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Unidade IV A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990

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Geografia Agrária
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Eduardo Augusto Wellendorf Sombini
Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vivian Fiori
Revisão Textual:
Profa. Ms. Natalia Conti
A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
• A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
 · Analisar os processos de modernização no campo no Brasil
pós anos 1990;
 · Discutir a relação entre o processo de globalização e
modernização agrícola;
 · Evidenciar os novos fronts agrícolas no território brasileiro. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A Modernização na Agropecuária 
Brasileira Pós Anos 1990
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UNIDADE A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
A Modernização na Agropecuária Brasileira 
Pós Anos 1990
Nesta unidade vamos evidenciar da modernização da agricultura e pecuária 
brasileira, pós anos 1990, período no qual as influências globais tornam-se maiores 
e os governos liberais brasileiros se coadunam com esta lógica do capitalismo global. 
Os Processos da Modernização
A modernização da agricultura brasileira no período compreendido entre 
as décadas de 1960 e 1980, correspondendo ao regime militar no país. Essa 
modernização agrícola esteve assentada em duas bases principais: a industrialização 
da agricultura e o avanço das fronteiras agrícolas no país. As atividades agrícolas 
foram integradas à indústria por meio da difusão do paradigma da Revolução Verde 
e da formação dos complexos agroindustriais a partir da década de 1970. 
Esses processos, porém, se difundiram de forma extremamente seletiva no 
território brasileiro: as inovações técnicas e normativas associadas à modernização 
da agricultura puderam ser absorvidas só por uma parte dos produtores rurais e das 
regiões agrícolas brasileiras, contribuindo para acentuar as desigualdades sociais e 
territoriais do país. 
Ao negar a reforma agrária e outras medidas redistributivas, a modernização 
desse período concentrou ainda mais a renda no campo. Isso quer dizer que, 
embora a industrialização da agricultura seja a nova variável que comanda a 
produção agropecuária brasileira, esse processo não atingiu todos os produtores e 
regiões da mesma maneira. 
Os pequenos e médios estabelecimentos rurais têm grande dificuldade em 
adquirir os pacotes tecnológicos necessários para modernizar a produção e ter 
acesso ao crédito agrícola, tornando-os menos rentáveis em comparação com as 
grandes propriedades. 
Por outro lado, os latifundiários foram claramente beneficiados com a 
industrialização da agricultura e o avanço das fronteiras agrícolas. O melhor 
indicador dessa questão é a permanência da estrutura fundiária com altos índices 
de concentração da propriedade das terras agrícolas no país. Como reflexo desse 
processo contraditório, que combina a incorporação de inovações técnicas e 
normativas e a permanência da concentração fundiária e do poder dos latifundiários, 
a questão agrícola e a questão agrária se tornaram mais complexas a partir da 
década de 1990. 
O projeto de integração do território nacional, que orientou um conjunto de políti-
cas de Estado entre as décadas de 1930 e 1980, concretizou a articulação produtiva 
entre as diversas regiões brasileiras, mas manteve a histórica divisão territorial do 
trabalho que não permite enfrentar as fortes desigualdades regionais brasileiras. 
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Ao analisar o primeiro período de modernização da agricultura brasileira, José 
Graziano da Silva (1980, p. 50) conclui que “[...] as disparidades regionais se 
acentuaram, não apenas entre as três macrorregiões do país – Nordeste, Norte e 
Centro-Sul – mas também dentro dessas regiões”. 
Qualquer tentativa de análise e de interpretação do desenvolvimento recente da produção 
agropecuária no Brasil requer o uso de um enfoque espacial e setorialmente desagregado. 
Isso se dá, de um lado, porque essa produção não constitui um todo uniforme, homogêneo 
e harmônico; e de outro, porque a crescente industrialização ocorrida nesse período, além de 
determinar uma redefi nição dos vínculos da referida produção com o “resto do mundo”, deu 
origem a uma nova heterogeneidade entre as diversas regiões do país, passando a integrá-las 
numa nova e única divisão social do trabalho de âmbito nacional (SZMRECSÁNYI, 1990, p. 82).
Ex
pl
or
Com a integração técnica e econômica da agricultura à indústria, à montante e 
à jusante, os pequenos e médios produtores têm sua renda “duplamente prensada” 
(SILVA, 1980, p. 58), já que se tornam subordinados às indústrias fornecedoras de 
insumos e às agroindústrias que compram a produção rural. 
Com isso, o campo perde as funções de decisão sobre a produção e as cidades 
ascendem como centros de gestão das atividades agrícolas, contribuindo para tornar 
mais complexas as dinâmicas econômicas e territoriais associadas à produção 
agrícola brasileira. 
