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SP4 - Pelo menos uma notícia boa Perguntas: 1. Pesquise sobre as Políticas Públicas de Saúde da Criança: a. Rede Mãe Paranaense A Rede Mãe Paranaense propõe a organização da atenção materno-infantil nas ações do pré-natal e puerpério e o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, em especial no seu primeiro ano de vida. É um conjunto de ações que envolve a captação precoce da gestante, o seu acompanhamento no pré-natal, com no mínimo 7 consultas, a realização de 17 exames, a classificação de risco das gestantes e das crianças, a garantia de ambulatório especializado para as gestantes e crianças de risco, a garantia do parto por meio de um sistema de vinculação ao hospital conforme o risco gestacional. Embora a Rede Mãe Paranaense tenha como público alvo as mulheres e crianças, é importante destacar que ações implantadas deverão promover a qualidade de vida de toda a Família Paranaense. b. Rede Cegonha A Rede Cegonha é uma estratégia lançada em 2011 pelo governo federal para proporcionar às mulheres saúde, qualidade de vida e bem estar durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida. Objetivo: reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. A proposta qualifica os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto e no puerpério (28 dias após o parto). Quais são os quatro componentes da Rede Cegonha? I - Pré-natal; II - Parto e nascimento; III - Puerpério e atenção integral à saúde da criança; e IV - Sistema logístico (transporte sanitário e regulação). Entre as ações da Rede Cegonha está a implantação de Centros de Parto Normal (CPN), onde a mulher é acompanhada por uma enfermeira obstetra ou obstetriz, num ambiente preparado para que possa exercer as suas escolhas, como se movimentar livremente, ter acesso a métodos não farmacológicos de alívio da dor. https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/rede-cegonha Um fator fundamental neste atendimento é a ambiência, com projetos arquitetônicos que buscam privilegiar cores harmônicas, conforto luminoso, térmico e acústico. Outro objetivo do CPN é reduzir cada vez mais a taxa de mortalidade materna e neonatal e as ocorrências de cesarianas desnecessárias na rede pública de saúde. c. ODMs • Lançado em 2000, durante e Cúpula do Milênio, pela Organização das Nações Unidas (ONU); • A ONU analisou os maiores problemas mundiais e decidiu propor metas para tornar o mundo melhor e mais justo até 2015. • O Brasil, junto com líderes de 190 nações, é signatário desse pacto, que visa cumprir oito iniciativas, conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Objetivos: 1. Acabar com a fome e com a miséria; 2. Educação Básica de qualidade para todos; 3. Igualdade entre os sexos e valorização da mulher; 4. Reduzir a mortalidade infantil; 5. Melhorar a saúde das gestantes; 6. Combater a AIDS, a malária e outras doenças; 7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; 8. Todo mundo trabalhando para o desenvolvimento. RESULTADOS: De 1990 a 2015: • 500 milhões de pessoas fora da extrema pobreza; • 300 milhões de pessoas fora da fome; • Evitar que 30 milhões de crianças morram antes dos 5 cinco anos de idade. • O Brasil já alcançou tanto as metas internacionais quanto as metas nacionais de redução da extrema pobreza e da fome; • A pobreza extrema no Brasil hoje é menos de um quinto comparado a 1990; • A porcentagem de crianças desnutridas já é menor do que o tolerável segundo a Organização Mundial da Saúde; • O Nordeste ainda é a região mais pobre do país, mas a desnutrição infantil já está próxima das regiões mais desenvolvidas. 