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Resumo de Materiais Dentários Parte 2

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Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
1 
ADESIVOS DENTAIS 
 
ADESÃO 
Estado no qual duas superfícies são mantidas juntas 
por forças interfaciais. 
- Retenção química 
- Retenção mecânica 
- Retenção química + mecânica → forma ideal 
Os sistemas adesivos odontológicos têm três funções 
essenciais: 
- promover resistência à separação de um substrato 
aderente de um material restaurador ou cimentação. 
- distribuir a tensão ao longo da superfície de colagem 
- selar a interface através de colagem adesiva entre a 
dentina e/ou esmalte e o material restaurador, 
aumentando a resistência à microinfiltração e 
diminuindo o risco de sensibilidade pós operatória, 
manchamento marginal e cárie secundária. 
 
- Força de adesão 
- Força de coesão 
 
MECANISMOS DE ADESÃO 
Para que a adesão real de materiais restauradores seja 
alcançada, três condições devem ser satisfeitas: 
1. A estrutura dental sadia deve ser conservada 
2. Uma retenção ideal deve ser alcançada 
3. A microinfiltração deve ser prevenida 
O processo de adesão pode ser visto como uma troca, 
onde materiais inorgânicos provenientes do dente são 
substituídos por resina sintética. Esse procedimento 
envolve dois passos: 
1. remoção de hidroxiapatita para criar microporos 
2. infiltração de monômeros resinosos e sua 
polimerização nos microporos 
Como resultado, são formados prolongamentos de 
resina que micromecanicamente levam à 
interpenetração e ao travamento com os tecidos 
mineralizados. Também pode haver interações 
químicas com o substrato dental se os monômeros 
envolvidos apresentarem grupamentos funcionais 
acídicos ou promotores de quelação. 
Fatores que influenciam na adesão: 
1. Energia de superfície e molhamento 
2. Interpenetração (formação de camada híbrida) 
3. Retenção micromecânica 
4. Adesão química 
 
 Molhamento → Para haver sucesso na adesão, 
o adesivo deve ser capaz de molhar toda a superfície. 
Essa propriedade é o molhamento. Um adesivo não é 
capaz de formar retenção micromecânica, adesão 
química ou redes interpenetrantes com uma 
superfície, a menos que consiga formar íntimo contato 
com a mesma, espalhar-se sobre ela e penetrar por 
capilaridade em quaisquer irregularidades micro ou 
submicroscópicas. 
- Ângulo de contato: O molhamento é medido através 
da leitura de ângulo de contato, que vai dar a 
capacidade do adesivo e/ou da superfície de se 
espalhar mais ou menos. O ângulo obtido entre a 
superfície de equilíbrio e a superfície do adesivo. 
Quanto menor esse ângulo, maior é o espalhamento. 
Quanto maior o ângulo, menor o espalhamento. 
Quando uma substância aquosa é colocada em uma 
superfície hidrofóbica, o ângulo de contato é muito 
alto e o espalhamento é limitado. Quando a superfície 
é hidrofílica, o ângulo de contato é menor, 
determinando maior espalhamento. 
> 90 graus: majoritariamente não compatível 
180 graus: absolutamente não compatível 
< 90 graus: majoritariamente compatível 
0 grau: absolutamente compatível 
* A dentina, por ser hidrofílica, deve receber adesivos 
hidrofílicos, e o esmalte, hidrofóbicos. 
 
O molhamento pode ser melhorado através do 
aumento da energia de superfície do substrato. Uma 
superfície dental limpa com microasperezas tem 
maior energia de superfície do que a superfície não 
tratada. Se um material com baixa tensão superficial 
contaminar a superfície antes da aplicação do adesivo, 
seu molhamento fica prejudicado. 
A técnica do condicionamento ácido remove 
contaminantes e cria microporosidades, promovendo 
alta energia de superfície nos dentes e melhorando o 
molhamento. 
 
Para garantir a durabilidade da adesão, os 
monômeros devem adaptar-se intimamente ao 
esmalte, e preencher irregularidades e/ou infiltrar-se 
na rede colágena criada na desmineralização da 
dentina. 
Outro requisito para a durabilidade da adesão é a 
estabilidade hidrolítica (resistência à degradação 
química pela água) 
 
 
SITUAÇÕES CLÍNICAS 
- Para manipulação do adesivo, o ambiente deve estar 
isolado e limpo. 
- Risco de carie, higiene oral, controle periódico 
 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
lOMoARcPSD|10082523
https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=resumo-segunda-prova-materiais
Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
2 
ADESÃO EM ESMALTE 
O esmalte é inorgânico em sua maioria. Isso faz com 
que o esmalte receba a adesão de forma muito 
estável. 
 
CONDICIONAMENTO DO ESMALTE 
 A superfície deve sofrer modificação tal que o adesivo 
se espalhe e haja retenção adequada. O 
condicionamento utiliza um ácido que desmineraliza o 
esmalte, formando poros onde o adesivo vai entrar. O 
condicionamento também limpa o biofilme. Para 
condicionar, normalmente se utiliza o ácido fosfórico 
32 a 37% em forma de gel para facilitar a aplicação. 
Aplicação de 15 a 30 segundos e lavagem por 20 
segundos. 
Desmineralização → alteração da superfície → 
melhora da capacidade de molhamento → área de 
retenção 
O ácido atua no esmalte dissolvendo as substancias 
inorgânicas dos prismas. Ao fazer essa modificação, 
modifica-se também a energia de superfície, que 
facilita o molhamento/espalhamento do adesivo. 
- Ação dos ácidos sobre o esmalte: dissolvem a 
substância inorgânica, criando espaço entre os 
prismas – retenção mecânica. Provocam aumento na 
área e na energia de superfície propiciando condições 
para uma melhor adesão. A maior superfície de 
energia garante que os monômeros resinosos 
consigam molhar a superfície prontamente, infiltrar-se 
nos microporos e depois de polimerizados criar 
prolongamentos, os tags de resina. 
- Se houver o condicionamento excessivo, o adesivo 
não consegue chegar até o final das retenções feitas 
pelo condicionamento, ficando um espaço. Isso pode 
levar a uma degradação da superfície de forma mais 
rápida. 
 
 Aspectos microscópicos do esmalte 
condicionado por ácido 
- Tipo I: dissolução preferencial do núcleo do prisma. 
- Tipo II: dissolução preferencial da periferia do prisma 
- Tipo III: predomínio aleatório de ataque 
Os 3 tipos de padrões que o esmalte condicionado 
pode apresentar, depende da localização do dente e 
do modo como os prismas são expostos na superfície. 
 
 Aspectos clínicos do esmalte condicionado 
As microrretenções deixam o esmalte sem 
brilho/fosco e esbranquiçado. O ataque deve ser 
seletivo na área de trabalho 
 
 Tempo de condicionamento 
Em média 15 segundos, mas pode variar com o grau 
de mineralização do esmalte. 
 
 Enxague 
Jato d’agua por aproximadamente 20 segundos. 
Secagem com jato de ar pode ser usado no esmalte, 
até que seja observada uma superfície fosca, mas não 
é indicado para a dentina, visto que pode colapsar as 
fibras colágenas, impermeabilizando a dentina à 
penetração. Na técnica de condicionamento ácido 
total, um agente de união dentinários e um primer 
devem ser usados, compatíveis com o substrato de 
esmalte e dentina úmidos. 
 
As superfícies condicionadas devem ser mantidas 
limpas e secas até que o adesivo seja aplicado para 
garantir a formação de uma união mecânica íntegra, 
pois a contaminação pode reduzir a energia de 
superfície, reduzindo as chances de formação de tags 
de resina. 
 
 Cuidados na aplicação do ácido 
- profilaxia breve 
- estender a aplicação do ácido 0,5mm além dos 
limites da área de trabalho 
- proteger dentes vizinhos 
- tempo de condicionamento 
- não esfregar 
- lavar em abundância 
 
ADESIVOS HIDROFÍLICOS X ADESIVOS HIDROFÓBICOS 
 
ADESÃO AO ESMALTE 
Usa-se preferencialmente condicionamento e 
utilização de um adesivo puramente hidrofóbico. 
Quando em esmalte e dentina associados, usa-se o 
condicionamento hidrofílico porque a dentina precisa 
de água. 
1. Áreas de retenção 
2. Tags de resina → microrretenções 
Quando o esmalte é condicionado, algumas áreas vão 
se aprofundar mais que as outras. As mais profundas 
são as tags de resina e as mais superficiais são as 
microrretenções. Os tags do esmalte ficam entre os 
prismas. 
* Na dentina o tagfica dentro do túbulo dentinário 
 
INDICAÇÕES DE ADESIVOS NO DENTE 
Reanatomização dentária, colagem de bráquets, 
ferulização, próteses adesivas diretas e indiretas com 
retentores metálicas. 
 
ADESÃO EM DENTINA 
 
A grande diferença entre esmalte e dentina é a 
proporção de água/minerais/materiais orgânicos. A 
dentina tem 25% de água além de fibras colágenas, 
que são fundamentais para adesão adequada. 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
lOMoARcPSD|10082523
Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
3 
Por isso, adesivo para dentina tem que ser hidrofílico. 
Este é o grande problema, pois ao mesmo tempo em 
que o adesivo precisa ter água, para que o monômero 
se polimerize, não pode ter água presente. Por isso, a 
química do adesivo é muito complexa. 
 
Na dentina, tem os túbulos dentinários onde tem 
prolongamentos de odontoblastos, onde tem fluidos e 
troca iônica que geram sensibilidade no dente. 
Quanto mais profunda a dentina, mais numerosos e 
mais largos são os túbulos. Quanto mais oclusal, 
menores os túbulos. 
 
A chave de adesão na dentina está na penetração do 
monômero no meio das fibras colágenas, que circunda 
os túbulos. Os minerais presentes na dentina estão 
entre as fibras colágenas e o ácido atua removendo-
os. 
 
Formação da camada híbrida → o condicionamento 
ácido retira os minerais de hidroxiapatita presentes na 
dentina, deixando as fibras colágenas expostas e 
espaços entre elas. O monômero penetra nestes 
espaços antes ocupados por minerais. A camada 
hibrida não existe no esmalte, porque no esmalte não 
há colágeno. 
É a camada formada pela penetração do monômero 
do adesivo entre as fibras colágenas, no espaço criado 
pela desmineralização da dentina. 
A dentina tem áreas de retenção e tags de resina 
como o esmalte, mas estes são basicamente 
vinculados à camada híbrida. 
- Camada híbrida = monômero + colágeno 
 
A adesão em dentina se dá basicamente pela camada 
hibrida e formação de tags dentinários. 
 
