Buscar

53-Arqueologia Bíblica-ok

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Arqueologia Bíblica 
 
 
 
 
 
 
 
 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
1 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 02 
 
Cap. 1 — CONCEITO GERAL DE ARQUEOLOGIA BÍBLICA .................................................... 02 
 
Cap. 2 — ARQUEOLOGIA E CONFIRMAÇÃO DA BÍBLIA ......................................................... 08 
 
Cap. 3 — DESCOBERTAS MAIS EXPRESSIVAS .......................................................................... 11 
 
Cap. 4 — O DILÚVIO E A ARQUEOLOGIA ................................................................................... 16 
 
Cap. 5 — A ARCA DE NOÉ E A ARQUEOLOGIA ......................................................................... 18 
 
Cap. 6 — A CONTROVÉRSIA DO O SANTO SUDÁRIO .............................................................. 18 
 
Cap. 7 — MANUSCRITOS DO MAR MORTO ................................................................................ 18 
 
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
2 
INTRODUÇÃO 
 
Ao longo dos anos, muita crítica tem sido levantada quanto à confiabilidade histórica da Bíblia. Estas 
críticas baseiam-se geralmente na falta de evidência de fontes externas confirmando o registro bíblico. E 
sendo a Bíblia um livro religioso, muitos eruditos tomam a posição de que ela é parcial e não é confiável a 
menos que haja evidência externa confirmando-a. Em outras palavras, a Bíblia é culpada até que ela seja 
provada inocente, e a falta de evidências externas colocam o registro bíblico em dúvida. 
Este padrão é extremamente diferente do aplicado a outros documentos antigos, mesmo que muitos 
deles, se não a maioria, contém um elemento religioso. Eles são considerados acurados a menos que a 
evidência demonstre o contrário. Embora não seja possível verificar cada incidente descrito na Bíblia, as 
descobertas arqueológicas feitas desde a metade do século XVIII têm demonstrado a confiabilidade e 
plausibilidade da narrativa bíblica. Veremos alguns exemplos dignos de nota no decorrer do estudo. Eis 
alguns para começar: 
 A descoberta do arquivo de Ebla no norte da Síria nos anos 70 tem mostrado que os escritos bíblicos 
concernentes aos Patriarcas são de todo viáveis. Documentos escritos em tabletes de argila de cerca de 2300 
A.C. mostram que os nomes pessoais e de lugares mencionados nos registros históricos sobre os Patriarcas 
são genuínos. O nome "Canaã" estava em uso em Ebla - um nome que críticos já afirmaram não ser utilizado 
naquela época e, portanto, incorretamente empregado nos primeiros capítulos da Bíblia. A palavra "tehom" 
("o abismo") usada em Gênesis 1:2 era considerada como uma palavra recente, demonstrando que a história 
da criação foram escrita bem mais tarde do que o afirmado tradicionalmente. "Tehom", entretanto, era parte 
do vocabulário usado em Ebla, cerca de 800 anos antes de Moisés. Costumes antigos, refletidos nas histórias 
dos Patriarcas, também foram descritos em tabletes de argila encontrados em Nuzi e Mari. 
 Os Hititas eram considerados como uma lenda bíblica até que sua capital e registros foram 
encontrados em Bogazkoy, Turquia. Muitos pensavam que as referências à grande riqueza de Salomão eram 
grandemente exageradas. Registros recuperados mostram que a riqueza na antiguidade estava concentrada 
como o rei e que a prosperidade de Salomão é inteiramente possível. Também já foi afirmado que nenhum 
rei assírio chamado Sargon, como registrado em Isaías 20:1, existiu porque não havia nenhuma referência a 
este nome em outros registros. O palácio de Sargon foi então descoberto em Khorsabad, Iraque. O evento 
mencionado em Isaías 20 estava inclusive registrado nos muros do palácio. Ainda mais, fragmentos de um 
obelisco comemorativo da vitória foram encontrados na própria cidade de Asdode. 
 Outro rei cuja existência estava em dúvida era Belsazar, rei da Babilônia, nomeado em Daniel 5. O 
último rei da Babilônia havia sido Nabonido conforme a história registrada. Tabletes foram encontrados mais 
tarde mostrando que Belsazar era filho de Nabonido e co-regente da Babilônia. Assim, ele podia oferecer a 
Daniel "o terceiro lugar no reino" (Daniel. 5:16) se ele lesse a escrita na parede. Aqui nós vemos a natureza 
de "testemunha ocular" do registro bíblico freqüentemente confirmada pelas descobertas arqueológicas.
1
 
 
 
1
 Bryant Wood, da Associates for Biblical Research. 
..biblegen1.html#2
..bibleisa20.html#1
..bibleisa20.html
..bibledan5.html
..bibledan5.html#16
..abrabrhome.html
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
3 
Capítulo I 
CONCEITO GERAL DE ARQUEOLOGIA BÍBLICA 
 
