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ERGONOMIA-1

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ERGONOMIA 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. ERGONOMIA: CONCEITUAÇÃO, IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES ................. 3 
1.1 A Ergonomia na História ................................................................................ 5 
2. A NORMA REGULAMENTADORA (NR-17) E A ATIVIDADE PROFISSIONAL 
DO ERGONOMISTA ................................................................................................... 9 
2.1 Laudo Ergonômico ....................................................................................... 10 
3. ERGONOMIA NAS EMPRESAS ........................................................................ 13 
3.1 Ergonomia na Construção Civil .................................................................... 15 
3.2 Transporte Manual ....................................................................................... 16 
4. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO ................................................. 21 
4.1 Introdução .................................................................................................... 21 
4.2 Acidente de Trajeto ou de Percurso ............................................................. 22 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. ERGONOMIA: CONCEITUAÇÃO, IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES 
 
A ergonomia é uma disciplina científica focada na interação do ser humano com 
os artefatos sob a perspectiva da ciência, engenharia, design, tecnologia e 
gerenciamento de sistemas compatíveis com o ser humano (KARWOWSKY, 2005). 
Tais sistemas incluem uma variedade de produtos, processos e ambientes naturais e 
artificiais. Assim, a ergonomia lida com uma grande variedade de interesses e 
aplicações, incluindo o lazer e o trabalho. Neste contexto, segundo a Associação 
Internacional de Ergonomia (IEA, 2018), a ergonomia (ou fatores humanos) é a 
disciplina científica dedicada ao conhecimento das interações entre o ser humano e 
outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e 
métodos para o projeto, de modo a otimizar o bem-estar do ser humano e, 
consequentemente, o seu desempenho, aumentando assim naturalmente a 
produtividade. O ergonomista contribui para a projetação e avaliação de tarefas, 
trabalhos, produtos, meio ambiente e sistemas para torná-los compatíveis com as 
necessidades, habilidades e limitações das pessoas. 
Mais ainda, a ergonomia é uma ciência humana aplicada, que objetiva 
transformar a tecnologia para adaptá-la ao ser humano. Disciplinas como as ciências 
biológicas, a psicologia e as ciências da engenharia convergiram para que a 
ergonomia pudesse conceber produtos e sistemas dentro da capacidade física e 
intelectual dos seres humanos, de forma que o sistema humano-máquina fosse mais 
seguro, mais confiável e mais eficaz. De uma forma geral, a ergonomia promove uma 
visão holística, uma abordagem centrada no ser humano, aplicada a sistemas de 
trabalho, considerando os aspectos físicos, cognitivos, sociais, organizacionais, 
ambientais e outros fatores relevantes (KROEMER & GRANDJEAN, 2005; WILSON 
& CORLETT, 1990; SANDERS & MCCORMICK, 1993; CHAPANIS, 1996; 
SALVENDY, 1997; KARWOWSKY, 2001, 2005; VICENTE, 2004; STANTON et 
al., 2004). 
A IEA (2018) define três domínios e competências da ergonomia: o físico, o 
cognitivo e o organizacional. Os aspectos físicos estão relacionados com os aspectos 
que caracterizam as atividades físicas do corpo humano, como os aspectos 
antropométricos, biomecânicos, anatômicos e fisiológicos. Assim, os aspectos físicos 
do trabalho estudam a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos 
repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados com o trabalho, bem como 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150959/epub/OEBPS/xhtml/B9788535291766000150.xhtml?create=true&favre=brett#bib0125
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aspectos ambientais (ruído, vibração, iluminação, temperatura e agentes tóxicos), 
projetos de posto de trabalho envolvidos com saúde, segurança, conforto e eficiência. 
Os aspectos cognitivos estão focados nos processos mentais, que envolvem a 
percepção, memória, processamento de informação, raciocínio e resposta motora que 
afeta a interação entre os seres humanos e os outros elementos do sistema. Como 
exemplo de estudos neste domínio tem-se: carga mental de trabalho, tomada de 
decisão, desempenho especializado, interação humano-computador, estresse e 
treinamento, conforme estes se relacionam com os projetos que envolvem seres 
humanos e sistemas. Os aspectos organizacionais (também conhecidos como 
macroergonomia) estão relacionados com a otimização dos sistemas sociotécnicos, 
incluindo a sua estrutura organizacional, políticas e processos. Exemplos deste último 
domínio incluem comunicações, projeto de trabalho, organização temporal do 
trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, 
cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade. 
Com base na informação destes três domínios é possível organizar o trabalho 
de forma favorável ao ser humano e ao sistema produtivo. O objetivo da ergonomia 
é adaptar o trabalho ao ser humano e não o inverso, como ocorre erroneamente em 
muitas situações de trabalho. 
Desta forma, podemos explicitar que a ergonomia contemporânea estuda e 
aplica as informações sobre o comportamento humano, as habilidades, limitações e 
outras características dos seres humanos ao design de ferramentas, máquinas, 
sistemas, tarefas, trabalhos e ambientes para o seu uso de forma produtiva, segura, 
confortável e efetiva (SANDERS & MCCORMICK, 1993; HELANDER, 1997). 
Karwowsky (2005) advoga que, na sua origem, a ergonomia estava focada na 
interação humano-máquina; hoje em dia ela pode ser definida, de maneira geral, como 
a interação humano-tecnologia. Neste contexto, o autor define tecnologia como um 
sistema composto por pessoas e organizações, processos e equipamentos que irão 
criar e operar artefatos tecnológicos. 
Assim, a ergonomia estuda a adaptação do trabalho ao ser humano e o 
comportamento humano no trabalho. Ela enfoca: 
 O ser humano: características físicas, fisiológicas, cognitivas, psicológicas e 
sociais; 
 A máquina: equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalações;https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150959/epub/OEBPS/xhtml/B9788535291766000150.xhtml?create=true&favre=brett#bib0200
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150959/epub/OEBPS/xhtml/B9788535291766000150.xhtml?create=true&favre=brett#bib0090
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150959/epub/OEBPS/xhtml/B9788535291766000150.xhtml?create=true&favre=brett#bib0125
 
