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Amálgama Dental

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AMÁLGAMA DENTAL 
É uma liga empregada para confecção de restaurações diretas. Possui como vantagens: durabilidade comprovada, 
relação custo-benefício (favorável quando em comparação a outros materiais restauradores, como a resina composta) 
e simplicidade da técnica rápida e previsível. E como desvantagens: cor diferente da estrutura dental, falta de adesão 
às estruturas dentais (em alguns casos, deve-se desgastar uma estrutura dental sadia para que ele consiga ter 
retenção, exemplo, restaurações rasas e restaurações em áreas cervicais, por exemplo), frágil (ausência de 
deformação plástica, ocorrendo mais nas margens, por serem finas) e sujeito à corrosão e potencial tóxico do Hg. 
Composição do amálgama: o amálgama se forma a partir da mistura do mercúrio líquido com uma liga de prata para 
amálgama. O grande problema do mercúrio, não é na boca do paciente, mas sim o processo em que é feito o 
amálgama. 
COMPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS DE PÓ DA LIGA 
Ele contém principalmente Ag (prata), que aumenta a resistência e diminui o escoamento da restauração e aumenta 
a expansão tardia. E Sn (estanho), que facilita a mistura da liga com Hg (por ter afinidade com esse elemento) e reduz 
a expansão de presa da Ag. Há também o Cu (cobre), que foi adicionado mais futuramente e o material aumenta a 
dureza e a resistência e diminui o CREEP (fluência, que é o escoamento viscoelástico que ocorre numa estrutura sobre 
tensões cíclicas ao longo do tempo) e a corrosão. O Zn (zinco), diminui a oxidação da liga e isso permite a produção de 
uma liga mais regular e menos corroída (deixando ela mais resistente), porém quando entra em contato com a 
umidade, essa ligas com zinco apresentam expansão tardia, havendo então maior sensibilidade à umidade ou saliva. 
O Hg pode já vir na liga também. 
-Tipos de ligas: Convencional (70% de prata com Sn e pouco Cu), convencional com zinco ou rica em cobre (que são as 
mais ricas em qualidade). 
-Morfologia das partículas de pó: 
 Limalha: formato irregular e tamanhos diferentes 
 Partículas esféricas: formato esférico e tamanhos diferentes. 
-Formas de apresentação das ligas para amálgama: podem vir em recipientes em pó da liga em que e compra separado 
o mercúrio para então fazer o material. Há a forma de capsulas pré dosadas, onde o pó e o líquido são separados por 
uma membrana e o equipamento faz a mistura sem que o CD tenha muito contato com o Hg de forma direta. O 
amálgama pó e líquido foi abolido por lei. 
CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAS DE AMÁLGAMA 
-Quanto à composição: convencional ou alto ou baixo teor de cobre e com zinco ou sem zinco. 
-Quanto à forma das partículas: podem ser esféricas ou em formato de limalha. 
-Quanto ao número de fases na constituição do pó da liga: fase dispersa (que contém os dois tipos de partículas) ou 
fase única (só limalha ou só esférica). 
AMALGAMAÇÃO E TRITURAÇÃO 
 Amalgamação é juntar o pó da liga de prata com o mercúrio. A trituração é de fato misturar as duas coisas 
(manipulação). A trituração pode ser manual ou mecânica, mas atualmente só faz-se a mecânica. Trituração mecânica: 
empregado em amalgamadores, nele se faz a mistura na capsula pré-dosada, e o material vai estar pronta. Ao abrir a 
capsula, o amálgama estará pronto para ser manipulado. 
Vantagem das capsulas pré-dosadas: proporção controlada pelo fabricante; trituração mecânica, que é mais eficiente 
e controlada (porque é reproduzível); necessidade de menos Hg para reagir com a liga; ausência de contato da equipe 
com o mercúrio líquido livre (vantagens ambientais, de saúde e melhor qualidade). 
REAÇÕES DO MATERIAL 
REAÇÃO DE PRESA OU DE ENDURECIMENTO DO AMÁLGAMA 
 Ele endurece ao ser porque a partir da interação do mercúrio com os componentes da liga, há a cristalização, onde os 
materiais vão se unindo a partir da formação de núcleos de cristalização e eles vão se unindo radialmente pelos 
entrelaçamentos dos dendritos emitidos, endurecendo o material, já que assim há a perda do movimento. 
 
