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leitor com uma ótima citação 
do documento ou use este 
espaço para enfatizar um 
ponto-chave. Para colocar 
essa caixa de texto em 
qualquer lugar na página, 
basta arrastá-la.] 
 
IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO DA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
INDENTIDADE DO PSICOPEGDAGOGO DA EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
2 
 
Sumário 
 
Introdução ........................................................................................................ 4 
A Psicopedagogia Institucional Escolar ......................................................... 10 
A Instituição ................................................................................................... 12 
A atuação do psicopedagogo na educação infantil........................................ 17 
A intervenção do psicopedagogo junto à família ........................................... 21 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
3 
 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
4 
Identidade do Psicopedagogo da Educação Infantil 
 
Introdução 
 
 
A construção de uma identidade por parte do psicopedagogo e também dos 
profissionais da Educação Infantil, remete a conceitos como autoria e protagonismo, 
tanto por parte de professores quanto das crianças envolvidas no processo 
formativo e que passam a ser valorizadas enquanto produtoras de cultura. 
A Psicopedagogia ajuda a compreender o processo de aprendizagem e 
apesar de, em muitas instâncias educacionais, não haver o cargo de 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
5 
psicopedagogo, pode-se desenvolver um olhar e uma postura psicopedagógica 
diante da aprendizagem. É o caso de entendê-la como um processo contínuo, onde 
cada criança tem características próprias para aprender ou de compreender que os 
professores, ao planejarem, devem pensar no desenvolvimento cognitivo de seus 
alunos, sem dissociá-lo dos aspectos emocionais e sociais. 
De acordo com Serra (2012, p. 7), “A Psicopedagogia, dentro da Instituição 
escolar, tem caráter predominantemente preventivo.” Sendo assim, ela contribui 
com a ação pedagógica na Educação Infantil, uma vez que pode auxiliar na 
elaboração de um planejamento voltado às especificidades das crianças, através de 
propostas adequadas para que estas se desenvolvam em plenitude, prevenindo 
futuros problemas de aprendizagem. 
Segundo Sá (2013, p. 16) “O psicopedagogo é o profissional indicado para 
assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de 
ensino-aprendizagem.” Isto quer dizer que o psicopedagogo, enquanto profissional 
que possui uma escuta atenta às demandas de seu público-alvo, tem um papel de 
suma importância dentro da instituição, podendo orientar e assessorar professores, 
trabalhar com as relações interpessoais do grupo, criando um ambiente favorável à 
aprendizagem, acompanhar as famílias, orientando-as e colaborando com a 
construção de uma proposta pedagógica que contemple as muitas infâncias. 
Pensar a Educação Infantil em um enfoque psicopedagógico requer analisar 
práticas até então enraizadas no cotidiano institucional. Apesar de todas as 
contribuições trazidas pelas DCNEIs , ainda é comum o fato dos profissionais da 
educação que trabalham especificamente com esta faixa etária não conhecerem o 
teor de tal documento. Daí, a importância de se priorizar a formação de todos 
aqueles que atuam diretamente nesta etapa da Educação Básica. 
De acordo com as DCNEIs, as interações e brincadeiras devem ser o eixo 
norteador das práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da 
Educação Infantil e o psicopedagogo pode contribuir para que a instituição garanta 
estes dois eixos neste documento, participando do momento de construção do 
mesmo e auxiliando na formação e qualificação dos profissionais envolvidos neste 
processo. Talvez aí resida seu maior embate, uma vez que, de acordo com 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
6 
Cavicchia (2013, p. 204), “Nesse processo, o psicopedagogo se depara com uma 
das mais difíceis e instigantes de suas funções na instituição educativa: a de 
orientar e coordenar a formação e o funcionamento de equipes de trabalho, 
considerando o contexto educacional.” 
Existe uma necessidade constante de formação do grupo, principalmente na 
Educação Infantil, onde nem todos os profissionais possuem os mesmos direitos 
garantidos por lei e o mesmo nível de formação, sendo exigida a formação mínima, 
na maioria das redes. Sendo assim, para se criar um ambiente de qualidade, faz-se 
necessário garantir esta formação continuada do grupo de trabalho. 
O psicopedagogo, neste momento, tem uma importância crucial, pois pode 
auxiliar o grupo a compreender como se dá o desenvolvimento infantil, entendendo 
como a criança participa e produz cultura, auxiliando-os a entender determinados 
comportamentos dos pequenos e a ter embasamento suficiente para mudar sua 
prática. 
Através de seu trabalho de assessoramento, o psicopedagogo auxiliará o 
grupo a perceber que o modo como se trata a criança está diretamente relacionado 
à concepção que se tem de infância, coordenando a ação pedagógica. É comum, 
em momentos de estudos e reuniões, muitos profissionais relatarem que entendem 
a criança enquanto ser que produz cultura, que se deve dar autonomia a estas para 
que através de suas experiências possam explicar o mundo em que vivem. 
Entretanto, não é raro observar práticas que não são condizentes com este 
discurso, uma vez que os adultos não oferecem atividades onde as crianças 
possam mostrar sua capacidade, têm medo até mesmo de que estas escolham 
seus próprios alimentos e/ou comam sozinhas, como se dependessem única e 
exclusivamente deste adulto e não tivessem poder de escolha e decisão dentro da 
instituição educativa. 
Este profissional poderá auxiliar na construção de uma proposta pedagógica 
centrada na criança, respeitando sua autonomia e manifestações linguísticas, 
artísticas, sociais, culturais e ampliando-as. 
Sarmento (2005) destaca que as crianças apresentam modos diferenciados 
de interpretação do mundo e de simbolização do real, que são constitutivos das 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
7 
“culturas da infância“, as quais se caracterizam pela articulação complexa de modos 
e formas de racionalidade e ação próprias das crianças. Sendo assim, é importante 
reconhecer as expressões da criança nas mais variadas linguagens, inclusive a 
corporal, uma vez que também é uma das formas que esta encontra para 
manifestar-se. 
Longe de ser utilizado de maneira prescritiva ou como uma receita, um 
modelo que pode trazer ricas oportunidades de reflexão emtorno das ações dos 
profissionais junto aos pequenos é justamente aquele que enfoca a tematização da 
prática. 
De acordo com Lopes (2011), 
 
