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PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSOProf Maria Paula 02/03/2021 · Ducto arterioso - definição · Derivado do 6º arco aórtico na vida fetal · Conecta a artéria pulmonar à artéria aorta na vida fetal -> conexão entre a pulmonar e a aorta, pois em fetos o pulmão não é desenvolvido (O sangue não passa pelo pulmão). O sangue chega na pulmonar e vai direto para a artéria aorta e vai para o organismo. · Se fecha completamente entre 7-10 dias após o nascimento · Além deste período é considerado patente – Persistência do Duto Arterioso (PDA) · Circulação fetal · Sangue -> veia cava -> átrio direito -> forame oval (aberto na vida fetal, então o sangue do AD e do AE se misturam) -> átrio esquerdo -> ventrículo direito -> artéria pulmonar -> ducto arterioso -> artéria aorta. · Pulmão subdesenvolvido, o sangue não passa pelo pulmão. · Fisiopatologia · Fisiologia: Nascemos com o ducto arterioso, após no máximo 10 dias este deve se fechar. · Veia cava -> átrio direito -> (forame já se fechou) -> ventrículo direito -> artéria pulmonar (Parte do sangue vai para o pulmão) pulmão -> átrio esquerdo -> ventrículo esquerdo -> aorta -> circulação sistêmica. · Caso ocorra persistência do ducto arterioso, é uma patologia. · Como está vindo muito sangue para o pulmão, terá aumento da pressão pulmonar (hipertensão pulmonar), gerando um edema. · O pulmão (‘’coitado’’) recebe o sangue que vem do VD e do ducto arterioso (ele recebe o dobro de sangue que ele precisa receber). Esse aumento da pressão arterial pode gerar um edema pulmonar (aumento da pressão hidrostática do pulmão). · Sobrecarga e aumento de átrio e ventrículo esquerdo = ICCE · Quando a persistência do ducto arterioso a pressão da artéria aorta é maior que a da artéria pulmonar. Pela pressão ser maior na aorta o sangue passa pelo ducto arterioso em direção a artéria pulmonar. Quando isso ocorre aumenta o fluxo de sanguíneo no pulmão, consequentemente aumenta o retorno para o AE e VE -> então é um sangue oxigenado duas vezes. · A medida que o animal vai crescendo e esse ducto ainda é persistente, começa a ter uma sobrecarga de todo esse sistema cardiovascular. · Como o pulmão recebe muito sangue, ele manda muito sangue para o AE, gerando uma sobrecarga nesta região esquerda do coração. (AE e VE). Levando a um aumento do átrio e ventrículo, simulando uma ICCE. -> quando o caso começa a se cronificar. · Fluxo reverso – Síndrome de Elsenmeger · Permanência do ducto arterioso, geram consequências. · Fluxo reverso se dá pela hipertensão pulmonar. · Exacerbada sobrecarga no pulmão, o fluxo de sangue pulmonar é tão alto, que este vai reverter. -> PDA com fluxo reverso. · Isso significa que a pressão pulmonar se tornou tão alta, que sobrepôs à da artéria aorta. · Assim o fluxo muda de sentindo. · Agora parte do sangue volta para o AE e VE oxigenado e vai para a oxigenação sistêmica. Porém também existe sangue que vem do VE não oxigenado, que escapa pelo ducto arterioso para a circulação sistêmica. = sangue não oxigenado na circulação sistêmica. · O sangue chega normal para a cabeça e extremidades craniais, pois existe uma irrigação que vem antes do ducto arterioso, que felizmente permite isso. · A cirurgia| ligadura do ducto ou embolização é contraindicada em caso de PDA reverso. É uma espécie de um shunt, se ligar o ducto o pulmão vai voltar a ter muita hipertensão, e o escape que tinha pelo ducto arterioso não vai mais existir. Gerando um edema pulmonar ‘’catastrófico’’, e muitas vezes irreversível. · Pacientes que apresentam PDA reversos nós devemos tratar como cardiopata, terá tratamento suporte como dieta, medicação... · Apresentação clinica · Mais frequente em cadelas de raça pura · Pode acometer gatos (raro) · Maltês, Spitz, Pastor de shetland, Yorkshire, Poodle miniatura e toy, Bichón frisé · Base