 SMEAR LAYER 
Lama dentinária. Camada de esfregaço, que surge 
quando esmalte e dentina são mecanicamente 
preparados principalmente com instrumentos 
rotatórios. É uma camada aderente de debris e 
biofilme bacteriano. Na dentina, essa camada fica 
impregnada na entrada dos túbulos e diminui a 
permeabilidade dentinária. 
→ São resíduos produzidos pelo desgaste da estrutura 
dentária com instrumentos rotatórios ou manuais que 
se depositam sobre a superfície da dentina na forma 
de uma camada. 
No entanto, a camada de esfregaço apresenta força 
coesiva muito baixa e impede a obtenção de adesão 
adequada por certos adesivos (o livro contradiz o que 
o professor disse na sala. O professor afirma que a 
manutenção dessa camada reduz a sensibilidade 
pulpar e não é necessário remove-la, devido ao 
avanço da química dos adesivos). Essa camada está 
vinculada apenas à dentina 
 
 Composição: 
- Fragmentos de esmalte e dentina 
- Partículas de matriz colágena 
- Porções do biofilme 
- Óleo da caneta 
- Sangue e saliva 
→ mesmo que você não retire a camada da Smear 
Layer, é necessário fazer uma limpeza pelo risco de 
contaminação. 
 
 Estrutura 
- Smear On → 1 a 5 µm → na superficie da dentina 
- Smear Plug → 2 a 6 µm → dentro do túbulo 
dentinario 
- Fase sólida → podem variar em composição e 
tamanho dependendo da técnica do preparo. 
- Fase líquida → fluidos nos canais de difusão 
 
* O grande risco no sucesso da adesão é a 
contaminação bacteriana, por isso é muito importante 
a realização do isolamento. 
 
 Vantagens 
- Redução da permeabilidade dentinária 
- Redução da difusão de fluidos 
- Dificulta a hidratação da superfície 
-Dificulta a penetração bacteriana profunda 
 
 Desvantagens 
- Presença de bactérias 
- Permeabilidade à toxinas bacterianas 
- Fraca ligação à superfície dentinária subjacente 
- Pode interferir na adesão de alguns materiais 
restauradores 
 
 Tratamento 
- Manter a Smear Layer 
- Remover a Smear Layer 
- Modificar a Smear Layer 
- Substituir a Smear Layer 
→ A escolha de manter ou remover a Smear Layer 
depende do material e do sistema restaurador 
selecionado. 
 
ESTRATÉGIAS ADESIVAS ATUAIS 
1. Fixar a Smear Layer via monômero acídico 
2. Remover a Smear Layer com ácido através do 
condicionamento ácido da dentina 
 
Isso nos dá a classificação dos adesivos dentinários 
básicos presentes. 
 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
lOMoARcPSD|10082523
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Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
4 
CLASSIFICAÇÃO 
 Adesivos de condicionamento prévio (etch and 
rinse): 
- Três passos (quarta geração): método mais confiável. 
Consiste em 3 etapas: aplicação de um condicionador 
ácido, aplicação de um primer e aplicação do adesivo 
propriamente dito. O primer contem monômeros 
hidrofílicos funcionais dissolvidos em um solvente 
orgânico; a resina é hidrofóbica. Recomendado para 
adesão de núcleos de compósito (preenchimento). 
- Dois passos (quinta geração): primer e adesivo 
combinados no mesmo frasco. Monômeros 
hidrofílicos e iônicos são combinados tornando a 
camada de adesivo suscetível à penetração de água e 
degradação. Recomendado para adesão de 
restaurações feitas em anteriores e superiores de 
compósito e para cimentação de facetas com 
cimentos resinosos. 
 
 Adesivos autocondicionantes: 
- Dois passos (sexta geração): não envolve 
condicionamento ácido. Um monômero acídico que 
não é removido com enxague é usado para 
condicionar o substrato e ao mesmo tempo serve 
como primer. Recomendado para adesão de 
compósitos em posteriores. 
- Passo único (sétima geração): condicionador, primer 
e adesivo em um único passo. Recomendado para 
pinos estéticos e restaurações cerâmicas cimentadas 
usando cimentos resinosos ou adesão de restaurações 
posteriores em compósitos. 
 
 
 
O sistema adesivo mais estável é o de 3 passos. 
O sistema de 1 passo não remove a Smear Layer; 
quando usado apenas fixa a camada. 
 
TRATAMENTO DA DENTINA 
Condicionamento ácido: qualquer alteração química 
na superfície da dentina, como uma quelação de 
cálcio (EDTA), com o objetivo de remover a Smear 
Layer e simultaneamente desmineralizar a superfície 
da dentina. 
O condicionamento acido remove a hidroxiapatita da 
dentina sadia quase que completamente, numa 
profundidade de alguns micrometros, expondo uma 
rede de colágeno microporosa suspensa em água. A 
dentina deve ser mantida úmida para assegurar a 
formação da camada híbrida. A quantidade de água é 
crítica: se não houver água, o colágeno colaba e forma 
uma camada relativamente impermeável à infiltração 
do adesivo resinoso; se houver muita água, a 
infiltração da resina é incapaz de deslocar a água por 
completo e o ambiente fica propicio à infiltração. 
A aplicação do primer é necessária para manter a rede 
de colágeno hidratada ao mesmo tempo que o 
excesso de água é removido. 
Não pode condicionar por tempo excessivo, porque a 
desmineralização excessiva provoca espaços muito 
grandes, podendo o monômero não penetrar 
completamente nestes espaços. 
Quando o monômero não penetra no colágeno, há 
espaços vazios. Esses espaços vazios podem gerar 
degradação da interface por uma resposta do próprio 
colágeno, formando metaloproteases. Essas 
metaloproteases agem causando degradação da 
interface, especialmente o colágeno. Então, o 
colágeno sem sustentação é degradado, resultando 
em degradação da interface e infiltração de bactérias. 
 
* ácidos fracos → envolvidos com adesivos de apenas 
1 passo 
 
O ideal é que as superfícies fossem tratadas de formas 
diferentes, mas clinicamente é um processo inviável. 
 
CAMADA HÍBRIDA 
Remoção do mineral → matriz desmineralizada e 
preenchida com água → matriz desmineralizada e 
enrijecida por solventes orgânicas 
A região do colágeno precisa ficar úmida, porque se 
remover o mineral e o colágeno secar, ele colaba e 
não pode ser preenchidopelo adesivo. Para o adesivo 
penetrar nas áreas de condicionamento ácido a 
dentina precisa estar úmida. De certa forma, todo 
adesivo deve ter água para manter a estrutura do 
colágeno aberta. 
As resinas hidrofílicas podem penetrar a camada 
superficial desmineralizada pelo ácido, com fibras 
colágenas expostas, formando a camada híbrida que é 
a dentina infiltrada por resina com alta resistência 
coesiva. 
 
AGENTE CONDICIONADOR IDEAL 
- isotônico 
-pH neutro 
- baixa toxicidade 
- compatível quimicamente 
- solúvel em água 
- melhorar a superfície para a adesão 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
lOMoARcPSD|10082523
Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
5 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO DOS ACIDOS 
- tipo de condicionamento 
- capacidade de selamento do material 
- tempo de condicionamento 
 
A DENTINA COMO SUBSTRATO ADESIVO 
A eficiência do sistema adesivo está relacionada com a 
capacidade do profissional reduzir quaisquer que 
sejam essas variações, e é por isso que os adesivos 
estão sendo cada vez mais simplificados; quanto mais 
passos, maiores as chances de variação. 
A estratégia adesiva pode modificar dependendo do 
tipo de substrato presente. 
- Dentina profunda → cuidado ao utilizar o ácido, pois 
quanto maior a profundidade, maior o diâmetro dos 
túbulos dentinários 
- Dentina superficial → a adesão é maior, porque a 
formação da camada híbrida é o que da a real 
estabilidade de adesão. A camada híbrida é a chave da 
adesão. 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM A PROFUNDIDADE DA 
DESMINERALIZAÇÃO 
- tipo de ácido 
- pH 
- tempo de aplicação do ácido 
- morfologia do substrato 
 
PRIMERS DENTINÁRIOS 
Agentes hidrofílicos, geralmente resinosos. Presentes 
nos sistemas adesivos de 3 passos. 
 
Alguns sistemas adesivos apresentam resinas de baixa 
viscosidade, baixo modulo e elasticidade. 
As estratégias adesivas são determinadas pela bula, 
porque os adesivos têm quantidades de agua 
diferentes. A estratégia de preparo do substrato, se 
seco ou úmido, depende da quantidade de água do 
adesivo. 
 
AGENTES ADESIVOS DENTINÁRIOS 
Um sistema de união dentinário bem sucedido deve 
apresentar as seguintes características: 
1. remoção ou dissolução adequada da Smear Layer 
de esmalte e dentina 
2. Manutenção ou reconstituição da rede de colágeno 
dentinário 
3. bom molhamento 
4. eficiente difusão e penetração de monômeros - 
embricamento micromecânico e/ou ligações químicas 
com a dentina 
5. polimerização enquanto impregnado na estrutura 
dentária 
6. copolimerização com a matriz da resina composta 
restauradora 
 
 Composição 
- Condicionadores: ácidos relativamente fortes, 
usados para remover a Smear Layer e dissolver a fase 
mineral, permitindo a formação de retenções 
micromecânicas. O ácido fosfórico 37% é o mais 
usado. Apresentado na forma de um gel aquoso e 
aplicado com pinceis ou seringas 
- Primers: mantem a rede de colágeno expandida ao 
mesmo tempo em que o excesso de água é deslocado 
para permitir a infiltração dos monômeros hidrofílicos 
contidos no adesivo. Composto por monômeros 
hidrofílicos dissolvidos em um solvente, como 
acetona, etanol ou água. O HEMA é um primer 
comum devido à sua alta hidrofilia. 
Primer autocondicionante: que tem a capacidade 
combinada de condicionar e infiltrar a dentina. Na sua 
composição são usados monômeros acídicos 
- Solventes: comumente água, etanol e acetona. 
Melhoram o molhamento da dentina hidrofílica e 
melhoram a adesão. A água é capaz de ionizar os 
monômeros acídicos além de reexpandir a rede de 
colágeno colabada. O etanol e a acetona apresentam 
melhor miscibilidade com os monômeros que tem 
caráter hidrofóbico e facilitam a remoção de agua. 
- Adesivo: sua função é preencher os espaços 
interfibrilares da rede colágena criando uma camada 
hibrida e prolongamentos de resina para promover 
retenção micromecânica depois que as resinas são 
polimerizadas. Também previne infiltração de fluidos 
ao longo da margem restaurada, já que compõe a 
maior parte da camada híbrida; para tanto, devem 
apresentar caráter hidrofóbico. 
- Iniciadores: pode ser usado um sistema fotoiniciador 
contendo uma molécula fotossensível como a 
canforoquinona e um iniciador como uma amina 
terciária, ou usando um sistema que contém umm 
iniciador químico, como o peróxido de benzoila. 
- Partículas de carga: partículas de sílica nanométricas. 
Aumentam a resistência de união e controlam a 
viscosidade do adesivo. 
 
