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Behaviorismo: Estudo do Comportamento

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Behaviorismo
O behaviorismo (do inglês behavior = comportamento) é o conjunto de
abordagens, nascidas nos séculos XIX e XX, que propõe o comportamento
publicamente observável como objeto de estudo da psicologia.
Alguns consideram John B. Watson (1878-1958) o fundador do Behaviorismo
Metodológico por conta de seu manifesto, de 1913, no qual afirma: "A
psicologia, como um behaviorista a vê, é um ramo puramente objetivo da
Ciência Natural.
Seu objetivo teórico é a previsão e o controle do comportamento.
A introspecção não é parte essencial de seu métodos [...] o behaviorista, em
seus esforços para conseguir um esquema unitário das respostas animais, não
reconhece uma linha divisória entre homem e besta." (1913, p. 1, colchetes
adicionados).
Watson defendia o abandono da terminologia mentalista da "psicologia da
consciência" de seu tempo. A rejeição da introspecção como método essencial
e a rejeição da "psicologia da consciência" de seu tempo não significou uma
rejeição ao estudo comportamental de pensamentos, sentimentos e emoções,
como demonstra, por exemplo, o interesse de Watson sobre o tratamento de
medo por meio do condicionamento clássico.
O comportamento, para Watson, é definido por meio de unidades analíticas,
como respostas a estímulos antecedentes. Esses estímulos antecedentes
seriam a causa do comportamento observável por mais de uma pessoa.
Como precedentes do comportamentalismo podem ser destacados os
fisiólogos russos Vladimir M. Bechterev (1857-1927), Ivan P. Pavlov (1849-1936),
o psicológo Edward L. Thorndike (1874-1949), da psicologia animal comparada.
Bechterev, grande estudioso de neurologia e psicofisiologia, foi o primeiro a
propor uma Psicologia cuja pesquisa se baseia no comportamento, em sua
Psicologia Objetiva.
Pavlov, por sua vez, foi o primeiro a propor o modelo de condicionamento do
comportamento conhecido como reflexo condicionado, e tornou-se
conceituado com suas experiências de condicionamento com cães. Sua obra
inspirou a publicação, em 1913, do artigo Psychology as the Behaviorist views
it, de John B. Watson.
Este artigo apresenta uma contraposição à tendência até então mentalista
(isto é, internalista, focada nos processos psicologicos internos, como
memória ou emoção) da Psicologia do início do século XX, além de ser o
primeiro texto a usar o termo "behaviorismo". Também é o primeiro artigo da
vertente denominada "behaviorismo clássico".
Thorndike foi o criador da lei do efeito. Em sua primeira formulação, em sua
tese de doutorado em 1898 (Inteligência Animal), atos são fortalecidos ou
enfraquecidos por conta de seu resultado e, respectivamente, seu prazer e
desconforto resultante. Em uma formulação posterior (1911, o livro "A lei do
efeito"), Thorndike substitiu "prazer" por um termo não hedonistas:
"satisfação". Thorndike também foi um ávido defensor do método
experimental ao propôr o abandono do método anedótico no contexto da
psicologia animal comparada (Abib, 2016, Behaviorismos, reflexões históricas
e conceituais, volume 1, capítulo 5).
Tipos de Behaviorismo:
Não há acordo amplamente e rigorosamente aceito sobre a presente
classificação. Em outras palavras, o trabalho de classificação da diversidade de
versões que o termo behaviorismo pode reunir, respeitando-se os fatos
históricos e a tradição de revisão por pares no contexto científico, ainda está
por ser feito.
Behaviorismo clássico: O "behaviorismo clássico" (também conhecido como
"behaviorismo watsoniano", menos comumente "Psicologia S-R" e "Psicologia
da Contração Muscular") apresenta a Psicologia como um ramo puramente
objetivo e experimental das ciências naturais. A finalidade da Psicologia seria,
então, prever e controlar o comportamento de todo e qualquer indivíduo.
A proposta de Watson era abandonar, ao menos provisoriamente, o estudo
dos processos mentais, como pensamento ou sentimentos, mudando o foco da
Psicologia, até então mentalista, para o comportamento observável. Para
Watson, a pesquisa dos processos mentais era pouco produtiva, de modo que
seria conveniente concentrar-se no que é observável, o comportamento. No
caso, comportamento seria qualquer mudança observada, em um organismo,
que fossem consequência de algum estímulo ambiental anterior,
especialmente alterações nos sistemas glandular e motor. Por esta ênfase no
movimento muscular, alguns autores referem-se ao "behaviorismo clássico"
como "Psicologia da Contração Muscular".
