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Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-3644-8 9 7 8 8 5 3 8 7 3 6 4 4 8 Contabilidade GeralContabilidade Geral Contabilidade GeralContabilidade Geral Co nt ab ili da de G er al Co nt ab ili da de G er al João edson da silva TaTiane anTonovz Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br João Edson da Silva Tatiane Antonovz Contabilidade Geral IESDE BRASIL S/A Curitiba 2013 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br © 2013 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ __________________________________________________________________________________ S58c Silva, João Edson da Contabilidade geral / João Edson da Silva, Tatiane Antonovz. - 1. ed. - Curitiba, PR: IESDE BRASIL S/A, 2013. 278 p. : il. ; 24 cm Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-3644-8 1. Contabilidade. I. Antonovz, Tatiane. II. Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino. III. Título. 13-00244 CDD: 657 CDU: 657 __________________________________________________________________________________ 16/04/2013 17/04/2013 Capa: IESDE BRASIL S/A Imagem da capa: IESDE BRASIL S/A IESDE BRASIL S/A Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br João Edson da Silva Tatiane Antonovz Mestrando em Ciências Contábeis e Especia- lista em Auditoria Contábil pela Universidade do Grande Rio. Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Coordenador do curso de Ciências Con- tábeis, professor da Pós-graduação em Gestão Social e professor dos cursos de Graduação da Universidade Castelo Branco (UCB). Mestre em Contabilidade pela Universidade Fe- deral do Paraná (UFPR). Bacharel em Ciências Contábeis pela UFPR. Desempenhou funções de analista contábil na empresa ExxonMobil e Kraft Foods. Atualmente atua como professora na Fa- culdade Estácio de Curitiba, nas matérias de Laboratório Contábil, Auditoria, Perícia, Custos e Contabilidade Básica. Atua também como coordenadora-adjunta na Faculdade Estácio de Curitiba. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br su m ár io su m ár io su m ár io su m ár io Histórico da contabilidade 9 9 | Introdução 9 | Evolução histórica da contabilidade 13 | Evolução histórica da contabilidade no Brasil 14 | Noções gerais de contabilidade Patrimônio 23 23 | Introdução 26 | Patrimônio 29 | Ativo 32 | Passivo 32 | Patrimônio Líquido Situações líquidas patrimoniais 39 39 | Introdução 39 | Representação gráfica dos estados patrimoniais 45 | Fontes do Patrimônio Líquido Atos e fatos 53 53 | Introdução 53 | Atos administrativos 53 | Fatos contábeis Contas 69 69 | Introdução 69 | Conceito 72 | Saldo das contas 74 | Plano de contas Escrituração 87 87 | Introdução 87 | Estrutura 88 | Razonete 89 | Funcionamento Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 90 | Contas de resultado – contabilização 91 | Contas de compensação 92 | Métodos de escrituração 92 | Sistemas de escrituração 93 | Livros de escrituração As variações do Patrimônio Líquido 111 111 | Introdução 113 | Regimes contábeis de caixa e competência 116 | Balancete de verificação 120 | Encerramento do resultado do exercício Demonstrações financeiras: Balanço Patrimonial 133 133 | Introdução 133 | O que compõe o Balanço Patrimonial? 137 | Critérios de avaliação 140 | Notas explicativas aplicadas ao Balanço Patrimonial 141 | Usuários das informações contidas no Balanço Patrimonial 142 | Exemplo de Balanço Patrimonial Demonstrações financeiras: Demonstração do Resultado do Exercício 151 151 | Demonstração do Resultado do Exercício Fatos que alteram compras e vendas 165 165 | Introdução 165 | Conceito Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br su m ár io su m ár io su m ár io su m ár io 165 | Descontos comerciais 169 | Descontos financeiros 172 | Abatimentos 173 | Devoluções Operações com mercadorias – apuração extracontábil 181 181 | Introdução 181 | Conceito 182 | Resultado com Mercadorias (RCM) 182 | Apuração extracontábil Operações com mercadorias – apuração contábil 199 199 | Apuração contábil Operações com mercadorias – custo específico e PEPS 221 221 | Apuração contábil 221 | Inventário permanente Operações com mercadorias – custo UEPS 243 243 | Apuração contábil 243 | Inventário permanente Operações com mercadorias – custo médio 261 261 | Apuração contábil 261 | Inventário permanente 267 | Quadro comparativo Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Introdução C ontabilidade G eral Este livro é resultado de muita dedicação e foi elaborado para aqueles que desejam fazer uma revisão a respeito da contabilidade básica ou desenvolver o conhecimento contábil. Serve como referência e fonte de pesquisa para ajudá- lo a conhecer melhor a Ciência Contábil. Esta obra abrange, em linguagem clara e de fácil compreensão, os conceitos básicos de contabili- dade, patrimônio, contas, escrituração, demons- trações contábeis, operações com mercadorias, além de outras informações importantes para a tomada de decisão do gestor, que podem ser fornecidas através da aplicação da Ciência Con- tábil, e ainda alguns exercícios práticos para que o leitor possa treinar e fixar o que foi aprendido. Espero que este trabalho contribua para a ele- vação do conhecimento, agregando valor de aprendizado, e que venha a ser útil tanto na sua vida acadêmica quanto na profissional. “A ciência mais eficaz não deve ser aquela que venha abaixar os que estão em cima, porém a que vem elevar os que estão embaixo”. (Adão Myszak) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Histórico da contabilidade Introdução A seguir serão abordados os principais fatos históricos que demonstram o nascimento e a evolução da Contabilidade como Ciência. Começando nos primórdios, quando não se conhecia a escrita, porém, já se registrava o patri- mônio, passando pela confirmação do status de ciência e culminando com a evolução que deu origem ao sistema que atualmente é utilizado. Evolução histórica da contabilidade Sá (1997, p.15) cita que “a contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela, talvez por isso seus progressos quase sempre tenham coincidido com aqueles que caracterizaram os da própria evolução do ser humano”. De acordo com Iudícibus e Marion (1999), na an- tiguidade o homem não conhecia números e muito menos a escrita, en- tretanto, com a chegada do inverno, este se preparava por um longo pe- ríodo, fazendo toda a provisão para o rebanho de ovelhas. Apesar de não saber exatamente as estações do ano, elesabia, pelas folhas das árvores que caiam, que o inverno estava perto. Com relação ao aumento de seu rebanho, o homem utilizava pedras e um sistema rudimentar, que deu início ao regis- tro do inventário e que dava ideia do seu patrimônio. Quadro 1 – Forma rudimentar de inventário Cada símbolo (pedrinha) corresponde a uma cabeça de ovelha Primeiro inverno Segundo inverno Comparação entre 2 invernos 1.º inventário 2.º inventário Acréscimo de cabeças de ovelha. (IU D ÍC IB U S; M A RI O N , 1 99 9. A da pt ad o. ) 9Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 10 Histórico da contabilidade Assim, com base nesse pequeno inventário, o homem podia fazer os se- guintes raciocínios: Trocando as ovelhas por agasalhos, seriam usadas pelo menos duas � para vestir toda a família. Para representar os instrumentos de caça e pesca, ele separava mais � três pedrinhas. E, caso ele vendesse a lã obtida, conseguiria mais quatro ovelhas para � seu rebanho. Assim ele conseguia fazer um raciocínio mais avançado com os itens que começavam a compor o seu patrimônio. Quadro 2 – Inventário patrimonial rústico Acréscimos do período 1.º inverno 2.º inverno Agasalhos Inst. caça/pesca Estoque de lã 1.º inventário 2.º inventário Corresponde a 2 ovelhas Corresponde a 3 ovelhas Corresponde a 4 ovelhas Total do rebanho Resultado da produção do período Total da riqueza à disposição do pastor Dessa forma, com base no inventário de todos os bens que possuía, o homem era capaz de desenvolver um relatório contábil. Quadro 3 – Relatório contábil Itens Inverno anterior Inverno atual Rebanho de ovelhas 15 ovelhas 20 ovelhas Estoque de lã – 4 ovelhas Agasalhos de lã – 2 ovelhas Instrumentos caça/pesca – 3 ovelhas Total 15 ovelhas 29 ovelhas (IU D ÍC IB U S; M A RI O N , 1 99 9. A da pt ad o. ) (IU D ÍC IB U S; M A RI O N , 1 99 9. Ad ap ta do .) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 11 Histórico da contabilidade Nota-se que o acréscimo do primeiro para o segundo período foi corres- pondente a 14 ovelhas, o que pode ser considerado, num sentido econômi- co, como lucro. Após isso a contabilidade foi evoluindo, marcando sua passa- gem por importantes civilizações, como Egito, Creta, Grécia e Roma. Sá (1997) afirma que o nascimento do débito e do crédito, baseado em uma equação em que todo débito corresponde a um crédito e vice-versa, nada mais foi que o registro de um fato em sua causa e efeito. O autor afirma que o nascimento do débito e do crédito tem origem desconhecida, mas se especula que o crescimento do capitalismo, nos fins da Idade Média, bem como a aplicação dos números arábicos à escrituração, a maior necessidade de dar relevo às contas de lucro e fazer com que estas tivessem importân- cia até superior às contas de natureza creditícia, a ampliação das operações cambiais, entre outros. Destaca-se no raciocínio das partidas dobradas Luca Pacioli e a edição da Suma de aritmética, geometria, proporção e proporcionalidade, ocorrida em 1494, em Veneza. A obra era composta por 36 capítulos e dedicava um módulo especial à contabilidade. Após a divulgação do método das partidas dobradas a contabilidade se desenvolveu como ciência e ganhou cada vez mais espaço. Iudícibus e Marion (1999) afirmam que na Idade Moderna (séculos XIV a XVI), durante o Renascimento, acontecimentos no mundo das artes e da economia proporcionaram um impulso das Ciências Contábeis, sobretudo na Itália. Dessa forma, é fácil de se compreender por que a contabilidade flo- resceu em cidades como Veneza, Gênova, Florença, Pisa, entre outras. Nessas cidades fervilhavam atividades mercantis, econômicas e culturais. Ao contrário do que muitos autores difundem, Pacioli não foi o inventor do método das partidas dobradas, uma vez que a literatura contábil já estava amadurecida neste período (SÁ, 1997). A contabilidade daquela época difere um pouco da que é apresentada atualmente, pois o sistema contábil visava somente informar ao sócio a situ- ação da empresa, já que não existiam tantos interessados na situação patri- monial das entidades quanto hoje. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 12 Histórico da contabilidade Além disso, a separação do patrimônio dos sócios e da empresa não era feita como atualmente. Outro aspecto que não era explorado na época do desenvolvimento da contabilidade era o de períodos contábeis e de conti- nuidade das entidades, também não era necessário que o balanço fosse re- gistrado através dos períodos na mesma moeda, era admitida a moeda que o empresário achasse mais conveniente. Depois dessa fase de consolidação da contabilidade, começaram a ser desenvolvidas teorias, que nasceram de observações, que levavam a racio- cínios organizados, levando assim a uma escola científica, de pensamentos semelhantes (SÁ, 1997). As principais escolas e seus representantes foram: Quadro 4 – Doutrinas contábeis Doutrina/escola/ corrente científica Precursor/ líder intelectual Alguns principais intelectuais Materialismo substancial Francesco Villa Foi base para Besta, Zappa e Masi. Personalismo Giuseppe Cerboni Giovanni Rossi, Giovanni Massa, Frances-co Alberigo Bonalumi, Vincenzo Masi. Controlismo Fábio Besta Carlo Ghidiglia, Pietro DÁlvise, Vittorio Alfieri, Pietro Rigobon, Francesco De Gobbis. Reditualismo Eugen Schmalenbach Mallberg, Geldamcher, E.Walb, K. Mallero- wicz, M.R. Lehmann, W.Rieger F Leitner, A. Hoffmann. Aziendalismo Alberto Ceccherelli, Gino Zappa Pietro Onida, Lino Azzini, Carlo Masini, G. Cudini, Aldo Amaduzzi. Patrimonialismo Vincenzo Masi Francisco D’Áuria, Alberto Arevalo, Jaime Lopes Amorim, José Maria Fernandez Pila. A primeira escola, conhecida como Materialismo substancial, entendia que a riqueza era “substância”, sendo caracterizada como um objeto essen- cial de estudo, necessitando ser observada em sua intimidade, sendo que os registros são meras informações, subsídios para os estudos, não devendo confundir tais coisas e não se admitindo que a contabilidade limita-se a re- gistrar e demonstrar. Neste momento nascia a necessidade de julgamento dos fatos ou fenômenos denominados “operações” (SÁ, 1997). (S Á , 1 99 7. A da pt ad o. ) Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 13 Histórico da contabilidade Já o Personalismo, em sua essência, deixou evidente que competia à ciên- cia contábil o estudo de todas as variações da riqueza em relação à azienda. Nessa época houve a preocupação com as funções administrativas e seus controles. Cerboni chegou a denominar a ciência contábil, conforme cita Sá (1997, p. 72) como a “ciência da administração aziendal”. O Controlismo, por sua vez, admitia, por meio de seu maior representan- te, Fábio Besta, que a contabilidade tinha como objeto de seu estudo o “con- trole da riqueza aziendal”. Besta inicia seu trabalho identificando o que é uma ciência, o que é azienda, assim como a necessidade da existência da riqueza para que possa existir a azienda (SÁ, 1997). Ainda segundo Sá (1997), o Reditualismo desenvolveu-se principalmente na Alemanha, embora tivesse forte influência em outros países. Os reditualis- tas tiveram como princípio admitir que o lucro é o que mais preocupa como objeto de estudo, sendo um fenômeno básico a ser observado. Posteriormente, o Aziendalismo, mediante os conceitos apresentados por seus pensadores, admitiu que o Passivo é a explicação do Ativo, e este é o efeito ou o que resultouem razão de existir o Passivo, em resumo, o Passivo é a causa do Ativo. Assim nascia o raciocínio de que as contas são apenas meios utilizáveis para que se conheça o que aconteceu e a utilização delas pode ser feita por ciências como Contabilidade ou Estatística. Por fim, o Patrimonialismo, cujo expoente máximo era Vincenzo Masi, que defendia o patrimônio como objeto de estudo. Foi nesse contexto que nasceu também o conceito de Patrimônio Líquido. Para Sá (1997), no Brasil a escola implantada e utilizada atualmente é o Patrimonialismo. Evolução histórica da contabilidade no Brasil Especificamente no Brasil a contabilidade dava seus primeiros passos para a organização no ano de 1808, com a publicação mediante um alvará para que os contadores usassem obrigatoriamente as partidas dobradas como método de escrituração. Já em 1850, com a promulgação do Código Comercial Brasileiro, torna-se obrigatória a escrituração contábil, além da elaboração de forma anual do balanço. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 14 Histórico da contabilidade A Escola Politécnica do Rio de Janeiro passou, em 1890, a oferecer as pri- meiras disciplinas de Direito Administrativo e Contabilidade. Já em 1902, há o surgimento da Escola de Comércio Álvares Penteado que, em 1905, passou a ter o reconhecimento do curso de guarda livros e também de perito contador. Em 1946 surge a faculdade de Ciências Contábeis da USP, o que coincide com a criação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Houve a promulgação da Lei 4.230, em 1964, que instituiu as principais normas para elaboração e controle de orçamento, para a União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Em 1976, o grande marco da contabilidade no Brasil foi a criação da Lei 6.404, ou Lei das Sociedades por Ações, nesse ano também houve a Criação da Comissão de Valores Mobiliários (CMV). Em 2007, a contabilidade brasilei- ra passou por grandes mudanças através da promulgação da Lei 11.638, que alterou diversos dispositivos da Lei das Sociedades Anônimas e aproximou a contabilidade brasileira do modelo que vem sendo adotado mundialmen- te. A partir de 2007, o Brasil passou a utilizar os princípios das IFRS visan- do uma melhor apresentação e compreensão das normas e demonstrações contábeis. A contabilidade vem evoluindo no sentido de se tornar mais compreen- sível não somente para os contabilistas e para o fisco, mas também para o público em geral. Na atualidade o conhecimento da contabilidade torna-se necessário não somente para aqueles diretamente envolvidos com as operações contábeis, mas também para aqueles que dão suporte operacional na área. Assim, tor- na-se necessário que sejam conhecidos alguns dos conceitos básicos que norteiam a contabilidade e que serão apresentados a seguir. Noções gerais de contabilidade Em resumo, a contabilidade pode ser definida como a ciência responsável pelo estudo dos fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, ou seja, como ocorreu a transformação patrimonial, seja por aumento, diminuição ou transformação. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 15 Histórico da contabilidade Além disso, a contabilidade é a responsável pelo registro, classificação e demonstração dos fatos ocorridos no patrimônio das entidades, através de uma técnica conhecida como escrituração contábil, que consiste em regis- trar de forma ordenada tudo o que ocorre nas entidades. A contabilidade também fornece informações para análise e interpre- tação dos fatos obtidos mediante a escrituração contábil, e possibilita que sejam evidenciadas, ou seja, conhecidas as variações através dos períodos do que houve no patrimônio. Objeto de estudo da contabilidade O objeto da contabilidade se resume a uma palavra: patrimônio, que é o conjunto de bens, direitos e obrigações de determinada pessoa ou entidade. Bens são todas aquelas coisas que são capazes de atender às necessida- des das pessoas físicas ou jurídicas e que podem ser mensuradas, ou seja, têm valor econômico. Por direitos pode-se entender valores que determi- nada entidade tem a receber de terceiros. O exemplo mais comum classifi- cado nesse grupo é o de clientes, que são indivíduos para quem a empresa vendeu e dos quais, no futuro, terá o direito de receber. Obrigações, ou passi- vos exigíveis, são dívidas que a empresa assumiu com terceiros, ou seja, com pessoas alheias à entidade. Já o patrimônio líquido é a diferença entre tudo o que a empresa tem (bens), tudo o que ela tem para receber (direitos) menos as suas obrigações. Dessa forma, o que sobra, no caso de liquidação de dívidas, é o que real- mente é da propriedade. No patrimônio líquido da entidade estão o Capital Social e outras contas que pertencem aos sócios ou acionistas da empresa. Sendo assim, o campo de estudo da contabilidade é o patrimônio, seja de uma pessoa física natural, que pode ser você mesmo, por exemplo, ou o pa- trimônio de uma entidade, que pode ser formada por uma ou mais pessoas. Pode ser considerada pessoa física toda pessoa natural que é registra- da em cartório e que possui bens, direitos e obrigações junto ao Estado. A pessoa física responde individualmente por seus atos, e só terá fim quando decretada a sua morte. