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Mariana Marques – T29 Sistema Imune e Sepse INTRODUÇÃO ▪ Conjunto de manifestações graves no organismo produzidas por uma infecção (infecção generalizada) ▪ Aproximadamente 11 milhões de mortes foram relatadas relacionadas a sepse ▪ No Brasil, cerca de 30% dos pacientes admitidos nas unidades de terapia intensiva apresentam quadro de síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), sepse ou choque séptico ▪ Principais motivos: idade avançada, imunossupressão e infecção multirresistente ▪ A incidência é maior durante o inverno, devido ao aumento da prevalência de infecções respiratórias ▪ Bactérias Gram-positivas são os agentes mais frequentes na sepse As manifestações mais comuns de disfunção orgânica grave são: síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência renal aguda e coagulação intravascular disseminada FATORES DE RISCO ▪ Admissão em unidade de terapia intensiva: metade dos pacientes da UTI têm uma infecção - sepse ▪ Bacteremia: geralmente desenvolvem consequências sistêmicas pela infecção ▪ Idade avançada: é um preditor independente de mortalidade por sepse ▪ Imunossupressão: devido à neoplasias, insuficiência renal ou hepática, AIDS e imunossupressores ▪ Diabetes e obesidade: alteram o sistema imunológico ▪ Câncer: malignidade é uma das comorbidades mais comuns entre pacientes com sepse ▪ Pneumonia adquirida na comunidade: se desenvolvem em pacientes hospitalizados com pneumonia ▪ Hospitalização anterior: induz alteração do microbioma em pacientes tratados com antibióticos ▪ Fatores genéticos: podem aumentar o risco de infecção - defeitos na produção de anticorpos ou na falta de células T, fagócitos, células NK ou complemento Mariana Marques – T29 CONCEITOS ▪ Colonização: presença de microrganismos em determinado local, sem que ocorra dano ao paciente ▪ Infecção: presença de determinado agente, que esteja causando danos ao paciente (há resposta inflamatória) ▪ Bacteremia: presença de bactérias no sangue ▪ Viremia: presença de vírus no sangue ▪ Parasitemia: presença de parasitos no sangue ▪ Fungemia: presença de fungos no sangue ▪ Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS): resposta inespecífica do organismo à diversas situações que geram inflamação (infecção, queimaduras, trauma) ▪ Sepse: SIRS desencadeada por infecção bacteriana, viral, fúngica ou parasitaria ▪ Sepse grave: associada com as disfunções orgânicas, hipoperfusão tissular (causa oliguria, distúrbio mental agudo e acidose láctica) ou hipotensão arterial ▪ Choque séptico: hipotensão com hipoperfusão tecidual ocasionada pela sepse ▪ Disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (DMOS): alteração da função dos órgãos de um enfermo grave (não há manutenção da homeostase de forma natural) ▪ Síndrome de insuficiência de múltiplos órgãos (SFMO): função anormal de 3 ou mais órgãos, com homeostasia mantida somente com intervenção SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA ▪ Critérios para ser considerada: • Temperatura corporal (menor que 36ºC ou maior que 38ºC) • Frequência cardíaca (maior que 90bpm) • Frequência respiratória (maior que 20ipm) • Leucograma (menor que 4.000 células/mm3 ou maior que 12.000 células/mm3) SEPSE ▪ Ocorre quando a liberação de mediadores pró-inflamatórios em resposta a uma infecção excede os limites do ambiente local, levando a uma resposta mais generalizada ▪ Inflamação intravascular maligna: • Inflamação: porque todas as características da resposta séptica são exageros da resposta inflamatória normal • Intravascular: porque o sangue espalha mediadores que geralmente estão confinados a interações célula a célula dentro do espaço intersticial • Maligna: descontrolada, não regulamentada e autossustentável • Prováveis causas: efeito direto dos microrganismos (produtos tóxicos derivados dos microrganismos), liberação de grande quantidade de mediadores pró-inflamatórios (ativação do sistema complemento) e indivíduos susceptíveis geneticamente ▪ Instalação da sepse: • Interação microrganismo e o sistema imune • Inflamação e a mediação imunológica • Sistema hemostático afetado Observação: sepse é a intersecção entre imunidade, inflamação e coagulação Mariana Marques – T29 TERAPIA INICIAL ▪ O essencial na ressuscitação inicial é a restauração rápida da perfusão e a administração precoce de antibióticos ▪ A perfusão tecidual é alcançada predominantemente pela administração agressiva de fluidos intravenosos, geralmente cristaloides (soro fisiológico), administrados a 30 mL/kg, iniciados na primeira hora e concluídos nas três horas seguintes apresentação ▪ Antibioticoterapia empírica é direcionada ao microrganismo suspeito e ao local de infecção e, de preferência, administrada dentro da primeira hora DIAGNÓATICO ▪ É feito através de scores padronizados: o SOFA e o Qsofa • SOFA: tem pontuação de 0 a 24 e utiliza parâmetros respiratórios, hematológico, hepático, cardiovascular, neurológico e renal e define sepse quando o paciente tem 2 ou mais pontos, esse método utiliza muitos critérios laboratoriais, não sendo adequado para pacientes na emergência • qSOFA: possui apenas 3 critérios - cardiovascular, neurológico e respiratório, não sendo suficiente para determinação, mas permite que seja feita uma suspeita para iniciar as condutas rapidamente TRATAMENTO ▪ A sepse é uma doença grave, por isso é fundamental que o tratamento seja feito imediatamente • Medir o lactato (reavaliar a cada 2-4 horas) • Colher culturas • Administrar antibioticoterapia • Administrar cristaloides • Vasopressores para PAM > 65 mmHg ▪ Hipoxemia e insuficiência respiratória: em casos leves pode ser usado O2 suplementar (cateter, máscara), na hipoxemia mais acentuada pode ser tratada com cânula nasal de alto fluxo e em casos mais graves pode ser necessário a intubação orotraqueal com ventilação mecânica ▪ Controle da glicemia: insulina regular IV é indicada quando duas glicemias consecutivas são > 180 mg/Dl. Deve ser feita monitorização da glicemia capilar a cada 1-2 horas para evitar hipoglicemia ▪ Corticosteroide: o uso rotineiro não é mais indicado, devendo ser usado apenas em casos indicados (pacientes que necessitam de doses crescentes de adrenalina - suspeita de insuficiência renal aguda) Mariana Marques – T29 PROGNÓSTICO ▪ Morbidade e mortalidade hospitalar: alta taxa de mortalidade ▪ Prognóstico a longo prazo: após a alta hospitalar, a sepse acarreta um risco aumentado de morte, de sepse adicional e internações hospitalares recorrentes ▪ A maioria das mortes ocorre nos primeiros seis meses, mas o risco permanece elevado em dois anos ▪ Fatores prognósticos: relacionado ao hospedeiro, local de infecção, patógeno e terapia antimicrobiana e restauração da perfusão
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