 
REAÇÃO DE CRISTALIZAÇÃO DE UMA LIGA COM BAIXO TEOR DE COBRE 
Mercúrio tem mais afinidade com a prata e o estanho do que um com o outro mesmo, por isso ele é capaz de deslocar 
e se ligar aos dois. Quando o mercúrio reage com o pó, ele não está em concentração suficiente para dissolver 
completamente as partículas do pó, por isso no final ainda haverá Ag-Sn (γ). Então as partículas de pó (γ) ainda vão 
existir numa matriz misturada com γ1 e γ2. O mercúrio tem 50% do peso em comparação com o pó, mas como é mais 
denso, ele ocupa menos espaço volumétrico. 
 
Ag-Sn + Hg → Ag-Sn + Ag-Hg + Sn-Hg 
 
FASE GAMA (γ): Ag-Sn (partícula de pó) 
FASE GAMA 1 (γ1): Ag-Hg (muita afinidade) 
FASE GAMA 2 (γ2): Sn-Hg (pouca afinidade) 
 
REAÇÃO DE CRISTALIZAÇÃO DE UMA LIGA COM ALTO TEOR DE COBRE 
FASE DISPERSA: Ag-Sn / Ag-Cu + Hg → Ag-Sn + Ag-Hg + Sn-Hg + Cu-Sn (FASE ETA: η) 
O Sn-Hg (γ2) reage com a Ag-Cu (que não existe na outra equação), formando mais Cu-Sn (η) e Ag-Hg (γ1), isso 
acontece porque o Sn-Hg não tem uma ligação forte e então a prata desloca o estanho para se ligar ao mercúrio, e 
então o estanho se liga ao cobre. Então na liga com alto teor de cobre, tende a haver o desaparecimento de γ2, que 
é uma fase ruim já que o Sn-Hg tem uma baixa afinidade química e a restauração não teria durabilidade em um 
ambiente úmido e, além disso, aumenta a Fase η, que deixa a restauração mais resistente 
 
FASE ÚNICA: Ag-Sn-Cu + Hg → Ag-Sn + Ag-Hg + Cu-Sn 
Nem possui γ2 deixando o amálgama mais durável na boca, já que o Ag-Hg nem separa 
 
PROPRIEDADES DOS AMÁLGAMAS DENTAIS: 
 Variam em função, basicamente devido à proporção entre as fases gama, gama-1 e gama-2, já que elas interferem na 
estrutura e composição do material. 
-ALTERAÇÃO DIMENSIONAL: ocorre a partir da interação do mercúrio com a liga. Varia de acordo com o tipo de liga e 
com a manipulação. Quando se mistura: 
 
 
1- Contração volumétrica quando a liga é misturada ao Hg, já que há uma mistura de pó com líquido e o pó absorve 
o líquido e o volume da mistura diminui. 
2- Expansão devido ao crescimento dos cristais das fases Ag-Hg e Sn-Hg e/ou Cu-Sn, sendo que o ideal é que ele se 
expanda só até o valor original, pois se aumentais mais do que foi posto, pode pressionar as extremidades do 
dente. Chamada expansão de presa ou de cristalização. 
3- Expansão ou contração por erros no processo. Ligas contendo Zn apresentam alta expansão de presa quando 
contaminadas por água ou saliva; alta pressão de condensação do amálgama no interior da cavidade dental 
conduz à contração excessiva da massa. 
4- Condensação excessiva: caso não volte ao tamanho normal devido a uma força muito grande que quebra os 
cristais que param de expandir, mas é uma situação irreal na boca. 
-PROPRIEDADES MECÂNICAS: 
Variam em função da liga, do formato das partículas e da manipulação: 
Fatores que afetam a resistência do amalgama: 
1- Formato e tamanho das partículas: o ideal é que se tenha partículas esféricas de tamanhos diferentes. 
Porque partículas regulares não conseguem preencher devidamente o espaço (exemplo, gravetos e areia 
para preencher um mesmo pote), já essas conseguem preencher adequadamente todos os locais da 
cavidade. 
2- Microestrutura do amálgama: ideal é menor proporção de gama-2 e maior de fases gama e gama-1. 
Já que a gama2 e mais susceptível a corrosão (Cu a longo prazo aumenta muito a vida útil, enquanto o formato da 
partícula interfere na adaptação na hora da restauração). Em áreas de pequenas espessuras (quando passa por cima 
do dente fica fino: amálgama sobre remanescente dental) há maior probabilidade de fratura 
 