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 16 Histórico da contabilidade Já a pessoa jurídica é a composição, por uma ou mais pessoas físicas, de um contrato que deverá ser registrado em cartório, receita federal ou junta comercial. Os responsáveis pela pessoa jurídica são as pessoas físicas que a formaram e seu término será dado por um acordo entre essas pessoas ou por decisão judicial. No caso de constituição de pessoa jurídica, os dois tipos mais comuns são as sociedades limitadas e as sociedades anônimas, sendo que para as limitadas o documento de nascimento é o contrato social e para as anônimas é o estatuto social. O estatuto social é o documento pelo qual são constituídas as socieda- des anônimas. No caso dessas sociedades, é feita uma assembleia, que é a reunião dos representantes, que deverão representar no mínimo metade do capital social, ou seja, o capital da empresa. Nesse documento de nascimen- to das sociedades anônimas deverão constar dados como: o nome, o prazo de duração, onde ficará localizada a empresa, o objeto social, ou seja, o que ela terá como atividade, seu capital social e outros dados primordiais para o nascimento da entidade. Já o contrato social é o documento de nascimento de uma entidade com fins lucrativos e não anônima. Esse documento não pode conter nenhum tipo de emendas, rasuras ou qualquer tipo de entrelinha. Além disso, o do- cumento deverá designar o objeto e o nome da sociedade. Objetivo da contabilidade O objetivo da contabilidade nada mais é do que fornecer informações sobre como são compostas as variações do patrimônio e como elas funcio- nam. É preciso estar atento a quem é o principal usuário dessas informações e para o que elas serão utilizadas. Atualmente a contabilidade tem duas finalidades básicas: uma ligada ao planejamento, servindo de base para a análise de situações futuras, e a outra ao controle do que acontece com a instituição. Usuários da contabilidade Os usuários da contabilidade podem ser agrupados em dois tipos, os in- ternos e os externos à entidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 17 Histórico da contabilidade Como agentes internos, podem ser apresentados aqueles usuários que têm algum tipo de relação direta com a entidade e que por consequência têm facilidade de acesso às informações contábeis. Esses usuários e seus res- pectivos interessessão: Gerentes – utilizam a informação para a tomada de decisão. � Funcionários – utilizam as informações da empresa para saber se re- � ceberão ou não seus salários, férias e benefícios, quando definidos em política da empresa. Sócios/proprietários – estão interessados, principalmente, no lucro de � suas empresas. Já os agentes externos são aqueles que não possuem uma relação direta com a entidade, mas que mesmo assim mantêm algum tipo de relaciona- mento com ela: Bancos – utilizam a informação contábil para a concessão ou não de � financiamentos, empréstimos e créditos em geral. Concorrentes – agentes que utilizam a formação para que possam tor- � nar-se competitivos nos mercados cada vez mais acirrados. Governo – este é o principal entre os interessados, pois está sempre � buscando informações relativas a despesas e receitas, que geram o re- sultado para atingir o seu objetivo, que é a tributação das entidades. Fornecedores – seu principal interesse é na capacidade de pagamento � das entidades, ou seja, se ainda poderão continuar ou não vendendo a prazo e se vão continuar recebendo. Clientes – apesar de não ser uma informação percebida diretamente � da contabilidade, estes têm interesse ligado ao atendimento de suas compras no prazo ou não, de como serão atendidos, de no caso de uma devolução de como isso irá ocorrer. Investidores – no caso das sociedades de capital aberto o principal in- � teresse é saber como está o desempenho daquela entidade na qual já investem, para saber se mantêm o seu dinheiro em determinada em- presa. No caso de investidores que ainda não investiram seu dinheiro, o seu maior interesse é saber se vale a pena colocar esse dinheiro e deixá-lo aplicado em determinada entidade, o que ela vai trazer de re- torno, como estão suas perspectivas para o futuro. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 18 Histórico da contabilidade Evolução histórica da contabilidade Faculdade Machado de Assis Origem da contabilidade A contabilidade existe desde o princípio da civilização humana e durante muito tempo foi chamada “a arte da escrituração mercantil”. O homem obser- vou que era preciso controlar, administrar e preservar seus bens e que pode- ria, através desse controle, obter lucros e foi por meio dessa necessidade que surgiu a contabilidade. Não é descabido afirmar que a contabilidade é tão antiga quanto a origem do homo sapiens. Historiadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência contábil aproximadamente há 4 000 anos a.C. Entretanto, antes disso, o homem primitivo ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de bebi- das, praticava uma forma rudimentar de contabilidade. Com o uso de sua arte, o homem primitivo evidenciava a sua riqueza patri- monial, em inscrições em paredes de grutas (pinturas) e também em pedaços de ossos. O desenho do animal ou coisa representava a natureza da utilidade; os riscos que se seguiam ao desenho denunciavam a quantidade existente. Conta Qualidade Quantidade (Desenho) (Risco) É claro que sua evolução foi relativamente lenta até o aparecimento da moeda. Na época de troca de mercadorias os negociantes anotavam as obri- gações, os direitos e os bens. Tratava-se, portanto, de um inventário físico, sem avaliação monetária. Como a preocupação com as propriedades e a riqueza é uma constante, o homem teve de ir aperfeiçoando seu instrumento de avalia- Ampliando seus conhecimentos Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 19 Histórico da contabilidade ção da situação patrimonial à medida que as atividades foram desenvolven- do-se em dimensão e em complexibilidade. O acompanhamento da evolução do P. L. das entidades de qualquer natureza constituiu-se no fator mais impor- tante da evolução da disciplina contábil. Da arte da inscrição para a técnica dos registros Assim nasceram os registros contábeis; porque se quantificava e evidencia- va a riqueza patrimonial do indivíduo ou da família. Tais registros eram feitos em peças de argila. O “meu” e o “seu” deram, na época, origem aos registros de “débito” e “crédito”. No Egito, o papiro deu origem aos livros contábeis, utilizando-se o sistema baseados em lógica matemática. Matematicamente: A = B Contabilmente: débito = crédito Logicamente: efeito = causa Com a invenção da escrita, desenvolver-se-ia o sistema de registros e vários estudiosos da questão acreditam que foi a escrita contábil que deu origem à escrita comum, e não o inverso. As escolas do pensamento contábil O grau de desenvolvimento da teoria contábil e suas práticas está direta- mente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comer- cial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações. É assim, fácil de entender, porque a conta teve o seu florescer, como disciplina, nas cidades italianas de Veneza, Gênova, Florença, Pisa, e outras. Essas cidades e outras da Europa fervilhavam de atividade mercantil, econômica e cultural a partir do século XII, até o inicio do século XVII. Elas representaram o que de mais avan- çado poderia existir, na época, em termos de empreendimentos comerciais e industriais. Nesse período, Luca Pacioli (1494) escreveu seu famoso Tracta- tus de Computis et Scripturis, que é a exposição atual da nossa contabilidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 20 Histórico da contabilidade Assim iniciou-se o período de domínio da “Escola Italianis”, em particular, e europeia, em geral, razão pela qual o Brasil foi fortemente e inicialmente in- fluenciado pela escola italiana. A Escola Norte-Americana A partir de 1920, com a ascensão econômica e cultural do colosso norte- -americano e com o surgimento das gigantescas corporações, desenvolve-se o approach norte-americano, favorecido pela ampla estrutura econômica e política, mas também por pesquisa e trabalho de vários órgãos associativos. Não se pode, também, esquecer que os Estados Unidos herdaram da Inglater- ra uma excelente tradição no campo da auditoria, criando, lá, sólidas raízes. Avanço das instituições econômicas e sociais; � Informações detalhadas a curto prazo; � Pesquisas científicas pelo governo, universidades e corpos associativos � de contadores; Órgãos contábeis atuantes etc. � Apesar das diferenças de abordagem das várias escolas, reconhece-se que somente existe uma contabilidade, baseada em postulados, princípios, normas e procedimentos racionalmente deduzidos e testados pelo desafio da praticabilidade. Atividades de aplicação 1. Qual foi o primeiro registro que se tem da contabilidade? 