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INTRODUÇÃO A HEMATOLOGIA Sangue e seus componentes: - Componente sólido – 45%: Elementos figurados (células.) e plaquetas. - Componente líquido - 55%: Plasma. - A porção plasmática predomina na composição do sangue (55%), sendo composto essencialmente por água, além de proteínas. As hemácias predominam na composição da porção celular do sangue (41%). O plasma é composto essencialmente por água (92%). - Conceitos importantes: Hemodiluição: Aumento da quantidade de sóluto (plasma); Hemoconcentração: Redução da quantidade de sóluto (plasma). - O plasma sanguineo contem componentes orgânicos (água, proteinas e lipídeos) e por parte inorganica (componentes minerais e eletrolitos (Na+, K+). A principal proteína é a albumina, ela que irá realizar a manutenção da preção oncotica, responsável por manter água compondo o plasma; Também estão presentes a Imunoglobulina representando os anticorpos; Fibrinogenio que realiza hemostasia; Trasferrina realizando o trasposte do ferro; haptoglobina que realiza o trasposte do grupo heme da hemoglobina, dentre outras. - Conceitos importantes: Plasma: é composto por água, componentes orgânicos, inorgânicos, lipídeos, proteínas, dentro delas a Albumina, que é essencial para o corpo, além de fatores de coagulação e fibrinogênio; Soro: Plasma sem fator de coagulação e fibrinogênio, não coagula. - Viscosidade: Viscosidade elevada: Hematócrito elevado, ou seja, a concentração de células sanguínea vai estar aumentada. Com isso a velocidade de fluxo diminui e favorece a estase sanguínea, consequentemente a formação de trombo e a diminuição da oxigenação tecidual ocorre; Viscosidade baixa: Hematócrito reduzido, implica em baixa concentração de hemácia, fazendo com que o fluxo sanguíneo seja mantido, porém a oxigenação tecidual vai estar prejudicada por ter poucas hemácias circulantes. HEMATOPOIESE Órgãos hemoformadores: - Durante o período embrionário (Inicia na terceira semana de gestação): a. Saco vitelino: 3 a 8 semana gestacional. b. Fígado + baço (linfonodos auxiliam): Inicia por volta da 6 semana e vai até o 6 a 7 mês intrauterino. c. Medula óssea: No final da gestação, após o 7 mês esse passa a ser o principal local produtor de elementos sanguíneos até a vida adulta. - Após o nascimento: Crianças: Até os 5 anos, a medula óssea vermelha está presente em praticamente todos os ossos, mas principalmente no esqueleto axial (crânio, vertebras, costelas, esterno, escápula e pélvis). Adulto: A medula óssea vermelha é gradativamente substituída por medula óssea gordurosa em maior parte dos ossos. E os órgãos hemoformadores são os ossos da pelve, o esterno, ossos do crânio, arco vertebral, vértebras e epífises femorais e umerais. • Hematopoiese: Todas as Células sanguíneas originam-se de uma única célula progenitora, a célula tronco (Stem cell). Para que as demais células sejam formadas ocorre o processo de proliferação (origina mais células tronco), diferenciação e maturação. 1. Diferenciação: A Célula tronco1 se diferencia em 2 tipos a Linhagem Mieloide2 e a Linhagem Linfoide2: Linhagem Mieloide: Origina hemácia, plaqueta, granulócito (Eosinófilos, basófilos e neutrófilos) e agranulócito (monócitos). Linhagem Linfoide: Linfócitos T e B. Obs.: As células progenitoras são células comprometidas com cada linhagem específica de células e por isso recebem o nome de “Unidade Formadora de Colónia”. - Fatores estimuladores de Colônias (CSF): São fatores de crescimento que possibilitam a proliferação, diferenciação e maturação, constituidos principalmente por hormonios e citocinas. Eles também inibem a apopitose e ativam as células maduras. Os principais são Eritropoitina que mediante hipoxia são excretadas pelos rins e estimulam a produção de eritrocitos; GM-CSF produzina em resposta inflamatoria pelos macrófagos, principalmente, e estimulam produção de granulócito e monócito. - Fator Inibidor: Tem a função de inibir a hematopoiese. O Interferon gama é uma citocina importante que atua inibindo a diferenciação e maturação das células sanguíneas, assim como outros fatores produzidos pelos linfócitos