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IPOG – INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E GRADUAÇÃO CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA CIVIL 5º PERIODO CONCRETO MASSA E CONCRETO CCR KAMILLA CAMAPUM MATHEUS BELLASALMA RAFAEL BARCELOS GOIÂNIA 2020 KAMILLA CAMAPUM MATHEUS BELLASALMA RAFAEL BARCELOS CONCRETO MASSA E CONCRETO CCR Trabalho apresentado no curso de graduação do Instituto de Graduação e Pós graduação. Orientado: Prof. Vanessa Borges GOIÂNIA 2020 CCR E CONCRETO MASSA OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivos apresentar o concreto CCR suas características e aplicação e o mesmo para o concreto massa. INTRODUÇÃO O concreto massa é divido em dois tipos. O primeiro a ser utilizado foi o convencional, adensado por vibradores de imersão. O outro tipo de concreto massa é o concreto compactado com rolo que, por possuir consistência seca, é transportado e adensado por maquinário de terraplanagem. A um tempo atrás ocorreu um esplendido desenvolvimento na construção de barragens. Foi possibilitado o conhecimento da tecnologia da construção e houve um expressivo desenvolvimento da tecnologia de concreto para barragens, com destaque especial para o concreto compactado com rolo (CCR). Barragens que utilizaram concreto compactado com rolo inovaram em suas construções e se tornou uma forte alternativa mediante as demais já conhecidas. Com o recente surgimento de novas técnicas e métodos construtivos, o CCR alcançou agilidade de execução e economia de custo. Petrucci, define concreto massa: “[...] como concreto utilizado em peças de grandes dimensões, sem armadura, e caracterizado por consumos baixos de cimento, agregados de elevado diâmetro máximo, e com geração de baixa quantidade de calor de hidratação.” CONCRETO MASSA (CMC) Ao ser aplicado em uma estrutura, requer a tomada de precauções que evitem fissurações deriva das de seu comportamento térmico. Ele necessita de cuidados especiais para a minimização dos efeitos das variações volumétricas e geração de calor de correntes da hidratação do cimento. A reação de hidratação do cimento provoca, durante o endurecimento do concreto, variações dimensionais que, quando restritas, podem levar a fissuração do concreto. Seus conceitos abrangem todas as obras que tenham dimensões de grande magnitude que utilizem um elevado volume de cimento. Petrucci, define concreto massa: “[...] como concreto utilizado em peças de grandes dimensões, sem armadura, e caracterizado por consumos baixos de cimento, agregados de elevado diâmetro máximo, e com geração de baixa quantidade de calor de hidratação.” ANALISE HISTÓRICA Uma referência histórica no desenvolvimento da técnica de controle tecnológico do concreto foi a construção da barragem Crystal Springs com 46,2 m de altura na Califórnia, em 1888. As primeiras aplicações do concreto massa foram em barragens no início do século XX. Com o aumento da altura, do volume e importância das barragens, foi necessário aperfeiçoar os métodos de construção. Em 1916 com os estudos de Abrams, iniciou a diminuição da relação água /cimento que melhorou a redução de teor de cimento e a melhoria dos meios de adensamento com os estudos de Bogue sobre a constituição do cimento Portland, foi colocado em evidência a contribuição dos diversos componentes para a geração do calor de hidratação. Desta forma foi realizado alguns passos para obter: agregados maiores, consumo de cimento menor, uso de vibradores adequados, uso de pozolana, uso de aditivos como os retardadores de endurecimento e o uso de cimento especial. Através dos avanços mais recentes, por volta da década de 50, foi introduzido o resfriamento tanto nos agregados, quanto no concreto em fase de execução ou endurecido. Até 1980 era empregado a metodologia do concreto convencional aplicada ao concreto massa para barragens, com trabalhabilidade e consistência adequadas e adensamento com vibradores de imersão. Segundo Petrucci “O avanço na seleção de materiais, no proporcionalmente da mistura e dos meios e modos de execução da obra, passaram a exigir também controles mais adequados e mais precisos dos constituintes e das diferentes fases da produção.” No Brasil, a evolução da tecnologia de concreto massa aplicada em barragens teve grande impulso a partir do final da década de 50, na construção hidrelétrica de Ilha