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Mariana Marques – T29 Doenças de Hipersensibilidade -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DEFINIÇÃO Doença causadas por algum mecanismo da resposta imune adaptativa (resposta tardia), onde, indivíduos que já foram expostos a um antígeno manifestam reações detectáveis àquele antígeno e são, portanto, ditos sensibilizados. Células: Linfócitos T (produção e secreção de citocinas), linfócitos B (produção e secreção de anticorpos), ativação do sistema complemento (resposta imune inata) Em processos inflamatórios crônicos podem ter a formação de granulomas (ocorre com o objetivo de eliminar o agente agressor, recrutando leucócitos do sangue e células residentes teciduais (principais macrófagos epitelióides, linfócitos B e T auxiliares) Sensibilização: ocorre após a oposição do organismo ao antígeno (qualquer estrutura que acione o sistema imunológico) com ativação da resposta imune (que objetiva eliminar o agente infeccioso, sem causar danos ao metabolismo – não pretende causar lesão tecidual, mas podem haver falhas) Falhas que podem ocorrer: Falha na eliminação do agente infeccioso: infecção crônica Respostas direcionadas a antígenos próprios do organismo: doenças autoimunes Ativação de estruturas inócuas → inofensivas (falha no mecanismo de tolerância): alergias Nestas situações, a ativação da resposta imune é a causa da doença CLASSIFICAÇÃO DE GELL COOMBS Reações de hipersensibilidade divididos em quatro tipos, de acordo com os mecanismos imunopatológicos: Tipo I (resposta humoral - anticorpos): ocorre após ligação do antígeno a anticorpos da classe IgE Tipo II (resposta humoral – anticorpos): mediada por anticorpos das classes IgG ou IgM dirigidos a moléculas localizadas na superfície de células (membranas) Tipo III (resposta humoral – anticorpos): ocorre pela ligação de anticorpos da classe IgG (e raramente IgM) a antígenos solúveis formando imunocomplexos circulantes que podem causar inflamação e dano de tecidos e órgãos (geralmente articulações, rins, mesentério dos vasos) Tipo IV (resposta celular – linfócitos e macrófagos): é a resposta mais tardia, podendo ou não formular granuloma, é possível uma resposta de forma direta por um agente citotóxico, induzindo à apoptose Extra → Tipo V (resposta estimulatória - anticorpo não assume a função correta): agem estimulando ou inibindo receptores celulares → anticorpo não exerce função de anticorpo podendo agir como um hormônio, por exemplo Mariana Marques – T29 Tabela de Mecanismos das Reações de Hipersensibilidade TIPO MECANISMOS IMUNOLÓGICOS DISTÚRBIOS PROTOTÍPICOS Tipo I: Hipersensibilidade Imediata Produção do anticorpo IgE → liberação imediata de aminas vasoativas e outros mediadores a partir de mastócitos e posteriormente, recrutamento de células inflamatórias Anafilaxias, alergias, asma brônquica (crônica), rinite alérgica, sinusite, alergias alimentares Tipo II: Hipersensibilidade mediada por anticorpos Produção de IgG e IgM → sistema complemento é ativado por autoanticorpos, que ligam o antígeno nas células de um determinado tecido, as células- alvo são fagocitadas e destruídas pelos fagócitos que possuem receptores para a porção Fc da IgG e IgM; recrutamento de leucócitos Anemia hemolítica autoimune, pênfigo vulgar, febre reumática aguda, miastenia gravis, hipertireoidismo, diabetes resistente a insulina Tipo III: Hipersensibilidade mediada por imunocomplexos Produção de IgG e raramente de IgM → formação e deposição dos complexos antígeno-anticorpo nos tecidos (rins, articulações e capilares sanguíneos), ativação do sistema complemento, liberação de mediadores químicos que aumentam a permeabilidade vascular e atraem neutrófilos e monócitos. Durante a tentativa de fagocitar os imunocomplexos, as células acabam liberando enzimas, substâncias pró-inflamatórias e outras moléculas tóxicas Lúpus eritematoso sistêmico, artrite reativa, poliartrite nodosa, algumas formas de glomeronefrite, doença do soro Tipo IV: Hipersensibilidade mediada por células Linfócitos T ativados → (1) liberação de citocinas, inflamação e ativação de macrófagos (formação de granuloma) ou (2) citotoxidade mediada por células T (induz a apoptose) Artrite reumatoide, esclerose múltipla, diabetes mellitus tipo 1, doença inflamatória intestinal, dermatite de contato, tuberculose EXEMPLOS: Febre reumática aguda: após infecção pelo Streptococcus pyogenes, anticorpos produzidos no combate à infecção bacteriana atacam principalmente o tecido cardíaco, causando inflamação e dano tecidual → Tipo II Doença do soro: após imunização passiva, ocorre a produção de anticorpos anti-anticorpos do soro, causando vasculite, artrite e nefrite → Tipo III Diabetes mellitus tipo I: destruição de células beta pancreáticas das ilhotas de Langerhans por linfócitos T citotóxicos → Tipo IV Mariana Marques – T29 Casos Clínicos → Caso 1: Paciente, sexo feminino, 38 anos, relata emagrecimento sem alteração na dieta ou exercícios físicos, com perda de 11 kg nos últimos 2 meses. Relata insônia, ansiedade, palpitações e tremores. No exame físico apresenta-se taquicárdica e sua tireoide ligeiramente aumentada. As conjuntivas estão vermelhas e ela apresenta olhar fixo. A dosagem dos hormônios tireoidianos está normal, mas o hormônio estimulador da tireoide (TSH) está diminuído. 1. Qual o tipo de resposta de hipersensibilidade é observado nesta doença? Tipo V 2. Descreva os principais componentes da resposta imune envolvidos e quais danos ao organismo são observados nesta doença. Anticorpo IgG, que se liga ao receptor de TSH (passando a atuar como o hormônio), hipermetabolisando a tireóide e causando assim, hipertireoidismo. → Caso 2: Estudante de 22 anos apresenta história de 5 anos de congestão nasal, espirros e prurido nasal com piora progressiva. Os sintomas estão presentes durante todo o ano, mas pioram na primavera. Questionamento posterior revelou que também apresenta lacrimejamento, prurido e vermelhidão oculares, além de prurido em palato e garganta durante a primavera. 1. Qual o tipo de resposta de hipersensibilidade é observado nesta doença? Tipo I 2. Descreva os principais componentes da resposta imune envolvidos e quais danos ao organismo são observados nesta doença. Anticorpo IgE. O principal dano observado é a alergia → Caso 3: Paciente, sexo feminino, 22 anos, apresenta petéquias nos membros inferiores e sangramento gengival. É diagnosticada com púrpura trombocitopênica autoimune. 1. Qual o tipo de resposta de hipersensibilidade é observado nesta doença? Tipo II 2. Descreva os principais componentes da resposta imune envolvidos e quais danos ao organismo são observados nesta doença. IgM ou IgG (anticorpos se ligam às membranas das plaquetas). Como dano, a doença autoimune mediada por anticorpos, causa hemorragias. → Caso 4 Paciente, sexo masculino, 55 anos, agricultor, natural e procedente do Mato Grosso do Sul. Relata o aparecimento de dois “caroços” no pescoço há algumas semanas e foi encaminhado para o hospital de referência com suspeita de linfoma. Após biópsia das lesões, recebe a notícia que é portador de micose sistêmica, causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. Mariana Marques – T29 1. Qual o tipo de resposta de hipersensibilidade é observado nesta doença? Tipo IV 2. Descreva os principais componentes da resposta imune envolvidos e quais danos ao organismo são observados nesta doença. Há formação de granuloma, com predomínio de linfócitos T e macrófagos. Gera perda de função, por ser uma doença sistêmica pode causar dano renal (obstrução)e danos teciduais → Caso 5 Paciente, 72 anos, queixa-se de dor e inchaço nas articulações. Durante a anamnese, relata que recebeu transfusão sanguínea em 1990, durante cirurgia. O médico então solicita sorologia para hepatites e o resultado é positivo para hepatite C. 1. Qual o tipo de resposta de hipersensibilidade é observado nesta doença? Tipo III 2. Descreva os principais componentes da resposta imune envolvidos e quais danos ao organismo são observados nesta doença. IgG, possui crioglobulinemia mista (muitos anticorpos no sangue). Como dano desenvolveu uma artrite devido uma doença viral em função da doença hepática (tipo C) obtida pela transfusão, que causa infecção crônica no fígado.
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