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‘ 1 CURSO DE GRADUAÇÃO BACHAREL EM FARMÁCIA 6° período Organização: Prof. MSc Fernando de Oliveira Bezerra Prof a . MSc Zaíra Sant’ Anna Prof a . Msc. Andréa Mello Coordenadora do Curso de Farmácia: Dra. Janaína Dória Líbano Soares Diretor Geral: José Airton Monteiro Diretora Adjunta de Desenvolvimento de Ensino (DADE): Lúcia de Macedo Silva Reis APOSTILA DE TEORIA E PRÁTICAS DE LABORATÓRIO DE ANÁLISE INSTRUMENTAL Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 2 PREFÁCIO Disciplina: Análise Instrumental Código: QIA001 Período: 6° período Carga horária semestral: 81 horas Carga horária semanal: 6 horas N° de Créditos: 06 Pré-requisito: Análise Quantitativa-QIA021 Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 3 SUMÁRIO 1. Segurança no Laboratório Químico ......................................................................... 05 2. Riscos, Primeiros Socorros e Extintores de Incêndio .............................................. 11 3. A Redação Científica: Relatório ............................................................................. 21 4. Fundamentos Teóricos............................................................................................... 4.1. Espectrofotometria UV-VIS.................................................................................. 4.2 Espectrometria de Infravermelho............................................................................ 4.3. Polarimetria............................................................................................................. 4.4.Potenciometria......................................................................................................... 4.5 Cromatografia Gasosa............................................................................................. 4.6 Cromatografia Liquida............................................................................................ 4.7 Espectrometria Atômica Óptica.............................................................................. 4.8 Espectrometria de Emissão Atômica...................................................................... 5.0 Parte Experimental: ................................................................................................ 25 25 47 65 73 74 74 76 84 88 5.1 Normas Gerais de Funcionamento do Laboratório e elaboração de Relatórios de Análise Instrumental....................................................................................................... 89 5.2 Critérios de Avaliação do Grupo ............................................................................. 5.3 Quantificação do Ácido Acetil Salicílico em comprimidos de AAS de 100 mg por Espectrofotometria na Região do Ultravioleta............................................................... 90 91 5.4 Determinação Espectrofotométrica de Ácido Fosfórico em Biotônico Fontoura ... 95 5.5 pHmetria..................................................................................................................... 98 5.6 Titulação Potenciométrica do ácido Fosfórico em Biotônico Fontoura..................... 103 5.7 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência – CLAE (Fase Normal )...................... 106 5.8 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência – CLAE (Fase Reversa)........................ 108 Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 4 5.9 Experimento em Cromatografia Gasosa: Otimização da temperatura do Forno e Coluna.............................................................................................................................. 110 5.10. Polarimetria ............................................................................................................ 113 5.11. Espectrofotometria no Infravermelho..................................................................... 115 5.12 .Bibliografia ............................................................................................................ 117 Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 5 1.SEGURANÇA NO LABORATÓRIO QUÍMICO CONDUTA NO LABORATÓRIO Apesar do grande desenvolvimento teórico da Química, ela continua a ser uma ciência eminentemente experimental; daí a importância das aulas práticas de Química. A experiência treina o aluno no uso de métodos, técnicas e instrumentos de laboratório e permite a aplicação dos conceitos teóricos aprendidos. O laboratório químico é o lugar privilegiado para a realização de experimentos, possuindo instalações de água, luz e gás de fácil acesso em todas as bancadas. Possui ainda local especial para manipulação das substâncias tóxicas, denominado capela, que dispõe de sistema próprio de exaustão de gases. O laboratório é um local onde há um grande número de substâncias que possuem os mais variados níveis de toxicidade e periculosidade. Este é um local bastante vulnerável a acidentes, desde que não se trabalhe com as devidas precauções. Abaixo, apresentamos alguns cuidados que devem ser observados, para a realização das práticas, de modo a minimizar os riscos de acidentes. • Antes, durante e após o Experimento Não se entra num laboratório sem um objetivo específico, portanto é necessária uma preparação prévia ao laboratório: O que vou fazer? Com que objetivo? Quais os princípios químicos envolvidos nesta atividade? Durante a realização dos experimentos são necessárias anotações dos fenômenos observados, das massas e volumes utilizados, do tempo decorrido, das condições iniciais e finais do sistema. Um caderno deve ser usado especialmente para o laboratório. Este caderno de laboratório possibilitará uma descrição precisa das atividades de laboratório. Não confie em sua memória, tudo deve ser anotado. Após o experimento vem o trabalho de compilação das etapas anteriores através de um relatório. O relatório é um modo de comunicação escrita de cunho científico sobre o trabalho laboratorial realizado. • Pré-Laboratório 1.Estude os conceitos teóricos envolvidos, leia com atenção o roteiro da prática e tire todas as dúvidas. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 6 2.Obtenha as propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos reagentes a serem utilizados. Essas instruções são encontradas no rótulo do reagente. • Pós-Laboratório 1. Lave todo o material logo após o término da experiência, pois conhecendo a natureza do resíduo pode-se usar o processo adequado de limpeza. 2. Guarde todo o equipamento e vidraria. Guarde todos os frascos de reagentes, não os deixe nas bancadas ou capelas. Desligue todos os aparelhos e lâmpadas e feche as torneiras de gás. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA ♦ As instalações elétricas e hidráulicas devem ser aparentes ou sob piso falso, para facilitar a manutenção; ♦ Em locais onde se trabalha com solventes orgânicos inflamáveis, as instalações elétricas devem ser à prova de explosão; ♦ Os gases sob pressão devem passar por uma canalização visível; ♦ Os cilindros de gases de alimentação devem ser armazenados fora do laboratório, em área livre bem ventilada e sinalizada; ♦ Bancadas e pisos devemser construídos com materiais que dificultem a combustão e que sejam resistentes ao ataque de produtos químicos; ♦ Deve existir uma capela, para se trabalhar com produtos voláteis e tóxicos; ♦ Os produtos químicos devem ser armazenados fora do laboratório, em local de boa ventilação, livre do Sol e bem sinalizado; ♦ Aprenda a localização e a utilização do extintor de incêndio existente no laboratório. Este também deve estar localizado em lugar de fácil acesso e sinalizado. ♦ Para se prevenir e contornar situações de emergência deve ser previstas instalações como: → Proteção contra incêndios (portas corta-fogo e sinalização de alarme, ventilação geral diluidora, para evitar a formação de misturas explosivas); → Chuveiro de emergência (deve ser instalado em local de fácil acesso e seu funcionamento deve ser monitorado); → Lava-olhos (seu funcionamento deve ser monitorado); → Sinalização de segurança (faixas indicativas, cartazes e placas indicativas). Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 7 Medidas de Segurança Relativa a Operações Específicas ♦ Antes de manusear um reagente químico qualquer, deve-se conhecer as propriedades químicas, físicas e toxicológicas deste, seu manuseio seguro e medidas de primeiros socorros em caso de acidente. Para isto deve-se consultar o Index Merck ou fichas toxicológicas dos produtos. ♦ Leia os rótulos dos frascos dos reagentes antes de usá-los. ♦ Os rótulos devem ser periodicamente vistoriados e, nos casos de maior incidência, providenciar a proteção com parafina ou película plástica. ♦ Nunca use um reagente que não esteja identificado, rotulado. Qualquer etapa de trabalho durante a qual possa ocorrer desprendimento de gás ou vapores tóxicos dever ser feita DENTRO DA CAPELA;. ♦ Não trabalhar com material imperfeito ou defeituoso, principalmente com vidro que tenha ponta ou aresta cortantes; ♦ NÃO SE DEVEM PIPETAR LÍQUIDOS COM A BOCA. Use a pêra de borracha; ♦ Nunca cheire um reagente diretamente. Os vapores devem ser abanados em direção ao nariz, enquanto se segura o frasco com a outra mão; ♦ NUNCA despejar ÁGUA em cima de um ÁCIDO concentrado; ♦ Não aquecer tubos de ensaio com a boca virada para o seu lado, nem para o lado de outra pessoa; ♦ Não aquecer nada em frascos volumétricos; ♦ Nunca acender um bico de gás quando alguém no laboratório estiver usando algum solvente orgânico; ♦ Verifique as condições da aparelhagem. Evite montagens instáveis de aparelhos. Não use livros, lápis, caixas de fósforos, etc, como suportes; ♦ Mantenha as bancadas sempre limpas e livres de materiais estranhos ao trabalho; ♦ Faça uma limpeza prévia, com água, ao esvaziar um frasco de reagente, antes de colocá-lo para lavagem; ♦ Rotule imediatamente qualquer reagente ou solução preparada e as amostras coletadas; ♦ Use pinças e materiais de tamanho adequado e em perfeito estado de conservação; ♦ Limpe imediatamente qualquer derramamento de produtos de petróleo e reagentes. Medidas de Segurança Relativas ao Pessoal ♦ O laboratório é um local de trabalho sério; portanto, evite brincadeiras que dispersem sua atenção e de seus colegas. ♦ O cuidado e a aplicação de medidas de segurança são responsabilidade de cada indivíduo. Cada um deve precaver-se contra perigos devido a seu próprio trabalho e ao dos outros. Consulte o professor sempre que tiver dúvidas ou ocorrer algo inesperado ou anormal. ♦ Faça apenas a experiência prevista; qualquer atividade extra não deve ser realizada sem a prévia consulta ao professor. ♦ Serão exigidos de todos os estudantes e professores o avental (bata), luvas e sapatos fechados. A não observância desta norma gera roupas furadas por agentes corrosivos, queimaduras, manchas, etc. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 8 ♦ Planeje o trabalho a ser realizado; ♦ Ao se retirar do laboratório, verifique se há torneiras (água ou gás) abertas. Desligue todos os aparelhos, deixe todos os equipamentos limpos e lave as mãos; ♦ Os alunos não devem tentar nenhuma reação não especificada pelo professor. Reações desconhecidas podem causar resultados desagradáveis. ♦ É terminantemente proibido fumar, comer ou beber nos laboratórios; ♦ Não se deve provar qualquer substância do laboratório, mesmo que inofensiva. ♦ Não deixar livros, blusas, etc., jogadas nas bancadas. Ao contrário, colocá-los longe de onde se executam as operações; ♦ Ao verter um líquido de um frasco, evitar deixar escorrer no rótulo, protegendo-o devidamente; ♦ Em caso de derramamento de líquidos inflamáveis, produtos tóxicos ou corrosivos, tome as seguintes providências: • Interrompa o trabalho; • Advirta as pessoas próximas sobre o ocorrido. • Solicite ou efetue a limpeza imediata. • Alerte seu supervisor. • Verifique e corrija a causa do problema. • Não utilize materiais de vidro quando trincados. • Coloque todo o material de vidro inservível no local identificado como "sucata de vidro"; • Não jogue caco de vidro em recipiente de lixo. • Use luvas de amianto sempre manusear peças de vidro que estejam quentes. • Use protetor facial e luvas de pelica quando agitar solventes voláteis em frascos fechados. • Não utilize frascos Dewar de vidro sem que estejam envolvidos em fitas adesivas ou invólucros apropriados. • Não deixe frascos quentes sem proteção sobre as bancadas do laboratório. • Coloque os frascos quentes sobre placas de amianto; • Não use "frascos para amostra" sem certificar-se de que são adequados aos serviços a serem executados e de que estejam perfeitamente limpos. • Nunca inspecione o estado das bordas dos frascos de vidro com as mãos sem fazer uma inspeção prévia visual. • Tome cuidado ao aquecer recipiente de vidro com chama direta. Use sempre que possível, uma tela de amianto. • Não pressurize recipientes de vidro sem consultar seu supervisor sobre a resistência dos mesmos. INSTRUÇÕES PARA ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS DE LABORATÓR IO Resíduos químicos perigosos são aqueles que podem provocar danos à saúde ou ao meio ambiente devido suas características químicas, conforme classificação da NBR 10.003 – ABNT. A finalidade destas indicações é transformar produtos químicos ativados em derivados inócuos para permitir o recolhimento e eliminação segura. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 9 Hidretos alcalinos, dispersão de sódio Suspender em dioxano, lentamente adicionar o isopropano, agitar até completa reação do hidreto ou do metal: adicionar cautelosamente água até formação de solução límpida, neutralizar e verter em recipiente adequado. Hidreto de lítio e alumínio Suspender em éter ou THF ou dioxano, gotejar acetato de etila até total transformação do hidreto, resfriar em banho de gelo e água, adicionar ácido 2mol/L até formação de solução límpida, neutralizar e verter em recipiente adequado. Boroidreto alcalino Dissolver em metanol, diluir em muita água, adicionar etanol, agitar ou deixar em repouso até completa dissolução e formação de solução límpida, neutralizar e verter em recipiente adequado. Organolíticos e compostos de Grignard Dissolver ou suspender em solvente inerte (p. ex.: éter, dioxano, tolueno), adicionar álcool, depois água, no final ácido 2 mol/L, até formação de solução límpida, verter em recipiente adequado. Sódio Introduzir pequenos pedaços do sódio em metanol e deixar em repouso até completa dissolução do metal, adicionar água com cuidado até solução límpida, neutralizar, verter em recipiente adequado. Potássio Introduzir em n-butanol ou t-butanol anidro, diluir com etanol, no final com água, neutralizar, verter em recipiente adequado. Mercúrio Mercúrio metálico: Recuperá-lo para novo emprego.Sais de mercúrio ou suas soluções: Precipitar o mercúrio sob forma de sulfeto, filtrar e guardá-lo. Metais pesados e seus sais Precipitar sob a forma de compostos insolúveis (carbonatos, hidróxidos, sulfetos, etc.), filtrar e armazenar. Cloro, bromo, dióxido de enxofre Absorver em NaOH 2 mol/L, verter em recipiente adequado. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 10 Cloretos de ácido, anidridos de ácido, PCl3, PCl5, cloretos de tionila, e de sulfurila Sob agitação, com cuidado e em porções, adicionar à muita água ou NaOH 2N, neutralizar, verter em recipiente adequado. Ácido clorosulfônico, ácidos sulfúrico e nítrico concentrados, óleum Gotejar, sob agitação, com cuidado, em pequenas porções, sobre gelo ou gelo mais água, neutralizar, verter em recipiente adequado. Dimetilsulfato, iodeto de metila Cautelosamente, adicionar a uma solução concentrada de NH3, neutralizar, verter em recipiente adequado. Presença de peróxidos, peróxidos em solventes, (éter, THF, dioxano) Reduzir em solução aquosa ácida (Fe+2 – sais, bissulfito), neutralizar, verter em recipiente adequado. Sulfeto de hidrogênio, mercaptanas, tiofenóis, ácido cianídrico, bromo e clorocianos Oxidar com hipoclorito de sódio (NaOCl). Para que tais resíduos de laboratório posam ser eliminados de forma adequada é necessário ter-se à disposição recipientes de tipo e tamanho adequados. Os recipientes coletores devem ser caracterizados claramente de acordo com o sue conteúdo, o que também implica em se colocar símbolos de periculosidade. Classificação dos Recipientes Classe A: Solventes orgânicos e soluções de substâncias orgânicas que não contenham halogênios; Classe B: Solventes orgânicos e soluções orgânicas que contenham halogênios; Classe C: Resíduos sólidos de produtos químicos orgânicos que são acondicionados em sacos plásticos ou barricas originais do fabricante; Classe D: Soluções salinas: nestes recipientes deve-se manter o pH entre 6 e 8; Classe E: Resíduos inorgânicos tóxicos, por exemplo, sais de metais pesados e suas soluções; descartar em frascos resistentes ao rompimento com identificação clara e visível (consultar legislação específica); Classe F: Compostos combustíveis tóxicos; em frascos resistentes ao rompimento com alta vedação e identificação clara e visível; Classe G: Mercúrio e resíduos de seus sais inorgânicos; Classe H: Resíduos de sais metálicos regeneráveis; cada metal deve ser recolhido separadamente; Classe I: Sólidos inorgânicos. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 11 2. RISCOS, PRIMEIROS SOCORROS E EXTINTORES DE INCÊNDIO RISCOS MAIS COMUNS • Uso de substâncias TÓXICAS, CORROSIVAS, INFLAMÁVEIS e EXPLOSIVAS. • Manuseio de material de vidro; • Trabalho a temperaturas elevadas; • Trabalho a pressões diferentes da atmosférica; • Uso de fogo; • Uso de eletricidade. RISCOS QUÍMICOS 1- Formas de Agressão por Produtos Químicos: • Inalação • Absorção cutânea • Ingestão 2- Limites de Tolerância: A ação e efeito dos contaminantes dependem de fatores como: • Tempo de exposição; • Concentração e características físico-químicas do produto; • Suscetibilidade pessoal; • E outras... CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS, SEUS GRAUS DE RISCOS E CUIDADOS Tabela 1: classificação dos agentes químicos, seus graus de risco e cuidados GRAU DE RISCO Nº 1 REAGENTE RISCOS (R) CUIDADOS (S) Ácido Cítrico 36 26 EDTA 8,35 28 Sulfato de Cobre II 22 20 Nitrato de Prata 34 24,25,26 Cromato de Potássio 36,37,38 22-28 GRAU DE RISCO Nº 2 REAGENTE RISCOS (R) CUIDADOS (S) Ácido Nítrico Fumegante 8,35 23,26,36 Amoníaco 25% 36,37,38 26 Anidrido Acético 10-34 26 Cianetos 26,27,28,32 1,7,28,29,45 Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 12 GRAU DE RISCO Nº 3 REAGENTE RISCOS (R) CUIDADOS (S) Acetato de Etila 11 16,23,29,33 Acetato de Butila 11 9,16,23,33 Acetona 11 9,16,23,33 Ácido Clorídrico 34,37 26 Ácido Perclórico 35 23,26 Ácido Sulfúrico 35 26,30 Álcool Etílico 11 7,9,16,23,33 Álcool Metílico 11,23,25 7,16,24 Anilina 11,23,24,39 9,16,29 Benzeno 11,23,24,39 9,16,29 Amoníaco 23,24,25,33 28,36,37,44 Clorofórmio 20 24,25 Dicromato de Potássio 36,37,38,43 22,28 Hidróxido de Potássio 35 26,27,39 Tolueno 11,20 16,29,33 GRAU DE RISCO Nº 4 REAGENTE RISCOS (R) CUIDADOS (S) Ácido Acético 5,6,12 9,16,33 Ácido Fluorídrico 26,27,28,35 7,9,26,36,37 Ácido Sulfídrico 12,26 7,9,25,45 CÓDIGO DE RISCOS (R) Tabela 2: Códigos de Riscos ® R1 Explosivo no estado seco. R2 Risco de explosão por choque, fricção ou outras fontes de ignição. R3 Grande risco de explosão por choque, fricção, fogo ou outras fontes de ignição. R4 Forma compostos metálicos explosivos muito sensíveis. R5 Perigo de explosão sob a ação do calor. R6 Perigo de explosão com ou sem contato com ar. R7 Pode provocar incêndio. R8 Favorece a inflamação de materiais combustíveis. R9 Pode explodir quando misturado com materiais combustíveis. R10 Inflamável. R11 Facilmente inflamável. R12 Extremamente inflamável. R13 Gás extremamente inflamável. R14 Reage violentamente em contato com a água. R15 Em contato com a água libera gases extremamente inflamáveis. R16 Explosivo quando misturado com substâncias oxidantes. R17 Espontaneamente inflamável ao ar. R18 Pode formar mistura vapor-ar explosiva/inflamável durante a utilização. R19 Pode formar peróxidos explosivos. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 13 R20 Nocivo por inalação. R21 Nocivo em contato com a pele. R22 Nocivo por ingestão. R23 Tóxico por inalação. R24 Tóxico em contato com a pele. R25 Tóxico por ingestão. R26 Muito tóxico por inalação. R27 Muito tóxico em contato com a pele. R28 Muito tóxico por ingestão. R29 Em contato com a água libera gases tóxicos. R30 Pode tornar-se facilmente inflamável durante o uso. R31 Em contato com ácidos libera gases tóxicos. R32 Em contato com ácidos libera gases muito tóxicos. R33 Perigo de efeitos cumulativos. R34 Provoca queimaduras. R35 Provoca queimaduras graves. R36 Irritante para os olhos. R37 Irritante para as vias respiratórias. R38 Irritante para a pele. R39 Perigo de efeitos irreversíveis muito graves. R40 Possibilidade de efeitos irreversíveis. R41 Risco de graves lesões oculares. R42 Pode causar sensibilidade por inalação. R43 Pode causar sensibilidade em contato com a pele. R44 Risco de explosão se aquecido em ambiente fechado. R45 Pode causar câncer. R46 Pode causar alterações genéticas hereditárias. R47 Pode provocar efeitos teratogênicos. R48 Risco de sério dano à saúde por exposição prolongada. R49 Tóxico para organismos aquáticos. R50 Nocivo para os organismos aquáticos. R51 Pode causar efeitos nefastos em longo prazo no ambiente aquático. R52 Tóxico para a flora. R53 Tóxico para a fauna. R54 Tóxico para os organismos do solo. R55 Tóxico para as abelhas. R56 Pode causar efeitos nefastos em longo prazo ao ambiente. R57 Perigo para a camada de ozônio. R58 Pode Comprometer a fertilidade. R59 Risco durante a gravidez com efeitos adversos na descendência. R60 Possíveis riscos de comprometer a fertilidade. R61 Possíveis riscos durante a gravidez de efeitos indesejáveis na descendência R62 Pode causar danos nas crianças alimentadas com leite materno. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 14 CÓDIGO DE CUIDADOS (S) Tabela 3: Códigos de cuidados (S) S1 Guardar fechado à chave S2 Manter fora do alcance das crianças. S3 Guardar em lugar fresco. S4 Manter fora de qualquer zona de habitação.S5 Manter sob líquido apropriado, especificado pelo fabricante. S6 Manter sob gás inerte, especificado pelo fabricante. S7 Manter o recipiente bem fechado. S8 Manter o recipiente ao abrigo da umidade. S9 Manter o recipiente num local bem ventilado. S10 Manter o produto em estado úmido. S11 Evitar o contato com o ar. S12 Não fechar o recipiente hermeticamente. S13 Manter afastado de alimentos. S14 Manter afastado de substâncias incompatíveis. S15 Manter afastado do calor. S16 Manter afastado de fontes de ignição. S17 Manter afastado de materiais combustíveis. S18 Manipular o recipiente com cuidado. S19 Não comer e não beber durante a manipulação. S20 Evitar contato com alimentos. S21 Não fumar durante a manipulação. S22 Evitar respirar o pó. S23 Evitar respirar os vapores. S24 Evitar o contato com a pele. S25 Evitar o contato com os olhos. S26 Em caso de contato com os olhos, lavar com bastante água. S27 Tirar imediatamente a roupa contaminada. S28 Em caso de contato com a pele, proceder conforme instruções do fabricante. S29 Não descartar resíduos na pia. S30 Nunca verter água sobre o produto. S31 Manter afastado de materiais explosivos. S32 Manter afastado de ácidos e não descartar na pia. S33 Evitar a acumulação de cargas eletrostáticas. S34 Evitar choques e fricção. S35 Tomar cuidado com o descarte. S36 Usar roupa de proteção durante a manipulação. S37 Usar luvas e proteção apropriadas. S38 Usar equipamentos de respiração adequados. S39 Proteger os olhos e rosto. S40 Limpar corretamente o piso e objetos contaminados. S41 Em caso de incêndio ou explosão, não respirar os fumos. S42 Usar equipamentos de respiração adequados (fumigações). Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 15 S43 Usar o extintor correto, em caso de incêndio. S44 Em caso de mal-estar procurar um médico. S45 Em caso de acidente, procurar um médico. S46 Em caso de ingestão, procurar um médico, levando o rótulo do frasco. S47 Não ultrapassar a temperatura especificada. S48 Manter úmido com o produto especificado pelo fabricante. S49 Não passar para outro frasco. S50 Não misturar com produtos especificados pelo fabricante. S51 Usar em áreas ventiladas. S52 Não recomendável para uso interior. ACIDENTES MAIS COMUNS EM LABORATÓRIOS E PRIMEIROS S OCORROS QUEIMADURAS ⇒ Superficiais: quando atingem algumas camadas da pele. ⇒ Profundas: quando há destruição total da pele. A) QUEIMADURAS TÉRMICAS - causadas por calor seco (chama e objetos aquecidos) A1) Tratamento para queimaduras leves - pomada picrato de butesina, paraqueimol, furacim solução, etc. A2) Tratamento para queimaduras graves - elas devem ser cobertas com gaze esterilizada umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio a 1%, ou soro fisiológico, encaminhar logo à assistência médica. B) QUEIMADURAS QUÍMICAS - causadas por ácidos, álcalis, fenol, etc. B1) Por ácidos: lavar imediatamente o local com água em abundância. Em seguida, lavar com solução de bicarbonato de sódio a 1% e, novamente com água. (ATENÇÃO: no caso de contato da pele com ácido sulfúrico concentrado, primeiramente enxugue a região com papel absorvente, para somente depois lavá- la com água) B2) Por álcalis: lavar a região atingida imediatamente com água. Tratar com solução de ácido acético a 1% e, novamente com água; B3) Por fenol: lavar com álcool absoluto e, depois com sabão e água; Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 16 ATENÇÃO : Não retire, corpos estranhos ou graxas, das lesões - Não fure as bolhas existentes. Não toque com as mãos a área atingida. - Procure um médico com brevidade. C) QUEIMADURAS NOS OLHOS Lavar os olhos com água em abundância ou, se possível, com soro fisiológico, durante vários minutos, e em seguida aplicar gazes esterilizada embebida com soro fisiológico, mantendo a compressa, até consulta a um médico. ENVENENAMENTO POR VIA ORAL A droga não chegou a ser engolida: Deve-se cuspir imediatamente e lavar a boca com muita água. Levar o acidentado para respirar ar puro. A droga chegou a ser engolida: Deve-se chamar um médico imediatamente. Dar por via oral um antídoto, de acordo com a natureza do veneno. INTOXICAÇÃO POR VIA RESPIRATÓRIA Retirar o acidentado para um ambiente arejado, deixando-o descansar. Dar água fresca. Se recomendado, dar o antídoto adequado. ATENÇÃO: "A CALMA E O BOM SENSO DO QUÍMICO SÃO AS MELHORES PROTEÇÕES CONTRA ACIDENTES NO LABORATÓRIO". EXTINTORES DE INCÊNDIO Os aparelhos extintores são os vasilhames fabricados com dispositivo que possibilitam a aplicação do agente extintor sobre os focos de incêndio. Normalmente os aparelhos extintores recebem o nome do agente extintor que neles contém. Os aparelhos extintores destinam-se ao combate imediato de pequenos focos de incêndio, pois, acondicionam pequenos volumes de agentes extintores para manterem a condição de fácil transporte. São de grande utilidade, pois podem combater a maioria dos incêndios, cujos princípios são pequenos focos, desde que, manejados adequadamente e no momento certo. O êxito no emprego dos extintores depende dos seguintes fatores: a) distribuição adequada dos extintores pela área protegida; b) manutenção periódica dos extintores; c) treinamento de pessoal para manuseio dos extintores. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 17 Quanto ao tamanho, os extintores podem ser: a) portáteis; b) sobre rodas (carretas). TIPOS DE EXTINTORES DE INCÊNDIO. I- EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO O agente extintor pode ser o BICARBONATO DE SÓDIO ou de POTÁSSIO que recebem um tratamento para torná-los em absorvente de umidade. O agente propulsor pode ser o GÁS CARBÔNICO ou NITROGÊNIO. O agente extintor forma uma nuvem de pó sobre a chama que visa a exclusão do OXIGÊNIO; posteriormente são acrescidos à nuvem, GÁS CARBÔNICO e o VAPOR DE ÁGUA devido a queima do PÓ. Figura 1: Extintor de pó químico seco II- EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO 2) Figura 2: Extintor de gás carbônico (CO2) O GÁS CARBONICO é material não condutor de ENERGIA ELÉTRICA. O mesmo atua sobre o FOGO onde este elemento (eletricidade) esta presente. Ao ser acionado o extintor, o gás é liberado formando uma nuvem que ABAFA E RESFRIA. É empregado para extinguir PEQUENOS focos de fogo em líquidos inflamáveis (classe B) e em pequenos equipamentos energizados (classe C). Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 18 III- EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA - PRESSÃO PERMAN ENTE Não é provido de cilindro de gás propelente, visto que a água permanece sob pressão dentro do aparelho. Para funcionar, necessita apenas da abertura do registro de passagem do líquido extintor. Figura 3: Extintor de água pressurizada à pressão permanente IV- EXTINTOR DE ÁGUA - PRESSÃO INJETADA Fixado na parte externa do aparelho está um pequeno cilindro contendo o gás propelente, cuja a válvula deve ser aberta no ato da utilização do extintor, a fim de pressurizar o ambiente interno do cilindro permitindo o seu funcionamento. O elemento extintor é a água, que atua através do resfriamento da área do material em combustão. O agente propulsor (propelente) é o GÁS CARBÔNICO (CO2). Figura 4: Extintor de água pressurizada à pressão injetada COMO UTILIZAR OS EXTINTORES DE INCÊNDIO Verifique a tabela a seguir: Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 19 Tabela 4: Tipos de extintores e procedimentos de uso EXTINTOR (TIPO) PROCEDIMENTOSDE USO ÁGUA PRESSURIZADA - Retirar o pino de segurança. - Empunhar a mangueira e apertar o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo. - Só usar em madeira, papel, fibras, plásticos e similares. - Não usar em equipamentos elétricos. ÁGUA PRESSURIZÁVEL (ÁGUA/GÁS) - Abrir a válvula do cilindro de gás. - Atacar o fogo, dirigindo o jato para a base das chamas. - Só usar em madeira, papel, fibras, plásticos e similares. - Não usar em equipamentos elétricos. ESPUMA - Inverter o aparelho o jato disparará automaticamente, e só cessará quando a carga estiver esgotada. - Não usar em equipamentos elétricos. GÁS CARBÔNICO (CO2) - Retirar o pino de segurança quebrando o lacre. - Acionar a válvula dirigindo o jato para a base do fogo. - Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio. PÓ QUIMICO SECO (PQS) - Retirar o pino de segurança. - Empunhar a pistola difusora. - Atacar o fogo acionando o gatilho. - Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio. *Utilizar o pó químico em materiais eletrônicos, somente em último caso. PÓ QUÍMICO SECO COM CILINDRO DE GÁS - Abrir a ampola de gás. - Apertar o gatilho e dirigir a nuvem de pó à base do fogo. - Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio. *Utilizar o pó químico em materiais eletrônicos, somente em último caso. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 20 ONDE USAR OS AGENTES EXTINTORES Agente extintor é todo material que, aplicado ao fogo, interfere na sua química, provocando uma descontinuidade em um ou mais lados do tetraedro do fogo, alterando as condições para que haja fogo. Os agentes extintores podem ser encontrados nos estados sólidos, líquidos ou gasosos. Existe uma variedade muito grande de agentes extintores. Citaremos apenas os mais comuns, que são os que possivelmente teremos que utilizar em caso de incêndios. Exemplos: água, espuma (química e mecânica), gás carbônico, pó químico seco, agentes halogenados (HALON), agentes improvisados como areia, cobertor, tampa de vasilhame, etc, que normalmente extinguem o incêndio por abafamento, ou seja, retiram todo o oxigênio a ser consumido pelo fogo. Tabela 5: Classes de incêndio e agentes extintores Classes de Incêndio Agentes Extintores Água Espuma Pó Químico Gás Carbônico (CO2) A Madeira, papel, tecidos etc. SIM SIM SIM* SIM* B Gasolina, álcool, ceras, tintas etc. NÃO SIM SIM SIM C Equipamentos e Instalações elétricas energizadas. NÃO NÃO SIM SIM * Com restrição, pois há risco de reignição. (se possível utilizar outro agente) Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 21 3. A REDAÇÃO CIENTÍFICA: RELATÓRIO Um texto científico deve conter no mínimo as seguintes partes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. O relato por escrito, de forma ordenada e minuciosa daquilo que se observou no laboratório durante o experimento é denominado RELATÓRIO. Tratando-se de um relatório de uma disciplina experimental aconselhamos compô-lo de forma a conter os seguintes tópicos: • TÍTULO : uma frase sucinta, indicando a idéia principal do experimento. • RESUMO: um texto de cinco linhas, no máximo, resumindo o experimento efetuado, os resultados obtidos e as conclusões a que se chegou. • INTRODUÇÃO : um texto, apresentando a relevância do experimento, um resumo da teoria em que ele se baseia e os objetivos a que se pretende chegar. • PARTE EXPERIMENTAL : um texto, descrevendo a metodologia empregada para a realização do experimento. Geralmente é subdividido em duas partes: Materiais e Reagentes: um texto, apresentando a lista de materiais e reagentes utilizados no experimento, especificando o fabricante e o modelo de cada equipamento, assim como a procedência e o grau de pureza dos reagentes utilizados; Procedimento: um texto, descrevendo de forma detalhada e ordenada as etapas necessárias à realização do experimento. • RESULTADOS E DISCUSSÃO: um texto, apresentando resultados na forma de dados coletados em laboratório e outros resultados, que possam ser calculados a partir dos dados. Todos os resultados devem ser apresentados na forma de tabelas, gráficos, esquemas, diagramas, imagens fotográficas ou outras figuras. A seguir, apresenta-se uma discussão concisa e objetiva dos resultados, a partir das teorias e conhecimentos científicos prévios sobre o assunto, de modo a se chegar a conclusões. • CONCLUSÃO: um texto, apresentando uma síntese sobre as conclusões alcançadas. Enumeram-se os resultados mais significativos do trabalho. Não se deve apresentar nenhuma conclusão que não seja fruto da discussão. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 22 • REFERÊNCIAS: Livros, artigos científicos e documentos citados no relatório devem ser indicados a cada vez que forem utilizados. Recomenda-se a formatação das referências segundo norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Um Exemplo de Relatório DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DO CHUMBO SÓLIDO RESUMO A densidade do chumbo sólido foi determinada, na temperatura de 303,15 K, pela razão entre a massa e o volume de corpos de chumbo de tamanhos variados. Obteve-se o valor 11,4 ± 0,1 g / cm3, o qual apresenta boa concordância com o valor reportado na literatura. INTRODUÇÃO O chumbo é um elemento químico metálico, de número atômico 82, que funde na temperatura de 600,6 K. Seu símbolo químico é Pb. É aplicado em proteção contra radiação ionizante, em acumuladores (baterias), soldas, munição, além de outras. (BARBOSA, 1999) Densidade é a razão entre a massa e o volume (vide Equação 1). É uma propriedade física que pode ser utilizada para identificar substâncias. Pelo fato dos sólidos serem bem pouco compressíveis, a densidade dos sólidos não varia muito com a temperatura. volume massa densidade= (1) O objetivo deste experimento é determinar a densidade do chumbo sólido e compará- lo com o valor 11,35 g / cm3 apresentado na literatura. (KOTZ, 2002) Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 23 PARTE EXPERIMENTAL Materiais e Reagentes Os seguintes materiais, disponíveis no laboratório de ensino do Departamento de Química do IFRJ, foram utilizados neste experimento: • Proveta de vidro (capacidade: 50,0 cm3) • Balança Técnica (precisão ±0,1 g) – Fabricante: Perkin Elmer As seguintes substâncias, disponíveis no laboratório de ensino do Departamento de Química da IFRJ, foram utilizadas neste experimento: • Água destilada • Corpos de chumbo (tamanhos variados) Procedimento Foram pesados três corpos de chumbo, de tamanhos variados, em uma balança técnica, anotando-se as massas com precisão de ±0,1 g. Cada corpo de chumbo foi imerso em uma proveta de vidro, de capacidade igual a 50,0 cm3, contendo préviamente 25,0 cm3 de água destilada. A seguir, anotou-se o volume de água deslocado após a imersão de cada corpo de chumbo. Todo o procedimento foi feito na temperatura ambiente do laboratório, igual a 303,15 K. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores das massas dos corpos de chumbo e dos volumes de água deslocados após a imersão de cada corpo estão apresentados na Tabela 1. Assumiu-se que o volume deslocado de água corresponde ao volume do corpo imerso. A densidade de cada corpo de chumbo foi calculada, a partir dos valores medidos de massa e de volume, utilizando a Equação 1. Por fim, determinou-se o valor médio da densidade do chumbo e o respectivo desvio-padrão, que mede a precisão do resultado. O valor obtido para a densidade do chumbo é igual a 11,4 ±0,1 Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 24 g / cm3 e apresenta uma boa concordância com o valor da literatura 11,35 g / cm3. (KOTZ, 2002) Tabela 6. Valores das massas dos corpos de chumbo, dos volumes de água deslocados e das densidades calculadas. Corpo de Chumbo massa / g volume / cm3 densidade / g/cm3 1 57,5 5,0 11,5 2 79,8 7,0 11,4 3 101,7 9,0 11,3 média 11,4 desvio-padrão ± 0,1 CONCLUSÃO A partir de medidas de massa e de volume de corpos de chumbo de tamanhos variados, determinou-se o valor 11,4 ± 0,1 g / cm3 para a densidade do chumbo sólido, na temperatura de 303,15 K. Este valor apresenta uma boa concordância com o valor 11,35 g / cm3, reportado na literatura. REFERÊNCIAS BARBOSA, A. L. Dicionário de Química. AB Editora: Goiânia, 1999. p.81. KOTZ, J. C.; TREICHEL, Jr. P. Química e Reações Químicas. 4.ed., v.1, LTC Editora S.A.: Rio de Janeiro, 2002. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 25 4. FUNDAMENTOS TEÓRICOS 4.1 Espectrofotometria UV-VIS 4.1.1 Introdução A espectroscopia de absorção molecular nas regiões espectrais do ultravioleta e do visível (UV-VIS) é largamente utilizada para a determinação qualitativa e, principalmente, quantitativa de um grande número de espécies inorgânicas, orgânicas e biológicas. Os métodos de absorção molecular UV-VIS são provavelmente os mais utilizados para análise quantitativa em laboratórios químicos, ambientais, forenses e clínicos em todo o mundo. A espectrometria de absorção molecular no UV-VIS é baseada na medida da transmitância “T” ou absorbância “A” de soluções contidas em células transparentes com caminho ótico de b cm. Geralmente, a concentração de um analito que absorve radiação está relacionada linearmente com a absorbância, como mostra a lei de Beer: A = - log T = ��� ��� = є b c Onde: A = Absorbância; T = Transmitância; P0 = Potência da luz incidente; P = Potência da luz transmitida; Є = Absortividade em quantidade de matéria (em literaturas antigas é chamado de coeficiente de extinção molar); b = caminho ótico em cm Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 26 4.1.2 O espectro eletromagnético Figura 5: O espectro eletromagnético Um espectrofotômetro UV-VIS mede a quantidade de luz absorvida em cada comprimento de onda das regiões do UV e do visível do espectro eletromagnético. A radiação no UV-VIS é de mais alta energia (λ mais curto) do que a radiação no IV e do que a radiação de frequência de rádio (utilizada no RMN) mais não tão energética quanto a radiação X. 4.1.3 Medidas de Transmitância e Absorbância Figura 6: Medidas de transmitância e absorbância Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 27 A absorbância é muito importante porque ela é diretamente proporcional à concentração, c, de espécies absorventes de luz na amostra. 4.1.4 Usos analíticos da Espectroscopia UV-VIS � A espectroscopia UV-VIS pode ser utilizada na elucidação de estrutura de moléculas orgânicas para indicar se a conjugação está presente em uma determinada amostra. � Apesar de a conjugação em uma molécula pode ser indicada através de dados de espectroscopia no IV, de RMN ou de espectrometria de massas, a análise por espectroscopia no UV-VIS pode fornecer informações confirmativas. � A utilização mais difundida está relacionada com a determinação da concentração de uma amostra desconhecida. 4.1.5 Como e para que medir a absorção de luz: Como já informado, cada faixa de comprimento de onda (fequências) origina um tipo de informação diferente. A intensidade de absorção nos diferentes comprimentos de onda na faixa do microonda e no infravermelho dá informações sobre a estrutura molecular (quem está ligado com quem e com que tipo de ligação química). O visível não é tão rico em Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 28 informações estruturais, mas pode dar valiosas informações quantitativas. Do ultravioleta em diante, podemos obter informações sobre a composição elementar (pois são as camadas internas do átomo, não ligadas, que absorvem). Vamos nos deter sobre a análise da absorção no visível. Num raciocínio intuitivo, a concentração de uma substância colorida, dissolvida num solvente incolor (como a água), é proporcional à intensidade de cor da solução. Desse modo, a intensidade de cor é uma medida da concentração da solução. Como medir quantitativamente a intensidade da cor de uma solução? Como é a relação exata disso com a concentração? Analisemos por que certas substâncias são coloridas e também por que as substâncias podem ter cores diferentes: • As substâncias são coloridas porque absorvem luz visível. Desse modo, a luz que emerge de uma substância só vai ter os comprimentos de onda (freqüências) que ela não absorveu. • A retina verá, mais fortemente as cores que deixaram de ser absorvidas. O preto existirá quando a substância (ou mistura de) absorve todas as cores do visível. Figura 7: Como vemos as cores • Cada substância, pela sua estrutura molecular, absorve um padrão de cores específico. Desse modo, o padrão de cores refletido e absorvido determinará a cor final da substância. Pode-se concluir que a cor da substância é a luz que ela não absorveu. A luz que interage e que tem relação com a estrutura eletrônica é a cor que não se vê. Por exemplo, uma substância que é amarela aos olhos humanos tem como cor mais fortemente absorvida o azul. Uma substância azul tem como cor complementar o amarelo, que é a cor mais fortemente absorvida. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 29 Figura 8: Cores da radiação visível Para medir a concentração mede-se a luz absorvida e não refletida, incidindo sobre a amostra apenas a luz que interessa (aquela que é absorvida) e exclui-se os outros comprimentos de onda. O que se mede diretamente não é a quantidade de luz absorvida. Só se poderia fazer isto se houvesse um detector junto a cada molécula, para ver se ela absorveu ou não o fóton. O que se faz normalmente é medir a luz que consegue passar, e não a luz que é absorvida. 4.1.6 Métodos quantitativos colorimétricos 4.1.6.1 Aplica-se a lei de Lambert-Beer Suponha um aparelho que é capaz de medir a transmitância de uma amostra e que se encontram à disposição várias soluções-padrão da mesma substância. Como seria o gráfico experimental da transmitância dessas soluções versus a concentração de cada uma? Como a transmitância deve diminuir quando aumenta a concentração, o gráfico obtido será da forma: Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 30 A relação experimental entre transmitância e concentração tem a forma de uma exponencial inversa. Para se ter o gráfico de uma reta, basta aplicar o logaritmo. Como os valores são menores que 1, para não ter números negativos, aplica-se o logaritmo do inverso (log 1/T). Então: Essa nova grandeza (log 1/T) é diretamente propocional à concentração e é denominada absorbância (simbolizada por A). Como se comporta a absorbância, se a concentração é mantida constante e o caminho óptico (diâmetro da cubeta ) b varia? Experimentalmente se obtém o gráfico: Logo, a absorbância depende da concentração e do caminho óptico. Pode-se definir uma equação para a absorbância levando em conta essadependência e o fato de que, quando o caminho óptico é zero (ou a concentração é zero). Essa equação é da forma: Abaixo podemos visualizar melhor a definição desta Lei: Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 31 Onde: A = Absorbância em comprimento de onda (λ) fixo є = absortividade molar (unidade L/mol.cm) b = Caminho ótico em cm c = Concentração da amostra em mols/L Essa é a Lei de Lambert-Beer, onde є (épsilon) é a constante de proporcionalidade. Para saber o significado dessa constante, constrói-se o gráfico A x λ (comprimento de onda), mantendo todas as outras variáveis (b, C, tipo de amostra) constantes. Tomando uma substância púrpura, como o permanganato de potássio, sua intensidade máxima de absorção é no verde. O gráfico é da forma: Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 32 Esse é o gráfico A x C para os comprimentos de onda λ1, λ2 e λ3, nas mesmas condições de análise, e colocando-se as 3 retas no mesmo par de eixos, vê-se que λ1 terá sempre uma absorbância maior que λ2, que terá absorbância maior que λ3 (apesar de termos λ1<λ2<λ3 em nanômetros). O gráfico resultante será: Qual a melhor reta para análise quantitativa? É a que fornece a melhor sensibilidade. Ou seja é a que melhor distingue entre duas concentrações muito próximas e que dá maior sinal para amostras diluídas. Claramente vê-se que λ1 atende a esses requisitos. Duas concentrações próximas terão em λ1 a maior diferença em absorbância. Λ1 é o comprimento de onda de absorção máxima para a substância, simbolizada como λmax. Agora pode-se definir claramente qual o significado da constante Є. Se b e C são os mesmos para cada reta, Є tem que ser diferente, para que A se modifique. Є é uma constante que só depende da amostra, do solvente e do comprimento de onda. Não depende do caminho óptico ou da concentração, é uma propriedade daquela substância em relação ao meio em que está dissolvida e ao comprimento de onda usado. Є é chamada de absortividade molar., quando a concentração é expressa em mol/L (seria a absorbância por mol e por centímetro). A unidade de Є é L/mol.cm. Quando a concentração é expressa em g/L, o símbolo se modifica, passa a ser a, chamada de absotividade específica (absorbância por grama e por centímetro). A lei de Lambert-Beer nesse caso será escrita como: Lei de Beer: A = abc Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 33 Onde: A = Absorbância em comprimento de onda (λ) fixo a = absortividade específica para um comprimento de onda fixo (unidade L/g.cm) b = Caminho ótico em cm c = Concentração da amostra em g/L A absorbância é muito importante porque ela é diretamente proporcional à concentração, c, de espécies absorventes de luz na amostra. 