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[Capture a atenção do leitor com uma ótima citação do documento ou use este espaço para enfatizar um ponto-chave. Para colocar essa caixa de texto em qualquer lugar na página, basta arrastá-la.] IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO DA EDUCAÇÃO INFANTIL INDENTIDADE DO PSICOPEGDAGOGO DA EDUCAÇÃO INFANTIL Faculdade de Minas 2 Sumário Introdução ........................................................................................................ 4 A Psicopedagogia Institucional Escolar ......................................................... 10 A Instituição ................................................................................................... 12 A atuação do psicopedagogo na educação infantil........................................ 17 A intervenção do psicopedagogo junto à família ........................................... 21 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 26 Faculdade de Minas 3 FACUMINAS A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. Faculdade de Minas 4 Identidade do Psicopedagogo da Educação Infantil Introdução A construção de uma identidade por parte do psicopedagogo e também dos profissionais da Educação Infantil, remete a conceitos como autoria e protagonismo, tanto por parte de professores quanto das crianças envolvidas no processo formativo e que passam a ser valorizadas enquanto produtoras de cultura. A Psicopedagogia ajuda a compreender o processo de aprendizagem e apesar de, em muitas instâncias educacionais, não haver o cargo de Faculdade de Minas 5 psicopedagogo, pode-se desenvolver um olhar e uma postura psicopedagógica diante da aprendizagem. É o caso de entendê-la como um processo contínuo, onde cada criança tem características próprias para aprender ou de compreender que os professores, ao planejarem, devem pensar no desenvolvimento cognitivo de seus alunos, sem dissociá-lo dos aspectos emocionais e sociais. De acordo com Serra (2012, p. 7), “A Psicopedagogia, dentro da Instituição escolar, tem caráter predominantemente preventivo.” Sendo assim, ela contribui com a ação pedagógica na Educação Infantil, uma vez que pode auxiliar na elaboração de um planejamento voltado às especificidades das crianças, através de propostas adequadas para que estas se desenvolvam em plenitude, prevenindo futuros problemas de aprendizagem. Segundo Sá (2013, p. 16) “O psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagem.” Isto quer dizer que o psicopedagogo, enquanto profissional que possui uma escuta atenta às demandas de seu público-alvo, tem um papel de suma importância dentro da instituição, podendo orientar e assessorar professores, trabalhar com as relações interpessoais do grupo, criando um ambiente favorável à aprendizagem, acompanhar as famílias, orientando-as e colaborando com a construção de uma proposta pedagógica que contemple as muitas infâncias. Pensar a Educação Infantil em um enfoque psicopedagógico requer analisar práticas até então enraizadas no cotidiano institucional. Apesar de todas as contribuições trazidas pelas DCNEIs , ainda é comum o fato dos profissionais da educação que trabalham especificamente com esta faixa etária não conhecerem o teor de tal documento. Daí, a importância de se priorizar a formação de todos aqueles que atuam diretamente nesta etapa da Educação Básica. De acordo com as DCNEIs, as interações e brincadeiras devem ser o eixo norteador das práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil e o psicopedagogo pode contribuir para que a instituição garanta estes dois eixos neste documento, participando do momento de construção do mesmo e auxiliando na formação e qualificação dos profissionais envolvidos neste processo. Talvez aí resida seu maior embate, uma vez que, de acordo com Faculdade de Minas 6 Cavicchia (2013, p. 204), “Nesse processo, o psicopedagogo se depara com uma das mais difíceis e instigantes de suas funções na instituição educativa: a de orientar e coordenar a formação e o funcionamento de equipes de trabalho, considerando o contexto educacional.” Existe uma necessidade constante de formação do grupo, principalmente na Educação Infantil, onde nem todos os profissionais possuem os mesmos direitos garantidos por lei e o mesmo nível de formação, sendo exigida a formação mínima, na maioria das redes. Sendo assim, para se criar um ambiente de qualidade, faz-se necessário garantir esta formação continuada do grupo de trabalho. O psicopedagogo, neste momento, tem uma importância crucial, pois pode auxiliar o grupo a compreender como se dá o desenvolvimento infantil, entendendo como a criança participa e produz cultura, auxiliando-os a entender determinados comportamentos dos pequenos e a ter embasamento suficiente para mudar sua prática. Através de seu trabalho de assessoramento, o psicopedagogo auxiliará o grupo a perceber