2. Como foi considerado o nascimento do débito e do crédito? 3. Quando a contabilidade foi divulgada por Pacioli, em que ela diferia da atual? 4. Qual o conceito de contabilidade? 5. Qual o objeto de estudo da contabilidade? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 21 Histórico da contabilidade Referências FACULDADE MACHADO DE ASSIS. Evolução Histórica da Contabilidade. Dispo- nível em: <www.famanet.br/Ambientes/cc/PDF/mat_teoria_contabilidade.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2012. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da Contabilida- de. São Paulo: Atlas, 1999. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. __________. Contabilidade Fundamental. São Paulo: Saraiva, 2009. SÁ, Antonio Lopes de. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997. Gabarito 1. Foi na Antiguidade,quando o homem ainda não conhecia os números, sendo que antes da chegada do inverno o homem fazia a provisão para todo o rebanho. 2. O nascimento do débito e do crédito foi baseado em uma equação em que todo débito corresponde a um crédito e vice-versa, nada mais foi que o registro de um fato em sua causa e efeito. 3. Ela diferia um pouco da que é apresentada atualmente, pois o sistema contábil visava somente informar ao sócio a situação da empresa, já que não existiam naquela época tantos interessados, quanto se tem hoje, na situação patrimonial das entidades. 4. A contabilidade pode ser definida como a ciência responsável pelo estu- do dos fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, ou seja, como ocorreu a transformação patrimonial, seja por aumento, diminuição ou transformação. 5. O objeto da contabilidade pode ser definido como patrimônio, que é o conjunto de bens, direitos e obrigações de determinada pessoa ou enti- dade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Patrimônio Introdução Inicialmente, para que sejam contemplados os tópicos relativos ao Patrimônio, serão vistos os Princípios de Contabilidade, que são regras jun- tamente com as Normas Brasileiras de Contabilidade e que deverão ser seguidos e entendidos para o registro e reconhecimento dos elementos patrimoniais. Princípios da contabilidade Para que haja uma padronização, no Brasil existem alguns órgãos res- ponsáveis pela normatização contábil. Entre os principais está o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), responsável pela emis- são de normas e procedimentos de contabilidade, de auditoria, interpre- tações e comunicados técnicos. Outro órgão, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é responsável pela disciplinação do mercado de valores mobiliários nacional. Por fim, existe o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que é o órgão responsável pela emissão de normas profissionais contábeis e normas técnicas, que servem para regulamentar os procedimentos contábeis. Assim, para a padronização da contabilidade existem os conhecidos Princípios Contábeis, definidos pela Resolução 750/93, emitida pelo CFC. Assim, utilizando como base a Resolução CFC 750/93, que foi atualizada pela Resolução CFC 1.282/2010, entre os Princípios é possível destacar: O princípio da Entidade – segundo esse princípio o patrimônio deve � ser reconhecido como objeto da contabilidade, e é preciso diferen- ciar o patrimônio de uma pessoa física do da pessoa jurídica, ou seja, a pessoa do dono da empresa e a empresa não podem se confundir. A seguinte situação ilustra o princípio da entidade: um sócio que faz o pagamento de suas contas pessoais com o dinheiro da empresa, ao 23Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 24 Patrimônio fazer isso está indo contra o princípio da Entidade, pois não está re- conhecendo a autonomia, ou seja, a diferença da pessoa física e da pessoa jurídica. O princípio da Continuidade – esse princípio versa sobre a continui- � dade ou não da empresa. Por esse princípio estende-se que a conti- nuidade influencia o valor econômico dos ativos e também o venci- mento dos passivos, em especial quando a extinção da empresa tem prazo determinado, previsto ou previsível. Para o entendimento desse princípio podemos utilizar como exemplo determinadas épocas em que ocorrem muitas chuvas no Brasil. Para o socorro aos necessitados, são criadas empresas, que irão durar somente o tempo para terminar a obra de reconstrução do lugar, para esses casos, deve-se imaginar que as dívidas dessa empresa terão que ter prazo de vencimento in- fluenciado por esse fato, uma vez que ninguém irá vender ou fornecer dinheiro por mais de dois anos, por exemplo, para uma empresa que tem prazo de continuidade de somente um ano. O princípio da Oportunidade – de acordo com esse princípio, deter- � minado fato deve ser registrado no exato momento em que acontece. Outra interpretação está ligada ao registro, mesmo que tecnicamente estimável, de variações patrimoniais, isso quer dizer que ainda que so- mente exista a possibilidade de o lançamento ocorrer, ele deverá ser registrado. Assim, no caso das ações judiciais, por exemplo, é preci- so que seja feita a provisão do valor, ou seja, um registro mesmo que aproximado dos valores referentes a essa ação, para que o resultado da empresa não seja impacto de uma só vez. O princípio do Registro pelo valor original – esse princípio versa sobre � o registro dos componentes do patrimônio, sempre expressos a valor presente na moeda do país, e que deverão ser mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive aquelas que configu- ram agregações ou decomposições no interior da entidade. Da inter- pretação desse princípio, resulta saber que os registros dos componen- tes patrimoniais deverão ser feitos com base nos valores de entrada, quando integrados ao patrimônio o bem, direito ou obrigação. Não se pode ter elementos agregados de forma parcial ou integral a outros elementos patrimoniais. Enquanto o bem permanecer como parte do patrimônio o valor original de registro deverá ser mantido. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 25 Patrimônio Para esse princípio é possível imaginar, por exemplo, a compra de um carro e que ele sofre desvalorização com o passar do tempo, por desgaste, uso e outras condições, porém essa condição deverá ser re- gistrada em uma conta à parte, chamada de depreciação acumulada, para que o bem sempre esteja registrado na contabilidade de acordo com o que determina o referido princípio. O princípio da Competência – esse princípio rege a relação entre as re- � ceitas e as despesas. De acordo com ele as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, e assim sendo as receitas consideram-se realizadas quando, nas transa- ções com terceiros, estes efetuarem o pagamento ou assumirem forte compromisso de efetivá-lo, também será reconhecida quando da ex- tinção parcial ou total de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento (ao mesmo tempo) de um ativo de valor igual ou maior. Já as despesas consideram-se incorridas quando o ativo corres- pondente deixar de existir, por transferência de sua propriedade a ter- ceiro, pela diminuição ou extinção de um ativo e pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. No que diz respeito a esse princí- pio é preciso imaginar contas que têm seu período de competência, ou seja, são referentes a um determinado mês e deverão ser reconhecidas naquele período. Isso acontece, por exemplo, com os salários, cada mês que você trabalha seu salário é reconhecido para o ganho de receita da- quele determinado mês, e geralmente (isso porque algumas empresas fazem o pagamento no mesmo mês) o pagamento ocorre no início do mês seguinte. Mas o que é preciso destacar é que contas como salário, energia, água, telefone, entre outras contas que são consumidas no mês, precisam ser reconhecidas como referentes àquele mês. O princípio da Prudência – para esse princípio deverão ser adotados � menores valores para os componentes do Ativo e maiores para os componentes do Passivo, sempre que estes apresentarem alternati- vas igualmente válidas para registro. Aceitar o princípio da Prudência consiste em utilizar a hipótese que resulte em um menor patrimônio líquido. De acordo com as alterações propostas pela Resolução 1.282/2010 o � princípio da Atualização monetária foi revogado para que a contabili- dade brasileira ficasse de acordo com a harmonização propostapelas normas internacionais de contabilidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 26 Patrimônio Patrimônio O Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa física ou jurídica. Entretanto, essa apresentação ocorre de forma ordenada e exige que sejam conhecidos alguns conceitos de forma mais profunda. Os bens são todas aquelas coisas capazes de satisfazer às necessidades humanas e que podem de alguma