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SP4 - Doenças exantemáticas (doenças da infância)

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SP4 - Pelo menos uma notícia boa
Perguntas:
1. Pesquise sobre as Políticas Públicas de Saúde da Criança:
a. Rede Mãe Paranaense
A Rede Mãe Paranaense propõe a organização da atenção materno-infantil
nas ações do pré-natal e puerpério e o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento das crianças, em especial no seu primeiro ano de vida.
É um conjunto de ações que envolve a captação precoce da gestante, o
seu acompanhamento no pré-natal, com no mínimo 7 consultas, a
realização de 17 exames, a classificação de risco das gestantes e das
crianças, a garantia de ambulatório especializado para as gestantes e
crianças de risco, a garantia do parto por meio de um sistema de vinculação
ao hospital conforme o risco gestacional.
Embora a Rede Mãe Paranaense tenha como público alvo as mulheres e
crianças, é importante destacar que ações implantadas deverão promover a
qualidade de vida de toda a Família Paranaense.
b. Rede Cegonha
A Rede Cegonha é uma estratégia lançada em 2011 pelo governo federal
para proporcionar às mulheres saúde, qualidade de vida e bem estar
durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os
dois primeiros anos de vida.
Objetivo: reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos
sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. A
proposta qualifica os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no
pré-natal, no parto e no puerpério (28 dias após o parto).
Quais são os quatro componentes da Rede Cegonha?
I - Pré-natal;
II - Parto e nascimento;
III - Puerpério e atenção integral à saúde da criança; e
IV - Sistema logístico (transporte sanitário e regulação).
Entre as ações da Rede Cegonha está a implantação de Centros de Parto
Normal (CPN), onde a mulher é acompanhada por uma enfermeira obstetra
ou obstetriz, num ambiente preparado para que possa exercer as suas
escolhas, como se movimentar livremente, ter acesso a métodos não
farmacológicos de alívio da dor.
https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/rede-cegonha
Um fator fundamental neste atendimento é a ambiência, com projetos
arquitetônicos que buscam privilegiar cores harmônicas, conforto
luminoso, térmico e acústico. Outro objetivo do CPN é reduzir cada vez mais
a taxa de mortalidade materna e neonatal e as ocorrências de cesarianas
desnecessárias na rede pública de saúde.
c. ODMs
• Lançado em 2000, durante e Cúpula do Milênio, pela Organização das
Nações Unidas (ONU);
• A ONU analisou os maiores problemas mundiais e decidiu propor metas
para tornar o mundo melhor e mais justo até 2015.
• O Brasil, junto com líderes de 190 nações, é signatário desse pacto, que visa
cumprir oito iniciativas, conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM).
Objetivos:
1. Acabar com a fome e com a miséria;
2. Educação Básica de qualidade para todos;
3. Igualdade entre os sexos e valorização da mulher;
4. Reduzir a mortalidade infantil;
5. Melhorar a saúde das gestantes;
6. Combater a AIDS, a malária e outras doenças;
7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente;
8. Todo mundo trabalhando para o desenvolvimento.
RESULTADOS:
De 1990 a 2015:
• 500 milhões de pessoas fora da extrema pobreza;
• 300 milhões de pessoas fora da fome;
• Evitar que 30 milhões de crianças morram antes dos 5 cinco anos de idade.
• O Brasil já alcançou tanto as metas internacionais quanto as metas nacionais
de redução da extrema pobreza e da fome;
• A pobreza extrema no Brasil hoje é menos de um quinto comparado a 1990;
• A porcentagem de crianças desnutridas já é menor do que o tolerável
segundo a Organização Mundial da Saúde;
• O Nordeste ainda é a região mais pobre do país, mas a desnutrição infantil já
está próxima das regiões mais desenvolvidas.
2. Como o ECA influencia na diminuição dos índices de violência
infantil?
A Lei nº 8.069, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
foi criada em 13 de julho de 1990. A norma que dispõe sobre a proteção
integral à criança e ao adolescente é bastante famosa no mundo inteiro, pela
amplitude de seus preceitos e pela forma como protege nossas crianças.