O psicopedagogo, enquanto formador, deve ter clareza de suas ações e 
consciência para evitar juízo de valores, evitando o julgamento das atitudes dos 
profissionais. O intuito é que o material que esteja sendo mostrado sirva para 
aperfeiçoar e não para depreciar um ou outro envolvido. Assim, o grupo passa a ter 
confiança no trabalho do psicopedagogo, pois percebe que não será exposto a 
situações constrangedoras e que este tipo de formação visa disseminar boas 
práticas. 
Através das imagens, o grupo tem a possibilidade de analisar a fala da 
criança, percebendo como a maneira que vêm conduzindo o trabalho pedagógico 
dentro da Instituição tem afetado as crianças e refletindo se estão realmente 
valorizando-as enquanto atores sociais ou apenas reproduzindo um discurso que 
está ficando arraigado na área da educação. Assim, quando a equipe da Instituição 
decide repensar suas práticas, qualificando-as e registrando-as, acabam por 
subsidiar a produção de saberes referentes à educação coletiva de crianças da faixa 
etária compreendida pela Educação infantil. 
De acordo com Oliveira (2012, p. 41), 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
8 
 
Outro ponto importante a ser resgatado na formação continuada dos 
profissionais da Educação Infantil, é a questão do brincar, muitas vezes relegado a 
segundo plano, dentro das instituições. Ele está diretamente imbricado com as 
interações que a criança estabelece. Quem trabalha diretamente com os pequenos 
reconhece que as crianças interagem pela brincadeira e, quanto menores são, mais 
estas interações estão entrelaçadas com o brincar. Inclusive, documentos oficiais 
reforçam esta ideia, reconhecendo a importância do brincar para a criança. 
 