forma ser mensuradas economicamente, ou seja, que podem ter algum valor atribuído. Imaginando uma loja de eletrodomésticos, você teria inicialmente três categorias de bens: Bens de uso da loja – balcão, prateleiras, armários, entre outros utiliza- � dos para o uso da loja, ou seja, para a exploração da atividade princi- pal, que é a venda de eletrodomésticos. Bens de troca – eletrodomésticos em geral, ou seja, os produtos que � formam a base da atividade da empresa. Bens de consumo – as caixas que a empresa usa para vender os pro- � dutos, papéis que usa para embalar, eventuais materiais de escritório. Os bens de consumo estão relacionados com bens que serão consumi- dos, ou seja, que não são duráveis na entidade. E que outras classificações poderiam existir para os bens? Bens materiais são aqueles que possuem corpo ou que podem ser toca- dos. Englobam ainda dois outros conceitos, os de bens móveis e imóveis. Já os bens intangíveis ou imateriais são aqueles que não têm matéria, ou seja, que não podem ser tocados. São aqueles bens que não possuem um corpo. Um bom exemplo é uma determinada marca, alguns produtos têm tanta influência da marca que é só olhar a fonte da marca que já se lembra dela, outros dão até nome para o produto. Outros exemplos de bens imateriais são as patentes, que nada mais são do que registros de invenções de uma pessoa ou empresa, nesse caso a pessoa ou empresa tem o direito de explorar os benefícios advindos daquela determinada invenção. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 27 Patrimônio Os direitos são os valores que a empresa tem para receber de terceiros, geralmente alheios à empresa. Por exemplo, a empresa vende mercadoria e o cliente fica de pagar essa mercadoria no prazo de um mês, logo a empresa terá o direito de receber o valor em um mês. Nessa situação um terceiro, não envolvido diretamente com a empresa, está relacionado na situação. Outro tipo comum de direito acontece quando a empresa adianta salários ou valores de viagens para funcionários, após determinado período, no caso dos salários na data de pagamento que ocorre até o quinto dia do mês pos- terior o funcionário terá esse valor descontado do seu salário, pois recebeu um valor da empresa que ainda não era efetivamente seu, isso quer dizer que a empresa deu ao funcionário um valor antecipado e tem o direito de descontar do salário do funcionário esse valor. Já no caso dos adiantamentos para viagem, a empresa “empresta” determinado valor para um funcionário viajar e quando ele retorna deve prestar contas do valor adiantado com as notas fiscais dos gastos que teve, ficando a empresa com o direito de exigir essa prestação de contas. Nas entidades é comum realizar algumas operações a prazo como, por exemplo, compra de mercadoria ou, ainda, operações que têm uma deter- minada data de vencimento e um determinado cobrador, nesse caso os for- necedores. Ela possui ainda outras possíveis contas a pagar, como impostos em geral, salários e obrigações diversas com terceiros. Outro tipo de passivo é o patrimônio líquido, pois a empresa “deve” para os sócios o capital por eles investido na empresa. Assim, eles diferenciam-se das obrigações com terceiros por não terem data de vencimento e por não poderem ser “cobrados”. Representação gráfica do patrimônio Na contabilidade, ficou convencionado que o lado esquerdo seria deno- minado Ativo, é o lado positivo, que engloba os bens e os direitos, e no lado esquerdo tem-se o lado do Passivo, que engloba as obrigações. Patrimônio Ativo Passivo Bens e Direitos Obrigações Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 28 Patrimônio Essa representação gráfica, que lembra um “T”, é denominada Balanço Patrimonial, e o próprio nome, que lembra balanço, pede que haja um equi- líbrio. Na contabilidade é preciso que exista uma igualdade entre bens, direi- tos e obrigações, ou seja, o total do lado esquerdo deverá ser igual ao total do lado direito, porém, como isso é possível? É nesse ponto que surge um novo elemento na equação patrimonial de- nominado Patrimônio Líquido. Patrimônio Ativo Passivo Bens e Direitos Obrigações Patrimônio Líquido Esse novo grupo ficará do mesmo lado do Passivo, ou seja, das obrigações, o Patrimônio Líquido – diferença entre o ativo menos o passivo, ou seja, é o valor líquido resultante da seguinte equação: Bens + Direitos – Obrigações. Outra definição que pode ser dada ao patrimônio líquido é que este é o grupo que representa o valor referente aos acionistas, ou que a eles perten- ce. Para entender como funciona o Balanço Patrimonial, segue um exemplo demonstrando os conceitos vistos anteriormente: Balanço Patrimonial Ativo Passivo Bens 1.000 Obrigações 1.500 Direitos 1.500 Patrimônio Líquido Capital 1.000 Total do Ativo 2.500 Total do Passivo 2.500 No balanço patrimonial, o dinheiro “entra” pelo lado do passivo. De que forma isso ocorre? Quando os sócios abrem a empresa eles colocam o capi- tal nela, e ele fica registrado no passivo, ou seja, sua origem foi no passivo dentro do Patrimônio Líquido na conta Capital Social, em contrapartida, o dinheiro é aplicado no ativo. O mesmo ocorre, por exemplo, com os fornece- dores, pois determinada mercadoria aparecerá no ativo e o registro da entra- da ficará no passivo. Assim o fluxo de origens e aplicações é o seguinte: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 29 Patrimônio Aplicações Ativo Passivo Origens Bens 1.000 Obrigações 1.500 Direitos 1.500 Patrimônio Líquido Capital 1.000 Total do Ativo 2.500 Total do Passivo 2.500 Assim, as origens de recursos correspondem às obrigações e podem ser divididas em dois tipos: De terceiros – são recursos provenientes de entes alheios à companhia, � ou que não fazem parte diretamente desta. Nessa categoria estão os fornecedores, o governo (através dos impostos), financiamentos, salá- rios a pagar, entre outras dívidas. De recursos próprios – recursos provenientes de capital dos sócios, ou � do capital social, ou ainda de lucros e reservas que são valores decor- rentes das atividades normais da empresa. Aspectos quantitativo e qualitativo Pode-se dizer que o Balanço Patrimonial possui dois aspectos básicos relacionados aos elementos que foram apresentados; o primeiro deles é o aspecto qualitativo, que é o que define os elementos, conforme já visto, dividindo-os em bens, direitos e obrigações. Porém para saber conhecer ou mensurar o patrimônio é preciso conhecer outro aspecto, o quantitativo, que apresenta os elementos patrimoniais acompanhados dos seus devidos valo- res, pois somente assim é possível conhecer o patrimônio de uma entida- de. A seguir serão conhecidos os aspectos do Ativo, Passivo e do Patrimônio Líquido. Ativo Para Iudícibus (2009) o ativo pode ser definido como o conjunto de bens e direitos de uma entidade, ou como a aplicação de recursos de uma deter- minada empresa. Já segundo Hendriksen e Van Breda (2007) os ativos são considerados como reservas de benefícios futuros, ou ainda como benefí- cios econômicos futuros prováveis, obtidos ou controlados por determinada entidade e que são decorrentesde atividades passadas. O ativo é dividido em Ativo Circulante e Não Circulante. Dentro do Ativo Circulante, que na Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 30 Patrimônio maioria das empresas possui essa classificação por apresentar bens e direi- tos realizáveis em até 360 dias, de acordo com o grau de liquidez existem quatro grupos, o primeiro grupo é o de Disponibilidades, e possui as seguin- tes contas: Caixa � Bancos – Conta movimento � Aplicações financeiras de curto prazo � O grupo seguinte é denominado de clientes ou créditos de curto prazo, e apresenta como principais elementos as seguintes contas: Duplicatas a receber; � Outras contas a receber; � (–) Provisão para créditos de liquidação duvidosa. � Nesse grupo existe uma conta conhecida como Duplicatas descontadas (que possui saldo credor, ou seja, é uma conta retificadora do Ativo, especi- ficamente de clientes). Essa conta representa as duplicatas que foram entre- gues ao banco para antecipação de recebíveis. De acordo com as mudanças estabelecidas pela internacionalização da contabilidade, em alguns casos essa conta será considerada como Passivo Circulante, porém deve-se obser- var que as duas formas podem ser admitidas. O próximo grupo, de acordo com a liquidez, é o grupo de Estoques: Mercadorias ou produtos acabados; � Produtos em elaboração; � Matéria-prima. � O último grupo do Circulante, por sua vez, é conhecido como Despesas antecipadas ou Despesas pagas antecipadamente, entretanto é um grupo de Ativo, e possui esse nome pois, em geral, é formado por contas que já foram pagas antecipadamente e que geraram o direito de se consumir algo, como um seguro, uma assinatura de jornal, por exemplo, e que será consu- mido em um determinado período, configurando-se em despesa somente após o consumo efetivo do direto, alguns exemplos são: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 31 Patrimônio Seguros a vencer; � Aluguéis pagos antecipadamente; � Assinaturas de jornais e revistas. � O Ativo não circulante possui liquidez com prazo superior a 12 meses, na maioria das empresas. Dentro