 
A tabela mostra a resistência a compressão a diferentes tipos de ligas de amálgama. Observa-se que uma liga com 
baixo teor de cobre e formato de limalha, após uma hora, a resistência a compressão é muito menor que dos demais 
materiais. No caso de resistência a tração, o mesmo material nem é possível testar, quandoa 15 minutos. 
3- Porosidade no amálgama: quanto menor a porosidade, maior a resistência. O ideal: ter uma trituração e 
pressão de condensação adequadas (compactação das partículas de pó da liga em fase gama). 
4- Proporção Hg/liga: Ideal é ser a menor quantidade possível de Hg para molhar a liga, pois deixa o material 
mais resistente e diminui o contato com o profissional. 
5- Tempo de trituração: É estabelecido no triturador mecânico e cada liga possui seu ideal. Se há sub-
trituração, diminui a resistência, mas se super-tritura, diminui-se a resistência e o tempo de trabalho já 
que os cristais estão crescidos e o material um pouco endurecido. O amalgama idealmente triturado, 
apresenta massa coesa de brilho opaco. O super, massa coesa de brilho intenso. O Sub, não forma massa 
coesa. 
-CREEP: deformação plástica por escoamento viscoelástico sob a aplicação de forças estáticas 
ou dinâmicas. Numa oclusão cúspide-fossa, o material vai escoando para as laterais e o 
amalgama fino sobrando na margem (valamento marginal), que é frágil e com baixa 
resistência, então o creep contribui para as margens quebradas e menor durabilidade do 
amálgama. Consequências: fraturas marginais, desadaptação marginal e infiltração marginal. 
Além de favorecer a alteração de forma (o que diminui a eficiência mastigatória). 
Maiores valores de creep estão em ligas com baixo teor de cobre (1.52 – 3.77). Menores 
valores de creep em ligas com alto teor de cobre. 
-CORROSÃO: degradação progressiva de materiais por reação química ou eletroquímica com o meio. Quando se tem 
um amalgama com baixo teor de cobre, se tem maior quantidade de gama 2 que é corroído em estanho e mercúrio, 
por ser uma liga fraca. Consequências: manchamento dental (problema com prata, tatuagem por amálgama no dente, 
pois a prata entra nos túbulos dentinários), diminuição das propriedades mecânicas, aumento da porosidade, fraturas 
marginais, liberação de subprodutos (até mesmo o mercúrio). 
 
-PROPRIEDADES TÉRMICAS: alto coeficiente de expansão térmica linear e a alta difusividade térmica resultam em 
uma rápida transmissão do estímulo até a polpa, gerando dor. Também aumenta a quantidade de trincas e fraturas. 
Há sensibilidade durante a ingestão de alimentos muito frios ou muito quentes em casos de DENTES VIVOS (com 
polpa). 
-PROPRIEDADES BIOLÓGICAS: Estão mais inerentes aos vapores de mercúrios. 
Formas de absorção do mercúrio: 
1- Inalação dos vapores de mercúrio 
2- Absorção pela pele (recomenda-se uso de luvas e máscaras) 
Existem diferentes quantidades de liberação de mercúrio de acordo com o procedimento odontológico, na inserção 
de uma restauração não tem muita liberação, acontecendo mais em casos de polimentos da escultura e na remoção 
de restaurações, pois há movimentos rápidos e criação de calor que faz evaporar o mercúrio.

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