação de sanção pecuniária ao infrator, na forma do art. 36, § 3°, da LE. Neste sentido, o TSE assentou que realizada propaganda antes da convenção partidária visando atingir não só os membros do partido, mas também aos eleitores em geral, caracteriza propaganda eleitoral antecipada, que atrai a aplicação da multa prevista no art. 36, §3°, da Lei das Eleições (Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral n. 26.136 - Rei. Gerardo Grossi - j. 18.12.2007). Por fim, o TSE definiu os limites para a realização das prévias eleitorais pelos partidos políticos, as quais consistem em procedimento interno com o objetivo de estabelecer diretrizes a serem observadas para a formação de coligações e definição da escolha dos candidatos na convenção oficial. CONSULTA. PARTIDO POLÍTICO. PRÉVIAS ELEITORAIS. 1. Quanto à data para realização das prévias, consulta não conhecida, ressalvada a posição do relator. 2. A divulgação das prévias não pode revestir caráter de propaganda eleitoral antecipada, razão pela qual se limita a consulta de opinião dentro do partido. 1) A divulgação das prévias por meio de página na internet extrapola o limite interno do Partido e, por conseguinte, compromete a fiscalização, pela Justiça Eleitoral, do seu alcance. 2) Tendo em vista a restrição de que a divulgação das prévias não pode ultrapassar o âmbito intrapartidário, as mensagens eletrônicas são permitidas apenas aos filiados do partido. 3) Nos termos do art. 36, § 3° da Lei nº 9.504/97, que Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 pode ser estendido por analogia às prévias, não se veda o uso de faixas e cartazes para realização de propaganda intrapartidária, desde que em local próximo da realização das prévias, com mensagem aos filiados. (Nesse sentido, Agravo nº 4.798, ReI. Min. Gilmar Mendes, DJ 05.11.2004; REspe nº19.162, ReI. Min. Costa Porto, DJ 17.08.2001).4) a esteira dos precedentes desta e Corte que cuidam de propaganda intrapartidária, entende-se que somente a confecção de panfletos para distribuição aos filiados, dentro dos limites do partido, não encontra, por si só, vedação na legislação eleitoral. (Agravo nº 5097, ReI. Min. Caputo Bastos, DJ 9.11.2004; REspe nº 19.254, ReI. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 8.5.2001). 5) Assim como as mensagens eletrônicas, o envio de cartas, como forma de propaganda intrapartidária, é permitido por ocasião das prévias, desde que essas sejam dirigidas exclusivamente aos filiados do partido. 6) Incabível autorizar matérias pagas em meios de comunicação, uma vez que ultrapassam ou podem ultrapassar o âmbito partidário e atingir, por conseguinte, toda a comunidade. (ReI. Min. Nelson Jobim, REspe 16.959, DJ 21.5.2001). 3. Os eleitores não filiados ao partido político não podem participar das prévias sob pena de tornar letra morta a proibição de propaganda extemporânea. 4. Pode o TSE fornecer ao diretório do partido a lista atualizada dos seus filiados, porém, sem indicação de endereço (art. 29, Res.-TSE 21.538/2003 e art. 19 da Lei nº 9.096/95). 5. O Partido pode utilizar verbas do Fundo Partidário para pagamento de gastos com a referida propaganda intrapartidária, alocando-os nas rubricas previstas nos incisos I e/ou IV do art. 44 da Lei nº 9.096/95 (v.g. manutenção dos serviços do partido). 6. O Partido pode receber doações de pessoas físicas ou jurídicas para financiar a propaganda intrapartidária, bem como para a realização das prévias partidárias, nos termos do art. 39, caput, c.c. o § 1°, da Lei nº 9.096/95. 7. O postulante à candidatura a cargo eletivo não pode receber doações de pessoas físicas ou jurídicas para financiar a sua propaganda intrapartidária, uma vez que não ostenta a condição de candidato (art. 23, caput, da Lei nº 9.504/97 e art. 19, §1°, da Lei nº 9.504/97). 8. A Justiça Eleitoral pode fornecer urnas eletrônicas ao partido político para a realização de suas prévias, nos termos do art. 1° do CE e da Res.-TSE nº 22.685/DF. (TSE - Consulta nº 1.673 - Resolução nº 23.086 - ReI. Min. Félix Fischer - j. 24.03.2009). Em síntese, não obstante a proibição de propaganda antes de 6 de julho, o §1º, do art. 36 da Lei nº 9.504/97, permite ao postulante a candidatura a cargo eletivo (pré-candidato), realizar, na quinzena anterior à escolha pelo partido, propaganda intrapartidária com vista à indicação de seu nome em convenção, ficando vedado o uso de rádio, televisão e outdoor. JURISPRUDÊNCIA SELECIONADA (...) Possibilidade de realização de convenção para escolha de candidatos a prefeito, vice-prefeito, vereadores e aprovação da coligação em duas Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 etapas. Inexistência de obrigatoriedade de realização de uma única convenção para escolha de