A arqueologia bíblica é o estudo dos povos e dos eventos da Bíblia, feito por meio do intrigante registro 
soterrado. O arqueólogo escava e analisa rochas, muros e prédios em ruínas, cidades devastadas, bem como 
desenterra cerâmica, tabuinhas de argila, inscrições, túmulos e outros restos antigos, ou artefatos, dos quais 
colhe informações. Tais estudos não raro aprimoram a compreensão das circunstâncias em que a Bíblia foi 
escrita e sob as quais viveram os homens de fé da antiguidade, bem como as línguas que eles e os povos ao 
redor empregavam. Ampliaram nosso conhecimento de todas as regiões mencionadas na Bíblia: Palestina, 
Egito, Pérsia, Assíria, Babilônia, Ásia Menor, Grécia e Roma. 
A arqueologia bíblica é uma ciência relativamente nova. Foi somente em 1822 que a decifração da 
Pedra de Roseta desvelou os hieróglifos egípcios. A escrita cuneiforme assíria foi decodificada mais de 20 
anos depois. Escavações sistemáticas foram iniciadas na Assíria em 1843 e no Egito em 1850. 
Alguns dos Principais Sítios e Achados. A arqueologia tem servido para confirmar muitas 
particularidades históricas dos relatos bíblicos referentes a estas terras e para confirmar pontos anteriormente 
postos em dúvida por críticos modernos. Demonstrou-se que o cepticismo com respeito à Torre de Babel, a 
negação da existência dum rei babilônio chamado Belsazar e dum rei assírio chamado Sargão (cujos nomes, 
até o século 19 d.C., não eram encontrados em fontes fora do registro bíblico), e outras críticas adversas 
quanto aos dados bíblicos relacionados com essas terras não têm nenhuma base. Ao contrário, desenterrou-se 
uma abundância de evidência que se harmoniza plenamente com os relatos bíblicos. 
Babilônia. Escavações feitas na antiga cidade de Babilônia e em torno dela revelaram os sítios de 
diversos zigurates, ou torres-templos piramidais, escalonados, inclusive o templo arruinado de Etemenanki, 
dentro dos muros de Babilônia. Registros e inscrições encontrados a respeito de tais templos freqüentemente 
contêm as palavras: "Seu topo atingirá os céus", e o Rei Nabucodonosor é registrado como dizendo: "Ergui o 
topo da Torre escalonada em Etemenanki, de modo que seu topo se rivalizasse com os céus." Um fragmento 
encontrado ao N do templo de Marduque, em Babilônia, relatou a queda de tal zigurate, nas seguintespalavras: "A construção deste templo ofendeu os deuses. Numa noite, derrubaram o que havia sido 
construído. Espalharam-nos por toda parte, e tornaram estranha a sua linguagem. Impediram seu progresso." 
(Bible and Spade [Bíblia e Pá], de S. L. Caiger, 1938, p. 29) O zigurate situado em Uruk (a Ereque bíblica), 
segundo verificado, foi feito de argila, tijolos e asfalto. — Veja Gên 11:1-9. 
Perto da Porta de Istar, em Babilônia, foram descobertas cerca de 300 tabuinhas cuneiformes 
relacionadas com o período do reinado do Rei Nabucodonosor. Entre listas do nome de trabalhadores e de 
cativos que então viviam em Babilônia, aos quais eram fornecidas provisões, aparece o de "Yaukin, rei da 
terra de Yahud", isto é, "Joaquim, o rei da terra de Judá", levado para Babilônia no tempo da conquista de 
Jerusalém por Nabucodonosor, em 617 AEC. Ele foi solto da casa de detenção por Avil-Marduque (Evil-
Merodaque), sucessor de Nabucodonosor, e foi-lhe concedida uma porção diária de alimentos. (2Rs 25:27-
30) Cinco dos filhos de Joaquim também são mencionados nestas tabuinhas. — 1Cr 3:17, 18. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
4 
Encontrou-se abundante evidência do panteão de deuses de Babilônia, inclusive do deus principal, 
Marduque, mais tarde comumente chamado de Bel, e do deus Nebo, ambos mencionados em Isaías 46:1, 2. 
Grande parte das informações nas inscrições do próprio Nabucodonosor tratam do seu vasto programa de 
construções, que tornou Babilônia uma cidade tão magnificente. (Veja Da 4:30.) O nome do seu sucessor, 
Avil-Marduque (chamado Evil-Merodaque em 2Rs 25:27), aparece num vaso descoberto em Susa (Elão). 
Perto da moderna Bagdá, as escavações na última metade do século 19 resultaram em serem achadas 
numerosas tabuinhas e cilindros de argila, inclusive a agora famosa Crônica de Nabonido. Todas as objeções 
ao registro do capítulo 5 de Daniel, quanto a Belsazar governar em Babilônia na ocasião da queda desta, 
foram rechaçadas por este documento, que provou que Belsazar, filho mais velho de Nabonido, era co-
regente com seu pai, e que, na parte final de seu reinado, Nabonido confiou o governo de Babilônia ao seu 
filho Belsazar. 
Mostrou-se similarmente que Ur, a antiga cidade de Abraão (Gên 11:28-31), era uma destacada 
metrópole, com civilização altamente desenvolvida. Como cidade sumeriana, estava situada à margem do rio 
Eufrates, próxima do golfo Pérsico. Escavações feitas ali por Sir Leonard Woolley indicam que estava no 
ápice do seu poder e prestígio no tempo da partida de Abraão para Canaã (a. 1943 AEC). Seu templo-
zigurate é o mais bem preservado de todos os já encontrados. Os túmulos reais de Ur forneceram abundantes 
objetos de ouro e jóias de altíssimo calibre artístico, também instrumentos musicais, tais como a harpa. (Veja 
Gên 4:21.) Um pequeno machado de aço (e não simplesmente de ferro) também foi encontrado. (Veja Gên 
4:22.) Aqui, também, milhares de tabuinhas de argila revelaram muitos pormenores sobre a vida quase 
quatro mil anos atrás. — Veja UR N.° 2. 
No sítio da antiga Sipar, às margens do Eufrates, a cerca de 32 km de Bagdá, encontrou-se um cilindro 
de argila relativo ao Rei Ciro, conquistador de Babilônia. Este cilindro conta a facilidade com que Ciro 
capturou a cidade e também delineia sua política, de fazer os povos cativos que moravam em Babilônia 
retornar à terra natal deles, harmonizando-se assim com o relato bíblico a respeito de Ciro, como o 
profetizado conquistador de Babilônia, e sobre o retorno dos judeus à Palestina, durante o reinado de Ciro. 
— Is 44:28; 45:1; 2Cr 36:23. 
Assíria. Perto de Corsabade, junto a um tributário setentrional do rio Tigre, descobriu-se, em 1843, o 
palácio do rei assírio Sargão II, numa plataforma abrangendo quase 10 hectares, e o subseqüente trabalho 
arqueológico feito ali trouxe este rei, mencionado em Isaías 20:1, da obscuridade secular para uma posição 
de proeminência histórica. (FOTO, Vol. 2, p. 240) Em um de seus anais, ele afirma ter capturado Samaria 
(740 AEC). Registra também a captura de Asdode, mencionada em Isaías 20:1. Outrora considerado por 
muitos peritos de destaque como não tendo existido, Sargão II é agora um dos mais conhecidos reis da 
Assíria. 
Nínive, capital da Assíria, foi o sítio de escavações onde desenterraram o imenso palácio de 
Senaqueribe, contendo cerca de 70 aposentos, com lajes esculpidas que revestiam 3.000 m das paredes. Uma 
delas retrata os prisioneiros judeus sendo levados ao cativeiro após a queda de Laquis, em 732 AEC. (2Rs 
18:13-17; 2Cr 32:9) De interesse ainda maior são os anais de Senaqueribe encontrados aqui em Nínive, 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
5 
registrados em prismas (cilindros de argila). Em certos prismas, Senaqueribe descreve a campanha assíria 
contra a Palestina no reinado de Ezequias (732 a.C.), porém, notavelmente, o jactancioso monarca não faz 
nenhuma afirmação de ter tomado a cidade, confirmando assim o relato da Bíblia. O relato do assassinato de 
Senaqueribe, às mãos de seus filhos, é também registrado numa inscrição de Esar-Hadom, sucessor de 
Senaqueribe, e o assassinato é mencionado numa inscrição do rei seguinte. (2Rs 19:37) Em adição à menção 
do Rei Ezequias, por Senaqueribe, os nomes dos reis Acaz e Manassés, de Judá, e os nomes dos reis Onri, 
Jeú, Jeoás, Menaém e Oséias, de Israel, e também de Hazael, de Damasco, aparecem em registros 
cuneiformes de diversos imperadores assírios. 
Pérsia. Perto de Behistun, no Irã (antiga Pérsia), o Rei Dario I (521-486 AEC; Esd 6:1-15) mandou 
esculpir uma imensa inscrição, no alto dum penhasco de rocha calcária, descrevendo sua unificação do 
Império Persa e atribuindo seu êxito a seu deus, Auramazda. De valor primário é o fato de a inscrição ter 
sido registrada em três línguas, a babilônica (acadiana), a elamita e a antiga persa, servindo assim de chave 
para decifrar a escrita cuneiforme assírio-babilônica, até então não decifrada. Milhares de tabuinhas de argila 
e inscrições, na língua babilônica, podem agora ser lidas em resultado desse trabalho. 
Susã, cenário dos eventos registrados no livro de Ester, foi escavada por arqueólogos franceses entre 
1880 e 1890. (Est 1:2) O palácio real de Xerxes, abrangendo cerca de 1 ha, foi descoberto, revelando o 
esplendor e a magnificência dos reis persas. Os achados confirmaram a exatidão de pormenores registrados 
pelo escritor de Ester, conforme relacionados com a administração do reino persa e com a construção do 
palácio. O livro The Monuments and the Old Testament (Os Monumentos e o Velho Testamento), de I. M. 
Price (1946, p. 408), comenta: "Não existe nenhum evento descrito no Velho Testamento cujo ambiente 
estrutural possa ser tão vívida e exatamente restaurado por meio das próprias escavações como ‗Susã, o 
Palácio‘.‖ 
Mari e Nuzi. A antiga cidade real de Mari (Tell Hariri) perto do rio Eufrates, a uns 11 km ao NNO de 
Abu Kemal, no SE da Síria, foi o sítio de escavações a partir de 1933. Descobriu-se um enorme palácio, 
abrangendo uns 6 ha e contendo 300 aposentos, e seus arquivos forneceram mais de 20.000 tabuinhas de 
argila. O conjunto palaciano incluía não somente os apartamentos reais, mas também escritórios 
administrativos e uma escola para escribas. Grandes pinturas murais ou afrescos decoravam muitas das 
paredes, os banheiros estavam equipados de banheiras, e encontraram-se na cozinha formas para bolos. A 
cidade parece ter sido uma das mais notáveis e brilhantes do período do começo do segundo milênio AEC. 
Os textos nas tabuinhasde argila incluíam decretos reais, editais, contas, e ordens para a construção de 
canais, comportas, diques e outros projetos de irrigação, bem como correspondência sobre importações, 
exportações e assuntos estrangeiros. Faziam-se freqüentes recenseamentos, envolvendo tributação e 
alistamento militar. A religião tinha destaque, especialmente a adoração de Istar, a deusa da fertilidade, cujo 
templo também foi encontrado. Praticava-se a adivinhação assim como em Babilônia, pela observação de 
fígados, pela astronomia e por métodos similares. A cidade foi na maior parte destruída pelo rei babilônio 
Hamurábi. De interesse especial foi a ocorrência dos nomes Pelegue, Serugue, Naor, Tera e Harã, todos 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
6 
alistados como cidades da Mesopotâmia setentrional e refletindo os nomes dos parentes de Abraão. — Gên 
11:17-32. 
Nuzi, antiga cidade ao L do Tigre e ao SE de Nínive, escavada durante 1925-1931, forneceu um mapa 
inscrito de argila, o mais antigo já descoberto, bem como evidência de que já no século 15 AEC comprava-se 
e vendia-se ali a prestações. Desenterraram-se cerca de 20.000 tabuinhas de argila, consideradas como 
escritas por escribas hurritas na língua babilônica. Estas contêm uma abundância de pormenores a respeito da 
jurisprudência daquele tempo, envolvendo coisas tais como adoção, contratos matrimoniais, direitos de 
herança e testamentos. Certos aspectos mostram um paralelo relativamente similar aos costumes descritos no 
relato de Gênesis a respeito dos patriarcas. O costume de um casal sem filhos adotar um do sexo masculino, 
quer livre quer escravo, para cuidar deles, para sepultá-los e para ser seu herdeiro, mostra similaridade com a 
declaração de Abraão a respeito do seu escravo de confiança, Eliézer, em Gênesis 15:2. Descreve-se a venda 
do direito de primogenitura, relembrando o caso de Jacó e Esaú. (Gên 25:29-34) Os textos mostram também 
que a posse de deuses de família, muitas vezes pequenas estatuetas de argila, era encarada como equivalente 
