Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SP 4 - Consciência Perguntas: 1) Diferencie consciência e inconsciência Consciência: é definida como a capacidade do indivíduo de reconhecer a si mesmo e aos estímulos do ambiente. No estado de consciência lúcida funcionam adequadamente a capacidade de atenção ou de concentração, as faculdades de fixar novos fatos e de rememorar o vivido e o aprendido, a capacidade de compreender ou dar-se conta das coisas, a capacidade de refletir sobre as questões objetivas e subjetivas e os complexos dispositivos de orientação autopsíquica, alopsíquica e temporoespacial. No conceito neurofisiológico consiste em uma excitabilidade do Sistema Nervoso Central (SNC) aos estímulos externos e internos sob o ponto de vista quantitativo e, também à capacidade de integração harmoniosa destes estímulos internos e externos, passados e presentes, sob o ponto vista qualitativo. As alterações da consciência podem consistir tanto no estado de alerta ou nível de consciência quanto ao conteúdo da consciência, que englobariam as funções mentais e cognitivas do indivíduo. Podendo variar entre dois extremos, desde uma desorientação têmporo-espacial até um estado de coma profundo. Coma seria definido como o estado máximo de inconsciência de si mesmo e do ambiente, mesmo após estímulos de diversas modalidades e intensidades, em que o paciente permanece de olhos fechados. Estados intermediários de alteração da consciência podem anteceder a instalação do quadro e precisam ser reconhecidos. A sonolência ou LETARGIA é considerada um estado de diminuição do nível de consciência em que o paciente consegue ser acordado com estímulos brandos. O estupor é considerado um estado de sonolência mais profunda em que o indivíduo precisa receber estímulos vigorosos e repetidos para despertar. Entre os estados que levam a alteração do conteúdo da consciência encontra-se o delirium, caracteriza-se por desorientação, déficit de atenção, sensação de medo, irritabilidade e alterações da percepção de estímulos sensoriais, como as alucinações visuais. As alterações são mais evidentes no conteúdo da consciência, embora os pacientes possam inverter o seu ciclo sono-vigília e alternar períodos de alerta e agitação com períodos de sonolência. A demência seria caracterizada como um quadro de perda permanente e progressiva, em geral, evoluindo em meses a anos, das funções cognitivas, sem alteração do estado de alerta ou nível de consciência. Alguns estados comportamentais podem ser algumas vezes confundidos com o coma. O estado vegetativo persistente ou síndrome acognitiva é descrito como um estado que pode emergir em pacientes que sofreram lesões graves ao SNC, muitas vezes ficando em coma por algum período, em que há um retorno do estado de alerta, mas o paciente permanece com uma incapacidade de reagir ou interagir com estímulos ambientais. Há retorno do padrão de sono e vigília e manutenção das funções vegetativas, mas com quase completa ausência de funções cognitivas. Outros termos têm sido utilizados para exprimir comportamentos semelhantes como coma vigil, síndrome apálica, coma alfa, morte neocortical ou cerebral. A abulia é um comportamento em que há uma grave apatia com diminuição ou ausência de comportamento emocional ou mental, em que o paciente nem fala ou se movimenta espontaneamente, embora esteja alerta e reconheça estímulos do ambiente. Geralmente ocorre em pacientes com lesões frontais bilaterais. A catatonia é um estado em que o indivíduo pode ficar mudo, e com diminuição acentuada da atividade motora, geralmente associado a quadros psiquiátricos. A síndrome de Locked-in (estado de deaferentação) descreve um quadro em que ocorre lesão de fibras descendentes supranucleares e piramidais (fibras cortico-nucleares e cortico-espinhais) em que o paciente apresenta incapacidade de movimentação dos membros, afonia, disfagia e limitação da movimentação horizontal dos olhos. Esses pacientes estão acordados e algumas vezes conseguem se comunicar por meio de