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PEÇA 02 - UMC / PRÁTICA SIMULADA 8º SEMESTRE

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Excelentíssimo senhor doutor juiz de direito da _º vara cível da comarca de 
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 Fernando, brasileiro, menor impúbere, de CPF/MF E 
CIRG desconhecida, residente e domiciliado á Blumenau, Santa Catarina, neste 
ato representado por sua genitora Rita, vendedora, residente e domiciliada em 
Blumenau- Santa Catarina, por sua advogada devidamente. Vem, 
respeitosamente à presença de vossa Excelência, com fulcro na Lei 5.478, de 
25 de julho de 1968, propor a presente: 
AÇÃO DE ALIMENTOS 
Em face de Joel, residente e domiciliado em Manaus, empresário, pelos fatos e 
motivos que passa expor 
 
 
 
 
I. PRELIMINARMENTE 
DOS BENEFICIOS DA JUSTIÇA GRATUITA: 
O requerente trata-se de pessoa pobre no sentido amplo da palavra e sua 
única fonte de renda é utilizada para sustentar seu lar e sua família, não 
possuindo condições financeiras de arcar com as custas processuais e 
honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e família (docs. 
anexos 05 e 06). Pleiteia-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados 
pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXXIV e pelo Código de Processo pelo, 
em seu artigo 98 e seguintes. 
II. DOS FATOS 
 
Conforme faz prova (doc.anexo), o requerente é filho legitimo do requerido, 
fruto de relacionamento amoroso entre o requerido e sua genitora, que 
viveram algum tempo. 
Desde o nascimento do requerido, ele está sob cuidados de sua genitora, 
tanto afetivamente quanto financeiramente. Atualmente a representante 
legal passa por dificuldades financeiras, ganhando apenas 1 salário mínimo 
nacional, dificultando a manutenção do menor, que como se é certo, tem 
gastos com alimentação, vestuário, despesas médicas, exames, lazer e 
dentre outras atividades essenciais no crescimento e desenvolvimento de 
uma criança. 
A criação do requerente não deve cair recair somente sobre a 
responsabilidade de sua genitora, pois como se sabe a paternidade também 
deve cumprir as suas obrigações. 
A situação financeira do requerido é estável e privilegiada, se tratando de um 
empresário bem sucedido em seu ramo de atuação, devendo portanto, 
cumprir com o seu papel de maneira íntegra, ajudando a genitora 
financeiramente para manutenção do menor. 
O requerente já possui dois anos de vida e o requerido nunca depositou 
qualquer valor, dificultando o sustento do menor. O requerido deixou de 
cumprir sua parcela de responsabilidade na paternidade, obrigando a 
interposição desta ação. 
Trata-se de ação que busca resguardar a dignidade e subsistência do autor. 
A fixação de alimentos é medida urgente e indispensável à garantia de 
condições mínimas de sobrevivência, razão pela qual a intervenção estatal. 
III. DO DIREITO 
III.I DOS ALIMENTOS 
A lei estabelece sabiamente os parâmetros a serem seguidos para que a 
prestação de alimentos seja firmada, devendo atender ao binômio 
Necessidade/Possibilidade, como passará a demonstrar. Nas palavras da 
doutrinadora Maria Berenice Dias: 
“O fundamento do dever de alimentos se encontra no 
princípio da solidariedade, ou seja, a fonte da obrigação 
alimentar são os laços de parentalidade que ligam as 
pessoas que constituem uma família, independentemente 
de seu tipo: casamento, união estável, famílias 
monoparentais, homoafetivas, socioafetivas 
(eudemonistas), entre outros”. (Maria Berenice Dias, 
Manual de Direito das Famílias- Edição 2017, e-book.28. 
Alimentos). 
Segundo definição de Orlando Gomes, os alimentos são prestações para 
satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. 
Compreende o que é imprescindível à vida da pessoa, como a alimentação, o 
vestuário, a habitação, o tratamento médico, as diversões, se a pessoa 
alimentada for menor de idade, ainda verbas para sua instrução e educação 
Ou seja, o direito a alimentos busca preservar o bem maior da vida e assegurar 
a existência do indivíduo que depende deste auxílio para sobreviver. A Lei 
5,478/68 dispõe sobre a prestação de alimentos, regulando está. O artigo 1696 
do Diploma civil cuja vênia cumpre transcrever: 
“Art. 1696. O Direito à prestação de alimentos é recíproco 
entre pais e filhos e extensivo a todos os ascendentes, 
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em 
falta de outros.” 
Pela definição do artigo 1694, § 1º, do Novo Código Civil Brasileiro, “Os alimentos 
devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos 
da pessoa obrigada”, e ainda, tomando por base o disposto no artigo 4º da Lei 
5.478/68, é lícito, in casu, o pagamento de pensão alimentícia provisória, 
enquanto tramita a ação que fixará em definitivo. Art. 4º. Ao despachar o pedido, 
o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo 
se o credor expressamente declarar que deles não necessita 
Já o requerente encontra amparo legal no artigo 1695 do Código Civil que 
dispõe: 
“Art. 1695. São devidos os alimentos quando quem os 
pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo 
seu trabalho, à própria mantença, e aquele de quem se 
recama, pode fornece-los, sem desfalque necessário ao 
seu sustento. 
Ademais, o dever de prestação e alimentos está previsto expressamente na CF, 
em seu artigo 229, sendo dever dos pais satisfazer as necessidades vitais do 
autos, vez que este não pode prove-las por si. 
Dessarte, considerando a situação financeira da genitora, e a obrigação do 
genitor prover alimentos à menor, é de bom alvitre que os alimentos sejam 
determinados em 30% (trinta por cento) dos rendimentos líquidos do 
Requerido, devendo refletir no 13º salário, férias, horas extras e verbas 
rescisórias, com a expedição de oficio de seu empregador, no caso de 
emprego formal a fim de que promova o desconto na folha de pagamento e 
repasse o valor e, no caso do Requerido se encontrar em trabalho por meio 
informal e/ou desempregado, seja computado o valor de 30% (trinta por cento) 
do salário mínimo nacional. 
IV. DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, requer: 
1- A concessão da justiça gratuita, nos termos do art. 98 do CPC; 
 
2- O Arbitramento de alimentos provisórios ao equivalente a 25% dos 
rendimentos líquidos do réu, contemplado 13º, férias, horas extras e 
proventos complementares; 
 
 
3- No caso de desemprego, requer que seja fixado o valor de alimentos ao 
equivalente a 2 salários mínimos; 
 
4- A citação do réu para responder a presente ação, querendo: 
5- Seja designada audiência de conciliação, e não havendo êxito, seja 
designada audiência de instrução e julgamento para oitiva das partes e 
testemunhas; 
 
6- Intimação do MP para intervir no feito, nos moldes do art. 698 CPC; 
 
 
7- A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial, a 
testemunhal mediante designação de audiência; 
 
8- A procedência total da ação para fins que sejam fixados alimentos 
gravídicos, equivalentes a 25% dos rendimentos do réu; 
 
 
9- A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos 
parâmetros previstos no art. 85 p.2 do CPC; 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.045,00 (mil e quarenta e cinco reais) 
Nestes Termos, Pede Deferimento 
 
Blumenau, XX DE XXXXX DE XXXX 
ADVOGADO 
OAB

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