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Pós Graduação em Enfermagem Obstétrica FMU – 2020 Síndromes Hemorrágicas primeira metade da gestação ABORTO Síndromes Hemorrágicas Classificação: São divididas em duas metades: Hemorragias da primeira e da segunda metade da gestação. Síndromes Hemorrágicas Hemorragias da primeira metade da gestação: Aborto; (Descolamento corioamniótico/ameaça aborto). Gestação Ectópica; Mola Hidatiforme; Síndromes Hemorrágicas Hemorragias de segunda metade da gestação: Placenta prévia; Descolamento prematuro de placenta; Rotura uterina. Síndromes Hemorrágicas Entre 10 e 15 % das gestações apresentam hemorragias. As hemorragias podem representar complicações gestacionais ou agravos ginecológicos concomitantes com o período gravídico. Síndromes Hemorrágicas ABORTO Hemorragias da Primeira Metade: Abortamento: Interrupção da gestação; Morte ovular ocorrida antes da 20ª/22ª semana de gestação; Produto da concepção pesando até 499 g O processo de eliminação deste produto conceptual é chamado de aborto. Ocorre em cerca de 10 a 15% das gestações. Classificação, Etiologias: 1- Causas fetais: Anomalias cromossômicas 2- Causas maternas: Infecções; Causas endócrinas e hormonais :hipotireoidismo, diabetes descompensada; Desnutrição grave; Fatores imunológicos; Malformações uterinas, anomalias do desenvolvimento uterino, leiomiomas, incompetência istmo cervical; Insuficiência de corpo lúteo, entre outras... Aborto: Classificação: Precoce: Ocorre até 12ª sem de gestação. Tardio: Quando ocorre entre 13ª a 22ª semana de gestação Aborto: Ovular: até 8 semanas ; Embrionário: 3º , 4º mês ( 12 a 16 semanas ); Fetal: entre o 4º e 6 º mês ( 16 a 24 semanas) ; Aborto, Classificação Clínica: Evitável: Ameaça de aborto, quadro clínico discreto, sangramento de pequena a moderada quantidade, cólicas discretas, volume uterino normal, orifício interno do colo uterino impérvio, sinais de gestação normal ao USG ou Bhcg. Tratamento: repouso relativo, abstinência sexual, anti-espasmódicos, progesterona natural. Aborto, Classificação Clínica: Inevitável: Abortamento em curso: Sangramento genital, cólicas intensas, colo uterino dilatado e por vezes, membranas rotas. Sinais e sintomas mais intensos, orifício interno do colo uterino dilatado; Pode ser eliminado de forma completa ou incompleta; Pode apresentar-se febril ou afebril. Tratamento: até 14 semanas – curetagem uterina, após 14 semanas – antes da curetagem, uso de ocitócicos, para ocorrer expulsão, ao menos parcial, do conteúdo uterino. Aborto, Classificação Clínica: Retido: Sangramento genital escuro e discreto, pouca ou nenhuma cólica , colo uterino impérvio. USG com ausência de sinais de vitalidade fetal ou presença de ovo anembrionado. Bhcg negativo ou declinante. Tratamento: até 12 semanas – curetagem uterina ou vácuo-aspiração, após 12 semanas – antes da curetagem, uso de misoprostol e/ou ocitócicos. Obs: Controle de Hb e coagulograma Aborto, Classificação Clínica: Infectado: Todo abortamento acompanhado por sinais de infecção: febre, sinais proporcionais ao grau de toxemia geral (chegando até a choque séptico), saída de secreção fétida e/ou purulenta pelo orifício cervical, útero doloroso à mobilização. Tratamento: Antes da curetagem ou vácuo-aspiração, uso de antibióticos e ocitócicos. Obs: Controle de Hemograma e coagulograma Aborto, Classificação Clínica: Habitual, sequencial ou de repetição: É a perda espontânea e sucessiva de três ou mais gestações antes da 20ª/ 22ª semana; Ocorre aproximadamente em cerca de 0,5% das gestações; Aborto, Classificação Clínica: Etiologia: Anomalias genéticas; Anomalias morfológicas do útero (* insuficiência istmocervical – cerclagem); Fatores endócrinos; Fatores imunológicos; Infecções; Uso de fumo e álcool. Aborto: Espontâneo: Em decorrência de causas naturais; Induzido: Terapêutico; CLASSIFICAÇÃO (JURÍDICA) Legal: Risco de vida materno,por ordem judicial em casos de estupro ou anomalias fetais graves*. Ilegal ou criminoso: Todas as outras situações de acordo com a legislação vigente. Aborto, Diagnóstico: Clínico: Atraso