Na brincadeira a criança aprende a tomar decisões, resolver conflitos, 
expressar sentimentos, comunicar-se, compreender sua realidade imediata, além de 
interagir com outras crianças, com os adultos e com os materiais que lhe são 
disponibilizados. 
O psicopedagogo pode ajudar a garantir este direito inalienável da criança, 
auxiliando na construção de um currículo que garanta o estabelecimento e a 
organização dos tempos, materiais e espaços de brincar, pois para que ele 
aconteça com qualidade é preciso planejamento e parceria com os adultos e 
cuidadores. 
Uma brincadeira de qualidade contribui para a formação integral da criança. 
Ainda, de acordo com o Manual de Orientação Pedagógica produzido pelo 
Ministério da Educação (2012, p. 12), o brincar e as interações devem ser os pilares 
da construção do projeto curricular. A criança, ao ingressar na Educação Infantil, já 
está em processo de interação com várias pessoas, sejam elas pais, mães, 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
9 
cuidadores, irmãos. Assim, estabelecer objetivos claros e bem definidos para 
planejar a rotina, contribuirá para que esta interação -propiciada pelo brincar- seja 
de qualidade, trazendo mais segurança ao profissional e aprendizagem aos 
pequenos. 
De acordo com Oliveira e Bossa (2015, p. 15), a criança mostra sua relação 
com o mundo enquanto brinca e o adulto precisa se sensibilizar com isto, tendo 
olhos para ver de que forma esta criança está construindo sua história e 
organizando seu mundo. 
O psicopedagogo inserido nesta modalidade de ensino, atuando como 
formador, de ensinante pode passar a aprendente, uma vez que a formação 
oportuniza momentos de trocas significativas. Este constructo em torno de uma 
prática educativa que leve os professores da Educação Infantil a respeitarem as 
crianças enquanto protagonistas de seu próprio conhecimento, também auxilia o 
psicopedagogo a ter autoria de pensamento. 
De acordo com Fernandez, apud Beauclair (2009, p. 53), “Autoria é o 
processo e o ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como 
protagonista ou participante de tal produção.” Então, quando vai além dos modelos 
estabelecidos e busca por conhecimento , conhecendo cada vez mais seu objeto de 
estudo e saindo da condição atual para assimilar novos conceitos, pode-se dizer 
que ele também estará sendo protagonista de sua própria história e auxiliando o 
grupo de trabalho a construir sua própria identidade. 
À medida que os profissionais estão participando do processo de formação, 
vão analisando suas práticas, alimentando sua bagagem cultural, ampliando seus 
conhecimentos e realizando trocas a partir das interações entre profissionais e entre 
o psicopedagogo formador. Isto faz com que estes também criem uma identidade 
enquanto profissionais. 
Nas palavras de Beauclair (2009, p. 58), estes são ensinantes e aprendentes 
em processos de autoria, pois “autorizando-se mutuamente, sendo autores dos 
pensamentos e movidos por seus desejos, em busca de seus processos e 
movimentos de autonomia, devem ir além do olhar do outro, para reconhecer a 
autoria de seu pensamento e produção.” 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
10 
A partir do momento que educadores, professores e atendentes da Educação 
Infantil tomam consciência de sua identidade profissional superam a fragmentação 
da ação educativa e lutam pela construção de um referencial pedagógico pautado 
nas múltiplas infâncias e no respeito à criança enquanto produtora de cultura. 
A instituição de Educação Infantil enquanto espaço de atuação do 
psicopedagogo leva-o a buscar alternativas para a formação dos profissionais que 
trabalham diretamente com as crianças inseridas neste espaço institucionalizado, 
ainda que esta não seja tarefa fácil. Segundo Hoffmann e Silva, 2014, p. 12, 
 
Por conseguinte, o psicopedagogo encontra campo para atuar e desenvolver 
um trabalho de formação, contribuindo para a construção de uma educação Infantil 
de qualidade e da identidade profissional dos educadores, professores e 
atendentes. Trata-se, assim, de autoria, não somente por parte das crianças, 
havendo uma ressignificação do papel destes profissionais. 
 
A Psicopedagogia Institucional Escolar 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
11 
A psicopedagogia veio a surgir através da extrema necessidade de solucionar 
diversas dificuldades de aprendizagens que vinham a surgir. Segundo Mansini 
(2006, p. 249), que a Psicopedagogia, como área de estudos, nasceu da 
necessidade "de atendimento e orientação a crianças que apresentavam 
dificuldades ligadas a sua educação, mais 
especificamente, a sua aprendizagem, quer 
cognitiva, quer de comportamento social". Ela 
pode cooperar com o trabalho realizado na 
Educação Infantil, principalmente na 
prevenção de futuros problemas de 
aprendizagem, oferecendo meios para que 
seja trabalhado o desenvolvimento infantil. 
Apontar direções para o planejamento de atividades a serem realizadas com as 
crianças, podem apresentar, contribuindo para a constituição do processo da 
organização psíquica. 
Psicopedagogia é entendida como uma ação que é fornecida juntamente com 
o currículo escolar visando ajudar o processo total da educação, notadamente nas 
questões de aprendizagem. Educação moral é também relacionada ao trabalho da 
psicopedagogia por ser uma importante questão de aprendizagem. Consideramos 
que o desenvolvimento ético da criança deve ser o objetivo central em todas as 
ações voltadas para esta. 
Conforme os estudos de Bossa (2000, p. 89), no que diz respeito à 
Psicopedagogia preventiva, "podemos dizer que o nosso sujeito é a instituição, com 
sua complexa rede de relações". A partir dessa reflexão, podemos dizer que a 
instituição é um espaço físico e psíquico da aprendizagem, local e objeto de estudo 
da Psicopedagogia. Os procedimentos didáticos que interferem na aprendizagem 
devem ser analisados e discutidos, a fim de que possam ser ressignificados. 
A partir da das relações entre o sujeito e o meio familiar e social em que vive. 
A psicopedagogiapode trazer importantes contribuições para a Educação Infantil, 
trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir 
os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e cognitivo, através da 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
12 
aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento (FAGALI; 
VALE, 2003, p.10). Pode ainda contribuir com a ação pedagógica na Educação 
Infantil através de reflexões com o professor sobre o desenvolvimento do grupo de 
alunos e na elaboração de propostas adequadas para que avancem nas suas 
aprendizagens e também contribuir com conhecimentos da psicopedagogia. 
(CAMPOS, 1997, p. 34). 
Atualmente segundo de Allessandrini (1996, p. 21), a definição do objeto de 
estudo dessa área do conhecimento: "a Psicopedagogia estuda o processo de 
aprendizagem a partir de uma contextualização teórico-prática que advém da 
Pedagogia e da Psicologia". Já na concepção de Fagali e Vale (2003), a 
Psicopedagogia, na atualidade, vai além das pesquisas relacionadas somente aos 
problemas de aprendizagem. Os estudos caminham na direção de duas vertentes 
para a Psicopedagogia: a curativa ou terapêutica e a preventiva. 
 
