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Roteiro-de-estudo-1ª-Avaliação

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Roteiro de estudo – 1ª Avaliação Biomateriais Odontológicos 
Propriedades dos Materiais Odontológicos 
Ligações interatômicas 
Primárias: 
 
Iônicas: atração entre cargas positivas e negativas. 
 
 
 
Covalentes: compartilhamento de elétrons por átomos adjascentes. 
 
 
Metálicas: união dos átomos através da formação de gás com elétrons livres. 
 
Secundárias: 
 
Pontes de hidrogênio: atração molecular por indução de forças polares sem divisão de 
elétrons. 
 
 
Força de Van der Waals: atração dipolo entre cargas momentaneamente positivas e negativas. 
 
Princípios de Adesão 
“Quando duas substâncias são colocadas em íntimo contato uma com a outra, as moléculas de um substrato aderem 
ou são atraídas pelas moléculas do outro substrato.” 
Moléculas diferentes -> ADESÃO 
Moléculas do mesmo tipo -> COESÃO 
Adesivo: Substância que promove a ocorrência de adesão. 
Aderente: substrato no qual o adesivo é aplicado. 
Adesão: 
Fatores que interferem na união: energia da superfície, tensão superficial e molhamento. 
Energia de superfície: A energia na superfície de um sólido é maior do que no seu interior. (Sólido) 
Tensão superficial: O aumento de energia por unidade de área de superfície é referido como energia de superfície 
ou de tensão superficial. (Liquido) 
Molhamento: capacidade de escoamento do adesivo sobre a superfície do aderente, promovendo eficiente união. A 
capacidade de um adesivo de molhar o aderente está ligada a: limpeza superficial do aderente e ao ângulo de 
contato entre o adesivo e o aderente. 
 
PROPRIEDADES FÍSICAS: 
Propriedades do material que não podem ser modificadas por fatores externos. 
Temperatura de fusão: É a temperatura na qual o material passa do estado sólido para o estado líquido. Esta 
mudança do estado sólido para o líquido caracteriza se pela mudança na organização estrutural dos grupos de 
moléculas que compõem o sólido. Ex: Soldagem, confecção de estruturas metálicas: prótese total removível, parcial 
fixa, restaurações metálicas e metalocerâmicas. 
Condutividade térmica: capacidade que um material possui de conduzir calor. Isolantes: baixa condutividade 
térmica. Condutores: alta condutividade térmica. 
Expansão térmica: expansão e contração térmica são fenômenos resultantes da 
variação das dimensões de um corpo em consequência da variação de sua 
temperatura. Pode ser linear, superficial e volumétrica. 
 