As desigualdades regionais, um traço da formação socioespacial brasileira, passa 
a se agravar ainda mais a partir da década de 1990. Além das disparidades entre as 
regiões do país, começa a haver também uma segmentação no interior de cada região: 
à divisão tradicional entre pequenos e grandes proprietários, soma-se cada vez mais 
a diferenciação entre “produtores integrados ou não integrados aos CAIs” (SILVA, 
1996, p. 175), que se torna uma nova hierarquia entre os produtores agrícolas. 
A partir da década de 1990, o Estado brasileiro abandona o projeto nacional-
-desenvolvimentista de integração do território nacional e fortalecimento do mer-
cado interno e se reorienta em direção a uma integração competitiva no contexto 
da globalização. 
As antigas instituições de planejamento regional, que buscavam elaborar planos 
de desenvolvimento para as regiões de baixo dinamismo econômico (como a 
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), foram extintas ou tiveram 
seus orçamentos drasticamente diminuídos. 
As ações do governo federal começaram a se pautar pelo estímulo às regiões 
que produzissem produtos importantes na pauta de exportações do país, como as 
commodities agrícolas e minerais, com o objetivo de equilibrar a balança comercial 
brasileira, freando os déficits das contas externas do país.
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UNIDADEA Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
 Como explica Celso Furtado (2000, p. 9): 
Ora, a partir do momento em que o motor do crescimento deixa de ser 
a formação do mercado interno para ser a integração com a economia 
internacional, os efeitos de sinergia gerados pela interdependência das 
distintas regiões do país desaparecem, enfraquecendo consideravelmente 
os vínculos de solidariedade entre elas (FURTADO, 2000, p. 9).
Com isso, o projeto de integração competitiva à globalização significou o abando-
no das propostas anteriores de articulação produtiva entre as regiões do país e trouxe 
uma competição acirrada entre estados e municípios pela atração de investimentos. 
Em um contexto de grave crise econômica e fiscal, os estados e municípios brasi-
leiros foram obrigados a realizar medidas de ajuste estrutural em suas contas, aban-
donando estratégias que permitiam uma regulação da economia e do território mais 
forte. É o caso, por exemplo, dos bancos públicos estaduais que, assim como diver-
sas outras estatais do governo federal, foram privatizados durante os anos 1990. 
A regulação do território e da sociedade passa a ser realizada, cada vez mais, 
por grandes corporações internacionais que se tornam mais presentes nos países 
periféricos com a difusão das concepções e práticas de inspiração neoliberal. Esse 
quadro conspira para o acirramento das disputas entre os entes federativos pela 
atração de empresas transnacionais e investimentos estrangeiros, configurando 
uma verdadeira “guerra dos lugares” (SANTOS, 2002). 
Como afirma Milton Santos (2002, p. 89):
Importam-se empresas e exportam-se lugares. Impõe-se de fora do 
país o que deve ser a produção, a circulação e a distribuição dentro do 
país, anarquizando a divisão interna do trabalho com o reforço de uma 
divisão internacional do trabalho que determina como e o que produzir 
e exportar, de modo a manter desigualmente repartidos, na escala 
planetária, a produção, o emprego, a mais-valia, o poder econômico e 
político. Escolhem-se, também, pela mesma via, os lugares que devem ser 
objeto de ocupação privilegiada e de valorização, isto é, de exportação
A privatização das estatais, por sua vez, é um capítulo crucial na história 
brasileira recente. Inspirado pelos ideais neoliberais que pregavam a diminuição 
do papel do Estado na economia, o governo federal vendeu aos capitais 
internacionais importantes empresas públicas, dos setores elétrico, siderúrgico, 
químico e petroquímico, ferroviário, portuário, financeiro, de fertilizantes e de 
telecomunicações. A Companhia Siderúrgica Nacional, a Companhia Vale do Rio 
Doce, a Embraer, a Rede Ferroviária Federal e o sistema Telebrás são algumas das 
principais empresas públicas privatizadas no período. 
 
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Há diversas interpretações na literatura sobre o tema no Brasil. Os defensores 
do neoliberalismo defendem as privatizações como um instrumento para garantir 
maior flexibilidade e competitividade à economia brasileira, já que o Estado não 
seria capaz de gerenciar adequadamente essas empresas.
Analistas críticos, por sua vez, denunciam as privatizações como uma forma de 
dilapidação da estrutura e do patrimônio do Estado, constituídos durante décadas 
a partir de fundos públicos com o objetivo de criar centros internos de acumulação 
de capital e garantir a soberania nacional. Para o geógrafo David Harvey (2004), 
os processos de privatização são o caso mais emblemático de “acumulação por 
espoliação”, um processo fundamental para a compreensão do capitalismo 
contemporâneo.