Solteira. Reações de hidratação provocam durante o endurecimento do concreto, variação dimensional que, quanto restritas, podem levar a fissuração do concreto. Elevação de calor significativo causa o aumento de volume da massa de concreto, que, ao resfriar, pode gerar tensões importantes. A fissuração depende da diferença entre o pico máximo de temperatura atingindo e a temperatura ambiente, à qual ele atingira durante o processo termodinâmico de resfriamento. Características do concreto (CMC): • Pode chegar a aproximadamente 90% do volume total; • Os agregados miúdos seguem a norma brasileira NBR 7211(abnt,2005); • Para os agregados graúdos utilizam-se as dimensões máximas características de 19mm, 38mm, 76mm e 152mm. • A utilização de dimensões máximas é vantajosa porque o consumo de cimento diminui à medida que aumentam as dimensões dos agregados, devido à redução de vazios entre as partículas. A dosagem deve objetivar a obtenção da máxima massa específica do concreto aliada ao menor volume de vazios para garantir estabilidade a estrutura. O uso de finos também tem grande importância, pois eles são responsáveis por preencher os vazios, reduzir a permeabilidade da mistura e aumentar a coesão no estado fresco. Tipos de cimentos: É possível utilizar todos os tipos de cimentos para a produção do concreto massa. No entanto, em virtude das temperaturas do material, os cimentos devem ser submetidos a uma série de ensaios físico-químicos, incluindo a determinação do calor de hidratação. Os tipos de cimento mais adequados para utilizado de concreto massa são os cimentos de baixo calor de hidratação e os cimentos metalúrgicos como o cimento de alto- forno, e o cimento com escória, pois a lenta hidratação motivada pela existência da escória permite uma dissipação mais fácil do calor gerado. Aditivos: São plastificantes, retardadores de pega no estado fresco do concreto e incorporadores de ar no estado endurecido do concreto. Os aditivos causam variação da temperatura ambiente. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE CMC Materiais: Agregado Graúdo Agregado Miúdo Cimento Portland Água Aditivos como os retardadores de endurecimento Use agregados graúdos e miúdos limpos, (sem argila ou barro), sem materiais orgânicos (como raízes, folhas, gravetos etc.) e sem grãos que esfarelam quando apertados entre os dedos. Importante que seja de grandes dimensões. Os cimentos devem ser de baixo calor de hidratação e os cimentos metalúrgicos como o cimento de alto-forno, e o cimento com escória, pois a lenta hidratação motivada pela existência da escória permite uma dissipação mais fácil do calor gerado. A água também deve ser limpa (boa para beber). É muito importante que a quantidade de água da mistura esteja correta. A quantidade irá depender do FCK desejado que se obtém na dosagem. Aditivos retardadores de endurecimento. Procedimento para fabricar o concreto. Dosagem: Estudo, indicação das proporções, proporção de umidade e quantificação dos materiais componentes da mistura, afim de obter um concreto com determinadas características previamente estabelecidas. Imprimar o caminhão-betoneira: Evitar que a primeira rodada de concreto ou argamassa perca sua água de amassamento para o equipamento. Mistura: Dar homogeneidade ao concreto, isto é, fazer com que ele apresente a mesma composição em qualquer pontode sua massa. Nesta etapa será misturado os agregados, é muito importante obedecer a ordem de inserir os agregados no caminhão-betoneira. 80% da água, 100% agregado graúdo, 100% agregado miúdo, 100% cimento, 20% da água e 100% aditivo. Transporte: Levar o concreto do ponto onde foi preparado ao local onde será aplicado, podendo ser dentro da obra ou para ela, quando misturado em usina ou fora dela. Lançamento: Colocação do concreto no local de aplicação, em geral, nas formas. Adensamento: Compactação da massa de concreto, procurando retirar-se dela o maior volume possível de vazios – ganho de resistência.Usa-se vibrar a massa com vibradores de imersão. A Cura: Conjunto de medidas com o objetivo de evitar a perda de água (evaporação) pelo concreto nos primeiros dias de idade, água essa necessária para reação com o cimento (hidratação). Normalmente a resistência de projeto é atingida após vinte e oito dias da aplicação O primeiro relato documentado de uso de refrigeração do concreto em larga escala