Coeficiente de expansão térmica: mudança de comprimento ou volume de um material, em relação ao seu 
comprimento ou volume original, pela variação (elevação) da temperatura. 
O material ideal seria aquele que apresentasse um coeficiente de expansão térmica similar ao da estrutura dental, 
acompanhando juntamente com o dente as alterações sofridas pelo mesmo durante as variações na temperatura. 
Cor: A cor e a aparência, quantitativamente, devem ser descritas pela mensuração de três aspectos: 
Matiz: nome da cor (azul, vermelho, etc) – Cor principal do objeto. 
Croma: define a saturação, ou seja, o grau de intensidade de uma matiz. O quão forte ou fraca é determinada cor. 
Luminosidade/Valor: claridade e escuridão da cor. Representa a luminosidade da cor. 
Metamerismo: um objeto pode mudar de cor sobre a influencia de diferentes fontes de luz (Ex: luz artificial e luz do 
dia) 
Fluorescência: os dentes absorvem comprimentos de onda próximos do ultravioleta e liberam esta luz em 
comprimento de onda mais longo. Sob luz ultravioleta os dentes parecem mais brancos, contrastando com 
restaurações em compósito que não apresentam fluorescência. 
Opalescência: a luz com maior comprimento de onda (amarela/alaranjada) é refletida pelo dente e a com 
comprimento de onda curto (azul/verde) é absorvida. A coloração dos dentes é amarelo/ alaranjada. 
Opacidade/ Translucidez: Material opaco não transmite bem a luz através dele, ele a absorve, reflete ou dispersa. 
Material translucido permite que grande quantidade de luz seja transmitida através dele. 
Reologia: estudo das características de escoamento e viscosidade da matéria. 
Viscosidade: é a medida da consistência de um fluido e sua incapacidade de escoamento. A maioria dos líquidos 
quando colocados em movimento, resistem às forças impostas que causam o movimento. Esta resistência é 
denominada viscosidade e é controlada por forças friccionais internas do liquido. Sucesso de um material pode 
depender tanto de suas propriedades no estado liquido quanto no estado solido. Os materiais odontológicos podem 
ser mais ou menos viscosos dependendo de sua aplicação clinica. 
Materiais tixotrópicos: corpo que se torna menos viscoso (mais fluido) sob pressão. 
Escoamento: descreve a reologia dos materiais amorfos (ceras) e sólidos. Mede a capacidade de um material para 
deformar-se sob uma carga estática pequena, associada ao próprio peso do material. É a deformação dependente 
do tempo de um material sob uma carga ou tensão constante. 
PROPRIEDADES QUÍMICAS 
Solubidade: Propriedade de uma substância que forma soluções com outra; Medida da capacidade que uma 
substância tem de se dissolver em outra, expressa pela concentração da solução saturada da primeira na segunda; 
Solvente: substância presente em maior quantidade, e mesmo estado de agregação da solução; 
Soluto: substância que se difunde pelo solvente. 
Corrosão: desgaste ou modificação química ou estrutural de um material, provocados pela ação química ou 
eletrolítica espontânea de agentes do meio ambiente. 
Corrosão química: corrosão seca. Combinação direta de elementos metálicos e não metálicos. Oxidação. 
Corrosão eletroquímica: corrosão úmida. Requer a presença de uma via de transporte de elétrons. É a forma de 
corrosão que ocorre na cavidade bucal. 
Corrosão galvânica: matérias com diferença de potencial elétrico em contato direto. Choque galvânico é o curto-
circuito em uma célula eletrolítica. Pode ocorrer em uma única restauração metálica, devido à diferença de potencial 
entre a saliva e os fluidos tissulares. 
PROPRIEDADES MECÂNICAS 
A ciência física que estuda a energia e a força que atuam sobre um corpo e suas consequências. 
Importante: conhecer o comportamento dos materiais que são utilizados na cavidade bucal. As propriedades 
mecânicas são as respostas mensuradas desses materiais quando submetidos a uma força aplicada. 
Tensão: força por unidade de área atuando em milhões de átomos ou moléculas em um dado plano do material. 
 
De acordo com a força temos: 
Tensão de tração: é causada pela força que tende a estreitar, esticar ou alongar um 
corpo. 
 
 
Tensão de compressão: é causada por uma força que tende a encurtar ou comprimir um 
corpo. 
 
Tensão de cisalhamento: é causada por uma força que tende a deslizar um 
corpo sobre o outro. Força deve ser aplicada adjascente a interface entre 
dois corpos para ser caracterizada como força de cisalhamento. 
 
Tensão de flexão: é causada por uma força que tende a dobrar um corpo 
 
 
Resistência 
Resistencia a compressão: capacidade de o material resistir a um esforço que tende a achatar sua estrutura. Tensão 
necessária para fraturar um material frente a esforços de compressão; 
Resistencia ao cisalhamento: capacidade do material resistir a um esforço que tende a deslizar uma porção sobre a 
outra, também conhecida com esforço de corte. Tensão necessária para fraturar um material frente a esforços de 
cisalhamento. 
Resistencia a flexão: capacidade de o material resistir a um esforço que tende a flexionar, dobrar um corpo. Tensão 
necessária para fraturar um material frente a esforços de flexão; 
Resistencia a fadiga: é um tipo de falha estrutural causada pela aplicação cíclica de carregamento fixo ou variável. 
Valores de tensão muito abaixo da resistência teórica do material podem produzir fratura prematura. Caracterizada 
pela formação e propagação de trincas. Causa redução significativa na resistência dos materiais. Causa fratura. 
 