 
 O ambiente: efeitos da temperatura, ruído, vibração, iluminação e 
aerodispersoides; 
 A organização do trabalho: jornada de trabalho, turno, pausa, monotonia etc. 
Tal enfoque pode ser trabalhado sob contribuições (aplicações) que viabilizam 
as condições de trabalho (IIDA & BUARQUE, 2016), como: 
 Ergonomia de concepção: quando a aplicação diz respeito ao 
desenvolvimento de produto, máquina, ambiente ou sistema. 
 Ergonomia de correção: quando a ergonomia é aplicada em situações reais 
condizentes aos problemas relacionados com segurança, excesso de fadiga (física 
e/ou mental), doenças do trabalho ou quantidade e qualidade da produção. 
 Ergonomia de conscientização: busca capacitar os trabalhadores, por meio 
de cursos de treinamento e reciclagens, visando a identificação de problemas do 
cotidiano ou os que necessitam de interferências emergenciais. 
 Ergonomia de participação: trabalha o envolvimento do trabalhador na busca 
de solução de problemas de forma ativa. 
Com base no exposto, podemos dizer que o risco ergonômico deve ser avaliado 
englobando os aspectos físicos, cognitivos e organizacionais na interação do ser 
humano com tarefas, produtos, ambientes e sistemas. 
 
1.1 A Ergonomia na História 
 
A ergonomia emergiu como uma disciplina científica nos anos 1940, como 
consequência da crescente complexidade dos equipamentos técnicos. Começou-se a 
perceber que as vantagens decorrentes do uso dos novos equipamentos não estavam 
se concretizando, visto que as pessoas não conseguiam entendê-los e utilizá-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788595150959/epub/OEBPS/xhtml/B9788535291766000150.xhtml?create=true&favre=brett#bib0110
 
 
Figura 1: O homem vitruviano de Da Vinci 
 
Fonte: Janka Dharmasena/iStock/Thinkstock. 
 