a possuir uma escritura de propriedade, de modo que aquele que estivesse de posse dos deuses era 
considerado como tendo o direito de propriedade ou de herdá-la. Isto talvez explique a situação envolvendo 
Raquel tomar os terafins de seu pai, e a grande preocupação deste em recuperá-los. — Gên 31:14-16, 19, 25-
35. 
Egito. A visão mais de perto fornecida pela Bíblia sobre o Egito gira em torno da entrada de José ali, e 
da subseqüente chegada e peregrinação da família inteira de Jacó naquele país. Os achados arqueológicos 
mostram que esse quadro é extremamente preciso, e não seria razoável que algum escritor que tivesse vivido 
muito mais tarde o apresentasse assim (como alguns críticos tentaram dizer que se deu com o escritor dessa 
parte do relato de Gênesis). Conforme declara o livro New Light on Hebrew Origins (Nova Luz Sobre as 
Origens Hebraicas), de J. G. Duncan (1936, p. 174), a respeito do escritor do relato sobre José: "Ele utiliza o 
título correto em uso, e exatamente conforme era usado no período mencionado, e, quando não existe 
nenhum equivalente hebraico, simplesmente adota a palavra egípcia e a translitera para o hebraico." Os 
nomes egípcios, a posição de José como encarregado da casa de Potifar, as casas de prisão, os títulos de "o 
chefe dos copeiros" e "o chefe dos padeiros", a importância que os egípcios atribuíam aos sonhos, o costume 
de os padeiros egípcios carregarem cestos de pão na cabeça (Gên 40:1, 2, 16, 17), a posição de primeiro-
ministro e administrador de alimentos, conferida por Faraó a José, o modo de empossá-lo no cargo, a aversão 
dos egípcios aos pastores de ovelhas, a forte influência dos magos na corte egípcia, a fixação dos israelitas 
peregrinantes na terra de Gósen, os costumes egípcios de sepultamento — todos estes, e muitos outros 
pontos descritos no registro bíblico, são claramente consubstanciados pela evidência arqueológica obtida no 
Egito. — Gên 39:1–47:27; 50:1-3. 
Em Carnac (antiga Tebas), às margens do rio Nilo, um enorme templo egípcio contém uma inscrição 
em seu muro S, confirmando a campanha do rei egípcio, Sisaque (Xexonque I), na Palestina, descrita em 1 
Reis 14:25, 26, e 2 Crônicas 12:1-9. O gigantesco relevo que representa suas vitórias mostra 156 prisioneiros 
palestinos manietados, cada um representando uma cidade ou aldeia, cujo nome é fornecido em hieróglifos. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
7 
Entre os nomes identificáveis acham-se os de Rabite (Jos 19:20), Taanaque, Bete-Seã e Megido (onde foi 
escavada parte de uma estela, ou coluna inscrita, de Sisaque) (Jos 17:11), Suném (Jos 19:18), Reobe (Jos 
19:28), Hafaraim (Jos 19:19), Gibeão (Jos 18:25), Bete-Horom (Jos 21:22), Aijalom (Jos 21:24), Socó (Jos 
15:35) e Arade (Jos 12:14). Ele até mesmo alista o "Campo de Abrão" como uma de suas capturas, sendo 
esta a mais antiga referência a Abraão nos registros egípcios. Encontrou-se também nesta área um 
monumento de Mernepta, filho de Ramsés II, contendo um hino em que se pode encontrar a única referência 
ao nome Israel nos antigos textos egípcios. 
Em Tell el-Amarna, a cerca de 270 km ao S de Cairo, uma camponesa descobriu acidentalmente 
tabuinhas de argila que levaram à descoberta de muitos documentos em acadiano, procedentes dos arquivos 
reais de Amenotep III, e de seu filho, Aquenatão. As 379 tabuinhas publicadas abrangem correspondência 
dirigida ao Faraó da parte de príncipes vassalos das numerosas cidades-reinos da Síria e da Palestina, 
inclusive alguma do governador de Urusalim (Jerusalém), e revelam um quadro de feudos guerreantes e 
intrigas, que concorda plenamente com a descrição bíblica daqueles tempos. Os "habirus", a respeito dos 
quais são feitas numerosas queixas nessas cartas, têm sido relacionados por alguns com os hebreus, mas a 
evidência indica que eles, ao invés disso, eram diversos povos nômades que ocupavam um nível social baixo 
na sociedade daquele período. 
Elefantina, uma ilha do Nilo, com este nome grego, no extremo S do Egito (próxima a Assuã), era o 
lugar duma colônia judaica depois da queda de Jerusalém, em 607 AEC. Grande número de documentos 
escritos em aramaico, mormente em papiro, foram descobertos aqui em 1903, com datas a partir do quinto 
século AEC e do reinado do Império Medo-Persa. Os documentos mencionam Sambalá, governador de 
Samaria. — Ne 4:1. 
Sem dúvida, os achados mais valiosos, feitos no Egito, têm sido os fragmentos e os trechos de livros 
bíblicos, em papiro, tanto das Escrituras Hebraicas como das Gregas, remontando ao primeiro século antes 
de Cristo. O clima seco e o solo arenoso do Egito o tornaram depósito inigualável para a preservação de tais 
documentos em papiro. 
Palestina e Síria. Cerca de 600 sítios datáveis têm sido escavados nessas regiões. Muitas das 
informações obtidas são de natureza geral, apoiando o registro bíblico numa base ampla, ao invés de se 
relacionarem especificamente com certos pormenores ou eventos. Como exemplo, fizeram-se esforços, no 
passado, de desacreditar o relato da Bíblia sobre a desolação completa de Judá durante o exílio babilônico. 
As escavações, porém, consubstanciam coletivamente a Bíblia. Como declara W. F. Albright: "Não existe 
um único caso conhecido de uma cidade de Judá propriamente dita ter sido continuamente ocupada durante 
todo o período do exílio. Apenas para salientar o contraste, Betel, situada um pouco além das fronteiras 
setentrionais de Judá nos tempos pré-exílicos, não foi destruída naquele tempo, mas foicontinuamente 
ocupada até a parte final do sexto século." — The Archaeology of Palestine (A Arqueologia da Palestina), 
1971, p. 142. 
Bete-Sã (Bete-Seã), antiga cidade-fortaleza que guardava a via de acesso ao vale de Jezreel do lado L, 
foi um sítio de extensas escavações que revelaram 18 níveis diferentes de ocupação, exigindo a escavação até 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
8 
a profundidade de mais de 21 m. O relato bíblico mostra que Bete-Sã não se achava entre as aldeias 
originalmente ocupadas pelos invasores israelitas, e que, no tempo de Saul, era ocupada pelos filisteus. (Jos 
17:11; Jz 1:27; 1Sa 31:8-12) As escavações em geral apóiam este registro e indicam uma destruição de Bete-
Sã algum tempo depois da derrota dos israelitas perto de Silo. (Je 7:12) De interesse especial foi a descoberta 
de certos templos cananeus em Bete-Sã. Primeiro Samuel 31:10 declara que os filisteus colocaram a 
armadura do Rei Saul "na casa das imagens de Astorete e prenderam seu corpo morto à muralha de Bete-Sã", 
ao passo que 1 Crônicas 10:10 afirma que "puseram a armadura dele na casa do seu deus, e o crânio dele 
prenderam à casa de Dagom". Dois dos templos escavados eram do mesmo período e um deles fornece 
evidência de ser o templo de Astorete, ao passo que se acha que o outro seja o de Dagom, assim se 
harmonizando com os textos acima quanto à existência de dois templos em Bete-Sã. 
Eziom-Géber era a cidade portuária de Salomão no golfo de Acaba. É possível que seja a atual Tell el-
Kheleifeh, que foi escavada durante 1937-1940 e apresentou evidência de uma fundição de cobre, 
encontrando-se escória de cobre e pedaços de minério de cobre num aterro baixo nesta região. No entanto, as 
conclusões originais do arqueólogo Nelson Glueck, a respeito do sítio, foram radicalmente revistas por ele 
num artigo em The Biblical Archaeologist (O Arqueólogo Bíblico, 1965, p. 73). Sua opinião de que se 
empregara ali um sistema de alto-forno de fundição baseava-se na descoberta do que se imaginava serem 
"buracos de chaminé" no prédio principal escavado. Ele chegou agora à conclusão de que esses buracos nas 
paredes do prédio são o resultado da "decomposição e/ou da queima de vigas de madeira colocadas no 
sentido da largura das paredes, para fins de junção ou de escoramento". O prédio, que antes se pensava ser 
uma fundição, é, segundo se crê agora, um depósito de cereais. Ao passo que ainda se crê que realmente 
foram realizadas ali operações metalúrgicas, não se acha agora que tenham tido a envergadura anteriormente 
suposta. Isto salienta que o significado atribuído aos dados arqueológicos depende primariamente da 
interpretação individual do arqueólogo, interpretação esta que de forma alguma é infalível. A própria Bíblia 
não menciona nenhuma fundição de cobre em Eziom-Géber, descrevendo somente a fundição de itens de 
cobre num certo lugar no vale do Jordão. — 1Rs 7:45, 46. 
Hazor, na Galiléia, foi descrita como sendo "a cabeça de todos estes reinos", no tempo de Josué. (Jos 
11:10) Escavações feitas ali mostraram que a cidade abrangia antigamente uns 60 ha, tendo uma grande 
população, o que a tornava uma das principais cidades daquela região. Salomão fortificou a cidade, e a 
evidência daquele período indica que talvez fosse uma cidade para carros. — 1Rs 9:15, 19. 
Jericó foi submetida a escavações durante três expedições diferentes (1907-1909; 1930-1936; 1952-
1958), e as sucessivas interpretações dos achados demonstram novamente que a arqueologia, igual a outros 
campos das ciências humanas, não é fonte de informações positivamente estáveis. Cada uma das três 
expedições produziu dados, mas cada uma chegou a conclusões diferentes sobre a história da cidade e 
especialmente sobre a data da sua queda diante dos conquistadores israelitas. De qualquer modo, pode-se 
dizer que os resultados conjuntos apresentam o quadro geral fornecido no livro Biblical Archaeology 
(Arqueologia Bíblica; 1963, p. 78), de G. E. Wright, que declara: "A cidade sofreu terrível destruição, ou 
uma série de destruições durante o segundo milênio a.C., e permaneceu virtualmente desocupada durante 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
9 
gerações." A destruição foi acompanhada por um intenso incêndio, conforme mostra a evidência escavada. 
— Veja Jos 6:20-26. 
Em Jerusalém, em 1867, descobriu-se antigo túnel de água, que da fonte de Giom penetrava na colina 
por trás dela. Isto talvez ilustre o relato da captura da cidade por Davi, em 2 Samuel 5:6-10. Em 1909-1911, 
o inteiro sistema de túneis ligados com a fonte de Giom foi desobstruído. Um túnel, conhecido como o Túnel 
de Siloé, tinha em média 1,80 m de altura e fora aberto em rocha maciça numa distância de uns 533 m desde 
Giom até o reservatório de Siloé, no vale de Tiropeom (dentro da cidade). Parece assim ser o projeto do Rei 
Ezequias, descrito em 2 Reis 20:20, e 2 Crônicas 32:30. De grande interesse foi a antiga inscrição encontrada 
na parede do túnel, em antiga escrita hebraica monumental, descrevendo a escavação do túnel e sua extensão. 
Esta inscrição é usada para fins de comparação ao se datar outras inscrições hebraicas encontradas. 
Laquis, a 44 km ao OSO de Jerusalém, era uma das principais fortalezas que protegiam a região 
colinosa da Judéia. Em Jeremias 34:7, o profeta fala das forças de Nabucodonosor lutando contra "Jerusalém 
e contra todas as cidades de Judá que sobravam, contra Laquis e contra Azeca; porque elas, as cidades 
fortificadas, eram as que restavam dentre as cidades de Judá". Escavações feitas em Laquis produziram 
evidência de destruição por fogo duas vezes num período de poucos anos, o que se acredita representar dois 
ataques dos babilônios (618-617 e 609-607 AEC), ficando ela depois desabitada por um longo período. 
Nas cinzas do segundo incêndio encontraram-se 21 óstracos (pedaços de cerâmica com inscrições), que 
se acredita representarem correspondência pouco antes da destruição da cidade no ataque final de 
Nabucodonosor. Conhecidos como as Cartas de Laquis, estes escritos refletem um período de crise e de 
ansiedade, e parecem ter sido escritos em remanescentes postos avançados das tropas judaicas a Yaosh, 
comandante militar em Laquis. A carta número IV contém a declaração: "Que YHWH [isto é, Jeová] faça 
que meu senhor ouça hoje mesmo boas novas. . . . estamos vigiando os sinais de fogo de Laquis, segundo 
