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Secagem: Fundamentos e Equipamentos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E ESTATÍSTICA
Adriana de Castro Lopes – 104500054
SECAGEM
OURO BRANCO/MG
2015
ADRIANA DE CASTRO LOPES
SECAGEM
Trabalho apresentado ao curso de Operações Unitárias 2
sob supervisão do Prof. Alexandre Bôscaro.
OURO BRANCO/MG
2015
Sumário
1. Introdução	4
2. Classificação de Secadores	5
3. Fundamentos Fenomenológicos	7
3.1 Movimento da Umidade por mecanismo de difusão	10
3.2 Movimento da Umidade por mecanismo de capilaridade	11
3.3 O efeito da temperatura	11
3.4 Umidade de Equilíbrio e Umidade livre	13
4. Equipamentos de Secagem	14
4.1 Secadores a bandeja	15
4.2 Secadores transportadores e secadores a túnel	16
4.3 Secadores Rotatórios	16
4.4 Secadores a Tambor	17
4.5 Secadores pulverizadores	18
4.6 Secadores Fluidizados	19
5. Cálculo de Projetos de Secadores	20
6. Bibliografia	22
1. Introdução
Em geral entende-se por Secagem a operação unitária destinada à remoção de um líquido agregado a um sólido para uma fase gasosa insaturada através de vaporização térmica. Esta vaporização ocorrendo em uma temperatura inferior àquela de ebulição do líquido na pressão do sistema, é devida a transferência simultânea de calor e massa. Esta operação é largamente utilizada na indústria, incluindo processos como secagem de sais, de carvão, e de polímeros, sendo normalmente uma das últimas etapas de produção (McCabe, 1981).
Normalmente se mentaliza um sólido como algo com forma definida, em alguns casos o que se tem na alimentação do secador é uma pasta ou uma suspensão de sólidos ou ainda uma solução. Porém em qualquer situação o produto final é sólido com alguma umidade (Pacheco, 2015).
Segundo Seder (2011) o processo de secagem pode ser oneroso para as industrias, principalmente quando uma grande quantidade de água precisa ser evaporada, devido ao alto calor de vaporização apresentado pela água, o que demanda um alto gasto energético a fim de realizar este trabalho. 
O conhecimento e controle de variáveis características, tais como: taxas de alimentação do sólido e do ar, temperaturas do gás e do material a ser secado, diâmetro, comprimento, inclinação e rotação do tambor, capacidade e número de suspensores no secador é indispensável nos processos de secagem, já que o controle dessas variáveis representa sobretudo a diminuição do tempo de secagem e, principalmente, do consumo de energia (Perry, 1984).
Em alguns casos usa-se um pré-tratamento mecânico, como a centrifugação para diminuir a quantidade de líquido no sólido antes dele ser alimentado no secador, de maneira a diminuir os custos dessa operação, visto que os tratamentos mecânicos tendem a serem menos dispendiosos. (Perry, 1984).
Os custos também podem ser reduzidos de forma significativa se for realizado um estudo visando o controle das propriedades envolvidas no processo. Entre as mais importantes, estão a temperatura e fluxo do ar de secagem (Pacheco, 2015).
2. Classificação de Secadores
Uma possível classificação de secadores é relativa a transferência de calor, sendo que esta pode ocorrer em contato direto do sólido com o gás, resultando em um processo adiabático ( secadores diretos), ou o aquecimento pode ser realizado de forma indireta, normalmente através de uma superfície metálica aquecida por vapor condensado. Nesse caso o processo é dito não adiabático, e os secadores são denominados indiretos. Nesta classificação entram também os processos que ocorrem por radiação e microondas. Por fim, existem ainda os secadores diretos-indiretos (McCabe, 1981).
Outra maneira de classificar os secadores diz respeito ao leito de sólidos, sendo que este pode-se encontrar em camada estática, movimentando-se continuamente, fluidizado ou diluído. A figura 1 ilustra as possíveis maneiras de operação. Salienta-se que o leito diluído ocorre, normalmente, quando a velocidade do gás é maior do que a velocidade terminal de decantação dos sólidos. (Perry, 1984)
Figura 1. Classificação em relação ao tipo de leito. (a) leito estático (b) leito movimentado (c) leito fluidizado (d) leito diluído. (fonte: Perry, 1984).