que o modo como se trata a criança está diretamente relacionado à concepção que se tem de infância, coordenando a ação pedagógica. É comum, em momentos de estudos e reuniões, muitos profissionais relatarem que entendem a criança enquanto ser que produz cultura, que se deve dar autonomia a estas para que através de suas experiências possam explicar o mundo em que vivem. Entretanto, não é raro observar práticas que não são condizentes com este discurso, uma vez que os adultos não oferecem atividades onde as crianças possam mostrar sua capacidade, têm medo até mesmo de que estas escolham seus próprios alimentos e/ou comam sozinhas, como se dependessem única e exclusivamente deste adulto e não tivessem poder de escolha e decisão dentro da instituição educativa. Este profissional poderá auxiliar na construção de uma proposta pedagógica centrada na criança, respeitando sua autonomia e manifestações linguísticas, artísticas, sociais, culturais e ampliando-as. Sarmento (2005) destaca que as crianças apresentam modos diferenciados de interpretação do mundo e de simbolização do real, que são constitutivos das Faculdade de Minas 7 “culturas da infância“, as quais se caracterizam pela articulação complexa de modos e formas de racionalidade e ação próprias das crianças. Sendo assim, é importante reconhecer as expressões da criança nas mais variadas linguagens, inclusive a corporal, uma vez que também é uma das formas que esta encontra para manifestar-se. Longe de ser utilizado de maneira prescritiva ou como uma receita, um modelo que pode trazer ricas oportunidades de reflexão emtorno das ações dos profissionais junto aos pequenos é justamente aquele que enfoca a tematização da prática. De acordo com Lopes (2011), O psicopedagogo, enquanto formador, deve ter clareza de suas ações e consciência para evitar juízo de valores, evitando o julgamento das atitudes dos profissionais. O intuito é que o material que esteja sendo mostrado sirva para aperfeiçoar e não para depreciar um ou outro envolvido. Assim, o grupo passa a ter confiança no trabalho do psicopedagogo, pois percebe que não será exposto a situações constrangedoras e que este tipo de formação visa disseminar boas práticas. Através das imagens, o grupo tem a possibilidade de analisar a fala da criança, percebendo como a maneira que vêm conduzindo o trabalho pedagógico dentro da Instituição tem afetado as crianças e refletindo se estão realmente valorizando-as enquanto atores sociais ou apenas reproduzindo um discurso que está ficando arraigado na área da educação. Assim, quando a equipe da Instituição decide repensar suas práticas, qualificando-as e registrando-as, acabam por subsidiar a produção de saberes referentes à educação coletiva de crianças da faixa etária compreendida pela Educação infantil. De acordo com Oliveira (2012, p. 41), Faculdade de Minas 8 Outro ponto importante a ser resgatado na formação continuada dos profissionais da Educação Infantil, é a questão do brincar, muitas vezes relegado a segundo plano, dentro das instituições. Ele está diretamente imbricado com as interações que a criança estabelece. Quem trabalha diretamente com os pequenos reconhece que as crianças interagem pela brincadeira e, quanto menores são, mais estas interações estão entrelaçadas com o brincar. Inclusive, documentos oficiais reforçam esta ideia, reconhecendo a importância do brincar para a criança. Na brincadeira a criança aprende a tomar decisões, resolver conflitos, expressar sentimentos, comunicar-se, compreender sua realidade imediata, além de interagir com outras crianças, com os adultos e com os materiais que lhe são disponibilizados. O psicopedagogo pode ajudar a garantir este direito inalienável da criança, auxiliando na construção de um currículo que garanta o estabelecimento e a organização dos tempos, materiais e espaços de brincar, pois para que ele aconteça com qualidade é preciso planejamento e parceria com os adultos e cuidadores. Uma brincadeira de qualidade contribui para a formação integral da criança. Ainda, de acordo com o Manual de Orientação Pedagógica produzido pelo Ministério da Educação (2012, p. 12), o brincar e as interações devem ser os pilares da construção do projeto curricular. A criança, ao ingressar na Educação Infantil, já está em processo de interação com várias pessoas, sejam elas pais, mães, Faculdade de Minas 9 cuidadores, irmãos. Assim, estabelecer objetivos claros e bem definidos para planejar a rotina, contribuirá para que esta interação -propiciada pelo brincar- seja de qualidade, trazendo mais segurança ao profissional e aprendizagem aos pequenos. De acordo com Oliveira e Bossa (2015, p. 15), a criança mostra sua relação com o mundo enquanto brinca e o adulto precisa se sensibilizar com isto, tendo olhos para ver de que forma esta criança está construindo sua história e organizando seu mundo. O psicopedagogo inserido nesta