candidatos ao pleito eletivo (Precedente: Resolução nº 16.403, de 17.04.90). (TSE, Resolução nº 18.135, de 12/5/1992, Rel. Min. MARCO AURÉLIO) Partido político. Convenções regionais. Realização fora da capital do estado e em qualquer dia da semana. Eleições de 1990. Convenções regionais destinadas à escolha de candidatos e deliberação sobre coligações poderão realizar-se em outra cidade do estado que não a capital, bem como em qualquer dia da semana (Precedente: Resolução nº 15.274) (TSE, Resolução nº 16.570, de 5/6/1990, Rel. Min. ROBERTO ROSAS). Partido político. Convenção nacional. Escolha de candidatos a cargos eletivos. Local de realização. A convenção nacional de partido político para escolha de candidatos a cargos eletivos poderá ser realizada fora de Brasília, diante da inexistência de qualquer dispositivo legal que imponha o contrário (...) (TSE, Resolução nº 15.274, de 23/5/1989, Rel. Min. AMÉRCIO LUZ). (...) Não demonstrada a existência de prejuízo, não há que se declarar nulidade do ato que atinge os objetivos a que se propôs. (...). (TSE, Acórdão nº 11.147, de 16/8/1990, Rel. Min. PEDRO ACIOLI). 4.3 Propaganda política e eleitoral OLIVAR CONEGLIAN (2010, p. 19) conceitua propaganda política como aquela que se desenvolve em torno de temas políticos, entendida a ‘política’ em seu mais amplo sentido. Para EDMUNDO BRANDÃO DANTAS (2010, p. 47), a propaganda política é uma ferramenta de comunicação utilizada pelo marketing político para mostrar aos eleitores, na fase eleitoral, o que o candidato pretende fazer e, na fase pós-eleitoral, o que o político eleito está fazendo. CARLOS ALBERTO RABAÇA e GUSTAVO GUIMARÃES BARBOSA (2002, p. 598) a definem da seguinte forma: “Modalidade de propaganda caracterizada pela comunicação persuasiva com fins ideológicos. Tem por objetivo a conquista e a conservação do poder.” ANTÔNIO HÉLIO SILVA (2004, p. 37) qualifica propaganda eleitoral como: “aquela feita tanto pelo partido quanto pelo candidato, durante toda a campanha eleitoral, para obter a simpatia e adquirir adeptos para determinada candidatura a cargo eletivo”. O Tribunal Superior Eleitoral, nos acórdãos nº 16.183, de 17.2.2000, nº 15.732, de 15.4.1999 (rel. Min. Eduardo Alckmin), e nº 16.426, de 28.11.2000 (rel. Min. Fernando Neves), define ato de propaganda eleitoral nos seguintes termos: Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 Entende-se como ato de propaganda eleitoral aquele que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública. Sem tais características, poderá haver mera promoção pessoal, apta, em determinadas circunstâncias a configurar abuso de poder econômico, mas não propaganda eleitoral. Podem ser encontrados outros conceitos sobre propaganda política e partidária em Cerqueira (2007, p. 93); Costa (2008, p. 518); Lins (2006, p. 42); Miranda (2004, p. 21); e Ramayana (2009, p. 782). Em síntese, propaganda eleitoral é a que visa a captar o voto do eleitor, com o fim de conquistar mandato eletivo. É o método mais democrático e contundente de apelo ao eleitor, com o desiderato de obter a simpatia e o crédito da confiança do titular da capacidade eleitoral ativa. A propaganda eleitoral consiste na força motriz de todo o processo eleitoral, na medida em que é o método de maior aproximação entre o candidato e seu público-alvo (eleitor). É através da propaganda eleitoral, em suas mais diversas matizes, que o candidato faz veicular suas propostas para o exercício de mandato, postulando, assim, a manifestação expressa de apoio dos eleitores, através do respectivo voto (ZÍLIO, 2012). JOEL JOSÉ CÂNDIDO (2006, p. 153) ensina que a propaganda política se rege pelos seguintes princípios: a) da legalidade (a propaganda rege-se por norma federal, cogente, de ordem pública e com incidência erga omnes). b) da liberdade (é livre o direito à propaganda, na forma que dispuser a lei). c) da responsabilidade (toda propaganda é de responsabilidade dos partidos e coligações, solidários com os candidatos e adeptos nos abusos e excessos). d) igualitário (todos têm direitos iguais à propaganda, gratuita ou onerosa). e) da disponibilidade (todos – partidos, coligações, candidatos e adeptos – podem dispor da propaganda lícita, já que a ilícita é punida pelo Estado). f) do controle judicial da propaganda (incumbe exclusivamente à Justiça Eleitoral a aplicação das regras jurídicas sobre propaganda, inclusive o exercício de seu poder de polícia). Por ouro lado, FÁVILA RIBEIRO (1996) observa que a propaganda eleitoral se desdobra em três fases, quais sejam: a da estratégia ofensiva, do aguçamento a reações instintivas e a da indução a condicionamentos psicológicos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 Atualmente, a propaganda eleitoral tem seu