RESINAS COMPOSTAS 
 
A resina composta é um compósito: união de dois ou 
mais materiais para gerar outro material que acaba 
tendo as propriedades dos materiais que formam o 
compósito. 
São materiais poliméricos repletos de ligações 
cruzadas, reforçados por uma dispersão de vidro, 
cristais ou partículas de carga orgânica de resina e/ou 
pequenas fibras unidas à matriz por agentes de união 
silanos. 
 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
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Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
6 
FASES 
- Matriz orgânica resinosa, que tem consistência 
pegajosa, de origem orgânica e alta densidade de 
ligações cruzadas. Forma uma fase contínua e se liga 
às partículas de carga. 
- Conteúdo de carga: fase inorgânica; partículas de 
carga mineral, de vidro ou resinosas e/ou fibras curtas 
dispersas na matriz 
- Agente de união silano: une a matriz resinosa às 
partículas de carga inorgânica. É uma molécula 
bifuncional: em uma extremidade tem grupos silico-
funcionais que se ligam à fase inorgânica da resina 
composta e na outra extremidade tem o radical 
organofuncional que se liga quimicamente à matriz 
resinosa orgânica. O silano é um elo de união entre as 
duas fases que são bem distintas. 
 
 A partir da união entre as partículas 
inorgânicas e a fase orgânica resinosa é obtido o 
compósito. A resina é formada pela matriz orgânica e 
pelas partículas inorgânicas. O silano não é 
classificado como um componente da resina; é apenas 
um agente de união. Cada parte do compósito é 
responsável por algumas características na resina 
composta: 
- Matriz: da viscosidade ao material, tem os 
componentes que vão fazer a polimerização do 
compósito, tem pigmentos e opacificadores que irão 
gerar diversas cores e tonalidades da resina composta 
- Fase inorgânica: atua para a redução da contração, 
redução do coeficiente de expansão térmico, 
radiopacidade, controle da translucidez e da 
opacidade, aumento das propriedades mecânicas da 
resina composta. 
- Agente de união: é importante que as partículas de 
carga estejam bem unidas à matriz, caso contrario, o 
material fica enfraquecido. O agente de união pode 
promover propriedades físicas e mecânicas melhores 
e inibir a lixiviação na medida em que impede que a 
água penetre na interface carga-resina. 
 
 Além desses componentes, as resinas 
possuem outros na sua composição: 
- sistema ativador-iniciador para converter a pasta de 
resina em material resistente 
- pigmentos 
- substancias capazes de absorver raios ultravioleta 
- inibidores de polimerização. 
 
MATRIZ ORGÂNICA 
Também chamada de matriz resinosa. O principal 
componente são os monômeros resinosos. A maioria 
das resinas usam uma mistura de monômeros 
dimetacrilaticos aromáticos e/ou alifáticos. Além dos 
monômeros resinosos, tem alguns monômeros 
diluentes, um sistema de iniciação da polimerização e 
também um sistema para inibir a polimerização, os 
pigmentos e opacificadores. 
Mais de 90% da matriz orgânica é constituída pelos 
monômeros resinosos + monômeros diluentes. 
 
 Monômeros 
- Bis-GMA ou resina de Bowen: primeira resina 
composta desenvolvida na odontologia. Esse 
monômero tem um alto peso molecular, o que 
confere baixa contração de polimerização (em torno 
de 5%). A contração de polimerização gera micro 
fendas marginais. Matriz com alta densidade de 
ligações cruzadas e bastante durável. Alta viscosidade,em virtude de o monômero ter um peso molecular 
muito grande, o que não é favorável para o trabalho 
clínico. O alto peso molecular também provoca uma 
baixa conversão monomérica: apenas 30% dos 
monômeros conseguem se unir aos outros 
monômeros para formarem uma cadeia polimérica. 
Mesmo com a fotoativação ainda haverá muitos 
monômeros residuais, resultando em propriedades 
mecânicas inferiores. 
Em suma, o alto peso molecular traz uma baixa 
contração de polimerização, mas ao mesmo tempo 
traz uma viscosidade alta, trabalho difícil com a resina 
e baixa conversão monomérica. 
*Os fabricantes normalmente fazem uma mistura de 
diferentes monômeros para chegar a uma composição 
de matriz resinosa o mais viável possível. O Bis-GMA 
ainda é a matriz resinosa mais usada nas resinas 
atuais, mas sempre associado a outros monômeros 
*Em termos moleculares o Bis-GMA se assemelha 
muito ao bisfenol A 
 
- UDMA: considerado um monômero de alto peso 
molecular, com baixa contração de polimerização. 
Ainda tem uma contração maior que o Bis-GMA. O 
peso molecular é ligeiramente menor, por isso esse 
monômero consegue ter uma conversão monomérica 
maior que o Bis-GMA. Tem em torno de 60% de 
conversão monomérica, o que melhora as 
propriedades da resina. Como reduz o peso molecular, 
reduz a viscosidade, não sendo um material tão 
pegajoso. 
 
- Bis-EMA: características próximas ao UDMA. 
Também considerado com alto peso molecular, baixa 
contração de polimerização, alta conversão 
monomérica, é maior que o UDMA. Comparado ao 
Bis-GMA é um material com menor viscosidade 
 
- TEGDMA: associado a um monômero diluente, que 
diminui a viscosidade, melhorando a forma de 
trabalho com a resina composta. O problema é que 
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adicionando esse material de baixo peso molecular, 
acaba aumentando a contração de polimerização 
porque é um monômero que reage muito rápido 
aderindo um ao outro. Em compensação, tem uma 
alta conversão monomérica em virtude da baixa 
viscosidade. 
 
 Iniciadores 
São o componente que dá início a reação de 
polimerização, ativadores. A reação pode ocorrer por 
meio físico (luz) ou por meio químico (mistura de dois 
compostos que vem em frascos separados). 
Os monômeros polimerizam por uma ação de adição 
iniciada por um radical livre. 
*A polimerização em si é química, nas duas resinas. O 
processo de união dos monômeros para formar o 
polímero é uma reação química baseada em radicais 
livres que vão se unir para formar o monômero. A 
diferença está no início da reação, cada uma será 
iniciada por um fator diferente. Por isso é mais correto 
usar o termo fotoativação ou fotoiniciação do que 
fotopolimerização. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS 
 
 Resina de ativação química 
É apresentada em dois frascos separados: 
- Pasta base: contem o ativador da reação que 
normalmente é uma amina terciária 
- Pasta ativadora: tem o iniciador da reação, que na 
maioria das resinas é o peróxido de benzoila. 
Quando as duas pastas são misturadas, a amina reage 
com o peróxido de benzoila para formar radicais livres 
e iniciar a polimerização por adição. 
Esse tipo de polimerização gera alguns problemas na 
resina composta: 
1. Inserção de bolhas ou O2 na mistura, durante 
a espatulação do material. A mistura não é 
fácil porque a pasta é muito viscosa, tornando 
muito difícil obter uma pasta homogênea. As 
bolhas de ar incorporadas diminuem as 
propriedades mecânicas do material. Ao invés 
de haver monômeros e polímeros resinosos, 
essa resina vai apresentar espaços vazios, 
como uma porosidade. O O2 também é um 
inibidor do processo de polimerização; a 
incorporação de O2 na mistura também faz 
com que haja uma polimerização deficiente 
em algumas partes da resina. 
2. Limitação estética: o complexo peroxido de 
benzoila + amina terciária forma uma amina 
terciaria aromática que é incorporada na 
resina, que tem o risco de oxidação com o 
tempo. A oxidação dessa amina terciaria 
aromática gera o amarelamento. Em dentes 
anteriores, essa resina tem uma limitação 
muito grande. 
3. Tempo de trabalho curto, porque a partir do 
momento que começa a mistura, o material já 
começa a polimerizar, e nem sempre o tempo 
é hábil para uma boa escultura. Esse é o 
principal problema. 
→ Vantagem: como essa resina não depende da luz 
não há polimerização desigual. Normalmente a parte 
interna da resina nunca recebe a mesma quantidade 
de luz da porção superficial. A polimerização dessa 
resina é por igual. 
 
 Resinas fotoativáveis 
Ativadas por uma fonte de luz. O iniciador dentro da 
matriz orgânica é específico para iniciar a reação a 
partir da exposição da luz. Normalmente o iniciador é 
a canforoquinona, uma molécula amarelada, que é 
incorporada à matriz orgânica numa proporção de 
0,2%. 
A luz é uma luz adequada, que apresenta um 
comprimento de onda de 400 a 550nm. Essa luz azul 
excita a canforoquinona. A excitação da 
canforoquinona a faz reagir com o acelerador, 
também chamado de co-iniciador da reação, que é 
uma amina alifática, que está dentro da mesma massa 
e com isso há a liberação de radicais livres. Com os 
radicais livres dispersos na matriz orgânica inicia-se o 
processo de união entre os monômeros. 
O radical livre se une à extremidade do grupo 
metacrilato do monômero, que atrai o outro 
monômero, formando a cadeia. 
- Inibidor: Dentro da matriz orgânica também tem um 
pouquinho de inibidor da reação, para que a resina 
composta quando exposta à luz ambiente não sofra a 
excitação máxima da canforoquinona. Isso porque a 
canforoquinona tem o pico de excitação com a luz 
quando a luz tem comprimento de onda de 468nm. O 
comprimento da luz invisível é distinto, mas a 
canforoquinona acaba se sensibilizando um pouco 
com a luz ambiente; esse pouco reage com a amina 
alifática e libera radical livre, só que de uma forma 
bem restrita. O inibidor acaba reagindo com o radical 
livre e inibindo a ação do radical livre e impedindo 
assim a reação em cadeia da polimerização. O 
inibidor, portanto, tem duas funções: aumentar o 
tempo de vida útil durante o armazenamento das 
resinas e assegurar o tempo de trabalho suficiente. 
Existem outros iniciadores, mas a canforoquinona é a 
mais usada. Porém por ser amarela dificulta ao 
fabricante produzir cores mais claras e mais 
transparentes. 
 