modalidade de ensino, atuando como formador, de ensinante pode passar a aprendente, uma vez que a formação oportuniza momentos de trocas significativas. Este constructo em torno de uma prática educativa que leve os professores da Educação Infantil a respeitarem as crianças enquanto protagonistas de seu próprio conhecimento, também auxilia o psicopedagogo a ter autoria de pensamento. De acordo com Fernandez, apud Beauclair (2009, p. 53), “Autoria é o processo e o ato de produção de sentidos e de reconhecimento de si mesmo como protagonista ou participante de tal produção.” Então, quando vai além dos modelos estabelecidos e busca por conhecimento , conhecendo cada vez mais seu objeto de estudo e saindo da condição atual para assimilar novos conceitos, pode-se dizer que ele também estará sendo protagonista de sua própria história e auxiliando o grupo de trabalho a construir sua própria identidade. À medida que os profissionais estão participando do processo de formação, vão analisando suas práticas, alimentando sua bagagem cultural, ampliando seus conhecimentos e realizando trocas a partir das interações entre profissionais e entre o psicopedagogo formador. Isto faz com que estes também criem uma identidade enquanto profissionais. Nas palavras de Beauclair (2009, p. 58), estes são ensinantes e aprendentes em processos de autoria, pois “autorizando-se mutuamente, sendo autores dos pensamentos e movidos por seus desejos, em busca de seus processos e movimentos de autonomia, devem ir além do olhar do outro, para reconhecer a autoria de seu pensamento e produção.” Faculdade de Minas 10 A partir do momento que educadores, professores e atendentes da Educação Infantil tomam consciência de sua identidade profissional superam a fragmentação da ação educativa e lutam pela construção de um referencial pedagógico pautado nas múltiplas infâncias e no respeito à criança enquanto produtora de cultura. A instituição de Educação Infantil enquanto espaço de atuação do psicopedagogo leva-o a buscar alternativas para a formação dos profissionais que trabalham diretamente com as crianças inseridas neste espaço institucionalizado, ainda que esta não seja tarefa fácil. Segundo Hoffmann e Silva, 2014, p. 12, Por conseguinte, o psicopedagogo encontra campo para atuar e desenvolver um trabalho de formação, contribuindo para a construção de uma educação Infantil de qualidade e da identidade profissional dos educadores, professores e atendentes. Trata-se, assim, de autoria, não somente por parte das crianças, havendo uma ressignificação do papel destes profissionais. A Psicopedagogia Institucional Escolar Faculdade de Minas 11 A psicopedagogia veio a surgir através da extrema necessidade de solucionar diversas dificuldades de aprendizagens que vinham a surgir. Segundo Mansini (2006, p. 249), que a Psicopedagogia, como área de estudos, nasceu da necessidade "de atendimento e orientação a crianças que apresentavam dificuldades ligadas a sua educação, mais especificamente, a sua aprendizagem, quer cognitiva, quer de comportamento social". Ela pode cooperar com o trabalho realizado na Educação Infantil, principalmente na prevenção de futuros problemas de aprendizagem, oferecendo meios para que seja trabalhado o desenvolvimento infantil. Apontar direções para o planejamento de atividades a serem realizadas com as crianças, podem apresentar, contribuindo para a constituição do processo da organização psíquica. Psicopedagogia é entendida como uma ação que é fornecida juntamente com o currículo escolar visando ajudar o processo total da educação, notadamente nas questões de aprendizagem. Educação moral é também relacionada ao trabalho da psicopedagogia por ser uma importante questão de aprendizagem. Consideramos que o desenvolvimento ético da criança deve ser o objetivo central em todas as ações voltadas para esta. Conforme os estudos de Bossa (2000, p. 89), no que diz respeito à Psicopedagogia preventiva, "podemos dizer que o nosso sujeito é a instituição, com sua complexa rede de relações". A partir dessa reflexão, podemos dizer que a instituição é um espaço físico e psíquico da aprendizagem, local e objeto de estudo da Psicopedagogia. Os procedimentos didáticos que interferem na aprendizagem devem ser analisados e discutidos, a fim de que possam ser ressignificados. A partir da das relações entre o sujeito e o meio familiar e social em que vive. A psicopedagogiapode trazer importantes contribuições para a Educação Infantil, trabalhar as questões pertinentes às relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, integrando o afetivo e cognitivo, através da Faculdade de Minas 12 aprendizagem dos conceitos, nas diferentes áreas do conhecimento (FAGALI; VALE, 2003, p.10). Pode ainda contribuir com a ação pedagógica na Educação Infantil através de reflexões com o professor sobre o desenvolvimento do grupo de alunos e na elaboração de