todos os sinais que meu senhor der, porque não vemos Azeca." Esta passagem expressa notavelmente a 
situação descrita em Jeremias 34:7, citada acima, e aparentemente indica que Azeca já havia caído ou pelo 
menos deixara de enviar sinais de fogo ou de fumaça conforme esperado. 
A carta número III, escrita por "Osaías", inclui o seguinte: "Que YHWH [isto é, Jeová] faça que meu 
senhor ouça notícias de paz! . . . E foi relatado ao teu servo, dizendo: ‗O comandante do exército, Conias, 
filho de Elnatã, desceu a fim de ir ao Egito e a Hodavias, filho de Aijá, e mandou seus homens obterem dele 
[suprimentos].‘" Este trecho pode muito bem representar o fato de que Judá recorria ao Egito em busca de 
ajuda, o que fora condenado pelos profetas. (Is 31:1; Je 46:25, 26) Os nomes Elnatã e Osaías, que ocorrem 
no texto completo desta carta, também são encontrados em Jeremias 36:12 e Jeremias 42:1. Outros nomes 
que aparecem nas cartas também ocorrem no livro de Jeremias: Gemarias (36:10), Nerias (32:12) e Jaazanias 
(35:3). Não se pode asseverar que eles, em algum caso, representem as mesmas pessoas, mas a própria 
coincidência é notável, vistoJeremias ter sido contemporâneo daquele período. 
De interesse especial é o freqüente uso do tetragrama nestas cartas, mostrando assim que, naquele 
tempo, os judeus não tinham aversão ao uso do nome divino. Também é de interesse a impressão dum selo 
de argila encontrada, que se refere a "Gedalias, que está sobre a casa". Gedalias é o nome do governador 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
10 
nomeado sobre Judá por Nabucodonosor após a queda de Jerusalém, e muitos acham provável que esta 
impressão do selo se refira a ele. — 2Rs 25:22; compare isso com Is 22:15; 36:3. 
Megido era uma cidade-fortaleza estratégica que dominava um importante passo para o vale de Jezreel. 
Foi reconstruída por Salomão e é mencionada junto com as cidades-armazéns e cidades para carros do seu 
reinado. (1Rs 9:15-19) Escavações feitas no sítio (Tell el-Mutesellim), uma colina artificial de 5,3 ha, 
descobriram o que alguns peritos (mas não todos) acham ter sido cavalariças capazes de acomodar cerca de 
450 cavalos. De início, estas construções foram atribuídas ao tempo de Salomão, mas, peritos posteriores 
modificaram a data delas para um período posterior, talvez o tempo de Acabe. 
A Pedra Moabita foi uma das mais antigas descobertas de importância na região ao L do Jordão. Foi 
encontrada em 1868 em Dhiban, ao N do vale do Árnon, e apresenta a versão do rei moabita Mesa da sua 
revolta contra Israel. (Veja 2Rs 1:1; 3:4, 5.) A inscrição diz em parte: "Eu (sou) Mesa, filho de Quemós-[. . 
.], rei de Moabe, o dibonita . . . Quanto a Onri, rei de Israel, ele humilhou Moabe por muitos anos (lit.: dias), 
porque Quemós [o deus de Moabe] estava irado com a sua terra. E seu filho o sucedeu, e ele também disse: 
‗Humilharei Moabe.‘ No meu tempo ele falou (assim), mas eu triunfei sobre ele e sobre a sua casa, sendo 
que Israel pereceu para sempre! . . . E Quemós disse-me: ‗Vai, toma Nebo de Israel!‘ De modo que fui de 
noite e lutei contra ele desde a alvorada até o meio-dia, tomando-o e matando a todos . . . E tomei dali os 
[vasos] de Yahweh, arrastando-os perante Quemós." (Ancient Near Eastern Texts [Textos Antigos do 
Oriente Próximo], editado por J. B. Pritchard, 1974, p. 320) De modo que a pedra não somente menciona o 
nome do Rei Onri de Israel, mas também, na 18.a linha, contém o nome de Deus na forma do tetragrama. 
A Pedra Moabita menciona também muitos lugares referidos na Bíblia: Atarote e Nebo (Núm 32:34, 
38); o Árnon, Aroer, Medeba e Díbon (Jos 13:9); Bamote-Baal, Bete-Baal-Meom, Jaaz e Quiriataim (Jos 
13:17-19); Bezer (Jos 20:8); Horonaim (Is 15:5); Bete-Diblataim e Queriote. (Je 48:22, 24) Apóia assim a 
historicidade de todos estes lugares. 
Ras Shamra (a antiga Ugarit), na costa N da Síria, defronte da ilha de Chipre, forneceu informações 
sobre uma adoração bastante similar à praticada em Canaã, inclusive seus deuses e deusas, templos, 
prostitutas "sagradas", ritos, sacrifícios e orações. Encontrou-se um recinto, entre um templo de Baal e outro 
templo devotado a Dagom, que continha uma biblioteca de centenas de textos religiosos, considerados como 
datando desde o século 15 até o começo do século 14 a.C. Os textos poéticos, mitológicos, revelam muito 
sobre as divindades cananéias El, Baal e Axerá, e a forma degradante de idolatria que acompanhava sua 
adoração. Merrill F. Unger, no seu livro Arqueologia do Velho Testamento (1985, p. 88, Imprensa Batista 
Regular), comenta: "A literatura épica de Ugarite ajudou a revelar a profundidade da depravação que 
caracterizava a religião cananéia. Sendo politeísmo de tipo extremamente degradante, a prática de culto 
cananeu era bárbara e inteiramente licenciosa." Encontraram-se também imagens de Baal e de outros deuses. 
Um anteriormente desconhecido tipo de escrita alfabética cuneiforme (diferente da escrita cuneiforme 
acadiana) distinguia estes textos. Ela segue a mesma ordem que o hebraico, mas acrescenta outras letras para 
perfazer o total de 30. Assim como em Ur, desenterrou-se também uma acha-de-armas de aço. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
11 
Samaria, a capital grandemente fortificada do reino setentrional de Israel, foi construída sobre uma 
colina que se elevava cerca de 90 m acima do nível do vale. A prova de sua força de resistir a longos sítios, 
tais como os descritos em 2 Reis 6:24-30, no caso da Síria, e em 2 Reis 17:5, no caso do poderoso exército 
assírio, é indicada pelos restos de sólidas muralhas duplas, em alguns pontos formando um baluarte de 10 m 
de largura. A alvenaria encontrada no sítio, reputada como remontando ao tempo dos reis Onri, Acabe e Jeú, 
representa excelente mão-de-obra. O que parece ser a plataforma do palácio mede cerca de 90 m por cerca de 
180 m. Encontraram-se grandes quantidades de peças, placas e painéis de marfim na área do palácio, e estes 
talvez se relacionem com a casa de marfim de Acabe, mencionada em 1 Reis 22:39. (Veja Am 6:4.) No canto 
NO do cume encontrou-se um grande reservatório cimentado, medindo cerca de 10 m de comprimento e uns 
5 m de largura. Poderia ser o "reservatório de Samaria" em que se lavou o carro de Acabe, removendo-se o 
seu sangue. — 1Rs 22:38. 
Suscitaram interesse 63 cacos de cerâmica com inscrições a tinta (óstracos), considerados como datando 
do oitavo século antes de Cristo. Recibos de remessas de vinho e de óleo de outras cidades para Samaria 
mostram um sistema israelita de escrever números pelo uso de traços verticais, horizontais e inclinados. Um 
recibo típico reza como segue: 
No décimo ano. 
Para Gaddiyau [provavelmente o mordomo da tesouraria]. 
De Azah [talvez a aldeia ou distrito que remetia o vinho ou o óleo]. 
Abi-ba`al 2 
Ahaz 2 
Sheba 1 
Meriba`al 1 
Tais recibos também revelam o uso freqüente do nome Baal como componente de nomes, cerca de 7 
nomes incluindo este nome para cada 11 que continham alguma forma do nome Yahweh provavelmente 
indicando a infiltração da adoração de Baal, conforme descrita no relato bíblico. 
A destruição ardente de Sodoma e Gomorra, e a existência de poços de betume (asfalto) naquela região 
são descritas na Bíblia. (Gên 14:3, 10; 19:12-28) Muitos peritos acham que as águas do mar Morto talvez se 
tenham elevado no passado e tenham estendido a extremidade meridional do mar numa considerável 
distância, cobrindo assim o que talvez tenha sido o lugar dessas duas cidades. Explorações feitas nesta região 
mostram ser ela uma área queimada, de óleo e asfalto. A respeito deste assunto diz o livro Light From the 
Ancient Past (Luz do Passado Remoto), de Jack Finegan (1959, p. 147): "Uma cuidadosa pesquisa da 
evidência literária, geológica e arqueológica aponta para a conclusão que as infames ‗cidades da planície‘ 
(Gênesis 19:29) estavam na área que agora está submersa . . . e que sua ruína foi realizada por um grande 
terremoto, provavelmente acompanhado por explosões, relâmpagos, ignição de gás natural e conflagração 
geral." 
Relacionada com as Escrituras do NT. O uso, por parte de Jesus, de uma moeda de um denário 
portando a efígie de Tibério César (Mr 12:15-17) é confirmado pela descoberta de um denário de prata com a 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
12 
efígie de Tibério e que foi posto em circulação por volta do ano 15 EC. (Veja Lu 3:1, 2.) O fato de que 
Pôncio Pilatos era então o governador romano da Judéiafoi também confirmado por uma laje de pedra 
encontrada em Cesaréia, com os nomes latinos Pontius Pilatus e Tiberieum. 
O livro de Atos dos Apóstolos, que fornece clara evidência de ter sido escrito por Lucas, contém 
numerosas referências a cidades e suas províncias, e a autoridades de diferentes tipos e com diversos títulos, 
que detinham cargos em determinada época — uma apresentação repleta de possibilidades de erro por parte 
do escritor. (Observe também Lu 3:1, 2.) Todavia, a evidência arqueológica apresentada demonstra notável 
grau de exatidão por parte de Lucas. Assim, em Atos 14:1-6, Lucas coloca Listra e Derbe no território da 
Licaônia, mas dá a entender que Icônio se achava em outro território. Os escritores romanos, inclusive 
Cícero, referiram-se a Icônio como ficando na Licaônia. No entanto, certo monumento descoberto em 1910 
mostra que Icônio era considerada como sendo deveras uma cidade da Frígia, ao invés de da Licaônia. 
Similarmente, uma inscrição descoberta em Delfos confirma que Gálio era procônsul da Acaia, 
provavelmente em 51-52 d.C. (At 18:12) Cerca de 19 inscrições, que datam do segundo século AEC até o 
terceiro século EC, confirmam a exatidão do uso, por parte de Lucas, do título governantes da cidade 
(singular, po·li·tár·khes) como se aplicando às autoridades de Tessalônica (At 17:6, 8), sendo que cinco 
destas inscrições se referem especificamente àquela cidade. Semelhantemente, a referência a Públio como o 
"homem de destaque" (pró·tos) de Malta (At 28:7) emprega o título exato a ser usado, conforme indicado 
pela sua ocorrência em duas inscrições maltesas, uma em latim e a outra em grego. Textos mágicos, bem 
como o templo de Ártemis, foram encontrados em Éfeso (At 19:19, 27); escavações feitas ali também 
revelaram um teatro capaz de acomodar cerca de 25.000 pessoas, e inscrições que se referiam aos 
"promotores de festividades e jogos", semelhantes àqueles que intervieram em favor de Paulo, e também de 
um "escrivão", semelhante ao que acalmou a turba naquela ocasião. — At 19:29-31, 35, 41. 
Algumas dessas descobertas induziram Charles Gore a escrever sobre a exatidão de Lucas, no A New 
Commentary on Holy Scripture (Novo Comentário Sobre a Escritura Sagrada): "Deve-se, naturalmente, 
reconhecer que a arqueologia moderna quase que obrigou os críticos de São Lucas a lhe dar um veredicto de 
notável exatidão em todas as suas alusões a fatos e eventos seculares." — Editado por Gore, Goudge e 
Guillaume, 1929, p. 210. 
Valor Comparativo da Arqueologia. A arqueologia tem apresentado informações proveitosas que 
ajudaram na identificação (não raro experimental) de lugares bíblicos, tem desenterrado documentos escritos 
que contribuíram para melhor entendimento das línguas originais em que as Escrituras foram escritas e tem 
lançado luz sobre as condições de vida e as atividades dos povos e dos governantes antigos mencionados na 
Bíblia. Todavia, no que tange à relação da arqueologia com a autenticidade e a confiabilidade da Bíblia, e 
com a fé nela, nos seus ensinos e nas suas revelações dos propósitos e das promessas de Deus, deve-se dizer 
que a arqueologia é um suplemento não-essencial e uma confirmação não-exigida da veracidade da Palavra 
de Deus. Conforme o expressou o apóstolo Paulo: "A fé é a expectativa certa de coisas esperadas, a 