e granulócitos. - Distribuição das Celulas na Medula Ossea: • Eritropoiese: - É o processo de formação das hemacias (Hemacia = pacore de hemoglobina). - Ocorre na MO (até E. Ortocromático) e finaliza no baço. - A primeira célula que pertence à série Eritroide e o Pro-eritroblasto. - Celula Tronco Precursor mieloide Pró- eritroblasto Eritroblasto basofílico E. policromatofílico E. Ortocromático (até aqui tem núcleo) Reticulócito (tem reticulo, mas vai perder) Erotrócito (hemacia). - Com a diferenciação, aumenta a concentração intracelular de hemoglobina (Hb) ao mesmo tempo que reduz a quantidade de organelas intracelulares. - Regulação da heritropoiese: Tensão de oxigênio: em altas altitudes ocorre baixa tensão de oxigenio (a diferença de pressão é menor entre atimosfera e pulmão e por isso dificultam as trocas gassosas) e as hemacias ficam ávidas por oxigenio, estimulando a eritropoiese. Hormonios: Heritropoetina e Testosterona (A quantidade de hemoglobina habitual é influenciado pelo sexo.). - Substrato para hematopoiese: Ferro, vitamina B12 e Folato. - Hemoglobina: A hemoglobina é constituida por 4 cadeias de Globina + 4 grupamentos Heme (Ferro mais protoporfirina). As globinas podem ser do tipo alfa, beta, gama e delta). Tipos de hemoglobina: Hemoglobina A(97%): 2 globinas alfa e 2 beta; Hemoglobina A2(2%): 2 alfa e 2 delta; Hemoglobina F(1%): 2 alfa e 2 gamas. Obs.: A síntese da heme ocorre na mitocôndria e a síntese da globina ocorre nos ribossomos dos eritroblastos. - Hemoglobina e oxigênio: O oxigênio se combina de maneira fraca com a porção heme e, por isso, quando a pressão parcial de oxigênio é alta, como nos capilares pulmonares, o oxigênio se combina com a hemoglobina, entretanto, quando a pressão de oxigênio é baixa, com nos capilares teciduais, ocorre o processo inverso, isto é, o oxigênio é liberado da hemoglobina para os tecidos. Hemograma Fases: • Pré-analitica: são as váriaveis fisiológicas (gênero, idade, clínica, hora da coleta); a coleta/manipulação das amostras; Fator endógeno (anticorpo e medicações em uso contínuo.). • Fase analítica; • Fase pós-analítica. O hemograma é dividido em série vermelha, branca e plaquetaria: I. Série Vermelha: - O exame qualitativo dos eritrócitos é feito por esfregaço do sangue periférico. No esfregaço, pode-se analisar a forma, o tamanho e as características tintoriais dos eritrócitos. - Conceitos Importantes: Polictemia: Aumento além do fisiológico de Hemoglobina; Anemia: Diminuição além do normal de Hb. - Valores Normais: - Alterações morfológicas encontradas no esfregaço: - Índice Hematimétrico: Avaliam as características dos eritrócitos quanto ao volume e o conteúdo de hemoglobina. São representados pelo: Hemoglobina (HB): Quantidade de hemoglobina em 100ml de sangue. 13g/dl para homens; 12g/dl para mulheres; 11g/dl para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos. HEMATÓCRITO (HT): Volume total de hemácia em relação ao volume de sangue total. Homens: 0,41 a 0,51 l/l ou 41 a 51%; mulheres: 0,37 a 0,47 l/l ou 37 a 47% VCM: Volume médio ocupado pela hemácia no sangue; HCM: Peso correspondido as hemoglobina no sangue. CHCM: Concentração média de hemoglobina por hemácia em determinado volume. RDW: Diferença de tamanho entre as hemáicias. II. Série Branca: - Também chamados de Leucócitos. - Os principais representatens são os Neutrofilos. Eles se diferenciam em varias células como mostrado abaixo até chegar aos Polimorfonucleados (PMN – forma seguimentada), que são as principais células brancas encontradas no sangue periférico. - Também analisa os Eosinofilos, Basófilos,Monócitos e Linfócitos. - Ao analisar o leocograma não deve-se olhar apenas o valor absoluto, pois uma célula pode estar diminuida e a outra aumentada, com isso pode parecer normal. - Termo importantes: Desvio a esquerda: A produção das células leucocitarias é representada da esquerda para a diteira, portanto quando há aumento das formas jovens na corrente sanguínea dessas células, diz- se ter um desvia para a esqueda. Os bastonetes estarão maior que 500mm3. III. Série Plaquetaria: - É analisado a quantidade de plaqueta cirgulante