propostas adequadas para que avancem nas suas aprendizagens e também contribuir com conhecimentos da psicopedagogia. (CAMPOS, 1997, p. 34). Atualmente segundo de Allessandrini (1996, p. 21), a definição do objeto de estudo dessa área do conhecimento: "a Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem a partir de uma contextualização teórico-prática que advém da Pedagogia e da Psicologia". Já na concepção de Fagali e Vale (2003), a Psicopedagogia, na atualidade, vai além das pesquisas relacionadas somente aos problemas de aprendizagem. Os estudos caminham na direção de duas vertentes para a Psicopedagogia: a curativa ou terapêutica e a preventiva. A Instituição Em 1998, o MEC elaborou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) buscando atender a necessidade de uma base nacional comum para os currículos, sendo um conjunto de referências e orientações pedagógicas não necessariamente obrigatórias à ação docente. As crianças são sujeitos que recriam o seu modo e a sua forma de entender e compreender aspectos do mundo. São sujeitos construtores de uma cultura própria. Segundo os RCN (vol.1): As crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio, e isto porque, através das interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos. (Brasília, 1998, p.21) Faculdade de Minas 13 Desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), a educação infantil passou a integrar a Educação Básica, juntamente com o ensino fundamental e o ensino médio. Segundo a LDBEN em seu artigo 29: A educação infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Diferente dos demais níveis da educação, a educação infantil não tem currículo formal. Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais (Brasília, 1998), devem ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática. A caracterização das instituições de educação infantil como parte dos deveres do Estado com a educação expressa na Constituição Federal de 1988 é uma formulação almejada por aqueles que ao final da década de 1970 lutaram e ainda lutam pela implantação de creches e pré-escolas no Brasil. Em 1988 a Constituição Brasileira fez referência aos direitos específicos das crianças de 0 a 6 anos garantindo-lhes o direito de serem atendidas e respeitas em suas próprias possibilidades. Enfim, hoje, não se aceita mais creche como sinônimo de deposito ou de estacionamento de crianças. Creche é coisa séria. Qualquer que seja o nome adotado pela instituição que cuida de crianças pequeninas, ela tem de se constituir em espeço montados de tal forma que se transformem em ambientes especiais de criar crianças, oferecendo a elas tudo de que precisam para se desenvolverem integral e harmoniosamente, física e psicologicamente, atendendo ás suas necessidades físicas biológicas, sociais, intelectuais e afetivas de forma integrada (Rizzo, 1999, p.45) Faculdade de Minas 14 Segundo Hoffmann e Silva (1999) em algumas instituições ocorre dos bebês e as crianças de até 3 anos de idade jamais irem a praça ou tomarem sol, permanecendo o dia todo em suas salas, outro fato muito visível nos dias atuais é de salas amontoadas de crianças aonde a profissional necessita se desdobrar em duas para conseguir atender a todas. Barbosa ressalta a que: os estabelecimentos educacionais para crianças pequenas precisam revisar as organizações das turmas apenas por faixa etária similar e propiciar oportunidades de interações tanto de crianças da mesma idade quantos de crianças de idade diferentes, na perspectiva de favorecer a transmissão e a reelaboração das culturas de infância. A escola deve por meio de seus gestores e professores, ter o compromisso de construir relações com as famílias, pois sabemos que grande parte das crianças que frequentam a instituição vem de famílias trabalhadoras. ,O cuidado e a educação das crianças tornou-se, nos últimos 30 anos, uma grande preocupação de pais, governos, empregadores, comunidades e pesquisadores. A ocupação dos espaços no mercado de trabalho pela mulher, lado a lado com os homens, fez crescer mais ainda a procura por alternativas de cuidado para as crianças, a serem prestados por outras pessoas que não os seus progenitores ou familiares pois, atualmente as famílias brasileiras cada vez mais necessitam deixar seus filhos nesse ambientes: Embora as famílias com os dois pais trabalhando possam não ser pobres, elas podem ter dificuldades financeiras para pagar as altas taxas das creches, e ainda sofrerem o estresse de tentar dar conta do trabalho e de obrigações domesticas e sócias ao mesmo tempo. Portanto é muito importante que as educadoras trabalhem em conjunto com os pais e sejam sensíveis ás pressões que eles enfrentam. (GOLDSCHMIED, 2006, pág. 16) Por isso a importância de termos profissionais qualificados na escola, que tenham claro os objetivos de suas aulas, que consigam criar um bom vínculo de relação com os pais e que conheçam