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1 A EVOLUÇÃO DA DANÇA E SUA IMPORTÂNCIA NA VIDA DO SER HUMANO Denilson Rodrigues Felizardo1 Luiz Fernando Florêncio da Silva¹ Murilo Antunes Pereira¹ Taise Araújo da Rocha¹ Yuri Alexandre dos Santos Roas2 1. INTRODUÇÃO A dança acompanha a evolução dos seres humanos, é sabido por meio das pinturas encontradas nas cavernas, homens e mulheres já dançavam desde a pré-história, já que não tinham linguagem oral, a dança ocupava o papel de comunicação que perdura até os tempos atuais. O objetivo desse estudo é apresentar a evolução da dança e sua importância na vida do ser humano. Será apresentado um breve histórico sobre a dança, sua importância na sociedade onde se apresenta os traços culturais regionais e sua inclusão como atividade física, além da busca pela saúde física e mental, inclusão social, e prática pedagógica no ensino escolar. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A dança está presenta na vida do ser humano desde o tempo pré-histórico. Segundo Alencar (s/d), “não é possível dizer que alguém a inventou, mas é fato que ela está presente desde a pré- história. A expressão corporal é um dos principais elementos no desenvolvimento da linguagem nos seres humanos - e existem pinturas rupestres nas quais podemos ver cenas que lembram pessoas dançando”. Com o passar do tempo, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que seriam capazes de criar outros ritmos, conciliando os passos com as mãos, através das palmas. 1Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - 06/07/20 2 Figura 1: Pintura encontrada em Lérida (Espanha). Cerca de 8300 a.C. Disponível em: <https://www.escoladigital.pb.gov.br/odas/pintura-rupestre-de-lerida-espanha>. Acesso em: 26 Jun 2020. No mesmo passo da evolução humana, no período da antiguidade a dança ganhou seus ritmos em diferentes povos, tornando-se culturais, tendo destaque na sociedade como interações, rituais religiosos em cerimônias, sentimentos físicos dramáticos, líricos. Avançando para a idade média, a dança passou por um período sombrio ao ponto de vista religioso. A Igreja Cristã considerou uma atividade sem escrúpulos e libertinagem, condenando-a absolutamente, tentou proibir completamente a arte, sem nunca conseguir extingui-la de fato. Perdeu o sentido religioso e passou a ser dança de comemorações festivas, com as adaptações das danças dos camponeses, ao modo de vida dos aristocratas (STEVENS, 1977; apud LIBERALI, 2015). Neste período medieval, surgiu novas danças e ritmos, A partir do século VI, os povos europeus inventaram estilos de danças divertidas para praticar em grupos em torno de um cantor. A dança e a música eram duas atividades inseparáveis: as pessoas reproduziam o coro do cantor enquanto dançava ao seu redor. Principais danças do período medieval: • Estampie: era apreciada pela corte francesa, uma espécie de sapateado acompanhado por música instrumental; • Saltarello: popular entre as cortes medievais e renascentistas italianas. Leve e alegre, era uma “dança saltitante” • Carola: modalidade de maior registro de dança na Idade Média, desde os séculos XII e XIII. Praticada por um grupo de dançarinos de mãos dadas e em círculos. • Branle: uma dança de camponeses onde os dançarinos seguiam o líder. • Tarantela: popular entre os séculos XIV e XV na região da Campania, Itália - daí a origem de seu nome que deriva de Taranto, cidade no sul da Itália. Consiste na troca rápida de casais, e o ritmo aumenta progressivamente. 