A Instituição 
 
Em 1998, o MEC elaborou o Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil (RCNEI) buscando atender a necessidade de uma base nacional comum 
para os currículos, sendo um conjunto de referências e orientações pedagógicas 
não necessariamente obrigatórias à ação docente. As crianças são sujeitos que 
recriam o seu modo e a sua forma de entender e compreender aspectos do mundo. 
São sujeitos construtores de uma cultura própria. 
 Segundo os RCN (vol.1): As crianças possuem uma natureza singular, que 
as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito 
próprio, e isto porque, através das interações que estabelecem desde cedo com as 
pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam 
seu esforço para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias 
que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que 
estão submetidas e seus anseios e desejos. (Brasília, 1998, p.21) 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
13 
Desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 
9394/96), a educação infantil passou a integrar a Educação Básica, juntamente com 
o ensino fundamental e o ensino médio. Segundo a LDBEN em seu artigo 29: 
A educação infantil, primeira etapa 
da educação básica tem como finalidade 
o desenvolvimento integral da criança 
até seis anos de idade, em seus 
aspectos físico, psicológico, intelectual e 
social, complementando a ação da 
família e da comunidade. 
Diferente dos demais níveis da educação, a educação infantil não tem 
currículo formal. Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais (Brasília, 1998), 
devem ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, 
Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática. 
 A caracterização das instituições de educação infantil como parte dos 
deveres do Estado com a educação expressa na Constituição Federal de 1988 é 
uma formulação almejada por aqueles que ao final da década de 1970 lutaram e 
ainda lutam pela implantação de creches e pré-escolas no Brasil. Em 1988 a 
Constituição Brasileira fez referência aos direitos específicos das crianças de 0 a 6 
anos garantindo-lhes o direito de serem atendidas e respeitas em suas próprias 
possibilidades. 
Enfim, hoje, não se aceita mais creche como sinônimo de deposito ou de 
estacionamento de crianças. Creche é coisa séria. Qualquer que seja o nome 
adotado pela instituição que cuida de crianças pequeninas, ela tem de se constituir 
em espeço montados de tal forma que se transformem em ambientes especiais de 
criar crianças, oferecendo a elas tudo de que precisam para se desenvolverem 
integral e harmoniosamente, física e psicologicamente, atendendo ás suas 
necessidades físicas biológicas, sociais, intelectuais e afetivas de forma integrada 
(Rizzo, 1999, p.45) 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
14 
Segundo Hoffmann e Silva (1999) em algumas instituições ocorre dos bebês 
e as crianças de até 3 anos de idade jamais irem a praça ou tomarem sol, 
permanecendo o dia todo em suas salas, outro fato muito visível nos dias atuais é 
de salas amontoadas de crianças aonde a profissional necessita se desdobrar em 
duas para conseguir atender a todas. 
Barbosa ressalta a que: os estabelecimentos educacionais para crianças 
pequenas precisam revisar as organizações das turmas apenas por faixa etária 
similar e propiciar oportunidades de interações tanto de crianças da mesma idade 
quantos de crianças de idade diferentes, na perspectiva de favorecer a transmissão 
e a reelaboração das culturas de infância. 
A escola deve por meio de seus gestores e professores, ter o compromisso 
de construir relações com as famílias, pois sabemos que grande parte das crianças 
que frequentam a instituição vem de famílias trabalhadoras. ,O cuidado e a 
educação das crianças tornou-se, nos últimos 30 anos, uma grande preocupação de 
pais, governos, empregadores, comunidades e pesquisadores. A ocupação dos 
espaços no mercado de trabalho pela mulher, lado a lado com os homens, fez 
crescer mais ainda a procura por alternativas de cuidado para as crianças, a serem 
prestados por outras pessoas que não os seus progenitores ou familiares pois, 
atualmente as famílias brasileiras cada vez mais necessitam deixar seus filhos 
nesse ambientes: 
Embora as famílias com os dois pais trabalhando possam não ser pobres, 
elas podem ter dificuldades financeiras para pagar as altas taxas das creches, e 
ainda sofrerem o estresse de tentar dar conta do trabalho e de obrigações 
domesticas e sócias ao mesmo tempo. Portanto é muito importante que as 
educadoras trabalhem em conjunto com os pais e sejam sensíveis ás pressões que 
eles enfrentam. (GOLDSCHMIED, 2006, pág. 16) 
 Por isso a importância de termos profissionais qualificados na escola, que 
tenham claro os objetivos de suas aulas, que consigam criar um bom vínculo de 
relação com os pais e que conheçam as principais características de cada nível de 
desenvolvimento do ser humano e que consiga enxergar, a partir de um gesto 
simples da criança, uma evolução na sua aprendizagem. Para tanto os docentes 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
15 
que seguem a prática educativo-crítica, precisam se convencer de que ensinar não 
é transferir conhecimento, mas sim criar as possibilidades para a sua produção ou a 
sua construção, instigando cada vez mais a curiosidade dos educandos. (FREIRE, 
1996). 
Sendo assim, intervir pedagogicamente na educação de qualquer nível de 
ensino, aqui se tratando em especial da Educação Infantil de 0 a 3 anos, exige 
comprometimento, esforço e muito estudo. Já que com 
O recém-nascido ainda é considerado como alguém a quem teremos que 
ensinar tudo ou, pelo menos, alguém a quem teremos de fazer exercitar suas 
capacidades segundo nos pareça importante para seu desenvolvimento. Ao mesmo 
tempo, não se dá suficientemente importância as suas atividades, nem ás suas 
descobertas autônomas. ( Falk, 2011, p. 40) 
Não é tão simples como muitas pessoas imaginam que sejam pois não é 
somente cuidar da criança, é preciso entender que ela é capaz de aprender sempre, 
independente do seu nível cognitivo, e à escola ou creche cabe, portanto a função 
de cuidar e educar. Na concepção de Barbosa(2009) a organização do tempo e do 
espaço precisa oferecer a oportunidade de momentos de troca com outras crianças 
e de brincadeiras que efetivamente promovam aprendizagens, garantindo o 
desenvolvimento. 
Quando falamos em crianças 
pequenas vemos a necessidade de 
promover situações aonde as crianças se 
sintam instigadas a criarem algo novo, a 
se expressarem, a exporem suas ideias e 
desejos, respeitandoo seu rimo de 
desenvolvimento e de interesse, levando em conta o espaço reservado na escola 
para que isso aconteça, colocando-as como centro do processo educacional. 
Sabendo que o bebê 
Tem a capacidade de agir de forma autônoma sobre o meio e, dessa forma, 
provocam uma importante reflexão sobre a concepção de criança que tem orientado 
nosso pensar e agir docentes. Nesse sentido, contribuem fortemente para romper 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
16 
com a concepção de criança como ser passivo e incapaz ainda tão presente na 
cultura adultocêntrica que nos foi ensinada e que ainda é compartilhada por muitos 
de nós professor e professoras. ( Falk,2011, p. 6) 
 Como afirma Freire (1992), o padrão de desenvolvimento no qual nos 
encontramos pode ser definido a partir do nosso esforço de adaptação no 
mundo. Precisamos entender que a educação infantil é tão importante quantos 
todos os outros níveis de ensino, sendo a primeira e fundamental etapa da 
educação básica. 
Especialmente falando dos bebês podemos notar que eles sempre foram 
vistos como seres frágeis dos quais necessitam de cuidado e atenção, para Barbosa 
(2009) os bebês foram descritos e definidos principalmente por suas fragilidades, 
suas incapacidades e sua imaturidade. Nos últimos anos, porém, as pesquisas vêm 
demonstrando as inúmeras capacidades dos bebês. 
Quando se tem como objetivo geral a educação de crianças pequenas em um 
espaço de vida coletiva não faz sentido ter como elemento curricular central apenas 
uma das dimensões do vivido no cotidiano da educação infantil, a dimensão do 
conhecimento científico. (Barbosa, 2009, pág. 7) 
Validando sua forma peculiar de ver o mundo. Tais currículos se materializam 
através de desafios, experiências, linguagens, construção de contextos, temas 
geradores e projetos. 
Ensinar não é apenas transmitir informações a um ouvinte. É ajudá-lo a 
transformar suas ideias. Para isso, é preciso conhecê-lo, escutá-lo atentamente, 
compreender seu ponto de vista e escolher a ajuda certa de que necessita para 
avançar: nem mais nem menos (CURTO, 2000, p. 68 apud MIRANDA, 2008, p. 70). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
17 
A atuação do psicopedagogo na educação infantil 
 