O behaviorismo clássico partia do princípio de que o comportamento era
modelado pelo paradigma pavloviano de estímulo e resposta conhecido como
condicionamento clássico. Em outras palavras, para o behaviorista clássico,
um comportamento é sempre uma resposta a um estímulo específico. Esta
proposta viria a ser superada por comportamentalistas posteriores, porém.
Ocorre de se referirem ao comportamentismo clássico como Psicologia S-R
(sendo S-R a sigla de Stimulus-Response (estímulo-resposta), em inglês).
É importante notar, porém, que Watson em momento algum nega a existência
de processos mentais. Para Watson, o problema no uso destes conceitos não é
tanto o conceito em si, mas a inviabilidade de, à época, poder analisar os
processos mentais de maneira objetiva. De fato, Watson não propôs que os
processos mentais não existam, mas sim que seu estudo fosse abandonado,
mesmo que provisoriamente, em favor do estudo do comportamento
observável. Uma vez que, para Watson, os processos mentais devem ser
ignorados por uma questão de método (e não porque não existissem), o
comportamentismo clássico também ficou conhecido pela alcunha de
"behaviorismo metodológico".
Watson era um defensor da importância do meio na construção e
desenvolvimento do indivíduo. Ele acreditava que todo comportamento era
consequência da influência do meio, a ponto de afirmar que, dado algumas
crianças recém-nascidas arbitrárias e um ambiente totalmente controlado,
seria possível determinar qual a profissão e o caráter de cada uma delas.
Embora não tenha executado algum experimento do tipo, por razões óbvias,
Watson executou o clássico e controvertido experimento do Pequeno Albert,
demonstrando o condicionamento dos sentimentos humanos através do
condicionamento responsivo.
Neobehaviorismo mediacional: O behaviorismo clássico postulava que todo
comportamento poderia ser modelado por conexões S-R (Estímulo-Resposta);
entretanto, vários comportamentos não puderam ser modelados desta
maneira. 
Em resposta a isso, vários psicólogos propuseram modelos behavioristas
diferentes em complemento ao behaviorismo watsoniano. Destes podemos
destacar Edward C. Tolman, primeiro psicólogo do comportamentalismo
tradicionalmente chamado Neobehaviorismo Mediacional.
Edward C. Tolman: Tolman publicou, em 1932, o livro Purposive Behavior in
Animal and Men. Nessa obra, Tolman propõe um novo modelo behaviorista
baseando-se em alguns princípios dissoantes perante a teoria watsoriana.
Esse modelo apresentava um esquema S-O-R (estímulo-organismo-resposta)
onde, entre o estímulo e a resposta, o organismo passa por eventos
mediacionais, que Tolman chama de variáveis intervenientes (em oposição às
variáveis independentes, i. e. os estímulos, e às variáveis dependentes, i. e. as
respostas). As variáveis intervenientes seriam, então, um componente do
processo comportamental que conectaria os estímulos e as respostas, sendo
os eventos mediacionais processos internos.
Baseado nesses princípios, Toolman apresenta uma teoria do processo de
aprendizagem sustentada pelo conceito de mapas cognitivos, i. e., relações
estímulo-estímulo, ou S-S, formadas nos cérebros dos organismos. Essas
relações S-S gerariam expectativas no organismo, fazendo com que ele adote
comportamentos diferentes e mais ou menos previsíveis para diversos
conjuntos de estímulos. Esses mapas seriam construídos através do
relacionamento do organismo com o meio, quando observa a relação entre
vários estímulos. Os processos internos que permitem a criação de um mapa
mental entre um estímulo e outro são usualmente chamados gestalt-sinais.
Como se vê, Toolman aceitavaos processos mentais, assim como Watson,
mas, ao contrário desse, efetivamente os utilizava no estudo do
comportamento. O próprio Tolman viria a declarar que sua proposta
behaviorista seria uma reescrita da Psicologia mentalista em termos
comportamentalistas. Tolman também acreditava no caráter intencional do
comportamento: para ele, todo comportamento visa alcançar algum objetivo
do organismo, e o organismo persiste no comportamento até o objetivo ser
alcançado. Por essas duas características de sua teoria (aceitação dos
processos mentais e proposição da intencionalidade do comportamento como
objeto de estudo), Tolman é considerado um precursor da psicologia
cognitiva.