foi nos Estados unidos no começo dos anos 30; •Pré-refrigeração: onde se refrigera os agregados graúdos e se utiliza gelo e agua gelada na fabricação do concreto •Pós-refrigeração: realiza da pela passagem de água fria em tubulações embutidas no concreto. Os benefícios são: O controle da fissuração, e a redução do consumo do cimento. O controle das variações volumétricas é feito através da temperatura de lançamento, cura com pós refrigeração, dosagens adequadas de cada material, limitação da altura das camadas e de seus intervalos de lançamento. OBRA QUE UTILIZOU O CONCRETO MASSA E COMO TUDO ACONTECEU – Hidrelétrica Ilha Solteira O projeto de Ilha Solteira foi inteiramente nacional, desenvolvido pelos consultores da Themag. A barragem de gravidade consumiu 3,6 milhões de metros cúbicos de concreto. A moagem do clínquer e da pozzolana era feita no canteiro das obras de Jupiá, bem como seu controle de finura. Como agregados para o concreto, foram usados a areia e seixos rolados de uma jazida nas vizinhanças de Jupiá, em composição granulométrica com o basalto resultante das escavações das fundações de Ilha Solteira. Da experiência adquirida em Jupiá resultou a concretagem a baixa temperatura (7ºC) da barragem de Ilha Solteira, usando se gelo no lugar de água de amassamento e agregados resfriados. Foi montada, no canteiro de obras de Ilha Solteira, a maior fábrica de gelo do país. A técnica possibilitou a concretagem mais rápida da barragem e a antecipação do desvio do Rio Paraná em oito meses. Deve ser citada mais uma vez a participação do Prof. Carlson e o professor Tuthill, cujas consultorias possibilitaram reduzir o consumo de material cimentício para 85 kg/m3 (cimento=64 kg/m3 e pozzolana =21kg/m3 ), em Ilha Solteira. Destaca ainda em termos de tecnologias e metodologias inovadoras aplicadas na obra: o uso de agregados com diâmetro máxima de 152mm, o uso de esteiras transportadoras de concreto, uso de caçambas de grande capacidade (3m3 ), técnica de injeção de cabos protendidos com calda de injeção ao invés do uso de argamassa, utilização de cimentos com baixos teores de álcalis e pozolanas para combate à reação álcali-agregado, pozolana obtida a partir de argila caulinítica, utilização de centrais de resfriamento e produção de gelo e estudos térmicos utilizando ensaios para caracterização térmica dos materiais, aplicando o Método dos Elementos Finitos Na época de sua construção era o maior complexo hidrelétrica do Hemisfério Sul e quando iniciou a construção da Usina de Ilha Solteira, ela foi considerada a sexta maior hidrelétrica do mundo, tendo como potência final a Usina de Ilha Solteira, com 3.230.000 KW. CONCRETO ROLADO OU CCR Esse tipo de concreto apresenta uma boa propriedade elástica na estrutura do seu pavimento além de um custo baixo, esse tipo de concreto é bastante utilizado em barragens, galpões, estacionamentos, bases e sub-bases de pavimentos de vias urbanas, pistas de aeroportos e obras de grande porte. O concreto rolado é um material que tem sua mistura do time seca. Uma das suas principais funções é substituir a sub-base empregada em pavimentos flexíveis, que tem a camada da sub-base ou base executada com Brita Graduada Simples (BGS) ou Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC). ANALISE HISTÓRICA Uma referência histórica no desenvolvimento da técnica de controle tecnológico do concreto foi a construção da barragem Crystal Springs com 46,2 m de altura na Califórnia, em 1888. As primeiras aplicações do concreto massa foram em barragens no início do século XX. Com o aumento da altura, do volume e importância das barragens, foi necessário aperfeiçoar os métodos de construção. A necessidade de se ultilizar materiais com ligantes hidráulicos vem desde a época do império romano. O motivo dessa procura é devido a necessidade de se criar vias de grande tráfego e com pouca necessidade de manutenção, as grandes vias consulares na época aúrea de Roma foram ultilizadas com técnicas de estabilização ultilizando-se técnicas de adições de cal e pozolanas. A idéia da ultilização compactada a rolo não é recente , o primeira notícia que se tem da aplicação desse material foi na Escócia em 1865 (JOFRÉ, 1989). No entanto a primeira tentativa de se construir pavimentos contendo uma camada de CCR foi de George Bartholemew em 1984. Nesse caso a parte inferior do pavimento é