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Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) Infecções Bacterianas TRATO RESPIRATÓRIO INTRODUÇÃO Doenças infecciosas: existem fatores que contribuem juntos para o adoecimento (tríade ecológica) Hospedeiro (ser humano): estado imunitário (quando há imunidade deficiente favorece a instalação do agente infeccioso), doenças pré existentes (mais receptores virais), idade (recém nascidos e idosos), procedimentos invasivos, etnia, uso de antibióticos. Agente infeccioso (capaz de escapar da resposta imunológica do hospedeiro) Meio ambiente (onde hospedeiro e agentes estão inseridos) TRATO RESPIRATÓRIO Trato respiratório íntegro: faz com que agentes não entram no organismo Vias aéreas superiores: nariz, cavidade nasal, faringe e laringe → sistema mucociliar, saliva, lágrima (enzimas proteolíticas, IgAs) Vias aéreas inferiores: traquéia, brônquios, bronquíolos, ductos alveolares e pulmões → sistema monocítico-fagocitário (muitos macrófagos alveolares) MECANISMO DE DEFESA: o ar é filtrado, aquecido e umidificado Microbioma pulmonar (há uma microbiota dentro do pulmão – se comunica através de substâncias com a microbiota do trato digestório quanto à regulação) - Tosse (etilistas e idosos perdem o reflexo da tosse), broncoconstrição (doenças inflamatórias crônicas das vias aéreas – bronquite, asma), secreção de muco (obstrução brônquica) e transporte mucociliar (tabagismo, doenças virais – provoca inflamação) Complicações dos mecanismos de defesa - Imunossupressão medicamentosa: tratamento - Imunodeficiências primárias ou adquiridas/secundárias (desnutrição é a maior causa no mundo) - Estados leucopênicos (baixa concentração de leucócitos no sangue) Porção Condutora: - Células colunares ciliadas: motilidade aparelho mucociliar - Células mucossecretoras: mucina - barreira mecânica (anticorpos e produtos antioxidante) - Células serosas: secretam: lisozima (peça secretora de IgA produzido por plasmócitos) - Células clariformes: metabolização de xenobióticos - Células neuroendócrinas: função sensitiva e secretora (parácrina) - controlam a permeabilidade vascular, proliferação celular e reparação brônquica Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) Porção Respiratória - ácino: barreira alvéolo- capilar (interação íntima entre sangue e ar) - Pneumócitos tipo I: impermeabilidade do sistema (não realizam mitose) - Pneumócitos tipo II: reposição de pneumócitos I e produção de surfactante - Macrófagos alveolares: primeira linha de defesa nos pulmões - Células endoteliais: enzima conversora de angiotensina – ECA Mecanismo de defesa contra patógenos inalados: a umidificação do ar favorece a sedimentação de patógenos antes de chegarem nos alvéolos, dessa forma, favorece a ação dos macrófagos diante dos patógenos que atingem o organismo - impactação inercial: choque de partículas com a parede das vias aéreas promove a retenção de partículas antes da chegada nos alvéolos - sedimentação gravitacional: aumento da área aerodinâmica, reduzindo o fluxo de ar e fazendo com que as partículas inaladas sejam depositadas - movimentos brownianos: formação de núcleos de condensação e deposição devido as moléculas de vapor de água Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) INFECÇÕES DO TRATO AÉREO SUPERIOR Streptococcus pyogenes Causa uma variedade de doenças supurativas e não supurativas É a causa mais comum de faringite bacteriana (faringite estreptocócica) FISIOLOGIA E ESTRUTURA: Estreptococos (cocos esféricos), dispostos em cadeias curtas ou longas Possui bom crescimento em ágar sangue (apresentando beta hemólise) e é inibido em meio com altas concentrações de glicose Parede celular: camada de peptídeoglicano onde encontram-se antígenos grupo- específicos e tipo-específicos → Carboidrato grupo-específico: estreptoquinase A (antígeno de grupo A de Lancefield), usado para classificar os estreptococos do