- Outros iniciadores: 
Lucirin TPO (380 nm) 
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Bapo (370nm) 
PPD (310nm) 
OPPI 
 
 Ativação dual 
Apresenta os dois mecanismos. São cimentos 
apresentados em pasta/pasta. Apresentam uma pasta 
base com o iniciador e uma pasta ativadora com o 
ativador da reação, e em uma das duas tem a 
canforoquinona + o acelerador da reação de 
fotoativação. 
Quando as duas pastas são misturadas e depois 
expostas à luz, a fotoativação é promovida pela 
interação amina-canforoquinona e a ativação química 
é promovida pela interação amina-peróxido de 
benzoila. 
Indicada para situações em que não se consegue 
penetração da luz o suficiente para causar uma 
conversão de monômeros adequada. 
Sistema muito usado em cimentos, porque muitas 
vezes a luz deve passar sobre a espessura da 
restauração até chegar ao cimento resinoso. Para 
restauração, haveria basicamente os mesmos 
problemas das resinas de ativação dual. 
 
GRAU DE CONVERSÃO 
Quantidade de monômeros que vão se unir para 
formar a cadeia polimérica; percentual de duplas 
ligações de carbono que foram convertidas em 
ligações simples de carbono. Quanto maior o grau de 
conversão, melhores as propriedades mecânicas e a 
resistência ao desgaste. Nas resinas compostas não há 
uma conversão polimérica total. Existe uma media de 
conversão monomérica em torno de 40 a 75%de 
conversão, dependendo da resina. A média de uma 
resina de boa qualidade é de mais ou menos 65% de 
conversão monomérica. Uma conversão monomérica 
de 60 a 65% já garante à matriz resinosa uma 
estrutura com boas propriedades mecânicas, que são 
aumentadas muito com a ação das partículas de carga 
(fase inorgânica). 
Se a contração monomérica fosse em torno de 90 a 
100%, a contração volumétrica do material seria 
muito grande. O fato de a conversão monomérica não 
chegar a 100% é estratégico. 
Se o grau de polimerização for muito pequeno, a 
matriz orgânica não tem resistência mecânica; em 
contrapartida, se for muito grande, a contração de 
polimerização é muito maior. O meio termo seria o 
ideal. 
O grau de conversão depende do tipo de monômero 
resinoso, da luz, da espessura da resina composta e da 
opacidade da resina. 
 
 
CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO 
É inerente a qualquer material polimérico. Quando os 
monômeros se unem, obviamente vai haver uma 
contração do material. Os monômeros resinosos que 
estão isolados se unem, e o volume diminui. Quanto 
menor a contração de polimerização, melhor a chance 
de sucesso clinico do material. 
Se os monômeros forem muito pequenos, na hora da 
união, o grau de contração de polimerização é muito 
grande. 
A contração de polimerização gera um problema 
chamado tensão de contração de polimerização; isso 
leva a riscos de falhas. A redução de volume que a 
resina sofre, gera o risco de falha marginal, criando 
um espaço entre a restauração e a parede do dente, 
levando ao risco de infiltração. A tensão de contração 
surge porque a resina composta está aderida a parede 
do dente por meio do sistema adesivo e a tensão de 
contração gera a separação entre o corpo da resina e 
a interface adesiva e a interface adesivo-dente. Essa 
interface tem uma união micromecânica; a contração 
acaba puxando e gerando uma tensão porque ela vai 
gerando uma força, mas ela tem uma resistência 
contra ela. Se a contração volumétrica for muito 
grande, essa tensão de contração pode romper a 
interface adesiva e criar mais uma via de 
infiltração/contaminação. Se essa tensão de contração 
for muito grande, pode ate ocorrer trincas na 
estrutura do dente. Pode gerar deflexão de cúspide ou 
sensibilidade dentaria. 
A tensão de contração é dependente do tipo da resina 
e da técnica do profissional. 
 
 Redução da contração de polimerização 
- Técnica incremental: Normalmente, para minimizar a 
tensão de polimerização de uma resina composta 
usamos a técnica incremental, onde vamos colocando 
pequenos incrementos de resina; o primeiro principio 
da técnica incremental é diminuir o volume de resina 
composta inserida na cavidade para gerar uma 
contração volumétrica menor. As camadas mais finas 
reduzem a superfície de resina aderida e aumentam a 
área de superfície livre, reduzindo o fator C associado. 
Outra razão para a técnica incremental é que se for 
colocado um volume muito grande de resina de uma 
só vez, a luz não vai chegar à porção mais interna; não 
haverá fotoativação adequada. Convencionou-se que 
2mm seria a espessura máxima de incremento de 
resina porque com 2mm é possível ter uma tensão de 
contração pequena e a luz consegue ultrapassar essa 
espessura para polimerizar por um todo o volume. 
As camadas que vão sendo incrementadas se aderem 
umas as outras porque na superfície a resina não está 
completamente polimerizada, devido à presença de 
O2. 
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- Diminuir o fator cavitário ou fator C: o fator C é o 
coeficiente entre as paredes aderidas e as paredes 
não aderidas. Basta dividir o numero de paredes 
aderidas à resina pelo numero de paredes livres da 
resina. O fator 5 é o maior fator C que pode existir. 
Uma cavidade classe I tem o fator C = 5; então essa 
cavidade tem potencial de gerar alto fator C. Se o 
fator C é grande, a tensão de contração de 
polimerização também é muito grande. 
Para reduzir o fator C, o profissional deve colocar o 
fragmento de resina de forma que ele não encoste nas 
5 paredes de uma vez só. A restauração vai subindo 
desta forma: sempre tentando deixar a resina não 
aderida em muitas paredes ao mesmo tempo. A 
porção que adere à resina não conta como aderência 
no calculo do fator C. 
Se houver um material de base no fundo da cavidade, 
ela não conta como parede aderida, diminuindo ainda 
mais uma parede. Em cavidades mais profundas onde 
se usa material de base, ajuda na proteção complexo 
dentina-polpa e também na minimização do fator C, 
diminuindo o estresse da tensão de contração de 
polimerização. 
 
 Em resumo, o que podemos fazer para 
minimizar o estresse de contração: 
1. Selecionar resina adequada, com boas 
propriedades e o menor grau de tensão de 
contração possível. 
2. Fazer a técnica incremental, diminuindo o 
volume da resina. Subir a resina com adesão ao 
menor número de paredes por vez. 
3. Usar material de base na parede pulpar 
4. Técnica de fotoativação: começar com uma 
irradiância pequena e ir subindo ate chegar na 
irradiância ideal. Isso promove um aumento do 
tempo disponível para o relaxamento ou alívio da 
tensão antes de atingir o ponto gel e pode ser 
conseguido utilizando-se uma técnica com início 
lento. Ocorre um menor grau de polimerização 
inicial e um alto nível de relaxamento inicial da 
tensão durante os estágios precoces e quando o 
ponto gel é atingido, aplica-se a intensidade 
máxima. Uma irradiância muito alta de uma vez, 
gera uma conversão polimérica muito rápida, o 
que gera tensão de contração grande. (Soft start). 
Obs.: tempos curtos de exposição, com altas 
intensidades, promovem aumento da velocidade de 
polimerização, e muitas tensões residuais são 
desenvolvidas, já que não há tempo suficiente para 
que hoaja relaxamento dessas tensões. 
 
PIGMENTOS OPACIFICADORES 
Garante a variedade de cromas e matizes das resinas. 
São óxidos metálicos que são incorporados na matriz 
orgânica. 
Com esses óxidos orgânicos temos o controle de 
opacidade, de matriz e de croma. 
A quantidade desses óxidos metálicos dentro da 
matriz orgânica é de 0,001 a 0,007%. 
Para aumentar a opacidade, os fabricantes adicionam 
dióxido de titânio e óxido de alumínio. 
 
- Pigmentos luminóforos: garantem fluorescência das 
resinas compostas. As resinas compostas antigas não 
tinham fluorescência, e não refletiam a luz 
ultravioleta. 
 
Resinas com fluorescência exagerada que sob luz 
ultravioleta refletem muita luz. 
 
APLICAÇÕES DA RESINA COMPOSTA 
Restauração direta de dentes anteriores e posteriores 
cimento resinoso, cimentação de brackets, 
restaurações provisórias, trabalhos indiretos. 
 
FASE INORGÂNICA 
Basicamente, o componente da fase inorgânica são as 
partículas de carga. Essas partículas podem ser e sílica, 
de quartzo, de vidro, sílica coloidal, cerâmica 
(zircônia). O que diferencia essas partículas é 
basicamente a marca comercial. Há alguma diferença 
em termos de tamanho desses materiais também. 
Basicamente a fase inorgânica vai ser formada pelas 
partículas de carga. 
 
 Importância das partículas de fase orgânica: 
- redução da contração de polimerização 
- redução do coeficiente de expansão térmica 
- redução da sorção de água, amolecimento e 
manchamento 
- garante radiopacidade às resinas compostas 
- ajudam no controle da translucidez e da opacidade 
(apesar de os pigmentos e opacificadores ajudarem no 
pigmento e opacidade, as partículas de carga também 
tem papel na opacidade e translucidez) 
- aumentam a dureza superficial 
- melhora as propriedades mecânicas 
→ olhando para estas propriedades, seria desejável 
uma resina com a maior quantidade possível de 
partículas de fase inorgânica. Porém, na pratica, isso 
resultaria em um material muito duro para trabalhar, 
seria, portanto inviável. 
As resinas mais atuais, com a menor contração de 
polimerização, têm aproximadamente 75 a 80% de 
fase inorgânica. 
Dentro de um compósito, em media temcerca de 70% 
de partículas orgânicas e 30% de partículas 
inorgânicas. 
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A forma, a quantidade e o tamanho dessas partículas 
influenciam diretamente nas propriedades finais da 
resina composta. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS QUANTO 
AO TAMANHO DAS PARTÍCULAS 
Leva em conta o tamanho das partículas. 
- Resinas macro particuladas: 70µm 
- Resinas hibridas: partículas micrométricas e 
partículas pouco maiores. A média no tamanho das 
partículas é de 8 a 12 µm 
- Resinas micro hibridas: 0,4 a 1µm. Também são 
partículas menores associadas a partículas maiores. 
- Resinas micro particuladas: 0,01 a 0,05µm 
- Resinas nano hibridas: 0,04 a 3µm 
- Resinas nano particuladas: 5 a 20nm 
- Resinas sub-micrometricas ou supra-nanometrica: 
tem todas as partículas com aproximadamente 
0,02µm. 
 