feita com concreto simples e mantida a aderencia entre ambas as camadas, tendo sida a aplicadação do CCR conseguida somente por compressão. Esta iniciativa ocorreu em Least Court Avenue , em Bellefontaine , Ohio, EUA. (DNER, 1992) Modernamente, a produção com esse material em escala, foi na Grãn-Betanha, iniciada por volta de 1944 e cristalizadas nos experimentos de Crawley, Surrey, Leiscenter, North Walles e Bracknell. Um destaque para as estradas de Crawley (70 km) e a Londres-Birmingham (100 km) (DNER, 1992). Já no Brasil , os primeiros registros foram da ultilização do concreto CCR foi em 1946 no vale do Anhangabaú, já em 1950 houve a pavimentação do aeroporto paulista de Guarulhos e alguns pavimentos no Rio de Janeiro em 1954 (ANDRIOLO, 1998). No Brasil as primeiras obras com a aplicação do CCR como bases de pavimentação asfáltica foram em 1972 na cidade de Porto Alegre . Atualmente existe cerca de 2.000.000 m² de CCR como base de pavimento asfáltico na sua maioria e como base de pavimento de concreto. CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO ROLADO OU CCR Essa modalidade de concreto tem como característica os mesmos materiais do cimento comum (cimento, água, agregados e aditivos quando necessário). O seu processo de preparação e execução, também se assemelha bastante com o do concreto comum, as medidas adotadas tais como controle tecnológico de seus materiais, dosagem, lançamento, compactação e quando se trata de pavimentos rígidos, a cura. Esse pavimento tem duas características interessantes. Em primeiro lugar é a velocidade de execução que é em media de 3 mil metros cúbicos por dia , e o segundo é o baixo custo, isso por conta da quantidade de concreto que é pequena, outras vantagens a se destacar como vantagens são: A alta produtividade e a economia de 15% a 30% comparado como outros métodos , facilidade na produção e transporte além de alta resistência a tração e compressão. No que se refere ao controle tecnológico dos materiais, o cimento deve atender as prescrições estabilizadas nas normativas no tipo empregado. Existe a necessidade de se aplicar certo cuidado ao tipo de agregado utilizado, sendo que este deve atender ás normas técnica perante granulometria e aos limites físicos prescritos pela ABNT NBR 7211:2009. Além das semelhanças citadas, existem também algumas diferenças importantes entre o concreto rolado e o concreto convencional no processo de execuçãoem pavimentos rígidos, no caso do concreto rolado, ele é adensável por compactação enquanto no concreto convencional o adensamento é feito de forma mecânica e executados no interior de formas. ESPECIFICAÇÕES • Dosagem: É necessário realizar uma curva de compactação com faixa de umidade de 4,0% a 7,5%, determinando-se a massa específica aparente seca máxima e ótima umidade. No que se refere a dosagem de concreto rolado, esse é um dos principais parâmetro. Existe também condições e normas a serem seguidas no que se refere a dosagem dos agregados , as condições adequadas para se aplicar os agregados é saturado com superfície seca ou (S.S.S), já que minimiza a contribuição e retirada, promovida por essas matérias , na quantidade de água estimada para o emassamento . A preparação desses agregados ocorre da seguinte forma: Agregado graúdo – esse agregado é guardado em locais onde a umidade é tenha relação com a sua capacidade de absorção ou mais seco que as condições (S.S.S). A umidade e a absorção são determinadas por ensaios de acordo com as normas da ABNT NBR 9939/1987 e NBR NM 53/2003, respectivamente. A partir dos resultados dos ensaios, pode-se corrigir o teor de água dos agregados e mantê-los em condições de S.S.S. Agregados miúdos – Existe uma maneira de controle desses agregados rigorosa, com o intuito de evitar aos máximos desperdícios desse material. Os valores obtidos de umidade e absorção são recebidos a partir de ensaios descritos nas normas da ABNT NBR 9939/1987 e NBR NM 52/2003, respectivamente. Através desses resultados pode ser corrigido o valor total de água da mistura, isso quando houver absorção ou contribuição do agregado miúdo. • Resistência Mecânica: Essa resistência é obtida através de experimentos de moldagens em corpos de prova com o tamanho de 15cm a 30cm de altura, aplicando soquetes de 4,5kg a uma altura de queda de 45cm na energia normal da compactação • Controle tecnológico