demonstração evidente de realidades, embora não observadas. Pela fé percebemos que os sistemas de coisas 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
13 
foram postos em ordem pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se observa veio a existir das coisas 
que não aparecem." (He 11:1, 3) "Estamos andando pela fé, não pela vista." — 2Co 5:7. 
Isto não significa que a fé cristã não tenha qualquer base no que pode ser visto, ou que ela trate apenas 
de intangíveis. Mas é verdade que, em todo período e época, sempre houve ampla evidência contemporânea 
ao redor das pessoas, bem como nelas mesmas e em suas próprias experiências, que as podia convencer de 
que a Bíblia é a verdadeira fonte de revelação divina e que ela não contém nada que não se harmonize com 
fatos demonstráveis. (Ro 1:18-23) O conhecimento do passado à luz das descobertas arqueológicas é 
interessante e apreciado, mas não é vital. O conhecimento do passado à luz da Bíblia é, por si só, essencial e 
solidamente fidedigno. A Bíblia, com ou sem a arqueologia, dá verdadeiro significado ao presente e ilumina 
o futuro. (Sal 119:105; 2Pe 1:19-21) Na realidade, é fraca a fé que precisa depender de tijolos que se 
desintegram, de vasos quebrados e de muros desmoronantes, para sustentá-la e servir-lhe de muleta. 
Incertezas subjacentes às conclusões. Embora as descobertas arqueológicas às vezes tenham fornecido 
uma resposta conveniente para refutar os que fizeram reparos aos relatos bíblicos ou que criticaram a 
historicidade de certos eventos, e embora tais achados tenham ajudado a desanuviar a mente de pessoas 
sinceras que ficaram impressionadas demais com os argumentos de tais críticos, ainda assim, a arqueologia 
não silenciou os críticos da Bíblia, nem é ela um alicerce realmente sólido para se basear a crença no registro 
da Bíblia. As conclusões tiradas da maioria das escavações feitas dependem, mormente, do raciocínio 
dedutivo e indutivo dos investigadores, os quais, um tanto parecidos a detetives, reúnem as provas do caso a 
favor do qual argúem. Até mesmo em tempos modernos, embora os detetives possam descobrir e reunir um 
impressionante conjunto de evidências circunstanciais e materiais, qualquer caso alicerçado puramente em 
tais evidências, se não dispuser do depoimento de testemunhas dignas de crédito, diretamente relacionadas 
com o assunto em pauta, será considerado fraquíssimo, se levado a um tribunal. Decisões baseadas 
unicamente em tal evidência têm resultado em crassos erros e injustiças. Isso se deve dar ainda mais quando 
há um intervalo de 2.000 ou 3.000 anos entre os investigadores e o tempo da ocorrência. 
Um paralelo similar é feito pelo arqueólogo R. J. C. Atkinson, que diz: "Basta apenas pensar em quão 
difícil seria a tarefa dos futuros arqueólogos, se tivessem de reconstruir os rituais, os dogmas e a doutrina das 
Igrejas Cristãs a partir somente das ruínas de igrejas, sem a ajuda de qualquer registro escrito ou inscrição. 
Temos, assim, a situação paradoxal de que a arqueologia, o único método de investigação do passado do 
homem na ausência de registros escritos, torna-se cada vez menos eficaz como meio de inquirição quanto 
mais ela se aproxima daqueles aspectos da vida humana que são os mais especificamente humanos." — 
Stonehenge, Londres, 1956, p. 167. 
Complicando ainda mais o assunto, há o fato de que, em adição à sua óbvia incapacidade de conseguir 
mais do que uma aproximação no que tange a colocar em foco o passado remoto, e apesar de seus esforços 
de manter um ponto de vista puramente objetivo ao considerar a evidência que escavam, os arqueólogos, 
como os demais cientistas, não obstante estão sujeitos a falhas humanas, e a inclinações e ambições pessoais, 
que podem estimular raciocínios falíveis. Indicando o problema, o professor W. F. Albright comenta: "Por 
outro lado, há perigo em se procurar novas descobertas e novos pontos de vista às custas de trabalho mais 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
14 
sólido, feito anteriormente. Isto se dá, em especial, em campos como a arqueologia e a geografia bíblicas, 
onde o domínio dos instrumentos e dos métodos de investigação é tão árduo, que existe sempre uma tentação 
de negligenciaro método sólido, substituindo o trabalho lento e mais sistemático por combinações espertas e 
palpites brilhantes." — The Westminster Historical Atlas to the Bible (Atlas Histórico da Bíblia, de 
Westminster), editado por G. E. Wright, 1956, p. 9. 
Diferenças na datação. É importante compreender isto ao se considerar as datas propostas pelos 
arqueólogos com respeito às suas descobertas. Ilustrando isto, Merrill F. Unger diz: "Por exemplo, Garstang 
data a queda de Jericó em c. 1400 a.C. . . .; Albright apóia a data de c. 1290 a.C. . . .; Hugues Vincent, 
famoso arqueólogo palestino, sustenta a data de 1250 a.C. . . .; ao passo que H. H. Rowley considera Ramsés 
II como o Faraó da Opressão, e o Êxodo como tendo ocorrido sob seu sucessor, Marnipta [Mernepta] por 
volta de 1225 a.C." (Archaeology and the Old Testament, p. 164, n. 15) Ao passo que argumenta a favor da 
fidedignidade do processo e da análise arqueológicos modernos, o Professor Albright reconhece que "ainda é 
dificílimo para o não-especialista achar seu caminho por entre as datas e as conclusões conflitantes dos 
arqueólogos". — The Archaeology of Palestine, p. 253. 
É verdade que o relógio de radiocarbono tem sido empregado, junto com outros métodos modernos, 
para datar os artefatos encontrados. Sem embargo, que este método não é inteiramente exato é evidenciado 
pela seguinte declaração, feita por G. Ernest Wright, em The Biblical Archaeologist (1955, p. 46): "Pode-se 
notar que o novo método do Carbono 14, de datar restos antigos, não resultou ser tão isento de erros como se 
esperava. . . . Certas medições produziram resultados obviamente errados, provavelmente por vários motivos. 
No momento, só se pode confiar nos resultados, sem opor dúvida, depois de se terem feito várias medições 
que forneceram resultados virtualmente idênticos, e quando a data parece ser correta à base de outros 
métodos de computação [o grifo é nosso]." Mais recentemente, The New Encyclopædia Britannica 
(Macropædia [A Nova Enciclopedia Britânica], 1976, Vol. 5, p. 508) declarou: "Qualquer que seja a causa, . 
. . é evidente que falta às datas fornecidas pelo carbono-14 a exatidão que historiadores tradicionais 
gostariam de ter." 
Valor relativo das inscrições. Descobriram-se e estão sendo interpretadas milhares e milhares de 
inscrições antigas. Albright declara: "Os documentos escritos constituem, sem comparação, o único mais 
importante conjunto de materiais descobertos pelos arqueólogos. Por isso, é extremamente importante obter 
uma idéia clara de seu caráter e de nossa capacidade de interpretá-los." (The Westminster Historical Atlas to 
the Bible, p. 11) Podem ter sido escritos em cacos de cerâmica, em tabuinhas de argila, em papiro ou podem 
ter sido esculpidos em granito. Seja qual for o material, as informações que transmitem ainda devem ser 
pesadas e testadas quanto à sua fidedignidade e seu valor. Erros ou patentes falsidades podem ser e foram, 
com freqüência, assentados por escrito em pedra, bem como em papel. 
Como ilustração, o registro bíblico declara que o Rei Senaqueribe, da Assíria, foi morto por seus dois 
filhos, Adrameleque e Sarezer, e foi sucedido no trono por outro filho, Esar-Hadom. (2Rs 19:36, 37) 
Todavia, uma crônica babilônica declarava que, no 20.° dia de tebete, Senaqueribe foi morto por seu filho 
numa revolta. Tanto Beroso, sacerdote babilônio do terceiro século antes de Cristo, como Nabonido, rei 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
15 
babilônio do sexto século AEC, em seus escritos, forneceram o mesmo relato, no sentido de que Senaqueribe 
foi assassinado por apenas um de seus filhos. No entanto, num mais recentemente descoberto fragmento do 
Prisma de Esar-Hadom, o filho que sucedeu Senaqueribe, Esar-Hadom declara especificamente que seus 
irmãos (plural) se revoltaram e mataram seu pai, e então fugiram. Comentando isto, Philip Biberfeld, em 
Universal Jewish History (História Universal Judaica; 1948, Vol. I, p. 27), diz: "A Crônica Babilônica, 
Nabonido e Beroso estavam equivocados; apenas o relato da Bíblia mostrou ser correto. Foi confirmado em 
todos os mínimos pormenores pela inscrição de Esar-Hadom e mostrou ser mais exato no tocante a este 
evento da história assírio-babilônica do que as próprias fontes babilônicas. Trata-se dum fato de suma 
importância para a avaliação até mesmo de fontes contemporâneas que não concordam com a tradição 
bíblica." 
Problemas de decifração e de tradução. Há também necessidade de devida cautela por parte do cristão 
quanto a aceitar, sem questionar, a interpretação dada a muitas inscrições encontradas em diversas línguas 
antigas. Em alguns casos, como o da Pedra de Roseta e da Inscrição de Behistun, propiciou-se aos 
decifradores de línguas considerável visão de uma língua antes desconhecida, através de apresentações 
paralelas desta língua junto com outra já conhecida. Todavia, não se deve esperar que tais ajudas solucionem 
todos os problemas ou permitam pleno entendimento da língua, com todos os matizes de significados e 
expressões idiomáticas. Até mesmo a compreensão das línguas bíblicas básicas, o hebraico, o aramaico e o 
grego, progrediu consideravelmente em tempos recentes, e essas línguas ainda se acham em estudo. Quanto à 
inspirada Palavra de Deus, podemos corretamente esperar que o Autor da Bíblia nos habilite a obter o 
entendimento certo de sua mensagem mediante as traduções disponíveis em línguas modernas. Isto não se 
dá, porém, com os escritos não-inspirados de nações pagãs. 
Ilustrando esta necessidade de cautela, e também manifestando de novo que um enfoque objetivo dos 
problemas existentes em decifrar inscrições antigas freqüentemente não é tão destacado como se poderia 
pensar, o livro O Segredo dos Hititas, de C. W. Ceram, contém a seguinte informação a respeito de 
destacado assiriologista que trabalhou na decifração da língua "hitita" (1959, tradução de M. Amado, pp. 
106-112): "Sua obra é absolutamente fenomenal: uma brilhante miscelânea de equívocos extravagantes e 
notáveis percepções. . . . Alguns de seus erros eram sustentados por argumentos tão convincentes que 
décadas de estudos foram necessárias para suplantá-los. Seus engenhosos raciocínios baseavam-se em tal 
riqueza de erudição filológica que não se tornava coisa fácil separar o joio do trigo." O escritor descreve 
então a forte obstinação deste perito quanto a qualquer modificação de suas descobertas; após muitos anos, 
ele, por fim, concordou em fazer algumas alterações — apenas para mudar justamente as leituras que, mais 
tarde, mostraram ser as corretas! Ao relatar a disputa violenta, cheia de recriminações pessoais, que surgiu 
entre este perito e outro decifrador da escrita cuneiforme "hitita", o autor declara: "Contudo, o próprio 
fanatismo que produz tais disputas é uma necessária força motivadora para que os sábios façam descobertas." 
Por isso, embora o tempo e o estudo tenham eliminado muitos erros no entendimento das inscrições antigas, 
faremos bem em compreender que investigações posteriores provavelmente resultarão em correções 
adicionais. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
16 
A preeminência da Bíblia como a fonte de conhecimento fidedigno, de informações verídicas e de 
orientação segura, é destacada por esses fatos. Como conjunto de documentos escritos, a Bíblia fornece-nos 
o quadro mais claro do passado do homem, e chegou até nós, não por escavações, mas por ter sido 
preservada pelo seu Autor: Deus. É "viva e exerce poder" (He 4:12) e é a "palavra do Deus viventee 
permanecente". "Toda a carne é como a erva, e toda a sua glória é como flor da erva; a erva se resseca e a 
flor cai, mas a declaração do Senhor permanece para sempre." — 1Pe 1:23-25.
2
 