	
A passagem do fluxo de ar também pode ser utilizada para diferenciar as possíveis operações de um secador, sendo que entre elas as opções são fluxo em paralelo na superfície, o que significa que o gás passa paralelamente a superfície do sólidos; perpendicular, ou seja, a direção do gás é normal aos sólidos; por circulação, no qual o gás passa por entre os interstícios dos grãos circulando por entre eles; paralelo, ou seguindo o mesmo fluxo dos sólidos; em contra corrente, seguindo oposto ao fluxo de sólidos ou em fluxo cruzado, situação em que o gás passa a um determinado angulo pelo material a ser seco (Perry, 1984).
Esta operação pode ser realizada de diversas maneiras, havendo ainda diversas outras classificações possíveis, entre elas operação em batelada ou em processo contínuo, a pressão atmosférica ou a vácuo, com ou sem agitação, dentre outros. Um diagrama representativo dos possíveis tipos de secadores foi esquematizado por Kil et al. e pode ser visto na figura 2.
Figura 2. Classificação de secadores. (fonte: Kil et al, 2015)
3. Fundamentos Fenomenológicos
Se considerarmos um sólido com uma certa umidade colocado no interior do um gás composto por ar a uma certa temperatura, pressão e umidade relativa, observa-se que, mantendo-se constantes as condições do ar, o sistema evolui ao longo do tempo para uma condição de equilíbrio térmico gasoso. A existência de uma umidade de equilíbrio pode ser explicada a partir da regra das fases de Gibbs representada pela expressão(Pacheco, 2015):
V= C+2-F (1)
Onde: V é a variância do sistema; C é o número de componentes presentes no sistema , no caso 3: o sólido, a água, o ar; e F é o número de fases presentes no sistema, no caso o sólido úmido e o ar úmido.
A regra das fases de Gibbs mostra que a Variância do fenômeno de secagem é 3. Portando, fixada a pressão, a temperatura e a umidade relativa do ar, todas as demais propriedades do sistema estarão determinadas, inclusive a umidade que o sólido apresentará nesta condição de equilíbrio (Pacheco, 2015).
Em todas as operações de secagem, o parâmetro mais importante é a umidade, visto que a eficiência da operação de secagem será medida através taxa de remoção de unidade, que se refere a quantidade de umidade retirada do material por tempo, normalmente dado em Kg de água/Kg de material seco/hora (Lourinaldo, 1982).
Em sistemas operando em regime permanente, o inicio da operação é marcado pela manutenção dessa taxa em um valor constante, ou seja, durante um determinado período a velocidade de remoção de umidade é constante. Isso se dá porque o material a ser seco em contato com o gás aquecido, normalmente o ar, que se encontra a determinada temperatura, e possui umidade menos elevada do que o material, faz com que a umidade presente na superfície do sólido migre para o ar devido a ocorrência de um gradiente de temperatura e de concentração de vapor de água. Esse processo acontece até que ocorra a transferência de praticamente toda a umidade da superfície do sólido para o ar (Lourinaldo, 1982).
Quando isso ocorre, atingisse então o teor de umidade crítico, que significa que a umidade presente no material se encontra em seu interior, afastada da superfície. Logo, a umidade precisará percorrer um caminho desde o centro até a superfície do sólido, através dos poros do material, para que possa ser removido. Este movimento da umidade pode ocorrer por capilaridade ou difusão. A quantidade de umidade presente no ponto crítico é dependente da estrutura e espessura do material e da taxa de secagem (Lourinaldo, 1982). 
A fase seguinte é ditada, então, pelo teor de umidade, e portanto será mais lenta e apresentará um perfil de taxa de secagem decrescente, visto que já não é possível manter um filme de água líquida na superfície do sólido, ou seja, a velocidade de difusão passa a ditar a velocidade de secagem (McCabe, 1981).
Este períodode taxa decrescente progredirá até que chegasse a umidade de equilíbrio, que será o menor teor de umidade possível, ocorrendo quando a umidade do sólido entra em equilíbrio com a umidade do ar (Lourinaldo, 1982).
Na figura abaixo é possível visualizar como ocorre este processo.
Figura 3. (a) Quantidade de umidade retirada por tempo (b) taxa de secagem (fonte: McCabe, 1981).