A Constituição Federal estabeleceu a família, a sociedade e o Estado como
responsáveis pela formação e estruturação dos indivíduos, conforme dispõe
o artigo 227:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
É o reconhecimento das crianças e dos adolescentes como sujeitos de
direitos protegidos pela lei. A importância do ECA deriva exatamente disso:
reafirmar a proteção de pessoas que vivem em períodos de intenso
desenvolvimento psicológico, físico, moral e social.
Conforme dispõe o artigo 131 do ECA, Conselho Tutelar é o órgão que possui
o dever de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Para que isso seja possível, são funções dos conselheiros, dentre outras:
● Atender as crianças e adolescentes cujos direitos foram ameaçados
ou violados, bem como os menores que praticaram ato infracional;
● Atender e aconselhar os pais ou responsável (encaminhar para
serviços de apoio à família, cursos de orientação, tratamentos
psicológicos);
● Promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais,
ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de
maus-tratos em crianças e adolescentes.
ECA em relação a violência infantil:
Art. 5º – Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus
direitos fundamentais.
Art. 18 – É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente,
pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento,
aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art.130 – Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá
determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia
comum.
3. Quais são os principais indicadores e taxas de morbimortalidade
infantil?
A taxa de mortalidade infantil é uma estimativa do risco de uma
criança morrer antes de completar seu primeiro ano de vida em
determinada área e período!
O risco de morte ao longo do primeiro ano de vida é uma função decrescente
conforme a idade avança.
A mortalidade na infância engloba a mortalidade infantil
★ Mortalidade infantil: do nascimento até 1 ano
★ Mortalidade na infância: do nascimento até 4 anos
A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) estima o risco de um indivíduo morrer em seu
primeiro ano de vida, tem o potencial de subsidiar processos de planejamento, gestão
e avaliação de políticas e ações da atenção ao pré-natal e ao parto, sendo um
indicador utilizado para a avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento
socioeconômico da população
Número de óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, em
determinado espaço geográfico, no ano considerado.
A mortalidade infantil compreende a soma dos óbitos ocorridos nos períodos
neonatal precoce (0-6 dias de vida), neonatal tardio (7-27 dias) e pós-neonatal
(28 dias e mais).
Causas da mortalidade em Período neonatal - 28 dias de vida
- Relacionadas com as condições da gestação e do parto
- Influenciadas pela qualidade da ASSISTÊNCIA ao pré-natal e ao parto
Causas da mortalidade em Período pós-neonatal - de 1 mês de vida até 1 ano
- Se relacionam com as condições SOCIOECONÔMICAS e AMBIENTAIS
(nutrição e agentes infecciosos).
Políticas públicas no Brasil
● Programa materno infantil - 1975
● Programa ampliado de imunização - 1975
● Programa nacional de incentivo ao Aleitamento Materno - 1981
● Programade Atenção Integral à Saúde da Criança (PAISC) - 1984
● Constituição Federal - 1988
● SUS - 1990
● Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - 1990
● Programa de Assistência à Saúde Perinatal (PROASP) - 1991
● Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) - 1991
● Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) - 1992
● Programa de Saúde da Família (PSF) - 1994
● Estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na
Infância (AIDPI) - 1996
● Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) - 1999
● Organização das Nações Unidas (ONU) - 2000
● Método Mãe-Canguru - 2000
● Programa Nacional de Triagem Neonatal - 2001
● Programa Zero Fome - 2003
● Programa Bolsa família - 2003
● Rede Cegonha - 2011
Método de Cálculo (direto)
número de óbitos de residentes com menos de um ano de idade X 1000 =
número total de nascidos vivos de mães residentes
Principais indicadores:
1) Acesso ao saneamento básico
2) Água de qualidade
3) Grau de instrução das pessoas
4) Avanços no campo da medicina
5) Acompanhamento de gestantes e recém-nascidos
6) Acesso ao serviço hospitalar
7) Desnutrição
8) Existência de políticas públicas
9) Conscientização sobre a importância do aleitamento materno
10) Inserção de mulheres no mercado de trabalho
11) Acesso ao serviço hospitalar
12) Acesso à métodos contraceptivos e quedas nas taxas de
fecundidade e natalidade
4. Quais as doenças mais prevalentes na infância? (geral)
(comparar antigamente/atualmente)
a. Doenças exantemáticas (sarampo)
São doenças infecciosas nas quais a erupção cutânea é a característica
dominante, mas geralmente também apresentam manifestações sistêmicas.