 
 
 
 
Capítulo II 
ARQUEOLOGIA E CONFIRMAÇÃO BÍBLICA 
 
Chama-se Arqueologia Bíblica o estudo científico de restos e achados históricos, especificamente, da 
Bíblia e relativos às religiões judaica e cristã. Os relatos das peregrinações cristãs datadas, aproximadamente, 
do século IV, constituem a única fonte de informação sobre sítios arqueológicos bíblicos até o século XIX, 
quando teve início a moderna exploração histórica na Palestina. 
―Dentro da ciência da arqueologia, que rapidamente se desenvolve, o estudo especial da ‗arqueologia 
bíblica‘ seleciona aquele material remanescente da Palestina e países limítrofes que se relaciona com o 
período bíblico e sua narrativa. Esse material inclui o resto de edifícios, artes, inscrições e qualquer artefato 
que ajude a compreender a história, a vida e os costumes dos hebreus e daqueles povos que, à semelhança 
dos egípcios, fenícios, sírios, assírios e babilônios, entraram em contato com eles e puderam influenciá-los. 
O interesse pelos lugares e tempos mencionados na Bíblia proveu o incentivo inicial para muitas das 
primeiras escavações, e o quadro lato do pano de fundo histórico, religioso e ético da Bíblia, atualmente 
possuído devido às descobertas arqueológicas muito tem contribuído para explicar, ilustrar e, algumas vezes, 
corroborar as declarações bíblicas e contradizer teorias insuficientemente baseadas nos fatos.‖
3
 
 
A Arqueologia Confirma o AT 
A arqueologia é um campo de estudo de base muito mais sólida do que a alta crítica. Os 
arqueólogos, por escavarem os restos de civilizações passadas, aumentaram de muitas maneiras nosso 
entendimento sobre como as coisas eram nos tempos antigos. Por isso, não surpreende que o registro 
arqueológico repetidas vezes se harmonize com o que lemos na Bíblia. Ocasionalmente, a arqueologia até 
mesmo tem vindicado a Bíblia perante os críticos dela. 
A Identidade de Belsazar. Um exemplo interessante de como a arqueologia às vezes chega mesmo a 
vindicar a Bíblia perante seus críticos é o caso da identidade de Belsazar. Segundo o livro de Daniel, o 
 