Como explica o geógrafo David Harvey (2004, p. 130):
O FMI e o Banco Mundial mudaram quase que da noite para o dia seus 
parâmetros de política, e em poucos anos a doutrina neoliberal fizera uma 
curta e vitoriosa marcha por sobre as instituições e passara a dominar a 
política, primeiramente no mundo anglo-saxão, mais tarde em boa parte 
da Europa e do mundo. Como a privatização e a liberalização do mercado 
foram o mantra do movimento neoliberal, o resultado foi transformar em 
objetivo das políticas do Estado a “expropriação das terras comuns”. Ativos 
de propriedade do estado ou destinados ao uso partilhado da população 
em geral foram entregues ao mercado para que o capital sobreacumulado 
pudesse investir neles, valorizá-los e especular com eles.
É importante levar em consideração que, a partir da década de 1990, a ação 
do Estado foi completamente reorientada com a assimilação, sobretudo nos países 
periféricos, do Consenso de Washington. Trata-se de um conjunto de medidas que 
defende a realização de um ajuste estrutural nesses países, elaborado pelo Fundo 
Monetário Internacional (FMI), agências multilaterais, como o Banco Mundial, e 
órgãos do governo federal dos Estados Unidos. 
Essas medidas sintetizam o receituário neoliberal que passou a ser aplicado, 
durante a década de 1990, na maior parte dos países da América Latina e outras 
regiões do mundo. Entre outros pontos, constavam o corte de despesas públicas 
(mesmo de áreas sociais fundamentais para o desenvolvimento desses países, como 
a educação básica e a saúde), o controle estrito das finanças públicas, a diminuição 
de restrições aos investimentos estrangeiros diretos, a privatização das estatais e a 
desregulamentação das legislações trabalhista e ambiental. 
O Consenso de Washington, ao propor um choque fiscal e orçamentário e uma 
abertura comercial sem precedentes na periferia do sistema capitalista, buscava se 
legitimar afirmando que essas medidas criariam uma atmosfera propícia à atração 
de investimentos estrangeiros que dinamizariam as economias nacionais, marcadas 
por uma profunda recessão no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990. 
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UNIDADE A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
Importante!
O que foi o Consenso de Washington?
Foi uma recomendação baseada num economista norte-americano que em 1989, de 
cunho neoliberal, as recomendações indicavam aos países subdesenvolvidos condutas 
de reforma fiscal, buscando diminuir os impostos para as grandes empresas; abertura 
comercial, reduzindo as taxas alfandegárias; redução dos gastos do Estado, ampliando 
a terceirização, redução das leis trabalhistas; e políticas de privatizações. Dessa forma, 
serviria aos interesses neoliberais e tais premissas têm sido usadas em alguns países 
subdesenvolvidos, atendendo aos interesses do capitalismo global.
Você Sabia?
Esse modelo foi imposto a esses países que, para equacionar as contas 
nacionais, eram obrigados a recorrer aos empréstimos internacionais do FMI e, 
como consequência, implantar as medidas neoliberais, como no caso do Brasil. Há, 
portanto, uma transformação radical na ação do Estado, que traz consequências 
sérias para a continuidade do processo de modernização da agricultura brasileira. 
A constituição dos complexos agroindustriais nas décadas de 1970 e 1980 foi, 
em grande medida, patrocinada pelo Estado, através de incentivos fiscais, políticas 
específicas de crédito e criação de empresas públicas. 
O regime militar, para contornar as crises do petróleo que ameaçavam a oferta 
de fertilizantes e defensivos agrícolas para o país, criou um conjunto de estatais 
que passaram a produzir esses produtos. Portanto, em relação à agricultura e 
outros setores econômicos, o Estado brasileiro, além de regular o financiamento, 
a produção e a comercialização desses produtos, detinha um poder de intervenção 
econômica muito pronunciado, permitindo orientar as atividades agrícolas de 
acordo com suas estratégias de condução das políticas econômicas e territoriais. 
A partir da década de 1990, porém, esse poder de intervenção começou a se 
tornar cada vez mais limitado. A crise fiscal e econômica do período obrigou a revisão 
dos incentivos fiscais à agricultura e a diminuição dos montantes disponibilizados 
para o financiamento agrícola. 