Uma interpretação dos gráficos revelam que do ponto A até o ponto B o sistema está entrando em estado-estacionário, ou seja, representa o início da operação. Já a taxa entre o ponto B e o ponto C é linear e bastante inclinada, o que implica na taxa constante de remoção de umidade, configurando a primeira etapa do sistema. Entre o ponto C e D percebe-se uma desaceleração da taxa, indicando o período no qual a umidade interior do sólido está sendo removido. Por fim, o gráfico aproxima-se do valor XE, que é o ponto de equilíbrio (Seder, 2011).
O teor de umidade crítico será maior conforme mais espesso for o material, visto que a difusão será mais lenta(Seder, 2011).
3.1 Movimento da Umidade por mecanismo de difusão
Em sólidos homogêneos a transferência de umidade para a superfície acontece principalmente por difusão. Entretanto, esse tipo de difusão é dificultada devido a estrutura atômica, que se encontra em equilíbrio, logo o movimento do líquido através do sólido é relativamente lento. Em sistemas onde a velocidade de secagem é principalmente ditada pela difusão, a fase linear pode ser muito curta, ou quase inexistente (Foust, 1982).
Esse mecanismo principalmente em sólidos orgânicos fibrosos, substâncias gelatinosas e tortas porosas. Visto que existe uma relação diretamente proporcional entre velocidade de difusão e temperatura, de maneira geral, quanto maior a temperatura do sólido, mais rápida será o processo difusivo (McCabe, 1981).
Faz se importante salientar que nem todos os sólidos apresentam o comportamento descrito na imagem 3, visto que a estrutura intramolecular pode ser alterada durante o processo de secagem, e que a distribuição de umidade provavelmente não será uniforme. Da literatura, sabe-se que tanto a argila como a madeira apresentam curvas parabólicas. Um exemplo da disparidade entre ideal e real pode ser observado na figura 4 (Foust, 1982).
Figura 4. Fluxo de umidade em uma projeção ideal versus uma projeção real. (fonte: McCabe, 1981).
3.2 Movimento da Umidade por mecanismo de capilaridade
A umidade pode chegar até a superfície do sólido através de mecanismos de capilaridade. Nesse cenário a força motriz que carrega o líquido é a diferença de entre a pressão hidrostática e os efeitos da tensão superficial. Em sólidos porosos, o carreamento do líquido até a superfície tende a ser mais veloz do que quando o mecanismo se da por difusão. (Foust, 1982)
O efeito da capilaridade que se da no interior do poro de um sólido pode ser observado na figura 5:
 
 Figura 5. Efeito da capilaridade. (fonte: Foust, 1982).
Em baixos teores de umidade ( entre C e D na fig. 3) a interface do líquido tende a afastar-se da superfície, porque nos poros maiores o líquido é atraído para o interior devido as forças de tensão superficial. Mas a medida que a secagem avança, o líquido nos poros maiores atinge um ponto de estrangulamento de maneira que as forças de desequilíbrio capilares seja anulado pelo desequilibro das forcas gravitacionais, assim, entre os pontos C e D da figura 3 a proporção da superfície que fica saturada fica cada vez menor. (Foust, 1982)
3.3 O efeito da temperatura
O efeito da temperatura no processo de secagem varia com a natureza do líquido, com a quantidade inicial de umidade, com a temperatura média de aquecimento do material, do tempo de secagem e da temperatura final do sólido. Entretanto, apesar da quantidade de variáveis, o comportamento dos sólidos visto a temperatura costuma ser similar (McCabe, 1981).
 Tal comportamento é apresentado nos gráficos abaixo. 
Figura 6. Padrões de temperatura apresentados em sólidos na secagem. (a) processo em batelada. (b) processo adiabático em contra corrente. (fonte: McCabe, 1981).
Através de uma observação dos gráficos, percebe-se que em um sistema em batelada a temperatura do sólido com teor de umidade aumenta rapidamente de seu valor inicial ( Tsa) para a temperatura de vaporização (tv) (McCabe, 1981).
No processo não adiabático, Tv é essencialmente a temperatura de vaporização do liquido na pressão do processo. Isso significa que Tv é igual, ou próximo a temperatura de bulbo seco. A secagem ocorre a temperatura de Tv por um período considerável. Ao ponto que Tv se eleva a Tsb significa que o processo de secagem esta ocorrendo por métodos diferenciados (McCabe, 1981).
Se considerarmos um sólido particulado, todas as partículas passam pelo processo ilustrado pela imagem 6a. O que significa que a qualquer ponto de um secador a temperatura do equipamento é constante, entretanto essa temperatura varia ao longo do processo (McCabe, 1981). 