e não sua morfologia. ANEMIAS Definição: - Anemia é definida como a redução de glóbulos vermelhos (hemácias) ou insuficiência em oxigenar adequadamente os tecidos. Raramente é uma doença por si só, sendo, quase sempre, consequência de alguma anormalidade genética ou adquirida. Segundo a OMS, a anemia é caracterizada pela redução dos níveis de hemoglobina. - A deficiência de ferro é a causa mais frequente de anemia, seguida pela anemia de doenças crônicas, hemólise e sangramento oculto. Manifestações Clínicas = “Síndrome Anêmica”: - É mais intenso em anemias de instalação mais rápida e mais graves. - Os principais sintomas são: Dispneia aos esforços, palpitações e taquicardia, intolerância aos esforços, astenia, vertigem postural, cefaleia, palpitação, podendo apresentar descompensação de comorbidades cerebrovasculares, cardiovasculares ou respiratórias. - É importante questionar durante anamnese as perdas macroscópicas de sangue, dieta e hábitos alimentares, comorbidades e medicamentos em uso. O exame físico geralmente mostra palidez cutaneomucosa, além de ajuda bastante pois a: • Glossite e queilite angular, deve pensar nas anemias carências; • Icterícia é um achado comum nas anemias megaloblásticas e hemolíticas; • Esplenomegalia sugere anemia hemolítica ou neoplasias hematológicas; • Petequeias indicam possível plaquetopenia, presente na anemia aplásica e nas leucemias agudas; • Deformidades ósseas na face e crânio falam a favor de talassemia. Etiologia: - Pode ser causada pela redução da produção de hemacia (hipoproliferativa), pela eritropoiese ineficaz, aumento da destruição das hemacias e perda sanguinea aguda (anemia hiperproliferativa ou regenerativa). Adaptação Fisiológica á Anemia: - 2 mecanismos amenizam a hipoxia causada pela anemia: Aumento do Debito Cardiaco – maior fluxo organico mantem a oxigenação tecidual, mesmo com menos O2. Aumento da concentração do 2,3 DPG (Glicose difosfato) na hemacia – diminui a afinidade de O2 pela hemoglobina, facilitando a extração de O2. Classificação das anemias pelo indice amantimetricos: - As anemias podem ser divididas em 3 tipos de acordo com o VCM em microcitica, normocitica e macrocitica. E em 2 tipos pelo HCM em Normocrômica e Hipocrômica. 1. Anemias Microcíticas Hipocrômicas: - A microcitose é definida por um VCM baixo, e a hipocromia por um HCM baixo. - Causas: anemia ferropriva; talassemia; anemia sideroblástica; anemia do hipertireoidismo. 2. Anemias Macrociticas: - VCM > 100 fL. - A causa clássica de anemia macrocítica é a anemia megaloblástica (carência de fo- lato e/ou B12). Outras causas são as síndromes mielodisplásicas (anemia sideroblástica); anemia aplásica; anemias hemolíticas. 3. Anemias Normociticas Normocromicas: Anemia ferropriva, fase inicial; anemia de doença crônica; anemia da IRC; hipotireoidismo, hipoadrenalismo; anemia aplásica; anemia multicarencial – ferropriva e megaloblástica. ANEMIA FERROPRIVA Introdução: - É a anemia mais recorrente no mundo. A carência de ferro é mais prevalente nos países em desenvolvimento, onde a alimentação é pobre nesse metal e rica em cereais (que inibem a absorção intestinal de ferro), e onde a prevalência das parasitoses intestinais ainda é alta. - É de fundamental importância saber que a anemia ferropriva não é o diagnóstico final. Por trás do quadro anêmico existe quase sempre uma doença de base, que cause hemorragia ou carencia nutricional. Metabolismo do Ferro: - Quantidade corporal: De 50 mg/kg no homem e 35 mg/kg na mulher. • 70-75%: é encontrada nas hemácias, ligada ao heme da hemoglobina. • 25% : encontrada nas proteínas ferritina e hemossiderina, que formam os “compartimentos armazenadores de ferro”, (mucosa intestinal, baço e medula óssea). • 2%: Circulando no plasma, ligado à transferrina sérica. - Proteinas que se ligam ao ferro: • Ferritina: é a principal responsável pelo armazenamento de ferro no organismo: Na ausencia do ferro ela se encontra na forma de apoferritina. Sua liberação é rápida. Apoferritina + Ferro = Ferritina. • Hemossiderina: Funciona também como uma proteína “armazenadora de ferro”, porém de liberação muito mais