Boa parte das empresas públicas diretamente associadas à produção e ao 
transporte agrícola foi privatizada. São os casos, por exemplo,da Rede Ferroviária 
Federal e de diversos portos, que realizavam a movimentação desses produtos, além 
das empresas públicas de fertilizantes (Arafértil, Ultrafértil, Goiasfértil, Fosfértil e 
Indag), vendidas no início dos anos 1990. 
A mudança no papel do Estado é um dos fatores de ruptura entre o primeiro e 
o segundo período de modernização da agricultura brasileira. O segundo período 
corresponde à emergência da “agricultura científica globalizada” (SANTOS, 2000) 
ou da “organização em rede” (MAZZALI, 2000) a partir da década de 1990. 
Frederico (2013), analisando a literatura sobre o tema, afirma que o modelo dos 
complexos agroindustriais sofre um esgotamento na década de 1990. 
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O paradigma da Revolução Verde foi superado com a introdução das novas 
tecnologias de informação e comunicação (NTICs) e boa parte da pauta de 
exportações agrícolas se voltou para as commodities agrícolas. Somados a esses 
dois fatores, há a reorientação radical do papel do Estado, que deixa de ser o 
principal articulador das atividades econômicas agrícolas como no período anterior, 
cedendo espaço às grandes corporações internacionais, conhecidas como tradings, 
que assumem tarefas como o desenvolvimento de sementes, o fornecimento de 
fertilizantes e defensivos, o financiamento à produção, o armazenamento, o 
transporte e a comercialização. 
Conforme comenta o geógrafo Ricardo Castillo (2005, p. 295):
É comum que as grandes empresas do agronegócio, como Nestlé, 
Souza Cruz, Parmalat e Sadia, só para citar alguns exemplos, não 
produzam, respectivamente, cacau, tabaco, leite e frango, mas atuem 
nessas várias etapas, sobretudo no processamento industrial, às vezes 
atrelando pequenos produtores na condição de integrados – uma forma 
de subordinação do agricultor. Tudo leva a crer que o agricultor é quem 
menos ganha, mesmo tratando-se de ricos produtores de soja nas regiões 
de ocupação recente.
Disso decorre que, com a agricultura científica globalizada, há uma nova rodada 
de subordinação dos pequenos e médios agricultores que, dessa vez, passam a 
participar de circuitos espaciais produtivos de alcance internacional, capitaneados 
pelas tradings com atuação global. 
A Agricultura de Precisão - Globalizada
Com o objetivo de maximizar a produção e os lucros da produção em si, são feitos 
enormes investimentos em pesquisa e desenvolvimento que buscam trazer para a 
agricultura os avanços tecnológicos de áreas como biotecnologia, microeletrônica 
e telecomunicações. 
Por isso, a agricultura que se expande nos anos 90 é adjetivada como “científica”: 
há uma incorporação constante de inovações tecnológicas, que rompem antigos 
limites “naturais” da produção agrícola (como a fertilidade dos solos), ampliando 
consideravelmente os índices de produtividade das principais commodities 
agrícolas, como a soja. Luís Aracri (2010) chama de “agricultura de precisão” a 
nova base técnica, baseada nas NTICs, que atualmente está presente nas áreas de 
produção agrícola moderna. 
Para o autor, um conjunto de técnicas está na base da agricultura de precisão: 
Sistema de Posicionamento Global (GPS); Sistema de Informações Geográficas 
(SIGs); sensoriamento remoto; automação do plantio e da colheita; informatização 
do maquinário agrícola; uso intensivo de estatísticas. 
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UNIDADE A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
Para o autor (ARACRI, 2010, p. 26), “a agricultura de precisão possibilita, a partir 
da produção de bancos de dados complexos (com informações sobre propriedades 
físico-químicas dos solos) e mapas de produtividade, maior racionalidade e 
aproveitamento”, reduzindo custos e maximizando os rendimentos. Isso significa 
que, durante a colheita, os medidores instalados no maquinário agrícola irão 
armazenar dados relativos a cada parte da propriedade. 
Em seguida, esses dados serão reunidos em um SIG que permitirá a espacialização 
dos diferentes tipos de solo e das quantidades produzidas em cada parcela da 
propriedade. Com essas informações, é possível analisar previamente as áreas 
com baixa produtividade, que precisam de correções do solo ou outras ações, e 
programar a aplicação dos insumos necessários no próximo plantio. 
Como resultado, “[...] todos esses recursos permitem que as máquinas ‘saibam’ 
a quantidade precisa de insumos que devem aplicar em diferentes trechos enquanto 
percorre a área de plantio” (ARACRI, 2010, p. 28). Um exemplo bastante conhecido 
de aplicação de tecnologias da informação no setor é o zoneamento agrícola de 
riscos climáticos. Havia no país, desde 1975, um programa governamental que 
oferecia seguro aos agricultores, no caso de terem suas produções comprometidas 
por eventos não previstos, chamado PROAGRO (Programa de Garantia da 
Atividade Agropecuária). 
