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Tribunal de contas e controle do orçamento público

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Direito Financeiro e Tributário I
Estefânia Gonçalves
Direito Tributário
Controle Legislativo ou Parlamentar (art. 70 e 71, CF)
 Prerrogativa atribuída aos órgãos do Poder Legislativo de
fiscalizar os demais poderes quanto à função
administrativa.
 Fundamento: O Legislativo espelha a representação
popular, materializando a vontade do povo, esta vontade
também é manifestada quando o Legislativo fiscaliza os
demais Poderes.
 Controle externo: quanto à legalidade, nos limites da CF,
sob pena de afronta ao princípio da separação dos
poderes.
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Formas de controle:
1- Controle político (art. 49, X, CF): é exercido de forma direta pelo Congresso Nacional,
seus órgãos, e Casas. Ex: julgamento de crimes de responsabilidade cometidos pelo
Presidente de República.
2- Controle Financeiro ou Orçamentário (art. 70 a 75, CF): é exercido de forma indireta
pelo Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar técnico do Poder Legislativo, tendo como
controlados qualquer pessoa física/jurídica ou ente público que utilize, arrecade, guarde,
gerencie ou administre bens e valores públicos (controle de contas).
São exemplos de controle financeiro: a) apreciação as contas prestadas anualmente pelo
Presidente da República (art. 71, I, CF); b) fiscalização da aplicação de recursos repassados
a Estados, DF e Municípios (art. 71, VI, CF); c) realização de auditorias contábeis,
financeiras, orçamentárias, operacionais, e patrimoniais, em unidades administrativas de
qualquer dos poderes e demais entes da administração indireta (art. 71, IV, CF).
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Tribunal de Contas da União: é um tribunal administrativo, e por exercer o controle
técnico sobre os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), não pertence a nenhum
deles. Caso contrário, a idoneidade do controle restaria maculada. Suas funções são
administrativas, estando suas decisões sujeitas ao controle do Judiciário.
 OBS: Tribunal de contas estadual (TCE) julga as contas do Estado e dos Municípios.
Após a CF/88 não é mais permitido CRIAR Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas
Municipais (art. 31, § 4º, CF), os que já existiam, permaneceram (São Paulo e Rio de
Janeiro).
 Decisões dos tribunais de contas tem natureza de titulo executivo, cabendo ao
representante legal da pessoa jurídica lesada, acionar o judiciário para executá-la.
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Composição do TCU: órgão colegiado (art. 73, CF).
9 (nove) ministros
6 indicados pelo Congresso Nacional;
1 indicado pelo presidente da República (aprovação
do senado);
2 escolhidos pelo presidente entre auditores
(presidem e relatam os processos ou substituem
ministros em suas
faltas/afastamentos/impedimentos) e membros do
Ministério Público que funciona junto ao Tribunal
(aprovação do senado).
Possuem as mesmas garantias,
prerrogativas, impedimentos,
vencimentos e vantagens dos
Ministros do STJ.
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OBS: O Auditor (Conselheiro Substituto) ingressa no cargo por concurso público
de provas e de títulos.
Requisitos para ministro: brasileiro +
 mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
 idoneidade moral e reputação ilibada;
 notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de
administração pública;
 mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional
que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
OBS: os TCEs são integrados por 7 conselheiros (art. 75, CF), sendo 3
escolhidos pelo governador (sendo 2 alternadamente entre auditores e membros
do Ministério Público) e 4 pela Assembleia Legislativa.