lenta. • Trasferrina: é uma proteína sintetizada pelo fígado responsável pelo transporte do ferro no plasma. • Hepcidina: hormônio sintetizado no fígado, desempenha um papel central na regulação do metabolismo do ferro: ela tem a capacidade de se ligar à ferroportina, inibindo o transporte de ferro pela membrana basolateral do enterócito em direção ao plasma. A hipóxia inibe a sua síntese, ao passo que o ferro e citocinas inflamatórias estimulam sua produção. Ciclo do ferro: 1. Intestino: Existem duas formas de ferro proveniente da dieta: forma heme e forma de ferro inorgânico. Esse elemento será absorvido no intestino delgado (duodeno e jejuno proximal), principalmente na forma heme (30%) e o restante será eliminado. A forma Heme é absorvida diretamente na luz intestinal, já a forma inorgânica o íon férrico precisa se trasformar em íon ferroso (ao entrar em contato com o Ph ácido do estômago) para ser absorvido. O ferro absorvido na mucosa intestinal, tem dois destinos básicos: ser armazenado na forma de ferritina presente nas células da mucosa ou ser transportado para o sangue pela ferroportina ligando-se, depois, à transferrina plasmática. O ferro absorvido pelas células da mucosa intestinal só será repassado para a transferrina se necessário. Caso contrário, será armazenado e a descamação irá eliminá-lo pela via fecal. 2. Plasma: Das células da mucosa intestinal, o ferro ganha a corrente sanguínea e se distribui para diversos tecidos, em especial a medula óssea e o fígado. Ele circula ligado a transferrina. Apesar de apenas 2% do ferro corporal total estar ligado à transferrina, ela é um elemento crucial no chamado “ciclo do ferro”. É através dela que o ferro chega aos precursores eritroides da medula óssea, que possuem grande quantidade de receptores de transferrina em sua membrana. 3. Medula óssea: A trasferrina atinge receptores nas membranas dos eritroblastos, onde ocorre internalização desse complexo, o ferro de dissocia e a trasferrina e exocitada da célula. Esse ferro na medula poderá ser armazenado (ferritina) ou irá constituir o heme da hemoglobina. 4. Baço: No baço ocorrerá a hemocaterese e a hemoglobina irá se dissociar m globina e heme. Como resultado da degradação do heme o ferro estará disponívelno interior do macrófago que poderá ser estocado pela ferritina e hemossiderina nos proprios macrofagos ou ser liberado no plasma para se ligar a trasferrina. Obs.: Há 3 doenças que aumentam patológicamente a absorção intestinal de ferro: Talassemia, anemia sideroblastica e hemocromatose primária. Causas: • Sangramento: Sangramento crônico do trato gastrointestinal é a principal causa. Mas também pode ser causada por Hemorragia aguda. • Deficiência na absorção: Paciente celíaco por exemplo. • Ingestão menor que a demanda: Raro. Quadro clínico: - Astenia, insônia, palpitações, cefaleia, palidez de mucosa, fadiga, dispneia aos esforços e sopro sitolico de hiperfluxo. - Pode estar presente também a quelíte angular, Glossíte atrofica e coiloníquia (unha em colher) e aperversão do apetite. Diagnóstico: É feita pelo laboratorio de ferro. • Hemograma: Inicialmente é normocítico e normocrómico, porém ne uma segunda fase torna-se microcítica e hipocrômica, hemácia em alvo, hemácia em forma de lápis, hematocrito baixo, VCM baixo, RDW aumentado e trombocitose. • Ferro sérico: Deve ser interpretado junto com o valor de Ferritina e do TIBC. • Ferritina sérica: É o teste indicado para diagnosticar anemia ferropriva. Primeiro marcador a ser alterado, por isso é o mais importante!! • TIBC: Reflete os sítios totais de ligação da transferrina e, portanto, varia de acordo com a concentração da transferrina sérica. Nos casos de ferropriva, o TIBC encontra-se elevado, acima de 360 mg/dl e quase sempre acima de 400 mg/dl, em função de um aumento na produção de transferrina pelo fígado, em resposta à carência de ferro. Exame padrão ouro: Mielograma com pesquisa de Fe medular (pouco usado). Tratamento: 1. Sulfato ferroso via oral: Estomago vazio e fazer a ingestão com alimento ácido. 