Com o intuito de remodelar o programa e diminuir os gastos causados por 
eventos climáticos – que correspondiam a maior parte dos sinistros do programa 
– a Embrapa coordenou uma pesquisa, com diversas instituições de pesquisa do 
país, com o objetivo de definir, em cada região e para cada cultura, as melhores 
épocas para plantio e colheita, bem como das técnicas de manejo mais adequadas 
(BIUDES, ASSAD & CASTILLO, 2005). 
A partir de 1996, os estudos climáticos passaram a orientar os seguros agrícolas 
do PROAGRO, isto é, para ter acesso à cobertura do programa, os produtores 
deveriam seguir o calendário definido no zoneamento climático de cada cultura 
específica, além de seguir outras orientações de uso de tecnologia. Para Cunha & 
Assad (2001), o programa foi responsável pela “redução de riscos climáticos para 
culturas, retorno de capitais aplicados em operações de crédito agrícola, redução 
das taxas de sinistralidade e, de modo geral, diminuição no número de indenizações 
pagas pelo PROAGRO e por seguradoras privadas”. 
Com o sucesso do programa, associado ao aumento da produtividade e 
diminuição das perdas, o zoneamento agrícola de riscos climáticos passou a ser 
utilizado como critério para a concessão de crédito aos produtores por outras 
instituições financeiras.
 Esse caso mostra como as tecnologias da informação podem ser empregadas 
com o intuito de ampliar a competitividade da produção agrícola nacional, um 
objetivo fundamental do paradigma da produção científica globalizada. O emprego 
dessas novas tecnologias instaura um processo de racionalização da produção 
agrícola de acordo com os ritmos dos mercados, principalmente internacionais, 
reorganizando as técnicas e relações de produção no campo. 
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De acordo com a Biudes, Assad & Castillo (2005), “[...] a definição sobre o 
quê, como, quando e onde plantar com base em sistemas mais modernos traz uma 
racionalidade à agricultura que antes não havia. Decorre daí uma reorganização 
territorial produtiva”.
A Expansão dos Fronts Agrícolas
Há, portanto, importantes rupturas entre o primeiro e o segundo período da 
modernização da agricultura brasileira. A expansão e a consolidação de fronteiras 
agrícolas, por sua vez, permanecem como um fator essencial para a compreensão 
das transformações territoriais do país. Desde a década de 1930, a ocupação dos 
“fundos territoriais” (MORAES, 2000) é um dos principais objetivos das políticas 
territoriais do Estado brasileiro e a expansão de fronteiras agrícolas modernas foi e 
continua sendo um dos principais instrumentos para tanto. 
A Amazônia e os cerrados do Brasil Central foram as principais regiões ocupadas 
pela fronteira agrícola moderna. Os cerrados da região Centro-Oeste, sobretudo 
Mato Grosso e Goiás, e de estados do Nordeste, principalmente o oeste da Bahia e 
o sul do Maranhão e do Piauí, figuram hoje entre as principais regiões produtoras 
de grãos, sobretudo soja, e outras commodities agrícolas.
