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COMPORTAMENTO RESPONDENTE • Em psicologia, quando falamos sobre comportamento reflexo, o termo reflexo não se refere a capacidades ou habilidades, mas, sim, a uma relação entre uma ação e o que aconteceu antes dela. Neste caso, o que o indivíduo fez é chamado de resposta, e o que aconteceu antes da resposta – e a produziu – é chamado de estímulo. Reflexo, portanto, é uma relação entre um estímulo e uma resposta, é um tipo específico de interação entre um organismo e seu ambiente; • Dito em termos técnicos, o reflexo é uma relação na qual um estímulo elicia (produz) uma resposta; • É uma relação: mudança no ambiente, mudança no organismo. O que é reflexo? É comum aos seres humanos intactos – aqueles biologicamente saudáveis (Leonardi e Nico, 2012) – passarem por experiências como: • Som alto e repentino – Sobressalto • Situação de ameaça – Taquicardia, sudorese, tremor • Descida repentina – Frio na barriga • Luz forte – Contração da pupila • Seio na boca do bebê – Sucção Mudança no ambiente, mudança no organismo: • Lei da Intensidade e Magnitude: A lei da intensidade-magnitude estabelece que “a intensidade do estímulo é uma medida diretamente proporcional à magnitude da resposta” (Moreira e Medeiros, 2007, p.22), ou seja, quanto mais forte o estímulo, mais forte a resposta. Por exemplo, quanto maior a surpresa, maior o susto. Quanto mais quente, maior a quantidade de suor. Quanto maior a voltagem no choque, maior o sobressalto. Na tirinha de Calvin, quanto mais rápido a cadeira virasse, maior seria seu susto. A intensidade de um estímulo é diretamente proporcional a magnitude da resposta. • Lei do Limiar Moreira e Medeiros (2007) explicam que “para todo reflexo existe uma intensidade mínima do estímulo necessária para que a resposta seja eliciada” (p.23). Em outras palavras, não é qualquer estimulação que irá provocar o reflexo. Há a necessidade de uma intensidade mínima para que isso aconteça. Um som baixo, por exemplo, ainda que repentino, pode não ser capaz de provocar um sobressalto. Um som alto e repentino, por sua vez, pode fazê-lo. • Lei da latência A lei da latência fala sobre o intervalo de tempo entre a apresentação do estímulo e a ocorrência da resposta (Moreira e Medeiros, 2007). Se, por exemplo, uma resposta ocorre três segundos após a apresentação do estímulo, dizemos que ela teve uma latência menor do que outra que demorou 5 segundos. Uma variável que interfere diretamente na latência da resposta é a intensidade do estímulo apresentado. Quanto mais intenso ele for, mais rápido a resposta ocorre – ou seja, menor é sua latência. A exemplo disso, pense em uma superfície quente. Quanto mais quente ela estiver, mais rápido a pessoa sentirá dor. O tempo de resposta será inversamente proporcional a intensidade do estímulo. A intensidade do estímulo também tem uma relação diretamente proporcional à duração da resposta: quanto maior a intensidade do estímulo, maior será a duração da resposta. S LATÊNCIA (tempo) R A força de um reflexo é relativa a Magnitude/Duração/Latência da Resposta. Reflexo fraco: latência longa, magnitude pequena, duração curta de R. Reflexo forte: latência curta, grande magnitude e duração longa da R. Força do Reflexo • Sobre as relações descritas por essas três leis do reflexo, é necessário lembrar que há um limite para as modificações do organismo em função das intensidades dos estímulos. Com o aumento na intensidade do estímulo, o aumento na magnitude e na duração da resposta não é ilimitado. Ou seja, chega um ponto em que aumentos na intensidade do estímulo não serão acompanhados de aumentos correspondentes na magnitude e na duração da resposta. O mesmo ocorre com a latência da resposta, a qual não continuará a diminuir mesmo que se aumente