2. Como o ECA influencia na diminuição dos índices de violência infantil? A Lei nº 8.069, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), foi criada em 13 de julho de 1990. A norma que dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente é bastante famosa no mundo inteiro, pela amplitude de seus preceitos e pela forma como protege nossas crianças. A Constituição Federal estabeleceu a família, a sociedade e o Estado como responsáveis pela formação e estruturação dos indivíduos, conforme dispõe o artigo 227: Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. É o reconhecimento das crianças e dos adolescentes como sujeitos de direitos protegidos pela lei. A importância do ECA deriva exatamente disso: reafirmar a proteção de pessoas que vivem em períodos de intenso desenvolvimento psicológico, físico, moral e social. Conforme dispõe o artigo 131 do ECA, Conselho Tutelar é o órgão que possui o dever de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Para que isso seja possível, são funções dos conselheiros, dentre outras: ● Atender as crianças e adolescentes cujos direitos foram ameaçados ou violados, bem como os menores que praticaram ato infracional; ● Atender e aconselhar os pais ou responsável (encaminhar para serviços de apoio à família, cursos de orientação, tratamentos psicológicos); ● Promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. ECA em relação a violência infantil: Art. 5º – Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Art. 18 – É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Art.130 – Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. 3. Quais são os principais indicadores e taxas de morbimortalidade infantil? A taxa de mortalidade infantil é uma estimativa do risco de uma criança morrer antes de completar seu primeiro ano de vida em determinada área e período! O risco de morte ao longo do primeiro ano de vida é uma função decrescente conforme a idade avança. A mortalidade na infância engloba a mortalidade infantil ★ Mortalidade infantil: do nascimento até 1 ano ★ Mortalidade na infância: do nascimento até 4 anos A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) estima o risco de um indivíduo morrer em seu primeiro ano de vida, tem o potencial de subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações da atenção ao pré-natal e ao parto, sendo um indicador utilizado para a avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico da população Número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, em determinado espaço geográfico, no ano considerado. A mortalidade infantil compreende a soma dos óbitos ocorridos nos períodos neonatal precoce (0-6 dias de vida), neonatal tardio (7-27 dias) e pós-neonatal (28 dias e mais). Causas da mortalidade em Período neonatal - 28 dias de vida - Relacionadas com as condições da gestação e do parto - Influenciadas pela qualidade da ASSISTÊNCIA ao pré-natal e ao parto Causas da mortalidade em Período pós-neonatal - de 1 mês de vida até 1 ano - Se relacionam com as condições SOCIOECONÔMICAS e AMBIENTAIS (nutrição e agentes infecciosos). Políticas públicas no Brasil ● Programa materno infantil - 1975 ● Programa ampliado de imunização - 1975 ● Programa nacional de incentivo ao Aleitamento Materno - 1981 ● Programade Atenção Integral à Saúde da Criança (PAISC) - 1984 ● Constituição Federal - 1988 ● SUS - 1990 ● Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - 1990 ● Programa de Assistência à Saúde Perinatal (PROASP) - 1991 ● Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) - 1991 ● Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) - 1992 ● Programa de Saúde da Família (PSF) - 1994 ● Estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) - 1996 ● Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) - 1999 ● Organização das Nações Unidas (ONU) - 2000 ● Método Mãe-Canguru - 2000 ● Programa Nacional de Triagem Neonatal - 2001 ● Programa Zero Fome - 2003 ● Programa Bolsa família - 2003 ● Rede Cegonha - 2011 Método de Cálculo (direto) número de óbitos de residentes com menos de um ano de idade X 1000 = número total de nascidos vivos de mães residentes Principais indicadores: 1) Acesso ao saneamento básico 2) Água de qualidade 3) Grau de instrução das pessoas 4) Avanços no campo da medicina 5) Acompanhamento de gestantes e recém-nascidos 6) Acesso ao serviço hospitalar 