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MODELO DE PEÇA PRATICA DE DEFESA DO RÉU (CONTESTAÇÃO) AO DOUTO JUIZO DE DIREITO DA ___ VARA CIVEL DA COMARCA DE SAO PAULO – SP Rito Ordinario Autos do processo nº .... ALPHA LTDA, inscrita no CNPJ ..., com sede em ..., neste ato devidamente representada (contrato social em anexo, doc 1), nos autos do processo de numero supra, que lhe move DARIO, ja devidamente qualificado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que subscreve (doc 2), com escritorio na (endereço completo), local onde receberá todas as intimaçoes, com fulcro no artigo 336 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, apresentar CONTESTAÇAO à presente açao indenizatoria sob o rito ordinario, pelos motivos abaixo expostos: I – BREVE RESUMO DOS FATOS Pretende o autor a responsabilizaçao da empresa ré por moléstia profissional, fundamentando que é portador de surdez. O réu pleiteia pagamento de pensao mensal vitalicia no valor equivalente ao salario anteriormente percebido, a titulo de compensaçao pela reduçao de sua capacidade laborativa, além da importância nao inferior a 500 (quinhentos) salarios minimos, a titulo de danos morais. Importante destacar que na empresa ré o autor trabalhou de janeiro a dezembro de 2013 como auxiliar de escritorio, ao passo que anteriormente, trabalhou durante 10 (dez) anos no aeroporto de Congonhas, junto à pista de pouso de avioes (doc 3). Como restara demonstrado, a empresa ré nao causou qualquer dos danos alegados pelo autor. É a breve sintese do necessario. II – PRELIMINARMENTE: DA INCOMPETENCIA ABSOLUTA Inicialmente, ha que se observar que a demanda foi proposta em foro absolutamente incompetente, ocorendo, pois, a hipotese do artigo 337, II do NCPC. Assim necessaria é a remessa dos autos ao juizo competente, qual seja a Justiça do Trabalho. A CF/88 em seu artigo 114, VI, aduz que é competente a Justiça do Trabalho para julgar as açoes oriundas da relaçao de trabalho e as açoes de indenizaçao por dano material e moral decorrentes da relaçao de trabalho. Temos ainda a sumula vinculante 22 do STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04. Diante do acima exposto, requer seja acolhida a presente preliminar, determinando-se a remessa dos autos ao juizo competente. III – DO MÉRITO A) DA MOLÉSTIA PROFISSIONAL A funçao exercida pelo autor na empresa ré, qual seja, auxiliar de escritorio, nao possui qualquer relaçao com a sua surdez. Isso é facil de notar pelo fato de o autor ter trabalhado no aeroporto de Congonhas por 10 anos, junto à pista de pouso (doc 4). A possibilidade de ter adquirido tal moléstia em decorrência dessa atividade é evidente, tendo em vista os elevados indices de ruido produzidas na pista de pouso dos avioes, bem como o fato de que, quando da admissao na empresa ré, seu exame médico admissional constatou reduçao na capacidade auditiva (doc 5). Ademais, insta consignar que a empresa ré é totalmente salubre, conforme comprova laudo em anexo (doc 6), o que inviabiliza a aquisiçao da moléstia profissional alegada. E, nos termos do artigo 927 do CC, somente aquele que causar dano a outrem é obrigado a repara-lo e alegada surdez, o que nao foi comprovado nos autos. Em sua atividade na empresa ré, o autor nao estava à exposiçao de ruido continuo ou excessivo que pudesse gerar o dano arguido, diferentemente do que ocorria quando trabalhava na pista de pouso de avioes do aerorporto de Congonhas. Desta forma, verificada a inexistência do nexo causal entre qualquer atitude da ré e o dado alegado, a presente demanda deve ser julgada improcedente nos termos do artigo 487, I do NCPC. B) DA PENSAO MENSAL VITALICIA E DOS DANOS MORAIS Caso Vossa Excelência entenda que a empresa ré é a causadora do alegado dano sofrido pelo autor, o que nao se vislumbra, pelo principio da eventualidade, necessário se faz defender acerca da pensao vitalicia requerida no valor equivalente ao salario anteriormente percebido, bem como em relaçao aos danos morais. O autor nao perdeu sua capacidade laborativa, tanto que, mesmo com a reduçao da capacidade auditiva, trabalhou na empresa ré na condiçao de auxiliar de escritorio. Assim, totalmente afastada a pensao prevista no artigo 950 do CC. O valor requerido pelo autor é exorbitante, bem como o tempo de sua duraçao. Isto porque o réu requereu pensao vitalicia em valor equivalente ao salario anteriormente percebido a titulo de compensaçao pela reduçao de sua capacidade laborativa, ou seja, o réu nao ficou inabilitado para exercer qualquer trabalho, podendo exercer outras funçoes e prover meios para seu sustento. Subsidiariamente, e pelo principio da eventualidade, ainda que Vossa Excelência considere que tenha havido dano moral, o mesmo nao deve proceder em tal alto valor, pois desproporcional ao prejuizo alegado, o que levaria o autor ao enriquecimento sem causa. Ademais, conforme dispoe o artigo 7, IV da CF/88, incabivel a vinculaçao do salario minimo para qualquer fim, de tal sorte que a fixaçao do valor do dano moral com base no salario minimo contraria tal dispositivo constitucional. IV – DA CONCLUSÃO Diante do exposto, é a presente para requerer: a) seja acolhida a preliminar arguida, determinando-se a remessa dos autos ao juizo competente; b) seja a demanda julgada improcedente, uma vez que nao ha nexo causal entre a moléstia do autor e qualquer atitude da ré; c) subsidiariamente, em caso de procedência do pedido principal, o que se admite apenas em atençao ao principio da eventualidade, seja diminuido o valor da pensao requerida, bem como afastado o pedido de danos morais, ou, no caso do seu acolhimento, que lhe seja diminuido o valor; d) a condenaçao da autora ao pagamento das custas, despesas processuais e honorarios advocaticios a serem arbitrados por Vossa Excelência; Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, especiamente documental, pericial e outros que se fizerem necessarios. Informa que as intimaçoes deverao ser encaminhadas ao Dr. ... Termos em que, Pede deferimento. Local e data. “Advogado...” (nome do advogado) “OAB...”
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