as principais características de cada nível de desenvolvimento do ser humano e que consiga enxergar, a partir de um gesto simples da criança, uma evolução na sua aprendizagem. Para tanto os docentes Faculdade de Minas 15 que seguem a prática educativo-crítica, precisam se convencer de que ensinar não é transferir conhecimento, mas sim criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção, instigando cada vez mais a curiosidade dos educandos. (FREIRE, 1996). Sendo assim, intervir pedagogicamente na educação de qualquer nível de ensino, aqui se tratando em especial da Educação Infantil de 0 a 3 anos, exige comprometimento, esforço e muito estudo. Já que com O recém-nascido ainda é considerado como alguém a quem teremos que ensinar tudo ou, pelo menos, alguém a quem teremos de fazer exercitar suas capacidades segundo nos pareça importante para seu desenvolvimento. Ao mesmo tempo, não se dá suficientemente importância as suas atividades, nem ás suas descobertas autônomas. ( Falk, 2011, p. 40) Não é tão simples como muitas pessoas imaginam que sejam pois não é somente cuidar da criança, é preciso entender que ela é capaz de aprender sempre, independente do seu nível cognitivo, e à escola ou creche cabe, portanto a função de cuidar e educar. Na concepção de Barbosa(2009) a organização do tempo e do espaço precisa oferecer a oportunidade de momentos de troca com outras crianças e de brincadeiras que efetivamente promovam aprendizagens, garantindo o desenvolvimento. Quando falamos em crianças pequenas vemos a necessidade de promover situações aonde as crianças se sintam instigadas a criarem algo novo, a se expressarem, a exporem suas ideias e desejos, respeitandoo seu rimo de desenvolvimento e de interesse, levando em conta o espaço reservado na escola para que isso aconteça, colocando-as como centro do processo educacional. Sabendo que o bebê Tem a capacidade de agir de forma autônoma sobre o meio e, dessa forma, provocam uma importante reflexão sobre a concepção de criança que tem orientado nosso pensar e agir docentes. Nesse sentido, contribuem fortemente para romper Faculdade de Minas 16 com a concepção de criança como ser passivo e incapaz ainda tão presente na cultura adultocêntrica que nos foi ensinada e que ainda é compartilhada por muitos de nós professor e professoras. ( Falk,2011, p. 6) Como afirma Freire (1992), o padrão de desenvolvimento no qual nos encontramos pode ser definido a partir do nosso esforço de adaptação no mundo. Precisamos entender que a educação infantil é tão importante quantos todos os outros níveis de ensino, sendo a primeira e fundamental etapa da educação básica. Especialmente falando dos bebês podemos notar que eles sempre foram vistos como seres frágeis dos quais necessitam de cuidado e atenção, para Barbosa (2009) os bebês foram descritos e definidos principalmente por suas fragilidades, suas incapacidades e sua imaturidade. Nos últimos anos, porém, as pesquisas vêm demonstrando as inúmeras capacidades dos bebês. Quando se tem como objetivo geral a educação de crianças pequenas em um espaço de vida coletiva não faz sentido ter como elemento curricular central apenas uma das dimensões do vivido no cotidiano da educação infantil, a dimensão do conhecimento científico. (Barbosa, 2009, pág. 7) Validando sua forma peculiar de ver o mundo. Tais currículos se materializam através de desafios, experiências, linguagens, construção de contextos, temas geradores e projetos. Ensinar não é apenas transmitir informações a um ouvinte. É ajudá-lo a transformar suas ideias. Para isso, é preciso conhecê-lo, escutá-lo atentamente, compreender seu ponto de vista e escolher a ajuda certa de que necessita para avançar: nem mais nem menos (CURTO, 2000, p. 68 apud MIRANDA, 2008, p. 70). Faculdade de Minas 17 A atuação do psicopedagogo na educação infantil O psicopedagogo pode fazer muita diferença numa instituição, com uma escuta e um olhar mais sensível quanto às demandas de professores, alunos e família. Ele tem um papel importante dentro da escola, não apenas ao que se refere ao acompanhamento de casos, mas também para o apoio e orientação aos professores, podendo servir de "ponte" de comunicação entre os intervenientes do contexto escolar (SOUZA, 2011). O psicopedagogo, na escola, exerce um papel fundamental tanto na relação entre professores, alunos, funcionários e família, muitas vezes, sendo necessário desmistificar a manifestação de sentimento primitivo como a inveja, a competição, que impedem a prática educativa ou professores aspectos que são destrutivos para as relações interpessoais, diagnosticando e intervindo nos sintomas ou discursos que são mantidos vivos e se repetem, não colaborando para o crescimento do grupo, analisar onde a pulsação de morte ativa de forma apenas destrutiva e sem possibilidade do novo, do recriar e do recomeçar (SOUZA, 2011). É importante o dialogo