3 “A dança voltou a florescer no Renascimento e, neste período, o termo ballet surgiu na Itália, significando bailar, dançar” (EHRENBERG, 2003; apud LIBERALI, 2015, p. 11). O primeiro grande professor de dança da Itália foi Guglielmo Ebreo, que teve papel fundamental na criação do balé como correógrafo do Duque de Urbino. Foi o autor do primeiro tratado de dança, no qual definiu as qualidades do dançarino: • o ritmo (pelo qual ele segue a cadência); • a memória dos passos e suas combinações; • o sentido do espaço (para compor figuras num enquadramento limitado); • ser leve, dominar a arte do salto e a queda elegante; • a maneira (estilo, elegância e coordenação dos movimentos com graça e precisão). Em 1377, Carlos 5º, da França, apresentou ao imperador alemão Carlos 4º um espetáculo com características cênicas que, mais tarde, foram transformadas em balé, com figurantes, cavalheiros, damas e personagens grotescos. Cada grupo executava sua própria coreografia e, ao final, todos participavam de uma dança geral, o grande balé. Com o passar do tempo, a dança evoluiu e se refinou, deixou de ser uma apresentação cortesã para transformar-se em espetáculo cênico, em teatro (LIBERALI, 2015). Em sua evolução, o balé, querendo manter o grau de dificuldade técnica e sua tradição, exige de seus praticantes desempenhos cada vez mais complexos em calçados, como as sapatilhas de ponta e meia ponta, com a finalidade de causar a impressão de um corpo levitando, se distanciando do solo, proporcionando que a bailarina seja um ser etéreo, mais perto do céu, deslizando suavemente sobre o chão, querendo se desprender da terra (LIBERALI, 2015). A partir do início do século XX até tentou modificar os padrões dos movimentos que partiam de fora, dirigidos por uma etiqueta senhorial, um código convencional estabelecido pelo balé clássico, tentando recriar os momentos partindo de dentro. Segundo Portinari (1989; apud LIBERALI, 2015) a dança moderna como um movimento que começou pela rejeição do rigor acadêmico e dos artifícios do balé, preconizando a liberdade expressiva do corpo, na formação pessoal de um fato, uma ideia, uma sensação ou sentimento, o qual é transmitido pelo bailarino através dos movimentos mais livres e irmanados à natureza. A dança perdeu sua força e criatividade no período entre 1940 e 1950 em função do conservadorismo cultural e da Segunda Guerra Mundial. Logo após, Cunningham inaugura nova fase na dança moderna, trazendo uma abordagem diferente para o movimento e o uso do espaço-tempo 4 em suas coreografias, propondo não construir encadeamentos lógicos, nem estruturas narrativas dramáticas, pois não se interessava por conteúdos psicológicos (LIBERALI, 2015). Sem perder o sentido a que foi criado, o Ballet Clássico toma novas formas, mais liberais, novas vestimentas, movimentos que dão liberdade à expressão corporal. Assim, outros estilos de danças vão se criando, principalmente nas periferias das grandes cidades e difundindo por todo o Mundo e criando uma nova cultura como: Hip Hop, Rock, Jazz, Funk, Flamenco, Bolero, Tango, Valsa, Sapateado, Rumba, Danças Esportivas, etc No Brasil, por ser um Pais miscigenado, as mais difundidas são as danças folclóricas regionais que divulgam e defendem suas culturas, como: Samba, Maxixe, Xaxado, Baião, Frevo, Gafieira, Catira, Forró, Batuque, Congada, Lambada, Xote, Vanerão, Chimarrita, etc. Muitos são os derivados dessas danças, que recebem influências principalmente africanas, árabes, europeias e indígenas. Nos centros urbanos existem danças como o funk, o rap, as danças de salão, entre outras, que se caracterizam por acontecerem em festas, clubes, ou mesmo nas praças e ruas. Há também as danças eruditas, como a clássica, a contemporânea, a moderna e o jazz, que podem às vezes ser apreciadas na televisão, em apresentações teatrais, e que são geralmente ensinadas em escolas e academias. Nas cidades do Nordeste e do Norte do país existem danças e coreografias associadas às manifestações musicais, como a timbalada ou o olodum, por exemplo. (BRASIL, 1998, p. 72). A Dança se tornou tão importante como expressão corporal e tão presente no cotidiano do ser humano, que o processo de sua evolução obrigou, naturalmente,à se criar políticas públicas para atender esses aspectos. No Brasil foi introduzido os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, e têm como objetivo levar a Dança para as aulas de Educação Física Escolar, bem como as artes visuais, a música e o teatro para serem aprendidos na escola, na busca de proporcionar ao aluno maior contato com artes que até então não eram aprendidas nas escolas. Neste contexto, a Dança se aproxima diretamente com a educação Física Escolar, por ser esta uma arte que se utiliza do movimento do corpo físico humano para sua prática, o que a classifica dentro da prática dessa disciplina como um elemento de extrema utilidade tendo em vista seu amplo leque de possibilidades de movimentação do corpo (BRASIL, 1998). 