Disponíveis no mercado. A de macro partículas talvez 
seja encontrável ainda. (A única que não acha mesmo 
é a híbrida) 
 
 Resina de macro partículas 
Composta por quartzo 
Primeira resina desenvolvida. Tinha partículas de 
quartzo e tamanho de partículas muito grande, de 
70µm. Essas partículas muito grandes fazem a 
superfície ficar irregular, e com uma dificuldade muito 
grande de acabamento e polimento. Além disso, sua 
dureza superficial era tão grande que gerava desgaste 
no dente antagonista. 
Ao polir com as pontas de borracha, por exemplo, as 
partículas superficiais acabam se desprendendo da 
massa e saindo de forma inteira, porque o abrasivo 
não consegue desgastar o quartzo, que tem uma 
dureza superficial muito maior que o abrasivo. 
Quando essa partícula sai da superfície, ela deixa um 
poro na matriz resinosa. O polimento de resinas com 
partículas muito grandes gera uma superfície mal 
acabada, áspera e sem brilho natural. Essa é uma das 
principais limitações das resinas de macro partículas: a 
deficiência no acabamento e polimento. 
Essa resina apresenta 70 a 80% de peso de partículas 
inorgânicas, fazendo com que tenha excelentes 
propriedades mecânicas. Temos a associação de 
partículas grandes, com alto conteúdo de carga. 
Pela limitação no acabamento, essa resina 
basicamente seria indicada para dentes posteriores, 
porque apresenta qualidades mecânicas suficientes e 
não tem tanta limitação estética, pois em dentes 
posteriores o acabamento não é tão crítico. 
Além disso, essa resina é quimicamente ativada; além 
dessas desvantagens de polimento, ainda possui todas 
as desvantagens de uma resina quimicamente ativada: 
incorporação de ar na mistura trazendo polimerização 
incompleta e perda de propriedades mecânicas, 
amarelamento com o tempo por causa da oxidação 
das aminas terciárias, dificuldade de trabalho. 
 
 Resinas de micropartículas 
Composta por sílica coloidal 
Dispõem de fotoativação. Como as partículas são 
muito pequenas, é necessária uma grande quantidade 
de matriz para umedecer todas essas partículas de 
carga. 
Apresentam mais ou menos 50% de peso de fase 
inorgânica dentro do compósito. Isso implica que essa 
resina tenha propriedades mecânicas inferiores. 
Como as partículas tem 0,05 µm, durante o 
acabamento e polimento o agente abrasivo remove 
partículas pequenas, deixando uma superfície muito 
mais regular e plana, com uma lisura superficial maior. 
Essa lisura superficial confere um brilho maior. São 
resinas que dão altíssimo polimento, e quanto maior o 
polimento, mais próximo da lisura superficial do 
esmalte e mais estético, além do menor acúmulo de 
placa bacteriana. 
Outra vantagem é que como ela tem maior conteúdo 
de matriz orgânica, ela tem maior translucidez, 
semelhante à translucidez do esmalte. A matriz em si, 
é transparente; a incorporação da carga é o que 
controla a opacidade. 
Essa resina é indicada para superfície vestibular de 
dentes anteriores, para substituição do esmalte 
vestibular. Isso devido à baixa propriedade mecânica e 
a alta lisura superficial. 
Resina com baixo/médio conteúdo de carga. A 
partícula inorgânica usada é a sílica coloidal, que 
naturalmente é conseguida em tamanhos 
micrométricos. 
 
 Resina hibrida (micro híbrida) 
Composta por sílica coloidal e vidros 
Buscava a qualidade mecânica de macro partículas e o 
acabamento superficial de micropartículas. 
Apresentam como fase inorgânica uma mistura de 
vidros (que seriam as partículas maiores) e sílica 
coloidal (que seriam as micropartículas). Essa 
proporção vai variar de acordo com o fabricante. 
- Proporção: de 10 a 20% em peso de partículas de 
sílica coloidal e de 50 a 65% de partículas maiores 
(vidros, muitas vezes associados a metais pesados de 
alto numero atômico). 
Com isso, tem-se uma resina composta com alto 
conteúdo de carga, variando de 62 a 85% em peso e 
com boas propriedades mecânicas somadas a 
capacidade de polimento. 
Porém, por ser um material hibrido suas propriedades 
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mecânicas ainda não são tão boas quanto as das 
resinas de macro partículas. Seu acabamento 
superficial também é bom, mas não é tão bom quanto 
o de micropartículas. 
Com essas propriedades combinadas, desenvolveu-se 
a primeira resina composta chamada de universal. 
- Resina universal: aplicável tanto para dentes 
anteriores quanto a dentes posteriores. 
- Diferença da resina hibrida para a micro híbrida: as 
partículas maiores na resina micro híbrida foram 
diminuindo, melhorando a estética sem perder muito 
a capacidade mecânica, são praticamente as mesmas. 
*O excesso de dureza nem sempre é tão desejado. O 
principal motivo de falha das resinas compostas é por 
infiltração. 
 
 Resina de nano partículas 
Composta por zircônia e sílica 
1 nanômetro = 1 milésimo de um micrometro 
Carga inorgânica baseada em sílica e em zircônia, que 
é uma cerâmica. As partículas têm na faixa de 
0,002µm. Essa resina não apresenta propriedades 
inferiores pelo tamanho pequeno da partícula como 
acontecia com as resinas de micropartículas; essas 
partículas não estão dispostas na matriz 
isoladamente, elas se organizam formando pequenos 
clusters, chamados nanoclusters que se assemelham a 
cachos de uva. Apesar de a partícula orgânica 
isoladamente ser nanométrica, como ela se apresenta 
agrupada em clusters, na verdade ela assume o 
comportamento de uma partícula de 0,6 µm. Então, 
consegue-se aliar a vantagem de polimento superficial 
de uma partícula pequena com as boas propriedades 
mecânicas de partículas maiores. Durante a infiltração 
da matriz orgânica com a fase inorgânica, não precisa 
de uma quantidade muito grande de matriz orgânica 
para fazer o molhamento das partículas, porque essas 
partículas estão agrupadas. 
Essa resina é patenteada pela 3M ESPE (é a resina 
usada na clinica da FAO) 
Resina universal, aplicada para dentes posteriores e 
anteriores com alta resistência mecânica, porque há 
quase 80% de peso de partículas inorgânicas na resina 
composta, mas com nano partículas que durante o 
polimento garantem uma alta lisura superficial. 
Durante o polimento, quando é passado o abrasivo 
sobre a superfície, não é o cluster inteiro que sai, são 
as nano partículas. O resultado é uma superfície 
extremamente plana, com alta lisura e alto brilho 
superficial. 
**para o polimento saem as partículas individuais, 
mas para o molhamento é considerado o aglomerado. 
 
 Resinas nano hibridas 
Composta por sílica e vidro cerâmico 
Substituíram algumas micropartículas por nano 
partículas, porem ainda é uma mistura de partículas 
maiores com partículas menores. Boa parte das 
partículas no mercado hoje em dia são nano hibridas. 
São partículas de aproximadamente 1 a 2 µm com 
partículas de 0,4-0,5 µm e também com partículas 
nanométricas de 0,005-0,002 µm. 
Suas propriedadesse aproximam mais das 
propriedades da resina micro híbrida do que das 
resinas de nano partículas. 
É uma resina com alto conteúdo de carga, de 75 a 85% 
em peso. Tem ótimas propriedades mecânicas, baixa 
contração de polimerização e é universal, aplicada 
tanto a dentes anteriores quanto a dentes 
posteriores. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS RESINAS COMPOSTAS QUANTO A 
CONSISTÊNCIA DA RESINA 
 
 Resina do tipo convencional 
Apresentada na seringa e tem consistência pegajosa. 
Tem todas as classificações de tamanho de partículas 
já descritas. 
 
 Resina do tipo flow 
Essa resina se assemelha mais ao cimento, porque 
tem uma viscosidade menor e um escoamento maior. 
Para conseguir chegar a uma resina de consistência 
mais fluida, os fabricantes diminuíram a concentração 
de carga e/ou aumentaram a quantidade dos 
monômeros diluentes na matriz resinosa. Com isso, as 
propriedades mecânicas são muito diminuídas. Como 
aumenta a proporção de matriz sobre a fase 
inorgânica, também aumenta a contração de 
polimerização. 
As resinas desse tipo foram desenvolvidas por questão 
de conveniência, como por exemplo, facilitar o 
preenchimento de uma cavidade na região pulpar. É 
utilizada como material de base, não pode estar em 
regiões de ângulo cavo superficial, porque tem uma 
contração de polimerização maior, formando um 
microgap maior na interface dente-restauração. Não 
pode ser usada em oclusal, pelas pobres propriedades 
mecânicas. 
Como o modulo de elasticidade/rigidez dessa resina é 
menor do que o da resina que é colocada sobre ela, 
ela é capaz de absorver alguns impactos e tensões. 
Sua vantagem clara é a fácil aplicação para ser usada 
como material de base. 
 
 Resina fluida do tipo Bulk Fill 
Os fabricantes sugerem que essa resina pode fazer 
incrementos de até 4mm, resultando em rapidez no 
preenchimento da cavidade. 
Segundo o fabricante, isso é possível porque essas são 
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resinas muito translúcidas, com poucos pigmentos. 
Por ela ser mais transparente, a luz consegue 
atravessá-la e fotoativar um volume maior. Além 
disso, tem monômeros resinosos que se fragmentam 
durante a polimerização; isso faz com que a contração 
de polimerização seja menor, porque não há a 
formação da cadeia toda de uma vez, ela se forma e 
quebra continuamente. 
 
 Resina Bulk Fill regular (consistência normal) 
Incrementos de até 5mm. 
Segundo revisões cientificas, a indicação para a bulk 
fill regular seria a mesma para bulk fill fluida: usada 
como material de base, dentro de cavidades. 
 