menstrual; Perda sanguínea uterina; Presença de cólicas no hipogástrio. Exame ginecológico: Exame especular: Permite visualizar o colo uterino verificando a origem do sangramento; Pode ser possível detectar fragmentos placentários no canal cervical e vagina. Exame de toque: Permite avaliar a permeabilidade do colo uterino (dilatação). Aborto: Diagnóstico: Dados clínicos: Através da anamnese; Avaliação endócrina através de exames laboratoriais; Pesquisa de infecções como rubéola, toxoplasmose, clamídia, citomegalovírus, através de exames laboratoriais; Avaliação Imunológica; Exame ginecológico; Ausculta dos batimentos cardíacos fetais; A partir da 13ª semana de gestação já é possível auscultar os batimentos cardiofetais; Aborto: A ausência desses batimentos pode auxiliar no diagnóstico. Ultrassonografia : É a conduta definitiva para a avaliação da vitalidade do concepto, quantidade de restos ovulares e idade gestacional Aborto: Cuidados de enfermagem: Verificar e anotar queixas da paciente; Proceder a anamnese; Auxiliar no exame ginecológico; Providenciar os exames solicitados; Proceder ao exame obstétrico; Aferir e anotar AU; Observar a presença de BCF; Cuidados e observação quanto às perdas sanguíneas; Estar atenta as condutas médicas tomadas, principalmente quanto aos medicamentos. Mola Hidatiforme : Doença Trofoblástica Gestacional: Conversão das vilosidades coriônicas em Massas de vesículas claras. Pode ou não haver feto ou haver feto em degeneração. Diagnóstico: Presença de molas hidatiformes parciais ou completas, molas invasivas, coriocarcinomas gestacionais e tumores trofoblásticos no local placentário, ocorre em 1:15.000 gestações. Mola Hidatiforme : Fisiopatologia: Cariótipo: Derivada de anormalidades genéticas ao invés de 46,XX e 46, XY, por duplicação podem apresentar 69,XXX ou 69, XXY. Feto pode ou não estar presente, edema e vilosidades pode ser focal ou difuso, proliferação trofoblástica pode ser leve a grave. Mola Hidatiforme : Manifestações Clínicas: Sangramento vaginal no primeiro trimestre; Ausência de batimentos fetais ou estruturas fetais; Aumento do útero maior que as datas ( podendo ter o dobro do tamanho); Títulos de BhCG maiores que esperados para idade gestacional; Expulsão de vesículas; Mola Hidatiforme : Manifestações Clínicas: Hipereme gravídica; Pré – Eclâmpsia na primeira metade de gestação; Diagnóstico: Níveis elevados de BHCG e ultrassonografia com padrão ecogênico misto difuso substituindo a placenta por estruturas claras semelhantes a uvas que preenchem a cavidade uterina, acompanhadas ou não de partes fetais. Mola Hidatiforme : Tratamento: 20% podem desenvolver sequelas malígnas, necessitando de quimioterapia; Curetagem por aspiração é o método de escolha para evacuação uterina , não sendo descartada laparotomia exploradora; Contracepção hormonal durante monitoramento de BHCG Mola Hidatiforme : Cuidados de Enfermagem: Monitorar sinais vitais; observar sinais e sintomas de sinais de choque; Avaliar o volume e tipo de sangramento vaginal; observar presença de qualquer secreção; Avaliar resultados de BHCG e RH. Gravidez Ectópica : . Corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina, e incide em 1,5 a 2% de todas as gestações. A gravidez tubária responde por 95% dos casos. Fora do útero, pode se desenvolver nas trompas , no peritônio (abdominal), no ligamento largo (intraligamentar) e no ovário (ovariana). No útero, fora do seu corpo, pode se implantar no colo (cervical) e no interstício tubário. Gravidez Ectópica : . Manifestações clínicas surgem entre 6 e 8 semanas após DUM, mas podem ocorrer mais tardiamentese a gravidez estiver fora da trompa. Os sintomas da gravidez como aumento da sensibilidade mamária, náuseas e polaciúria ocorrem. Na maioria das vezes quando íntegra é assintomática e só se manifesta na ocasião da rotura. Gravidez Ectópica : . Já a prenhez abdominal pode evoluir até alcançar o termo. Os sintomas clássicos da prenhez ectópica são: o Dor abdominal intensa, o Atraso menstrual o Sangramento vaginal irregular. Tratamento: Conduta cirúrgica: laparoscopia ou operação