O psicopedagogo pode fazer muita diferença numa instituição, com uma 
escuta e um olhar mais sensível quanto às demandas de professores, alunos e 
família. Ele tem um papel importante dentro da escola, não apenas ao que se refere 
ao acompanhamento de casos, mas também para o apoio e orientação aos 
professores, podendo servir de "ponte" de comunicação entre os intervenientes do 
contexto escolar (SOUZA, 2011). 
O psicopedagogo, na escola, exerce um papel fundamental tanto na relação 
entre professores, alunos, funcionários e família, muitas vezes, sendo necessário 
desmistificar a manifestação de sentimento primitivo como a inveja, a competição, 
que impedem a prática educativa ou professores aspectos que são destrutivos para 
as relações interpessoais, diagnosticando e intervindo nos sintomas ou discursos 
que são mantidos vivos e se repetem, não colaborando para o crescimento do 
grupo, analisar onde a pulsação de morte ativa de forma apenas destrutiva e sem 
possibilidade do novo, do recriar e do 
recomeçar (SOUZA, 2011). 
É importante o dialogo e a 
interação entre psicopedagogo e 
professor e de outros envolvidos no 
processo de ensino aprendizagem, 
sendo a instituição escolar parte da 
sociedade e a aprendizagem partindo 
da interação da criança na interação com o meio social, torna-se importante ressalta 
a importância que o mundo sociocultural tem na aprendizagem da mesma, 
contribuindo para as construções de aprendizagem daquela criança, o 
psicopedagogo nos ajuda a entender a ação do aluno, quando o professor não 
sente prazer e não se sente seguro com seu processo de ensino aprendizagem, 
dificilmente os alunos contribuirão seus conhecimentos de forma tranquila e sem 
problemas (SOUZA, 2011). 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
18 
O acompanhamento Psicopedagógico tem como objetivo abordar o processo 
da aprendizagem, como esse se desenvolve e de que forma o indivíduo se relaciona 
com o aprender; nos aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Quando são 
identificadas dificuldades neste processo, a Psicopedagogia busca as suas origens, 
os possíveis distúrbios; as habilidades e as limitações do ser que aprende. 
A literatura tem-nos apontado que o trabalho psicopedagógico desenvolvido 
em instituições educativas de educação infantil tem como marca o aspecto 
preventivo. O psicopedagogo tem a possibilidade de direcionar o seu trabalho para 
a formação continuada do educador, com o objetivo de promover a sua 
aprendizagem, e, consequentemente, a aprendizagem de seus alunos. A partir 
dessa reflexão, concorda-se com as seguintes palavras: 
Desta forma, a busca de alternativas para a formação dos educadores de 
creches/pré-escolas e uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo 
preocupado com o caráter preventivo de sua prática nessas instituições. Investigar, 
analisar e pôr em prática novas propostas para uma formação de educadores que 
os habilite a estabelecer relações mais maduras e conscientes com as crianças e 
com a equipe escolar, apresenta-se então, como um dos mais fortes desafios ao 
psicopedagogo comprometido com a educação infantil em instituições (CAVICCHIA, 
1996, p. 210). 
Em função desse contexto, o trabalho psicopedagógico iniciou uma 
importante parceria com a coordenação pedagógica da educação infantil da escola 
de 2006 a 2010, período em que a autora do presente artigo trabalhou na escola. 
Para a realidade dessa instituição, a temática latente junto aos professores, de 2006 
a 2008, e com necessidades de atenção, estava 
relacionada à documentação pedagógica elaborada 
pelos docentes. 
A prática psicopedagógica na escola implica 
num trabalho de caráter preventivo e de 
assessoramento no contexto educacional. Segundo 
Bossa, "pensar a escola à luz da Psicopedagogia, 
significa analisar um processo que inclui questões 
 
