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TUDO SOBRE HEMATOLOGIA

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INTRODUÇÃO A HEMATOLOGIA 
 Sangue e seus componentes: 
- Componente sólido – 45%: Elementos figurados 
(células.) e plaquetas. 
- Componente líquido - 55%: Plasma. 
 
- A porção plasmática predomina na composição 
do sangue (55%), sendo composto 
essencialmente por água, além de proteínas. As 
hemácias predominam na composição da porção 
celular do sangue (41%). O plasma é composto 
essencialmente por água (92%). 
 
- Conceitos importantes: 
Hemodiluição: Aumento da quantidade de sóluto 
(plasma); 
Hemoconcentração: Redução da quantidade de 
sóluto (plasma). 
 
- O plasma sanguineo contem componentes 
orgânicos (água, proteinas e lipídeos) e por parte 
inorganica (componentes minerais e eletrolitos 
(Na+, K+). A principal proteína é a albumina, ela 
que irá realizar a manutenção da preção oncotica, 
responsável por manter água compondo o 
plasma; Também estão presentes a 
Imunoglobulina representando os anticorpos; 
Fibrinogenio que realiza hemostasia; Trasferrina 
realizando o trasposte do ferro; haptoglobina 
que realiza o trasposte do grupo heme da 
hemoglobina, dentre outras. 
 
 
- Conceitos importantes: 
Plasma: é composto por água, componentes 
orgânicos, inorgânicos, lipídeos, proteínas, dentro 
delas a Albumina, que é essencial para o corpo, 
além de fatores de coagulação e fibrinogênio; 
Soro: Plasma sem fator de coagulação e 
fibrinogênio, não coagula. 
 
- Viscosidade: 
Viscosidade elevada: Hematócrito elevado, ou 
seja, a concentração de células sanguínea vai 
estar aumentada. Com isso a velocidade de fluxo 
diminui e favorece a estase sanguínea, 
consequentemente a formação de trombo e a 
diminuição da oxigenação tecidual ocorre; 
Viscosidade baixa: Hematócrito reduzido, implica 
em baixa concentração de hemácia, fazendo com 
que o fluxo sanguíneo seja mantido, porém a 
oxigenação tecidual vai estar prejudicada por ter 
poucas hemácias circulantes.
HEMATOPOIESE 
 Órgãos hemoformadores: 
- Durante o período embrionário (Inicia na 
terceira semana de gestação): 
a. Saco vitelino: 3 a 8 semana gestacional. 
b. Fígado + baço (linfonodos auxiliam): Inicia 
por volta da 6 semana e vai até o 6 a 7 mês 
intrauterino. 
c. Medula óssea: No final da gestação, após o 7 
mês esse passa a ser o principal local 
produtor de elementos sanguíneos até a vida 
adulta. 
- Após o nascimento: 
Crianças: Até os 5 anos, a medula óssea vermelha 
está presente em praticamente todos os ossos, 
mas principalmente no esqueleto axial (crânio, 
vertebras, costelas, esterno, escápula e pélvis). 
Adulto: A medula óssea vermelha é 
gradativamente substituída por medula óssea 
gordurosa em maior parte dos ossos. E os órgãos 
hemoformadores são os ossos da pelve, o 
esterno, ossos do crânio, arco vertebral, 
vértebras e epífises femorais e umerais. 
• Hematopoiese: 
 
Todas as Células sanguíneas originam-se de uma 
única célula progenitora, a célula tronco (Stem 
cell). Para que as demais células sejam formadas 
ocorre o processo de proliferação (origina mais 
células tronco), diferenciação e maturação. 
 
1. Diferenciação: A Célula tronco1 se diferencia 
em 2 tipos a Linhagem Mieloide2 e a 
Linhagem Linfoide2: 
 Linhagem Mieloide: Origina hemácia, 
plaqueta, granulócito (Eosinófilos, 
basófilos e neutrófilos) e agranulócito 
(monócitos). 
 Linhagem Linfoide: Linfócitos T e B. 
Obs.: As células progenitoras são células 
comprometidas com cada linhagem específica 
de células e por isso recebem o nome de 
“Unidade Formadora de Colónia”. 
 
