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Mariana Marques – T29 PARASITOSE - HELMINTOS Filariose Linfática INTRODUÇÃO ▪ Doença: Filariose, bancroftose ou elefantíase ▪ Causada por helmintos multicelulares de corpo cilíndrico ▪ Agente etiológico: Wuchereria bancrofti CARACTERÍSTICAS GERAIS: ▪ A forma ativa no homem é o verme adulto, a forma infectante é a larva L3 e a forma diagnóstica é a larva L1 (microfilária) ▪ O hospedeiro definitivo é o ser humano ▪ O hospedeiro intermediário é o mosquito Culex quinquefasciatus • Possui ciclo heteroxênico • As fêmeas hematófagas do mosquito são as responsáveis pela transmissão da doença (muriçocas) • Possuem hábitos noturnos • Possuem criadouro em água parada e poluída com matéria orgânica (alimentos para os machos) • Entram no orifício da picada, entrando no sistema circulatório • Acredita-se que L3 sofra 2 mudas dentro do organismo antes de se transformar em verme adulto ▪ O ciclo biológico da doença é demorado pois demora para haver manifestações clínicas ▪ Formas evolutivas: vermes adultos (machos e fêmeas) → microfilárias → larvas L1, L2 e L3 (infectante) ▪ Transmissão: • Vetorial e ocorre através da picada do mosquito hematófago com as larvas no estágio L3 (forma infectante no homem) ▪ Morfologia dos vermes adultos: • São longos, esbranquiçados, opacos, translúcidos e revestidos com uma cutícula lisa • Possuem boca desprovida de lábios com papilas sensoriais nutrindo-se da linfa → Macho: possui extremidade posterior recurvada e é menor → Fêmea: possui vulva, vagina, ovário e útero simples, são parturientes e maiores • Habitat: vasos e gânglios linfáticos • Vivem de 5 à 10 anos e possuem dimorfismo sexual ▪ Morfologia das microfilárias: • Possuem ovos sem casca uterina • Presença de bainha: forma de diagnóstico pois se encontra ausente em alguns helmintos • Cauda pontuda com núcleos grandes, largos e bem separados • Núcleos caudais em fila única • Periodicidade das microfilárias: forma evolutiva de diagnóstico (horário de coleta interfere) → Dia: capilares profundos → Noite: sangue periférico • Pico da microfilaremia: horário de hematofagismo do inseto transmissor • Infectante por tempo muito curto Mariana Marques – T29 PARASITOSE - HELMINTOS CICLO BIOLÓGICO ▪ Hematofagismo do mosquito no hospedeiro humano, a larva L3 fica na probóscida do mosquito (cavidade bucal) – quando a fêmea do mosquito vai realizar um novo hematofagismo há deposição das larvas L3 na pele ▪ Após a deposição de L3 na pele (próximo ao local da picada), há a entrada do parasita no sistema circulatório linfático, onde o parasita se desenvolvera até a forma adulta ▪ Os vermes adultos nos vasos ou gânglios linfáticos fazem acasalamento e as fêmeas produzem e liberam pequenas larvas que saem dos ductos linfáticos e migram para a corrente sanguínea, por onde serão transmitidas novamente para um novo mosquito MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ▪ Presença de novelos de vermes adultos (vivos ou mortos) no sistema linfático causando obstrução linfática ▪ Reações inflamatórias: vasos linfáticos (linfangite) e gânglios (linfadenite) – fase aguda ▪ De 10-15% das pessoas evoluem para manifestações de fase crônica ▪ Quando ainda se está na fase aguda recomendam se métodos que ativem o sistema linfático (exemplos: drenagem e fisioterapia) ▪ Resposta imune contra microfilárias e antígenos do parasita ▪ Sintomas: • Assintomáticos: possuem microfilaremia: danos nos vasos linfáticos (alterações do endotélio, sem reação inflamatória) ou no sistema renal (hematúria) – tropismo (hidrocele) • Aguda: linfangite e linfadenite, dor na região inguinal, febre, mal-estar • Crônica: linfedema (edema linfático causado pelo derramamento de linfa nos tecidos), elefantíase (hipertrofia da derme, aumento exagerado dos órgãos) e quilúria (urina leitosa, esbranquiçada - dano no sistema excretor devido a ruptura de vasos linfáticos para o interior do sistema excretor urinário) As manifestações clínicas podem evoluir de assintomáticas para inflamação aguda e linfagites crônicas ▪ Sequência dos eventos: • Linfangite (inflamação dos vasos) • Linfadenite (inflamação dos gânglios linfáticos) • Linfagiectasia (dilatação dos vasos linfáticos) • Linforragia (extravasamento de linfa) • Linfedema (acúmulo de linfa) • Esclerose da derme (alteração na espessura e consistência da pele) • Hipertrofia da epiderme (maior espessamento da pele) • Aumento do órgão • Elefantíase • Infecções secundárias bacterianas (Wolbachia) e fúngicas cronificam o processo Mariana Marques – T29 PARASITOSE - HELMINTOS DIAGNÓSTICO ▪ Métodos parasitológicos: • Pesquisa de microfilárias no sangue periférico – entre 22 h e 24 h (periodicidade noturna) → Obs: gota espessa (várias gotas, aumenta-se a carga parasitológica) • Pesquisa de microfilárias no sangue periférico – entre 22 h e 24 h (periodicidade noturna) ▪ Métodos de concentração: • Filtração em membrana de policarbonato • Método de Knott (1:10 com formol a 2% → centrifugação) • Fase crônica: baixa microfilaremia no sangue periférico líquidos da hidrocele ▪ Métodos imunológicos: • Pesquisa de antígenos solúveis → Elisa → Imunocromatografia desenvolvido pelo ICT Diagnostic – ICT card ▪ Pesquisa de vermes adultos: • Ultrassonografia • Biópsia • Linfocintigrafia – não permite o diagnóstico etiológico TRATAMENTO ▪ Citrato de dietilcarbamazina (DEC): age nas microfilárias e vermes adultos • DEC + ivermectina ou Albendazol • Atua nas microfilárias • Sem ação sobre formas adultas • Mata vermes adultos PROFILAXIA ▪ Tratamento dos infectados ▪ Combate ao vetor ▪ Uso de larvicidas e inseticidas ▪ Evitar o contato humano-vetor medidas de proteção coletiva e individual ▪ Saneamento básico