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MATÉRIAL 1- RECURSO CRIMINAIS - TEORIA GERAL E RECURSO EM ESPÉCIE DIREITO PROCESSUAL PENAL 1

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Direito Processual Penal 
 
MATÉRIAL 1- RECURSO CRIMINAIS - TEORIA GERAL E RECURSO 
EM ESPÉCIE. DIREITO PROCESSUAL PENAL. 
NATUREZA E CLASSIFICAÇÃO 
 
Considerações Gerais 
Conceito de recurso: é a providência legal concedida às partes para buscar uma nova 
apreciação da decisão, em seu sentido estrito, para modificá-la ou confirmá-la. Ou seja, 
reexame da decisão proferida. 
O fundamento primordial do recurso encontra-se na CF/88 no art. 5º, LV “aos litigantes, em 
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”, denominado o 
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, que é o direito das partes em recorrer de decisão que 
acreditar que não condiz com o justo. Sendo assim uma análise objetiva que visa garantir a 
efetividade do cumprimento da prestação jurisdicional. 
Mas há que se falar que existe exceções em que a decisão é irrecorrível, por exemplo: 
• Denegação da suspensão do processo em razão de questão prejudicial: 
 Art. 93, § 2º, CPP “Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.” 
• Admissão ou inadmissão, litispendência, coisa julgada e ilegitimidade de parte: 
 Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: [...] 
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; 
• Reconhecimento da inexistência de repercussão geral no recurso extraordinário 
 Art. 326, Regimento Interno STF “Toda decisão de inexistência de repercussão geral 
é irrecorrível e, valendo para todos os recursos sobre questão idêntica, deve ser comunicada, 
pelo Relator, ao Presidente do Tribunal, para os fins do artigo subseqüente e do artigo 329.”. 
 
Mas isso não obsta que em virtude de grave ônus a parte, em alguma situação excepcional do 
caso em concreto, impetrar habeas corpus ou Mandado de Segurança. 
 Natureza: 
Conforme o processualista Hélio Tornarhi se dividi em: 
a) Desdobramento do direito de ação que vinha sido exercido até o momento em que 
proferida a decisão. Ou seja, o Recurso é desdobramento da Ação Processual. 
b) Nova Ação dentro do mesmo processo. 
c) Meio destinado a obter a reforma da decisão, não importando se provocado pelas partes 
ou se determinado de ex officío pelo juiz. Esta correte é seguida pelo prof. Noberto 
Avena. 
1.1. Classificação: 
a) Recurso Voluntário: é um direito condicionado às partes, não sendo obrigado a 
interpor, ou seja “faz quem quer”. Caso não seja interposto o recurso, se dará a 
preclusão da decisão. Ex.: apelação contra sentença condenatória, recurso em sentido 
estrito contra pronúncia, etc... 
b) Recurso de ofício: quando é previsto em lei o reexame obrigatório da decisão, 
independe de manifestação das partes, o próprio magistrado que proferiu a decisão 
encaminha o processo para o órgão competente para analisar a decisão. Não 
necessidade de motivação para este tipo de recurso e nem prazo. Exemplos de recurso 
de ex officio: Art. 574, I, CPP “Os recursos serão voluntários, excetuando-se os 
seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença 
que conceder habeas corpus;” e da Decisão que concede a reabilitação criminal, art. 
746 CPP, “Art. 746. Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de 
ofício.” NÃO TRANSITA A DECISÃO ENQUANTO NÃO INTERPOSTO O 
RECURSO, SÚMULA 423 STF: “Não transita em julgado a sentença por haver 
omitido o recurso ex officio, que se considera interposto ex lege.” 
Quanto às fontes informativas: 
a) Recursos Constitucionais: recursos que estão previstos na CF/88, ex.: Recurso 
Extraordinário, art. 102, III; Recurso Especial art. 105, III; e Recurso Ordinário, art. 
102, II e art. 105, II, todos da Constituição. 
b) Recursos Legais: recursos que estão previstos no Código de Processo Penal e 
legislação processual especial, ex.: apelação, art. 593 do CPP; Recurso em Sentido 
Estrito com previsão nos art. 581, do CPP, art. 294, parágrafo único da lei 9.503/1997 
e art. 2º, III do Decreto-lei 201/1967, entre outros. 
Quanto aos pressupostos de admissão: 
a) Recursos Genéricos: resguarda o direito subjetivo, dispensa quaisquer requisitos 
referente à sua fundamentação, basta o mero inconformismo, sendo necessário somente 
os requisitos gerais, ex.: apelação contra sentença condenatória que deve observa 
somente requisitos gerais, que são tempestividade, forma, cabimento, não sendo mais 
nada necessário para o seu cabimento. 
b) Recursos Específicos: resguarda o direito objetivo, são os recursos que para sua 
interposição precisa, além dos genéricos, requisitos especiais. Exemplos: Recurso 
Especial que precisa dos requisitos gerais mais prequestionamento da matéria debatida; 
e Recurso Extraordinário que além dos requisitos gerais, precisa de prequestionamento 
e demonstração da repercussão geral da matéria constitucional (art. 102, § 3º CF/88). 
Quanto a motivação: 
Recursos ordinários: recursos de meio impugnativos livres que podem ser invocados para 
qualquer questão que às partes acreditarem pertinente, pode ser invocado tanto para análise 
referente às provas, fatos ou direito 
Recursos Extraordinários: há limitação quanto argumentação, verifica apenas a 
conformidade da decisão com as leis. Ex.: Recurso Extraordinário que não é admitido reexame 
da análise da prova (Súmula 07 STJ e 279 STF), Recurso Especial somente pode interposta em 
situação de violação da lei federal (art. 105 III, a da CF). 
 
Acadêmica de Direito Nayara Santos de Sá 
Referência Bibliográfica: AVENA, Noberto. Processo Penal / Noberto A vena – 11. 
Ed. - Rio de Janeiro: Foren/se, São Paulo: Método, 2019

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