- Fatores estimuladores de Colônias (CSF): 
São fatores de crescimento que possibilitam a 
proliferação, diferenciação e maturação, 
constituidos principalmente por hormonios e 
citocinas. Eles também inibem a apopitose e 
ativam as células maduras. Os principais são 
Eritropoitina que mediante hipoxia são 
excretadas pelos rins e estimulam a produção de 
eritrocitos; GM-CSF produzina em resposta 
inflamatoria pelos macrófagos, principalmente, e 
estimulam produção de granulócito e monócito. 
 
- Fator Inibidor: 
Tem a função de inibir a hematopoiese. O 
Interferon gama é uma citocina importante que 
atua inibindo a diferenciação e maturação das 
células sanguíneas, assim como outros fatores 
produzidos pelos linfócitos e granulócitos. 
 
- Distribuição das Celulas na Medula Ossea: 
 
• Eritropoiese: 
- É o processo de formação das hemacias 
(Hemacia = pacore de hemoglobina). 
- Ocorre na MO (até E. Ortocromático) e finaliza 
no baço. 
- A primeira célula que pertence à série Eritroide 
e o Pro-eritroblasto. 
- Celula Tronco  Precursor mieloide  Pró-
eritroblasto  Eritroblasto basofílico  E. 
policromatofílico  E. Ortocromático (até aqui 
tem núcleo)  Reticulócito (tem reticulo, mas 
vai perder)  Erotrócito (hemacia). 
- Com a diferenciação, aumenta a concentração 
intracelular de hemoglobina (Hb) ao mesmo 
tempo que reduz a quantidade de organelas 
intracelulares. 
- Regulação da heritropoiese: 
Tensão de oxigênio: em altas altitudes ocorre 
baixa tensão de oxigenio (a diferença de pressão 
é menor entre atimosfera e pulmão e por isso 
dificultam as trocas gassosas) e as hemacias ficam 
ávidas por oxigenio, estimulando a eritropoiese. 
Hormonios: Heritropoetina e Testosterona (A 
quantidade de hemoglobina habitual é 
influenciado pelo sexo.). 
- Substrato para hematopoiese: 
Ferro, vitamina B12 e Folato. 
- Hemoglobina: 
A hemoglobina é constituida por 4 cadeias de 
Globina + 4 grupamentos Heme (Ferro mais 
protoporfirina). As globinas podem ser do tipo 
alfa, beta, gama e delta). Tipos de hemoglobina: 
Hemoglobina A(97%): 2 globinas alfa e 2 beta; 
Hemoglobina A2(2%): 2 alfa e 2 delta; 
Hemoglobina F(1%): 2 alfa e 2 gamas. 
Obs.: A síntese da heme ocorre na mitocôndria e 
a síntese da globina ocorre nos ribossomos dos 
eritroblastos. 
 
- Hemoglobina e oxigênio: 
O oxigênio se combina de maneira fraca com a 
porção heme e, por isso, quando a pressão 
parcial de oxigênio é alta, como nos capilares 
pulmonares, o oxigênio se combina com a 
hemoglobina, entretanto, quando a pressão de 
oxigênio é baixa, com nos capilares teciduais, 
ocorre o processo inverso, isto é, o oxigênio é 
liberado da hemoglobina para os tecidos. 
Hemograma 
 Fases: 
• Pré-analitica: são as váriaveis fisiológicas 
(gênero, idade, clínica, hora da coleta); a 
coleta/manipulação das amostras; Fator 
endógeno (anticorpo e medicações em uso 
contínuo.). 
• Fase analítica; 
• Fase pós-analítica. 
 
O hemograma é dividido em série vermelha, 
branca e plaquetaria: 
I. Série Vermelha: 
- O exame qualitativo dos eritrócitos é feito por 
esfregaço do sangue periférico. No esfregaço, 
pode-se analisar a forma, o tamanho e as 
características tintoriais dos eritrócitos. 
- Conceitos Importantes: 
Polictemia: Aumento além do fisiológico de 
Hemoglobina; 
Anemia: Diminuição além do normal de Hb. 
- Valores Normais: 
 
- Alterações morfológicas encontradas no 
esfregaço: 
 
- Índice Hematimétrico: 
Avaliam as características dos eritrócitos quanto 
ao volume e o conteúdo de hemoglobina. São 
representados pelo: 
 Hemoglobina (HB): Quantidade de 
hemoglobina em 100ml de sangue. 13g/dl 
para homens; 12g/dl para mulheres; 
11g/dl para gestantes e crianças entre 6 
meses e 6 anos. 
 HEMATÓCRITO (HT): Volume total de 
hemácia em relação ao volume de sangue 
total. Homens: 0,41 a 0,51 l/l ou 41 a 51%; 
mulheres: 0,37 a 0,47 l/l ou 37 a 47% 
 VCM: Volume médio ocupado pela 
hemácia no sangue; 
 HCM: Peso correspondido as hemoglobina 
no sangue. 
 CHCM: Concentração média de 
hemoglobina por hemácia em 
determinado volume. 
 RDW: Diferença de tamanho entre as 
hemáicias. 
 