Inicialmente, esses problemas eram mais evidentes no setor militar, em que se 
exigia muito dos operadores, tanto física quanto cognitivamente. Conforme os 
avanços tecnológicos da Segunda Guerra Mundial eram aplicados ao cotidiano civil, 
percebeu-se a dificuldade que as pessoas tinham de lidar com os equipamentos, 
resultando numa performance pobre e aumentando a chance de erro humano. Isso 
levou acadêmicos e psicólogos militares a realizarem pesquisas na área e, 
posteriormente, investigações sobre a interação entre pessoas, equipamentos e 
ambiente. Embora o foco inicial tenha sido ambientes de trabalho, a importância da 
 
 
ergonomia foi gradualmente se tornando reconhecida em outras áreas, como no 
projeto de produtos para consumidores (carros e computadores, p.ex.). 
Em 1949, em um encontro de psicólogos e fisiologistas renomados, o termo 
ergonomia foi cunha- do. Mais tarde naquele ano, o mesmo grupo de cientistas formou 
a Ergonomics Research Society (ERS), que se tornou a primeira sociedade mundial 
de ergonomia. 
De acordo com Hendrick (1993), a evolução da ergonomia a partir da Segunda 
Guerra Mundial pode ser organizada em quatro fases, segundo a tecnologia enfocada. 
Veja mais detalhes no Quadro 1. 
 
Quadro 1: Fases da ergonomia segundo Hendrick (1993) 
 
1ª fase: Ergonomia de Hardware ou Tradicional 
Teve início durante a 2ª Guerra Mundial e 
concentrava-se no estudo das características 
físicas do ser humano (capacidades e limites), 
primeiramente na área militar e, em seguida, na 
área civil, com ênfase nas questões fisiológicas 
e biomecânicas do ambiente de trabalho e na 
interação dos sistemas homem-máquina 
 
2ª fase: Ergonomia do Meio Ambiente 
 
Trata das questões ambientais naturais e 
artificiais (ruído, vibrações, temperatura, 
iluminação, aerodispersoides) que interferem no 
trabalho. Fortaleceu-se em função do interesse 
em compreender melhor a relação do ser 
humano com o meio ambiente, atualmente muito 
em voga em função do conceito de 
sustentabilidade. 
3ª fase: Ergonomia de Software ou Cognitiva 
 
Trata do processamento de informações, que 
eclodiu com o advento da informática a partir da 
década de 1980. Essa modalidade é focada na 
interface da interação entre o homem e a 
máquina, que deixa de ser como na fase 
tradicional (antropométrica, biomecânica e 
fisiológica): o operador não manuseia mais o 
produto, mas comanda uma máquina que opera 
sobre o produto. A tecnologia da informação 
passa a ser uma extensão do cérebro e as 
interfaces para a operação devem levar em conta 
fatores cognitivos para facilitar o comando. 
4ª fase: Macroergonomia 
 
Visão mais ampla da ergonomia, que não mais 
se restringe ao operador e sua interação com a 
máquina, atividade e ambiente, mas também en- 
globa o contexto organizacional, psicossocial e 
político de um sistema. Diferencia-se das 
anteriores por priorizar o processo participativo 
envolvendo administração de recursos, trabalho 
em equipe, jornada e projeto de trabalho, 
cooperação e rompimento de paradigmas, o que 
garante intervenções ergonômicas com 
melhores resultados, reduzindo o índice de erros 
 
 
e gerando maior aceitação e colaboração por 
parte dos envolvidos. 
Fonte: Janka Dharmasena/iStock/Thinkstock. 
 