a céu aberto. Tratamento conservador: Methotrexate (MTX), 50mg IM em dose única . Hemorragias da segunda Metade de Gestação: Correspondem a 50% das causas de hemorragias na segunda metade da gestação, o descolamento prematuro de placenta (DPP), e a placenta prévia (PP) , serão os temas abordados. Para prestar a assistência de enfermagem à gestante , à parturiente e à puérpera, além da competência legal, é necessária a competência técnica ( conhecimento científico ), sem a qual pode –se incorrer em vários erros graves, colocando a vida de mãe e filho em risco. Hemorragias da segunda Metade de Gestação: Qualquer hemorragia que ocorra durante a gravidez é séria e potencialmente fatal, é uma das causas mais frequentemente associadas aos óbitos maternos. São hemorragias da segunda metade da gestação: PP : Placenta Prévia; DPP: Descolamento Prematuro de Placenta; Rotura uterina; Vasa Prévia; Hemorragias da segunda Metade de Gestação: Placenta Prévia: A placenta prévia é a implantação anormal da placenta no segmento uterino inferior, cobrindo parcial ou completamente o orifício cervical uterino. A classificação pode modificar no curso da gravidez ou durante o trabalho de parto, á medida que o colo se dilata. A placenta prévia ocorre em 1 em 200 nascidos vivos e está associada à restrição de crescimento intrauterino ( RCIU ). Hemorragias da segunda Metade de Gestação: Placenta Prévia: A placenta prévia é a implantação anormal da placenta no segmento uterino inferior, cobrindo parcial ou completamente o orifício cervical uterino. A classificação pode modificar no curso da gravidez ou durante o trabalho de parto, á medida que o colo se dilata. A placenta prévia ocorre em 1 em 200 nascidos vivos e está associada à restrição de crescimento intrauterino ( RCIU ). Placenta Prévia: Podem ser classificadas em: Completa : a placenta cobre o orifício cervical completamente. Parcial: a placenta cobre o orifício cervical parcialmente. Marginal: a placenta situa- se na margem do orifício interno SEM cobri – lo. Baixa: implantação no segmento uterino inferior próximo ao orifício cervical; a placenta pode migrar e ser puxada para cima, à medida que o útero se dilata e cresce durante o curso da gestação Placenta Prévia: Placenta Prévia: Qualquer problema que leve à deciduação deficiente e consequente nidação mais baixa devido à procura do ovo por um local com boa oxigenação e nutrição na decídua pode ser responsável pela ocorrência da n PP: Parto cesárea anterior; Abortamentos provocados; Malformações fetais; Cirurgias Intrauterinas; Tabagismo; Placenta Prévia: Gestação Gemelar; Multiparidade; Idade Materna Avançada; Hidropsia Fetal; Placenta Prévia Pregressa. Placenta Prévia: Manifestações Clínicas: Sangramento vaginal vermelho vivo durante o segundo ou terceiro trimestre; Manifestação silenciosa, sem causa aparente; Sangramento indolor; Sangramento inicialmente em pequena intensidade; Sangramento que cessa espontaneamente, porém recorre; Placenta Prévia: O tratamento será expectante antes de 37 semanas de gestação quando há a possibilidade de esperar pelo amadurecimento do feto, isso dependerá do nível de sangramento. O tratamento ativo acontecerá após 37 semanas quando confirmada a maturidade fetal, interrompendo imediatamente a gestação. A monitorização materno fetal, visa avaliar sinais e sintomas de sangramento vaginal, sofrimento fetal, proporcionando apoio e orientações quanto aos procedimentos. Descolamento Prematuro de Placenta : Descolamento Prematuro de Placenta: O DPP, é a separação súbita da placenta , normalmente inserida, de seu sítio de implantação em gestação de 20 ou mais semanas completas e antes do nascimento do feto, resultante de uma série de processos fisiopatológicos, muitas vezes de origem desconhecida. Pode ser dividida em traumática e não traumática. Descolamento Prematuro de Placenta : Causas traumáticas: Acidentes automobilísticos; Trauma mecânico direto ao útero; Versão externa cefálica; Brevidade de cordão; Polidrâmnio com escoamento rápido de líquido; Hipertonia uterina; Descolamento Prematuro de Placenta : Causas