Resistencia a penetração (dureza): resistência oferecida pelo material a aplicação de carga permanente. Dureza 
superficial dediferentes materiais. Dureza de diferentes substratos. Profundidade de polimerização em compósitos. 
Grau de conversão em compósitos. 
Tensão X Deformação: Gráfico que define o nível de tensão para o material sofrer deformação. 
Deformação elástica: é aquela reversível. Retirada a força volta ao estado inicial. 
Deformação plástica: é aquela permanente. Força excessiva (além do suportado) para voltar ao estado inicial, 
apresentando deformação permanente, podendo ate fraturar-se dependendo da intensidade da força e da 
resistência do material. 
Limite de proporcionalidade: é o ponto no qual 
a curva do gráfico tensão/deformação deixa de 
ser uma linha reta. 
Limite elástico: é a maior tensão a que um 
material pode ser submetido sem que ocorra 
deformação plástica. 
 
 
Flexibilidade máxima: definida com a deformação que ocorre quando o material é tensionado até ao seu limite de 
proporcionalidade. 
Limite convencional de escoamento: é a tensão mínima necessária para produzir deformação permanente. 
 
Módulo de elasticidade: descreve a rigidez do material. 
Maior a inclinação da reta >maior o ângulo > maior o modulo 
de elasticidade > MAIOR DUREZA. 
 
 
 
Resiliência: Quantidade de energia absorvida por um material 
quando este é tensionado até o seu limite elástico. 
Capacidade do material receber a tensão sem ultrapassar o 
limite elástico. 
 
 
 
Ductilidade: habilidade em suportar uma deformação 
permanente sem se fraturar sob tensões de tração. 
(Capacidade de formar fio até antes do rompimento) 
Maleabilidade: capacidade do material em suportar uma 
deformação permanente sem se fraturar sob tensões de 
compressão. (Capacidade de formar lamina) 
ENERGIA ABSORVIDA PELO MATERIAL DURANTE A 
DEFORMAÇÃO PERMANENTE. 
Suporta maior tensão 
 
Friabilidade: Incapacidade do material 
suportar deformação plástica antes de 
fraturar. O material fratura próximo ao 
Limite de proporcionalidade. 
PF: não suporta a força e fratura. 
 
 
 