 
 
 
 
 
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metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem 
ensina e de quem aprende, abrangendo a participação da família e da sociedade". 
Na prática pedagógica, é essencial que se considere as relações entre 
produção escolar e as oportunidades reais que a sociedade dá às diversas classes 
sociais. A escola e a sociedade não podem ser vistas isoladamente, pois o sistema 
de ensino (público ou privado) reflete a sociedade na qual está inserido. Observa-se 
que alunos de baixa renda ainda são estigmatizados, na questão do aprendizado, 
como deficientes. 
A escola caracteriza-se como um espaço concebido para realização do 
processo de ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente construído; 
lugar no qual, muitas vezes, os desequilíbrios não são compreendidos 
(GASPARIAN, 1997, p.24) 
Ao chegar numa instituição escolar, muitos acreditam que o psicopedagogo 
vai solucionar todos os problemas existentes (dificuldade de aprendizagem, evasão, 
indisciplina, desestímulo docente, entre outros). No entanto, o psicopedagogo não 
vem com as respostas prontas. O que vai acontecer será um trabalho de equipe, em 
parceria com todos que fazem a escola (gestores, equipe técnica, professores, 
alunos, pessoal de apoio, família). O psicopedagogo entra na escola para ver o 
"todo" da instituição. 
Barbosa afirma que "a escola caracteriza-se como um espaço concebido para 
realização do processo de ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente 
construído; lugar no qual, muitas vezes, os desequilíbrios não são compreendidos”. 
A aprendizagem escolar, durante várias décadas, foi vista como algo distante do 
prazer e entendida como um mal necessário. Então, o grande desafio das escolas, 
nos dias de hoje, é despertar o desejo dos alunos para que possam sentir prazer no 
aprender.A opinião de Barbosa é clara quando argumenta que: Transformar a 
aprendizagem em prazer não significa realizar uma atividade prazerosa, e sim 
descobrir o prazer no ato de: construir ou de desconstruir o conhecimento; 
transformar ou ampliar o que se sabe; relacionar conhecimentos entre si e com vida; 
ser coautor ou autor do conhecimento; permitir-se experimentar diante de hipóteses; 
 