As Áreas da Soja
A atual mobilidade geográfi ca no território brasileiro é fortemente infl uenciada pelos novos 
fronts agrícolas que caracterizam regiões altamente modernizadas e especializadas, produto-
ras de commodities (sobretudo soja), porém mais distantesdos portos do que as regiões sojí-
colas mais antigas. A ocupação das novas áreas (cerrados do Centro-Oeste, Triângulo Mineiro, 
Rondônia, Oeste da Bahia, sul do Maranhão e do Piauí), além de mobilizar todo um aparato 
tecnológico para a produção (novos cultivares, técnicas de manejo do solo, maquinário e in-
sumos agrícolas), tem provocado uma profunda transformação na organização do território, 
sobretudo em termos de transportes e comunicações. A busca por uma agricultura competitiva 
tem gerado: 1) uma sofi sticação, às custas de grandes investimentos do Estado, dos circuitos 
espaciais e dos círculos de cooperação entre as grandes empresas das cadeias produtivas e de 
distribuição; 2) enclaves de modernização caracterizados como verdadeiros espaços alienados; 
3) dependência crescente de informação (técnica e fi nanceira) cada vez mais sofi sticada; 4) 
surgimento de empresas de consultoria especializadas em produção, logística e transporte 
agrícola; 5) grande demanda por bens científi cos; 6) obediência a normas internacionais de 
qualidade; 7) novo perfi l do trabalho no campo; 8) informacionalização da produção agrícola 
(agricultura de precisão, monitoramento agrícola por sensoriamento remoto orbital); 9) deslo-
camento ou marginalização dos agentes recalcitrantes. Uma nova organização do território se 
estabelece, muito mais vulnerável às oscilações do mercado internacional, fundada sobre redes 
de transportes extravertidas, em que se reconhece uma tendência à especialização funcional 
da produção agrícola nos lugares. Fonte: Texto literal extraído de Ricardo Castillo
Vitor Pires Vencovsky. A soja nos cerrados brasileiros: novas regiões, novo sistema de movimen-
tos. Revista Com Ciência (online), 2004. Disponível em: https://goo.gl/bo1UWX
Ex
pl
or
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UNIDADE A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
Milton Santos e Maria Laura Silveira (2001) afirmam que os usos agrícolas do 
território brasileiro podem ser agrupados em duas situações geográficas: os belts 
e fronts. Os belts são as regiões agrícolas consolidadas do Sudeste e do Sul, prin-
cipalmente, que, ao passar por processos de modernização e industrialização da 
produção, abrigam uma agricultura capitalizada e marcada por conteúdos técnicos 
expressivos. 
A maior parte da produção dessas áreas está integrada aos complexos 
agroindustriais, ainda que persistam e se reproduzam a agricultura camponesa 
e familiar. Os fronts, por sua vez, correspondem às novas regiões produtivas 
constituídas pelo avanço das fronteiras agrícolas nas últimas décadas, sobretudo 
em áreas de cerrado, que já nascem modernas. 
Milton Santos e Maria Laura Silveira (2001, p. 119) explicam sobre os fronts 
agrícola no Brasil: 
Trata-se, assim, da produção de uma nova geografia feita de belts 
modernos e de novos fronts no Brasil. Esses belts são, por vezes, 
heranças e cristalizações de fronts próprios de uma divisão territorial 
do trabalho anterior; áreas que, ocupadas em outro momento, hoje se 
densificam e se tecnificam. Nelas, amadurecem as inovações de ontem 
e chegam outras, próprias do período, para criar novos arranjos, com a 
resistência e a cooperação das rugosidades do lugar. Constitucionalmente 
integradas a sistemas de engenharia complexos, essas terras ganham 
novas valorizações que acabam por “expulsar” certos produtos para áreas 
ainda não utilizadas.
Castillo (2007) afirma que os cerrados do Brasil Central possuem um conjunto 
de características que permitem a instalação da agricultura científica globalizada: 
características climáticas e pedológicas favoráveis; relevo plano, que permite 
a mecanização do plantio e da colheita; elevada concentração fundiária, já que 
não havia anteriormente uma divisão mais pronunciada das terras; a urbanização 
dispersa, que faz com que as cidades se tornem mais facilmente funcionais às 
necessidades da produção do campo; e um amplo estoque de terras, a baixo custo, 
que ainda pode ser ocupada para a expansão do agronegócio. 
A difusão das inovações nas fronteiras agrícolas do cerrado tem sido, portanto, 
facilitada pela ausência de uma ocupação prévia mais densa da região, que criaria 
rugosidades (SANTOS, 2006) e dificultaria a instalação das novas infraestruturas 
e conteúdos geográficos necessários para a agricultura científica globalizada. Cabe 
ressaltar, mais uma vez, que essas regiões não se encontravam “vazias”, como 
afirmam os autores:
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Com efeito, até os anos de 1970, as terras dos estados do Centro Oeste, 
hoje cobertas pela soja, eram consideradas inadequadas para agricultura e 
eram ocupadas por populações indígenas e pequenos posseiros, além de 
algumas fazendas de pecuária extensiva dispersas ao longo de um vasto 
território. Já regiões como o Triângulo Mineiro e o Oeste baiano eram 
áreas tradicionalmente ocupadas pela criação de gado, praticada, sobre-
tudo em grandes fazendas, e cultivos ligados à pequena produção agrícola 
destinada ao consumo local e regional” (HEREDIA et alii, 2010, p. 169).
Como pode se observar no mapa a seguir, a fronteira da soja deslocou-se do 
Centro-Oeste para o Oeste Bahia, Piauí e Maranhão e Pará, alcançando terras
da Amazônia. 