a intensidade do estímulo. Quando um determinado estímulo, que elicia uma determinada resposta, é apresentado ao organismo várias vezes seguidas, em curto intervalos de tempos, observamos algumas mudanças nas relações entre o estímulo e resposta. A) Habituação: um mesmo estímulo é apresentado várias vezes em curto intervalos de tempo, na mesma intensidade, podemos observar um decréscimo na magnitude da resposta. B) Potenciação: medida que NOVAS eliciações ocorrem, a magnitude da resposta aumenta. Efeitos de Eliciações Sucessivas da Resposta: 50 50 60 70 80 90 100 50 50 40 30 20 10 5 0 20 40 60 80 100 120 Potenciação Habituação A capacidade de aprender novos reflexos passa é importante para sobrevivência da filogenia. • Ivan Petrovich Pavlov, um fisiologista russo, ao estudar reflexos inatos, observou que seus sujeitos experimentais (cães) haviam aprendido novos reflexos; ou seja, estímulos que não eliciavam determinadas respostas passaram a eliciá-las. Ao fenômeno da aprendizagem de um novo reflexo, em sua homenagem, deu-se o nome de condicionamento pavloviano, também conhecido como condicionamento clássico ou condicionamento respondente. • Pavlov fez isso várias, várias e várias vezes, emparelhamento de estímulos. Condicionamento Respondente/Clássico/Pavlov: • Estímulo Neutro: NS • ESTÍMULO INCONDICIONADO: US • RESPOSTA INCONDICIONADA: UR • ESTÍMULO CONDICIONADO: CS Vocabulário do condicionamento Clássico: REFLEXO US → UR Borrifar água no rosto Esquiva reflexa da cabeça para o lado oposto. CONDICIONAMENTO RESPONDENTE NS : US → UR Som da campainha Água borrifada no rosto Esquiva reflexa da cabeça para o lado oposto. CONDICIONAMENTO RESPONDENTE CS → CR Som da campainha Esquiva reflexa da cabeça para o lado oposto Questão 01: Flávio adorava nadar no lago próximo à sua casa. Uma tarde, após nadar no lago, descobriu duas repugnantes sanguessugas enormes grudadas em sua perna. Ele ficou enjoado ao puxá-las da sua perna. Hoje, toda vez que ele passa pelo lago sente um mal-estar. Questão 02: Sempre eu a pequena Sara, de dois anos, ouvia à campainha saía correndo em direção à porta da frente. Na noite de Halloween, ela atendeu à porta e encontrou um monstro assustador com 9 anos piscando. Sara gritou de pavor e saiu correndo. Agora, ela grita e se esconde toda vez que a campainha toca. Ycaro pegava ônibus todos os dias ao ir para o trabalho. Mas certo dia, um grupo de assaltantes tomou o ônibus e agrediram um dos passageiros, o que causou reações fisiológicas fortes em Ycaro, sempre que passa pelo ponto de ônibus, Ycaro sente seu estomago “embrulhar”. Identifique e organize: NS, US, UR, CS E CR. Watson e o Experimento do Pequeno Albert COMBINAÇÃO DE S DIFERENTES: PROCESSOS Similaridade física/topográfica entre NS e CS. No caso do pequeno Albert, os pesquisadores observaram que o menino experimentou a generalização de estímulos ao mostrar medo em resposta a estímulos semelhantes, incluindo um cão, um coelho, um casaco de pele, uma barba branca de Papai Noel e até mesmo o próprio cabelo de Watson. A generalização de estímulos também explica por que o medo de um determinado objeto muitas vezes afeta muitos objetos semelhantes CS : [US->UR] NS semelhante a CS NS: [US -> UR] Generalização Respondente Um sujeito pode ser ensinado a discriminar entre estímulos semelhantes e só responder a um estímulo específico. Em outro experimento clássico realizado em 1921, Shenger-Krestovnika emparelhou o sabor da carne (o estímulo incondicionado ) com a visão de um círculo. Os cães, em seguida, aprenderam a salivar ( resposta condicionada ) quando viram o círculo. Os pesquisadores também observaram que os cães começavam a salivar quando apresentados a uma elipse, que era semelhante, mas um pouco diferente da forma de círculo. Depois de não