e a interação entre psicopedagogo e professor e de outros envolvidos no processo de ensino aprendizagem, sendo a instituição escolar parte da sociedade e a aprendizagem partindo da interação da criança na interação com o meio social, torna-se importante ressalta a importância que o mundo sociocultural tem na aprendizagem da mesma, contribuindo para as construções de aprendizagem daquela criança, o psicopedagogo nos ajuda a entender a ação do aluno, quando o professor não sente prazer e não se sente seguro com seu processo de ensino aprendizagem, dificilmente os alunos contribuirão seus conhecimentos de forma tranquila e sem problemas (SOUZA, 2011). Faculdade de Minas 18 O acompanhamento Psicopedagógico tem como objetivo abordar o processo da aprendizagem, como esse se desenvolve e de que forma o indivíduo se relaciona com o aprender; nos aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Quando são identificadas dificuldades neste processo, a Psicopedagogia busca as suas origens, os possíveis distúrbios; as habilidades e as limitações do ser que aprende. A literatura tem-nos apontado que o trabalho psicopedagógico desenvolvido em instituições educativas de educação infantil tem como marca o aspecto preventivo. O psicopedagogo tem a possibilidade de direcionar o seu trabalho para a formação continuada do educador, com o objetivo de promover a sua aprendizagem, e, consequentemente, a aprendizagem de seus alunos. A partir dessa reflexão, concorda-se com as seguintes palavras: Desta forma, a busca de alternativas para a formação dos educadores de creches/pré-escolas e uma das tarefas mais importantes do psicopedagogo preocupado com o caráter preventivo de sua prática nessas instituições. Investigar, analisar e pôr em prática novas propostas para uma formação de educadores que os habilite a estabelecer relações mais maduras e conscientes com as crianças e com a equipe escolar, apresenta-se então, como um dos mais fortes desafios ao psicopedagogo comprometido com a educação infantil em instituições (CAVICCHIA, 1996, p. 210). Em função desse contexto, o trabalho psicopedagógico iniciou uma importante parceria com a coordenação pedagógica da educação infantil da escola de 2006 a 2010, período em que a autora do presente artigo trabalhou na escola. Para a realidade dessa instituição, a temática latente junto aos professores, de 2006 a 2008, e com necessidades de atenção, estava relacionada à documentação pedagógica elaborada pelos docentes. A prática psicopedagógica na escola implica num trabalho de caráter preventivo e de assessoramento no contexto educacional. Segundo Bossa, "pensar a escola à luz da Psicopedagogia, significa analisar um processo que inclui questões Faculdade de Minas 19 metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem aprende, abrangendo a participação da família e da sociedade". Na prática pedagógica, é essencial que se considere as relações entre produção escolar e as oportunidades reais que a sociedade dá às diversas classes sociais. A escola e a sociedade não podem ser vistas isoladamente, pois o sistema de ensino (público ou privado) reflete a sociedade na qual está inserido. Observa-se que alunos de baixa renda ainda são estigmatizados, na questão do aprendizado, como deficientes. A escola caracteriza-se como um espaço concebido para realização do processo de ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente construído; lugar no qual, muitas vezes, os desequilíbrios não são compreendidos (GASPARIAN, 1997, p.24) Ao chegar numa instituição escolar, muitos acreditam que o psicopedagogo vai solucionar todos os problemas existentes (dificuldade de aprendizagem, evasão, indisciplina, desestímulo docente, entre outros). No entanto, o psicopedagogo não vem com as respostas prontas. O que vai acontecer será um trabalho de equipe, em parceria com todos que fazem a escola (gestores, equipe técnica, professores, alunos, pessoal de apoio, família). O psicopedagogo entra na escola para ver o "todo" da instituição. Barbosa afirma que "a escola caracteriza-se como um espaço concebido para realização do processo de ensino/aprendizagem do conhecimento historicamente construído; lugar no qual, muitas vezes, os desequilíbrios não são compreendidos”. A aprendizagem escolar, durante várias décadas, foi vista como algo distante do prazer e entendida como um mal necessário. Então, o grande desafio das escolas, nos dias de hoje, é despertar o desejo dos alunos para que possam sentir prazer no aprender.A opinião de Barbosa é clara quando argumenta que: Transformar a aprendizagem em prazer não significa realizar uma atividade prazerosa, e sim descobrir o prazer no ato de: construir ou de desconstruir o conhecimento; transformar ou ampliar o que se sabe; relacionar conhecimentos entre si e com vida; ser coautor ou autor do conhecimento; permitir-se experimentar diante de hipóteses; Faculdade