Na maioria das vezes o diagnóstico é apenas clínico. A análise do tipo de
lesão, dos sinais e sintomas concomitantes e a epidemiologia permite inferir
o diagnóstico etiológico sem a necessidade de exames laboratoriais.
A grande maioria das doenças são viroses, mas também podem ser
causadas por bactérias, outros agentes infecciosos ou não, como doenças
reumatológicas.
Sarampo - Rubéola - Roséola ou exantema súbito - Escarlatina - Eritema
infeccioso - Varicela - Doença de Kawasaki.
Exantema maculopapular: manchas vermelhas sobre elevadas na pele
*Padrão mais comum de exantema* SARAMPO
Exantema papulovesicular: inicia-se com máculas, depois pápulas e
evoluem para vesículas (bolhas com líquido dentro que estouram), por fim
viram crostas CATAPORA
Exantema Petequial: Ocorrem de alterações vasculares → extravasamento
sanguíneo para pele, não some a digito pressão
SARAMPO
Doença infecciosa, contagiosa, causada por vírus, é rara nos primeiros anos
de vida. Apresenta um quadro mais grave quando há mal estado nutricional,
imunológico, tipo de exposição, condições socioeconômicas. Vírus infecta
via aérea, tecido pulmonar, linfócitos T e B.
Quadro clínico: É uma doença bifásica. Na fase prodrômica (3 dias antes do
exantema aparecer), pode haver febre de até 39,5ºC, tosse produtiva, coriza
e hiperemia conjuntival, pode ser confundida com gripe, resfriado, com
qualquer outro processo viral inespecífico. Pode haver manchas de Koplik,
manchas branco-acinzentadas, geralmente na mucosa interna da boca,
tipo peroladas que surgem 2 a 3 dias antes e mantêm-se presentes 2-3 dias
após o surgimento do exantema. Não é patognomônico apesar de ser muito
sugestivo da doença. A fase exantemática, presença de exantema
maculopapular, morbiliforme, com as máculas e pápulas, confluente,
centrífugo, alterando com pele intacta.
RUBÉOLA
Doença viral causada pelo togavírus e transmitida por via respiratória.
Quadro clínico: na fase prodrômica apresenta febre baixa, mal estar,
artralgia, mialgia e a fase exantemática. Na fase exantemática há exantema
maculopapular, róseo, mais brando, há uma distribuição craniocaudal; não
há descamação, gânglios retroauriculares e adenomegalia. Presença de
enantema, “bolinhas” vermelhas em região de palato e de úvula. A grande
maioria dos casos não tem manifestação clínica. A intensidade dos sintomas
está diretamente relacionada à faixa etária.
ROSÉOLA OU EXANTEMA SÚBITO
Herpes (HHV) 6 e 7 que provocam essa doença, e afeta principalmente
crianças pequenas, menores de 2 anos de idade, transmissão ocorre durante
período febril por via oral.
Quadro clínico: pacientes apresentam febre alta >39,5ºC de início súbito que
dura por 3 dias, seguido de exantema, a criança se apresenta clinicamente
estável durante o curso da doença, ela não apresenta outros sintomas. O
exantema é leve, maculopapular, róseo, discreto, que dura de 2 a 3 dias. Se
inicia na face, pescoço e no mesmo dia se dissemina, predominando no
tronco. Raramente vai ter linfadenopatia, pode ter sintomas respiratórios,
gastrointestinais. Deve se pedir hemograma para descartar outras doenças,
como dengue.
ESCARLATINA
É muito mais comum no paciente entre 3 e 15 anos, muito raro em lactentes
por persistência de anticorpos maternos protetores. Cerca de 20% dos
pacientes são portador assintomáticos.
Quadro clínico: Quadro de dor de garganta e febre, que precede o exantema
em dias, inicia-se com vermelhidão no corpo, que começou pelo tronco,
puntiforme, áspero, que desaparecia à compressão. A língua da criança
apresentou-se inicialmente com uma secreção espessa, esbranquiçada,
posteriormente com vários
pontos vermelhos. Sete dias após o início do quadro há descamação da pele em
placas.