No Brasil, as pesquisas na área são relativamente recentes. Embora haja 
registros de pesquisas realizadas no século XIX, foi apenas a partir da década de 
1970 que pesquisadores de várias universidades brasileiras começaram a introduzir 
a ergonomia no escopo de várias áreas do conhecimento, sendo que o primeiro 
trabalho acadêmico data de 1973 – Ergonomia: notas de classe, escrito por Itiro Iida 
e Henry A. J. Wierzbicki. 
Em 1983, surge a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), uma 
entidade sem fins lucrativos cujo objetivo é o estudo, a prática e a divulgação das 
interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, considerando 
as suas necessidades, habilidades e limitações. Hoje, nosso país conta com inúmeros 
profissionais diretamente relacionados à saúde dos trabalhadores, à organização do 
trabalho e aos projetos de equipamentos e produto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. A NORMA REGULAMENTADORA (NR-17) E A ATIVIDADE PROFISSIONAL 
DO ERGONOMISTA 
 
A NR-17 é a única norma brasileira relacionada com a Ergonomia. Visa 
estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às 
características psicofisiológicas do trabalhador, de modo a proporcionar um máximo 
de conforto, segurança e desempenho eficiente. 
Os aspectos envolvidos na norma são: levantamento, transporte e descarga 
individual de materiais; mobiliário dos postos de trabalho; equipamentos dos postos 
de trabalho, condições ambientais de trabalho e organização do trabalho. 
De acordo com a NR-17, para avaliar a adaptação das condições de trabalho 
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a 
análise ergonômica do trabalho, a qual deve abordar, no mínimo, as condições de 
trabalho, conforme estabelecido na Norma Regulamentadora. 
 
 
 
 
 
A ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia), através da Norma 
Regulamentadora BR 1001 (2009), reconhece que o praticante profissional de 
ergonomia é a pessoa que: 
(i) Investiga e avalia as demandas de projeto ergonômico no sentido de 
assegurar a ótima interação entre trabalho, produto ou ambiente e as capacidades 
humanas e suas limitações; 
(ii) Analisa e interpreta os achados das investigações em ergonomia; 
(iii) Documenta de forma adequada os achados ergonômicos; 
(iv) Determina a compatibilidadeda capacidade humana com as solicitações 
planejadas ou existentes; 
(v) Desenvolve um plano para o projeto ergonômico ou a intervenção 
ergonômica; 
(vi) Faz recomendações apropriadas para projeto ou intervenção 
ergonômica; 
(vii) Implementa recomendações para otimizar o desempenho humano; 
O Ministério do Trabalho e Emprego disponibilizou na internet um 
manual de aplicação da NR-17: 
(http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf). 
 
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf
 
 
(viii) Avalia os resultados da implementação das recomendações 
ergonômicas; e 
(ix) Demonstra comportamento profissional. 
Para possuir esta competência técnica-profissional é essencial que o 
profissional em ergonomia possua uma formação adequada e tenha uma qualificação 
técnica compatível com esta função. Para isto a ABERGO criou o Sistema de 
Certificação do Ergonomista Brasileiro (SisCEB), que é um conjunto de normas e 
procedimentos que tem como objetivo certificar pessoas, equipes e empresas 
prestadoras de serviços de ergonomia com a garantia de assegurar a competência 
técnica para o fornecimento de tais serviços aos seus clientes. 
 
 
 
 
2.1 Laudo Ergonômico 
 
O laudo ou análise ergonômica identifica os riscos ergonômicos, bem como 
recomenda as intervenções e ou adaptações necessárias, seja no ambiente de 
trabalho, mobiliário, máquinas, equipamentos e ferramentas, ou nos processos de 
trabalho, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho 
eficiente, além de preservar a saúde do trabalhador, em especial, o acometi- mento 
das LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Ósteosmusculares 
Relacionados ao Trabalho). 
Os riscos dos ambientes de trabalho são avaliados de forma qualitativa, 
procedendo-se em seguida, o enquadramento de acordo com os dispositivos legais. 
O laudo ergonômico deve ser realizado por equipe de especialistas em estudos 
ergonômicos e riscos ambientais à saúde, produzindo material descrito das 
operações, dos ambientes, dos equipamentos utilizados, que permitirá elaborar 
considerações e recomendações a respeito dos métodos e da organização do 
trabalho com relação às atividades inerentes à administração. O responsável pelo 
laudo é a pessoa que tem a habilitação para a função, ou seja, o engenheiro de 
segurança do trabalho, o profissional “legalmente habilitado” na área de segurança do 
Mais informações podem ser obtidas no site da associação 
(http://www.abergo.org.br). 
 