conseguir emparelhar a visão da elipse com o sabor da carne, os cães foram capazes de discriminar, eventualmente, entre o círculo e elipse. Generalização e Discriminação de estímulos Supressão da relação CS -> US e diminuição de CS -> CR CS:[US->UR] (-CS): [US->UR] ou CS: [-US->UR]CS -/> CR Extinção Respondente Diminuir efeito da extinção. Exposição gradual/escala crescente de NS com propriedades físicas e semelhantes a CS. (extinção em pequenos passos) US -> UR NS1: [US -> UR] CS1 : [US -> UR] Exposição gradual a S semelhante topograficamente a CS1 escala crescente de intensidade de estímulos NS1 . NS2 . NS3 . CS1 . Dessensibilização Sistemática Aprendizagem de um comportamento que é contrário daquele observado. Ou seja Emparelhamento de CS contrários -> diminuir CR Usado para reverter condicionamentos que a CS elicia respostas emocionais indesejáveis. CS : [US -> UR] + CS : [US2->UR2] (contrário) = CS:[US->UR diminui] Exemplo: Fazer aulas de violão para não roer as unhas Contracondicionamento • Quando um estimulo já tem uma historia de condicionamento anterior e impede o condicionamento de outro estimulo novo, diz-se que o primeiro bloqueou o condicionamento do segundo estimulo. Este procedimento e o bloqueio. A medida que os estímulos estão sendo manipulados ou possuem valor preditivo. US -> UR NS1: [US -> UR] CS1: [US -> UR] -------------------- US -> UR NS1+NS2: [US-> UR] CS1: [US -> UR] S1 é mais efetivo que S2 na eliciação de R Bloqueio • Quando os estímulos de um composto não se tornam igualmente efetivos como CSs, diz-se que o estimulo mais efetivo sombreia o menos efetivo. US -> UR NS1+NS2: [US -> UR] CS1: [US -> UR] (MAIOR) CS2: [US -> UR] (MENOR) S1 é mais efetivo que S2 na eliciação de R Sombreamento Uma luz (S1) e um som (S2) são apresentados pro rato na caixa, ambos combinados produzem respostas nele. No entanto, se forem apresentados separadamente, será observado que na presença de S1 se mantém as respostas, na mesma frequência, no entanto, na presença de S2 as repostas decaem. A Luz sombreou o som. Condicionamento respondente que se estabelece a partir de um estímulo condicionado com estímulo neutro. CR2 é mais fraco, extinção mais fácil. (Contingência; função; dependência; predição, posteriori): NS1 : [US -> UR] CS1 : [CS1 -> CR1] NS2 [ CS1 : {US -> UR} ] Quanto maior a Ordem, menor Rm. NS1: [US -> UR] > NS1 + NS2 > CS2 -> CR1 • Exemplo: Dentista (motor, cheiro de violeta genciana, o profissional, a sala) Condicionamento de Ordem Superior • Dispositivo experimental em que dois estímulos (entre os quais não há generalização de estímulo) são apresentados repetida e consecutivamente, após o que o animal é condicionado para reagir de modo específico ao segundo. O pré-condicionamento sensorial manifesta-se se o primeiro estímulo provocar a reação condicionada. (contiguidade, priori, emparelhamento do contexto). NS1 + NS2 NS1: [US -> UR] CS1 -> CR1 CS2 -> CR1 ... NS1+NS2 > NS1: [US->UR] > CS2 -> CR1 Pré condicionamento Sensorial • O condicionamento de segunda ordem acontece quando um estímulo condicional B (previamente pareado com um estímulo incondicional A, ou seja, BA) é precedido por um estímulo neutro C (CB), sendo que após esse pareamento, o C acaba adquirindo propriedade do estímulo A (de forma indireta) através do pareamento com B. Já no pré-condicionamento sensorial dois estímulos previamente neutros A e B são primeiramente pareados, AB; depois B (estímulo neutro) é pareado a um estímulo incondicional C (BC), e após o pareamento o estímulo B adquire propriedades evocativas e eliciadoras do estímulo C; depois disso, por A ter sido anteriormente pareado com B, é esperado que A também tenha adquirido propriedades de C (Catania 1998/1999; Flaherty, 1985).
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