2
 Estudo Perspicaz da Escrituras, vol. 1, art. “Arqueologia”. 
3
 J. D. Douglas, O Novo Dicionário da Bíblia, art. “Arqueologia”. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
17 
último governante de Babilônia, antes de esta cair diante dos persas, era chamado Belsazar. (Daniel 5:1-30) 
Visto que, fora da Bíblia, não parecia haver nenhuma menção de Belsazar, levantou-se a acusação de que a 
Bíblia estava errada e que este homem nunca existiu. Mas, no século 19, em algumas ruínas no sul do Iraque, 
descobriram-se diversos cilindros pequenos, com inscrições cuneiformes. Verificou-se que incluíam orações 
pela saúde do filho mais velho de Nabonido, rei de Babilônia. O nome deste filho? Belsazar. 
Portanto, existia um Belsazar! Mas, será que ele era rei por ocasião da queda de Babilônia? A maioria 
dos documentos encontrados subseqüentemente referiam-se a ele como filho do rei, príncipe herdeiro. Mas 
um documento cuneiforme descrito como o ―Relato Versificado de Nabonido‖ lançou mais luz sobre a 
verdadeira posição de Belsazar. Relatou: ―Ele [Nabonido] confiou o ‗Acampamento‘ ao seu (filho) mais 
velho, o primogênito, as tropas em toda a parte no país ele mandou pôr sob (o comando) dele. Largou (tudo), 
confiou-lhe o reinado.‖
8
 De modo que se confiou o reinado a Belsazar. Certamente, para todos os fins e 
objetivos, isso fez dele um rei! Este relacionamento entre Belsazar e seu pai, Nabonido, explica por que 
Belsazar, durante aquele banquete final em Babilônia, ofereceu fazer de Daniel o terceiro governante no 
reino. (Daniel 5:16) Visto que Nabonido era o primeiro governante, o próprio Belsazar era apenas o segundo 
governante de Babilônia. 
Salomão e Moabe. De fato, muitas descobertas arqueológicas demonstram a exatidão histórica da 
Bíblia. Por exemplo, a Bíblia relata que, depois de o Rei Salomão ter assumido o reinado de seu pai, Davi, 
Israel usufruiu grande prosperidade. Lemos: ―Judá e Israel eram muitos, em multidão, iguais aos grãos de 
areia junto ao mar, comendo e bebendo, e alegrando-se.‖ (1 Reis 4:20) Em apoio desta declaração, lemos: ―A 
evidência arqueológica revela que houve uma explosão populacional em Judá durante e depois do décimo 
século a.C., quando a paz e a prosperidade trazidas por Davi tornaram possível construir muitas cidades 
novas.‖ 
Mais tarde, Israel e Judá tornaram-se duas nações, e Israel conquistou a vizinha terra de Moabe. Em 
certa ocasião, Moabe, sob o Rei Mesa, revoltou-se, e Israel formou uma aliança com Judá e com o vizinho 
reino de Edom, para guerrear contra Moabe. (2 Reis 3:4-27) Notavelmente, em 1868, em Jordão, descobriu-
se uma estela (uma esculpida laje de pedra), inscrita na língua moabita com o relato do próprio Mesa sobre 
este conflito. 
Daí, no ano 740 AEC, Deus permitiu que o rebelde reino setentrional de Israel fosse destruído pelos 
assírios. (2 Reis 17:6-18) Falando sobre o relato bíblico deste evento, a arqueóloga Kathleen Kenyon 
comenta: ―Poder-se-ia suspeitar que parte disso fosse uma hipérbole.‖ Mas, será que é? Ela acrescenta: ―A 
evidência arqueológica da queda do reino de Israel é quase mais vívida do que a do registro bíblico. . . . A 
completa obliteração das cidades israelitas de Samaria e Hazor, e a acompanhante destruição de Megido, é a 
evidência arqueológica fatual de que o escritor [bíblico] não exagerou.‖ 
Ainda mais tarde, a Bíblia nos conta que Jerusalém, sob o Rei Joaquim, foi sitiada pelos babilônios e foi 
tomada. Este evento está registrado na Crônica Babilônica, uma tabuinha cuneiforme descoberta pelos 
arqueólogos. Lemos nela: ―O rei de Acade [Babilônia] . . . sitiou a cidade de Judá (iahudu) e o rei tomou a 
cidade no segundo dia do mês de adaru.‖ Joaquim foi levado a Babilônia e encarcerado. Mais tarde, porém, 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
18 
segundo a Bíblia, ele foi solto da prisão e deu-se-lhe uma subsistência alimentar. (2 Reis 24:8-15; 25:27-30) 
Isto é apoiado por documentos administrativos encontrados em Babilônia, que alistam as rações dadas a 
―Yaukîn, rei de Judá‖. 
Referente à relação entre a arqueologia e os relatos históricos da Bíblia, o Professor David Noel 
Freedman comentou: ―Em geral, porém, a arqueologia tende a apoiar a validez histórica da narrativa bíblica. 
O amplo esboço cronológico, desde os patriarcas até os tempos do N[ovo] T[estamento], correlaciona-se 
com os dados arqueológicos. . . . Descobertas adicionais provavelmente confirmarão a atual posição 
moderada, de que a tradição bíblica tem raízes históricas, e foi fielmente transmitida, embora não seja 
história no sentido crítico ou científico.‖ 
A Queda de Jericó. Significa isso que a arqueologia concorda com a Bíblia em todos os casos? Não, 
pois há diversos desacordos. Um deles é a conquista dramática de Jericó, descrita no início deste capítulo. 
Segundo a Bíblia, Jericó foi a primeira cidade conquistada por Josué, quando conduziu os israelitas à terra de 
Canaã. A cronologia bíblica indica que a cidade caiu na primeira metade do século 15 AEC. Depois da 
conquista, Jericó foi completamente queimada e foi deixada desabitada por centenas de anos. — Josué 6:1-
26; 1 Reis 16:34. 
Antes da Segunda Guerra Mundial, o Professor John Garstangescavou o sítio que se acreditava ser 
Jericó. Ele descobriu que a cidade era bem antiga, e que ela havia sido destruída e reconstruída muitas vezes. 
Garstang constatou que, durante uma destas destruições, os muros desabaram como que num terremoto, e a 
cidade foi completamente queimada. Garstang achava que isso ocorreu por volta de 1400 AEC, não muito 
longe da data indicada pela Bíblia para a destruição de Jericó por Josué. 
Depois da guerra, a arqueóloga Kathleen Kenyon fez escavações adicionais em Jericó. Ela chegou à 
conclusão de que os muros desmoronados, identificados por Garstang, datavam de centenas de anos antes do 
que ele pensava. Ela, de fato, identificou uma grande destruição de Jericó no século 16 AEC, mas disse que 
não havia cidade no lugar de Jericó durante o século 15 — quando a Bíblia diz que Josué invadiu a terra. Ela 
passa então a relatar possíveis indícios de outra destruição que poderia ter ocorrido no lugar em 1325 AEC, e 
sugere: ―Se a destruição de Jericó há de ser associada com uma invasão sob Josué, esta [última] data é a 
sugerida pela arqueologia.‖ 
Significa isso que a Bíblia está errada? De modo algum. Temos de lembrar-nos que, ao passo que a 
arqueologia nos oferece uma janela para o passado, esta janela nem sempre oferece uma vista clara. Às vezes 
está decididamente fosca. Conforme observou um comentador: ―A evidência arqueológica, infelizmente, é 
fragmentária, e, portanto, limitada.‖ Isto se dá especialmente com os primeiros períodos da história israelita, 
quando a evidência arqueológica não é clara. De fato, a evidência é menos clara em Jericó, visto que o sítio 
sofreu grande erosão. 
As Limitações da Arqueologia. Os próprios arqueólogos admitem as limitações da sua ciência. Por 
exemplo, Yohanan Aharoni explica: ―Quando se trata de interpretação histórica ou histórico-geográfica, o 
arqueólogo sai do domínio das ciências exatas, e precisa depender de critérios e hipóteses para chegar a um 
quadro histórico compreensivo.‖ Sobre as datas atribuídas a diversas descobertas, ele acrescenta: ―Sempre 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
19 
devemos lembrar, portanto, que nem todas as datas são absolutas e são em variados graus suspeitas‖, embora 
ele ache que os arqueólogos de hoje podem ter mais confiança nas suas datas do que os do passado. 
O Mundo do Antigo Testamento faz a pergunta: ―Quão objetivo ou realmente científico é o método 
arqueológico?‖ Responde: ―Os arqueólogos são mais objetivos quando desenterram os fatos, do que quando 
os interpretam. Mas, as suas preocupações humanas afetam também os métodos que usam ao ‗escavar‘. Não 
podem deixar de destruir sua evidência ao cavarem através de camadas de terra, de modo que nunca podem 
testar suas ‗experiências‘ por repeti-las. Isto torna a arqueologia ímpar entre as ciências. Além disso, torna a 
reportagem arqueológica uma tarefa muito difícil e cheia de armadilhas.‖ 
De modo que a arqueologia pode ser muito útil, mas, assim como qualquer outro empreendimento 
humano, é falível. Ao passo que consideramos com interesse as teorias arqueológicas, nunca devemos 
encará-las como verdades incontestáveis. Quando os arqueólogos interpretam seus achados dum modo que 
contradiz a Bíblia, não devemos automaticamente presumir que a Bíblia esteja errada e que os arqueólogos 
estejam certos. Sabe-se que as interpretações deles têm mudado. 
É de interesse notar que o Professor John J. Bimson, em 1981, examinou de novo a questão da 
destruição de Jericó. Estudou de perto a ocorrência da destruição ardente de Jericó, a qual — segundo 
Kathleen Kenyon — ocorreu em meados do século 16 AEC. Segundo ele, a destruição não somente se ajusta 
ao relato bíblico da destruição da cidade por Josué, mas o quadro arqueológico de Canaã, como um todo, 
enquadra-se perfeitamente na descrição bíblica de Canaã quando foi invadido pelos israelitas. Por isso, ele 
sugere que a datação arqueológica está errada e propõe que esta destruição realmente ocorreu em meados do 
século 15 AEC, durante a vida de Josué.
 4
 
 
Evidências Arqueológicas Confirmam o NT 
As descobertas arqueológicas também têm ilustrado e confirmado aquilo que lemos nas Escrituras do 
Novo Testamento. Assim, em 1961, o nome de Pôncio Pilatos foi encontrado numa inscrição nas ruínas dum 
teatro romano em Cesaréia.
16
 Até esta descoberta, havia apenas evidência limitada, à parte da própria Bíblia, 
da existência deste governante romano. 
No Evangelho de Lucas, lemos que João Batista iniciou seu ministério ―quando . . . Lisânias era 
governante distrital de Abilene‖. (Lucas 3:1) Alguns duvidaram desta declaração, por Josefo mencionar um 
Lisânias que governou Abilene e que morreu em 34 AEC, muito antes do nascimento de João. No entanto, os 
arqueólogos descobriram uma inscrição em Abilene que menciona outro Lisânias, que era tetrarca 
(governante distrital) durante o reinado de Tibério, que governou como César em Roma quando João iniciou 
seu ministério.
17
 Este facilmente pode ter sido o Lisânias mencionado por Lucas. 
Lemos em Atos que Paulo e Barnabé foram enviados para fazer uma obra missionária em Chipre e que 
ali encontraram um procônsul chamado Sérgio Paulo, ―homem inteligente‖. (Atos 13:7) Em meados do 
século 19, em escavações feitas em Chipre, descobriu-se uma inscrição datando de 55 EC, a qual menciona 
 