http://www.abergo.org.br/
 
 
trabalho e devidamente credenciado junto ao CREA (Conselho Regional de 
Engenharia). 
O laudo ergonômico deverá ser realizado sempre que necessário, observando 
o seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de 
novas metas e prioridades. Deve, ainda, ser refeito se houver modificações no posto, 
no trabalho ou no usuário. Ele, por fim, deve ser guardado por um período mínimo de 
vinte (vinte) anos. 
A Norma Regulamentadora – NR-17 – Ergonomia (Lei no 6514/77 – Portaria 
no 3751/90) estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte 
de todas as empresas que admitam empregados que estejam expostos a riscos 
ergonômicos. 
O laudo ergonômico de uma estação de trabalho deve ser direcionado à análise 
global do posto de trabalho, sempre levando em consideração o psicobiofísico do seu 
operador. Ele deve ser elaborado por posto de trabalho individual, levando em 
consideração a empresa como um todo. Nada deve ser analisado de forma 
segmentada. 
Conforme a NR 17, o objetivo do laudo ergonômico é estabelecer parâmetros 
para a adaptação das condições de trabalho as características psicofisiológicas dos 
trabalhadores. 
Existem três tipos de laudos ergonômicos: 
a) Laudo ergonômico do objeto; 
b) Laudo ergonômico do posto de trabalho; 
c) Laudo ergonômico funcional. 
O laudo ergonômico denominado “consciente” deve ser realizado com estudos 
visando os três tipos de laudos mencionados anteriormente, para que se tenha uma 
real avaliação ergonômica do posto de trabalho. 
O desenvolvimento de um laudo ergonômico consta de: 
a) Estudo detalhado dos processos utilizados no desenvolvimento das 
atividades; 
b) Avaliações qualitativa e quantitativa dos riscos ergonômicos; 
c) Avaliação do mobiliário e equipamentos frente às atividades (hora x 
homem x trabalho); 
d) Aferição e análise das condições ambientais dos locais de trabalho; 
e) Aferição e análise do psicobiofísico do operador; 
 
 
f) Recomendações técnicas para melhoria das condições de trabalho; 
g) Implantação de medidas de controle; 
h) Treinamentos e cursos sobre ergonomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. ERGONOMIA NAS EMPRESAS 
 
Ergonomia promove uma abordagem holística na qual são levados em conta 
fatores físicos, cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais, entre outros fatores 
relevantes. Os ergonomistas trabalham ainda em setores particulares da economia ou 
em domínios de aplicação, aqui entendidos não como exclusivos e, sim, em constante 
desenvolvimento. Esses domínios de especialização dentro da disciplina da 
Ergonomia são tão amplos como os listados a seguir: 
a) ergonomia física: se refere às características humanas anatômicas, 
antropométricas, fisiológicas e biomecânicas, e como estas se relacionam com a 
atividade física. Tópicos importantes incluem posturas de trabalho, levantamento de 
material, movimentos repetitivos, distúrbios muscoesqueléticos relacionados ao 
trabalho, layout do local de trabalho, segurança e saúde. 
A Figura 1, apresenta (a) postura errada (b) postura correta de sentar-se à mesa 
de um escritório para utilizar computador de mesa. É possível perceber (a) a coluna 
curvada para a frente. 
 
Figura 1: (a) Postura errada e (b) postura correta. 
 
