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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE – CAMPUS ARAQUARI CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA – 5º SEMESTRE DISCIPLINA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM PROFESSORA: Drª CARLIZE LOPES ALUNA: GABRIELA CAILLOUEL ATIVIDADE: RESENHA SOBRE RADIOLOGIA DO SISTEMA ÓSSEO-ARTICULAR: COLUNA Com base na leitura do material disponibilizado, você deve fazer uma resenha destacando: 1. Exame contrastado da coluna: - Quando é indicado o exame contrastado da coluna? - O que é avaliado neste exame? - Quais os locais de punção para realização de mielografia? - Quais os principais locais de lesões observados e as principais causas? Este exame é indicado quando não são encontradas lesões ao exame radiográfico simples, mas a suspeita clínica permanece através de exame neurológico, sendo realizado para confirmação da lesão e detectar sua extensão, e assim contribuir para o tratamento a ser instituído (THRALL, 1998; KEALY; McALLISTER, 2005). avalia-se o espaço subaracnóide que é preenchido com meio de contraste positivo, que pode apresentar em seu resultado alterações localizadas extra ou subduralmente no canal vertebral do animal. Os locais de punção para o exame de mielografia são a cisterna magna ou o espaço subaracnóide, entre L4 e L5 ou L5 e L6. As lesões medulares encontradas à mielografia, são classificadas em extradurais, intradurais-extramedulares e intramedulares. A compressão extradural, de ocorrência mais comum, pode estar associada à discoespondilite, espondilose, malformação vertebral, protrusão discal, tumor, luxação e fratura vertebral (GAIGA et al., 2003). 2. As principais afecções e alterações radiográficas observadas na coluna vertebral. Alterações congênitas A espinha bífida é uma má formação vertebral congênita, de ocorrência rara, caracterizada pelo fechamento incompleto do segmento dorsal de uma ou mais vértebras da coluna vertebral. As alterações radiográficas encontradas em exame simples é a comparação com as vértebras craniais e caudais normais em relação às alteradas e, em exame contrastado verifica-se o extravasamento de contraste para fora do espaço subaracnóide ou para o interior. A hemivértebra é uma anomalia que na maioria das vezes é assintomática, entretanto, é a alteração vertebral congênita que mais frequentemente resulta em sinais neurológicos da medula espinhal. O fato de ser na maioria dos casos um achado radiológico acidental faz com que esta enfermidade seja discutida de forma superficial, a despeito do quadro clínico neurológico grave com a progressão da doença. A vértebra transitória assume características anatômicas de sua adjacente. Um processo transverso poderá assumir a aparência de costela ou vice versa. Radiograficamente evidencia-se ausência de uma ou ambas as costelas de T13 (chamado de lombarização de T13); ausência de processo transverso (uni ou bilateral) de L7, onde a vértebra une-se com a pelve (chamado de sacralização de L7). A subluxação atlantoaxial caracteriza-se por instabilidade e subluxação vertebral, a qual permite excessiva flexão da região, podendo resultar em compressão da medula espinhal. Os sinais clínicos são variáveis e incluem incoordenação, falta de equilíbrio, dor e quadriplegia. Radiograficamente observa-se, em projeção lateral, um aumento da distância entre o arco do atlas e a espinha dorsal do axis além da ausência total ou parcial do processo odontóide do axis. Alterações ligadas ao desenvolvimento A espondilopatia cervical ou Síndrome de Wobbler e Mal-articulação Vertebral Cervical, é uma patologia de etiologia multifatorial, que leva a um estreitamento do canal vertebral e consequentemente compressão da medula espinhal cervical caudal e das raízes nervosas, devido a alterações anatómicas e posicionais ao nível das vértebras cervicais (C5, C6 e C7). Os animais afectados, mais frequentemente raças grandes (Doberman e Dogue Alemão) podem apresentar ataxia dos membros pélvicos, com ou sem dor cervical, que pode progredir para défices neurológicos dos membros anteriores e em última instância quadriplegia. O diagnóstico desta patologia é feito com base na sintomatologia clínica e exames de imagem (mielografia, tomografia axial computorizada e/ou ressonância magnética). O tratamento pode ser médico ou cirúrgico de acordo com o grau de afecção sendo também o prognóstico variável. Bloco de vértebras: a vértebra pode aparecer maior do que o normal como resultado de uma fusão parcial ou completa de duas vértebras adjacentes. Esta fusão pode envolver corpos vertebrais, arcos vertebrais ou o processo espinhoso. Essa condição é conhecida como vértebras em bloco (WALKER, 2002). Alterações traumáticas As fraturas, luxações e subluxações ocorrem comumente em pequenos animais devido a acidentes (atropelamentos por carro) e podem causar compressão do cordão