 
 
 
 
 
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partir de um contexto para a descontextualização e vice-versa; operar sobre o 
conhecimento já existente; buscar o saber a partir do não saber; compartilhar suas 
descobertas; integrar ação, emoção e cognição; usar a reflexão sobre o 
conhecimento e a realidade; conhecer 
a história para criar novas 
possibilidades. 
Barbosa ressalta, ainda, que "a 
Psicopedagogia, como área que 
estuda o processo 
ensino/aprendizagem, pode contribuir 
com a escola na missão de resgate do prazer no ato de aprender e da 
aprendizagem nas situações prazerosas”. O psicopedagogo sabe que para 
aprender são necessárias condições cognitivas (abordar o conhecimento), afetivas 
(estabelecer vínculos), criativas (colocar em prática) e associativas (para socializar). 
Deve-se estar atento frente às grandes mudanças que ocorreram nas 
propostas educacionais. Atualmente, o conhecimento científico só tem sentido se for 
ligado ao social, engajado ao cotidiano, onde através dele se possa encontrar 
soluções. A reforma educacional brasileira é extremamente exigente. Os 
paradigmas dessa reforma estão centrados na verdade aberta, no conhecimento 
múltiplo, transdisciplinar. As mudanças não acontecem na mesma proporção, nem 
na mesma velocidade. A apropriação leva um tempo até ser introspectada, 
compreendida e colocada em prática. As mudanças (a introdução no novo) num 
ambiente escolar têm que ser escalonadas e sucessivas, priorizando-se e 
hierarquizando-se as ações. 
Barbosa ratifica que a atuação psicopedagógica junto a um grupo ou 
instituição, para ser operante precisa interpretar os papéis desempenhados, a forma 
como foram atribuídos e assumidos, assim como as expectativas que se encontram 
latentes neste movimento de atribuir e aceitar o papel. [...] A tarefa de cada um deve 
estar voltada para o aprender, desde a direção até a portaria ou o serviço de 
limpeza. 
 
 
 
 
 
 
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A intervenção do psicopedagogo junto à família 
 
Segundo Fernández (1991, p.97) a transformação histórica do contexto sócio 
histórico cultural é resultante de um constante processo de evolução, ao qual a 
estrutura familiar vai se moldando e modificando, concomitantemente aos diferentes 
momentos históricos vivenciados pela humanidade, assumindo características 
peculiares dependendo do tipo de referência adotada como base para educação 
dos filhos em determinada época ou 
período. 
 O conceito de família mudou muito 
nos últimos tempos, não há mais um 
padrão de família, e sim uma variedade 
de padrão familiar, com identidade 
própria em constante desenvolvimento. 
Mas independente dessa mudança a família continua sendo o primeiro local de 
aprendizado das crianças, é através dela que acontece os primeiros contatos 
sociais e as primeiras experiências educacionais . A família, está diretamente 
ligada as atitudes comportamentais da criança. Na maioria das vezes a 
influência que os pais exercem sobre seus filhos é inconsciente, pois não tem 
consciência de que seus comportamentos, sua maneira de ser e de falar, de 
tratar as pessoas, de enxergar o mundo, tem enorme influência sobre o 
desenvolvimento do seu filho. 
Os pais têm um papel importante no processo de desenvolvimento da 
autonomia. Se eles encorajarem as iniciativas da criança, elogiarem o sucesso 
derem tarefas que não excedam as capacidades da criança forem coerentes em 
suas exigências e aceitarem os fracassos estarão contribuindo para o 
aparecimento do sentimento de auto confiança e auto estima. ( Sabini , 1998, 
p.65) 
Percebe-se a grande importância dos pais no desenvolvimento cognitivo e 
evolutivo da criança, a sua ausência no ensino aprendizagem dos alunos podem 
ocasionar baixo desempenho e até mesmo a repetência escolar. Muitos pais veem 
 
 
 
 
 
 
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a escola como local de depósito de crianças, vão matriculam seus filhos e só 
aparecem na escola quando seus filhos estão com problemas, baixo desempenho 
ou quando a coordenação manda chamá-lo. Sem a família não há como promover 
uma boa educação. 
A participação dos pais na vida escolar de seus filhos é condição 
indispensável para que a criança se sinta amada e motivada a obter avanços em 
sua aprendizagem. Sendo assim a família e a escola precisam ser parceiras para 
que os alunos possam realmente ter um maior aproveitamento na aprendizagem, 
não basta apenas à escola se preocupar na aprendizagem, e os pais não se 
preocuparem. 
O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas 
também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e 
no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por 
grande parte da sua educação e da sua aprendizagem. O que a família pensa, seus 
anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho 
também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico. 
Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das 
crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de 
uma entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de 
informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social. 
Nessa perspectiva, o psicopedagogo não é um mero “resolvedor” de 
problemas, mas um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade, 
pode ajudar a escola a remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o 
conhecimento e a formar cidadãos por meio da construção de práticas educativas 
que favoreçam processos de humanização e reapropriação da capacidade de 
pensamento crítico. 
As ações realizadas pelo psicopedagogo junto com o sujeito com transtorno 
procura promover a reelaboração do processo de aprendizagem, assim sendo essa 
intervenção propicia uma mudança na ação do sujeito em relação à aprendizagem. 
(Serrat, 2002, p.56) 
 