 
PROPRIEDADES DAS RESINAS COMPOSTAS 
- Qual parte do compósito tem dominância sobre cada 
propriedade? 
 
 Resistencia e dureza superficial: dependente 
da união adequada entre a matriz resinosa e a fase 
inorgânica, feita por uma molécula de silano, porque 
tem extremidades inorgânica e orgânica. A resistência 
mecânica é definida pela fase inorgânica e 
diretamente proporcional a ela. 
 
 
 Sorção de água: deve ser controlada. Se 
estiver em excesso ocorre uma degradação hidrolítica 
da matriz orgânica. Mas acaba minimizando um pouco 
a contração de polimerização, porque quando a resina 
absorve a agua do ambiente, essa água é incorporada 
à estrutura interna da resina. Minimiza o gap e 
melhora o selamento marginal. A sorção de água é 
controlada pela proporção de carga, sendo 
inversamente proporcional à fase inorgânica. 
 
 Polimento: determinado pelo tamanho e 
quantidade das partículas inorgânicas. Quanto menor 
a proporção de fase inorgânica e maior a proporção 
de matriz orgânica, melhor é o polimento. 
 
 Estabilidade de cor: depende da fase orgânica 
e da fase inorgânica, porque está muito ligada à 
capacidade de lisura do polimento. É muito mais fácil 
o pigmento se acumular em uma superfície áspera do 
que em uma superfície de alta lisura. Também esta 
ligada a contração de polimerização: se há a formação 
de gaps e microfendas, há a formação de áreas 
retentivas que acumulam pigmento. Em suma é 
dependente da capacidade de polimento e do 
selamento marginal. Depende tanto da matriz quanto 
da fase inorgânica. 
 
 Contração de polimerização: deve haver o 
equilíbrio entre a fase inorgânica e a matriz orgânica. 
É inversamente proporcional à quantidade de carga 
inorgânica. Quanto menos carga, maior a contração 
de polimerização. 
 
 Expansão térmica: inversamente proporcional 
à fase inorgânica. 
 
 Viscosidade: muito dependente dos diluentes 
da matriz orgânica, dos monômeros de baixo peso 
molecular e também da quantidade de carga 
inorgânica. É inversamente proporcional à quantidade 
de carga inorgânica. 
 
 Radiopacidade: está ligada especificamente à 
carga inorgânica; a matriz orgânica não possui 
nenhuma radiopacidade. Algumas partículas 
inorgânicas podem ter radiopacidade natural, mas 
geralmente, para se obter a radiopacidade são usados 
vidros incorporados com metais de alto numero 
atômico. 
 
 Biocompatibilidade: capacidade de o material 
desempenhar suas funções com resposta biológica 
adequada. Nesse caso, analisa-se a resina composta 
como um todo, e não suas fases isoladas. A resina 
composta é um material biotolerável. 
 
 Condutividade térmica: a matriz orgânica é um 
ótimo isolante. Isso é importante para minimizar os 
riscos de injúria pulpar. 
 
 Adesividade: a resina composta não é adesiva; 
quem vai garantir a adesão é o sistema adesivo. Numa 
interface adesiva acontece a interação 
micromecânica, entre o adesivo e o dente, da camada 
hibrida formando tags de resina e uma união química 
adesiva entre a resina e o adesivo 
 
RESINA IDEAL 
- alta concentração de carga 
- polimento excelente 
- nenhuma contração de polimerização 
- resistência ao desgaste excelente 
- nenhuma sorção de água 
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- expansão térmica igual a do dente 
 
 Resinas microhibridas/nanohibridas: alta 
concentração de carga, polimento muito bom, 
contração baixa, resistência ao desgaste muito boa, 
baixa-media sorção de água e expansão térmica maior 
que a do dente. 
 Resinas de nanoparticulas: alta concentração 
de carga, polimento excelente, contração baixa, 
resistência ao desgaste muito boa, baixa-media sorção 
de água, expansão térmica maior que a do dente. 
 Resinas de micropartículas: concentração de 
carga média, polimento excelente, contração média, 
boa resistência ao desgaste, media sorção de água e 
expansão térmica muito maior que a do dente. 
 
O SUCESSO DO USO DAS RESINAS COMPOSTAS ESTÁ 
LIGADO A: 
Conhecimento pleno do material, técnica 
restauradora, paciente, cirurgião dentista, 
acompanhamento longitudinal. 
 
RESINA IDEAL 
 Propriedades biológicas: 
- Biocompatível – a resina é biotolerável, não é 
biocompativel 
- Ausência de sensibilidade pós-operatória – 
conseguida com proteção do complexo dentino-
pulpar, coisa que a resina não faz sozinha 
- Preservação da estrutura dentária – a resina permite, 
pelo uso de sistemas adesivos 
- Inibição de cárie 
 
 Propriedades mecânicas e físicas 
- Alta resistência ao desgaste - sim 
- Módulo de elasticidade próximo da estrutura dental 
– a expansão térmica da resina ainda é maior do que a 
do dente 
- Baixa solubilidade e baixa sorção de água – sim, mas 
ainda tem um pouco de sorção de água 
- Ausência de contração / expansão – tem contração, 
mesmo que baixa 
- Baixa fadiga / deteriorização - sim 
- Alta radiopacidade - sim 
- Estabilidade de cor - sim 
- Alto polimento - sim 
 
 Propriedades clínicas 
- Fácil utilização – sim 
- Longevidade – mais ou menos/aceitavel 
- Baixo custo – sim 
- Estética – sim 
 
 
 
CIMENTOS RESINOSOS 
 
Cimentos para restaurações indiretas. De forma geral, 
os cimentos resinosos são parecidoscom uma resina 
flow. 
Agente de união entre duas superfícies que auxiliam 
na retenção da restauração ao reparo. A relação 
restauração-cimento-dente é bem sólida, 
aumentando a resistência de restaurações cerâmicas; 
atua micromecanicamente, mecanicamente e 
quimicamente. 
Existem três tipos de cimento; são compostos por 
uma matriz orgânica e uma fase inorgânica, assim 
como as resinas. 
São resinas compostas modificadas; varia-se tipo, 
tamanho e quantidade de carga. Deve ter o mínimo 
de viscosidade possível, para ter um bom 
molhamento. 
 
PROPRIEDADES 
- Adesividade 
- Baixa solubilidade 
- Boa estética porque tem várias cores disponíveis. 
- Boas propriedades: não é solúvel e ganha resistência 
ao ser polimerizada, propriedades melhores do que 
dos outros cimentos convencionais. 
- Capacidade de se adaptar ao dente e à restauração 
 
CLASSIFICAÇÃO/TIPOS DE CIMENTO 
- Quimicamente ativado 
 - Fotoativado 
- Cimento de atividade dual. Um cimento precisaria de 
ativação dual em casos em que a luz não tem como 
penetrar no cimento, em casos de restaurações muito 
grandes. 
 
Quanto maior a taxa de polimerização pela luz, maior 
o grau de conversão (quantidade de monômeros que 
se transformam em polímeros) do cimento. A 
polimerização pela luz é melhor porque é imediata e a 
polimerização química é mais demorada. Na boca tem 
muitos fluidos que se contaminarem o cimento antes 
do termino de sua ativação comprometem o trabalho. 
No caso do cimento dual é importante conseguir a 
maior polimerização possível via luz. 
 
- Convencional: pastas separadas 
- Ativação dual ou autocondicionante: tudo junto no 
mesmo frasco. 
 
TIPOS DE POLIMERIZAÇÃO 
- Química: reação peróxido-amina terciária 
- Física: fotopolimerizável (canforoquinona + luz) 
- Dual: associação dos sistemas químico e 
fotopolimerizável. 
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CIMENTOS QUIMICAMENTE ATIVADOS 
Normalmente vem na forma de pasta/pasta. 
Tem menor tempo de trabalho, porque no momento 
que as pastas são misturadas a reação dispara. A 
presença de O2 de certa forma inibe a reação, 
formando uma camada de dispersão/inibição, assim 
como acontece com a resina acrílica. Esses adesivos 
precisam da adesão proporcionada por um sistema 
adesivo. 
Se a amina terciaria envolvida na reação sofrer uma 
oxidação muito forte, cria o amarelamento. 
 
 Indicações 
- Cimentação de pinos pré-fabricados (fibras) 
- Pinos indiretos (NMF e cerâmicos) 
- Coroas metalo-ceramicas, metalo-plasticas e 
cerâmicas policristalinas 
- Restaurações metálicas 
 Esse formato é indicado quando não há a 
possibilidade do uso de luz. Numa restauração 
metálica fundida, por exemplo, que a luz não 
consegue atravessar. 
 
CIMENTOS FOTOATIVÁVEIS 
Proporcionam maior tempo de trabalho, porque é 
polimerizado apenas na hora definida pelo 
profissional, ao incidir com a luz. Tem uma maior 
estabilidade de cor, porque não ocorre mais a 
oxidação das aminas. 
 É apresentado em tubo único e exigem o uso de um 
sistema adesivo. 
 
 Indicações 
Restaurações em resina ou em cerâmica pura (Inlays e 
Onlays), onde a luz consegue atravessar em 
quantidade suficiente durante a fotoativação; facetas; 
coroas cerâmica vítrea (leucita, dissilicato de lítio, 
feldspática) 
 
 
 
CIMENTOS DUAIS 
Foram uma tentativa de combinar as propriedades 
desejáveis dos cimentos foto e quimicamente 
ativados. 
Tem a ativação química e a fotoativação associados. 
Tem duas formas de apresentação: 
- Convencional: necessitam de sistemas adesivos 
- Autocondicionante/autoadesivo: não necessita de 
tratamento prévio no substrato dentário 
 
 Indicações 
Pinos pre-fabricados (fibras), coroas cerâmicas 
policristalina (zirconia, alumina), coroas cerâmicas 
vítreas (leucita, dissilicato de lítio, feldspato). 
Em suma, é indicado quando a penetração de luz é 
limitada e deseja-se a facilidade do cimento 
fotoativável. 
 