dos materiais: Existe um limite para a dimensão máxima característica do agregado em 1/3 da espessura da camada do concreto ou em 32mm, obedecendo o menor valor, de acordo com a norma DNIT 056/2013-ES • Preparo: Para poder efetuar o preparo do concreto rolado, deve-se colocar em centrais de mistura ou betoneiras estacionárias. Em centrais de mistura os materiais devem ser dosados em massa e em betoneiras estacionárias é permitido a dosagem volumétrica desde que haja medidor de água e os agregados sejam medidos em volume com recipientes devidamente cubados em relação ao saco de cimento, também deve ser lembrar-se da norma técnica ABNT NBR 7583:1986 prescreve que o consumo mínimo para cimento para concretos para pavimentos executados mecanicamente deve ser de 320kg/m3 , enquanto para o concreto rolado deve ser inferior, onde são usados consumos entre 85,0 kg/m3 a 220,0 kg/m3 • Execução - O concreto deve atender a determinação de sua finalidade, mas de maneira geral, em seu lançamento deve cobrir toda a espessura da faixa. Diferente dos concretos comuns o processo de transporte do concreto rolado é realizado em caminhões basculantes e necessita ser coberto com lona plástica para não perder a perda da umidade para o ambiente. O espalhamento pode ser manual, com motoniveladora, distribuidora de agregados ou vibro acabadora. A camada de espalhamento tem altura entre 20 a 30% maior que a camada final compactada de projeto. Qualquer tipo de equipamento compactador pode ser usado em função das condições locais da obra e materiais. Para áreas menores, os compactadores manuais, tipo placa ou de percussão, chamados popularmente de ‘’sapos’’, são os mais adequados. • Cura – O processo de cura não se difere muito do processo do concreto convencional, existe algumas técnicas pra melhorar o processo de cura aspersão de água, sacos de estopa ou aniagem umedecidos e cura química. Porém, no caso em que o concreto rolado vai receber uma placa de concreto, o mais usual é a execução de uma pintura com emulsão betuminosa. Além de permitir uma boa cura, ela dispensa o uso de lona plástica. A realização da cura se atende em evitar a perda rápida de umidade, essa atenção deve ocorrer por no mínimo sete dias. MODO DE EXECUÇÃO O concreto rolado apresenta características secas quando comparados aos concretos convencionais, por conta disso é um concreto que apresenta uma dificuldade maior na sua trabalhabilidade, com abatimento de no máximo, 6,0 cm. Uma de suas principais diferenças ao se comparar com o concreto convencional está no seu processo de aplicação, o concreto rolado deve ser espalhada com vibroacabadora, distribuidora de agregados ou com motoniveladora e compactado com rolo compactador liso vibratório autopropelido de 10 toneladas a 15 toneladas. É importante que o processo de compactação seja realizado em faixas e que a compactação de faixas subsequentes ocorra dentro de 25% da faixa anterior. Quando o local de aplicação do concreto rolado é o campo, é necessária que seja aferida pelo menos duas vezes ao dia e que ajustes na quantidade de água de mistura sejam realizados quando a variação da umidade passa influenciar nas propriedades do próprio material. Além de realizar o controle de umidade do agregado, deve-se controlar também a umidade do concreto no local da concretagem, esse fator é bastante importante na resistência mecânica do concreto, e também a sua compactação adequada. O excesso de água implica em deficiências de compactação e a falta de água pode prejudicar a hidratação das partículas do cimento. É extremamente necessário controlar a umidade do concreto rolado na aplicação do material, esse controle pode ser realizado por ensaios com Speed Test ou por meio de métodos da frigideira. O método da frigideira é o mais indicado, pois apresenta resultados mais precisos. Esses métodos têm por finalidade determinar a quantidade porcentual de água misturada por meio da reação porcentual entre diferença entre massa úmida do material e massa seca, dividindo-se pela sua massa seca. VANTAGENS DO CONCRETO ROLADO Quando se procura por durabilidade de estruturas para pavimentos, a procura por estruturas mais robustas tem subido, e para executar uma estrutura mais robusta, é necessário a aplicação de uma quantidade de material maior, por conta disso o concreto rolado é uma ótima alternativa quando se deseja