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TERRA, UM PLANETA ESPECIAL UM PLANETA ESPECIAL ENSINO FUNDAMENTAL 2 Observe a imagem do nosso planeta visto do espaço: A Terra vista da Apollo 17. A Blue Marble é uma famosa fotografia da Terra tirada em 7 de dezembro de 1972, pela tripulação da Apollo 17, nave espacial a caminho da Lua, a uma distância de cerca de 29.000 km (18.000 milhas de estatuto). Mostra a África, a Antártica, e a Península Arábica. TERRA, UM PLANETA ESPECIAL O primeiro homem a ver a Terra dessa forma foi o astronauta russo Yuri Gagarin, em 1961. Posteriormente, em 1969, novas fotos foram feitas, quando o astronauta americano Neil Armstrong e sua equipe pisaram pela primeira vez na Lua. Você e eu só a vemos assim, graças às novas tecnologias, que nos permitem “viajar", observar e aprender muito sobre o Universo! Em nosso dia a dia, o que vemos são as paisagens que formam a superfície do nosso planeta. TERRA, UM PLANETA ESPECIAL Vamos observar atentamente uma dessas paisagens e responder à atividade proposta. Vamos interagir? TERRA, UM PLANETA ESPECIAL 1. Descreva a paisagem observada. 2. Separe, agora, os diferentes elementos que nela aparecem – elementos humanos e elementos naturais – que são essenciais para a manutenção do nosso planeta. 3. Qual elemento mais chamou a sua atenção? Por quê? TERRA, UM PLANETA ESPECIAL Certamente, você deve ter notado que na imagem acima aparecem elementos humanos, caracterizados, principalmente, pelas diferentes construções, e elementos naturais, como o relevo, o mar, a lagoa, as áreas vegetais. Podemos dizer, então que a superfície terrestre apresenta três camadas distintas: áreas terrestres (o solo), áreas líquidas (a água) e também o céu azul (onde está o ar), que vamos conhecer um pouquinho mais para descobrir por que a Terra é tão especial. TERRA, UM PLANETA ESPECIAL Essa é a camada sólida da Terra, produto do resfriamento do magma de que foi formado o nosso planeta (você já viu que os materiais que construíram o nosso Sistema Solar estavam em fusão, ou seja, derretidos pela ação do calor). Aos poucos, essa massa foi se resfriando de fora para dentro, formando a CROSTA TERRESTRE, que é o nosso chão, composto por rochas e minerais que se decompõem e constituem os solos. Essa crosta e a astenosfera (MANTO RASO), em conjunto, formam a litosfera. A LITOSFERA Observe com atenção o esquema abaixo e as seguintes estruturas internas do nosso planeta: A LITOSFERA Há cerca de 4,4 bilhões de anos surgiu o núcleo, que, com o manto, determina o ciclo geotermal, incluindo o vulcanismo. A LITOSFERA Na paisagem que você analisou, outro elemento chama a atenção: as águas, representadas pelo oceano e pela lagoa. Nosso planeta tem cerca de 70% de sua superfície recoberta pelas águas, o que é fundamental para a existência da vida como a conhecemos. Isso só foi possível porque o nosso planeta se encontra a uma distância do Sol que favorece temperaturas amenas e, consequentemente, água no estado líquido. É o que chamamos de “zona habitável" do sistema planetário. Atualmente, os cientistas procuram outros planetas nessas condições em outros sistemas planetários! A HIDROSFERA A HIDROSFERA A HIDROSFERA É a camada gasosa que envolve a Terra. Ela contém cerca de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio (fundamental para a existência dos seres vivos, inclusive nós!), argônio e quantidades menores de gás carbônico, hidrogênio, hélio e outros gases, além de vapor- d’água. A ATMOSFERA Ela protege o planeta dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol, e a existência de gás carbônico e vapor-d’água na atmosfera permite uma temperatura mais constante. Se não houvesse esses dois elementos, teríamos temperaturas muito altas durante o dia e muito baixas durante a noite. É nessa camada também que a água se renova, através do ciclo hidrológico. A ATMOSFERA A ATMOSFERA Essas três camadas estão em completa inter-relação, e a combinação dos seus elementos faz da Terra um planeta muito especial! Pensando na impor tânc ia dessas camadas para o desenvolvimento da vida no nosso planeta, utilize o espaço abaixo para desenhar um esquema, no qual seja possível