 
 
 
 
 
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Dessa forma, acredita-se que o trabalho da Psicopedagogia quando encontra 
consonância e parcerias na escola, pode promover efeitos muito positivos para a 
minimização das dificuldades que emergem no contexto escolar, apesar de 
representar um constante desafio, pois requer o envolvimento de toda a equipe, e 
um desejo permanente de mudanças, para que as transformações, de fato, 
ocorram. O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, 
mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da 
família e no mundo que a cerca. Para o professor Libânio (1992): 
Educar é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa a direção o 
que é suscetível de educação. O ato pedagógico pode então, ser definido como 
uma atividade sistemática de interação entre seres sociáveis, tanto no nível 
intrapessoal como no nível da influencia do meio, interação essa que se configura 
numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar nelas 
mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos, dessa própria ação 
exercida (op.cit, 98). 
Quando uma criança aprende um novo modo de executar uma brincadeira, 
um modo de ser, não suprime o modo anterior, ao contrário, incorpora o modo 
anterior ao novo modo de execução. É o novo que nasce do velho, incorporando-o 
por superação. 
Pode-se dizer, então que a educação não pode ser compreendidaa margem 
da história, mas apenas no contexto em que os homens estabelecem relações entre 
si, dessa forma a família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande 
parte da sua educação e da sua aprendizagem, por meio dessa aprendizagem a 
criança é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus 
conhecimentos, seus saberes. Entretanto, na realidade, o que se tem observado é 
que as famílias estão perdidas, não estão sabendo lidar com situações novas. 
 A nova forma de sociabilidade tem modificado o cotidiano das famílias, 
pressionados pelas demandas do mundo moderno, os pais têm uma carga horária 
de trabalho que não possibilita uma maior convivência com os filhos, ficam fora o dia 
inteiro ou pais desempregados, as brigas, as drogas, os pais analfabetos, pais 
separados e mães solteiras, ou seja, crises nas instituições sociais. 
 
 
 
 
 
 
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As famílias acabam transferindo suas responsabilidades para a escola, sendo 
que, em decorrência disso, formam-se gerações cada vez mais dependentes e a 
escola tendo que desviar de suas funções para suprir essas necessidades. A escola 
se converteu na principal instituição socializadora, onde deve resolver a maioria 
desses problemas. Lugar esse, em que os meninos e as meninas têm a 
possibilidade de interagir com iguais e onde se 
devem submeter continuamente a uma norma 
de convivência coletiva. 
Considerando o exposto, cabe ao 
psicopedagogo intervir junto à família das 
crianças que apresentam dificuldades na 
aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma 
entrevista e de uma anamnese com essa 
família, para tomar conhecimento de 
informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social. O que a 
família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao 
desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o 
psicopedagogo chegar a um diagnóstico. 
Vale lembrar o que diz Bossa (1994) sobre o diagnóstico: O diagnóstico 
psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revelável, onde a intervenção 
do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até 
a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue 
durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou 
acompanhamento da evolução do sujeito. (op.cit, p.74) 
 
 
 
 
 
 
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25 
Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às 
desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse 
fracasso. Boas partes dos problemas 
encontrados são lentidão de 
raciocínio, falta de atenção e 
desinteresse. Esses aspectos 
precisam ser trabalhados para se 
obter melhor rendimento intelectual. 
Pois a que a escola é o meio social 
também que têm a sua 
responsabilidade no que se refere ao 
fracasso escolar. 
Entende-se assim que a família desempenha um papel decisivo na condução 
e evolução do problema acima mencionado, pois, muitas vezes, não consegue 
enxergar essa criança com dificuldades, essa criança que, muitas vezes, 
demonstrar suas necessidades através de suas atitudes, que às vezes são 
ignoradas ou não perceptíveis, devido a vida ter assimilado um caráter acelerado. A 
necessidade do vínculo afetivo é primordial para o bom desenvolvimento da criança. 
A esse respeito Souza (1995) diz que: Fatores da vida psíquica da criança 
podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação 
com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes 
parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento 
(op.cit.p.58). 
A criança só aprende se ela tem o desejo de aprender, as lembranças futuras 
estarão relacionadas ao que foi significativo no fulcro de sua existência. E para isso 
é importante que os pais contribuam para que ela tenha esse desejo. A intervenção 
psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de 
reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos 
professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo 
espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, 
assumindo a posição de parceiros, participando e opinando. 
 
 
 
 
 
 
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