II. Série Branca: 
 
- Também chamados de Leucócitos. 
- Os principais representatens são os Neutrofilos. 
Eles se diferenciam em varias células como 
mostrado abaixo até chegar aos 
Polimorfonucleados (PMN – forma 
seguimentada), que são as principais células 
brancas encontradas no sangue periférico. 
 
- Também analisa os Eosinofilos, Basófilos,Monócitos e Linfócitos. 
- Ao analisar o leocograma não deve-se olhar 
apenas o valor absoluto, pois uma célula pode 
estar diminuida e a outra aumentada, com isso 
pode parecer normal. 
 
 
 
- Termo importantes: 
Desvio a esquerda: A produção das células 
leucocitarias é representada da esquerda para a 
diteira, portanto quando há aumento das formas 
jovens na corrente sanguínea dessas células, diz-
se ter um desvia para a esqueda. Os bastonetes 
estarão maior que 500mm3. 
 
III. Série Plaquetaria: 
- É analisado a quantidade de plaqueta cirgulante 
e não sua morfologia. 
 
 
ANEMIAS 
 
 Definição: 
- Anemia é definida como a redução de glóbulos 
vermelhos (hemácias) ou insuficiência em 
oxigenar adequadamente os tecidos. Raramente 
é uma doença por si só, sendo, quase sempre, 
consequência de alguma anormalidade genética 
ou adquirida. Segundo a OMS, a anemia é 
caracterizada pela redução dos níveis de 
hemoglobina. 
- A deficiência de ferro é a causa mais frequente 
de anemia, seguida pela anemia de doenças 
crônicas, hemólise e sangramento oculto. 
 Manifestações Clínicas = “Síndrome 
Anêmica”: 
- É mais intenso em anemias de instalação mais 
rápida e mais graves. 
- Os principais sintomas são: Dispneia aos 
esforços, palpitações e taquicardia, intolerância 
aos esforços, astenia, vertigem postural, 
cefaleia, palpitação, podendo apresentar 
descompensação de comorbidades 
cerebrovasculares, cardiovasculares ou 
respiratórias. 
- É importante questionar durante anamnese as 
perdas macroscópicas de sangue, dieta e hábitos 
alimentares, comorbidades e medicamentos em 
uso. O exame físico geralmente mostra palidez 
cutaneomucosa, além de ajuda bastante pois a: 
• Glossite e queilite angular, deve pensar nas 
anemias carências; 
• Icterícia é um achado comum nas anemias 
megaloblásticas e hemolíticas; 
• Esplenomegalia sugere anemia hemolítica ou 
neoplasias hematológicas; 
• Petequeias indicam possível plaquetopenia, 
presente na anemia aplásica e nas leucemias 
agudas; 
• Deformidades ósseas na face e crânio falam a 
favor de talassemia. 
 Etiologia: 
- Pode ser causada pela redução da produção de 
hemacia (hipoproliferativa), pela eritropoiese 
ineficaz, aumento da destruição das hemacias e 
perda sanguinea aguda (anemia hiperproliferativa 
ou regenerativa). 
 
