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analise do conto Grito Negro

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DISCIPLINA: LITERATURA AFRICANA DE EXPRESSÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
DOCENTE RESPONSÁVEL: GUSTAVO HENRIQUE RÜCKERT
DISCENTE: MARCOS VINICIUS SILVA
AULA 6
O Sujeito negro no poema de Jose Craveirinha
 A partir da opressão e colonização dos portugueses, os povos africanos encontraram na literatura um modo de denunciar toda a violência, racismo e abusos cometidos pelos colonizadores. No poema “Grito negro”, o escritor moçambicano Jose Craveirinha expõe em versos simples, porém fortes, a forma com que o negro se via perante toda exploração. O título do poema exalta a identidade do eu lírico e junto dela, o desejo de liberdade a um povo que foi submetido às piores condições de trabalho durante o período de colonização portuguesa.
No início do poema ao se chamar de carvão “Eu sou o carvão!” o eu lírico expressa de forma metafórica os sentimentos que tem em relação à exploração sofrida. Ao referir-se como mina no verso: “e fazes-me tua mina, patrão.” o eu lírico coloca o seu corpo como objeto explorado pelo patrão, cuja riqueza é proveniente do trabalho do homem negro (carvão). Apesar de exprimir dor e sofrimento, no poema o eu lírico anseia por liberdade e tem convicção de que sua força é suficiente para mudar a situação em que se encontra. Nos versos “E tu acendes-me, patrão,” “para te servir eternamente como força motriz” “mas eternamente não, patrão.” a esperança por dias melhores se faz presente a partir do momento em que, o eu lírico tem consciência de sua posição de explorado e se permite acreditar que à partir de seu manifesto (Grito Negro) dias melhores estão por vir. No verso “E queimar tudo com a força da minha combustão” o eu lírico mostra que tem força para quebrar com todo o sistema de exploração, uma vez que sabe que as riquezas de seu patrão são frutos do seu corpo exaurido em trabalho, e sabe que, assim como o carvão a escravidão também é finita.
No Poema “Grito negro” o eu lírico faz referência aos problemas raciais e num tom expressivo resgata a subjetividade do negro explorado através de versos metafóricos que comparam a escravidão à exploração de um combustível. Apesar de se afirmar como o carvão que foi brutalmente arrancado do chão, o eu lírico mostra de forma implícita que é capaz de retomar sua autonomia e resgatar sua identidade através da “combustão” de seu trabalho (carvão).

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