PROTOCOLOS CLINICOS 
 Cerâmicas odontológicas: define a forma de 
cimentação. Quanto mais vidro tem a cerâmica, 
melhor é a estética. Quanto menos vidro, maior é a 
resistência, mas o material perde em estética. 
Dependendo da quantidade de vidro, modifica-se o 
tratamento superficial dado à restauração. Para usar 
os cimentos resinosos, deve ser feito um 
condicionamento no dente e um condicionamento na 
superfície da cerâmica. 
Quando o vidro está presente, pode ser utilizado o 
ácido fluorídrico na superfície da restauração. Porém, 
na ausência de vidro, esse tipo de ácido não faz efeito. 
Para o dente, o tratamento é sempre o mesmo: usa-se 
um sistema adesivo; porém, se o cimento for 
autocondicionante, o dente não precisa ser tratado, 
trata-se apenas a restauração. 
O dente é tratado dependendo do tipo de cimento 
usado; a restauração é sempre tratada. 
 
Cimentação Cerâmicas 
vítreas (SiO2) 
Cerâmicas 
policristalina 
(alumina e Zr) 
Convencional 
(FZ, CIV, CIVM) 
Não 
recomendável 
Possível. Maior 
probabilidade 
de fratura à 
longo prazo 
Adesiva (CA + 
adesivo) 
Ideal Ideal 
Tratamento 
interno 
Acido + 
silanização + 
adesivo 
Jateamento, 
silicatização, 
monômeros 
funcionais 
 
Em cerâmicas de vidro, não é recomendado nenhum 
tipo de material que faça cimentação convencional. 
Nas cerâmicas vítreas recomenda-se adesão. 
Em cerâmicas policristalinas, o ideal é fazer 
cimentação adesiva, mas em alguns casos pode usar 
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cimentação convencional. Como essa cerâmica não 
tem vidro, ela não é susceptível à ação de um ácido 
para alterar a matriz vítrea. Cria uma microrretenção 
mecânica através do jateamento, normalmente jato 
de óxido de alumínio. Então se passa um componente 
intermediário, normalmente com fosfato na 
composição, que é chamado de primer para 
restaurações policristalinas. Se a restauração 
policristalina for de zircônia, o primer tem que ser de 
zircônia. O primer tem sempre que ser compatível 
com o material da restauração. 
Em cerâmicas vítreas é recomendada a aplicação do 
ácido hidrofluorídrico 5-10%; como uma cerâmica 
vítrea tem sílica na composição, se utiliza um silano na 
restauração. Sobre o silano pode ser passado um 
adesivo ou não. 
 
 Condicionamento com o ácido hidrofluorídrico 
10 % 
 -Para cerâmicas vítreas. 
Exemplo de cerâmicas vítreas: 
- cerâmica a base de silicato de lítio-20s (aplicar o 
ácido a 10% durante 20s) 
- cerâmica à base de leucita (aplicar o acido por 60s) 
- cerâmica à base de feldspato (aplicar o acido por 
2min) 
 
Após o condicionamento com ácido, deve-se lavar e 
secar a superfície. O próximo passo é a aplicação do 
agente silano, que podem vir de duas formas: 
- monocomponente: 1 frasco 
- bicomponente: 2 frascos 
 
**O aumento no tempo de acido aplicado na 
restauração pode levar ao acumulo excessivo de 
silano nessas regiões. 
Aplicar excesso de silano deixa a superfície hidrofílica 
e compromete a adesão; provoca um efeito deletério 
na resistência flexural da cerâmica. 
 
 Técnica operatória 
1. Condicionamento com ácido HF 
2. Lavar e secar 
3. Silanizar a restauração (secar) 
4. Sistema adesivo na restauração 
5. Limpar o dente 
6. Condicionar o dente (sistema adesivo) 
7. Cimentar 
Os passos 4 e 6 são usados apenas para cimentos 
convencionais. 
 
CERÂMICA POLICRISTALINA 
São as cerâmicas sem vidro. Toda cerâmica tem 
policristal na composição, porém, as cerâmicas vítreas 
tem a matriz vítrea. No caso das cerâmicas 
policristalinas, elas têm policristal puro,sem a matriz 
vítrea. 
Essas restaurações são mais resistentes porque o 
policristal está bem compactado, os átomos são 
agrupados de forma bem densa. Como não tem sílica, 
não sofre ação do ácido hidrofluoridrico, e não é 
usado o silano. 
- O tratamento da cerâmica policristalina é feito da 
seguinte maneira: o dente segue o condicionamento 
padrão. Para a restauração, usa-se a aplicação de 
ácido de óxido de alumínio para criar retenções 
micromecânicas. 
Usar um agente de união que tem fosfato na 
composição, primers e cimentos a base de 
monômeros fosfatados (MDP). 
**MDP: monômeros que servem como agente de 
união de uma forma universal, usado como 
tratamento químico. 
 
 Técnica operatória 
1. Tratamento mecânico (jateamento) 
2. Condicionamento com primer fosfatado 
3. Aguardar o tempo estipulado por cada fabricante 
4. Secar 
5. Aplicar o sistema adesivo 
6. Usar cimento a base de MDP 
 
CIMENTAÇÃO DE PINOS 
Deve haver relação do pino com o cimento, do 
cimento com o adesivo e do adesivo com a dentina. 
Para cimentar os pinos de fibra, se houver preferencia 
por cimentação adesiva com cimentos resinosos, usar 
cimentos de cura dual e/ou química com adesivos 
convencionais de 3 ou 2 passos. 
O uso de cimentos simplificados auto-adesivos é uma 
opção para a cimentação de pinos. Eles não requerem 
adesivo e são tolerantes à umidade. 
 
 TÉCNICA OPERATÓRIA 
1. Remover guta percha 
2. Medir comprimento e diâmetro do conduto 
3. Limpar o pino com álcool ou ácido fosfórico 
4. Silanizar o pino 
5. Sistema adesivo no Pino 
6. Condicionar o dente (Sistema Adesivo) 
7. Cimentar 
Os passos 5 e 6 são realizados apenas quando da 
utilização de cimento resinoso convencional. 
 
 
 
 
 
 
 
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FOTOATIVADORES E FOTOATIVAÇÃO 
 
Para que ocorra a polimerização, as resinas precisam 
ser expostas a um tipo determinado de luz. Não é 
qualquer luz que consegue fotoativar as resinas 
compostas, tem que ser uma luz especifica, porque o 
iniciador da reação de polimerização só vai 
desencadear o processo quando for excitado. 
Os iniciadores mais comuns usados nos materiais se 
excitam quando expostos a uma luz visível no 
espectro azul. Essa luz azul tem um comprimento de 
onda que varia de 200 a 600nm. 
 
TERMOS IMPORTANTES 
 Emissão espectral: comprimento de onda da 
luz. Amplitude efetiva dos comprimentos de onda 
emitidos pela fonte de luz. Medida em nanômetros. 
 Requisitos espectrais: Faixas de comprimentos 
de onda (ou emissão espectral) necessária para ativar 
os fotoiniciadores das resinas. Medidos em 
nanômetros. 
 Fluxo ou potência: não usada para falar dos 
aparelhos fotoiniciadores. É o número de fótons por 
segundo emitidos pela fonte de luz. A potencia é 
confundida com irradiância, mas saber e irradiância é 
mais importante que saber a potência. Medida em 
mW. 
 Irradiância ou excitação irradiante: número de 
fótons por segundo emitidos pela fonte de luz por 
unidade de área da ponta polimerizadora. Medido em 
Mw/cm². 
 Energia: medida em joules. Representada por 
energia X tempo, mW/s. 
 Densidade de energia: seria mW/s aplicado 
em uma determinada área. A densidade de energia é 
uma medida usada para entender como a resina vai 
fotoativar. Medida em J/cm². 
 
FOTOATIVAÇÃO 
Mecanismo no qual se fornece energia para iniciar a 
polimerização das resinas ou cimentos fotoativáveis e 
cimentos duais. 
Durante a fotoativação há o sistema iniciador, que é a 
canforoquinona associada a um acelerador, também 
chamado de co-iniciador na mesma pasta, que só 
reagem na exposição à luz. 
A reação do sistema iniciador com o acelerador gera 
radicais livres que se unem aos grupos metacrilato 
(monômeros resinosos), e a partir daí começa a 
polimerização por adição. Os monômeros se unem 
inicialmente linearmente, mas depois eles vão 
formando ligações cruzadas. Essa formação de 
ligações cruzadas é importante para a resistência 
mecânica da resina composta. 
Em suma, vai haver a formação da cadeia linear com 
os vários monômeros resinosos unidos e então esses 
monômeros vão se ligando a monômeros não lineares 
formando uma rede complexa polimérica, 
aumentando a resistência mecânica da matriz. 
 
 Vantagens → A grande vantagem da 
fotoativação é o domínio do tempo de trabalho. Com 
a fotoativação o profissional determina quando a 
polimerização irá se iniciar. Outra vantagem, é que 
não há necessidade de espatulação, tendo menor 
risco de incorporação de bolhas, que reduzem as 
propriedades mecânicas da resina e interferem na 
fotoativação. 
 
 As vantagens da fotoativação suprimem as 
desvantagens, mas a fotoativação tem alguns 
problemas: 
1. Não uniformidade de penetração da luz – a 
parte superficial recebe energia maior que as 
partes mais profundas. 
2. Tempos de cura diferentes dependendo da 
opacidade e saturação. Uma resina muito 
amarelada ou muito opaca deve ter maior 
tempo de ativação para receber energia 
suficiente 
3. As resinas fotoativadas são sensíveis à luz 
ambiente. Apesar de a polimerização se iniciar 
por uma luz especifica, a canforoquinona 
reage com menor intensidade à luz ambiente. 
Uma resina exposta à luz ambiente vai se 
polimerizar, de mais forma mais lenta. Isso faz 
com que às vezes o tempo de trabalho seja 
reduzido. 
 
INICIADORES 
Fazem parte da matriz orgânica. Todo o processo de 
polimerização se concentra na matriz orgânica. 
 
 Requisito espectral: comprimento de onda 
ótimo para que haja a reação mais eficiente do 
fotoiniciador. 
- Canforoquinona 468nm 
- Lucirin TPO 380nm 
- PPD 370nm 
- BAPO 370nm 
- OPPI 300-380nm 
Isso é extremamente relevante para sabermos se o 
aparelho usado é capaz de ativar a resina usada. 
Conhecer o iniciador da resina composta é essencial 
para saber se o requisito espectral casa com o 
comprimento de onda emitido pelo aparelho. 
Existem várias tentativas de trocar a canforoquinona 
como mecanismo iniciador porque ela é amarela. Para 
o fabricante desenvolver cores claras e translucidas é 
mais difícil. 
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TÉCNICA 
- Ponta o mais próxima possível da resina, sem 
encostar. A intensidade (ou energia de luz) varia com 
o inverso do quadrado da distância. Cada 1mm 
afastado, a intensidade cai duas vezes. 
Obs.: normalmente se indica usar um tempo de 
fotoativação menor para o adesivo. Mas, muitas vezes 
ele está no fundo da cavidade, aonde a ponta do 
aparelho não chega. A ponta vai ate o ângulo cavo 
superficial, nesse caso, é bom usar pelo menos o 
mesmo tempo preconizado para a resina. Se o adesivo 
está na superfície, pode ser usado o período menor. 
 