Sinais mais clássicos: sinal de Filatow (palidez perioral); sinal de Pastia
(intensificação desse exantema nas regiões de dobras); língua de framboesa
(bem característico, mas também pode ocorrer na doença de Kawasaki).
Escarlatina é causada por bactéria, o Estreptococos pyogenes ou beta-
hemolítico, que causa febre reumática, glomerulonefrite. Os sintoma são
causados pela toxina produzida pela bactéria. Geralmente a transmissão
ocorre por via aérea, o período que se transição é do inicio dos sintomas ate 24
a 48h do inicio de atibioticoterapia.
ERITEMA INFECCIOSO
Doença causada pelo parvovírus humano (B19) , pode causar aplasia medular,
principalmente nos pacientes falcêmicos.
Quadro clínico: na fase prodrômica ocorre febre baixa, cefaleia, sintomas de
IVAS e linfadenopatia. Na fase Exantemática, a fase 1, ocorre 3 dias após os
sintomas iniciais e se caracteriza por exantema em face, em regiões maxilares
(bochecha esbofeteada); a fase 2, após 2 dias, ocorre pela disseminação para o
tronco, extremidades proximais, e do aspecto rendilhado; e a fase 3, 2
semanas após o desaparecimento do exantema, quando ocorre o surgimento
da recidiva discreta em tronco e membros, principalmente com sol, calor e
estresse.
VARICELA
Quadro clínico: inicia com febre baixa, e após esse período surgem manchas
vermelhas na pele, iniciando na face e couro cabeludo. Sobre essas manchas
aparecem pequenas vesículas. O conteúdo das vesículas fica espesso, secando
e formando uma crosta. As lesões evoluem para tronco, membro, mucosa oral,
conjuntival, conduto auditivo, genitália. Em uma mesma região você pode
haver várias lesões em situações diferentes, crosta, vesícula, bolha. Há
comprometimento tanto em mucosas quanto em pele.
DOENÇA DE KAWASAKI
Doença com agente etiológico desconhecido, geralmente não acomete
crianças menores que 6 meses ou adulto.
Quadro clínico: pode apresentar febre alta (>39°C) por 5 dias, remitente (febre
continua com variações de temperatura maiores que 1 grau), irritabilidade,
conjuntivite bilateral não exudativa, alterações da cavidade oral (lábios
extremamente vermelhos, fissuras de lábios e cavidades oral, língua em
morango); alterações de extremidade: hiperemia de mãos e pés, edema dos
dedos, descamação lamelar e linfoadeneite unilateral > 1,5 cm
b. Doenças respiratórias (pneumonia)
A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 2 milhões de
crianças abaixo de 5 anos de idade morrem de pneumonia a cada ano
predominantemente nos países em desenvolvimento. Nesses países,
as pneumonias são responsáveis por 30% das hospitalizações de
crianças e a taxa de mortalidade média varia entre 5% e 10% dos
casos internados. No Brasil, as pneumopatias agudas são
responsáveispor 11% das mortes em crianças com idade inferior a 1
ano e 13% na faixa etária entre 1 e 4 anos.
● Causas
A pneumonia ocorre como resultado da interação entre o agente
infeccioso, o hospedeiro e problemas ambientais.
Os fatores de risco para o desenvolvimento de pneumonia em
crianças são baixo peso no nascimento, desnutrição, falta de
aleitamento materno, deficiência de vitamina A, poluição ambiental e
exposição à fumaça de cigarro. A desnutrição e baixo peso no
nascimento constituem também fatores de alto risco de óbito por
pneumonia aguda.
As crianças que tem maior risco de contrair pneumonia são aquelas
que:
1. Não receberam imunização adequada com as vacinas
disponíveis contra as principais moléstias infecto-contagiosas
que predispõem a pneumonias e contra os principais agentes
de pneumonias (sarampo, varicela, coqueluche, gripe,
Haemophilus influenzae tipo b, pneumococos);
2. Não foram amamentadas ao seio pelo menos nos primeiros 6
meses de vida e que não estão recebendo uma boa nutrição;
3. Crianças que permanecem em ambientes fechados em
aglomeração com outras crianças doentes como creches ou
berçários;
4. Crianças expostas à fumaça de cigarro (fumantes passivos), à
poluição e a ambientes sem higiene com muita poeira
doméstica e ácaros.