grupo A, distinguindo-os de outros grupos de estreptococos → Proteína M: principal antígeno tipo-específico associado a cepas virulentas e consiste em duas cadeias polipeptídicas complexadas em uma alfa-hélice Possui coloração Gram positivo e teste catalase negativo PATOGÊNESE E IMUNIDADE: A virulência dos estreptococos do grupo A é determinada pela capacidade do micro-organismo de evitar a opsonização e a fagocitose, de aderir e invadir as células hospedeiras e de produzir uma variedade de toxinas e enzimas Interações iniciais parasita-hospedeiro: → Cápsula de ácido hialurônico: imunógeno fraco e dificulta a fagocitose → Proteínas M: interferem na fagocitose por bloquear a ligação do componente C3b do sistema complemento, um importante mediador da fagocitose → C5a peptidase: quimioatrativo de neutrófilos e de fagócitos mononucleares (protege o micro- organismo da eliminação precoce a partir de tecidos infectados) EPIDEMIOLOGIA: 10 milhões de casos de doença não invasiva ocorrem anualmente, sendo a faringite e a piodermia as infecções mais comuns Os estreptococos do grupo A podem colonizar a orofaringe de crianças sadias e de adultos jovens, na ausência de doença clínica A faringite causada por S. pyogenes é uma doença que acomete crianças entre 5 e 15 anos, mas crianças em outras faixas etárias e adultos também são suscetíveis Transmissão: o patógeno é disseminado de pessoa a pessoa através de perdigotos (gotículas) Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) PRINCIPAIS DOENÇAS ESTREPTOCÓCICAS SUPURATIVAS: Faringite: → Geralmente inicia-se de 2 a 4 dias após a exposição à bactéria → Sintomas iniciais: dor de garganta, febre, mal estar e cefaleia → Sintomas posteriores: pode se apresentar eritematosa (vermelhidão), com exsudato (líquido com alto teor de proteínas séricas e leucócitos) e com linfadenopatia cervical (infecção na área de drenagem) Piodermia: → infecção de pele purulenta que afeta áreas expostas (face, braços e pernas) → O micro-organismo entra no tecido através de arranhões, feridas, picadas de insetos → Forma vesículas com pus (pústulas) que se rompem e formam uma crosta na superfície → Sintomas: há aumento de linfonodos mas não é comum sinais sistêmicos de infecção PRINCIPAIS DOENÇAS ESTREPTOCÓCICAS NÃO SUPURATIVAS: Febre Reumática: → Complicação não supurativa da faringite → Caracterizada por alterações inflamatórias (coração, articulações, vasos e tecidos subcutâneos) → Suas manifestações clínicas ocorrem cerca de 3 semanas após uma infecção da orofaringe por Streptococcus beta-hemolítico do grupo A → acredita-se que epítopos existentes na parede celular dessas bactérias apresentem similaridade antigênica com componentes encontrados na superfície das células das articulações, coração e sistema nervoso central, podendo provocar uma reação de autoimunidade Glomerulonefrite aguda: → Segunda complicação não superativa da doença estreptocócica, geralmente ocorre entre a infância e o início da adolescência de 14 a 21dias após a infecção estreptocócica (faringite, impetigo) → Complexos de antígeno-anticorpo são formados na circulação, indo depositar-se no glomérulo, levando à ativação do complemento e infiltração celular, gerando inflamação aguda do glomérulo renal e causando edema, hipertensão, hematúria e proteinúria → Cepas nefrogênicas específicas de estreptococos do grupo A estão associadas a essa doença Eritema nodoso: → Lesões nodulares, persistentes, dolorosas, localizadas na face anterior da região tibial, bilaterais, como nos caso das infecções por estreptococos e micobactérias → Pode ser causada também por medicamentos TRATAMENTO: S. pyogenes é muito sensível a penicilina → Assim, o tratamento para faringite é realizado com penicilina V oral ou amoxilina → Em pacientes alérgicos, usa-se cefalosporinas oral ou um macrolídeo → Para infecções sistêmicas graves, usa-se penicilina intravenosa + antimicrobiano inibidor de