Já o processo descrito na figura 6(b) diz respeito a secagem adiabática em contra-corrente. O gás entra no secador a um temperatura Th,b e decresce rapidamente sua temperatura, até que o equilíbrio começa a se estabelecer e a queda de temperatura passa a ser menos drástica. O sólido, por sua vez, apresenta comportamento similar, sendo grande parte do processo realizado na temperatura de bulbo molhado, e apenas na saída do solido do secador, que a sua temperatura final (Tsb) pode ser maior do que a temperatura de vaporização (McCabe, 1981).
3.4 Umidade de Equilíbrio e Umidade livre
Mantida a temperatura do sistema e variando-se a umidade relativa do ar é possível obter valores diferentes para a umidade de equilíbrio. O conjunto dos pontos de umidades de equilíbrio em diferentes umidades relativas do ar é denominado isóterma de equilíbrio. A Figura 1.2 representa essa isóterma de equilíbrio (Pacheco, 1982).
Figura 7. Gráfico da umidade presente no sólido vs. A umidade relativa (fonte: Pacheco, 2015)
A observação da Figura 1.2 revela que existe um valor de umidade de equilíbrio para o sólido em contato com um ar saturado representado pelo ponto C. Este valor de umidade de equilíbrio em contato com ar saturado marca uma diferença significativa no comportamento da água(Pacheco, 1982).
 Inicialmente, à medida que for perdendo água, a sua umidade vai se aproximando daquela do ponto B. Neste trecho AB, a umidade exerce uma pressão de vapor igual àquela da água pura. A vaporização ocorre como se o sólido não existisse mas sim um corpo apenas formado por água. Esta umidade é denominada Água Não-Ligada e exerce uma pressão de vapor igual àquela da água pura. No ponto B a umidade é igual àquela de equilíbrio do sólido com ar saturado e é a menor umidade que o sólido pode conter exercendo uma pressão de vapor igual àquela da água pura. Abaixo do ponto B e até o ponto D, a umidade exerce diferentes pressões de vapor, todas menores do que a pressão de vapor da água pura para a temperatura do sistema. Esta umidade no trecho BD é denominada de Água-Ligada e exerce uma pressão de vapor menor do que aquela da água pura (Pacheco, 1982). 
Uma água torna-se ligada por diferentes motivos dependendo do material, incluindo ficar retida em pequenos capilares sujeitos a fortes efeitos de tensão superficial, ser constituinte de uma solução celular ou compor uma solução homogênea através de todo o sólido; pertencer a uma parede fibrosa (Pacheco, 1982). 
A umidade que podemos retirar do sólido na condição apresentada é denominada de Umidade Livre e pode ser composta por água não-ligada e água ligada (McCabe, 1981). 
A figura 8 representa teores de umidade no equilíbrio de diversos materiais.
 Figura 8. Isotermas de equilíbrio para vários materiais. (fonte: Pacheco, 2015)
4. Equipamentos de Secagem
Industrialmente, a escolha de um secador não é um processo simples, e costuma contar com unidades piloto para estudo do sistema. Essa dificuldade ocorreem função da dificuldade de se prever a curva de velocidade de secagem devido as variações que ocorrem durante a secagem, como a diferença entre a área de transferência térmica e a área da transferência de massa, a configuração do escoamento de gás e outras variáveis operacionais. Além disso, o fator econômico exerce um grande peso, assim como a qualidade da secagem ao fim do processo. ( Foust, 1982)
Como existe um grande variedade de secadores, apenas alguns serão tratados.
4.1 Secadores a bandeja
Este tipo é o secador mais simples possível, portanto são de simples construção e baixo custo, entretanto demandam um alto tempo de secagem, podendo este ser de 18 a 32 horas.
A utilização desse equipamento se dá principalmente para a indústria de alimentos, para produção de maçãs desidratadas, uvas passas e tomates e figos secos (Nitzke, 2015).
Nesse equipamento o material a ser seco é disposto manualmente em bandejas dentro de câmaras isoladas.  O ar circulante pode ser aquecido eletricamente ou em trocador de calor, empregando-se, para tanto, vapor d’água (Foust, 1982).
 Um esquema dos secadores a bandeja pode ser visto na figura 9.
 
 Figura 9. Secador de bandejas. (fonte: Nitzke, 2015).