de Minas 20 partir de um contexto para a descontextualização e vice-versa; operar sobre o conhecimento já existente; buscar o saber a partir do não saber; compartilhar suas descobertas; integrar ação, emoção e cognição; usar a reflexão sobre o conhecimento e a realidade; conhecer a história para criar novas possibilidades. Barbosa ressalta, ainda, que "a Psicopedagogia, como área que estuda o processo ensino/aprendizagem, pode contribuir com a escola na missão de resgate do prazer no ato de aprender e da aprendizagem nas situações prazerosas”. O psicopedagogo sabe que para aprender são necessárias condições cognitivas (abordar o conhecimento), afetivas (estabelecer vínculos), criativas (colocar em prática) e associativas (para socializar). Deve-se estar atento frente às grandes mudanças que ocorreram nas propostas educacionais. Atualmente, o conhecimento científico só tem sentido se for ligado ao social, engajado ao cotidiano, onde através dele se possa encontrar soluções. A reforma educacional brasileira é extremamente exigente. Os paradigmas dessa reforma estão centrados na verdade aberta, no conhecimento múltiplo, transdisciplinar. As mudanças não acontecem na mesma proporção, nem na mesma velocidade. A apropriação leva um tempo até ser introspectada, compreendida e colocada em prática. As mudanças (a introdução no novo) num ambiente escolar têm que ser escalonadas e sucessivas, priorizando-se e hierarquizando-se as ações. Barbosa ratifica que a atuação psicopedagógica junto a um grupo ou instituição, para ser operante precisa interpretar os papéis desempenhados, a forma como foram atribuídos e assumidos, assim como as expectativas que se encontram latentes neste movimento de atribuir e aceitar o papel. [...] A tarefa de cada um deve estar voltada para o aprender, desde a direção até a portaria ou o serviço de limpeza. Faculdade de Minas 21 A intervenção do psicopedagogo junto à família Segundo Fernández (1991, p.97) a transformação histórica do contexto sócio histórico cultural é resultante de um constante processo de evolução, ao qual a estrutura familiar vai se moldando e modificando, concomitantemente aos diferentes momentos históricos vivenciados pela humanidade, assumindo características peculiares dependendo do tipo de referência adotada como base para educação dos filhos em determinada época ou período. O conceito de família mudou muito nos últimos tempos, não há mais um padrão de família, e sim uma variedade de padrão familiar, com identidade própria em constante desenvolvimento. Mas independente dessa mudança a família continua sendo o primeiro local de aprendizado das crianças, é através dela que acontece os primeiros contatos sociais e as primeiras experiências educacionais . A família, está diretamente ligada as atitudes comportamentais da criança. Na maioria das vezes a influência que os pais exercem sobre seus filhos é inconsciente, pois não tem consciência de que seus comportamentos, sua maneira de ser e de falar, de tratar as pessoas, de enxergar o mundo, tem enorme influência sobre o desenvolvimento do seu filho. Os pais têm um papel importante no processo de desenvolvimento da autonomia. Se eles encorajarem as iniciativas da criança, elogiarem o sucesso derem tarefas que não excedam as capacidades da criança forem coerentes em suas exigências e aceitarem os fracassos estarão contribuindo para o aparecimento do sentimento de auto confiança e auto estima. ( Sabini , 1998, p.65) Percebe-se a grande importância dos pais no desenvolvimento cognitivo e evolutivo da criança, a sua ausência no ensino aprendizagem dos alunos podem ocasionar baixo desempenho e até mesmo a repetência escolar. Muitos pais veem Faculdade de Minas 22 a escola como local de depósito de crianças, vão matriculam seus filhos e só aparecem na escola quando seus filhos estão com problemas, baixo desempenho ou quando a coordenação manda chamá-lo. Sem a família não há como promover uma boa educação. A participação dos pais na vida escolar de seus filhos é condição indispensável para que a criança se sinta amada e motivada a obter avanços em sua aprendizagem. Sendo assim a família e a escola precisam ser parceiras para que os alunos possam realmente ter um maior aproveitamento na aprendizagem, não basta apenas à escola se preocupar na aprendizagem, e os pais não se preocuparem. O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem. O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico. Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social. Nessa perspectiva, o psicopedagogo não é um mero “resolvedor” de problemas, mas um profissional que dentro de seus limites e de sua especificidade, pode ajudar a escola a remover obstáculos que se interpõem entre os sujeitos e o conhecimento e a formar cidadãos por meio da construção de práticas educativas que favoreçam processos de humanização e reapropriação da capacidade de pensamento crítico. As ações realizadas pelo psicopedagogo junto com o sujeito com transtorno procura promover a reelaboração do processo de aprendizagem, assim sendo essa intervenção propicia uma mudança na ação do sujeito em relação à aprendizagem. (Serrat, 2002, p.56) Faculdade de Minas 23 Dessa forma, acredita-se que o trabalho da Psicopedagogia quando encontra consonância e parcerias na escola, pode promover efeitos muito positivos para a minimização das dificuldades que emergem no contexto escolar, apesar de representar um constante desafio, pois requer o envolvimento de toda a equipe, e um desejo permanente de mudanças, para que as transformações, de fato, ocorram. O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo que a cerca. Para o professor Libânio (1992): Educar é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa a direção o que é suscetível de educação. O ato pedagógico pode então, ser definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociáveis, tanto no nível intrapessoal como no nível da influencia do meio, interação essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar nelas mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos, dessa própria ação exercida (op.cit, 98). Quando uma criança aprende um novo modo de executar uma brincadeira, um modo de ser, não suprime o modo anterior, ao contrário, incorpora o modo anterior ao novo modo de execução. É o novo que nasce do velho, incorporando-o por superação. Pode-se dizer, então que a educação não pode ser compreendidaa margem da história, mas apenas no contexto em que os homens estabelecem relações entre si, dessa forma a família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem, por meio dessa aprendizagem a criança é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus conhecimentos, seus saberes. Entretanto, na realidade, o que se tem observado é que as famílias estão perdidas, não estão sabendo lidar com situações novas. A nova forma de sociabilidade tem modificado o cotidiano das famílias, pressionados pelas demandas do mundo moderno, os pais têm uma carga horária de trabalho que não possibilita uma maior convivência com os filhos, ficam fora o dia inteiro ou pais desempregados, as brigas, as drogas, os pais analfabetos, pais separados e mães solteiras, ou seja, crises nas instituições sociais. Faculdade de Minas 24 As famílias acabam transferindo suas responsabilidades para a escola, sendo que, em decorrência disso, formam-se gerações cada vez mais dependentes e a escola tendo que desviar de suas funções para suprir essas necessidades. A escola se converteu na principal instituição socializadora, onde deve resolver a maioria desses problemas. Lugar esse, em que os meninos e as meninas têm a possibilidade de interagir com iguais e onde se devem submeter continuamente a uma norma de convivência coletiva. Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anamnese com essa família, para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social. O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico. Vale lembrar o que diz Bossa (1994) sobre o diagnóstico: O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revelável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito. (op.cit, p.74) Faculdade de Minas 25 Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse fracasso. Boas partes dos problemas encontrados são lentidão de raciocínio, falta de atenção e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual. Pois a que a escola é o meio social também que têm a sua responsabilidade no que se refere ao fracasso escolar. Entende-se assim que a família desempenha um papel decisivo na condução e evolução do problema acima mencionado, pois, muitas vezes, não consegue enxergar essa criança com dificuldades, essa criança que, muitas vezes, demonstrar suas necessidades através de suas atitudes, que às vezes são ignoradas ou não perceptíveis, devido a vida ter assimilado um caráter acelerado. A necessidade do vínculo afetivo é primordial para o bom desenvolvimento da criança. A esse respeito Souza (1995) diz que: Fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento (op.cit.p.58). A criança só aprende se ela tem o desejo de aprender, as lembranças futuras estarão relacionadas ao que foi significativo no fulcro de sua existência. E para isso é importante que os pais contribuam para que ela tenha esse desejo. A intervenção psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, assumindo a posição de parceiros, participando e opinando. Faculdade de Minas 26 REFERÊNCIAS BEAUCLAIR, João. Para entender a Psicopedagogia: perspectivas atuais, desafios futuros. 3ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2009. BOSSA, Nádia. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. BOSSA, Nádia. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 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