Figura 1
Fonte: IBGE, 2012
A expansão dessas fronteiras agrícolas teve como marca a violência aplicada 
às populações indígenas e aos pequenos agricultores, que foram despossuídos de 
suas terras. Atualmente, há um amplo debate a respeito da recuperação das terras 
indígenas ocupadas ilegal e violentamente pelo agronegócio em diversas regiões 
do Brasil. 
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UNIDADE A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
O caso do Mato Grosso do Sul é, sem dúvida, um dos mais exemplares em 
relação ao desrespeito histórico dos direitos dos indígenas. Se, por um lado, as 
condições climáticas, pedológicas e topográficas e a baixa densidade de rugosidades 
nessas regiões permitiram o avanço sem muitas resistências das fronteiras agrícolas 
e a implantação da agricultura científica nessa região, vários entraves se colocaram 
ao circuito espacial produtivo que se instalou no cerrado.
A precariedade da infraestrutura de transportes e as imensas distâncias aos 
centros consumidores e aos portos exportadores são, sem dúvida, as grandes 
questões levantadas recorrentemente como entraves ao desenvolvimento do 
agronegócio nessas regiões. 
Castillo e Frederico (2010) defendem que a ocupação dos cerrados pela 
agricultura científica globalizada cria “regiões competitivas agrícolas”, isto é, 
subespaços do território que se tornam funcionais ao agronegócio inserido nos 
mercados internacionais. 
Trata-se, para os autores, de um novo arranjo regional associado à globalização 
que, ao acirrar a busca pela especialização e pela competitividade da produção 
agrícola, produz novas compartimentações do espaço marcadas por conteúdos 
técnicos, científicos e informacionais muito prenunciados e articulados com o 
movimento dos mercados internacionais. 
Ricardo Castillo e Frederico Samuel (2000, p. 20) explicam o conceito de região 
competitiva agrícola: 
 [...] a “região competitiva agrícola” pode ser entendida como um 
compartimento produtivo do espaço geográfico atrelado à produção agrícola 
moderna. São aquelas regiões cuja produção é hegemônica sobre as demais 
atividades, fazendo com que a região reúna uma forte densidade técnica 
(infraestrutura de transporte e comunicação, sistemas de armazenamento, 
centros de pesquisa, agroindústrias) e normativa (desoneração fiscal, normas 
que facilitam o desembaraço das mercadorias, selos de denominação de 
origem etc.) vinculada à atividade agrícola dominante. 
Como as regiões se especializam em poucas commodities agrícolas, a necessidade 
de transporte aumenta exponencialmente e a logística aparece como uma questão 
fundamental para garantir a manutenção da competitividade desses produtos no 
comércio internacional. Isso quer dizer que as regiões deixam de ter uma pauta 
diversificada de produtos agrícolas, que poderia suprir parte das necessidades da 
indústriae do consumo das cidades, e passam a se concentrar na produção de 
uma ou poucas culturas agrícolas que, por conta de atributos naturais, técnicos e 
normativos, são competitivos nos mercados nacional e internacional.
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Figura 2
Fonte: IBGE, 2006
O caso da soja nos cerrados do Centro-Oeste e do Sudeste é o exemplo mais 
emblemático dessa especialização produtiva exacerbada, que cria uma região 
competitiva agrícola, nesse caso orientada para o “complexo soja”, que tem 
características e etapas de produção específicas. A citricultura, no interior de São 
Paulo, e a cana-de-açúcar, também no interior paulista e em Goiás, são outros 
exemplos de regiões competitivas. 
A Logística da Produção Agrícola
Essa especialização produtiva tem como consequência a necessidade de 
transportar a produção agrícola. Como as regiões produtoras estão cada vez mais 
distantes dos centros industriais e dos portos da costa brasileira e, além disso, têm 
infraestruturas de transporte muito precárias, a logística aparece como o grande 
“gargalo” a ser enfrentado para diminuir o “custo Brasil” que, para os grandes 
empresários do agronegócio, sufocam a competitividade do país no mercado 
internacional. 
Os governos federal e estadual, por sua vez, têm investido enormes montantes 
na instalação de rodovias, ferrovias e na modernização dos portos brasileiros para 
fazer frente a essa questão e baratear o custo dos transportes, permitindo que esses 
produtos se insiram de forma cada vez mais agressiva nos mercados internacionais. 
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UNIDADE A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
A grande questão que se coloca, porém, é quem se beneficia de fato com esses 
investimentos públicos em infraestrutura logística no país. Diversas pesquisas 
demonstram que o agronegócio globalizado é o grande beneficiado por esses 
investimentos públicos, que, em um quadro de restrições de gastos públicos, drenam 
parte dos orçamentos que poderiam ser aplicados em outras áreas.