Esses secadores são utilizados em pequena escala para operações descontinuas. O escoamento do ar é realizado com o auxílio de ventiladores e pode ser dar por entre as bandejas e os sólidos, no caso das bandejas serem vazadas, o que aumenta a eficiência do processo, ou então por entre as bandejas. A eficiência térmica deste secador varia de 20% a 50% dependendo da temperatura utilizada e da umidade do ar de saída. (Nitzke, 2015)
4.2 Secadores transportadores e secadores a túnel
Quando há movimento dos sólidos através de deslocamento contínuo pela câmara de secagem, o secador de bandejas passa então a ser chamado de contínuos. Nesse caso o secador normalmente será composto de uma esteira (Foust, 1982).
Os secadores podem ser configurados para operarem à mesma temperatura continuamente ou com zonas de aquecimento sequenciais, permitindo um controle preciso, independentemente em cada módulo, de parâmetros de temperatura críticos de secagem, umidade de ar de processamento e fluxo de ar através do processo, melhorando seu desempenho e reduzindo os custos (Nitzke, 2015).
Este é um dos métodos mais comuns, onde o calor sensível é transferido para o material por convecção. O agente de secagem (ar pré aquecido) passa sobre ou através do sólido, evaporando a umidade e transportando-a para fora do secador. Tendo em mente o aumento da eficiência térmica e a economia de energia, uma recirculação total ou parcial do ar de secagem é também muito utilizada (Nitzke, 2015).
Figura 10. Esquema de um secador contínuo. (Fonte: Nitzke, 2015).
4.3 Secadores Rotatórios
No caso de materiais particulados, se torna inviável mantê-los em uma bandeja perfurada, ou numa esteira rolante. Um possível solução então seria o uso de secadores rotatórios. Neste, os sólidos entram continuamente num tambor, que possui estruturas que elevam os grãos, de maneira a criar uma cascata no interior do equipamento. Os grãos caem então em contra corrente com o ar injetado. O secador é levemente inclinado, de maneira que os grãos seguem continuamente ate o final do equipamento (Foust, 1982). Um esquema deste tipo de secador pode ser observado na figura 11.
Figura 11. Secador rotatório. (fonte: Seder, 2011).
O modo de aquecimento pode ser direto , quando o produto está em contato com o ar quente, ou indireto, quando este circula pelo exterior da câmara e, portanto, o aquecimento ocorre por condução e radiação através da parede, nesse caso alguns secadores rotativos se utilizam de passagem de vapor de água dentro de canos longitudinais a fim de manter a temperatura dentro do tambor (Nitzke, 2015).
Comparativamente, a área exposta do sólidos é muito maior nos secadores rotatórios do que nos secadores de bandeja, ou nos secadores transportadores, o que implica maior eficiência deste equipamento. As aplicações de equipamento incluem produção de açúcar cristal (Foust, 1982). 
4.4 Secadores a Tambor
No caso de lamas e pastas, é preciso que o material seja mecanicamente agitado e espalhados sobre a superfície de secagem, e então, a medida que o processo vai prosseguindo, é preciso raspar o material da superfície. Neste caso é interessante que se use os secadores a tambor, visto que esses permitem que a operação seja contínua. 
O funcionamento se dá pela espalhamento e aderência da lama na superfície do tambor, sendo que a alimentação se da normalmente pelo centro do tambor. Os cilindros, normalmente dois, são aquecidos e rotacionam de maneira a secar a lama. A transferência de calor para o líquido acontece através de condução. Após 3 ou 4 rotações a torta é raspada e um novo ciclo se inicia (McCabe, 1981). Uma figura ilustrando os secadores a tambor pode ser vista abaixo.
 
Figura 12. Secador a tambor com alimentação central. (fonte:McCabe, 1981)
4.5 Secadores pulverizadores 
Os secadores pulverizadores são utilizados para uma gama de aplicações, entre elas produção de café, leite, detergentes, corantes, pesticidas, polímeros, alumina, concentrados metálicos, penicilina, e outros. 
Seu funcionamento difere dos demais pois seu produto final é um material pulverizado e sua alimentação pode ser um solução, suspensão fina, geles ou emulsões, ao invés de um sólido ou grãos. Outra vantagem deste tipo de secador é em relação ao tempo de operação, que é consideravelmente menor. O produto passa pouco tempo exposto aos gases quentes, e a evaporação da umidade é capaz de manter a temperatura no interior do secador estável, o que exclui a necessidade do uso de aquecimento complementar como ocorre no caso dos secadores rotativos. 