 Adaptação Fisiológica á Anemia: 
- 2 mecanismos amenizam a hipoxia causada pela 
anemia: 
 Aumento do Debito Cardiaco – maior 
fluxo organico mantem a oxigenação 
tecidual, mesmo com menos O2. 
 Aumento da concentração do 2,3 DPG 
(Glicose difosfato) na hemacia – diminui a 
afinidade de O2 pela hemoglobina, 
facilitando a extração de O2. 
 Classificação das anemias pelo indice 
amantimetricos: 
- As anemias podem ser divididas em 3 tipos de 
acordo com o VCM em microcitica, normocitica e 
macrocitica. E em 2 tipos pelo HCM em 
Normocrômica e Hipocrômica. 
1. Anemias Microcíticas Hipocrômicas: 
- A microcitose é definida por um VCM baixo, 
e a hipocromia por um HCM baixo. 
- Causas: anemia ferropriva; talassemia; 
anemia sideroblástica; anemia do 
hipertireoidismo. 
2. Anemias Macrociticas: 
- VCM > 100 fL. 
- A causa clássica de anemia macrocítica é a 
anemia megaloblástica (carência de fo- 
lato e/ou B12). Outras causas são as 
síndromes mielodisplásicas (anemia 
sideroblástica); anemia aplásica; anemias 
hemolíticas. 
3. Anemias Normociticas Normocromicas: 
Anemia ferropriva, fase inicial; anemia de 
doença crônica; anemia da IRC; 
hipotireoidismo, hipoadrenalismo; anemia 
aplásica; anemia multicarencial – ferropriva e 
megaloblástica. 
 
 
ANEMIA FERROPRIVA 
 
 Introdução: 
- É a anemia mais recorrente no mundo. A 
carência de ferro é mais prevalente nos países em 
desenvolvimento, onde a alimentação é pobre 
nesse metal e rica em cereais (que inibem a 
absorção intestinal de ferro), e onde a 
prevalência das parasitoses intestinais ainda é 
alta. 
- É de fundamental importância saber que a 
anemia ferropriva não é o diagnóstico final. Por 
trás do quadro anêmico existe quase sempre uma 
doença de base, que cause hemorragia ou 
carencia nutricional. 
 Metabolismo do Ferro: 
- Quantidade corporal: De 50 mg/kg no homem e 
35 mg/kg na mulher. 
• 70-75%: é encontrada nas hemácias, ligada ao 
heme da hemoglobina. 
• 25% : encontrada nas proteínas ferritina e 
hemossiderina, que formam os 
“compartimentos armazenadores de ferro”, 
(mucosa intestinal, baço e medula óssea). 
• 2%: Circulando no plasma, ligado à 
transferrina sérica. 
- Proteinas que se ligam ao ferro: 
• Ferritina: é a principal responsável pelo 
armazenamento de ferro no organismo: Na 
ausencia do ferro ela se encontra na forma de 
apoferritina. Sua liberação é rápida. 
Apoferritina + Ferro = Ferritina. 
• Hemossiderina: Funciona também como uma 
proteína “armazenadora de ferro”, porém de 
liberação muito mais lenta. 
 
• Trasferrina: é uma proteína sintetizada pelo 
fígado responsável pelo transporte do ferro 
no plasma. 
• Hepcidina: hormônio sintetizado no fígado, 
desempenha um papel central na regulação 
do metabolismo do ferro: ela tem a 
capacidade de se ligar à ferroportina, inibindo 
o transporte de ferro pela membrana 
basolateral do enterócito em direção ao 
plasma. A hipóxia inibe a sua síntese, ao passo 
que o ferro e citocinas inflamatórias 
estimulam sua produção. 
 Ciclo do ferro: 
1. Intestino: 
Existem duas formas de ferro proveniente da 
dieta: forma heme e forma de ferro inorgânico. 
Esse elemento será absorvido no intestino 
delgado (duodeno e jejuno proximal), 
principalmente na forma heme (30%) e o restante 
será eliminado. 
 
A forma Heme é absorvida diretamente na luz 
intestinal, já a forma inorgânica o íon férrico 
precisa se trasformar em íon ferroso (ao entrar 
em contato com o Ph ácido do estômago) para 
ser absorvido. 
 
O ferro absorvido na mucosa intestinal, tem dois 
destinos básicos: ser armazenado na forma de 
ferritina presente nas células da mucosa ou ser 
transportado para o sangue pela ferroportina 
ligando-se, depois, à transferrina plasmática. 
O ferro absorvido pelas células da mucosa 
intestinal só será repassado para a transferrina se 
necessário. Caso contrário, será armazenado e a 
descamação irá eliminá-lo pela via fecal. 
 