 Fonte: (ABRAHÃO, 2002). 
 
b) ergonomia cognitiva: se relaciona com processos mentais, como 
percepção, memória, raciocínio e respostas motoras. Estuda, também, como esses 
processos afetam as interações entre pessoas e outros elementos do sistema. Entre 
os tópicos relevantes destacam-se: carga de trabalho mental, tomada de decisão, 
performance especializada, interação humano-computador, confiabilidade humana, 
estresse e treinamento de trabalho da maneira que possam se relacionar com o 
projeto humano-sistema. 
 
 
A Figura 2, apresenta uma funcionária apresentando dor no ombro e o modelo 
apresentando distâncias adequadas para a utilização de um notebook sobre uma 
mesa. 
c) ergonomia organizacional: se relaciona com a otimização de sistemas 
sociotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e processos. São 
tópicos relevantes: comunicação, gerenciamento de recursos humanos, projeto do 
trabalho, projeto de turnos de trabalho, equipe de trabalho, projeto participativo, 
trabalho cooperativo, novos paradigmas do trabalho, organizações virtuais, 
teletrabalho e gerência de qualidade. 
 
Figura 2: Distâncias adequadas 
 
 Fonte: (ABRAHÃO, 2002). 
 
A questão ergonômica passou a ser uma preocupação constante das empresas 
a partir do momento em que foi identificada como uma das maiores causas de 
absenteísmo. As consequências desses afastamentos, além da geração de custos 
diretos e indiretos elevados, têm contribuído para a queda da qualidade de vida dos 
trabalhadores lesionados, já que são bem conhecidos os efeitos psicológicos e sociais 
dos acometidos por doenças causadas pela inadequabilidade dos postos de trabalho 
e dos processos produtivos, que impõem ritmos repetitivos, emprego de força, 
posições antiergonômicas, entre outros múltiplos fatores de riscospotenciais. 
 
 
 
 
 
3.1 Ergonomia na Construção Civil 
 
Atitudes ergonômicas são muito necessárias também na indústria da 
construção civil. Levantamento manual de carga, transporte, e movimentação podem 
ser feitos com segurança, minimizando, assim, o desgaste nos discos vertebrais. 
O treinamento dos funcionários pode ser uma forma de conscientização poderosa. 
Afinal, em se tratando principalmente das posições corretas, a decisão entre fazer o 
certo ou o errado acaba ficando a cargo do próprio funcionário. Sem uma conscien- 
tização adequada não há nem a possibilidade de um comporta- mento adequado. 
Os riscos ergonômicos da construção civil são esforço físico intenso, 
levantamento e transporte manual de pesos, trabalho em turnos diurno e noturno e 
situações causadoras de stress físico e/ou psíquico. As principais doenças do trabalho 
são LER (lesão por esforço repetitivo), lombalgia, fadiga, sono, irritabilidade e 
acidentes. 
A Figura 3, apresenta (a) trabalhadores instalando uma placa de forro e (b) 
trabalhador revestindo com argamassa. 
 
Figura 3: Instalação de placa de forro 
 
 Fonte: (ABRAHÃO, 2002). 
 
 
 
 
 
Figura 4: Trabalhador revestindo com argamassa 
 
 Fonte: (ABRAHÃO, 2002). 
 
3.2 Transporte Manual 
 
O transporte manual de objetos é sem dúvida uma das situações de trabalho 
que mais causam acidentes. Muitos são os motivos, entre eles postura incorreta, 
excesso de carga e formato da embalagem de difícil fixação das mãos. Estas lesões, 
em sua maioria, afetam a coluna vertebral, e também podem causar outros problemas, 
como a hérnia escrotal. 
A movimentação manual de cargas é cara, ineficaz (o rendimento útil para 
operações de levantamento é da ordem de 8 a 10%), penosa (provoca fadiga intensa) 
e causa inúmeros acidentes. Portanto, sempre que possível, deve ser evitada ou 
minimizada. 
 
 
A Figura 5 (a) mostra a técnica correta para o levantamento de cargas (caixa, 
barra, saco, etc.). O joelho deve ficar adiantado em ângulo de noventa graus, braços 
esticados entre as pernas, dorso plano, queixo não dirigido para baixo, pernas 
distanciadas entre si lateralmente, carga próxima ao eixo vertical do corpo, tronco em 
mínima flexão. 
 