observar essa inter-relação. A ATMOSFERA Muitos cientistas tentaram reproduzir uma célula viva, juntando os elementos que teriam dado origem à vida. Veja o relato de uma experiência ocorrida na década de 1950, na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. O professor Harold Urey foi dar uma palestra para alunos sobre o seu tema favorito: a origem da vida na Terra. AMPLIANDO O CONHECIMENTO Urey sonhava inventar um experimento de laboratório que simulasse as condições da Terra primitiva e mostrasse como a vida foi criada a partir de um amontoado inanimado de nada. Um dos alunos na plateia, naquele dia, ficou impressionado com as palavras de Urey. Stanley Miller fizera uma parada em Chicago durante sua viagem pelos Estados Unidos. Tentava escolher um projeto de pesquisa que completasse sua formação de cientista. AS CONDIÇÕES DA TERRA PRIMITIVA: UMA EXPERIÊNCIA Quanto mais Urey falava, maior era o entusiasmo de Miller, então com 21 anos. No final da palestra, dirigiu-se ao professor e convenceu Urey a trabalhar com ele num projeto para tentar criar a vida em laboratório a partir de um coquetel de lixo químico. Em segredo, os dois projetaram um elaborado dispositivo de vidro, no meio do qual um grande recipiente continha todas as substâncias que Urey e Miller acreditavam ter existido na Terra primitiva, incluindo gases – a maioria dos quais teriam irrompido dos vulcões – como hidrogênio, metano e amônia. AS CONDIÇÕES DA TERRA PRIMITIVA: UMA EXPERIÊNCIA O recipiente de vidro foi alimentado com vapor por um tubo conectado a um frasco de água fervente. Dentro havia duas hastes de metal, ou eletrodos. Uma potente corrente elétrica oscilaria por eles para formar centelhas, criando pequenas versões dos violentos relâmpagos comuns na Terra primitiva. Todo o dispositivo foi projetado para reproduzir a antiga atmosfera terrestre, incluindo raios e trovões. AS CONDIÇÕES DA TERRA PRIMITIVA: UMA EXPERIÊNCIA Miller iniciou o experimento fervendo a água no frasco. O vapor subiu pelo tubo conectado ao grande recipiente de vidro, onde se misturou com os gases. Em seguida, ele adicionou o interruptor elétrico. Cerca de 60 mil volts de corrente oscilaram para dentro dos eletrodos, iniciando um fluxo constante de minirrelâmpagos. Mas, para sua grande decepção, nada aconteceu, e Miller, desanimado, deixou o laboratório naquela noite sem qualquer recompensa por seus esforços. AS CONDIÇÕES DA TERRA PRIMITIVA: UMA EXPERIÊNCIA Entretanto, ao chegar na manhã do dia seguinte, constatou que a água no recipiente estava rosada, indicando que algum tipo de reação química deveria ter ocorrido. Repetiu o experimento por uma semana, e os resultados pelos quais ansiava ficaram bastante evidentes: a água, antes transparente, havia assumido um tom vermelho definido e continha agora aminoácidos, os ingredientes essenciais à vida, usados por todas as plantas e animais – inclusive você e eu – para compor suas células. AS CONDIÇÕES DA TERRA PRIMITIVA: UMA EXPERIÊNCIA Ali estava a prova daquilo que Urey tanto acreditara. A vida, concluíram Urey e Miller, começou por acaso no inferno que era a Terra há cerca de 3,7 bilhões de anos, porque aquelas eram as condições exatas para que isso acontecesse. (Christopher Lloyd. O que aconteceu na Terra: a história do planeta, da vida e das civilizações do Big Bang até hoje. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2011.) AS CONDIÇÕES DA TERRA PRIMITIVA: UMA EXPERIÊNCIA Urey e Miller não conseguiram criar uma célula viva em laboratório – aliás, ninguém até hoje conseguiu –, mas o experimento criou ingredientes essenciais à vida e, sem dúvida, a vontade de continuar pesquisando. AS CONDIÇÕES DA TERRA PRIMITIVA: UMA EXPERIÊNCIA Mundo orbita outra estrelaem uma região que o torna capaz de abrigar vida. Astro de tamanho quase idêntico ao da Terra está no sistema da estrela Kepler-186, a cerca de 490 anos-luz. Cientistas da Nasa anunciaram a descoberta do primeiro planeta, com tamanho aproximado ao da Terra, a orbitar na zona habitável de seu sistema planetário, o planeta Kepler-186f. ASTRONÔMOS ENCONTRAM PLANETA SIMILAR À TERRA O achado é um passo fundamental para confirmar que mundos similares ao