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EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO-SP. Processo de nº MARILENE, devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe na Ação de Titulo Executivo Extrajudicial que lhe move Breno, também devidamente qualificado nos autos do processo, vem, por intermédio de seu advogado, que está subscreve, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 914 e seguintes do Código de Processual Civil opor EMBARGOS À EXECUÇÃO Pelos fatos e direitos a seguir expostos: I. DOS FATOS Há duas semanas, recebeu a visita de um Oficial de Justiça, que entregou a ela um Mandado de Citação e Intimação. O Mandado refere-se à ação de execução de título extrajudicial ajuizada por Breno, distribuída para a 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, em que é pretendida a satisfação de crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), consubstanciado em instrumento particular de confissão de dívida, subscrito por Marilene e duas testemunhas, e vencido há mais de um mês. Breno indicou à penhora valores que Marilene tem em três contas bancárias, um carro e o imóvel em que reside com sua família. Alegou ainda que a executada estaria buscando desfazer-se dos bens, razão pela qual o juízo deferiu de plano a indisponibilidade dos ativos financeiros de Marilene pelo sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional. Pelo andamento processual no sítio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, você verifica que o mandado de citação e intimação positivo foi juntado aos autos há dois dias. Marilene, muito nervosa, relata que manteve relacionamento com Breno, durante o qual ele insistiu que ela assinasse alguns papéis, informando se tratar de documentos necessários para que ele pudesse receber um benefício previdenciário acumulado. Ela, sem muito estudo, assinou, acreditando estar apenas declarando que ele, Breno, ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus frente ao INSS. Informa, inclusive, que uma das pessoas que assinou como testemunha é uma vizinha sua, que sabe que ele a induziu a acreditar que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o benefício. Esclarece que, quando o relacionamento acabou, Breno se tornou agressivo e afirmou que tomaria dela as economias que sabia ter em uma poupança, mas, na época, ela achou que era uma ameaça vazia de um homem ressentido. Ela está especialmente preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem em uma de suas contas bancárias, que é uma poupança, que se tornou fundamental para a subsistência da família, já que sua mãe está se submetendo a um tratamento médico que pode vir a demandar a utilização dessas economias, informando que, em caso de necessidade, preferia ficar sem o carro que sem o dinheiro. II. DO DIREITO Uma vez a embargante ter assinado, o suposto título executivo extrajudicial, acreditando estar declarando que o embargado ainda não tinha recebido R$ 15.000,00 (quinze mil reais), aos quais alegava fazer jus junto ao INSS, mas que na verdade estava assinando uma confissão de dívida, com fulcro no artigo 917, inciso I, do código processual civil, deve ocorrer a desconstituição do título executivo, pois a embargante foi induzida a erro pelo embargado, que cometeu dolo para obter o título executivo da embargante, nos termos do artigo 145 do código civil, em virtude de se basear em que o negócio jurídico apresenta vícios. Assim deve ocorrer a extinção do mesmo e a consequente desconstituição do título executivo e, com isso, a liberação de todos os bens que foram penhorados da embargante. Vossa Excelência, que nos termos do artigo 833, inciso X com cumulado o artigo 917, inciso II e VI, ambos do Código Processual Civil, este deve reconhecer a impenhorabilidade dos valores depositados na conta poupança da embargante até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, bem como, nos termos do artigo 1º da Lei 8.009/90, deve ocorrer a desconstituição do bem, uma vez que a embargante reside no mesmo com sua família e, portanto, trata-se de bem de familiar. Por fim, ressalto ainda que, nos termos do artigo 919, parágrafo 1º, do código processual civil, a concessão da suspenção do processo executivo, uma vez, restar demonstrados os requisitos para a concessão da tutela provisória, decorrentes da necessidade dos valores para o tratamento médico da mãe da embargante, bem como a execução já está garantida por penhora. III- DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência: A-) o acolhimento de concessão do efeito suspensivo nos embargos, conforme o artigo 919, § 1º do CPC/2015; B-) a procedência de todos os pedidos elencados para anular o negócio jurídico, bem como a desconstituição do título executivo e, consequentemente a liberação de todos os bens penhorados da embargante, conforme os artigos 833, inciso X, 917, inciso I, II e VI do CPC/2015, artigo 145 do CC/2002 e o artigo 1º da Lei nº 8.009/90; C-) caso não seja o entendimento de Vossa Excelência, que reconheça então a impenhorabilidade dos valores depositados na conta poupança da embargante até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, bem como a liberação da penhora do imóvel, por tratar-se de bem de família, conforme dispõe o artigo 833, inciso X do CPC/2015 e o artigo 1º da lei nº 8.009/90. D-) a condenação do embargado para o pagamento de custas e honorários advocatícios, conforme o artigo 85 do CPC/2015 E-) a intimação do embargado, na pessoa de seu advogado, para que, querendo apresente impugnação no prazo legal. Protesta provar o alegado, por todos os meios de prova admitidos no direito, em especial a oitiva de testemunha. Dá-se o valor da causa de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Termos em que, pede e espera deferimento Local, dia mês e data. Advogado OAB/
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