2. Plasma: 
Das células da mucosa intestinal, o ferro ganha 
a corrente sanguínea e se distribui para diversos 
tecidos, em especial a medula óssea e o fígado. 
Ele circula ligado a transferrina. Apesar de apenas 
2% do ferro corporal total estar ligado à 
transferrina, ela é um elemento crucial no 
chamado “ciclo do ferro”. É através dela que o 
ferro chega aos precursores eritroides da medula 
óssea, que possuem grande quantidade de 
receptores de transferrina em sua membrana. 
3. Medula óssea: 
A trasferrina atinge receptores nas membranas 
dos eritroblastos, onde ocorre internalização 
desse complexo, o ferro de dissocia e a 
trasferrina e exocitada da célula. Esse ferro na 
medula poderá ser armazenado (ferritina) ou irá 
constituir o heme da hemoglobina. 
4. Baço: 
No baço ocorrerá a hemocaterese e a 
hemoglobina irá se dissociar m globina e heme. 
Como resultado da degradação do heme o ferro 
estará disponívelno interior do macrófago que 
poderá ser estocado pela ferritina e 
hemossiderina nos proprios macrofagos ou ser 
liberado no plasma para se ligar a trasferrina. 
Obs.: Há 3 doenças que aumentam 
patológicamente a absorção intestinal de ferro: 
Talassemia, anemia sideroblastica e 
hemocromatose primária. 
 Causas: 
• Sangramento: Sangramento crônico do trato 
gastrointestinal é a principal causa. Mas 
também pode ser causada por Hemorragia 
aguda. 
• Deficiência na absorção: Paciente celíaco por 
exemplo. 
• Ingestão menor que a demanda: Raro. 
 Quadro clínico: 
- Astenia, insônia, palpitações, cefaleia, palidez de 
mucosa, fadiga, dispneia aos esforços e sopro 
sitolico de hiperfluxo. 
- Pode estar presente também a quelíte angular, 
Glossíte atrofica e coiloníquia (unha em colher) e 
aperversão do apetite. Diagnóstico: 
É feita pelo laboratorio de ferro. 
• Hemograma: Inicialmente é normocítico e 
normocrómico, porém ne uma segunda fase 
torna-se microcítica e hipocrômica, hemácia 
em alvo, hemácia em forma de lápis, 
hematocrito baixo, VCM baixo, RDW 
aumentado e trombocitose.
• Ferro sérico: Deve ser interpretado junto com o 
valor de Ferritina e do TIBC. 
• Ferritina sérica: É o teste indicado para 
diagnosticar anemia ferropriva. Primeiro 
marcador a ser alterado, por isso é o mais 
importante!! 
 
• TIBC: Reflete os sítios totais de ligação da 
transferrina e, portanto, varia de acordo com 
a concentração da transferrina sérica. Nos 
casos de ferropriva, o TIBC encontra-se 
elevado, acima de 360 mg/dl e quase sempre 
acima de 400 mg/dl, em função de um 
aumento na produção de transferrina pelo 
fígado, em resposta à carência de ferro. 
 
Exame padrão ouro: Mielograma com pesquisa 
de Fe medular (pouco usado). 
 Tratamento: 
1. Sulfato ferroso via oral: Estomago vazio e fazer 
a ingestão com alimento ácido. 
 
 
2. Ferro parenteral: Ferro-dextran. 
 
- Objetivo do tratamento: 
 