Clark L. Hull: Em 1943, a publicação, por Clark L. Hull, do livro Principles of
Behavior marca o surgimento de um novo pensamento comportamentalista,
ainda baseada o paradigma S-O-R, que viria a se opor ao behaviorismo de
Tolman.
Hull, assim como Tolman, defendia a ideia de uma análise do comportamento
baseada na ideia de variáveis mediacionais; entretanto, para Hull, essas
variáveis mediacionais eram caracterizadamente intra-organísmicas, i. e.,
neurofisiológicas. Esse é o principal ponto de discordância entre os dois
autores: enquanto Tolman efetivamente trabalhava com conceitos
mentalistas como memória, cognição etc., Hull rejeitava os conceitos
cognitivistas em nome de variáveis mediacionais neurofisiológicas.
Em seus debates, Tolman e Hull evidenciavam dois dos principais aspectos
das escolas da análise do comportamento. De um lado, Tolman adotava a
abordagem dualista watsoniana, onde o indivíduo é dividido entre corpo e
mente (embora assumindo-se que o estudo da mente não possa ser feito
diretamente); de outro, Hull, embora mediacionista, adota uma posição
monista, onde o organismo é puramente neurofisiológico.
Behaviorismo filosófico: O behaviorismo filosófico (também chamado
behaviorismo analítico e behaviorismo lógico). Defende que a ideia de estado
mental, ou disposição mental, é, na verdade, a ideia de disposição
comportamental ou tendências comportamentais. Afirmações sobre o que se
denomina estados mentais seriam, então, apenas descrições de
comportamentos, ou padrões de comportamentos em toda a família romana.
Nesta concepção, são analisados os estados mentais intencionais e
representativos. Esta linha de pensamento fundamenta-se basicamente nos
postulados de Ryle e Wittgenstein.
Behaviorismo metodológico: Na literatura científica, os behaviorismos
metodológico e radical tem sido comparados não apenas a respeito de suas
considerações, ou falta delas, sobre eventos psicológicos privados, mas
também a respeito de seus critérios de cientificidade.
Como utilizado por Skinner: Como um qualificador de ciência, o termo
"metodológico" foi primeiramente utilizado por B. F. Skinner, em 1945, para se
referir a proposta de ciência do comportamento dos positivistas lógicos, ou
neopositivistas, que tiveram grande influência nas ideias dos behavioristas
norte-americanos da primeira metade do século XX. No artigo "The
operational analysis of psychological terms" (Análise operacional de termos
psicólogicos), por exemplo, embora não constem referências diretas ao autor,
as críticas de Skinner se referiam possivelmente às considerações de Stanley
Smith Stevens, em seu artigo "Psychology and the science of science" de 1939.
O "behaviorismo meramente metodológico" de S. S. Stevens entende o
comportamento apenas como respostas públicas dos organismos. A questão
da observabilidade é central. Somente eventos diretamente observáveis e
replicáveis seriam admitidos para tratamento por uma ciência, inclusive uma
ciência do comportamento. Essa admissão decorre apenas por uma questão de
acessibilidade, ou seja, não seria possível uma ciência de eventos privados
simplesmente por eles serem desta ordem, privados. Essa visão, chamada de
"behaviorismo meramente metodológico" por Skinner, se distancia de sua
visão behaviorista radical que inclui os eventos privados no escopo das
ciências do comportamento e a interpretação como método legítimo.
Como utilizado por Watson: J. B. Watson nunca utilizou o termo
"behaviorismo meramente metodológico" tal como B. F Skinner. Aliás, B. F.
Skinner também nunca se referiu a J. B. Watson como um "behaviorista
meramente metodológico". Note, entretanto, que J. B. Watson tem sido
classificado como um "behaviorista metodológico" por pesquisadores
brasileiros, norte americanos e europeus em um sentido diferente daquele
utilizado por Skinner. Tal classificação possivelmente decorreu da decisão de
J. B. Watson, em seu "Manifesto Behaviorista", de priorizar métodos
experimentais não introspectivos ao estudar o comportamento.
Behaviorismo radical: Como resposta às correntes internalistas do
comportamentalismo e inspirado pelo behaviorismo filosófico, Burrhus F.
Skinner publicou, em 1953, o livro Science and Human Behavior. A publicação
desse livro marca o início da corrente comportamentalista conhecida como
behaviorismo radical.