Tenacidade: é a quantidade de energia de deformação 
elástica e plástica necessária para fraturar o material. É a 
área total do gráfico tensão/deformação. Constitui uma 
medida de resistência a fratura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES BIOLÓGICAS 
Biocompatibilidade: compatível com a vida, não possuindo efeitos tóxicos ou prejudiciais às atividades biológicas. 
Os materiais odontológicos: 
- Não devem ser prejudiciais a polpa ou aos tecidos moles; 
-Não devem conter substâncias tóxicas que possam ser liberadas e absorvidas pelo sistema circulatório causando reação tóxica sistêmica; 
- Devem ser livres de agentes potencialmente sensibilizantes que possam causar reações alérgicas. 
- Não devem ter potencial carcinogênico. 
Toxidade do mercúrio: Sinais de envenenamento crônico: fraqueza, cansaço, anorexia, perda de peso, irritabilidade, 
insônia, tonteira e tremores nas extremidades. O risco de ingestão é menor que o de inalação; O risco alimentar é 
maior que em restaurações. 
Alergia: Látex ou produtos do processamento; Dificuldade de identificação do alérgeno; Erupções localizadas de 
pele; Edema e até anafilaxia; Mais severa em mucosas (lençol de borracha). 
Dermatite: Contato direto com a pele; Manifestações clínicas 12 a 48 horas após o contato; Independente da dose. 
Monômeros resinosos. 
MATERIAIS PARA PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINA-POLPA 
Irritação pulpar: pode ocorrer por condução de calor por meio de restaurações metálicas, bebidas e alimentos 
quentes e frios. Causa dor e sensibilidade. Por conta dos materiais restauradores e da abertura da interface 
restauração-dente (contração dos materiais). Indicador do insucesso do tratamento restaurador. 
Protetores de injúrias: 
Vernizes cavitários: são gomas naturais que formam uma camada sobre superfície onde é aplicado. 
Forradores: finas camadas de cimento usadas como uma camada intermediária entre o dente e a restauração. 
Bases: cimento aplicado na porção mais profunda do preparo, funcionando como uma camada de isolamento. 
Tipo de proteção pulpar: 
Indireta: representam a aplicação de agentes seladores, forradores e/ou bases protetoras nas paredes cavitárias 
como objetivo de proteção do tecido dentino/pulpar, manter a vitalidade pulpar, inibir o processo carioso, reduzir a 
microinfiltração e estimular a formação de dentina reparadora. Usam-se os vernizes cavitários, hidróxido de cálcio e 
cimento de OZE, dentre outros. 
Direta: Capeamento pulpar direto. Aplicação de um agente protetor direto sobre o tecido pulpar exposto, com a 
finalidade de manter a vitalidade pulpar, estimular o desenvolvimento de dentina reparadora e proteção da polpa de 
irritações adicionais. Usam-se o hidróxido de cálcio (pó+agua destilada / Cimento). 
Quando usar: Cavidades profundas (próximas a polpa) e em caso de microexposições pulpares. 
A escolha do material de proteção depende da idade do paciente, da condição pulpar, proximidade da polpa e do 
material restaurador escolhido. 
VERNIZES CAVITÁRIOS: 
Gomas naturais ou resinas sintéticas, dissolvidas em solventes orgânicos (acetona, clorofórmio ou éter). Com a 
evaporação do solvente promovem o isolamento térmico, a diminuição da irritação pulpar, impermeabilização 
dentinária e a proteção contra a sinérise e embebição. 
Indicação clinica: são indicados para a realização de forramento de cavidades profundas, onde o material 
restaurador seja sustenado na cavidade por embricamento mecânico (amalgama). 
Devem ser usados ANTES de materiais não biocompativeis, como cimento de fosfato de zinco, silicato e amalgama. E 
DEPOIS de materiais biocompativeis, como hidróxido de cálcio, OZE e policarboxilato. 
Contra-indicações: Antes de resina composta não usa-se o verniz, pois o mesmo oblitera os túbulos dentinários 
(impedindo a penetração do sistema adesivo). CIV: o mecanismo de adesão ocorre por meio da quelação dos grupos 
carboxílicos dos poliácidos com o cálcio existente na apatita do esmalte e dentina. Porém o verniz impermeabiliza a 
superfície, impedindo a quelação. 
Manipulação: Os vernizes vem prontos para serem utilizados. Deve ser aplicado em uma consistência fina com a 
ajuda de um pincel ou bolinha de algodão. Devem ser feitas aplicações sucessivas de 2 a 3 camadas em intervalos de 
15 segundos entre uma e outra, afim de se obter uma camada final uniforme e continua. 
HIDROXIDO DE CALCIO 
Trata-se de uma suspensão com um solvente e um agente espessante. Pode ser apresentar em 4 formas: Água de 
cal, lama de cal, verniz cavitário modificado e cimento de hidróxido de cálcio. 
Água de cal: suspensão de hidróxido de cálcio em agua destilada. Aplicação clinica: solução bacteriostática e 
hemostática (endodontia). UMA SOLUÇÃO. 
Lama de cal: pó de hidróxido de cálcio em agua de cal. Aplicação clinica: curativo intracanal de demora (UMA PASTA) 
Verniz cavitário modificado: trata-se de um hidróxido de cálcio e oxido de zinco em suspensão de um verniz 
orgânico. Aplicação clinica: forramento cavitário. 
Pó de hidróxido de cálcio: partículas de hidróxido de cálcio. Aplicação clinica: capeamento pulpar direto. 
Cimento de hidróxido de cálcio: é composto pela pasta base (constituída por dióxido de titânio 56,7% em glicol 
salicilato com um pigmento) e pasta catalizadora (composta por hidróxido de cálcio 53,3%, oxido de zinco 9,7% e 
etiltolueno sulfonamida). 
Mecanismo de ação: mesmo não possuindo uma resistência mecânica suficiente, ou uma ideal capacidade de 
isolamento térmico, neutraliza ácidos que migram para a polpa e induz a formação de dentina secundária. 
Manipulação: Deve-se aplicar em um bloco de papel ou na placa de vidro em quantidades iguais da pasta base e da 
pasta catalizadora e, espatular a mistura por cerca de 10 segundos. Com a ajuda do aplicador de hidróxido de cálcio, 
leva-se até a cavidade. Tempo de trabalho: cerca de 80 segundos e tempo de presa: cerca de 300 segundos. Deve-se 
esperar ao menos 7 minutos para dar continuidade ao procedimento restaurador. 
Tempo de presa: tempo de inicio da espatulação até o endurecimentototal do material. 
Tempo de trabalho: tempo após a espatulação até que o material apresente propriedades características para ser 
inserido na cavidade (antes de endurecer e de perder suas propriedades). 
OXIDO DE ZINCO E EUGENOL 
Composição: os cimentos de OZE são compostos de pó (oxido de zinco) e liquido (eugenol) 
Eugenol é um metabolito produzido por diversas plantas (presente no cravo da índia). Tem ação antioxidante, 
antimicrobiano e efeito analgésico e anestésico. 
Tipos e indicação clinica: 
Tipo I: Cimento de OZE para cimentação provisória: sela a cavidade de maneira satisfatória e apresenta resistência 
suficientemente baixa para permitir a remoção da restauração sem traumatizar o dente e a restauração. 
Tipo II: Cimento de OZE para cimentação de longa duração: apresenta resistências inferiores a outros cimentos 
existentes no mercado e é de difícil manipulação na cavidade oral e a remoção dos excessos após a presa também é 
complicada. Usado mais como agente de cimentação de curto ou médio prazo de próteses fixas ou PPF de acrílico 
(provisórias). – Menos utilizado. 
Tipo III: Restaurações temporárias de OZE. Pode ser utilizado, mas hoje em dia prefere-se a utilização de CIV para 
essas restaurações, devido a sua liberação de flúor. 
Tipo IV: Forramentos cavitários: Utilizados em cavidades profundas. 
Manipulação: A proporção liquido/pó dever ser de 3:1 ou 4:1. Na placa de vidro devem ser misturados o liquido ao 
pó em pequenas proporções com espatulação vigorosa e longa que não deve exceder 60 segundos. Placa limpa e 
seca. Tempo de presa: 4 a 10 min. 
Mecanismo de ação: excelente isolante térmico e o eugenol possui ação sedativa sobre a polpa. 
Interferentes no tempo de presa: agua, presença de acetato de zinco, acido acético, altas temperaturas 
atmosféricas, proporção liquido pó aumentada. Fatores DIMINUEM o tempo de presa, já que ACELERAM a reação. 
Resfriamento da placa de vidro: REDUZ a velocidade da reação, AUMENTANDO o tempo de presa. 
ATENÇÃO: Quando utilizado como forramento em cavidades, se o material restaurador de escolha for uma resina 
composta, deve-se evitar o contato do cimento de OZE com a resina, já que a presença de eugenol livre residual 
interfere na polimerização apropriada da resina composta. Nesse caso, pode-se colocar por cima do OZE uma 
camada de CIV para forramento (tipo III). 
CIMENTOS ODONTOLÓGICOS 
Fatores importantes para a escolha do agente cimentante: áreas que a estética pode ser comprometida, melhor 
fixação da peça protética, como também proporcionar melhores propriedades mecânicas. 
Características para o uso do cimento para coroa e estrutura dental: tempo de presa, espessura da película, 
propriedades mecânicas, estabilidade da cor, contração de polimerização, sorção e solubilidade, e compatibilidade. 
 