ANEMIA MEGALOBLASTICA 
 
 Introdução: 
- A anemia megaloblástica é um distúrbio 
causado por um bloqueio na síntese do DNA, que 
faz a divisão celular se torna lenta. Esta 
anormalidade é uma assincronia entre o núcleo e 
o citoplasma e as células se preparam para uma 
divisão que não ocorre, como resultado, acabam 
se tornando maiores. As células mais afetadas são 
as de renovação rápida, como as precursoras da 
Medula Óssea e as células da mucosa do trato 
gastrointestinal. 
- Na anemia megaloblástica ocorre anormalidade 
morfológica nos núcleos dos progenitores 
eritroides no interior da medula óssea. Os 
eritroblastos que desenvolvem essa alteração 
nuclear são reconhecidos como megaloblastos, 
logo, células defeituosas são destruídas pelos 
macrófagos da medula óssea. 
 Fisiopatologia: 
A anemia megaloblástica deve ser atribuída à 
carência de vitamina B12 e/ou ácido fólico. 
A. Ácido Fólico: 
- O ácido fólico (folato) tem como principal fonte 
natural os vegetais verdes frescos, fígado, aveia e 
frutas, nas quais ele se encontra sob a forma de 
poliglutamato. O folato da dieta é absorvido 
pelo duodeno e jejuno proximal pela enzimas 
carboxipeptidases, capazes de converter o 
poliglutamato em Metiltetraidrofolato, a 
principal form de absorção. Logo após ser 
absorvido, o Metiltetraidrofolato (MHTF) circula 
no plasma, ligado a proteínas. Ao penetrar nas 
células, o grupamento metil é retirado pela 
enzima metionina sintase, liberando no 
citoplasma o Tetraidrofolato (THF), forma ativa. 
- O maior reservatório corpóreo de folato é o 
fígado, responsável por metade das reservas. O 
folato é secretado na bile, para ser reabsorvido 
no jejuno (ciclo êntero-hepático), além de ser 
excretado na urina. 
- O balanço negativo de folato geralmente é 
decorrente de uma dieta inadequada, da má 
absorção ou da utilização exagerada da vitamina. 
- Sinais clínicos de deficiência de folato: 4-5 
meses após o início das perdas. 
- A sulfasalazina e alguns anticonvulsivantes 
interferem na absorção do folato. A hemodiálise 
também causa perda excessiva. 
- Existe uma interdependência do metabolismo 
do ácido fólico e da cobalamina, uma vez que 
a vitamina B12 é necessária para a manutenção 
do folato no meio intracelular (conversão do 
metiltetraidrofolato tetraidrofolato). 
B. Vitamina B12: 
A vitamina B12 ou cobalamina não consegue ser 
sintetizada no corpo humano, devendo fazer 
parte da dieta. As únicas fontes dietéticas dessa 
vitamina são as carnes, ovos e laticínios. A 
metade das reservas estão presentes no Fígado e 
o estoque corporal de cobalamina é bastante 
duradouro. 
- A absorção da vitamina B12: 
A cobalamina da dieta vem sempre ligada às 
proteínas alimentares, precisando sofrer a ação 
do ácido gástrico e da pepsina para se 
desprender. Durante a digestão gástrica, a 
vitamina B12 é liberada e imediatamente se liga a 
uma glicoproteína: o ligante R, secretado na 
saliva e na mucosa gástrica. 
OBS.: Anemia megaloblástica X anemia 
Macrocítica: 
Anemia macrocítica: é qualquer anemia com 
hemácias de tamanho e volume aumentado, 
ou seja, com VCM (VolumeCorpuscular 
Médio) alto. 
Anemia megaloblástica: é apenas uma das 
causas de anemia macrocítica. 
Dividimos as anemias macrocíticas em dois 
grupos: 
 Anemia megaloblástica; 
 Anemias macrocíticas não 
megaloblásticas 
(ex.: síndromes mielodisplásicas.). 
 
No duodeno, o complexo vitamina B12-Ligante R 
é dissolvido sob a ação das proteases secretadas 
pelo pâncreas. Dessa forma, a vitamina B12 é 
liberada, sendo então captada pelo Fator 
Intrínseco (FI). O FI é uma glicoproteína produzida 
pelas células parietais do fundo e corpo gástricos, 
secretada em paralelo com o ácido clorídrico. 
 
O complexo vitamina B12-FI prossegue até o íleo 
distal, onde receptores específicos da mucosa 
ligam o complexo e possibilitam finalmente a 
absorção da vitamina. Cerca de 99% da absorção 
da vitamina B12 só se dá ligada ao FI. 
 
No interior da célula da mucosa ileal, a 
cobalamina se liga a uma proteína 
transportadora, a transcobalamina II (TC-II), que a 
transporta para o plasma. Entretanto, a meia-vida 
da TC-II é muito curta, e a cobalamina que se 
desprende do carreador recém-destruído passa a 
ser carreada pela TC-I (o maior carreador de 
vitamina B12 no plasma) e TC-III. 
Bioquímica do Ácido Fólico e da Vitamina 
B12 
1- Ácido Fólico 
O folato participa da metilação de algumas bases 
nitrogenadas. Sem a metilação adequada do 
DNA, os precursores hematopoiéticos começam a 
ter dificuldades na maturação do núcleo. 
2- Vitamina B12 
A cobalamina é cofator de duas importantes 
reações: 
- Primeira reação: Está ligada ao metabolismo do 
folato. O Metiltetraidrofolato precisa ser 
convertida no Tetraidrofolato (THF), ou “folato 
ativo”. Isso é feito utilizando a cobalamina como 
cofator. 
 