obter uma maior capacidade de suporte e propriedades elásticas da estrutura do pavimento. Outra grande vantagem desse tipo de concreto é seu baixo custo, pois o ganho de resistência mecânica deste tipo de concreto é alcançado pela energia do processo de compactação e por parte ocasionada pelas reações de hidratação de ligante do concreto. APLICAÇÕES CCR Por conta das suas características serem um pouco mais específicas , o concreto CCR é indicado para pavimentos com várias camadas, mais habitualmente em barragens e pavimentações. Hoje no Brasil, suas principais aplicações são em barragens e obras de recuperações de empreendimentos de barragens. Tendo como característica a utilização de materiais como a pozolânizos e a sílica ativa a área da pavimentação se beneficia bastante com o concreto CCR. O concreto CCR pode ser aplicado em contra pisos, contenção de estruturas de barragens do tipo gravidade e comportas, pavimento de condomínio, duplicação de pista e corredor de ônibus. Ele é usado como método construtivo nas obras citadas acima por conta de sua característica e vantagens que são: Maior permeabilidade à água, essa característica o torna presente em construções pequenas a grandes barragens. Facilidade de aplicação; começa com o lançamento da mistura, que é feito de maneira manual (com os espalhadores de concreto), ou mecânica com motoniveladora ou pá carregadeira. Na sequência, são usados os rolos compressores ou as vibroacabadoras para garantir o adensamento do material.Menor tempo de construção; uma das principais características do CCR é sua consistência seca, que permite o lançamento de uma próxima camada de concreto logo após a anterior ter sido finalizada. Com isso, a velocidade de execução da obra aumenta, e o resultado pode ser um pavimento de menor espessura. Redução do consumo de cimento em barragens, a especificação do material decorre, principalmente, do fato de o seu custo ser menor quando comparado ao concreto convencional, pois consome menos cimento e não necessita de fôrmas. Com o CCR, é possível uma redução de custos entre 30 a 60% quando comparado concreto convencional. CCR - ABNT NBR 16312 APLICADO NA EXECUÇÃO PARA SUB-BASE DE PAVIMENTO DE CONCRETO DE CIMENTO PORTLAND MATERIAIS 3.1 Cimento O cimento empregado deve atender a especificação de material DNER EM 036(1), para recebimento e aceitação do material. Devem ser empregados - NBR 5732(2) – cimento Portland comum; - NBR 11578(3) – cimento Portland composto; - NBR 5735(4) – cimento Portland de alto-forno; - NBR 5736(5) – cimento Portland pozolânico. 3.2 Agregado Os agregados devem ser constituídos de grãos duráveis, limpos, isentos de matéria orgânica, torrões de argila e outras substâncias prejudiciais à hidratação do cimento e devem atender às exigências da NBR 7211(6) e ter dimensão máxima característica de 25 mm. Os agregados graúdos que podem ser utilizados são: pedra britada, seixo rolado e cascalho. O agregado miúdo deve ser isento de matéria orgânica, torrões de argila e outras substâncias prejudiciais à hidratação do cimento. 3.3 Água A água de amassamento deve estar isenta de matéria orgânica ou outras substâncias prejudiciais à hidratação do cimento. Deve atender aos requisitos estabelecidos pela NBR NM 137(7). 3.4 Concreto O concreto compactado com rolo deve ser dosado por método racional em laboratório e deve atender aos seguintes requisitos: a) possuir consumo mínimo de cimento entre 85 kg/m³ a 120 kg/m³; b) possuir resistência característica à compressão simples aos 28 dias de cura, que atenda a resistência definida em projeto para estrutura do pavimento. Os corpos de prova devem ser moldados conforme descrito no item 6.3 alínea e, e a resistência compressão simples deve ser determinada conforme NBR 5739(8); c) deve-se estabelecer uma curva granulometria do projeto da mistura em função dos materiais utilizados e a respectiva faixa de trabalho definida pela tolerância da abertura das peneiras. EQUIPAMENTOS Antes do início dos serviços todo equipamento deve ser examinado e aprovado pelo DER/SP. O equipamento necessário para execução da sub-base e base de concreto compactado com rolo é: a) central misturadora para dosagem, umidificação e homogeneização do material, que pode ser contínua ou intermitente; b) distribuidor de agregados; c) rolos compressores autopropelidos dos tipos liso vibratório, estático