2. Ferro parenteral: Ferro-dextran. - Objetivo do tratamento: ANEMIA MEGALOBLASTICA Introdução: - A anemia megaloblástica é um distúrbio causado por um bloqueio na síntese do DNA, que faz a divisão celular se torna lenta. Esta anormalidade é uma assincronia entre o núcleo e o citoplasma e as células se preparam para uma divisão que não ocorre, como resultado, acabam se tornando maiores. As células mais afetadas são as de renovação rápida, como as precursoras da Medula Óssea e as células da mucosa do trato gastrointestinal. - Na anemia megaloblástica ocorre anormalidade morfológica nos núcleos dos progenitores eritroides no interior da medula óssea. Os eritroblastos que desenvolvem essa alteração nuclear são reconhecidos como megaloblastos, logo, células defeituosas são destruídas pelos macrófagos da medula óssea. Fisiopatologia: A anemia megaloblástica deve ser atribuída à carência de vitamina B12 e/ou ácido fólico. A. Ácido Fólico: - O ácido fólico (folato) tem como principal fonte natural os vegetais verdes frescos, fígado, aveia e frutas, nas quais ele se encontra sob a forma de poliglutamato. O folato da dieta é absorvido pelo duodeno e jejuno proximal pela enzimas carboxipeptidases, capazes de converter o poliglutamato em Metiltetraidrofolato, a principal form de absorção. Logo após ser absorvido, o Metiltetraidrofolato (MHTF) circula no plasma, ligado a proteínas. Ao penetrar nas células, o grupamento metil é retirado pela enzima metionina sintase, liberando no citoplasma o Tetraidrofolato (THF), forma ativa. - O maior reservatório corpóreo de folato é o fígado, responsável por metade das reservas. O folato é secretado na bile, para ser reabsorvido no jejuno (ciclo êntero-hepático), além de ser excretado na urina. - O balanço negativo de folato geralmente é decorrente de uma dieta inadequada, da má absorção ou da utilização exagerada da vitamina. - Sinais clínicos de deficiência de folato: 4-5 meses após o início das perdas. - A sulfasalazina e alguns anticonvulsivantes interferem na absorção do folato. A hemodiálise também causa perda excessiva. - Existe uma interdependência do metabolismo do ácido fólico e da cobalamina, uma vez que a vitamina B12 é necessária para a manutenção do folato no meio intracelular (conversão do metiltetraidrofolato tetraidrofolato). B. Vitamina B12: A vitamina B12 ou cobalamina não consegue ser sintetizada no corpo humano, devendo fazer parte da dieta. As únicas fontes dietéticas dessa vitamina são as carnes, ovos e laticínios. A metade das reservas estão presentes no Fígado e o estoque corporal de cobalamina é bastante duradouro. - A absorção da vitamina B12: A cobalamina da dieta vem sempre ligada às proteínas alimentares, precisando sofrer a ação do ácido gástrico e da pepsina para se desprender. Durante a digestão gástrica, a vitamina B12 é liberada e imediatamente se liga a uma glicoproteína: o ligante R, secretado na saliva e na mucosa gástrica. OBS.: Anemia megaloblástica X anemia Macrocítica: Anemia macrocítica: é qualquer anemia com hemácias de tamanho e volume aumentado, ou seja, com VCM (VolumeCorpuscular Médio) alto. Anemia megaloblástica: é apenas uma das causas de anemia macrocítica. Dividimos as anemias macrocíticas em dois grupos: Anemia megaloblástica; Anemias macrocíticas não megaloblásticas (ex.: síndromes mielodisplásicas.). No duodeno, o complexo vitamina B12-Ligante R é dissolvido sob a ação das proteases secretadas pelo pâncreas. Dessa forma, a vitamina B12 é liberada, sendo então captada pelo Fator Intrínseco (FI). O FI é uma glicoproteína produzida pelas células parietais do fundo e corpo gástricos, secretada em paralelo com o ácido clorídrico. O complexo vitamina B12-FI prossegue até o íleo distal, onde receptores específicos da mucosa ligam o complexo e possibilitam finalmente a absorção da vitamina. Cerca de 99% da absorção da vitamina B12 só se dá ligada ao FI. No interior da célula da mucosa ileal, a cobalamina se liga a uma proteína transportadora, a transcobalamina II (TC-II), que a transporta para o plasma. Entretanto, a meia-vida da TC-II é muito curta, e a cobalamina que se desprende do carreador recém-destruído passa a ser carreada pela TC-I (o maior carreador de vitamina B12 no plasma) e TC-III. Bioquímica do Ácido Fólico e da Vitamina B12 1- Ácido Fólico O folato participa da metilação de algumas bases nitrogenadas. Sem a metilação adequada do DNA, os precursores hematopoiéticos começam a ter dificuldades na maturação do núcleo. 