- Ponta perpendicular o mais próxima possível 
 
TEMPO 
São necessários aproximadamente 16J/cm² de 
densidade de energia para polimerizar um incremento 
de 2mm de resina composta. 
Considerando que 1J é igual a 1000mW/s, nós 
necessitamos de 16000mW/s em uma área de 1cm² 
para polimerizar 2mm de resina. 
A irradiância do aparelho é dada em mW/cm². Dessa 
forma, para calcular o tempo de polimerização, é só 
dividir os 1600mW/s pela irradiância do aparelho: 
- 100mW/cm2 - 160s - inviável clinicamente 
- 400mW/cm2 - 40s 
- 1000mW/cm2 - 16s - arredonda p 20s 
 
FOTOATIVAÇÃO E TENSÃO DE CONTRAÇÃO 
Nós não usamos aparelhos de altíssima irradiância 
para reduzir o tempo de ativação porque a velocidade 
muito rápida de polimerização aumenta a tensão de 
contração de polimerização. Durante a polimerização 
a resina apresenta 3 estados: 
- Pré-gel → quando a resina sai da fluidez e começa a 
ficar viscosa 
- Gel → fase que a resina não escoa mais 
- Pós gel 
Toda resina passa por esses três estágios na sua 
polimerização, mas não em ordem. Podem ocorrer os 
três estágiossimultaneamente. 
Para diminuir a tensão e o estresse de contração, o 
ideal é que a fase pré-gel seja prolongada, com um 
tempo maior para a resina se tornar viscosa aos 
poucos. Depois que a resina chega ao estado gel e 
pós-gel, seu escoamento não é bom mais. 
Então, para reduzir a tensão de contração de 
polimerização no tocante à fotoativação, basta usar 
uma técnica chamada soft start, que em vez de 
despejar a irradiância máxima com a ponta muito 
próxima da resina no inicio, começa com uma 
irradiância menor e vai aumentando. Dessa forma, a 
fase pré-gel dura um pouco mais; com isso há o 
relaxamento das tensões dentro da resina e 
conseguimos diminuir a tensão de contração de 
polimerização. Clinicamente, o soft start pode ser 
feito com aparelhos que já tem essa função ou a 
função pulse start, que emite a luz em pulsos. Se o 
aparelho não apresentar nenhuma das duas funções, 
basta afastar um pouco a ponta do aparelho. Ocorre a 
redução da quantidade de energia, e a extensão da 
fase pré-gel da mesma forma. 
 
Obviamente, antes de qualquer coisa, para minimizar 
o estresse de tensão de contração de polimerização 
deve ser usada a técnica incremental. 
 
APARELHOS FOTOATIVADORES 
 
 Aparelhos de luz halógena – Lâmpada de 
quartzo com filamento de tungstênio em ambiente 
halógeno 
O aparelho é ligado na corrente elétrica; essa corrente 
entra no polo negativo da lâmpada, aquece o 
filamento de tungstênio, e esse aquecimento gera 
emissão de luz. É uma luz comum, como as 
incandescentes. Para resolver isso, é colocado um 
filtro capaz de filtrar a luz no comprimento de onda de 
400 a 500nm. Essa luz é uma luz visível azul. 
Com o aquecimento do filamento de tungstênio há a 
geração de calor, que faz a necessidade de ter um 
cooler no aparelho. 
Então em sua composição básica, o aparelho tem o 
formato de uma pistola com uma ponta de fibra ótica. 
Dentro do aparelho tem a lâmpada, que é acoplada 
dentro de um refletor que joga a luz da lâmpada na 
direção do filtro. Depois que a luz passa pelo filtro, a 
fibra ótica vai conduzir os feixes de luz para a ponta. 
Apesar da mecânica simples, possui componentes 
pesados. Além da lâmpada e do refletor, deve ter um 
filtro e uma ventoinha; por isso esses aparelhos são 
pesados. 
- Desvantagens: O mecanismo de aproveitamento de 
energia é pobre, gera muita luz que não é 
aproveitada, porque a luz deve ser filtrada; em virtude 
desse baixo aproveitamento de energia, deve ser 
usado sempre ligado à tomada. É um aparelho 
pesado. Tem vida menor da lâmpada (40 horas) em 
comparação aos outros aparelhos disponíveis. 
- Vantagens: aparelho que trabalha numa ampla faixa 
de emissão espectral, gerando uma irradiância 
constante, emitindo ondas de 390 a 500nm. É um 
aparelho que, dentre dos iniciadores disponíveis no 
mercado, consegue ativar todos. A manutenção é 
muito simples e bem barata, com peças fáceis de 
encontrar até mesmo em lojas de equipamentos 
elétricos. 
- Manutenção: 
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Para monitorar a irradiância do aparelho pode-se usar 
um radiômero; alguns aparelhos já vem com um 
radiômero acoplado. 
 
 Aparelhos LED 
Tem o mecanismo de geração de luz muito mais 
eficiente. A luz não depende de aquecimento de um 
filamento de tungstênio. A luz é gerada por meio de 
um mecanismo eletrônico, por meio de um 
aquecimento ou indução de um semi-condutor. 
O aparelho LED é alimentado, a energia entra no 
catodo, estimula o semi-condutor e gera a luz. 
Para que seja gerado uma luz específica, existe um 
semi-condutor específico. Um LED gera só um tipo de 
luz com um tipo de comprimento de onda específico. 
Para qualquer aparelho LED, o aparelho gera menos 
calor. Por não gerar calor, será um aparelho mais leve, 
porque não precisa de ventoinha. É mais durável, dura 
aproximadamente dez mil horas. É possível ter maior 
irradiância. Nos aparelhos halógenos, não é gerada 
uma irradiância muito alta, porque se gera mais 
irradiância, gera muito mais calor, então vai ser 
preciso uma ventoinha maior. 
Como o LED emite uma luz específica, não precisa de 
um filtro para filtrar a luz. A luz já sai no comprimento 
de onda desejado. Com o melhor aproveitamento de 
energia, esse aparelho não precisa ser operado ligado 
direto na corrente elétrica; pode funcionar com uma 
bateria portátil. 
Como desvantagens, os LEDs funcionam em uma faixa 
menor do espectro. Tem maior custo o que os 
aparelhos halogenos. Lem todos os LEDs são iguais. 
 
- LEDs de 1ª geração: não existem mais. Foram 
desenvolvidos a cunho de pesquisa buscando uma luz 
gerada num processo energético mais eficiente. Os 
primeiros LEDs tinham uma irradiancia muito baixa, e 
os profissionais usavam esse LED com o mesmo 
tempo de aplicação dos aparelhos halogenos que 
tinham irradiancia de 400mW/cm². Se fosse usado 
pelo tempo adequado eles funcionariam. Entraram e 
saíram do mercado de forma muito rápida. 
 
- LEDs de 2ª geração: são os LEDs atuais. São os LEDs 
mais populares, já com uma alta irradiância (a partir 
de 800mW/cm² chegando ate 1300-1400mW/cm²), 
que podem ser usados por 20s. Tem uma irradiancia 
maior, mas seu grande problema é que o LED gera 
uma luz dentro de um comprimento de onda 
específico. A luz que é gerada por um LED de segunda 
geração trabalha em uma área de 440-480nm. Se ele 
trabalha nessa faixa, o único iniciador que consegue 
ativar é a canforoquinona. Esse é um problema 
relativamente pequeno, porque a maioria das resinas 
é baseada ainda na canforoquinona. 
 
-LEDs de 3ª geração: leve, portátil, não gera calor, 
energeticamente eficiente. Para resolver o problema 
do comprimento de onda restrito, os fabricantes 
colocaram na saída da ponta vários LEDs diferentes. 
Esses aparelhos são muito mais caros, custando a 
partir de 3500 reais. Fotoativam todas as resinas 
disponíveis no mercado. No tocante à segurança de 
abrangência de resinas, apresenta eficácia igual a de 
um aparelho halógeno. Porém, com todas as 
vantagens de uma irradiancia maior (diminuindo o 
tempo de ativação), sendo mais leve, portátil, 
funciona a bateria. 
 
**LEDs de alta irradiancia: são LEDs acima de 
1500mW/cm². São LEDs que precisam de menos de 
10s de ativação. Porém tem o problema já citado: uma 
irradiancia muito forte diminui o tempo da fase pré-
gel e a resina entra num estado de pouco escoamento 
muito rápido, gerando uma tensão de contração de 
polimerização maior. Um excesso de irradiância não é 
vantagem. Esse excesso de irradiância, é 
recomendado para cimentação de peças por exemplo, 
porque a luz deve ultrapassar a espessura da 
restauração, porque nesse caso, com a presença do 
obstáculo, a luz que está chegando ao cimento não é a 
mesma que está saindo da ponta do fotoativador. 
 
 Aparelhos a base de plasma 
Há uma ionização dentro de um ambiente com gás 
xenônio, e é gerada uma luz branca de alta 
intensidade. Por meio de um filtro gera-se a luz azul 
para a fotoativação. Como ele gera uma luz branca e 
usa um filtro, tem uma amplitude de espectro muito 
grande e alta densidade de energia (ao contrario do 
halógeno). É de alto custo, difícil manutenção e não 
existem marcas nacionais. 
 
 Laser 
Aparelhos robustos, de manutenção difícil e custo 
elevado. Assim como o LED, o laser também gera uma 
luz específica, de 490nm. Ondas paralelas e 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
lOMoARcPSD|10082523
Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
19 
monocromática. 
 
PROTEÇÃO AOS OLHOS 
A luz gerada pelos aparelhos que varia de 350 a 
550nm é degenerativa para a mácula e o efeito é 
cumulativo. 
 
CUIDADOS A SEREM TOMADOS 
SELECIONANDO A UNIDADE FOTOATIVADORA 
- fabricante certificado 
- conhecer a performance: emissão espectral e 
irradiância 
- cuidado com aparelhos de alta

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