nosso sejam comuns no Universo. O planeta orbita uma estrela com metade do diâmetro do Sol, localizada a cerca de 490 anos-luz de distância (um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, cerca de 9,5 trilhões de km). Chamada de Kepler-186, a estrela abriga cinco planetas identificados, o quinto dos quais possui, aproximadamente, 1,1 vez o diâmetro terrestre e localiza-se na chamada zona habitável. ASTRONÔMOS ENCONTRAM PLANETA SIMILAR À TERRA Essa região do sistema planetário é definida como a área em torno de uma estrela, onde um planeta receberia a quantidade certa de radiação para abrigar água em estado líquido na superfície. Como na Terra essa foi a condição básica para que o planeta desenvolvesse formas de vida, os cientistas esperam que esse seja um bom termômetro para a busca de outras biosferas no Cosmo. O anúncio foi feito ontem pela Nasa, simultaneamente à publicação de um artigo científico na revista Science. E os cientistas chegaram até a especular que tipo de vida poderia habitar o mundo. ASTRONÔMOS ENCONTRAM PLANETA SIMILAR À TERRA Uma possível biosfera Cientistas agora trabalham para compreender que condições poderiam ser encontradas em Kepler-186f, caso ele se mostre mesmo um planeta rochoso como o nosso. Como ele completa uma volta em torno de sua estrela em 129,9 dias terrestres, isso significa que o planeta está suficientemente distante dela para não sofrer uma trava gravitacional. ASTRONÔMOS ENCONTRAM PLANETA SIMILAR À TERRA Uma possível biosfera Caso fosse esse o caso, o Kepler-186f teria sempre a mesma face voltada para a estrela, como acontece com a Lua, que sempre mostra o mesmo lado para a Terra. Embora modelos teóricos mostrem que a trava gravitacional não é impeditivo definitivo para ambientes habitáveis (a atmosfera trataria de distribuir o calor), é melhor ter um planeta com dias e noites em vez de um em que um hemisfério é sempre aquecido pelo Sol e outro passa o tempo todo na fria escuridão. ASTRONÔMOS ENCONTRAM PLANETA SIMILAR À TERRA Uma possível biosfera Victoria Meadows, astrobióloga da Universidade de Washington, nos EUA, fez cálculos da quantidade de luz que chega até esse mundo a partir de sua estrela. Apesar de ele receber só um terço da radiação que o Sol envia para a Terra, como se trata de uma estrela menor conhecida como anã vermelha, há mais fluxo de radiação na frequência do infravermelho. Isso quer dizer que é preciso menos luz para esquentar o planeta na medida certa, se comparado com os parâmetros do Sistema Solar. ASTRONÔMOS ENCONTRAM PLANETA SIMILAR À TERRA Uma possível biosfera “A fotossíntese seria possível lá", declara Meadows, indicando que formas de vida capazes de converter luz em energia, como as plantas fazem na Terra, não teriam dificuldade. “Temos criaturas fotossintetizantes terrestres que lidariam bem com os níveis de iluminação de lá.” O curioso é que provavelmente as plantas alienígenas não adotariam o verde típico da Terra. “Provavelmente a vegetação seria num tom laranja amarelado", especula. ASTRONÔMOS ENCONTRAM PLANETA SIMILAR À TERRA 1. A partir da leitura do texto, responda às questões propostas. 1. Qual a importância da descoberta do planeta Kepler-186f? 2. O que significa dizer que esse planeta se localiza na chamada “zona habitável”? 3. Qual a relação entre o lugar ocupado por esse planeta e a possibilidade de existência de uma biosfera? A vida é algo muito especial e, para que seja possível, é necessário um conjunto de fatores, tais como localização, água, temperatura certa, ar. A Terra, nosso planeta, reuniu todas essas condições, por isso conhecê-la é tão importante. Quando a conhecemos, conhecemos a nós mesmos. HORA DO DESAFIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOLIGAN,Levon (et). Geografia, Espaço e vivência. Volume 1, 6ª edição, Editora Atual, São Paulo, 2016. MELHEM, Adas (et). Expedições Geográficas, Volume 1, 9ª edição, Editora Moderna, São Paulo, 2013. VESENTINI, José Willian. Projeto Teláris - Geografia. Volume 1, 23ª edição, Editora Ática, São Paulo, 2009. CHIANCA, Rosaly Maria (et). Nos dias de hoje - Geografia. Editora Leya, São Paulo, 2013.
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