O mecanismo deste secador acontece quando o ar injetado penetra pelo topo da câmara juntamente com a alimentação de modo que ambos fluem em corrente paralela. A alimentação é realizada através de um pulverizador ou atomizador, que forma pequena gotículas pela fragmentação da corrente líquida provocada pelo ar injetado, as quais caem na caem câmara do secador enquanto a umidade é evaporada e os sólidos descem até o fim da câmara de secagem onde saem por baixo. No caso de particulado muito leve esse sistema pode ser acoplado a um ciclone, de maneira que as partículas carreadas são posteriormente separadas. 
Figura 13. Secador pulverizador acoplado com ciclone. (fonte:McCabe, 1981).
4.6 Secadores Fluidizados
O processo de secagem em leito fluidizado com ar aquecido é altamente indicado para materiais em pó ou granulados úmidos. Esta técnica permite operar com temperaturas reduzidas em relação aos processos convencionais de secagem térmica, resultando em economia de energia e um produto de melhor qualidade (Nitzke, 2015).
Uma desvantagem deste secador é que nao pode ser utilizado para materiais termicamente sensíveis, visto que ele é aquecido até a temperature de bulbo seco do gás (McCabe, 1981). 
No secador de leito fluidizado, a secagem ocorre por um mecanismo combinado de transferência de momento, calor e massa. Nesse equipamento, um difusor de fluxo de ar responsável pela movimentação do material dentro do secador, mantém o material em suspensão, permitindo um fluxo regular. Desta forma, aumenta a eficiência de evaporação da água contida no material, pelo fato do mesmo encontrar-se na forma pulverizada dentro da câmara de leito fluidizado. Quando o material atingir o nível de umidade desejado o sistema de transporte pneumático fará a extração do mesmo por meio de dutos até um ciclone, responsável pela separação do material seco dos gases de secagem (Nitzke, 2015).
 
Figura 14. Secador fluidizado. (fonte: McCabe, 1981)
5. Cálculo de Projetos de Secadores
	A taxa de secagem é um dos principais parâmetros de projeto, e pode ser definida segundo a equação 1 (Foust, 1982):
Onde:
R: taxa de secagem em kg de líquido por segundo por metros quadrados 
Ws: peso do sólidoem Kg
: teor de umidade no sólido em kg de líquido por kg de sólido seco
Essa equação pode ser integrada de maneira a se encontrar a duração da secagem a taxa constante. Assim temos:
Onde:
: teor de umidade no instante 0
: teor de umidade no instante 
Resolvendo:
) (4)
Onde:
: teor de umidade no instante 0
: teor de umidade ao término do período de velocidade constante
: duração da secagem a taxa constante em segundos
Já o parâmetro Rc dependerá dos coeficiente de transferência de massa e de calor, e pode ser calculado segundo a equação 4:
Onde:
Ky: coeficiente de transferência de massa
Yi: concentração da umidade na interface líquido-gás
Yv: concentração da umidade no gás
Hv: coeficiente de transferência de calor
Tv: temperatura do gás secante
Ti: temperatura da interface líquido-gás
	Salienta-se que o último termo da equação 4 pode ser utilizado para cálculo da quantidade total de calor trocada (Foust, 1982).
6. Bibliografia 
 FOUST, Alan S., WENZEL, Leonard A.;CLUMP, Curtis W. et al. Princípios das Operações Unitárias. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1982.
McCABE, Warren L., SMITH, Julian C. Operaciones básicas de ingeniería química. v. 2. España: Editorial Reverté, 1981.
 PACHECO, Cláudio Roberto de Freitas. Curso de Especialização em Papel e Celulose. 2015. Disponível em: <http://sites.poli.usp.br/d/pqi2530/alimentos/pacheco_secagem_cap_1.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2015.
PERRY,  R. H., GREEN, D. H., MALONEY, J. O. Perry’s chemical engineer’s handbook. 6 ed. New York: McGraw-Hill do Brasil, 1984.
PUHL, Janice; NITZKE, Julio Alberto. Secagem de Vegetais. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/alimentus1/objetos/veg_desidratados/index.html>. Acesso em: 08 dez. 2015.
Seader J.D. e Henley E.J., Separation Process Principles, Ed. Jonh Wiley & Sons, 2° edição, 2006.
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