e pneumático; d) placa vibratória ou sapo mecânico; e) caminhões basculantes; f) caminhão betoneira; g) martelete pneumático para eventual execução de juntas transversais e longitudinais de construção; h) chapas de aço ou formas para execução das juntas de construção. EXECUÇÃO 5.1 Preparo da Superfície A superfície a receber a camada do pavimento de concreto deve estar perfeitamente limpa e desempenhada, conformada geometricamente, devendo ter recebido a prévia aprovação por parte da fiscalização, e ter sido liberada quanto aos requisitos de aceitação de materiais e execução. Durante todo o tempo de execução da camada, os materiais e os serviços devem ser protegidos contra a ação destrutiva das águas pluviais, do trânsito e de outros agentes que possam danificá-los. É obrigação da executante a responsabilidade desta conservação. 5.2 Produção A mistura deve ser preparada em usina do tipo contínua ou descontínua. Os agregados, o cimento e a água devem ser dosados em massa. Os agregados resultantes da operação de britagem normalmente formam três frações de di mensões máximas distintas, devendo ser estocados convenientemente, além de drenados e cobertos de modo que cada fração ocupe um silo da usina. Não é permitida a mistura prévia dos materiais no abastecimento da usina. Cada uma das frações deve apresentar homogeneidade granulométrica. Nas usinas utilizadas para produção da mistura, os silos devem ter capacidade total de, no mínimo, três vezes a capacidade do misturador, e devem possuir, no mínimo, três silos agregados. Os silos devem conter dispositivos que os abriguem da chuva. A usina deve ser calibrada racionalmente, de forma a assegurar a obtenção das características desejadas para a mistura. As frações obtidas, acumuladas nos silos da usina, são combinadas no misturador, acrescentando-se ainda a água necessária à condução da mistura de agregados à respectiva umidade ótima, mais o acréscimo destinado a fazer frente às perdas verificadas nas operações construtivas subseqüentes. O abastecimento dos insumos deve ser convenientemente programado de modo a evitar a interrupção da produção. As frações devem ser combinadas de forma tal a enquadrar a mistura final dentro da faixa granulométrica definida na dosagem do concreto. A introdução da água no misturador deve ser controlada por meio de dispositivo que permita a verificação da quantidade acrescentada por ciclo. Eventuais zonas mortas no misturador, nas quais o material não seja revolvido suficientemente, devem ser desfeitas. 5.3 Transporte Os materiais após misturados devem ser transportados em caminhões basculantes, protegidos com lona, para evitar perda de umidade durante seu transporte até o local de seu espalhamento. Caso a distância de transporte seja considerável, com tempo acima de 30 minutos, e dependendo das condições climáticas, calor, baixa umidade relativa do ar e vento constante, deve-se utilizar caminhão betoneira, por ter capacidade misturadora e de reposição da água evaporada, caso necessário. 5.4 Espalhamento Imediatamente antes do espalhamento, a superfície a ser recoberta deve ser umedecida sem excesso de água, para que não se formem poças. Quando previsto no projeto de pavimento, a superfície subjacente deve ser recoberta com a película isolante impermeável indicada no projeto, tais como: membrana plástica, papel tipo kraft ou pintura impermeabilizante com emulsão asfáltica de ruptura média. O material deve ser espalhado com distribuidores comuns de agregados. A espessura solta deve ser tal que, ao final da compactação da camada, esta possua espessura igual à definida em projeto. Após o término do espalhamento, o material deve ser imediatamente compactado. A largura de cada pano de concretagem não deve permitir que eventuais juntas de construção fiquem situadas abaixo de futuras trilhas de roda. O mesmo procedimento deve ser adotado para impedir que ocasionais juntas transversais coincidam com bueiros, drenos ou outras interferências que venham a enfraquecer a seção. 