fundamento legal a partir do art. 36 da LE, além dos dispositivos ainda vigentes do Código Eleitoral e das resoluções editadas pelo TSE a cada pleito. Além da propaganda eleitoral lícita, são reconhecidas a propaganda eleitoral irregular, a extemporânea e a criminosa. A propaganda eleitoral irregular é a que é realizada com ofensa direta ao texto de lei, sem que, contudo, adquira a relevância de tipo penal. Assim, v.g., a propaganda mediante outdoors, a partir da edição da Lei nº 11.300/06, é vedada e adquire a conotação de propaganda irregular, devendo ser apurada através de representação, com a observância do procedimento previsto no art. 96 da LE. A sanção para a propaganda eleitoral irregular depende da norma de direito material violada, podendo se revelar através da aplicação da multa, quando houver previsão legal (inexiste previsão de sanção pecuniária por propaganda eleitoral irregular – não criminal – veiculada em desacordo com o CE, sendo cabível a utilização do poder de polícia para cessar essa espécie de propaganda), além da retirada da propaganda, suspensão da programação da emissora, subtração ou perda do tempo destinado à propaganda ou, ainda, impedimento à apresentação do programa (ZÍLIO, 2012). O Código Eleitoral, no Título II, sob a nomenclatura atécnica de “propaganda partidária”, mantémhígidas diversas normas que disciplinam a propaganda eleitoral, estabelecendo limitações e regramentos aos participantes do processo eleitoral. Assim, estabelece o art. 242 do CE, em sua primeira parte, que “a propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade, mencionará sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua nacional”. A exigência da menção à legenda partidária visa a evitar a circulação e divulgação de propaganda eleitoral apócrifa, estabelecendo a responsabilidade das agremiações partidárias – bem como dos candidatos ou terceiros, quando for o caso – pelas propagandas veiculadas. Neste passo, a veiculação de propaganda eleitoral sem a identificação da legenda partidária é considerada ilegal pela legislação, ainda que tenha correção em seu conteúdo. Para FÁVILA RIBEIRO (1996, p. 53), a exigência de veiculação de propaganda eleitoral com a legenda partidária Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 procura elevar o nível da disputa, impedindo que se amesquinhe com dilacerações pessoais, de uns candidatos contra outros, mas figurando em primeiro plano os antagonismos partidários, com as suas ideias e interesses, recaindo a responsabilidade diretamente sobre as respectivas agremiações. De outra parte, a exigência de veiculação de propaganda eleitoral apenas na língua portuguesa prestigia a clareza de comunicação com o eleitor e guarda coerência com o sistema adotado pela legislação, seja em face da criminalização da conduta ou pela possibilidade de busca e apreensão do material utilizado (art. 335, caput e § único, do CE). Da mesma forma, o art. 242 do CE, em sua parte final, veda a divulgação de propaganda eleitoral que empregue “meios publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais”. Esteia-se a proscrição legal na necessidade de evitar a utilização de propaganda como meio de coação que afete, de qualquer modo, a vontade livre e consciente do eleitor, no momento do exercício do voto. Veda-se, em suma, o uso da propaganda com o artifício psicológico de desvirtuamento da opção de vontade do eleitor. Com efeito, sendo a liberdade de manifestação do eleitor, através do voto, o mais valioso instrumento democrático a ser preservado pela legislação eleitoral, compreende-se a limitação legal que estabelece a veiculação de propaganda eleitoral que crie na opinião pública “estados mentais, emocionais ou passionais”. Dispõe o art. 243 do CE que não será tolerada propaganda: I. de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a ordem política e social ou de preconceitos de raça ou de classes; II. que provoque animosidade entre as forças armadas ou contra elas, ou delas contra as classes e instituições civis; III. de incitamento de atentado contra pessoa ou bens; IV. de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem pública; V. que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza; VI. que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 VII. por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda; VIII. Que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a posturas municipais ou a outra qualquer restrição de direito; IX. que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública. O legislador estabeleceu que a divulgação de propaganda eleitoral com ofensa aos incisos previstos no art. 243 do CE afeta o interesse da coletividade e, no particular, do eleitor, que é o público-alvo