7) Desnutrição 8) Existência de políticas públicas 9) Conscientização sobre a importância do aleitamento materno 10) Inserção de mulheres no mercado de trabalho 11) Acesso ao serviço hospitalar 12) Acesso à métodos contraceptivos e quedas nas taxas de fecundidade e natalidade 4. Quais as doenças mais prevalentes na infância? (geral) (comparar antigamente/atualmente) a. Doenças exantemáticas (sarampo) São doenças infecciosas nas quais a erupção cutânea é a característica dominante, mas geralmente também apresentam manifestações sistêmicas. Na maioria das vezes o diagnóstico é apenas clínico. A análise do tipo de lesão, dos sinais e sintomas concomitantes e a epidemiologia permite inferir o diagnóstico etiológico sem a necessidade de exames laboratoriais. A grande maioria das doenças são viroses, mas também podem ser causadas por bactérias, outros agentes infecciosos ou não, como doenças reumatológicas. Sarampo - Rubéola - Roséola ou exantema súbito - Escarlatina - Eritema infeccioso - Varicela - Doença de Kawasaki. Exantema maculopapular: manchas vermelhas sobre elevadas na pele *Padrão mais comum de exantema* SARAMPO Exantema papulovesicular: inicia-se com máculas, depois pápulas e evoluem para vesículas (bolhas com líquido dentro que estouram), por fim viram crostas CATAPORA Exantema Petequial: Ocorrem de alterações vasculares → extravasamento sanguíneo para pele, não some a digito pressão SARAMPO Doença infecciosa, contagiosa, causada por vírus, é rara nos primeiros anos de vida. Apresenta um quadro mais grave quando há mal estado nutricional, imunológico, tipo de exposição, condições socioeconômicas. Vírus infecta via aérea, tecido pulmonar, linfócitos T e B. Quadro clínico: É uma doença bifásica. Na fase prodrômica (3 dias antes do exantema aparecer), pode haver febre de até 39,5ºC, tosse produtiva, coriza e hiperemia conjuntival, pode ser confundida com gripe, resfriado, com qualquer outro processo viral inespecífico. Pode haver manchas de Koplik, manchas branco-acinzentadas, geralmente na mucosa interna da boca, tipo peroladas que surgem 2 a 3 dias antes e mantêm-se presentes 2-3 dias após o surgimento do exantema. Não é patognomônico apesar de ser muito sugestivo da doença. A fase exantemática, presença de exantema maculopapular, morbiliforme, com as máculas e pápulas, confluente, centrífugo, alterando com pele intacta. RUBÉOLA Doença viral causada pelo togavírus e transmitida por via respiratória. Quadro clínico: na fase prodrômica apresenta febre baixa, mal estar, artralgia, mialgia e a fase exantemática. Na fase exantemática há exantema maculopapular, róseo, mais brando, há uma distribuição craniocaudal; não há descamação, gânglios retroauriculares e adenomegalia. Presença de enantema, “bolinhas” vermelhas em região de palato e de úvula. A grande maioria dos casos não tem manifestação clínica. A intensidade dos sintomas está diretamente relacionada à faixa etária. ROSÉOLA OU EXANTEMA SÚBITO Herpes (HHV) 6 e 7 que provocam essa doença, e afeta principalmente crianças pequenas, menores de 2 anos de idade, transmissão ocorre durante período febril por via oral. Quadro clínico: pacientes apresentam febre alta >39,5ºC de início súbito que dura por 3 dias, seguido de exantema, a criança se apresenta clinicamente estável durante o curso da doença, ela não apresenta outros sintomas. O exantema é leve, maculopapular, róseo, discreto, que dura de 2 a 3 dias. Se inicia na face, pescoço e no mesmo dia se dissemina, predominando no tronco. Raramente vai ter linfadenopatia, pode ter sintomas respiratórios, gastrointestinais. Deve se pedir hemograma para descartar outras doenças, como dengue. ESCARLATINA É muito mais comum no paciente entre 3 e 15 anos, muito raro em lactentes por persistência de anticorpos maternos protetores. Cerca de 20% dos pacientes são portador assintomáticos. Quadro clínico: Quadro de dor de garganta e febre, que precede o exantema em dias, inicia-se com vermelhidão no corpo, que começou pelo tronco, puntiforme, áspero, que