2- Vitamina B12 A cobalamina é cofator de duas importantes reações: - Primeira reação: Está ligada ao metabolismo do folato. O Metiltetraidrofolato precisa ser convertida no Tetraidrofolato (THF), ou “folato ativo”. Isso é feito utilizando a cobalamina como cofator. Portanto, a deficiência de B12 impede a formação de THF. Em outras palavras: a deficiência de B12 provoca um “estado de deficiência celular de folato”. - Segunda reação: É a conversão do metilmalonil CoA em succinil CoA. Na deficiência de B12, os níveis séricos e urinários de ácido metilmalônico aumentam significativamente e isso pode ser utilizado para fins diagnósticos. OBS.: O quadro neurológico, próprio da carência de B12, deve-se principalmente: A metionina, pois quando não formada adequadamente, promove uma diminuição da produção de fosfolipídios contendo colina, que são elementos fundamentais na formação da bainha de mielina. Origem das deficiências Vitamínicas: Causas de deficiência de ácido fólico e vitamina B12: Anemia Perniciosa é a doença que mais comumente causa deficiência de cobalamina, enquanto que o alcoolismo, a gestação e a desnutrição figuram como os principais fatores associados à carência de folato (baixa ingestão de frutas e vegetais). Manifestações Clínicas: 1. Deficiência de B12: Anemia megaloblástica. Distúrbios neuropsiquiátricos. Glossite. Grande parte dos pacientes com carência de B12 apresenta manifestações hematológicas, na mucosa gastrointestinal e neuropsiquiátricas. Manifestações Hematológicas Palpitações, fraqueza, cefaleia, irritabilidade etc. Estes pacientes são capazes de tolerar baixíssimos níveis de hemoglobina, pois a anemia megaloblástica é uma anemia de instalação insidiosa. Eventualmente há petéquias e púrpuras devido à presença de trombocitopenia. Manifestações Digestivas Podemos observar diarreia e perda ponderal, ambos decorrentes de má absorção. Os pacientes muitas vezes queixam-se de uma sensação dolorosa na língua, que se mostra avermelhada e com atrofia de papilas (glossite). Manifestações Neurológicas Estas podem ocorrer com o hemograma absolutamente normal e somente com a vitamina B12 sérica baixa. Os achados neuropsiquiátricos, incluem: • Parestesia em extremidades (alteração mais precoce) decorrente de umapolineuropatia; • Diminuição da sensibilidade profunda (proprioceptiva e vibratória); • Desequilíbrio, marcha atáxica, sinal de Romberg, refletindo a perda da propriocepção inconsciente nos membros inferiores; • Fraqueza e espasticidade nos membros inferiores, refletindo uma síndrome piramidal nos membros inferiores; • Déficits cognitivos, demência e psicoses. 2. Deficiência de Ácido Fólico: Anemia megaloblástica. Glossite. Os pacientes com deficiência de folato geralmente estão mais desnutridos do que aqueles deficientes em cobalamina. As manifestações clínicas são semelhantes, exceto por dois fatores importantes: • Achados do aparelho digestivo são mais exuberantes; • Não ocorrem manifestações neurológicas. Diagnóstico: Hemograma: • VCM aumentado (quando nos deparamos com um VCM superior a 110 fL, o diagnóstico é bem provável de anemia megaloblástica). • CHCM encontra-se com valores normais (síntese da hemoglobina continua). • Anisocitose, com aumento do RDW é comum. Sangue Periférico: A alteração mais característica são os Neutrófilos hiperseguimentados (um neutrófilo contendo seis ou mais lobos; e presença de pelo menos 5% de neutrófilos com cinco lobos). O achado desses neutrófilos plurissegmentados é quase patognomônico de anemia megaloblástica. Medula Óssea: Hipercelular, alterações megaloblásticas. Dosagem de B12 e Folato Tratamento: 1. B12: • Via oral: Para deficiência leve. • IM ou parenteral: Utilizadas na maioria dos casos pois o principal problema está na absorção. 2. Folato: • Via oral: Principal forma de tratamento (5mg/dia via oral).
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