5.5 Compactação A compactação deve iniciar-se com rolo compactador tipo liso vibratório pelas bordas do pavimento em percursos eqüidistantes do eixo, cobrindo, em cada passada, pelo menos 25% da faixa anteriormente compactada. Nos trechos em curva, havendo superelevação, a compactação deve progredir da borda mais baixa para a mais alta. A espessura da camada individual acabada não deve ser inferior a 10 cm. Podem ser admitidas espessuras de até 20 cm, desde que os ensaios de densidade demonstrem a homogeneidade da camada em toda sua espessura. O desvio de umidade máximo em relação ao teor ótimo de compactação deve ser de no máximo ± 1 ponto percentual, e o grau de compactação deve ser igual a 100% em relação à massa específica aparente seca máxima seca, obtidos no ensaio de compactação, com energia normal ,segundo NBR 7182(9). O tempo máximo decorrido entre a adição de água à mistura e o término da compactação deve ser, no máximo, de 2 horas.Em lugares inacessíveis ao equipamento de compactação ou onde seu emprego não for recomendável, a compactação requerida deve ser realizada à custa de compactadores portáteis, placas vibratórias ou sapos mecânicos. 5.6 Junta de Construção Ao fim de cada jornada de trabalho deve ser executada uma junta transversal de construção, em local já compactado com face vertical. Juntas longitudinais ou eventualmente transversais, caso sejam necessárias, devem ser construídas por meio da colocação de chapas metálicas revestidas com lençol de plástico, que devem ser retiradas após o término do espalhamento do CCR. A face da junta transversal deve ser umedecida antes da colocação da camada adjacente. 5.7 Cura Todo o trecho, logo após a sua execução de acordo com esta especificação, deve ser submetido a um processo de cura, devendo ser protegido contra a perda rápida de umidade, por pelo menos sete dias. A pintura de cura deve ser constituída por imprimação com emulsão asfáltica tipo RR-2C. A emulsão asfáltica tipo RR-2C deve ser aplicada com caminhão à razão de 0,6 l/m². Caso não seja executada a pintura de cura logo após a rolagem, ou quando houver mais de uma camada de concreto e ocorrer defasagem na colocação da segunda camada, a superfície deve ser mantida constantemente úmida, sendo vetado o trânsito de veículo espargidor Abertura ao Tráfego A sub-base ou base de concreto compactado com rolo não deve ser liberada à ação do tráfego até que possua resistência compatível com sua solicitação de carga e até que a imprimação esteja completamente rompida e curada. CONCLUSÃO Este trabalho teve como objetivo estudar algumas propriedades básicas para caracterizar o concreto compactado com rolo (CCR). O concreto compactado com rolo pode ser utilizado em substituição ao concreto convencional em barragens de concreto à gravidade ou em arco. Com o recente surgimento de novas técnicas e métodos construtivos, o CCR alcançou maior agilidade e economia de custo. A construção e os projetos de barragens em CCR continuam sofrendo mudanças. Novas ideias para melhorar o desempenho e reduzir custos vêm dos projetistas e dos contratantes. Um dos propósitos deste trabalho foi o de proporcionar opções novas e variadas com respeito ás metodologia construtivas possíveis do CCR e também minimizar os tipos de patologias existentes, como fissurações. Com o recente surgimento de novas técnicas e métodos construtivos, o CCR alcançou maior agilidade e economia de custo. REFERENCIAS https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/5374/000425005.pdf? sequence=1 – Dissertação de Mestrado – Maciel Donato Anais do 47º Congresso Brasileiro do Concreto - CBC2005 - ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS PROPRIEDADES DO CCR APLICADO NA UHE LAJEADO E MOLDADO EM LABORATÓRIO ESTUDO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DE CONCRETO COMPACTAADOS COM INCORPORAÇÃO DE FRESADOS PARA BASES DE PAVIMENTOS – Tese do titulo de Doutor em Engenharia – Taís Sachet Mestrado em Engenharia da Energia - Área de Concentração: Geração Hidrelétrica - O USO DO CONCRETO COMPACTADO COM ROLO EM BARRAGENS — TENDENCIAS FUTURAS - Dissertação de Mestrado - Luiz Milani Filho CONTROLE TECNOLOGICO DA QUALIDADE DA CAMADA DE CONCRETO ROLADO - Autoria: Grupo de Especialistas em Pavimentaªo da ABCP NBR16312-1 de 10/2014 ABNT NBR 6118 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/5374/000425005.pdf?sequence=1 https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/5374/000425005.pdf?sequence=1 https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-6118-projeto-de-estruturas-de-concreto-procedimento https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-de-edificios/abnt-6118-projeto-de-estruturas-de-concreto-procedimento