desaparecia à compressão. A língua da criança apresentou-se inicialmente com uma secreção espessa, esbranquiçada, posteriormente com vários pontos vermelhos. Sete dias após o início do quadro há descamação da pele em placas. Sinais mais clássicos: sinal de Filatow (palidez perioral); sinal de Pastia (intensificação desse exantema nas regiões de dobras); língua de framboesa (bem característico, mas também pode ocorrer na doença de Kawasaki). Escarlatina é causada por bactéria, o Estreptococos pyogenes ou beta- hemolítico, que causa febre reumática, glomerulonefrite. Os sintoma são causados pela toxina produzida pela bactéria. Geralmente a transmissão ocorre por via aérea, o período que se transição é do inicio dos sintomas ate 24 a 48h do inicio de atibioticoterapia. ERITEMA INFECCIOSO Doença causada pelo parvovírus humano (B19) , pode causar aplasia medular, principalmente nos pacientes falcêmicos. Quadro clínico: na fase prodrômica ocorre febre baixa, cefaleia, sintomas de IVAS e linfadenopatia. Na fase Exantemática, a fase 1, ocorre 3 dias após os sintomas iniciais e se caracteriza por exantema em face, em regiões maxilares (bochecha esbofeteada); a fase 2, após 2 dias, ocorre pela disseminação para o tronco, extremidades proximais, e do aspecto rendilhado; e a fase 3, 2 semanas após o desaparecimento do exantema, quando ocorre o surgimento da recidiva discreta em tronco e membros, principalmente com sol, calor e estresse. VARICELA Quadro clínico: inicia com febre baixa, e após esse período surgem manchas vermelhas na pele, iniciando na face e couro cabeludo. Sobre essas manchas aparecem pequenas vesículas. O conteúdo das vesículas fica espesso, secando e formando uma crosta. As lesões evoluem para tronco, membro, mucosa oral, conjuntival, conduto auditivo, genitália. Em uma mesma região você pode haver várias lesões em situações diferentes, crosta, vesícula, bolha. Há comprometimento tanto em mucosas quanto em pele. DOENÇA DE KAWASAKI Doença com agente etiológico desconhecido, geralmente não acomete crianças menores que 6 meses ou adulto. Quadro clínico: pode apresentar febre alta (>39°C) por 5 dias, remitente (febre continua com variações de temperatura maiores que 1 grau), irritabilidade, conjuntivite bilateral não exudativa, alterações da cavidade oral (lábios extremamente vermelhos, fissuras de lábios e cavidades oral, língua em morango); alterações de extremidade: hiperemia de mãos e pés, edema dos dedos, descamação lamelar e linfoadeneite unilateral > 1,5 cm b. Doenças respiratórias (pneumonia) A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 2 milhões de crianças abaixo de 5 anos de idade morrem de pneumonia a cada ano predominantemente nos países em desenvolvimento. Nesses países, as pneumonias são responsáveis por 30% das hospitalizações de crianças e a taxa de mortalidade média varia entre 5% e 10% dos casos internados. No Brasil, as pneumopatias agudas são responsáveispor 11% das mortes em crianças com idade inferior a 1 ano e 13% na faixa etária entre 1 e 4 anos. ● Causas A pneumonia ocorre como resultado da interação entre o agente infeccioso, o hospedeiro e problemas ambientais. Os fatores de risco para o desenvolvimento de pneumonia em crianças são baixo peso no nascimento, desnutrição, falta de aleitamento materno, deficiência de vitamina A, poluição ambiental e exposição à fumaça de cigarro. A desnutrição e baixo peso no nascimento constituem também fatores de alto risco de óbito por pneumonia aguda. As crianças que tem maior risco de contrair pneumonia são aquelas que: 1. Não receberam imunização adequada com as vacinas disponíveis contra as principais moléstias infecto-contagiosas que predispõem a pneumonias e contra os principais agentes de pneumonias (sarampo, varicela, coqueluche, gripe, Haemophilus influenzae tipo b, pneumococos); 2. Não foram amamentadas ao seio pelo menos nos primeiros 6 meses de vida e que não estão recebendo uma boa nutrição; 3. Crianças que permanecem em ambientes