Escoar - Filme contínuo (25μm) 
Preparo cavitário para receber a coroa artificial. 
OBS: o material cimentário deve ser altamente fluido, para que se possa trabalhar melhor. 
A prótese deve estar muito bem adaptada, afim de evitar que a desadaptação resulte em uma linha de cimentação 
que possa entrar em contato com fluidos que exponham o espaço ao ph da saliva, com alterações de temperatura, 
que possam resultar na solubilização do cimento, levando a processos cariosos e falha na reabilitação protética. 
Cimentos: substância que toma presa para agir como base, forrador, material restaurador ou adesivo para reter 
dispositivos e próteses a estrutura dentária ou exercer mais de uma dessas funções ao mesmo tempo. 
CIMENTO FOSFATO DE ZINCO 
É um cimento mais antigo, usado para cimentação para provisórios. 
Apresentação: Pó + Liquido. 
Pó: Oxido de zinco (principal componente) 
Óxido de magnésio – 8,2% responsável por reduzir a temperatura do processo de calcinação. 
Dióxido de silício – 1,4% facilita o processo de calcinação. 
Trioxido de Bismuto - 0,1% responsável pela lisura da massa de cimento. Em quantidades maiores pode aumentar o tempo de presa. 
Fluoreto de tanino - presente em alguns produtos e é fonte de íons de flúor. 
 