4
 A Bíblia Palavra de Deus ou de Homem? págs. 43-53. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
20 
este mesmo homem. Sobre isso diz o arqueólogo G. Ernest Wright: ―Esta é a única referência que temos a 
este procônsul, fora da Bíblia, e é interessante que Lucas nos forneça seu nome e título corretos.‖ 
Durante a estada de Paulo em Atenas, ele disse que havia observado um altar dedicado ―A um Deus 
Desconhecido‖. (Atos 17:23) Em outras partes do território do Império Romano descobriram-se altares 
dedicados em latim a deuses anônimos. Um deles foi encontrado em Pérgamo, com uma inscrição em grego, 
como seria o caso em Atenas. 
Mais tarde, enquanto Paulo estava em Éfeso, sofreu oposição violenta por parte dos prateiros, cujo 
rendimento provinha da fabricação de santuários e imagens da deusa Ártemis. Éfeso era chamada de 
―guardiã do templo da grande Ártemis‖. (Atos 19:35) Em harmonia com isso, descobriram-se diversas 
estatuetas de Ártemis, de terracota e de mármore, no lugar da antiga Éfeso. No último século, escavaram-se 
os restos do próprio enorme templo.
5
 
A Fidedignidade da Bíblia. Isto ilustra o fato de que os arqueólogos muitas vezes divergem entre si. 
Portanto, não surpreende que alguns discordem da Bíblia, ao passo que outros concordam com ela. Não 
obstante, alguns eruditos estão chegando a respeitar a historicidade da Bíblia de modo geral, se não em todos 
os pormenores. William Foxwell Albright representava uma escola de pensamento quando escreveu: ―Tem 
havido um retorno geral ao apreço da exatidão da história religiosa de Israel, tanto no aspecto geral como nos 
pormenores fatuais. . . . Em suma, agora podemos novamente tratar a Bíblia do começo ao fim como 
documento autêntico de história religiosa.‖ 
De fato, a própria Bíblia leva o marco de história exata. Os acontecimentos estão relacionados com 
tempos e datas específicos, dessemelhantes dos da maioria dos antigos mitos e lendas. Muitos 
acontecimentos registrados na Bíblia são apoiados por inscrições que datam daqueles tempos. Onde ocorre 
uma diferença entre a Bíblia e alguma inscrição antiga, a discrepância freqüentementepode ser atribuída à 
aversão dos antigos governantes de registrar suas próprias derrotas, e ao seu desejo de magnificar os seus 
êxitos. 
Deveras, muitas daquelas antigas inscrições são mais propaganda oficial do que história. Em contraste, 
os escritores bíblicos demonstram uma rara franqueza. Principais personagens ancestrais, tais como Moisés e 
Arão, são revelados em todas as suas fraquezas e em seus pontos fortes. Até mesmo as falhas do grande rei 
Davi são reveladas com honestidade. As faltas da nação como um todo são repetidas vezes expostas. Este 
candor recomenda as Escrituras Hebraicas como verazes e fidedignas, e dá peso às palavras de Jesus, que 
disse, ao orar a Deus: ―A tua palavra é a verdade.‖ João 17:17. 
Albright prosseguiu: ―De qualquer modo, a Bíblia sobreleva-se em conteúdo a toda a primitiva literatura 
religiosa; e sobreleva-se de modo igualmente impressionante a toda a literatura subseqüente na simplicidade 
direta da sua mensagem e na catolicidade [alcance abrangente] do interesse que desperta em homens de todas 
as terras e tempos.‖ É esta ‗mensagem sobrelevante‘, em vez de o testemunho de eruditos, que prova a 
inspiração da Bíblia, conforme veremos em capítulos posteriores. Mas, notemos neste respeito que os 
 
5
 A Bíblia Palavra de Deus ou de Homem? págs. 63-65. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
21 
pensadores racionalistas modernos deixaram de provar que as Escrituras Hebraicas não são história verídica, 
ao passo que estes próprios escritos fornecem toda a evidência de serem exatos.
6
 
 
 
 
 
 
Capítulo III 
DESCOBERTAS MAIS EXPRESSIVAS DA ARQUEOLOGIA BÍBLICA 
 
―A Arqueologia provê uma amostra de antigas ferramentas, vasos, muros, prédios, armas e 
adornos. A maioria destes pode ser posta em ordem cronológica e, com segurança, identificada com 
termos apropriados e contextos contidos na Bíblia. Neste sentido, a Bíblia preserva com exatidão, em 
forma escrita, seu antigo ambiente cultural. Os pormenores das histórias bíblicas não são o produto 
fantasioso da imaginação dum autor, mas antes, são reflexos autênticos do mundo no qual ocorreram 
os eventos registrados, desde os seculares até os miraculosos.‖
7
 
 
Manuscritos do Mar Morto 
Uma das grandes descobertas da arqueologia bíblica deu-se em meados do século XX, quando foram 
encontrados os manuscritos do mar Morto. Em couro e papiro, esses documentos são de inestimável valor 
para o estudo do ambiente judaico pré-cristão. 
Sob o nome de manuscritos do mar Morto tornaram-se conhecidos os documentos descobertos em 1947 
em grutas e ruínas do território da Jordânia. As jarras de cerâmica que continham os rolos escritos de couro e 
papiro foram encontradas por Mohamed al-Dib, um pastor de 15 anos, na região de Khirbet Qumran, cerca 
de dois quilômetros a noroeste do mar Morto. Nas décadas de 1950 e 1960, em áreas próximas, descobriram-
se outros documentos que também ficaram conhecidos com o mesmo nome. 
Especialistas de várias nacionalidades dedicaram-se a decifrar os manuscritos. Segundo a hipótese mais 
aceita, eles foram postos nas 11 grutas de Qumran por membros da seita judaica dos essênios, que ali 
viveram de meados do século II a.C. até 68 da era cristã, e cuja existência é mencionada pelos historiadores 
Flávio Josefo, Tácito e Plínio. Os documentos teriam sido enterrados durante a guerra dos judeus contra os 
romanos, no ano 70 da era cristã, para serem mais tarde recuperados. Além dos rolos contidos em ânforas -- 
mais de 600, entre textos bíblicos e não-bíblicos, alguns em bom estado de conservação -- descobriram-se 
numerosos utensílios, moedas, tecidos etc., e uma vasta necrópole com mais de mil túmulos. 
Muitos documentos foram adquiridos por museus e bibliotecas de diversos países, e alguns dos mais 
valiosos encontram-se na Universidade Hebraica de Jerusalém. Os especialistas em geral concordam em 
 
6
 A Bíblia Palavra de Deus ou de Homem? págs. 53-54. 
7
 The Archaelogical Encyclopedia of the Holy Land. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
22 
datá-los de meados do século III a.C. a 68 da era cristã, a maior parte deles escritos durante os séculos I a.C. 
e I da era cristã. Com exceção do livro de Ester, todos os do cânon judaico-palestino foram encontrados em 
Qumran. 
Os mais importantes dentre os manuscritos são: um rolo do livro de Isaías, em excelente estado de 
conservação, com cerca de duas mil variantes do texto aceito pela exegese hebraica; uma paráfrase livre, em 
aramaico, do Gênesis; uma tradução aramaica do livro de Jó, com apenas 38 colunas parcialmente 
conservadas; 13 manuscritos com textos dos profetas e salmos, incluindo referências históricas à vida da 
comunidade; vários livros apócrifos judaicos, como o Livro dos jubileus, o Livro de Enoc, os Testamentos de 
Levi e Neftali, com a tradução em hebraico ou aramaico de obras até então só conhecidas em traduções 
gregas ou etíopes; a Regra da comunidade ou Manual de disciplina, da qual está completo um manuscrito 
que mistura doutrina teológica com prescrições práticas; a Regra da congregação, que determina 
especialmente a precedência entre o Messias sacerdotal e o Messias militar e político; e A guerra dos filhos 
da luz contra os filhos da treva, que prevê o massacre de todos os pagãos e judeus estranhos à comunidade. 
 
 
Fragmento dos manuscritos do Mar Morto, 
documentos do primórdio do cristianismo. 
 
Pedra de Rosetta 
Nome pelo qual é conhecido o fragmento de basalto negro, encontrado nas proximidades da 
cidade de Rosetta, no Baixo Egito, em 1799. Permitiu ao francês Jean-François de Champollion decifrar a 
escrita hieroglífica, em 1822. Encontra-se no Museu Britânico. 
AArrqquueeoollooggiiaa 
 
 
II
nn
ss
tt
ii
tt
uu
tt
oo
 
dd
ee
 
FF
oo
rr
mm
aa
çç
ãã
oo
 
ee
 
EE
dd
uu
cc
aa
çç
ãã
oo
 
TT
ee
oo
ll
óó
gg
ii
cc
aa
 
––
 
ww
ww
ww
..
ii
ff
ee
tt
ee
..
ee
dd
uu
..
bb
rr
 
23 
 
A Pedra de Rosetta, fragmento 
de uma estela de basalto negro 
que permitiu a decifração dos 
hieróglifos (Museu Britânico, Londres) 
 
 
Obelisco de Salmanasar 
Salmanasar III foi rei da Assíria de 859 a 825 a.C. Filho e sucessor de Assur-Nasirpal II, consolidou e 
ampliou o segundo império assírio com a conquista da Síria e do Urartu. Tornou-se conhecido por sua 
crueldade. O fim de seu reinado foi marcado pela disputa de poder entre seus herdeiros, que levou a uma 
guerra civil. 
Como seu pai, Assurbanipal II, Salmanasar utilizou também o obelisco em vez de estelas para narrar 
com relevos figurados e textos apropriados suas empresas militares. Obelisco é um monumento vertical 
alongado e quadrangular construído sobre um pedestal e que apresenta o formato de pirâmide ou cone em 
sua parte superior. No antigo Egito, costumavam ser erguidos em duplas, cercando a entrada dos túmulos ou 
dos templos, e estavam associados, na maioria das vezes, ao culto do Sol. 
O mais conhecido é o Obelisco Negro (2,02 m; Museu Britânico), chamado popularmente assim devido 
à cor do seu alabastro. Ele apresenta sobre cada um de seus quatros ladros cinco quadros em relevo com a 
representação de cenas de vassalagem de diversos reis e Estados submetidos e entrega de tributos forçados 
(barras de metal, marfim, madeira, objetos manufaturados e animais domésticos ou selvagens, entre outros). 
Num desses quadros aparece a entrega do tributo israelita, no tempo do rei Jeú, da casa

Continue navegando