da publicidade eleitoral lícita. Os incisos I, II, III e IV demonstram a origem histórica em que foi concebido o Código Eleitoral, sob influência do regime militar, que então aportava ao poder. O inciso V coaduna- se com a preocupação do legislador em preservar a higidez da liberdade de manifestação do voto do eleitor e, de modo surpreendente, guarda harmonia com as mudanças levadas a efeito pela Lei nº 11.300/06, notadamente o disposto nos art. 23, § 5°, e 39, § 6°, ambos da LE. O inciso VI guarda coerência com as normas atinentes ao Código de Posturas municipais e ambientais, sendo necessário, ainda, harmonizar o presente dispositivo com a regra que permite a veiculação de propaganda eleitoral através de alto-falantes e comícios e sem afastar a possibilidade de o excesso na veiculação da propaganda acústica caracterizar contravenção penal. O inciso VII objetiva evitar a utilização da fraude na propaganda eleitoral, ao passo que a proscrição do inciso VIII é importante norma que busca a proteção da estética urbana e ambiental, enquanto o disposto no inciso IX, em verdade, coaduna-se com a proteção à honra de pessoas ou órgão e entidades que exerçam autoridade pública. O rol previsto pelo art. 243 do CE, segundo FÁVILA RIBEIRO (1996, p. 55), “indica terminante proibição a um expressivo elenco de configurações de atitudes atentatórias, em níveis demasiadamente graves à segurança”, sendo plenamente justificável a proscrição legal “para não deixar que a propaganda eleitoral se afaste por completo de suas finalidades essenciais”. “Aos partidos políticos, coligações e candidatos será vedada a utilização de simulador de urna eletrônica na propaganda eleitoral”. (art. 80 da Res. nº 23.370/11). A norma, prevista apenas em resolução do TSE, em suma, objetiva evitar que o uso Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 de simulador da urna eletrônica, em ato de propaganda eleitoral, cause qualquer forma de confusão ou prejuízo ao eleitor no momento do exercício do voto. Dito de outro modo, não se permite que o sugestionamento do eleitor seja levado a efeito por meio de propaganda eleitoral realizada com simulador de urna eletrônica. Porque não prevista sanção pecuniária, em caso de descumprimento da norma, possível, apenas, postular-se a cessação da conduta (ZÍLIO, 2012). A propaganda extemporânea, de outro turno, é espécie de propaganda eleitoral irregular caracterizada pela sua veiculação antecipada, ou seja, antes do período legal permitido, que é previsto no art. 36 da LE. Também deve ser apurada através de representação, com a observância do procedimento do art. 96 da LE, sendo prevista a sanção pecuniária, além da cessação da conduta irregular. Por fim, a propaganda eleitoral criminosa é aquela propaganda eleitoral irregular, mas que, pela gravidade do bem jurídico ofendido, possui status de tipo penal, devendo ser apurada através de ação penal pública incondicionada, com a observância do procedimento previsto nos arts. 356 e seguintes do CE ou na Lei nº 8.038/90 (quando houver hipótese de foro privilegiado). 4.3.1 Prazo inicial da propaganda A propaganda eleitoral lícita somenteé permitida após o dia 05 de julho do ano da eleição (art. 36, caput, da LE). A regra estabelecida na Lei das Eleições inovou em relação à previsão do Código Eleitoral, o qual permitia a veiculação de propaganda eleitoral após a escolha do nome em convenção partidária, na forma estatuída pelo derrogado caput do art. 240. Ao estabelecer prazo uniforme para o início da propaganda eleitoral a lei objetiva atender o princípio da isonomia entre os candidatos, na medida em que estabelece data única para o desencadeamento do processo eleitoral e termina com a possibilidade de, ao final de cada escolha em convenção, ter o início atos de propaganda. Na propaganda de candidatos a cargo majoritário, deverão constar, também, o nome dos candidatos a vice ou a suplentes de Senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 10% (dez por cento) do nome do titular (art. 36, § 4°, da LE). A regra, introduzida pela Lei nº 12.034/09 e inserta no tópico “da propaganda eleitoral em geral”, é aplicável a todas as modalidades de propaganda eleitoral e Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 busca dar conhecimento ao eleitor da composição completa da chapa que disputará o pleito majoritário, na medida em que, invariavelmente, dada sua condição acessória, o nome do vice ou suplente é relegado a plano secundário e sequer mencionado na propaganda. O não cumprimento da norma importa em busca e apreensão do material, já que não existe sanção pecuniária prevista. 