Liquido: H3PO4 – Livre (38,2%) 
H3PO4 – combinado Al e Zn (16,2%) 
Al (2,5%) + Zn (7,1%) – Tamponamento 
H2O (36%) – Ionização do ácido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BASE + ACIDO = SAL E ÁGUA. 
O resultado é uma rede hidratada amorfa de fosfato de zinco que circunda as partículas incompletamente dissolvidas de Óxido de Zinco. 
 
Tempo de manipulação: 1,5 minutos. 
Tempo de trabalho: inicio da manipulação até a formação de uma fina película (3 a 6 minutos) 
Tempo de presa: não sofre deformações permanentes (2,5 a 8 min). 
OBS: o aumento da proporção pó/liquido pode gerar menor resistência e maior acidez. Regule a temperatura da placa. Acelera com o calor e retarda com o frio (placa de vidro). 
Propriedades: alta resistência à compressão. 
- Solubilidade: sensível a ácidos orgânicos, evitar contato com agua antes da presa. Em caso de alteração da solubilidade por alguma adversidade pode gerar a perda da retenção e carie secundária por conta da formação da fenda. 
- Espessura é determinada pela fluidez. 
- Retenção por embricamento mecânico nas interfaces. 
- pH acido no momento da cimentação, conforme a reação do Zn e Al com o acido fosfórico vai acontecendo, o pH vai modificando. 
- Condutibilidade termoelétrica: isolante, serve como base para restaurações metálicas, afim de evitar-se choques galvânicos. 
Manipulação: a placa de vidro é necessária para dissipar o calor. 
Proporcão: Cimentação 4:1 e Restauração 3:1. 
Cuidados com o liquido: Mais H2O – Aumenta o tempo de presa / Menos H2O – Diminui o tempo de presa. 
Procedimento da mistura: Divide-se o pó em 4 quadrados iguais. Depois um dos quadrados dividi-se ao meio. Desse quadrado dividi-se ao meio novamente. O liquido deve ser incorporado da seguinte maneira: no primeiro incremento 10 segundos com espátula de lamina estreita e espalhando, depois incorpora o segundo incremento por 
mais 10 segundos. Parte-se então para o incremento superior a esse, por mais 10 segundos. Depois restando os três de tamanho igual, coloca-se um por vez por mais 15 segundos cada. O ultimo por 30 segundos. 
 