4.1.6.2 Curva de calibração em espectrofotometria Procedimento para calibrar aparelhos para análise em espectrofotometria: • Primeiramente ajustar o 100 %T do aparelho com a cubeta contendo somente o solvente utilizado (normalmente água). • Ajustar o 0 (zero) %T com o feixe de luz totalmente obstruído. • Fazer a varredura da solução da substância em questão11 • Com o comprimento de onda escolhido, fazem-se as medidas de transmitância de uma série de padrões da substância. • Calculando as absorbâncias, constrói-se o gráfico de A x C, que servirá de base para a análise da amostra desconhecida: Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 34 • De posse do gráfico (ou da equação da reta calculada a partir dos pontos experimentais) pode-se fazer, por interpolação, a leitura da amostra, ou calcular pela equação. A absorbância da amostra desconhecida permitirá a obtenção da concentração desejada. OBS: o A amostra pode conter mais de um cromóforo (substância que absorve luz). o As condições de pH, agentes complexantes, solventes, etc., podem não ser reprodutíveis nos padrões e, e esses fatores podem afetar a absortividade da substância. o A amostra pode estar muito diluída e fora da faixa ótima de leitura. Contornar esses e outros fatores exige o emprego de técnicas que serão estudadas adiante. O uso de vários padrões para se fazer uma curva de calibração diminui a possibilidade de erros grosseiros que poderiam acontecer com o uso de um só padrão. A curva de calibração permite também o cálculo de “є” ou “a” para o comprimento de onda utilizado, pois єb (ou ab) é coeficiente angular da reta de calibração. Para calcular “є” ou “a”, basta dividir o coeficiente angular pelo valor de b. Para diminuir o erro, muitas vezes o branco da amostra não é simplesmente o solvente. Em várias análises, o composto que se quer analisar não é colorido, isto é, não absorve no visível. Como existem muitos métodos sensíveis e específicos para desenvolver cor em vários tipos de analitos, a cor é desenvolvida na amostra para o analito que se quer medir. O branco, no caso, pode ser a própria amostra com todas as etapas do tratamento, menos aquela que dá cor ao analito. Com isso, qualquer outro componente da amostra que possa ter alguma absorbância é descontado do branco. O composto que absorve luz é chamado de cromóforo, e é importante distinguir que muitas vezes o cromóforo não é o analito, e sim um composto derivado dele. O espectro de varredura é importante, pois, como já foi dito, muitas vezes a amostra tem algum componente colorido que interfere na análise. Nesse caso, pelo espectro de varredura, pode-se escolher um outro comprimento de onda que tenha boa sensibilidade (alto Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 35 valor de є) mas que não sofra a interferência do componente colorido. Outras técnicas para driblar esse problema serão mostradas adiante. 4.1.6.3 O método de adição-padrão em Absorciometria O método de adição-padrão consiste na adição de uma determinada quantidade de padrão à amostra. Deve-se medir a absorbância da amostra antes e após a adição do padrão, nas mesmas condições espectrofotométricas. Desse modo, pode-se minimizar a ação de interferentes contidos na amostra. O efeito dos interferentes é praticamente o mesmo nas soluções de amostra e de amostra mais padrões. Um constituinte indesejável pode interferir, quer devido às suas próprias propriedades ópticas, quer por sofrer interações com o cromóforo a ser analisado, ou com vários reagentes empregados na determinação. Manifestações dessa natureza podem acarretar o desaparecimento da cor, a não obtenção da absorbância teórica, etc. O reconhecimento e a eliminação de interferentes numa análise é grandemente facilitado quando se tem conhecimento da natureza dos componentes presentes na solução em análise, o que nem sempre é possível quando a amostra é muito complexa. Há uma variedade de técnicas para eliminar, ou minimizar, os efeitos dos constituintes não desejados. As separações do tipo líquido-líquido (extração por solventes, absorção de coluna, etc.) são ainda muito utilizadas, por representarem processos simples e rápidos de análise. No entanto, podem ocorrer perdas no processo. A separação física do constituinte desejado daqueles que interferem nem sempre é tão satisfatória na prática como na teoria, devido às fontes de erros e desperdícios de tempo nos processos. A conversão química do interferente numa espécie opticamente inerte é um método geralmente preferido à separação física, pois pode ser feito in loco. Reações de oxirredução e complexação são comumente efetuadas para sistemas inorgânicos,ao passo que reações de oxirredução e condensação são frequentemente aplicadas a sistemas orgânicos. A técnica de adição-padrão é uma técnica instrumental muito utilizada pela rapidez e simplicidade de análise e por dispensar toda essa série de procedimentos de eliminação de interferentes que seriam dispendiosos em tempo e dinheiro. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 36 Para fazer a adição-padrão, toma-se uma alíquota conhecida (Vx) de amostra e faz-se uma diluição a um certo volume final (Vt) e mede-se a absorbância. Em seguida, toma-se outra alíquota de amostra de mesmo volume (Vt) e mede-se a absorbância. Com essa técnica, a absorbância lida após a adição do padrão será, necessariamente, maior do que a absorbância antes da adição. O primeiro termo da equação é o termo que aparece na equação da absorbância antes da adição do padrão e é uma constante para qualquer Vp, desde que є, b, Vx e Vt sejam sempre os mesmos. No segundo termo, a expressão que multiplica Vp também é uma constante. Se medirmos várias soluções, com diferentes adições de padrão, e fizermos um gráfico de A x Vp, teremos uma reta em que o coeficiente angular (єb �� ��) permite o cálculo de єb, já que Cp e Vt são conhecidos.O coeficiente linear (єb � � �� ) contém a concventração procurada (Cx) e os outros temos são conhecidos. A seguir temos um exemplo de uma curva de adição-padrão para análise de Fe (II) em água, por meio do desenvolvimento de cor de tiocianato: Uma outra maneira de fazer esse m coeficiente angular, que, calculando pelas expressões anteriores, equivale a CxVx / Cp. Substituindo-se os valores de Vx e Cp pode Esse problema também pode ser resolvido de maneira g achando o Vp negativo em que a absorbância cairia a zero (técnica de extrapolação). 4.1.6.4 Análise de mistura de cromóforos Esse método é aplicado quando se quer analisar dois ou mais cromóforos em solução simultaneamente e, o que é a situação mais comum, os espectros possuem regiões de superposição. Se na solução da amostra existe mais de um cromóforo, os espectros de absorção desses cromóforos podem se sobrepor numa dada extensão de comprimento de onda. Então, a análise dessa amostra em apenas um comprimento de onda, quando se escolhe um deverá corresponder a um dos cromóforos e o(s) outro(s) provavelmente não estará(ão) na região de absorbância máxima. Mas isso gera uma imprecisão na medida, pois a absorbância nesse λ corresponde não só ao cromóforo em questão, mas também a absorbância do(s) outro(s) em solução. A seguir apresenta y, misturados numa dada concentração Cx e Cy. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: Revisão: Uma outra maneira de fazer esse mesmo cálculo é dividir o coeficiente linear pelo coeficiente angular, que, calculando pelas expressões anteriores, equivale a CxVx / Cp. se os valores de Vx e Cp pode-se achar o valor de Cx. Esse problema também pode ser resolvido de maneira gráfica, prolongando achando o Vp negativo em que a absorbância cairia a zero (técnica de extrapolação). 6.4 Análise de mistura de cromóforos Esse método é aplicado quando se quer analisar dois ou mais cromóforos em solução e, o que é a situação mais comum, os espectros possuem regiões de Se na solução da amostra existe mais de um cromóforo, os espectros de absorção desses cromóforos podem se sobrepor numa dada extensão de comprimento de onda. Então, a essa amostra em apenas um comprimento de onda, quando se escolhe um deverá corresponder a um dos cromóforos e o(s) outro(s) provavelmente não estará(ão) na região de absorbância máxima. Mas isso gera uma imprecisão na medida, pois a absorbância ão só ao cromóforo em questão, mas também a absorbância do(s) outro(s) em solução. A seguir apresenta-se os espectros de dois cromóforos denominados x e y, misturados numa dada concentração Cx e Cy. Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 37 esmo cálculo é dividir o coeficiente linear pelo coeficiente angular, que, calculando pelas expressões anteriores, equivale a CxVx / Cp. ráfica, prolongando-se a reta e achando o Vp negativo em que a absorbância cairia a zero (técnica de extrapolação). Esse método é aplicado quando se quer analisar dois ou mais cromóforos em solução e, o que é a situação mais comum, os espectros possuem regiões de Se na solução da amostra existe mais de um cromóforo, os espectros de absorção desses cromóforos podem se sobrepor numa dada extensão de comprimento de onda. Então, a essa amostra em apenas um comprimento de onda, quando se escolhe um λmáx, deverá corresponder a um dos cromóforos e o(s) outro(s) provavelmente não estará(ão) na região de absorbância máxima. Mas isso gera uma imprecisão na medida, pois a absorbância ão só ao cromóforo em questão, mas também a absorbância do(s) se os espectros de dois cromóforos denominados x e Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 38 Figura 9: Mistura de Cromóforos Como podemos ver, no λmáx de x existe uma contribuição de y e no λmáx de y existe uma contribuição de x. Nesse caso, em cada λ: Atotal = Ax + Ay Escolhe-se os λmáx de cada um dos compostos, onde um deles tem a maior sensibilidade. Λx será o λmáx do composto x, e λy o do λmáx do composto y. Pela lei de Lambert-Beer, a contribuição de cada um deles para a absorbância total em cada comprimento de onda será: Atotal (λx) = є bCx + є� bCy Atotal (λy) = є� bCx + є��bCy Onde: є e є � são as absortividades de x e y no λx e є�� são as absortividades de x e y no λy. Se os є são conhecidos em cada λ (podem ser obtidos medindo-se padrões de cada cromóforo) e o b também, as únicas incógnitas das equações são Cx e Cy. Tem-se então um sistema de equações do primeiro grau de fácil resolução, onde pode-se calcular as duas concentrações. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 39 4.1.6.5 Desvios da Lei de Lambert-Beer A lei de Lambert-Beer nem sempre é válida. Os desvios encontrados são classificados em desvios por limitação da lei, desvios químicos e desvios causados pela instrumentação: • Desvios por limitação da lei: São aqueles em que as interações do analito com o solvente e demais solutos variam com o aumento da concentração. O є, por exemplo, é função do índice de refração. O índice de refração sofre grandes variações em soluções muito concentradas, alterando o є. Em soluções concentradas do analito ou outros solutos, as interações soluto- soluto alteram a estrutura do analito e também modificam sua absortividade. Esses efeitos geralmente ocorrem em concentrações maiores que 0,01 mol/L das espécies presentes na amostra. Os desvios positivos ou negativos conforme as alterações aumentem ou diminuam a absortividade. • Desvios Químicos: Ocorrem por reações não completas (K, constante de equilíbrio, baixa) em que a espécie absorvente é o reagente ou produto em reações de complexação, equilíbrio ácido-base e formação de dímeros. Além da concentração analítica, a concentração real da espécie absorvente também será ditada por K. Se K favorece o cromóforo nas concentrações analíticas mais altas, o desvio é positivo. Ao contrário, se K favorece o cromóforo nas concentrações mais baixas, o desvio é negativo. • Desvios causados pela instrumentação: Há que se lembrar que a lei de Beer é aplicável para a luz monocromática. Filtros, por abrangerem faixas de comprimento de onda, apresentam desvios negativos facilmente, pela mistura de comprimentos de onda que absorvem menos que o λmax. Esse efeito é maior se medirmos fora do λmax, onde a diferença de absortividade entreos vários λ é maior. Outro fator de desvio de instrumentação é a luz espalhada internamente no aparelho por qualquer superfície refletora. Como parte dessa luz terá λ diferente do λmax, o desvio é sempre negativo. Cubetas sujas e não uniformes também afetam resultados. Ao ocorrer um desvio da lei de Beer, ainda pode-se trabalhar com a curva de calibração, embora ela não seja uma reta. O comportamento da curva pode ser mostrado na Figura 10 a seguir. Como desvio das soluções mais comum é diluir mais a amostra, para que a análise ocorra na faixa linear da curva, desde que o valor de onda) e a sensibilidade do aparelho que mede a absorção permitam. A faixa de trabalho normal dos métodos espectrofotométricos vai de 10 exceções. É muito importante conhecer em que faixa de concentração ocorre um desvio significativo da lei de Beer. Essa é mais uma das razões por que nunca se deve extrapolar os resultados de uma curva de calibração para calcular a concentração de uma amostra, cujo valor de absorbância caiu fora dos limites dos valores de absorbância dos padrões Outro fator da instrumentação que pode causar desvios aparentes da lei de Beer é a mudança de sensibilidade do detector com o tempo. 4.1.7 Diagrama de um espectrofotômetro UV Figura 11 Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: Revisão: Figura 10: Desvios da Lei de Lambert-Beer Como desvio das lei de Beer normalmente ocorrem em concentrações mais altas, uma das soluções mais comum é diluir mais a amostra, para que a análise ocorra na faixa linear da curva, desde que o valor de є (que dá a sensibilidade do cromóforo naquele comprimento de a) e a sensibilidade do aparelho que mede a absorção permitam. A faixa de trabalho normal dos métodos espectrofotométricos vai de 10-2 mol/L a 10 É muito importante conhecer em que faixa de concentração ocorre um desvio icativo da lei de Beer. Essa é mais uma das razões por que nunca se deve extrapolar os resultados de uma curva de calibração para calcular a concentração de uma amostra, cujo valor de absorbância caiu fora dos limites dos valores de absorbância dos padrões Outro fator da instrumentação que pode causar desvios aparentes da lei de Beer é a mudança de sensibilidade do detector com o tempo. Diagrama de um espectrofotômetro UV-VIS Figura 11: Diagrama de um espectrofotômetro UV- Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 40 Beer das lei de Beer normalmente ocorrem em concentrações mais altas, uma das soluções mais comum é diluir mais a amostra, para que a análise ocorra na faixa linear da á a sensibilidade do cromóforo naquele comprimento de a) e a sensibilidade do aparelho que mede a absorção permitam. A faixa de trabalho mol/L a 10-7 mol/L, com várias É muito importante conhecer em que faixa de concentração ocorre um desvio icativo da lei de Beer. Essa é mais uma das razões por que nunca se deve extrapolar os resultados de uma curva de calibração para calcular a concentração de uma amostra, cujo valor de absorbância caiu fora dos limites dos valores de absorbância dos padrões. Outro fator da instrumentação que pode causar desvios aparentes da lei de Beer é a -VIS Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 41 4.1.8 Tipos de Instrumentos UV-VIS Existem quatro tipos gerais de instrumentos espectroscópicos: 1) De feixe único; 2) De feixe duplo espacial; 3) De feixe duplo temporal; 4) Multicanal. Figura 12: Esquema de fotômetros e espectrofotômetros UV-VIS Na Figura 12: (a) é um esquema de instrumento de feixe único para medidas de absorção; (b) Ilustra um instrumento de feixe duplo espacial no qual dois feixes são formados no espaço por um espelho em forma de V, chamado divisor de feixe; Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 42 (c) Instrumento de feixe duplo temporal, onde os feixes são separados no tempo por um disco com setores espelhados que direciona o feixe que vem do monocromador, primeiramente através da célula de referência e, depois, através da célula da amostra. Os pulsos de radiação são recombinados por outro espelho, que transmite um pulso e reflete o outro para o transdutor. 4.1.9 Instrumentos Multicanal Um novo tipo de espectrofotômetro surgiu no mercado, no início dos anos 1980, baseado em um detetor com um dos arranjos (arranjo de fotodiodos ou dispositivo linear com acoplamento de carga [CCD]. Esses instrumentos são geralmente do tipo feixe único mostrado na Figura 13. Nos instrumentos multicanal, o sistema dispersivo é um espectrógrafo de grade localizado após a célula da amostra ou de referência. O detector é colocado no plano focal do espectrógrafo, onde incide a radiação dispersa. Figura 13: Diagrama de um espectrofotômetro multicanal baseado em um espectrógrafo de rede com arranjo de detectores. O arranjo de fotodiodos consiste de um conjunto disposto em forma linear de várias centenas de fotodiodos (256, 512, 1024, 2048) que são formados ao longo do comprimento de Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 43 um chip de silício. Geralmente, os chips têm de 1 a 6 cm de comprimento, e as larguras dos diodos individuais são de 15 a 50 µm. Arranjos lineares tipo CCD geralmente consistem de 2048 elementos, onde cada elemento tem ~ 14 µm. Espectrômetros multicanal que usam arranjo de diodos ou arranjos de CCD são capazes de obter um espectro inteiro em pouco milis-segundo. Figura 14: Arranjo de diodos de vários tamanhos. (Cortesia de Hamamtsu Photonics, Bridgewater, NJ.) 4.1.10. Alguns Instrumentos Típicos 4.1.10.1 Instrumentos de feixe único para as regiões UV-VIS Diversos fabricantes oferecem instrumentos de feixe único, sem varredura, que podem ser usados para medidas tanto na região ultravioleta como na visível. O extremo inferior do comprimento de onda varia de 190 a 210 nm, e o extremo superior, de 800 a 1000 nm. Todos são instrumentos com lâmpadas intercambiáveis de tungstênio e de hidrogênio ou deutério. A maioria utiliza tubos fotomultiplicadores e fotodiodos como transdutores e redes para a dispersão. Mostradores digitais são agora utilizados em praticamente todos os espectrofotômetros desse tipo. O preço para esse tipo de instrumento varia de US$ 2.000 a US$ 8.000. As especificações de desempenho variam consideravelmente entre os instrumentos e estão relacionadas ao seu preço. Tipicamente , esses instrumentos apresentam larguras de banda que variam de 2 a 8 nm e exatidão de comprimento de onda de 0,5 a 2 nm. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 44 4.1.10.2 Instrumentos de feixe único computadorizados Diversos fabricantes oferecem esses tipos de instrumentos nas regiões UV-VIS. Com esses instrumentos, a varredura do comprimento de onda é inicialmente efetuada com a solução de referência na trajetória do feixe. A saída resultante do transdutor é digitalizada e armazenada na memória do computador. As amostras, são, então, varridas, e as absorbâncias, calculadas com auxílio dos dados da solução de referência armazenados. O espectro completo é mostrado poucos segundos após a aquisição dos dados. Como o espectro da amostra e da referência são obtidos em tempos diferentes, é necessário que a intensidade da fonte permaneça constante. O computador acoplado a esses instrumentos fornece diversas opções relacionadas ao processamento e à apresentação de dados como absorbância, transmitância, derivadas, espectros sobrepostos, varreduras repetitivas, cálculos de concentração, localizaçãode picos e determinações de suas alturas e medidas cinéticas. Esses instrumentos de feixe único possuem as vantagens inerentes de maior energia, melhor relação sinal/ruído e compartimentos para a amostra com acesso mais fácil. Por outro lado, os instrumentos de feixe duplo descritos fornecem melhor nivelamento e maior estabilidade de linha de base do que os sistemas de feixe único. Os espectrofotômetros de mais alta qualidade ainda utilizam a configuração de feixe duplo. 4.1.10.3 Instrumentos de feixe duplo A Figura 15 mostra o esquema óptico de um espectrofotômetro mais sofisticado, de feixe duplo com feixes separados pelo tempo: Figura 15: Esquema de um espectrofotômetro de feixe duplo Cary 100,da Varian para as regiões UV-VIS. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 45 Características � Utiliza uma rede plana de 30 x 35 mm contendo 1200 linhas/mm. � Intervalo de λ de 190 a 900 mm; � Larguras de banda de 0,2 a 4,00 nm selecionáveis em etapas de 0,1 nm por um sistema que controla a troca da fenda; � Exatidão fotométrica de ± 0,00016 A; � Radiação espúria é menor do que 0,0013% de P0 a 370 nm e 0,0074% a 220 nm; � O intervalo de absorbância vai de 0 a 3,7 unidades de absorbância. � Seu desempenho é significativamente melhor do que o UV-VIS duplo feixe da Figura 10 e, evidentemente, seu preço é maior. 4.1.10.4 Instrumentos de dupla dispersão A Figura 16 mostra o diagrama óptico do espectrofotômetro UV-VIS de dupla dispersão Cary 300 da Varian: Figura 16: Diagrama óptico do espectrofotômetro UV-VIS de dupla dispersão Cary 300, da Varian . Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 46 Características � O cary 300, da Varian, ao lado usa um monocromador prévio na frente do mesmo instrumento de feixe duplo temporal ; � O segundo monocromador reduz os níveis de luz espúria para 0,000041% a 370 nm e 0,00008 % a 220 nm; � Isto estende o intervalo de absorbância para 5,0 unidades de absorbância; � Possui um arranjo modulador duplo que assegura caminhos ópticos aproximadamente idênticos para ambos os feixes; � Os dois feixes incidem no tubo fotomultiplicador no mesmo ponto, o que minimiza os erros devido à não –uniformidade do fotocatodo. 4.1.10.5 Instrumentos Multicanal Na Figura abaixo são mostrados dois espectrofotômetros multicanal: Figura 16: Espectrômetro multicanal miniatura com fibra óptica. (Cortesia de Ocean Optics, Inc., Dunedin, FL.) Características � Espectrômetro de fibra óptica na versão miniaturizada usando um arranjo CCD linear; � O diagrama óptico é semelhante a Figura 4, exceto peo fato de que fibras ópticas são usadas para transprtar a radiação da célula e para a célula da amostra; Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 47 � Nesta versão o computador é separado do computador; � A saída do arranjo é conectada a um conversor analógico-digital no computador; � Em outros modelos, o espectrômetro contém o conversor e é conectado ao computador via uma porta USB; � Este tipo de espectrômetro é encontrado comercialmente por cerca de US$ 1.800 a US$ 5000. 4.2 Espectrometria de Infravermelho 4.2.1 Introdução Praticamente todos os compostos que têm ligações covalentes, orgânicos e inorgânicos, absorvem freqüências de radiação eletromagnética na região do infravermelho do espectro. A região do infravermelho do espectro eletromagnético se encontra em comprimentos de onda maiores do que os associados com a luz visível, entre 400 nm e 800 nm (1 nanometro = 10-9 m), e menores do os associados com as ondas de rádio, maiores do que 1 cm. Do ponto de vista da química, estamos interessados na parte vibracional da região do infravermelho, que inclui radiação de comprimentos de onda (λ) entre 2,5 µm e 15 µm (1 micrômetro = 10-6 m). A figura 1 abaixo mostra a relação em regiões a região do infravermelho e outras regiões características do espectro eletromagnético. Figura 17: Relação entre regiões do infravermelho vibracional e outras regiões características do espectro eletromagnético. Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 48 Como ocorre com outros tipos de absorção de energia, as moléculas são excitadas a um estado de energia superior quando absorvem a radiação infravermelha. A absorção de radiação infravermelha é, como outros processos de absorção, um processo quantizado. Somente freqüência (energias) selecionadas são absorvidas pelas moléculas. A energia envolvida na absorção é da ordem de 8-40 kJ/mol (2-10 kcal/mol). A radiação desta faixa de energias corresponde às freqüências de deformação axial e angular das ligações covalentes das moléculas. No processo de absorção, as freqüências de radiação infravermelha que coincidem com as freqüências naturais de vibração são absorvidas e a energia envolvida aumenta a amplitude dos movimentos de vibração das ligações da molécula. Muitos químicos referem-se à radiação da região do infravermelhovivracional do espectro eletromagnético usando a unidade número de ondas (ⱱ). O número de ondas é expresso em centímetros recíprocos (cm-1), facilmente obtidos tomando-se o inverso do comprimento de onda (λ) expresso em cm. Esta unidade tem a vantagem, para os que fazem cálculos, de ser diretamente proporcional à energia. Logo, a região do infravermelho vibracional do espectro estende-se de cerca de 4.000 cm-1 a 600 cm-1 (ou número de ondas). As seguintes relações interconvertem comprimentos de onda (µm) e número de ondas (cm-1): cm-1 = 1/µm x 10.000 µm = 1/cm-1 x 10.000 Com sua amostra no feixe de amostra, o instrumento varre o espectro de IV. Grupos funcionais específicos absorvem energias específicas. Como o espectro é colocado sobre um pedaço de papel, essas energias específicas tornam-se locais específicos no espectro. Veja a Figura 2. Ela é um bom exemplo de um par de alcoóis. Vê o pico (alguns podem chamá-lo de depressão) em torno de 3400 cm-1 (2,9 µm)? Ele aparece devido ao grupo OH, especificamente ao estiramento da ligação O—H ou estiramento OH. Agora consideremos um par de cetonas, 2-butanona e cicloexanona (Figura 3). Não há qualquer pico em torno de 3400 cm-1 (2,9 µm). Deveria haver? Claro que não. Existe um OH na 2-butanona? Claro que não. Mas existe um C=O, e onde ele está no espectro? O pico correspondente aparece em torno de 1700 cm-1 (5,9 µm). Ele não está lá por causa dos Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 49 alcoóis, ele está lá devido às cetonas. Certo. Você acabou de correlacionar ou interpretar quatro espectros de IV. Figura 18: Espectros de IV do (a) Tert-butil álcool e (b) cicloexanol Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 50 Figura 19: Espectros de IV da (a) 2-butanona e (b) cicloexanona Bacharel em Farmácia Apostila de Teoria e Práticas de Análise Instrumental Código: QIA001 Data: 21/02/2011 Revisão: 0 51 Como os dois primeiros espectros (Figura 2) têm estiramento OH característicos de alcoóis, eles poderiam ser provenientes de alcoóis. Os outros dois espectros (Figura 3) poderiam ser provenientes de cetonas devido à presença em cada um deles do pico em 1700 cm-1 (5,9 µm), característico do estiramento C = O. E todos os outros picos? Você pode atribuir algum tipo de significado a cada um deles, mas isso pode ser muito difícil. É por isso que existem diagramas de correlação de freqüência,
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