Além da questão logística, a especialização produtiva das regiões competitivas 
fragmenta o território brasileiro, isto é, corrói a coesão inter-regional necessária 
para a integração nacional. Nas duas últimas décadas, há a tendência de que essas 
regiões competitivas estabeleçam vínculos muito mais fortes com os mercados 
internacionais que com as outras regiões do território brasileiro. A integração à 
economia internacional, portanto, se faz à custa da coesão inter-regional duramente 
construída durante o século XX.
 Para Tânia Bacelar de Araújo (2000), esse processo significa uma “desintegração 
competitiva”: o Brasil passa a se inserir de forma competitiva na globalização 
econômica, ao mesmo tempo em que as relações entre as regiões do território 
nacional se enfraquecem, apontando para uma desintegração interna. 
Outra questão fundamental para avaliar a expansão da agricultura científica 
globalizada no território nacional e a constituição das regiões competitivas agrícolas 
é o grau de vulnerabilidade a que essas áreas ficam expostas. Como as economias 
regionais se tornam altamente dependentes de uma ou poucas commodities 
agrícolas, que têm seus preços e fatores produtivos determinados pelos mercados 
internacionais, qualquer mudança inesperada nesse contexto pode trazer grandes 
prejuízos a essas regiões e, consequente, ao território nacional.
 Essa vulnerabilidade territorial, relacionada à “[...] excessiva reunião de fatores 
produtivos numa porção do território, com pouca ou nenhuma autonomia decisória 
regional (o que produzir, de que maneira e em quais quantidades)” (CASTILLO 
& FREDERICO, 2010, p. 24) submete as dinâmicas regionais ao mercado 
internacional, muitas vezes sem nenhuma correspondência a uma estratégia 
nacional de desenvolvimento, agravando os problemas agrários brasileiros.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Expansão Agrícola, Preços e Apropriação de Terra por Estrangeiros no Brasil
SAUER, Sérgio; LEITE, Sérgio Pereira. Expansão agrícola, preços e apropriação de 
terra por estrangeiros no Brasil. Rev. Economia e Sociologia Rural, v. 50, n. .3 
Brasília Jul., 2012.
https://goo.gl/qHNTEm
 Livros
Globalização e Agricultura
ELIAS, Denise. Globalização e agricultura: a Região de Ribeirão Preto. São Paulo: 
Edusp, 2003.
 Vídeos
Produtores de Cana-de-Açúcar Investem em Mecanização da Colheita em São Paulo
Matéria Jornalística – Rede Globo (2min58). Produtores de cana-de-açúcar investem 
em mecanização da colheita em São Paulo.
https://goo.gl/d46RYp
 Filmes
Amazônia em Chamas
Amazônia em Chamas (1994), filme americano sobre Chico Mendes.
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UNIDADE A Modernização na Agropecuária Brasileira Pós Anos 1990
Referências
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inovações no campo: a agricultura de precisão em Mato Grosso. Rio de Janeiro: 
Arquimedes, 2010.
BIUDES, F.; ASSAD, E.; CASTILLO, R. O seguro agrícola a partir do zoneamento 
de riscos climáticos. Anais. XIV Congresso Brasileiro de Agrometeorologia. 
Campinas: SBAGRO, 2005.
CASTILLO, Ricardo. Exportar alimentos é a saída para o Brasil? O caso do 
complexo soja. In: ALBUQUERQUE, E. S. (org.). Que país é esse? Pensando o 
Brasil contemporâneo. São Paulo: Ed. Globo, 2005.
CASTILLO, Ricardo. Agronegócio e Logística em Áreas de Cerrado: expressão da 
agricultura científica globalizada. Revista da ANPEGE, v. 03, 2007.
CASTILLO R., FREDERICO S., Dinâmica regional e globalização: espaços 
competitivos agrícolas no território brasileiro. Rev. Mercator, Ano 9, n. 18, p. 
17-26, 2010.
CUNHA, G. R.; ASSAD, E. D. Uma visão geral do número especial da RBA 
sobre zoneamento agrícola no Brasil. Revista Brasileira de Agrometeorologia, 
v. 9, n. 3, 2001.
FURTADO, Celso. O fator político na formação nacional. Estudos Avançados, v. 
14, n. 40, 2000.
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moderna no Brasil. Confins, n. 17, 2013. Disponível em: http://confins.revues.
org/8153?lang=pt
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SANTOS, Milton & SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no 
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SILVA, José Graziano da. O que é questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 1980. 
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Editora da Unicamp, 1996.
SZMRECSÁNYI, Tamás. Pequena história da agricultura no Brasil. São Paulo: 
Contexto, 1990
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