 
Placa resfriada: aumenta o tempo de trabalho (4 a 11 min). Diminui o tempo de presa (20 a 40 %). A solubilidade, resistência a tração e compressão são iguais ao método normal. 
Considerações importantes: cimento de Fosfato de Zinco apresenta propriedades compatíveis com sua aplicação clínica. É o cimento com maior tempo de controle na clínica odontológica. Não possui adesão a superfície dentária. Pode ser empregado para cimentação, base e restauração provisória. 
CIMENTO IONÔMERO DE VIDRO 
Material que apresenta como característica principal uma reação ácido-base na presença de um ácido poliacrílico ionizável, conferindo sua reação de presa. 
PROPRIEDADES: 
- Liberação de flúor 
- Adesividade 
- Biocompatibilidade 
- Coeficiente de expansão térmica linear próximo à estrutura dental 
- Bom selamento marginal 
OBS: LIBERAÇÃO DE FLUOR - Anticariogênico. Inversão do processo desmineralização. Capacidade de reincorporação de flúor. Liberação ocorre com maior intensidade nas primeiras 24 / 48 horas. 
Composição: Pó + Líquido. 
Pó: Partículas de vidro de cálcio e flúor-alumínio-silicato, solúvel em ácido. 
Líquido: Água + Ác. poliacrílico; Copolímeros(ác. Itacônico, ác. Tricarboxílico e ác. Maléico) e Ác. Tartárico). 
Manipulação: Proporcionamento seguindo as instruções do fabricante. 
Maior quantidade de Pó diminui a adesividade, translucidez e o tempo de trabalho e presa. 
Menor quantidade de pó aumenta a solubilidade e diminui resistência a abrasão. 
REAÇÃO DO TIPO ÁCIDO-BASE 
 
 
 
 
ADESÃO: Através da quelação dos grupos carboxílicos dos poliácidos com o Ca da apatita, no esmalte e na dentina. Troca iônica de Cálcio faz com que ocorra a união com estruturas com mais Ca (esmalte, depois dentina). 
Inicialmente a união é fraca sendo baseada por adesão das pontes de hidrogênio. Após a maturação do cimento a adesão se transforma em forte união químicade caráter iônica-polar. 
CLASSIFICAÇÃO: 
Quanto a composição: Convencionais, Anidros, Modificados por resina e Modificados por partículas metálicas. 
Quanto a indicação: 
CIV tipo I para cimentação: 
•Coroas unitárias ou PF de múltiplos elementos; 
•Núcleos fundidos ou pré-fabricados, inlays/onlays metálicos; 
•Braquetes e bandas ortodônticas; 
•Selantes de fossas e fissuras. 
CIV tipo 2 para restauração: Inicialmente indicado para áreas de abrasão e erosão. 
• Vantagem: dispensa o uso de retenção mecânica em função da adesividade; 
• Desvantagem: limitação de cores. 
CIV tipo 3 para forramento: Ideal para forrar cavidades. 
Obs: não é mais muito utilizado depois do surgimento dos ionômeros modificados por resina e dos sistemas adesivos 
CIV tipo 4 para núcleos e restaurações definitivas 
•Classes I e II em dentes posteriores. 
•Restaurações tipo túnel. 
•Confecção de núcleos. 
Obs: Pouco utilizado em razão da estética desfavorável e pela incorporação da resina ao cimento de ionômero de vidro. 
CIV na odontopediatria: Papel importante por ser o material essencialmente mais indicado na fase de adequação do meio bucal. ART (TRA-técnica de restauração atraumática). Selamento oclusal de molares permanentes e decíduos. 
Indicações: 
- Dificuldade de isolamento absoluto do campo operatório 
-Dentes recém-irrompidos 
-Pacientes com problemas comportamentais 
-Lesão de mancha branca ativa em esmalte 
Essas indicações primordiais se devem a algumas características inerentes ao material 
Liberação de fluoreto: 
- Aumenta a resistência do esmalte à desmineralização 
- Efeito cariostático 
- Recarga 
- poder bactericida e bacteriostático 
Manipulação: Com a medida do pó, divide-se ao meio, e incorpora-se o primeiro incremento, por 15 segundos, em uma gota do liquido. Depois acrescenta-se o segundo incremento e mistura-se por mais 15 segundos. Insere-se o material no dente. 
Vantagens: Liberação de fluoretos. Adesão química ao esmalte. Módulo de elasticidade e coeficiente de expansão semelhante ao da dentina 
Desvantagens: Baixa resistência de união. Estética desfavorável. Alta viscosidade. Sofre sinérese e embebição (perda ou ganho de água para o meio). 
Proteção: para evitar a sinérise ou embebição. Usa-se vaselina, vernizes específicos, adesivo ou esmalte incolor (base para unha). 
 