4.3.2 Da propaganda extemporânea Se veiculada em período antecedente ao previsto em lei, ou seja, antes de 06 de julho, a propaganda se caracteriza como extemporânea ou antecipada e está sujeita à multa (art. 36, § 3°, da LE), sem prejuízo da apuração de eventual abuso. A Lei nº 12.034/09 deu nova redação ao § 3° do art. 36 da LE reduzindo os valores mínimos e máximos da multa por propaganda eleitoral: na redação originária da Lei das Eleições, os valores da multa variavam entre 20.000 à 50.000 UFIRs. Agora, com a nova redação, os valores passam a ser entre R$ 5.000,00 e R$ 25.000,00. Tratando-se de regra mais benéfica ao infrator a norma tem efeito retroativo, alcançando todos os processos judiciais ainda em andamento quando da vigência da norma; havendo sentença de mérito proferida, com o esgotamento da jurisdição, é possível buscar a aplicação retroativa na Instância Superior. Porém, a retroatividade não alcança os processos já definitivamente julgados, em face à coisa julgada. De outra parte, descabida a aplicação de multa aquém do mínimo legal, já que ausente previsão normativa específica; assim, a aplicação de multa abaixo do mínimo fixado em lei fere o princípio da legalidade (ZÍLIO, 2012). Na esteira do preconizado pelo TSE, entende-se como ato de propaganda eleitoral todo aquele que leva ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública. Sem tais características, poderá haver mera promoção pessoal, apta, em determinadas circunstâncias, a configurar abuso de poder econômico, mas não propaganda eleitoral (Recurso Especial Eleitoral nº 16.183 - ReI. Eduardo Alckmin - j. 17.02.2000). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 Também é possível a caracterização de propaganda eleitoral extemporânea na veiculação indevida da propaganda partidária (Lei nº 9.096/95) e da propaganda intrapartidária. O TSE entendeu que o fato de o acesso a eventual mensagem contida em sítio da internet depender de ato de vontade do internauta não elide a possibilidade de caracterização da propaganda eleitoral extemporânea, caso nela conste ‘pedido de votos, menção ao número do candidato ou ao de seu partido ou qualquer outra referência à eleição’ (Recurso em Representação nº 203745 - ReI. Marcelo Ribeiro - j. 17.03.2011). Atualmente, a Lei nº 12.034/09 acrescentou o art. 36-A na LE que estabelece quatro hipóteses que não se caracterizam como propaganda eleitoral antecipada, a saber: I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, desde que não haja pedido de votos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009); II - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, planos de governos ou alianças partidárias visando às eleições; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009); III - a realização de prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária; ou (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009); IV - a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se mencione a possível candidatura, ou se faça pedido de votos ou de apoio eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009). JOEL JOSÉ CÂNDIDO (2006, p. 444), no desiderato de evitar punições injustas, propõe um termo limitador para a configuração da propaganda eleitoral antecipada, aduzindo ser razoável a fixação de um prazo, coincidente com o tempo máximo previsto para desincompatibilização (ou seja, seis meses antes do pleito), antes do qual não há que se cogitar de propaganda extemporânea. Assim, somente restaria caracterizada a propaganda eleitoral extemporânea no período compreendido entre seis meses antes do pleito (isto é: abril) até – inclusive – o dia 05 de julho do mesmo ano. A propaganda realizada antes deste termo não viola a normalidade e legitimidade das eleições ou o princípio igualitário, sendo descabido sancionamento destas condutas que seriam coibidas, conforme o mesmo autor mencionado anteriormente, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 só com a aplicação do poder de polícia eleitoral e advertência quanto ao crime do art. 347 do Código Eleitoral. Se, mesmo assim, não se conseguir admoestar o infrator, daí sim, independentemente de datas, poder-se-ia processá-lo e, eventualmente, aplicar-lhe a multa eleitoral prevista no dispositivo. JOSÉ JAlRO GOMES (2011, p. 325), de seu turno, propõe como delimitador “o mês de janeiro do ano das eleições”, já que antes disso ocorre a “diluição de eventual influência que a comunicação possa exercer na disputa, de forma a desequilibrá-la”. Compreende-se as razões que motivaram a sugestão de um critério delimitador para a caracterização da propaganda eleitoral extemporânea. Contudo, vai longe o tempo em que o caráter eminentemente preventivo se revelou suficiente para conter os abusos na esfera especializada. Ao revés, a realidade demonstra que, para conter os ilícitos eleitorais, deve-se ter