O behaviorismo radical foi desenvolvido não como um campo de pesquisa
experimental, mas sim uma proposta de filosofia sobre o comportamento
humano. As pesquisas experimentais constituem a Análise Experimental do
Comportamento, enquanto as aplicações práticas fazem parte da Análise
Aplicada do Comportamento. O behaviorismo radical seria uma filosofia da
ciência do comportamento. Skinner foi fortemente anti-mentalista, ou seja,
considerava não pragmáticas as noções "internalistas" (entidades "mentais"
como origem do comportamento, sejam elas entendidas como cognição, id-
ego-superego, inconsciente coletivo, etc.) que permeiam as diversas teorias
psicológicas existentes. Skinner jamais negou em sua teoria a existência dos
processos mentais (eles são entendidos como comportamento), mas afirma
ser improdutivo buscar nessas variáveis a origem das ações humanas, ou seja,
os eventos mentais não causam o comportamento das pessoas, os eventos
mentais são comportamentos e são de natureza física.
A análise de um comportamento (seja ele cognitivo, emocional ou motor) deve
envolver, além das respostas em questão, o contexto em que ele ocorre e os
eventos que seguem as respostas.
Tal posição evidentemente opunha-se à visão watsoniana do behaviorismo,
pela qual a principal razão para não se estudar fenômenos não fisiológicos
seria apenas a limitação do método, não a efetiva inexistência de tais
fenômenos de natureza diferente da física. O behaviorismo skinneriano
também se opunha aos neobehaviorismos mediacionais, negando a relevância
científica de variáveis mediacionais: para Skinner, o homem é uma entidade
única, uniforme, em oposição ao homem "composto" de corpo e mente, ou
seja, a visão de homem é a visão monista.
Skinner desenvolveu os princípios do condicionamento operante e a
sistematização do modelo de seleção por consequências para explicar o
comportamento. O condicionamento operante segue o modelo Sd-R-Sr, onde
um primeiro estímulo Sd, dito estímulo discriminativo, aumenta a
probabilidade de ocorrência de uma resposta R. A diferença em relação aos
paradigmas S-R e S-O-R é que, no modelo Sd-R-Sr, o condicionamento ocorre
se, após a resposta R, segue-se um estímulo reforçador Sr, que pode ser um
reforço (positivo ou negativo) que "estimule" o comportamento (aumente sua
probabilidade de ocorrência), ou uma punição (positiva ou negativa) que iniba
o comportamento em situações semelhantes posteriores.
O condicionamento operante difere do condicionamento respondente de
Pavlov e Watson porque, no comportamento operante, o comportamento é
condicionado não por associação reflexa entre estímulo e resposta, mas sim
pela probabilidade de um estímulo se seguir à resposta condicionada. Quando
um comportamento é seguido da apresentação de um reforço positivo ou
negativo, aquela resposta tem maior probabilidade de se repetir com a mesma
função; do mesmo modo, quando o comportamento é seguido por uma
punição (positiva ou negativa), a resposta tem menor probabilidade de
ocorrer posteriormente. O behaviorismo radicalse propõe a explicar o
comportamento animal através do modelo de seleção por consequências.
Desse modo, o behaviorismo radical propõe um modelo de condicionamento
não-linear e probabilístico, em oposição ao modelo linear e reflexo das teorias
precedentes do comportamentalismo. Para Skinner, a maior parte dos
comportamentos humanos são condicionados dessa maneira operante.
Para Skinner, os comportamentos são selecionados através de três níveis de
seleção. Os componentes da mesma são:
Nível filogenético: que corresponde aos aspectos biológicos da espécie e da
hereditariedade do indivíduo;
Nível ontogenético: que corresponde a toda a história de vida do indivíduo;
Nível cultural: os aspectos culturais que influenciam a conduta humana.
Através da interação desses três níveis (onde nenhum deles possui um status
superior a outro) os comportamentos são selecionados. Para Skinner, o ser
humano é um ser ativo, que opera no ambiente, provocando modificações
nele, modificações essas que retroagem sobre o sujeito, modificando seus
padrões comportamentais.
Apesar de ter sido e ainda ser bastante criticado, muitos dos preconceitos em
relação às ideias de Skinner são, na verdade, fruto do desconhecimento de
quem critica. Muitas das críticas feitas ao behaviorismo radical são, na
verdade, críticas ao behaviorismo de Watson. Mesmo autores que ficaram
amplamente conhecidos por suas críticas, como Chomsky em A Review on
Skinner's Verbal Behavior, pouco conheciam acerca da abordagem e, com isso,
cometeram diversos erros. A crítica de Chomsky já foi respondida por
Kenneth MacCorquodale em On Chomsky's Review of Skinner's Verbal
Behavior.