Portanto, a deficiência de B12 impede a formação 
de THF. Em outras palavras: a deficiência de B12 
provoca um “estado de deficiência celular de 
folato”. 
- Segunda reação: É a conversão do metilmalonil 
CoA em succinil CoA. Na deficiência de B12, os 
níveis séricos e urinários de ácido metilmalônico 
aumentam significativamente e isso pode ser 
utilizado para fins diagnósticos. 
OBS.: O quadro neurológico, próprio da carência 
de B12, deve-se principalmente: A metionina, 
pois quando não formada adequadamente, 
promove uma diminuição da produção de 
fosfolipídios contendo colina, que são elementos 
fundamentais na formação da bainha de mielina. 
Origem das deficiências Vitamínicas: 
Causas de deficiência de ácido fólico e vitamina 
B12: 
 
 
Anemia Perniciosa é a doença que mais 
comumente causa deficiência de cobalamina, 
enquanto que o alcoolismo, a gestação e a 
desnutrição figuram como os principais fatores 
associados à carência de folato (baixa ingestão de 
frutas e vegetais). 
 
 Manifestações Clínicas: 
1. Deficiência de B12: 
 Anemia megaloblástica. 
 Distúrbios neuropsiquiátricos. 
 Glossite. 
Grande parte dos pacientes com carência de B12 
apresenta manifestações hematológicas, na 
mucosa gastrointestinal e neuropsiquiátricas. 
Manifestações Hematológicas 
Palpitações, fraqueza, cefaleia, irritabilidade 
etc. Estes pacientes são capazes de tolerar 
baixíssimos níveis de hemoglobina, pois a anemia 
megaloblástica é uma anemia de instalação 
insidiosa. Eventualmente há petéquias e púrpuras 
devido à presença de trombocitopenia. 
Manifestações Digestivas 
Podemos observar diarreia e perda ponderal, 
ambos decorrentes de má absorção. Os pacientes 
muitas vezes queixam-se de uma sensação 
dolorosa na língua, que se mostra avermelhada e 
com atrofia de papilas (glossite). 
Manifestações Neurológicas 
Estas podem ocorrer com o hemograma 
absolutamente normal e somente com a 
vitamina B12 sérica baixa. 
Os achados neuropsiquiátricos, incluem: 
• Parestesia em extremidades (alteração mais 
precoce) decorrente de umapolineuropatia; 
• Diminuição da sensibilidade profunda 
(proprioceptiva e vibratória); 
• Desequilíbrio, marcha atáxica, sinal de 
Romberg, refletindo a perda da 
propriocepção inconsciente nos membros 
inferiores; 
• Fraqueza e espasticidade nos membros 
inferiores, refletindo uma síndrome piramidal 
nos membros inferiores; 
• Déficits cognitivos, demência e psicoses. 
 
2. Deficiência de Ácido Fólico: 
 Anemia megaloblástica. 
 Glossite. 
Os pacientes com deficiência de folato 
geralmente estão mais desnutridos do que 
aqueles deficientes em cobalamina. As 
manifestações clínicas são semelhantes, exceto 
por dois fatores importantes: 
• Achados do aparelho digestivo são mais 
exuberantes; 
• Não ocorrem manifestações neurológicas. 
 Diagnóstico: 
Hemograma: 
• VCM aumentado (quando nos deparamos 
com um VCM superior a 110 fL, o diagnóstico 
é bem provável de anemia megaloblástica). 
• CHCM encontra-se com valores normais 
(síntese da hemoglobina continua). 
• Anisocitose, com aumento do RDW é comum. 
 
Sangue Periférico: 
A alteração mais característica são os Neutrófilos 
hiperseguimentados (um neutrófilo contendo 
seis ou mais lobos; e presença de pelo menos 5% 
de neutrófilos com cinco lobos). 
O achado desses neutrófilos plurissegmentados é 
quase patognomônico de anemia megaloblástica. 
Medula Óssea: 
Hipercelular, alterações megaloblásticas. 
Dosagem de B12 e Folato 
 Tratamento: 
1. B12: 
• Via oral: Para deficiência leve. 
• IM ou parenteral: Utilizadas na maioria dos 
casos pois o principal problema está na 
absorção. 
 
2. Folato: 
• Via oral: Principal forma de tratamento 
(5mg/dia via oral).

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