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RESENHA Obra: Teoria dos signos. In: Fiorin, José Luiz. Introdução à Linguística – I objetos teóricos. Editora Contexto, 2015. p. 55-65 Autor: José Luiz Fiorin Em Teoria dos Signos, José Luiz Fiorin aborda questões sobre os signos: o que são, por que são necessários e qual sua relação com a sociedade. Através desse texto, é mostrado a importância dos signos enquanto ordenação da realidade, na qual só faz sentido através deles, como é visto no início do texto em que cita a cena de Alice Através do Espelho, em que a personagem perde noção da realidade a partir do momento que se os signos não existem mais. O texto é divido em seções nas quais se apresentam visões de estudiosos acerca do tema e levantamentos do próprio autor, além dos tópicos supracitados. Em primeiro lugar, é atribuído aos signos o caráter de ordenação da realidade: através da união de um conceito (significado) à impressão psíquica (significante) que se tem dele, forma-se um signo capaz de expressar tudo em uma língua, como explica Saussure, primeiro linguista citado. No entanto, Hjelmslev se aprofunda nessa questão, apresentando o signo como uma junção de um plano de conteúdo (substância do conteúdo, que seriam os conceitos e forma do conteúdo, as diferenças semânticas e regras combinatórias) e um plano de expressão (a substância sendo sons e a forma diferenças fônicas e regras combinatórias), sendo forma equivalente a concepção de valor de Saussure, que seria a significação sendo o que difere de signo para signo. Dessa forma, conclui afirmando que signo é toda produção humana que apresenta sentido. Além disso, é abordado as características dos signos, sendo elas arbitrariedade, linearidade, denotação e conotação. Quando fala em arbitrariedade, Fiorin aponta que na formação de um signo não há obrigatoriedade de se apresentar relação entre significado e significante. Para isso, ele divide essa característica em duas: signos absolutamente arbitrários (que não são motivados nem lembram aquilo que fazem referência, como o exemplo que dá do signo mar) e relativamente arbitrário (em que a relação entre significado e significante aparece por meio da composição ou derivação entre signos absolutamente arbitrários, como exemplifica em dezenove). Linearidade seria a disposição dos signos em uma ordem temporal, na qual se apresentam em sucessão e não ao mesmo tempo, mas essa característica não é universal a todas as linguagens. Denotativo seria o signo que apresenta apenas um plano de leitura, sem atribuição de novos significados, enquanto conotativo é aquele que se forma com a união de signos denotativos com traços em comum, que apresentam um significado diferente pela junção. Em seguida, fala-se sobre a classificação dos signos, apresentada por Adam Schaff. Para ele, há a divisão entre signos naturais (que remetem a fenômenos da natureza) e artificiais (com propósito de comunicar). O último é dividido em verbais (que tem como característica a função interpretante universal) e com expressão derivativa: sinais (responsáveis por modificar ações através de um acordo entre um grupo de pessoas) e signos substitutivos (com objetivo de representação). Os signos substitutivos também sofrem uma divisão entre signos substitutivos stricto sensu, cujo significado expresso não sofre abstração (como num autorretrato, por exemplo) e símbolos, em que um elemento concreto é responsável por representar um abstrato (como na representação da pátria através de uma bandeira). Conclui-se, portanto, que o signo é elemento primordial na formação da sociedade e sem ele não há ordem ou realidade. Apesar de sua complexidade, como apresentado nessa obra, os signos se apresentam com naturalidade entre os homens por justamente ser o pivô da cultura. Desse modo, percebe-se a importância do estudo do mesmo para compreensão da cultura e história da humanidade, que sem ele nada seria. José Luiz Fiorin, com pós-doutorado na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (Paris) (1983-1984) e na Universidade de Bucareste (1991-1992), é, atualmente, Professor Associado do Departamento de Linguística da FFLCH da Universidade de São Paulo. Experiente na área Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, possui vários artigos e livros publicados, tais como “Em busca do sentido: estudos discursivos”, “Introdução ao pensamento de Bakhtin”, “O regime de 1964: discurso e ideologia”, entre muitos outros. Além disso, organizou diversos livros, dentre os quais que contém o capítulo aqui resenhado, Introdução à Linguística I. Isabela Ventura Rodrigues Acadêmica do Curso de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) isabelaventura@id.uff.br REFERÊNCIAS CNPQ. José Luiz Fiorin. Currículo Lattes. 2021. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/9543646027338523. Acesso em: 07 mar. 2021. FIORIN, JOSÉ LUIZ. Teoria dos signos. In: Fiorin, José Luiz. Introdução à linguística – I objetos teóricos. Editora Contexto, 2015. p. 55-65