síntese proteica Pacientes com febre reumática, necessitam de tratamento antimicrobiano prolongado, para prevenir a recorrência da doença Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) Corynebacterium diphtheriae Possui mais de 100 subespécies com parede celular contendo arabinose, galactose, ácido meso-diaminopimélico e, na maioria das espécies, ácidos micólicos de cadeia curta Coloração de Gram positiva revela agregados de cadeia curta de bacilos irregulares (claviformes) Aeróbias ou anaeróbias facultativas, imóveis e catalase-positivas Apesar de todas as espécies de corinebactéria poderem funcionar como patógenos oportunistas, relativamente poucas delas são associadas a doenças em seres humanos, a espécie mais conhecida é o C. diphtheriae, o agente etiológico da difteria FISIOLOGIA E ESTRUTURA: Bacilo pleomórfico que se cora irregularmente Formam grandes colônias quando cultivados em ágar sangue Espécie subdividida em quatro biótipos de acordo com a morfologia da colônia e propriedades bioquímicas: belfanti, gravis, intermedius e mitis → A maioria das doenças é causada pelo biotipo mitis PATOGÊNESE E IMUNIDADE: A toxina diftérica é o principal fator de virulência de C. diphtheriae (interfere na síntese proteica) EPIDEMIOLOGIA: A distribuição mundial é mantida em portadores assintomáticos e pacientes infectados Ser humano é o único reservatório conhecido, acometendo a orofaringe ou a superfície da pele Transmissão: ocorre pessoa a pessoa pela exposição a gotículas respiratórias ou contato com a pele É uma doença observada em crianças não vacinadas ou parcialmente imunizadas, ou em adultos que viajam para países onde a doença é endêmica DIFTERIA RESPIRATÓRIA: Sintomas iniciais: possui início é súbito com mal-estar, dor de garganta, faringite exsudativa e febre Posteriormente ocorre formação de membrana cinzenta rígida na garganta em resposta à infecção, composta por fibrina, tecido morto e células bacterianas, podendo bloquear completamente a passagem de ar para os pulmões A pseudomembrana adere ao tecido subjacente e é difícil de ser removida sem causar sangramento do tecido, à medida que o paciente se recupera, a membrana se desprende e é expectorada A neurotoxicidade é proporcional à gravidade da doença, influenciada pela imunidade do paciente Pode ser fatal DIFTERIA CUTÂNEA: Adquirida pelo contato da pele com outras pessoas infectadas O micro-organismo coloniza a pele e penetra no tecido subcutâneo através de fissuras na pele Inicialmente, ocorre o desenvolvimento de uma pápula que evolui para uma úlcera crônica que não cicatriza e que, algumas vezes, é coberta por uma membrana acinzentada TRATAMENTO E PREVENÇÃO: As infecções são tratadas com antitoxina diftérica para neutralizar a exotoxina, penicilina ou eritromicina para eliminar a C. diphtheriae e inibir a produção de toxina A imunização dos pacientes é feita com toxoide diftérico para estimular os anticorpos protetores Ocorre administração da vacina diftérica e doses de reforço em populações suscetíveis Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) Bordetella pertussis FISIOLOGIA E ESTRUTUTA: Cocobacilo Gram-negativo, extremamente pequeno e estritamente aeróbio PATOGÊNESE E IMUNIDADE: Agente responsável pela coqueluche As espécies de Bordetella são diferenciadas com base em suas características de crescimento, reatividade bioquímica e propriedades antigênicas O desenvolvimento de coqueluche requerem exposição ao organismo, fixação bacteriana às células epiteliais ciliadas do sistema respiratório, proliferação das bactérias e produção de danos localmente nos tecidos e toxicidade sistêmica A ligação dos organismos às células epiteliais ciliadas é mediada por proteínas adesinas: pertactina, hemaglutinina filamentosa e fímbrias O dano tecidual localizado é mediado pela toxina dermonecrótica (produz isquemia localizada) e citotoxina traqueal (inibe o movimento dos cílios, interrompendo