5 Figura 2: Dança Circular. Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/- ALTc6TVVwg8/TiMtWVU3vgI/AAAAAAAABXk/Mbe-wj4wGeQ/s1600/DSC07620.JPG>. Acesso em: 26 Jun 2020. A Dança foi incluída nos Parâmetros Curriculares Nacionais e foi reconhecida no Brasil como uma forma de conhecimento a ser aplicada nas aulas escolares, sendo ela uma rica fonte de prática de movimentos corporais alinhado a um conjunto de valores culturais, sendo aplicada nas aulas de Educação Física Escolar (BRASIL, 1998). Sendo um fator importante de inclusão social e melhor qualidade de vida, a dança foi introduzida nas academias esportivas fitness, aproveitando-se apenas de espaço físico amplo e som. Vários são os ritmos utilizados que buscam vários benefícios para saúde corporal, saúde mental, coordenação motora, perda de peso, etc. Os ritmos mais utilizados pelas academias são o Ballet Fitness, Zumba, Batucalê, além de inovações que relacionam e se fundem com várias artes marciais. A dança é uma atividade física que faz bem para todas as idades, mas quando se trata da terceira idade os benefícios são ainda maiores. Após a aposentadoria muitos idosos acreditam que perderam a importância em casa e na sociedade. É comum ouvirmos frases que demonstram o sentimento que alguns carregam: o de serem um peso na vida dos familiares. Aos poucos, a maioria dos idosos deixam de fazer atividades físicas e cultivar uma vida social. É muito importante que o idoso faça alguma atividade física e esteja em contato com outras pessoas. A dança pode ser uma distração eficiente, além de muito prazerosa. A socialização e a alegria da dança ajudam a melhorar o humor e prevenir doenças como depressão e até o Alzheimer. A dança é uma atividade de baixo impacto, o risco de lesão é pequeno. O que a faz ser uma boa alternativa. Alguns dos benefícios da dança na Terceira Idade: • Melhora o equilíbrio, a flexibilidade, alonga e exercita os músculos; • Ajuda a prevenir a depressão; 6 • Eleva a capacidade cardiorrespiratória; • Melhora a qualidade do sono; • Exercita a coordenação motora; • Estimula o convívio social; • Faz bem para a autoestima; • Auxilia a perda e a manutenção de peso. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Tendo em vista os aspectos históricos da dança, podemos observar a importância no desenvolvimento do ser humano e sua evolução através dos tempos. Usada como linguagem de comunicação, expressão corporal, expressão cultural, religiosa, emocional, autoestima, motivação, diversão e na busca de qualidade de vida em todos os aspectos. A dança representa povos e demonstra suas culturas regionais, passando por gerações, venceu conflitos religiosos e perdura até os tempos atuais, com novos e velhos conceitos. No contexto da Atividade Física vemos que a dança está totalmente presente no cotidiano das pessoas, da idade mais tenra à terceira idade. Ultrapassou as barreiras da expressão corporal apenas. A dança e seus ritmos nos trás conhecimentos culturais e educacionais, é tratada como atividade pedagógica nas escolas durante aulas de Educação Física e Artes, bem como terapias no tratamento de saúde e bem-estar, ficando muito além de apresentações teatrais. São muitos os sentidos da dança, mas sem dúvida a promoção humana teve sua maior expressão, contribuindo para nossa evolução corporal e culturalmente. 4. REFERÊNCIAS ALENCAR, Valéria Peixoto de. Dança – Da pré-história ao balé. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/danca-da-pre-historia-ao- bale.htm?next=0004H419U384N>. Acesso em: 24 Jun 2020. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais (PCN): Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998. LIBERALI, Rafaela. Metodologia do ensino de atividade rítmica e dança. Indaial: Uniasselvi, 2015.
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