não traumáticas: Hipertensão arterial; Baixa condição sócioeconômica; Multiparidade; Idade materna avançada; Idade materna inferior a 20 anos; Relato de DPP em gestação anterior; Cesárea Prévia; Corioamnionite; Descolamento Prematuro de Placenta : Sobredistenção uterina ( gestação múltipla, polidrâmnio) Diabetes; Tempo prolongado de rotura de membranas; Tabagismo; Amniocentece e cordocentese; Etilismo e uso de drogas ilícitas, principalmente cocaína. Descolamento Prematuro de Placenta : Manifestações Clínicas: O quadro clínico consiste: Dor abdominal súbita e de intensidade variável; Útero doloroso à palpação; Sangramento vaginal em 80% dos casos, podendo permanecer oculto nos 20% resantes em razão do hematoma retroplacentário ( sangue represado e coagulado atrás da placenta; Descolamento Prematuro de Placenta : Aumento da altura uterina ( AU ) quando presente o hematoma retroplacentário; Anemia Aguda; Hipertonia Uterina; Contrações tetânicas; Bradicardia fetal ou ausência de BCF; Bolsa das águas tensa ao toque vaginal; Aumento da pressão arterial ou hipotensão secundária ao choque hipovolêmico; Descolamento Prematuro de Placenta : DPP pode ser classificado em : Grau 1 ou leve: sangramento mínimo ou ausente, não existe comprometimento fetal e retroplacentário no estudo da placenta, ou durante a gravidez como achado casual em avaliação ultrassonográfica; Grau 2 ou moderado: diagnóstico baseado nos sinais clássicos ( manifestações clínicas) do DPP; Grau 3 ou grave, sangramento genital importante com hipertonia uterina, hipotensão arterial e óbito fetal, podendo ter coagulopatia 3B . Descolamento Prematuro de Placenta : Complicações: Choque hemorrágico; Coagulopatias de consumo: A CIVD ( coagulação intravascular disseminada), estão presentes em 40% dos casos graves .Consumo local de fatores de coagulação, através de formação de coágulo e consumo sistêmico por meio de passagem de tromboplastina para a circulação materna; Insuficiência Renal: Necrose corticorrenal bilateral aguda na gravidez, necrose tubular por isquemia uterorrenal da CIVD, da liberação de substâncias nefrotóxicas e do estado de choque prolongado. Descolamento Prematuro de Placenta : Insuficiência Cardiorrespiratória; Morte Materna; Atonia pós parto; Descolamento Prematuro de Placenta : Tratamento: Pelo Ministério da Saúde o tratamento depende do grau. Grau 1 : Diagnóstico geralmente é feito no pós parto, não havendo repercussões materna ou fetal; Descolamento Prematuro de Placenta : Tratamento: Grau 2: O parto vaginal é possível, se iminente, desde que a vitalidade fetal esteja preservada e não haja comprometimento hemodinâmico materno. Se a evolução do trabalho de parto não for rápida e favorável, ou se houver instabilidade materna ou sofrimento fetal, a cesárea deve ser imediata. Descolamento Prematuro de Placenta : Grau 3: o parto vaginal é aconselhável e as mesmas medidas de controle e acompanhamento referenes ao grau 2 devem ser implementadas. Se a cesárea for necessária, deve –se proceder, se houver possibilidade a transfusão de Concentrados , reposição de plaquetas.Vasa Prévia: Vasa praevia ou vasa prévia é uma complicação obstétrica na qual há vasos fetais cruzando ou atravessando em proximidade com o orifício interno do cérvice uterino. Estes vasos possuem riscos de ruptura quando suas membranas de suporte rompem. Vasa Prévia: Vasa Prévia: Rotura Uterina É uma complicação muito grave em obstetrícia sendo uma importante causa de morbimortalidade materna. A rotura uterina é classificada em: – Completa: há a total rotura da parede uterina. É uma urgência obstétrica, levando a risco de vida tanto da mãe quanto do feto. – Incompleta: o peritôneo parietal permanece intacto. Rotura Uterina O maior fator de risco para rotura é a presença de cicatriz uterina e o antecedente de cesariana é o principal delas, curetagem uterina com perfuração, miomectomia, acretismo placentário, trauma abdominal, anomalias uterinas, hiperdistensão uterina, uso inapropriado de ocitocina. Vasa Prévia: Vasa Prévia: 60 Obrigada!
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