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AÇÃO DE ALIMENTOS FILHO MENOR

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AO JUÍZO DA ___	VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO
Pedido de Gratuidade de Justiça (Art. 1°, §§2°, 3°, Lei 5.478/68)
ANA, menor impúbere, neste ato representada por sua genitora, JULIANA, “nacionalidade...”, “estado civil...”, “profissão...”, “identidade...”, “CPF...”, “endereço completo com CEP...”, “endereço eletrônico...”, ambas residentes e domiciliadas na cidade do Rio de Janeiro, vem, por seu advogado, conforme procuração anexa, propor a presente,
AÇÃO DE ALIMENTOS COM REQUERIMENTO PARA FIXAÇÃO DE
ALIMENTOS PROVISÓRIOS
 em face de RODRIGO, “nacionalidade...”, “estado civil...”, “profissão...”, “identidade...”, “CPF...”, “endereço completo com CEP...”, “endereço eletrônico...” pelas razões de fato e de direito a seguir:
1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Cumpre inicialmente informar, ser a Requerente, sob as penas da lei, ser pessoa economicamente hipossuficiente, não possuindo recursos financeiros suficientes para arcar com os custos e demais despesas processuais sem prejuízo de seu sustento próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência (doc.1), razão pelo
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qual faz jus aos benefícios da GRATUIDADE DE JUSTIÇA, na forma dos art. 1°, §2° e §3° da Lei 5478/68, art. 5º, inciso LXXIV da Constituição da República de 1988 e, subsidiariamente, o art 98 e seguintes do CPC/15.
Para o deferimento da gratuidade, esclarece que é menor absolutamente incapaz e que não possui bens ou rendimentos próprios, sendo a sua genitora, que é analista, a única a prover meios para sua subsistência.
Assim, requer o deferimento do pedido de gratuidade de justiça, considerando a presunção de pobreza declarada, e a insuficiência de recursos para arcar com as custas processuais.
2. DOS FATOS
Inicialmente, cumpre informar que a Requerente, atualmente com 7 (sete) anos de idade, é filha legítima do Requerido, conforme certidão de nascimento (doc.2), fruto do relacionamento entre a sua genitora e o Requerido, que chegaram a conviver juntos em forma de união estável por 8 (oito) anos.
Acontece que o relacionamento do casal não prosperou e a convivência tornou-se insustentável, motivo pelo qual os Pais da Requerente se encontram separados de fato há 4 (quatro) meses.
À época da separação, o que se manteve após, o Requerido figurava como responsável financeiro da Requerente, arcando com 80% dos custos que a Genitora possui com a Requerente, uma vez que a importância mensal paga pelo Requerido de forma informal a título de pensão era de R$2.400,00 e os custos totalizavam R$3.000,00, conforme descrição na planilha abaixo:
	DESPESA
	VALOR MENSAL
	Escola
	R$ 2.000,00
	Farmácia
	R$100,00
	Plano de saúde
	R$400,00
	Vestuário
	R$100
	Lazer / alimentação
	R$400
	TOTAL R$ 3.000,00
Ocorre que desde janeiro de 2021, alegando dificuldades financeiras em razão da pandemia, o pai deixou completamente de prestar os alimentos de forma espontânea, o que acarretou uma série de consequências, pois a genitora não tem condições financeiras para a manutenção do padrão de vida de sua filha. Com isso, amenor precisou que ser matriculada em escola da rede pública, mantendo apenas seu plano de saúde, pago com muito esforço pela genitora.
Ocorre que a genitora teve conhecimento que desde fevereiro de 2021, o Requerido já voltou ao exercício pleno de suas atividades, tornando-se empresário proprietário do quiosque “Alto Leblon”, situado na (endereço completo) no bairro do Leblon, possuindo uma renda líquida estimada em R$10.000,00 (dez mil reais), porém, até o momento, o mesmo não entrou em contato com a genitora para o retorno do pagamento dos alimentos, uma vez que já possui renda suficiente para o retornar com o cumprimento da obrigação, além de esquivar-se de todas as tentativas extrajudiciais de resolução já tentadas pela genitora.
Importante destacar que a redução drástica do auxílio vem causando grades prejuízos a Requerente, pois sua mãe não possui recursos próprios para manter sozinha o pagamento das despesas da filha.
3. DO DIREITO:
A obrigação alimentícia ou a obrigação de sustento consiste na fixação dos alimentos com base no poder familiar imposto aos pais (biológicos ou afetivos).
A ação de alimentos é regulada pela lei 5.478/68 e prevista no artigo 1.696 do CC, que assim nos diz:
“Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.”
Mais incisivo ainda é o artigo 1.695 do mesmo diploma legal:
“Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque no necessário ao seu sustento.”
Os alimentos são destinados a suprir as carências daqueles que não podem prover suas necessidades, fundamentando-se no art. 1°, III e art. 229 da CRFB/88, respectivamente, dignidade da pessoa humana e solidariedade familiar.
Como faz prova a certidão de nascimento, a Requerente é filha do Requerido e o dever de prestar alimentos encontra respaldo no art. 1.694, CC/02, cumulando-se com o art. 1.566, IV do mesmo diploma legal e art. 22, Lei 8.069/90.
Está evidente que a nossa legislação protege aquele que necessita de alimentos, no caso, está demonstrado a filiação do autor, a necessidade e possibilidade de pagamentos dos valores pleiteados, fazendo-se imperiosa a fixação de alimentos provisórios em favor da criança.
O art. 4º da Lei 5.478/68 dispõe “Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.”
Por fim, sem sombra de dúvidas, o rito da Lei de Alimentos também há de ser considerado, especialmente em razão da possibilidade dos chamados alimentos provisórios que trata o art. 4° da Lei 5478/68, bastando para tal apenas a apresentação da prova pré-constituída de parentesco, aqui representada pela certidão de nascimento em anexo, arbitrando-os na mesma proporção aduzida acima, isto é, 80% das necessidades listadas na inicial, ou seja, R$ 2.400,00 mensais, equivalente aproximadamente a 2,3 salários-mínimos vigentes, devendo ser intimado para que proceda o pagamento dos alimentos, inclusive os provisórios.
4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se:
a) O deferimento dos benefícios da Gratuidade de Justiça requerida;
b) Sejam deferidos alimentos provisórios na proporção de 80% das necessidades listadas na inicial, ou seja, R$ 2.400,00 mensais, equivalente aproximadamente a 2,3 salários- mínimos vigentes, a serem pagos até o dia 05 do mês vencido, em conta de titularidade da genitora da Requerente (banco, agência e conta);
c) A citação do Requerido para comparecer à audiência de conciliação designada, assim como para oferecer contestação, querendo, na hipótese de não ser celebrado acordo, bem como sua intimação para cumprir os alimentos provisórios;
d) Ao final, sejam os alimentos convertidos em definitivos na mesma proporção do item “b”, julgando procedente o pedido;
e) A intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito, em conformidade com o artigo 178, II do CPC;
f) A condenação do Requerido ao pagamento das custas e honorários sucumbenciais.
Por fim, protesta por todos os meios de prova, em especial a testemunhal, documental superveniente, bem como as necessárias à obtenção da justiça
Dá à causa o valor de R$28.800,00.
Nestes termos,
Pede deferimento.
“Local...”/”data.” “NOME DO ADVOGADO” OAB “Nº...”

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