O behaviorismo skinneriano, representado pela ABAI (Association for
Behavior Analysis International) possui cerca de 13 500 membros no mundo
inteiro e cresce cerca de 6.5% ao ano.
Comportamentologia:
A comportamentologia faz referência à ciência do comportamento mantida
pelo The International Behaviorology Institute, LTD. (TIBI). A
comportamentologia é:
A ciência da natureza humana e do comportamento humano.
Uma ciência natural de porque o comportamento humano ocorre.
Uma ciência natural que ajuda a construir uma sociedade sustentável em
tempo hábil.
B. F. Skinner se posicionou a respeito de tal ciência ainda em vida. Esse
posicionamento pode ser conferido por meio de sua correspondência com o
professor J. D. Ulman.
A comportamentologia se apresenta como uma ciência independente da
psicologia. A análise do comportamento, diferentemente, se apresenta como
uma ciência ou especialidade dentro do campo da psicologia.
Relação com o linguagem: Quando Skinner deu uma pausa no trabalho
experimental para se concentrar nos fundamentos filosóficos de uma ciência
do comportamento, sua atenção se voltou para a linguagem humana com seu
livro Comportamento Verbal, 1957 e outras publicações relacionadas à
linguagem;
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Comportamento Verbal apresentou um vocabulário e uma teoria para a
análise funcional do comportamento verbal e foi fortemente criticado em
uma revisão de Noam Chomsky.
Skinner não respondeu em detalhes, mas afirmou que Chomsky não
conseguiu entender suas ideias e os desentendimentos entre as duas e as
teorias envolvidas foram discutidas mais adiante. A hipótese de que algum
traço da linguagem seria herdado filogenéticamente se opõe à teoria
behaviorista que afirma que a linguagem é um conjunto de hábitos que
podem ser adquiridos por meio do condicionamento operante. Segundo
alguns, esse processo que os behavioristas definem é um processo muito lento
e gentil para explicar um fenômeno tão complicado quanto o aprendizado de
línguas.
O que era importante para uma análise comportamental do comportamento
humano não era aquisição de linguagem, tanto quanto a interação entre
linguagem e comportamento aberto.
Em um ensaio republicado em seu livro de 1969, Contingências de Reforço ,
Skinner considerou que os humanos poderiam construir estímulos
linguísticos que, em seguida, viriam à adquirir controle sobre o
comportamento deles, da mesma forma que os estímulos externos poderiam.
A possibilidade de tal "controle instrucional" sobre o comportamento
significava que as contingências de reforço nem sempre produziam os
mesmos efeitos sobre o comportamento humano assim como fazem de
maneira confiável em outros animais.
O foco de uma análise comportamental radical do comportamento humano,
portanto, passou a uma tentativa de entender a interação entre o controle
instrucional e o controle de contingência e também compreender os
processos comportamentais que determinam quais instruções são
construídas e o controle que eles adquirem sobre o comportamento.
Recentemente, uma nova linha de pesquisa comportamental sobre linguagem
foi iniciada sob o nome da teoria do quadro relacional .
A visão de comportamento de Skinner é mais frequentemente caracterizada
como uma visão "molecular" do comportamento; isto é, o comportamento
pode ser decomposto em partes ou moléculas, como um átomo. Essa visão é
inconsistente com a descrição completa do comportamento de Skinner como
delineada em outras obras, incluindo seu artigo de 1981 "Seleção por
conseqüências".
Skinner propôs que uma conta completa do comportamento requer
compreensão da história de seleção em três níveis: biologia (seleção natural
ou filogenia do animal); Comportamento (história de reforço ou ontogenia do
repertório comportamental do animal); e para algumas espécies, cultura (as
práticas culturais do grupo social a que pertence o animal).
Os behavioristas molares, como Howard Rachlin , Richard Herrnstein e
William Baum, argumentam que o comportamento não pode ser entendido ao
se concentrar nos eventos no momento. Ou seja, eles argumentam que o
comportamento é melhor entendido como o produto final da história de um
organismo e que os behavioristas moleculares estão cometendo uma falácia
ao inventar causas proximais fictícias de comportamento. Os behavioristas
molares argumentam que as construções moleculares padrões, como a "força
associativa", são melhor substituídas por variáveis molares, como a taxa de
reforço.
Assim, um behaviorista molar descreveria "amar alguém" como um padrão de
comportamento amoroso ao longo do tempo; Não há causa isolada e proximal
do comportamento amoroso, apenas uma história de comportamentos (dos
quais o comportamento atual pode ser um exemplo) que pode ser resumido
como "amor".

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