fechados em aglomeração com outras crianças doentes como creches ou berçários; 4. Crianças expostas à fumaça de cigarro (fumantes passivos), à poluição e a ambientes sem higiene com muita poeira doméstica e ácaros. ● Prevenção A melhor maneira de prevenir pneumonias é a manutenção rigorosa do calendário de imunização, particularmente em relação às vacinas consideradas obrigatórias. As vacinas contra as duas bactérias que causam a maior parte das pneumonias, pneumococos e Haemophilus influenzae b, devem ser administradas rotineiramente. A vacina contra gripe pode ser útil para prevenção, pois freqüentemente as pneumonias agudas ocorrem como complicação após episódio de gripe, particularmente em crianças menores. Outras medidas de prevenção das pneumonias são: 1. Manter o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida, uma alimentação saudável e um bom estado nutricional. 2. Suplementar a dieta com vitaminas A e D no primeiro ano de vida, conforme recomendação médica. 3. Evitar a exposição da criança à fumaça de cigarro e a locais muito poluídos. 4. Evitar locais com aglomeração de pessoas, em ambientes fechados, particularmente no outono e inverno. 5. Procurar atendimento médico sempre que a criança apresentar os sintomas de alerta, como tosse constante, gemência, dificuldade para se alimentar, apatia e movimentos anormais no tórax. Pneumonia é definida como sinais e sintomas de uma infecção do trato respiratório baixo, acompanhado de um infiltrado novo na radiografia de tórax compatível com a clínica e sem outras explicações para tal. - A pneumonia pode ser dividida em: ● Pneumonia adquirida na comunidade (PAC): aquela vista em pacientes fora do ambiente hospitalar ou que surge nas primeiras 48 horas de internação. Além disso, para que seja considerada PAC, o paciente não pode residir em casas de repouso, ou em homecare; não deve ter sido internado por mais de 2 dias nos últimos três meses; nem devem ter recebido antibióticos ou quimioterapia no último mês; ou ser um paciente que faz tratamento em clínica de hemodiálise. A pneumonia relacionada aos cuidados de saúde é aquela que ocorre em pacientes que foram internados por mais de 2 dias nos últimos 3 meses, residem em casa de repouso ou estão em internação domiciliar, receberam antibiótico ou quimioterapia no último mês ou se encontram em hemodiálise. ● Pneumonia hospitalar (PH): definida como aquela que acomete pacientes com internamento hospitalar superior a 48 horas. A pneumonia hospitalar pode ainda ser classificada em pneumonia associada a ventilação mecânica (PAVM), que acomete pacientes após 48 horas da intubação orotraqueal. Epidemiologia De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,6 milhão de pessoas ainda morrem anualmente em decorrência da Pneumonia, e são vistos 12 casos/1000 habitantes a cada ano. - A maioria das pessoas afetadas encontra-se abaixo de 5 anos ou já são idosos, porém muitos casos são vistos também em outras faixas etárias. Segundo o DATASUS, a pneumonia é a principal causadora de morte entre as infecções respiratórias, sendo a 4a patologia em mortalidade geral, excluindo causas externas. A Pneumonia Hospitalar é mais frequente naqueles pacientes em ventilação mecânica, sendo a segunda causa de infecção hospitalar, respondendo por 25% das internações em UTIs e 50% das prescrições de antibióticos. Nos Estados Unidos, aparece entre 4 e 5 pacientes a cada 1000 que são internados anualmente, porém, esse dado varia de acordo com os hospitais, já que diversas medidas preventivas podem reduzir a incidência de pneumonia hospitalar. c. Diarréia Definição É uma alteração do hábito intestinal com diminuição da consistência das fezes, que podem ser amolecidas ou até mesmo líquidas, acompanhada na maioria das vezes com o aumento da frequência de dejeções diárias (≥ 2 por dia) e aumento do volume fecal. A diarreia aguda tem duração < 2 semanas, a partir deste ponto de corte se classifica como persistente e > 4 semanas como crônica. Epidemiologia Aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo apresentam pelo menos um episódio de diarreia aguda por ano e é uma das principais causas de mortalidade infantil, representando aproximadamente 8% de todas as mortes de crianças menores de 5 anos em todo o mundo em 2016. ● Isso se traduz em mais de 1.300 crianças morrendo a cada dia, ou cerca de 480.000 crianças por ano, apesar da disponibilidade de tratamento. A maioria das mortes por diarreia ocorre entre crianças com menos de 2 anos de idade que vivem no sul da Ásia e na África subsaariana. De 2000 a 2016, o número total anual de mortes por diarreia entre crianças menores de 5 anos diminuiu em 60%, sendo que muito mais crianças poderiam ter sido salvas através de intervenções básicas. Nos Estados Unidos, 83% das mortes por diarreia aguda ocorrem em adultos com 65 anos de idade ou mais. Fisiopatologia A diarreia ocorre quando há desequilíbrio entre absorção e secreção de fluidos pelo intestino devido a uma enterotoxina ou lesão que acarrete uma diminuição da absorção, mediada por agressão direta pelo micro-organismo ou citotoxina. - Podemos classificar as diarreias pelo seu mecanismo fisiopatológico: ▪ Osmótica: presença de solutos osmoticamente ativos que não absorvíveis pelo intestino, o que causa um acúmulo de líquidos e diarreia. Exemplos: lactulose, manitol, induzida por magnésio (antiácidos), disabsorção de carboidratos e uso de antibióticos. ▪ Secretória: há distúrbio no transporte hidroeletrolíticos na mucosa intestinal, geralmente causado por uma toxina, droga ou patologias intestinais e sistêmicas. Exemplos: Cólera, E. coli enterotoxigênica, Clostridium di�cile, Shigella, Salmonela; IECA, furosemida, cafeína, fluoxetina; Venenos; Doença celíaca, doença inflamatória intestinal; ▪ Inflamatória: alteração na absorção da mucosa por alteração inflamatória, que lesiona e leva a morte dos enterócitos, e não consegue absorver ou transportar açúcares, aminoácidos ou eletrólitos, ocorre a diarreia. Exemplos: Colites, tuberculose, doença inflamatória intestinal; ▪ Esteatorreia: quadros em que há uma disabsorção de lipídios secundária a má absorção ou má digestão. Exemplos: Insuficiência exócrina do pâncreas, isquemia mesentérica. ▪ Funcional: a hipermotilidade intestinal está associada a outros mecanismos de diarreia, mas como uma causa primária não é comum e é um diagnóstico de exclusão. As diarreias agudas estão mais associadas a gastroenterites virais, como o rotavírus, bacterianas, como E. coli, Shigella, Campylobacter, Cólera, ou parasitarias, helmintos e protozoários. Já as diarreia crônicas, estão mais associadas a parasitoses não tratadas, doença inflamatória intestinal e intolerâncias alimentares à lactose ou glúten, por exemplo. Atenção para os pacientes que estão fazendo uso de antibiótico e desenvolvem quadro diarreico! A flora bacteriana normal pode ter sido destruída, permitindo a proliferação do Clostridium Di�cile, causando umacolite pseudomembranosa na mucosa intestinal. DIAGNÓSTICO Tratamento inicial a) Hidratação oral nos casos mais leves e uso de sintomáticos naqueles que possuem náuseas e dores abdominais. – Dipirona e hioscina, se dor abdominal – Metoclopromida ou ondasentron, se vômitos b) Antibioticoterapia nos pacientes com quadros mais graves com suspeita de agente bacteriano, com comorbidade associada, idade avançada e fezes com características de diarreia inflamatória. – Ciprofloxacino 500mg, VO, 12/12h/levofloxacino 500mg, VO, 1x ao dia ambos durante 3 dias ou azitromicina dose única de 1.000mg – Sintomáticos c) Reposição de potássio nos pacientes com hipotensão, diarreia persistente ou com sintomas sugestivos que possuem comprovação laboratorial. d) Hidratação parenteral nos pacientes com alteração do nível de consciência, incapazes de ingerir líquidos, com sinais de desidratação severa, com comorbidade associada, idade avançada e fezes com características de diarréia inflamatória.
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