os mecanismos da eliminação normal na árvore respiratória, que levam à tosse característica) A toxicidade sistêmica é produzida principalmente pela toxina pertussis que inativa a proteína que controla a atividade da adenilato ciclase, levando a um aumento dos níveis de adenosina monofosfato cíclica (AMPc) e a um aumento subsequente das secreções respiratórias e da produção de muco, característica da fase paroxística da coqueluche FASES DA COQUELUCHE: Fase catarral: assemelha-se a um resfriado comum, com coriza serosa, espirros, mal-estar, anorexia e febre baixa Fase paroxística: "as células epiteliais ciliadas são extrudidas a partir do trato respiratório, e a eliminação do muco é prejudicada, fase caracterizada pelos clássicos paroxismos da tosse convulsa (tosses repetitivas, seguidas de um ruído inspiratório), a produção de muco no trato respiratório é comum e parcialmente responsável por causar restrição das vias aéreas, podendo haver vômitos e cansaço extremo Fase de convalescença: os paroxismos diminuem em número e gravidade, mas podem ocorrer complicações secundárias EPIDEMIOLOGIA: Não possui nenhum outro reservatório natural que não seja o ser humano Doença endêmica em todo o mundo com uma estimativa de 16 milhões de infecções e 200.000 mortes por ano, sobretudo em crianças não vacinadas Foi considerada uma doença pediátrica, mas nos dias atuais uma proporção significativa das infecções é encontrada em adolescentes e adultos Transmissão: gotículas aéreas (não existem portadores saudáveis) VACINAS: Penta (previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B) → 3 doses (2, 4 e 6 meses) DTP (previne a difteria, tétano e coqueluche) → 2 doses de reforço (15 meses e 4 anos) Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos a partir dos 10 anos dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) – (previne difteria, tétano e coqueluche) – 1 dose a cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o parto) Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) INFECÇÕES DO TRATO AÉREO INFERIOR → PNEUMONIA Infecção do parênquima pulmonar CONTAGIO: Inalação,aspiração, hematogênica Microrganismos com adesinas: potencialmente infectantes ETIOLOGIA: Bactérias, vírus, fungos, protozoários e helmintos CLASSIFICAÇÃO PATOLÓGICA (distribuição das lesões) Pneumonia lobar: região distinta Broncopneumonia: região difusa Intersticial: geralmente viral Abcessos pulmonares: pneumonia necrosante Pneumonias hospitalares (nosocomial) A pneumonia de origem hospitalar é aquela que: parece após um período 48 horas de admissão (ANVISA: 72 horas), não está incubada no momento da hospitalização Ocorre em 6 a 10 casos/1000 admissões hospitalares Streptococcus pneumoniae Bactéria extracelular Principal agente da pneumonia bacteriana Agente causador de meningite FISIOLOGIA E ESTRUTURA: Cocos, Gram positivos, anaeróbios facultativos, com arranjo duplo (diplococo) ou pequenas cadeias (estreptococo) e catalase negativos Células mais velhas podem descolorir e aparecerem como Gram-negativas As colônias de cepas encapsuladas normalmente são grandes em ágar sangue e menores em ágar chocolate, redondas e mucoides Todas as colônias sofrem autólise com o tempo São alfa-hemolíticas em ágar sangue (aerobiose): resulta da produção de pneumolisina (enzima que degrada a hemoglobina) produzindo um produto esverdeado Podem ser beta-hemolíticas se cultivadas em anaerobiose Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) FATORES DE VIRULÊNCIA: Cápsula: antifagocítica (inibe a fagocitose) e antimicrobiana (inibe crescimento de microrganismos) Parede celular: formada por ácido teicóico e lipoteicóico (garante adesão e maior inflamação) Adesinas A e Pili (garante a adesão no endotélio e colonização na orofaringe) Produção de proteases IgA1: clivagem de IgA, inibindo a ação de IgM e IgG Pneumolisina: realiza lise celular 90 sorotipos PATOGÊNESE E IMUNIDADE: As manifestações