● Prevenção
A melhor maneira de prevenir pneumonias é a manutenção rigorosa
do calendário de imunização, particularmente em relação às vacinas
consideradas obrigatórias.
As vacinas contra as duas bactérias que causam a maior parte das
pneumonias, pneumococos e Haemophilus influenzae b, devem ser
administradas rotineiramente.
A vacina contra gripe pode ser útil para prevenção, pois
freqüentemente as pneumonias agudas ocorrem como complicação
após episódio de gripe, particularmente em crianças menores.
Outras medidas de prevenção das pneumonias são:
1. Manter o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6
meses de vida, uma alimentação saudável e um bom estado
nutricional.
2. Suplementar a dieta com vitaminas A e D no primeiro ano de
vida, conforme recomendação médica.
3. Evitar a exposição da criança à fumaça de cigarro e a locais
muito poluídos.
4. Evitar locais com aglomeração de pessoas, em ambientes
fechados, particularmente no outono e inverno.
5. Procurar atendimento médico sempre que a criança apresentar
os sintomas de alerta, como tosse constante, gemência,
dificuldade para se alimentar, apatia e movimentos anormais
no tórax.
Pneumonia é definida como sinais e sintomas de uma infecção do trato
respiratório baixo, acompanhado de um infiltrado novo na radiografia de
tórax compatível com a clínica e sem outras explicações para tal.
- A pneumonia pode ser dividida em:
● Pneumonia adquirida na comunidade (PAC): aquela vista em pacientes
fora do ambiente hospitalar ou que surge nas primeiras 48 horas de
internação. Além disso, para que seja considerada PAC, o paciente não
pode residir em casas de repouso, ou em homecare; não deve ter sido
internado por mais de 2 dias nos últimos três meses; nem devem ter
recebido antibióticos ou quimioterapia no último mês; ou ser um paciente
que faz tratamento em clínica de hemodiálise. A pneumonia relacionada
aos cuidados de saúde é aquela que ocorre em pacientes que foram
internados por mais de 2 dias nos últimos 3 meses, residem em casa de
repouso ou estão em internação domiciliar, receberam antibiótico ou
quimioterapia no último mês ou se encontram em hemodiálise.
● Pneumonia hospitalar (PH): definida como aquela que acomete pacientes
com internamento hospitalar superior a 48 horas. A pneumonia
hospitalar pode ainda ser classificada em pneumonia associada a
ventilação mecânica (PAVM), que acomete pacientes após 48 horas da
intubação orotraqueal.
Epidemiologia
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,6 milhão de
pessoas
ainda morrem anualmente em decorrência da Pneumonia, e são vistos
12 casos/1000 habitantes a cada ano.
- A maioria das pessoas afetadas encontra-se abaixo de 5 anos ou
já são idosos, porém muitos casos são vistos também em outras
faixas etárias. Segundo o DATASUS, a pneumonia é a principal
causadora de morte entre as infecções respiratórias, sendo a 4a
patologia em mortalidade geral, excluindo causas externas.
A Pneumonia Hospitalar é mais frequente naqueles pacientes em
ventilação mecânica, sendo a segunda causa de infecção hospitalar,
respondendo por 25% das internações em UTIs e 50% das prescrições
de antibióticos. Nos Estados Unidos, aparece entre 4 e 5 pacientes a
cada 1000 que são internados anualmente, porém, esse dado varia de
acordo com os hospitais, já que diversas medidas preventivas podem
reduzir a incidência de pneumonia hospitalar.
c. Diarréia
Definição
É uma alteração do hábito intestinal com diminuição da consistência
das
fezes, que podem ser amolecidas ou até mesmo líquidas,
acompanhada na maioria das vezes com o aumento da frequência de
dejeções diárias (≥ 2 por dia) e aumento do volume fecal. A diarreia
aguda tem duração < 2 semanas, a partir deste ponto de corte se
classifica como persistente e > 4 semanas como crônica.
Epidemiologia
Aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo apresentam pelo
menos
um episódio de diarreia aguda por ano e é uma das principais causas
de mortalidade infantil, representando aproximadamente 8% de
todas as mortes de crianças menores de 5 anos em todo o mundo em
2016.