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É da competência do TCU, dentre outras:
 alertar os gestores das contas públicas de que estão descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal (art. 59, § 1º);
 fazer uso dos instrumentos ancorados na Lei de Diretrizes Orçamentárias para fins de exercício do controle de custos e resultados;
 acompanhar e controlar os saldos dos créditos abertos, investigando se estão sendo obedecidos os limites pretendidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal;
 controlar as dívidas consolidadas e mobiliárias;
 impor medidas para a limitação do poder de efetuar despesas;
 emitir pareceres prévios, separadamente, sobre as contas anuais do Chefe do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário;
 assinar prazo razoável para que o órgão da administração corrija desvios praticados ou que está praticando na execução de negócios jurídicos bilaterais ou
plurilaterais;
 sustar a execução ou a continuação de qualquer contrato ou atividade administrativa que apresente violação à lei ou, se a União figurar como contratante,
representar ao Congresso Nacional para que efetue a sustação;
 buscar, nos registros dos órgãos dos Poderes, informações necessárias para expedir o ato de alerta, para julgar as contas ou para emitir os pareceres prévios;
 declarar nulo, de pleno direito, qualquer ato que aumente a despesa com pessoal e não atenda, ainda, aos requisitos que estão expostos nos arts. 4º, § 1º; 16, I, II,
18 da Lei de Responsabilidade Fiscal, e nos arts. 37, XIII, 169, § 1º da CF;
 declarar a nulidade de pleno direito de ato de desapropriação de imóvel urbano, quando não atendidos os requisitos do art. 182, § 3º da Constituição Federal;
 declarar a vedação de unidades da federação receberem transferências voluntárias e contratarem operações de crédito por ter havido descumprimento do art. 51 da
Lei de Responsabilidade Fiscal (dever de encaminhamento das contas ao Poder Executivo, por parte dos Estados e Municípios, para consolidação e publicação);
e/ou por não ter reduzido a despesa com pessoal (art. 23, da Lei de responsabilidade Fiscal, em combinação com o art. 169, § 2º da CF); e por não ter tomado
providências administrativas para o pleno exercício das atividades relativas à cobrança dos tributos devidos de acordo com as regras do ordenamento jurídico;
 exigir cumprimento das sanções previstas no art. 22 da Lei de Responsabilidade Fiscal, quando a despesa total com pessoal exceder a noventa e cinco por cento do
previsto pelo art. 20 da mesma lei;
 aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações,
multa proporcional ao dano causado ao erário;
 representar ao Ministério Público contra os agentes administrativos que, ao descumprirem as normas da Lei de Responsabilidade Fiscal, cometem ilícitos penais,
infrações que deverão ser apuradas e punidas.
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Caso Concreto
O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, no ano de 2014, aplicou multas no valor total de R$278.000,00 a 69
prefeituras por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Estas prefeituras deixaram de encaminhar no prazo
legal àquele Tribunal o Relatório de Gestão Fiscal, o Relatório Resumido de Gestão Orçamentária e o Comparativo das
Metas Bimestrais de arrecadação. Neste sentido, considerando a natureza do Tribunal de Contas e as regras da Lei de
Responsabilidade fiscal, responda:
1) A aplicação de multas do Tribunal de Contas é ato regular?
2) Estas multas podem ser questionadas perante o Poder Judiciário, ou já se encontram alcançadas pela coisa julgada?
3) Independente da solução aplicada pelo Tribunal de Contas, qual é o princípio contido na Lei de Responsabilidade Fiscal
relacionado com os relatórios exigidos?
Questão objetiva
O Tribunal de Contas:
( ) a. auxilia o Legislativo na fiscalização da aplicação de subvenções e na apreciação de renúncia de receitas.
( ) b. é subordinado ao Poder Legislativo, ao qual auxilia no exercício do Controle Externo.
( ) c. integra o Poder Legislativo, por força de disposição constitucional.
( ) d. não integra nenhum dos Poderes, condição assegurada por cláusula pétrea constitucional.
( ) e. tem a titularidade do exercício do controle externo e suas decisões de que resultem
multa ou imputação de débito tem a natureza de título executivo.Estefânia de Oliveira Gonçalves
Advogada. Professora do Curso de Direito e da Pós
Graduação Lato sensu da Universidade Estácio de
Sá. Mestra em Direito e Especialista em Direito
Público.
Direito Tributário
Obrigada!
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