espinhal e raízes nervosas subsequentes. A manipulação dos pacientes mesmo anestesiados deve ser cuidadosa para não causar novos danos durante o estudo radiográfico. Alterações de origem nutricional ou metabólica A hipervitaminose A acomete felinos que recebem dieta com excesso de vitamina A, principalmente em alimentação caseira com fígado como principal componente, causando formação de exostoses na porção ventral das vértebras cervicais e torácicas. Em radiografia verifica-se extensa exostose anquilosante na coluna vertebral e torácica, podendo ainda ocorrer fusão das vértebras. A Osteodistrofia fibrosa causada pelo desequilíbrio entre cálcio e fósforo, resultando em osteopenia generalizada. Radiograficamente verifica-se rarefação óssea em todo o esqueleto, cortical óssea delgada, densidade óssea semelhante à musculatura e fraturas patológicas. Alterações inflamatórias e/ou infecciosas A espondilite é um processo inflamatório e ou infeccioso que atinge os corpos vertebrais, causado pela infecção bacteriana e / ou fúngica. Radiograficamente assemelha-se à osteomielite, com destruição dos corpos vertebrais, lise óssea, perda do padrão trabecular, reação periosteal e esclerose do osso circunjacente. Mais comumente envolve a porção ventral e lateral do corpo vertebral. Quando atinge o canal vertebral pode causar mielite e meningite. A Discoespondilite, também chamada de Osteomielite intradiscal, Discite, Infecção discal intervertebral e Espondilite intervertebral resulta numa infecção do disco intervertebral de origem não vertebral. As regiões cervical torácica, tóraco lombar e lombossacra são os locais mais acometidos. Pode ocorrer associada a Brucella canis, Staphylococcus aureus e alguns tipos de leveduras. As características radiográficas incluem lise de uma ou ambas as faces articulares dos corpos vertebrais (placas das extremidades vertebrais), seguidos de diminuição do espaço intervertebral. Com a progressão do processo pode surgir uma margem esclerótica com proliferação óssea ventral de grau variável. A mielografia permite estabelecer se há ou não compressão de medula. Alterações Degenerativas A Espondilose Também chamada de Espondiloartrose é um achado radiográfico comum em cães idosos atingindo mais frequentemente as vértebras torácicas e lombares, raramente associada a sinaisclínicos. Caracteriza-se por crescimentos ósseos em forma de espículas (osteófitos) que se desenvolvem nas extremidades dos corpos vertebrais, podendo se fusionar, formando uma anquilose, sendo chamada espondilose deformante / anquilosante. A Paquimeningite caracteriza-se pela formação de placas ósseas na dura-máter e acomete cães de grande porte. Os sinais clínicos dependem do grau de comprometimento da medula espinhal e raízes nervosas. Radiograficamente aparece como uma linha radiopaca imediatamente acima e paralelamente à base do canal medular, sendo melhor visualizada nos espaços intervertebrais. Não deve-se confundir com calcificação do ligamento longitudinal dorsal. A Síndrome da cauda equina faz compressão da cauda equina, podendo ser congênita ou adquirida, acometendo animais de grande porte. Verifica-se na radiografia fraturas, luxações, neoplasias, infecções, protrusão de disco e proliferação de tecidos moles. Na Hérnia de disco intervertebral a afecção ocorre por extrusão ou protrusão, sendo observada radiograficamente com calcificações precoces, seguidas de degeneração do núcleo pulposo e do anel fibroso. Na protrusão, o anel fibroso dá origem a uma saliência sem ocorrer ruptura, podendo causar compressão medular. Verifica-se, em doença de disco intervertebral, calcificação de um ou mais discos, estreitamento ou aparência de cunha do espaço do disco intervertebral, material mineralizado no forame intervertebral e compressão medular visualizada na mielografia. Na Calcificação de disco intervertebral apresenta aumento de radiopacidade entre os corpos vertebrais. Os discos podem estar fibrosados (não é possível verificar em radiografia) ou calcificados, podendo ocorrer somente calcificação do núcleo pulposo do disco intervertebral. Neoplasias Os tumores podem ser primários ou secundários, sendo difícil a distinção entre espondilite e discoespondilite. Verifica-se em radiografia lise óssea, destruição das placas terminais vertebrais, fraturas patológicas por compressão, crescimentos ósseos desordenados e alteração na radiopacidade óssea. Através da mielografia confirma-se a localização do tumor e posição no canal vertebral, mas diagnóstico é definido apenas por biópsia Deformidades angulares São decorrentes de malformações congênitas, classificadas em: Escoliose: com desvio lateral verificado na projeção ventrodorsal; Cifose: com desvio dorsal visualizado na projeção laterolateral; Lordose: apresentando desvio ventral, visualizado na projeção laterolateral.
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