da doença são causadas principalmente pela resposta do hospedeiro a infecção S. pneumoniae coloniza a orofaringe e em condições específicas, dissemina-se nos tecidos (pulmões) e estimula s resposta inflamatória localizada esquivando-se da fagocitose A colonização inicial da orofaringe se dá pela ligação das bactérias às células epiteliais (adesinas) As bactérias neutralizam as células ciliadas produzindo IgA e pneumolisina (se liga ao colesterol da membrana das células do hospedeiro e cria poros. Essa atividade pode destruir as células epiteliais ciliadas e fagocíticas) Resposta humoral: anticorpos contra antígenos da cápsula polissacarídica (T-independente) Antígenos proteicos ativam a resposta T-dependente, produzindo resposta Th1 (IFN-gama) e Th17 EPIDEMIOLOGIA: A bactéria causadora da pneumonia é comumente encontrada na orofaringe e nasofaringe de indivíduos saudáveis, a colonização é comum em crianças (6 meses) A pneumonia por S, pneumoniae ocorre quando a bactéria se dissemina para os pulmões Causa comum de pneumonia bacteriana comunitária (fora do hospital) A OMS estima cerca de 200.000 mortes de crianças menores que 5 anos anuais Transmissão: através de gotículas aéreas via pessoa-pessoa DIAGNÓSTICO: Crescimento: ágar sangue (colônias alfa hemolíticas - esverdeadas - hemólise parcial) Radiografia de tórax TRATAMENTO: Anti-inflamatórios e antibióticos: Ampicilina, penicilina e eritromicina (aos alérgicos por beta- lactâmicos: antimicrobianos com habilidade de interferir com a síntese do peptídeoglicano - responsável pela integridade da parede bacteriana) Mariana Marques - TXXIX Microbiologia Médica | MURRAY, Patrick R. - ROSENTHAL, Ken S. - PFALLER, Michael A. 8ª edição – Seção 4 – Capítulos: 19 (Streptococcus pyogenes e pneumoniae), 21 (Corynebacterium diphitheriae), 24 (Haemophilus influenzae) e 29 (Bordetella pertussis) Haemophilus influenzae FISIOLOGIA E ESTRUTURA: Bacilos Gram-negativos Possuem lipopolissacarídeos com atividade de endotoxina, presente na parede da célula, e proteínas cepas-específicas e espécies-específicas são encontradas na membrana externa Cultura em ágar chocolate A forma virulenta é a encapsulada → 6 sorotipos (A, B, C, D, E e F) → Tipo B é o mais prevalente e o que há vacina (Hib) PATOGÊNESE E IMUNIDADE: H. influenzae não encapsulada, colonizam o trato respiratório superior de praticamente todas as pessoas dentro dos primeiros meses de vida. Esses micro-organismos podem se espalhar localmente e causar doenças no trato respiratório inferior (bronquite, pneumonia) Os principais fatores de virulência de H. influenzae tipo B são: a cápsula polissacarídica antifagocítica, que contém ribose, ribitol e fosfato (inibe a fagocitose), adesinas proteicas de superfície (colonização de orofaringe), LPS (indução de inflamação local) e protease de IgA (facilitam a colonização dos microrganismos nas mucosas, interferindo na imunidade humoral) EPIDEMIOLOGIA: Antes da introdução da vacina conjugada H. influenzae tipo B, um número estimado de 20.000 casos de doença ocorria anualmente em crianças menores de 5 anos nos Estados Unidos As primeiras vacinas não eram protetoras para as crianças menores de 18 meses (a população de maior risco para a doença) Pacientes imunossuprimidos apresentam maior probabilidade de infecção DIAGNÓSTICO: Microscopia: avaliação líquido cefalorraquidiano e sinovial e material do trato respiratório inferior Cultura é realizada usando-se ágar-chocolate Testes de antígenos específicos para H. influenzae tipo B Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (antibiograma) TRATAMENTO E PREVENÇÃO: Infecções são tratadas com cefalosporinas de amplo espectro, amoxicilina, azitromicina doxiciclina ou fluoroquinolonas (suscetibilidade à amoxicilina deveria ser documentada) Imunização: vacina conjugada de PRP previne infecções causadas por H. influenzae tipo B
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