Figura 5: (a) Postura correta para carregar telhas que estão no chão; (b) Postura errada para 
levantar do chão uma caixa de ferramentas pesada. 
 
Fonte: (ABRAHÃO, 2002). 
 
É claro que o uso de equipamentos mecanizados representa um custo de 
investimento, razão por que devem ser adquiridos e empregados apenas quando 
forem constantemente utilizados. A Figura 6, apresenta uma esteira rolante ou 
transportador de correia, muito usado no manuseio de sacas e outros materiais (brita 
e areia). 
 
 
 
 
 
Figura 6: Transportador de correia. 
 
 Fonte: (ABRAHÃO, 2002). 
 
O transporte vertical por cabos ou correntes utilizando-se de um guincho 
(içamento) é necessário quando a carga é muito pesada e o acesso ao local de seu 
uso é limitado. 
Algumas considerações podem ser apresentadas sobre os cuidados advindos 
de manuais de ergonomia: 
a) Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga 
é suporta- do inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e 
a deposição da carga; 
b) Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de 
maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual 
de cargas. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas cujo 
peso possa comprometer a saúde ou a segurança do trabalhador. 
c) Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas deve 
receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que 
deverá utilizar com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. 
 
 
Figura 7, apresenta (a) maneira errada de transportar mercadorias e (b) maneira 
cor- reta de transportar. 
 
Figura 7: (a) Carregamento errado; (b) carregamento correto. 
Fonte: (ABRAHÃO, 2002). 
 
d) Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o 
transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente 
inferior aquele admitido para os homens, para não comprometer sua saúde ou sua 
segurança. 
e) Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão 
ser usados meios técnicos apropriados. O trabalho de levantamento de material feito 
com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o 
esforço físico realiza- do pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de 
força e não comprometa sua saúde ou sua segurança. 
 
 
 
 
 
 
A Figura 8: Apresenta (a) um funcionário utilizando uma empilhadeira manual para transportar 
cargas e (b) um carrinho para transporte de pneus. 
 
Fonte: (ABRAHÃO, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO 
4.1 Introdução 
 
As doenças ocupacionais ou profissionais, os acidentes e as doenças do 
trabalho constituem as principais causas de afastamento temporário do trabalho. Por 
desconhecimento, muitos empregam os termos doenças ocupacionais e doenças do 
trabalho como sinônimos. No entanto, tratam-se de conceitos diferentes. 
Diretamente voltada ao ambiente laboral, a doença do trabalho é adquirida em 
decorrência do ambiente em que as atividades laborais são efetuadas, como níveis 
de ruído, condições de temperatura e de ventilação. Já as doenças ocupacionais ou 
profissionais são desencadeadas pelo exercício da função do trabalhador. Ambas as 
formas de doença decorrentes do trabalho são consideradas acidente de trabalho e 
têm o respaldo da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991 (BRASIL, 1991): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doenças ocupacionais são moléstias de evolução lenta e progressiva, 
originárias de causa igual- mente gradativa e durável, vinculadas às condições de 
trabalho (COSTA, 2009). 
Adriano (2013) classifica como modalidades de doenças ocupacionais: 
 Doença do trabalho: enfermidade adquirida ou desencadeada em decorrência 
das condições de realização das tarefas. 
 Doença profissional: enfermidade ocasionada pelas peculiaridades de certa 
função, tendo como causadores agentes físicos, químicos e biológicos. 
 Acidente de trabalho: lesão corporal ou perturbação funcional que pode resultar 
em morte ou redução da capacidade temporária e permanente de trabalho. Pode 
acontecer no exercício da função a serviço da empresa. 
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo 
anterior, as seguintes entidades mórbidas: 
 
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada 
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante 
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social; 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada 
em função de condi- ções especiais em que o trabalho é realizado e 
com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no 
inciso I. 
 