● Isso se traduz em mais de 1.300 crianças morrendo a cada dia, ou
cerca de 480.000 crianças por ano, apesar da disponibilidade de
tratamento.
A maioria das mortes por diarreia ocorre entre crianças com menos
de 2 anos de idade que vivem no sul da Ásia e na África subsaariana.
De 2000 a 2016, o número total anual de mortes por diarreia entre
crianças menores de 5 anos diminuiu em 60%, sendo que muito mais
crianças poderiam ter sido salvas através de intervenções básicas.
Nos Estados Unidos, 83% das mortes por diarreia aguda ocorrem em
adultos com 65 anos de idade ou mais.
Fisiopatologia
A diarreia ocorre quando há desequilíbrio entre absorção e secreção de
fluidos
pelo intestino devido a uma enterotoxina ou lesão que acarrete uma
diminuição da
absorção, mediada por agressão direta pelo micro-organismo ou
citotoxina.
- Podemos classificar as diarreias pelo seu mecanismo
fisiopatológico:
▪ Osmótica: presença de solutos osmoticamente ativos que não
absorvíveis
pelo intestino, o que causa um acúmulo de líquidos e diarreia.
Exemplos: lactulose, manitol, induzida por magnésio (antiácidos),
disabsorção de carboidratos e uso de antibióticos.
▪ Secretória: há distúrbio no transporte hidroeletrolíticos na mucosa
intestinal,
geralmente causado por uma toxina, droga ou patologias intestinais e
sistêmicas.
Exemplos: Cólera, E. coli enterotoxigênica, Clostridium di�cile,
Shigella, Salmonela; IECA, furosemida, cafeína, fluoxetina; Venenos;
Doença celíaca, doença inflamatória intestinal;
▪ Inflamatória: alteração na absorção da mucosa por alteração
inflamatória,
que lesiona e leva a morte dos enterócitos, e não consegue absorver ou
transportar açúcares, aminoácidos ou eletrólitos, ocorre a diarreia.
Exemplos: Colites, tuberculose, doença inflamatória intestinal;
▪ Esteatorreia: quadros em que há uma disabsorção de lipídios
secundária a
má absorção ou má digestão.
Exemplos: Insuficiência exócrina do pâncreas, isquemia mesentérica.
▪ Funcional: a hipermotilidade intestinal está associada a outros
mecanismos
de diarreia, mas como uma causa primária não é comum e é um
diagnóstico
de exclusão.
As diarreias agudas estão mais associadas a gastroenterites virais,
como o
rotavírus, bacterianas, como E. coli, Shigella, Campylobacter, Cólera,
ou parasitarias, helmintos e protozoários.
Já as diarreia crônicas, estão mais associadas a parasitoses não
tratadas, doença inflamatória intestinal e intolerâncias alimentares à
lactose ou glúten, por exemplo.
Atenção para os pacientes que estão fazendo uso de antibiótico e
desenvolvem
quadro diarreico! A flora bacteriana normal pode ter sido destruída,
permitindo a
proliferação do Clostridium Di�cile, causando umacolite
pseudomembranosa na
mucosa intestinal.
DIAGNÓSTICO
Tratamento inicial
a) Hidratação oral nos casos mais leves e uso de sintomáticos naqueles
que
possuem náuseas e dores abdominais.
– Dipirona e hioscina, se dor abdominal
– Metoclopromida ou ondasentron, se vômitos
b) Antibioticoterapia nos pacientes com quadros mais graves com
suspeita de
agente bacteriano, com comorbidade associada, idade avançada e
fezes
com características de diarreia inflamatória.
– Ciprofloxacino 500mg, VO, 12/12h/levofloxacino 500mg, VO, 1x ao
dia ambos durante 3 dias ou azitromicina dose única de 1.000mg
– Sintomáticos
c) Reposição de potássio nos pacientes com hipotensão, diarreia
persistente
ou com sintomas sugestivos que possuem comprovação laboratorial.
d) Hidratação parenteral nos pacientes com alteração do nível de
consciência,
incapazes de ingerir líquidos, com sinais de desidratação severa, com
comorbidade associada, idade avançada e fezes com características de
diarréia inflamatória.

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