genética em Poodles · Aumento de O2 inibe a prostaglandina e ocorre vasoconstrição local Defeitos histológicos – falha de musculatura e déficit de elasticidade -> parede muscular mais delgada, que não permite que faça vasoconstrição, não permitindo que ele se feche. · Em humanos está relacionado com partos prematuros, altas taxas de prostaglandina, e mãe portadora do vírus da Rubéola. · Sinais e sintomas · A maior parte permanece assintomática ou apresenta apenas intolerância à exercícios -> no início, ainda não existem consequências. A medida que a doença vai progredindo: · Tosse ou dispnéia em casos mais avançados · Fraqueza de membros posteriores em casos com fluxo reverso -> o sangue não oxigenado vai para as mucosas caudais, então apresentam cianose diferencial. Na mucosa peniana, na vaginal ele pode apresentar cianose e fraqueza de membro pélvico. E a mucosa cranial vai estar normocorada. · Exame físico · Auscultação cardíaca – som de maquinário – Murmúrio de Gibson -> sopro muito importante, muito audível. · Frêmitos palpáveis no tórax -> sentimos até quando pegamos o animal no colo. · Auscultação pulmonar – pode haver crepitação - Edema -> casos mais avançados. · Pulso hipercinético (pulso em martelo d’água) - rápida saída de sangue da aorta, queda da pressão em diástole a níveis mais baixos que os normais -> quando o sangue chega na aorta e desvia pelo ducto arterioso, significa que o sangue da arteria aorta vai esvaziar e o pulso, e imediatamente após ele vai ser rápido. Então ele vai esvaziar e se encher muito rápido, com um volume muito grande. Gerando um pulso muito forte. · Cianose ”diferencial”- cianose presente em mucosas caudais, com as mucosas craniais normais. · Ex muito comum: o animal vai tomar a sua primeira vacina, então passa por consulta com o veterinário. Na auscultação cardíaca o veterinário vai perceber um sopro importante (não é comum um animal jovem ter um sopro). Então precisamos associar, a idade do animal, com a raça e pedir exames complementares, pensando em uma alteração congênita cardíaca. Vamos pedir eletrocardiograma e ecocardiograma, a princípio o animal vai estar bem, porém vamos operar com ele bem jovem. · Exames complementares · Eletrocardiograma – Ondas R altas por causa de uma ampla pressão de pulso · Ecocardiograma – detecta a presença do duto patente – aumento de átrio, dilatação ventricular, dilatação de artéria pulmonar, aumento da velocidade de ejeção aórtica, doppler turbulento reverso característico na artéria pulmonar · Radiografia torácica (em casos avançados) – Cardiomegalia, dilatação de átrio e ventrículo esquerdo, pulmões hipervascularizados ou com sinais de edema · Exames laboratoriais · Policitemia – resposta medular com aumento de eritropoetina devido à hipoxemia crônica -> o organismo entende que tem sangue não oxigenado na circulação. Então o organismo produz mais hemácias, em resposta a essa hipóxia. · Tratamento cirúrgico · Ligadura direta do ducto arterioso -> localizamos a artéria aorta e pulmonar, e faremos ligação do ducto que está entre as duas. · Embolização – Coil occluder · Aparelho é inserido por cateterismo, ele fecha o ducto. Não precisa abrir o tórax. · Amplatz – Canine duct occluder · É o mesmo material do Stent traqueal, ele emboliza o ducto. Colocado por cateterismo, tampa a comunicação entre a artéria aorta e pulmonar, como se fosse uma rolha. · Cirurgia X Embolização · A cirurgia ainda apresenta muitas vantagens em relação a embolização como equipamento, custo de material, material descartável, tempo de procedimento (cirurgia 1 hora, embolização 3 horas), animal muito pequeno (90% embolização, 98% cirurgia). · Para decidir devemos levar em consideração o tamanho do animal, a raça, a conformação do PDA... · Prognostico pós cirurgia · Favorável -> PDA feito precocemente.
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