Selantes de Ionômero de vidro modificado por resina: 
- Menor tempo de presa 
-Menor sensibilidade à umidade 
-Maior resistência 
-Liberação de fluoretos 
-Maior resistência à tração diametral 
-Biocompatibilidade semelhante ao CIV convencional 
VANTAGENS: Maior tempo de trabalho e menor tempo de presa. Menor solubilidade. Maior resistência em comparação aos convencionais. 
DESVANTAGENS: Contração de polimerização. Menor resistência comparada aos resinosos. 
 
AMÁLGAMA 
Vantagens: 
- Longevidade; 
- Auto selamento marginal: produtos de oxidação promovem esse selamento. Elimina-se as fendas. Impede a entrada de fluidos que infiltrem. 
- Baixo custo e de fácil utilização; 
- Resistência aos esforços mastigatórios; 
- Alterações dimensionais toleráveis; 
Desvantagens: 
- Estética 
- Preparo pouco conservador: por ser por embricamento mecânico, precisa-se de retirar uma quantidade maior de tecido sadio. 
- Não há adesão – EMBRICAMENTO. 
- Possível toxicidade do mercúrio 
- Condutibilidade térmica 
Indicações: 
Classe I: oclusal 
Classe II: oclusal + interproximal (D, M, MO, DO e MOD) 
Classe V: cervical. 
Composição: é uma liga que contem Hg como um dos seus componentes. 
O mercúrio garante a plasticidade da mistura e possibilidade de adaptação à cavidade com posterior endurecimento e resistência. Faz com que aconteça a mistura. 
Excesso de mercúrio: efeitos deletérios nas propriedades mecânicas e físicas do material. 
Falta de mercúrio: massa irregular, seca, quebradiça, com superfície rugosa e porosa. 
Composição da liga: Exige que as ligas de amálgama contenham predominantemente Prata (Ag) e Estanho (Sn). 
Quantidades não especificas de Cobre (Cu), Zinco (Zn) e Ouro (Au). 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAS: 
- Quanto as partículas: 
Pó usinado – Limalha 
Atomização do Liquido da Liga – Esferoidais 
Mista: Limalha e Esferoidais. 
- Quanto ao conteúdo de Cu: 
Liga com baixo teor de Cu 
Liga com Alto teor de Cu 
-Quanto ao conteúdo de Zn: 
Contendo Zn: []> 0,01% 
Sem Zn = [ ] ≤ 0,01% 
 
FUNÇÕES DOS ELEMENTOS NA LIGA 
- Prata: ↑resistência mecânica e retarda a perda do brilho e oxidação; 
- Estanho: reduz a expansão, facilita amalgamação, retarda o tempo de endurecimento; 
- Cobre: ↑a dureza e a resistência mecânica do amálgama; 
- Zinco: Antioxidante; controla a expansão. 
 
AMALGAMAÇÃO 
 
Microestruturas: 
Ligas com baixo teor de Cu: 
Ag Sn + Hg → Sn Hg + Ag Sn (Partículas não reagidas) 
 ϒ ϒ2 ϒ 
 
LIMALHA 
 
 
Ligas com alto teor de Cu: 
FASE ÚNICA 
 
Ag Cu Sn + Hg → Ag Hg + Sn Cu + Ag Cu Sn (Partículas não reagidas) 
 ϒ + Hg → ϒ1 + η + ε 
 
ESFEROIDAIS 
 
 
 
 
FASE DISPERSA 
 
 Ag Sn 
 
 Ag Cu 
 
 
Ag Sn + Ag Cu + Hg → Ag Hg + Sn Cu + Ag Sn + Ag Cu 
 ϒ + Ε + Hg ϒ1 + η + ε + ϒ 
 
ESFEROIDAIS LIMALHA 
 
 
Liga de baixa resistência (como não tem cobre, o Estanho se 
liga ao Mercúrio), presença de ϒ2 (menos resistente) 
Liga de alta resistência (como tem cobre, o 
Estanho se liga ao Cobre) 
Presença de Partículas 
de Limalha e Esferoidais 
Liga não muito resistente (por conta da presença 
de formação de ϒ1) 
(Partículas não reagidas)

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