dele, o primeiro grupo é o Ativo realizável a longo prazo, que normalmente apresenta as seguintes contas: Empréstimos a sócios; � Empréstimos a coligadas; � Despesas antecipadas. � Outro grupo do Ativo não circulante é o grupo que congrega os investi- mentos e apresenta, entre outras contas, as seguintes: Aplicações em ouro; � Ações de empresas coligadas; � Outras participações. � O imobilizado por sua vez, apresenta os bens físicos, que servem para a manutenção da estrutura da empresa, para que elas possam cumprir a sua atividade, entre eles estão: Veículos; � Móveis e utensílios; � Máquinas e equipamentos; � Terrenos e edificações; � Florestas. � Com o advento da Lei 11.638/2007 o grupo Diferido, que em sua maioria apresentava as despesas pré-operacionais da empresa e gastos com pes- quisa e desenvolvimento, passou a não mais figurar na nova estrutura do Balanço Patrimonial, apesar de ainda ser apresentado naquelas empresas que ainda não amortizaram totalmente o seu saldo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 32 Patrimônio O grupo que passou a fazer parte do Ativo não circulante é o Intangível, que irá congregar todas aquelas contas que não possuem substância física, mas que mesmo assim podem gerar benefícios futuros para a empresa, entre eles estão: Marcas e patentes; � Softwares; � Fundo de comércio; � Carteira de clientes. � Passivo O Passivo apresenta as obrigações com terceiros e se divide em Circulante (com exigibilidade em até 360 dias) e Não Circulante (com prazos de venci- mento superior a 360 dias). No Passivo Circulante as principais contas são: Fornecedores; � Obrigações trabalhistas; � Impostos a recolher; � Contas diversas a pagar. � O Passivo Não Circulante, por sua vez, apresenta as contas que possuem exigibilidade superior a 360 dias, entre elas: Financiamentos; � Empréstimos; � Impostos com prazo superior a 12 meses; � Outras dívidas de longo prazo. � Patrimônio Líquido O Patrimônio Líquido é a diferença entre os valores do ativo e os do passi- vo, sendo apresentados os recursos próprios da empresa, representados em sua maioria pelo Capital Social. Pode-se afirmar que as principais contas que compõe o patrimônio líquido são: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 33 Patrimônio Capital Social; � Reservas de Capital; � Reservas de Lucro; � Ações em tesouraria; � Prejuízos Acumulados. � Com o advento da Lei 11.638/2007 a conta de Lucros Acumulados não deverá mais apresentar saldo. Esses saldos precisam ser devidamente desti- nados de acordo com a proposta da administração, no caso das sociedades por ações. Essa destinação dos lucros poderá ser feita através do pagamen- to de dividendos, novos investimentos (uso) ou, então, deverá compor as contas de reservas de lucros. Ampliando seus conhecimentos Ativos intangíveis e o desempenho empresarial (PEREZ; FAMÁ , 2004) [...] Os ativos intangíveis Os ativos intangíveis, chamados por alguns de ativos invisíveis e por outros de ativos intelectuais, entre tantas outras denominações atuais, formam, de acordo com Hendriksen e Van Breda (1999), uma das áreas mais complexas e desafiadoras da contabilidade e, provavelmente, também das finanças em- presariais. Parte dessa complexidade deve-se às dificuldades de identificação e definição desses ativos, mas certamente os maiores obstáculos estão nas incertezas quanto à mensuração de seus valores e à estimação de suas vidas úteis. Ainda de acordo com Hendriksen e Van Breda (1999), a palavra intangí- vel tem sua origem no latim tangere, que significa tocar. Manobe (1986) com- plementa ao afirmar que tangível originou-se, também, do latim tango que significa perceptível ao toque. Entretanto, embora a própria nomenclatura Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 34 Patrimônio sugira, os mesmos autores afirmam que a falta de forma ou existência física não é uma condição para separação entre os ativos tangíveis e os intangíveis. Martins (1972) é ainda mais taxativo: Se quisermos ligar a etimologia da palavra Intangível à definição dessa categoria de ativos, nada conseguiremos, a não ser concluir que não há tal significado etimológico no conceito contábil. Patentes são consideradas Ativo Intangível, mas, Prêmios de Seguros Antecipados não possuem qualquer caráter de tangibilidade maior do que aquelas, porém, não pertencem ao grupo dos Intangíveis. Na verdade, Investimentos, Duplicatas a Receber, Depósitos Bancários, representam todos eles, direitos, mas, apesar da falta de existência corpórea, são considerados tangíveis. (MARTINS, 1972, p. 53) Fica evidente que a definição de ativo intangível como aquele que não possui existência física ou que não pode ser tocado é simplista e incompleta, pois, como mencionado, uma empresa pode possuir diversos outros ativos que não podem ser tocados, como, por exemplo, créditos fiscais, despesas pagas antecipadamente, entre outros, que não são considerados ativos intan- gíveis. No entanto, para Reilly e Schweihs (1998), os ativos intangíveis devem ter um respaldo tangível, isto é, ativos intangíveis, como marcas, patentes ou bancos de dados, apesar de sua natureza intangível, devem estar devidamen- te registrados e/ou mostrar evidências físicas de sua existência. Mas como definir os ativos intangíveis? A dificuldade é tanta que Mar- tins (1972), em sua Tese de Doutoramento,enfatizou a dificuldade de uma definição formal para o termo. Kohler (In: IUDÍCIBUS, 2000) define com muita propriedade os ativos intangíveis, como sendo ativos de capital que não têm existência física e cujo valor é limitado pelos direitos e benefícios que sua posse confere ao proprietário. Hendriksen e Van Breda (1999, p. 387) definem ativos intangíveis como, [...] ativos que carecem de substância. Como tais, esses ativos devem ser reconhecidos sempre que preencherem os requisitos de reconhecimento de todo e qualquer ativo, ou seja, devem atender à definição de ativo, devem ser mensuráveis e devem ser relevantes e precisos. Já Lev (2001) define ativo intangível como um direito a benefícios futu- ros que não possui corpo físico ou financeiro, que é criado pela inovação, por práticas organizacionais e pelos recursos humanos. Ainda segundo o autor, os ativos intangíveis interagem com os ativos tangíveis na criação de valor corporativo e no crescimento econômico. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 35 Patrimônio Upton (2001) define os ativos intangíveis como recursos não físicos, gera- dores de prováveis benefícios econômicos futuros para uma entidade, que foram adquiridos por meio de troca ou ainda desenvolvidos internamente baseados em custos identificáveis, que têm vida limitada, possuem valor de mercado próprio e que pertencem ou são controlados pela entidade. O autor afirma, ainda, que os ativos intangíveis podem ser todos os elementos de uma empresa que existem além dos ativos monetários e dos ativos tangíveis. Kayo (2002, p. 14) complementa, Ativos intangíveis podem ser definidos como um conjunto estruturado de conhecimentos, práticas e atitudes da empresa que, interagindo com seus ativos tangíveis, contribui para a formação do valor das empresas. Como base nas definições de ativos apresentadas anteriormente, pode-se pensar os ativos intangíveis como ativos de natureza permanente, sem exis- tência física e que, à disposição e controlados pela empresa, sejam capazes de produzir benefícios futuros. São exemplos de alguns ativos intangíveis: paten- tes, franquias, marcas, goodwill, direitos autorais, processos secretos, licenças, softwares desenvolvidos, bancos de dados, concessões públicas, direitos de exploração e operação, uma carteira fiel de clientes etc. Atividades de aplicação 1. No Brasil, para elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, que regras deverão ser seguidas? 2. De acordo com as modificações propostas pela Resolução 1.282/2010 em relação à Resolução 750/93 qual princípio atualmente não é mais pratica- do no Brasil? 3. Como pode ser definido o Patrimônio do ponto de vista contábil? 4. Como funciona a origem e a aplicação de recursos no Balanço Patri- monial? 5. Quais os dois aspectos inerentes ao Balanço Patrimonial e como eles podem ser definidos? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 36 Patrimônio Referências BRASIL. Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Disponível em: <www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 19 dez. 2012. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 750/93. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc>. Acesso em: 19 dez. 2012. __________. Resolução CFC 1.282/2010. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/ sre/docs/RES_1282.doc>. Acesso em: 19 dez. 2012 HENDRIKSEN, Eldon S., BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. Tradu- ção de: SANVICENTE, Antônio Zoratto. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. PEREZ, Marcelo Monteiro; FAMÁ, Rubens. Ativos Intangíveis e Desempenho Empresarial. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rcf/v17n40/v17n40a02.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2012. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. __________. Contabilidade Fundamental. São Paulo: Saraiva, 2009. Gabarito 1. Os Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 2. Princípio da Atualização Monetária. 3. É o conjunto de bens, direitos e também de obrigações. 4. A origem dos recursos ocorre no passivo, mediante a captação de capital próprio e de terceiros e a aplicação, por sua vez, no ativo, com os bens e direitos. 5. O Balanço Patrimonial possui dois aspectos básicos relacionados aos ele- mentos que foram apresentados. O primeiro deles é o aspecto qualita- tivo, que é o que define os elementos, dividindo-os em bens, direitos e obrigações. Outro aspecto é o quantitativo, que apresenta os elementos patrimoniais acompanhados dos seus devidos valores, pois somente as- sim é possível conhecer o patrimônio de uma entidade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br Situações líquidas patrimoniais Introdução A seguir serão vistas as representações gráficas dos estados patrimoniais que demonstram como o patrimônio das empresas pode estar configurado. Posteriormente, será abordada a formação do patrimônio das empresas, ou seja, como as movimentações alteram e constroem o patrimônio de uma entidade. Por fim, serão vistos os tópicos relativos às fontes do Patrimônio Líquido, ou seja, as formas de investimento que ocorrem nas entidades. Representação gráfica dos estados patrimoniais A situação patrimonial é como o balanço pode se apresentar, ou seja, como ele pode estar configurado. Apresentando mais bens e direitos do que obrigações, mais obrigações que bens e direitos ou, ainda, apresentando ativo e passivo iguais. A maneira mais simplificada para que sejam demonstradas as situações possíveis com relação à estrutura patrimonial é com a utilização de gráficos e figuras. Nas ilustrações a seguir, supõem-se dois pratos em uma balança, em que o prato da esquerda é o Ativo e o da direita é o Passivo. Com valores iguais para ambos, o equilíbrio estará alcançado. Mas, nor- malmente, o Ativo e o Passivo apresentam valores diferentes e esta balança virtual penderá para um dos lados. O peso (valor) que se utiliza para se al- cançar este equilíbrio é chamado Patrimônio Líquido e, por lógica, estará no lado do menor valor. A seguir, é apresentada a primeira situação. 1.ª Situação – Ativo = Passivo → Patrimônio Líquido = 0 A P Figura 1 – Patrimônio líquido nulo. 39Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 40 Situações líquidas patrimoniais A primeira situação (situação líquida nula) revela a inexistência de riqueza própria (representada pelo Patrimônio Líquido), como, por exemplo, aconte- ce com o indivíduo ou empresa que possui bens à sua disposição, mas tem dívida junto a terceiros de igual valor. Outra forma dessa situação ser possí- vel é quando a empresa tem exatamente o mesmo valor de capital social e prejuízo, o que acaba fazendo com que ela fique com o Patrimônio Líquido com o valor zero. Esta é a situação patrimonial gráfica, mostrando valores iguais para Ativo (A) e Passivo (P): Ativo Passivo Com valores idênticos, fica fácil verificar que o Ativo e o Passivo repre- sentam o mesmo peso, fazendo com que a empresa possua um Patrimônio Líquido igual a zero. Essa situação pode ainda ser representada pela seguinte equação patrimonial: Ativo Passivo Bens Fornecedores 1.000 Caixa 1.000 Empréstimos 3.000 Bancos 1.000 Patrimônio Líquido Direitos Capital Social 1.000 Clientes 2.000(-) Capital a integralizar (1.000) Total 4.000 Total 4.000 Nota-se no Balanço Patrimonial que a empresa possui o seu Patrimônio Líquido igual a zero, pois nessa situação o Capital Social ficou totalmente a integralizar, ou seja, não foi colocado na empresa no ato de constituição da mesma. Logo, a mesma só possui bens, direitos e obrigações com terceiros. A segunda situação (situação líquida positiva) é evidenciada na sequên- cia, onde a empresa possui um valor superior a zero representando sua ri- queza própria, conforme segue: 2.ª Situação – Ativo > Passivo → Patrimônio Líquido > 0 A P + PL Figura 2 – Patrimônio Líquido Positivo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 41 Situações líquidas patrimoniais A segunda situação revela existência de riqueza própria, sendo justificada pela diferença positiva entre o Ativo (A) e o Passivo (P), tal diferença é cha- mada de Patrimônio Líquido (PL), conforme demonstra a estrutura gráfica que segue: Ativo Passivo PL Com relação à estrutura gráfica, mostrada anteriormente, é fácil identifi- car o valor a maior no lado do Ativo (A), ocasionando a criação do Patrimônio Líquido (PL). Essa situação é a mais comum e a mais desejada pelas empre- sas, ou seja, a existência da riqueza própria. Com a utilização da estrutura pa- trimonial acompanhada de valores é possível entender melhor a situação. Ativo Passivo Bens Fornecedores 1.000 Caixa 1.000 Empréstimos 1.000 Bancos 1.000 Patrimônio Líquido Direitos Capital Social 1.000 Clientes 1.000 Total 3.000 Total 3.000 Nessa situação é possível imaginar que a empresa pode pagar suas duas dí- vidas com terceiros (Fornecedores e Empréstimos) e ainda irá sobrar R$1.000,00 de Patrimônio Líquido, ou seja, da parte que pertence aos sócios. A terceira situação, nem tão comum na prática entre as empresas em ati- vidade no Brasil, demonstra a situação de falta de capitais de terceiros, fazen- do uma simulação de atividades sem obrigações. Isso, teoricamente, pode ocorrer, mas é muito difícil de ocorrer na prática empresarial. 3.ª Situação – Ativo = Patrimônio Líquido → Passivo = 0 A PL Figura 3 – Passivo Nulo. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 42 Situações líquidas patrimoniais A terceira situação revela a inexistência de obrigações ou dívidas, repre- sentadas pelo Passivo exigível da empresa. Logo, todo o Ativo é dos sócios, acionistas ou cotistas e não há reclamos de terceiros sobre ele. Ativo PL A situação mostrada anteriormente denota, tal como foi a primeira situ- ação, valores idênticos. Essa equidade apenas se difere da primeira situação pois, do lado direito, são relacionados, agora, os valores relativos à riqueza empresarial, e não obrigações ou dívidas na situação mais antiga. Um momento em que essa situação pode ocorrer é na criação da empre- sa, pois aí surge o Patrimônio Líquido em contrapartida do Ativo, ou seja, ainda não existem obrigações da empresa. Ativo Passivo Bens 1.000 Patrimônio Líquido 1.000 Caixa Capital Social Total 1.000 Total 1.000 Nessa situação, a empresa teve o capital inicial de R$1.000,00 totalmente integralizado em dinheiro no caixa, assim o total do Ativo ficou igual ao total do Patrimônio Líquido. O ativo também é conhecido como Patrimônio Bruto. A quarta situação a ser evidenciada é uma situação empresarial conside- rada ruim, pois mostrará uma situação gráfica em que a empresa possui um menor conjunto de bens e direitos, se comparados às obrigações, fazendo com que a empresa apresente dificuldades de pagamentos, podendo ser de longo, médio ou curto prazo. Na sequência, segue a correspondente repre- sentação comparativa. 4.ª Situação – Ativo < Passivo → Patrimônio Líquido < 0 A + PL P Figura 4 – Patrimônio Líquido Negativo. Também chamada de Patrimônio Líquido Negativo ou Passivo a descober- to, deixa clara a ideia de que a empresa apresenta dificuldades de liquidez, ou Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 43 Situações líquidas patrimoniais seja, o poder de gerar recursos, pois terá muito mais obrigações a liquidar do que a possibilidade de gerar recursos financeiros em um mesmo período de tempo. Ativo Passivo PL A seguinte equação patrimonial com os devidos valores atribuídos pode exemplificar melhor tal situação: Ativo Passivo Bens Fornecedores 2.000 Caixa 1.000 Patrimônio Líquido Capital Social 1.000 Prejuízos Acumulados (2.000) Total 1.000 Total 1.000 Nessa situação, é possível notar que o valor dos Prejuízos Acumulados, que é de R$2.000,00, supera o valor total do Capital Social, de R$1.000,00, o que faz com que a empresa fique com o Passivo a Descoberto. Para finalizar, não foi considerada a situação de Ativo igual a zero, onde o Patrimônio Líquido (PL) é igual ao (P), pois é muito improvável, sendo apenas citada na situação hipotética de uma empresa que apresente pre- juízos consecutivos, gerando um Patrimônio Líquido negativo e, posterior- mente, liquidando todo o seu Ativo, ainda, sem conseguir liquidar todas as suas obrigações. Formação do Patrimônio A seguir alguns exemplos de como funcionam as movimentações do Patrimônio e como ele passa por evoluções. Assim, a primeira situação inicial proposta é um balanço que apresenta apenas duas contas. Balanço Patrimonial Ativo Passivo Caixa 100.000 Patrimônio Líquido Capital 100.000 Total do Ativo 100.000 Total do Passivo 100.000 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 44 Situações líquidas patrimoniais Aqui a empresa teve suas atividades iniciadas com dinheiro, assim R$100.000,00 de capital, que se originaram no Capital Social, captados de um ou mais sócios, foram aplicados no Ativo Caixa da empresa. Aqui é pos- sível entender como o fluxo de dinheiro entra pelo Passivo, nesse caso, pelo investimento dos sócios, e se aplica no Ativo, no caso, o Caixa. Na segunda operação foi feita uma compra de veículos à vista (em dinhei- ro) de um veículo por R$15.000,00 e uma compra de mercadorias no mesmo valor, também à vista. Balanço Patrimonial Ativo Passivo Caixa 70.000 Mercadoria 15.000 Patrimônio Líquido Veículos 15.000 Capital 100.000 Total do Ativo 100.000 Total do Passivo 100.000 Mais uma vez a igualdade foi mantida e só houve uma troca de valores entre o ativo, aqui no caso o dinheiro saiu do Caixa da empresa e foi para a compra de Mercadorias e Veículos. Agora a empresa teve uma compra de R$20.000,00 de mercadorias a prazo, o que quer dizer que ela não desembolsou dinheiro para isso, entre- tanto, seguindo o método das partidas dobradas, mesmo sendo a prazo o valor terá que ter uma contrapartida, que no caso será representada por Fornecedores. Balanço Patrimonial Ativo Passivo Caixa 70.000 Fornecedores 20.000 Mercadoria 35.000 Patrimônio Líquido Veículos 15.000 Capital 100.000 Total do Ativo 120.000 Total do Passivo 120.000 É preciso notar agora que o valor do balanço subiu para R$120.000,00 de ambos os lados, e que agora do lado direito surgiu uma obrigação com fornecedores, que foi aplicada na conta Mercadoria. Em outro momento a empresa compra um prédio, no valor de R$50.000,00 a prazo para a manutenção de suas atividades. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 45 Situações líquidas patrimoniais Balanço Patrimonial Ativo Passivo Caixa 70.000 Fornecedores 20.000 Mercadoria 35.000 Financiamento 50.000 Veículos 15.000 Patrimônio Líquido Imóvel 50.000 Capital 100.000 Total do Ativo 170.000 Total do Passivo 170.000 Agora ovalor total do balanço foi alterado novamente, pois a empresa aumentou o patrimônio quando comprou um imóvel, mas também aumen- tou as suas dívidas quando comprou esse imóvel a prazo. Logo, foi possí- vel manter a igualdade dos dois lados, pois o método das partidas dobra- das está sendo respeitado em todas as operações. Outra operação comum nas empresas é o pagamento de fornecedores. A seguir será evidenciado como fica essa operação, sendo que no referido exemplo foi pago o valor de R$10.000,00. Balanço Patrimonial Ativo Passivo Caixa 60.000 Fornecedores 10.000 Mercadoria 35.000 Contas a pagar 50.000 Veículos 15.000 Patrimônio Líquido Imóvel 50.000 Capital 100.000 Total do Ativo 160.000 Total do Passivo 160.000 Agora o valor dos dois lados diminui e isso se deve ao fato de o valor da dívida ter diminuído e, consequentemente, o valor do caixa também. Foi possível verificar que as situações patrimoniais são alteradas devido a diversos fatores e que o patrimônio das entidades é construído mediante entradas e aplicações de recursos. Nesse primeiro momento foram vistas so- mente situações que afetam as contas patrimoniais, ou seja, as contas de bens, direitos e obrigações, entretanto as movimentações que causam mudanças no patrimônio também acontecem por meio de contas de resultado. Fontes do Patrimônio Líquido As fontes do Patrimônio Líquido podem ser baseadas nas seguintes origens: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 46 Situações líquidas patrimoniais Lucros – são os valores gerados pelas sobras de receitas em compa- � ração com as despesas em determinado período e serão adicionados ao patrimônio das empresas. Esses valores podem ser considerados como fontes adicionais de financiamento da empresa; Investimentos – neste sentido os investimentos são aqueles valores � integralizados, ou seja, colocados na empresa pelos sócios, como, por exemplo, o capital social ou capital subscrito. O capital social pode ser advindo de investimento na forma de ações, no caso de sociedades anônimas, ou ainda na forma de cotas, no caso das sociedades por co- tas de responsabilidade limitada, que captam dinheiro por meio de seus proprietários. O capital colocado pelos sócios ou acionistas nas empresas pode rece- ber algumas denominações nem sempre usuais e que podem ser vistas a seguir: Capital autorizado – esse termo é utilizado no caso das sociedades � anônimas e é relacionado com o limite previsto no estatuto social para novas subscrições de capital sem que seja feita uma alteração estatu- tária, pode-se dizer que funciona como uma autorização prévia para que sejam feitas novas subscrições. Capital social ou Capital subscrito – é aquele capital estabelecido no � contrato social ou no estatuto (no caso das sociedades anônimas). Os sócios deverão subscrever, ou seja, assumir o compromisso de efetiva- mente colocar o dinheiro na empresa. Capital nominal ou Capital declarado – é aquele capital fixado no es- � tatuto ou no contrato. Ele também é conhecido como capital social ou capital social subscrito. A subscrição, por sua vez, é o ato pelo qual os sócios assumem o compromisso de realizar, ou seja, de apresentar determinado valor a título de capital social em uma empresa. A subs- crição está ligada à realização de capital social ou ainda de aumento de capital. Capital a realizar – é a parte do capital subscrito ainda não realizada, � pode ser conhecido também como capital a subscrever ou a integra- lizar. Capital realizado – é o valor já subscrito e realizado pelos sócios, na � forma de dinheiro ou outros bens ou créditos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 47 Situações líquidas patrimoniais O capital próprio, por sua vez, representará não só um elemento, mas � o grupo inteiro, ou seja, o Patrimônio Líquido. Alguns termos também se referem a capital, porém não necessariamente estão ligados a investimentos, entre eles é possível destacar: Capital de terceiros ou capital alheio – é o mesmo que capital de ter- � ceiros, ou seja, o Passivo Exigível (Passivo Circulante e o Passivo Não Circulante). Capital total à disposição – esse conceito engloba o capital próprio � (Patrimônio Líquido) e o Capital de Terceiros (Passivo Exigível). Capital aplicado – apesar de o nome estar relacionado ao capital, esse � termo é relativo ao Ativo Total da empresa, até porque as origens dos capitais ocorrem no Passivo e a aplicação ocorre no Ativo. O Ativo tam- bém pode ser conhecido como Patrimônio Bruto. Foi possível notar que o Patrimônio é composto por basicamente duas fontes, e que elas são relacionadas aos sócios ou proprietários de determinada entidade. Também foi possível evidenciar que, de acordo com a terminologia contábil, é possível usar várias expressões que definem os investimentos. Ampliando seus conhecimentos Origens e aplicações de recursos (BRANDÃO, 2010) Após classificarmos as contas em bens, direitos, obrigações exigíveis e pa- trimônio líquido, passaremos a ter condições de identificar se as mesmas re- presentam uma aplicação ou uma origem de recursos. As contas que integram o Ativo (bens e direitos) denotam por base aplica- ções de recursos, enquanto as contas que aparecem no Passivo e no Patrimô- nio Líquido indicam por base origens de recursos. Para a contabilidade, não pode haver uma aplicação sem que haja uma origem respectiva. Sendo assim, sempre que houver entrada de um bem ou de um direito haverá origens respectivas à entrada. Da mesma forma que se houver uma saída de bens ou uma redução dos direitos deve-se justificar onde o valor deles foi aplicado. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 48 Situações líquidas patrimoniais Vejamos alguns exemplos: 1) Compra de móveis e utensílios pagando 50% do valor em cheque e o restante será pago através de duplicatas em cobrança simples. Contas Classificação Variação Móveis e Utensílios Bens Aumento Aplicação Banco conta movimento Bem Redução Origem Duplicatas a pagar Obrigação Aumento Origem A pergunta a ser feita é: o que originou a compra de móveis e utensílios? Se não fosse a emissão do cheque e o aceite de duplicatas, o bem jamais seria adquirido. 2) Venda de móveis e utensílios, a prazo, com ganho. Contas Classificação Variação Móveis e Utensílios Bens Redução Origem Duplicatas a Receber Direito Aumento Aplicação Ganho (Receita) PL Aumento Origem A pergunta a ser feita é: o que originou a emissão da duplicata? A duplicata só foi emitida porque houve a venda de móveis e utensílios a prazo. O ganho representa a origem do valor da duplicata ser maior do que o valor de custo dos bens. Podemos concluir que sempre que houver aumento de Ativo haverá uma aplicação de recurso e quando ocorrer uma redução no Ativo ocorrerá uma origem de recurso. Se pensarmos no Passivo, podemos afirmar que quando houver aumento do mesmo, teremos uma origem e quando ocorrer uma re- dução, teremos uma aplicação. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.iesde.com.br 49 Situações líquidas patrimoniais Atividades de aplicação 1. Quando é revelada a inexistência da riqueza própria na empresa? 2. As seguintes equações representam que situação patrimonial? Ativo > Passivo → Patrimônio Líquido > 0 3. Qual o momento em que o ativo é igual ao Patrimônio Líquido? 4. Qual a definição de Passivo a descoberto? 5. Quais as fontes do Patrimônio Líquido? Referências BRANDÃO, Mônica. Origens e Aplicações de recursos. 2010. Disponível em: <http://raciociniologicocontabil.weebly.com/4/post/2010/03/origens-e-apli- caes-de-recursos.html.%20Acesso%20em%2021/12/2012>.
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