 
 
4.2 Acidente de Trajeto ou de Percurso 
 
Acontece no trajeto entre residência e o local de trabalho, resultando em 
doença profissional ou do trabalho. 
Ao contrapor a doença ocupacional e a doença do trabalho, Costa (2009) cita 
que, ao passo que nas doenças profissionais o trabalhador não tem a obrigatoriedade 
do ônus probatório, nas enfermidades do trabalho há a obrigatoriedade desse ônus. 
Apesar de haver a hipótese de que o funcionário tenha iniciado suas atividades em 
determinada função com a saúde perfeita, ou que apresentava uma doença que não 
o impossibilitasse de atuar, ele deve comprovarque a patologia ou perturbação 
funcional surgiu ou foi agravada pelo ambiente de trabalho. Nesse caso, o trabalhador 
deverá confirmar a impossibilidade de continuar executando suas atividades. 
Segundo o Portal Repórter Brasil (2007), as doenças ocupacionais têm relação 
direta com a atividade efetuada pelo profissional ou às condições de trabalho 
vivenciadas por ele. As lesões por esforços repetitivos, ou distúrbios osteomusculares 
relacionados ao trabalho (LER/DORT), são mais corriqueiras. Tais lesões englobam 
aproximadamente 30 doenças, como as tendinites (ou inflamações nos tendões) e as 
tenossinovites (ou inflamações da membrana que recobre os tendões). As LER/DORT 
atuam modificando as composições osteomusculares, como tendões, articulações, 
músculos e nervos. 
Segundo Adriano (2013), as doenças ocupacionais ocorrem pela alteração na 
saúde física e/ou mental do trabalhador, originada pela exposição demasiada a 
agentes químicos, físicos, biológicos e radiativos, prejudiciais à saúde humana. Outras 
causas têm relação com uma situação extrema à da permitida pela lei, quando não 
são utilizados equipamentos de proteção e segurança compatíveis ao risco. 
Geralmente a manifestação das doenças ocupacionais demora a ocorrer, podendo 
surgir em forma de tumores ou lesões em órgãos humanos. 
Outros problemas desencadeados pelo estresse e pela pressão diária no 
trabalho são o alcoolismo, o consumo de drogas, a síndrome do pânico, a 
claustrofobia e o transtorno obsessivo compulsivo (TOC). A qualidade de vida no 
trabalho (QVT) busca justamente oferecer melhores condições aos trabalhadores para 
suportarem essas tensões, sejam de ordem física ou emocional. Na impossibilidade 
de resolução dos problemas, a prática de novas concepções de trabalho procura 
amenizá-los. 
 
 
Entre as principais classes de trabalhadores que sofrem com problemas de 
saúde que podem estar relacionados ao trabalho, destacam-se: 
1. Condutores de veículos, como táxi e ônibus, e profissionais que atuam 
no transporte de cargas exercendo funções de carregamento e descarregamento. 
Esses profissionais estão submetidos a constantes tensões envolvendo o sistema 
musculo esquelético. Além disso, podem ter problemas relacionados à má postura, 
uma vez que permanecem muito tempo em uma mesma posição. 
2. Digitadores, caixas de supermercado e cabeleireiros. Esses 
profissionais estão sujeitos a desenvolver LER e DORT, uma vez que forçam 
músculos e ligamentos ao realizar as mesmas atividades diariamente, horas a fio. 
3. Balconistas de farmácia, seguranças e professores são profissionais que 
têm maior propensão a desenvolver problemas circulatórios, como varizes, varicoses 
e trombose venosa (formação de trombos ou coágulos nas veias), uma vez que 
permanecem muito tempo na posição estática em pé. 
4. Mulheres que atuam como médicas, jornalistas e policiais militares, 
segundo pesquisas, estão na relação das profissionais que mais desenvolvem 
endometriose. Uma das razões para isso é que essas profissionais se submetem a 
constantes pressões e a altos níveis de estresse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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