piscamentos, evidenciando que não houve alteração da consciência. Geralmente essa síndrome ocorre em pacientes com trombose da artéria basilar e infarto isquêmico da base da ponte deve ser diferenciada do coma. Quadros que podem se assemelhar são polineuropatias agudas, miastenia gravis e uso de bloqueadores neuromusculares. Morte encefálica ocorre quando o dano encefálico é tão extenso que não há potencial para recuperação estrutural e funcional do encéfalo e o mesmo não pode manter a homeostase interna (funções cardiovasculares, respiratórias, gastrointestinais e controle da temperatura corpórea). Embora haja métodos artificiais para preservação de órgãos periféricos (medidas de suporte cardiovascular e ventilação mecânica), um corpo em morte encefálica desenvolve falência cardiovascular em alguns dias, raramente em algumas semanas, apesar do mais meticuloso cuidado intensivo. O que separa, pois o estado de coma do diagnóstico de morte encefálica é a irreversibilidade do último, com repercussões sistêmicas sobre a homeostase de órgãos vitais, baseadas em danos permanentes estruturais focais ou difusos no encéfalo. O sono consiste em uma alteração NORMAL da consciência, que ocorre de forma recorrente e cíclica. Sendo um estado comportamental e uma fase fisiológica necessária. A consciência é entendida como um processo contínuo que mantém relações entre o córtex, formações do diencéfalo e formação reticular e está intimamente relacionada com o estado de vigília do paciente. 2) Quais os mecanismos neurofisiológicos para manter a consciência? O SAR do tronco encefálico é composto por vários grupos de neurônios que liberam noradrenalina, serotonina ou acetilcolina. As localizações e projeções amplas dessas populações neuronais. No caso dos neurônios do prosencéfalo envolvi- dos no controle de ciclos de sono-vigília, os neurônios pré óp ticos no hipotálamo liberam GABA e os neurônios do hipo tálamo posterior liberam histamina. Além disso, a orexina é produzida nos neurônios hipotalâmicos e parece ser importante na alternância de sono e vigília. ● Estágios do sono Há dois tipos de sono: o sono de movimentos rápidos dos olhos (REM) e o sono não REM (NREM), ou sono de ondas lentas. O sono REM é assim nomeado devido aos característicos movimentos dos olhos que ocorrem durante esse estágio do sono . O sono NREM é dividido em quatro estágios. Sono NREM À medida que uma pessoa começa a adormecer, ela entra no estágio 1, o EEG mostra um padrão de baixa voltagem e frequência mista. O ritmo teta (4a 7 Hz) pode ser observado nesse estágio inicial do sono de ondas lentas. Ao longo do sono NREM, há alguma atividade da musculatura esquelética, mas não ocorrem movimentos dos olhos. O estágio 2 do sono NREM é marcado pelo aparecimento de ondas sinusoidais chamadas de fusos do sono (12 a 14 Hz) e ondas bifásicas ocasionais de alta voltagem chamadas de complexos K. No estágio 3 do sono NREM, um ritmo delta de alta amplitude (0,5 a 4 Hz) domina as ondas no EEG. É observada no estágio 4 do sono NREM A lentidão máxima do traçado com ondas de grande amplitude. Assim, a característica do sono profundo é um padrão de ondas lentas rítmicas, indicado por uma acentuada sincronização; ele é algumas vezes referido como sono de ondas lentas. Enquanto a ocorrência de ritmos teta e delta é normal durante o sono, seu aparecimento durante a vigília é sinal de disfunção cerebral. Este estágio NREM do sono caracteriza-se pela secreção do hormônio do crescimento em grandes quantidades, promovendo a síntese proteica, o crescimento e reparação tecidular, inibindo, assim, o catabolismo.[7] O sono NREM tem, pois, um papel anabólico, sendo essencialmente um período de conservação e recuperação de energia física. https://pt.wikipedia.org/wiki/NREM https://pt.wikipedia.org/wiki/Horm%C3%B4nio https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADntese_proteica https://pt.wikipedia.org/wiki/Metabolismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Sono#cite_note-7 Sono REM As ondas lentas de alta amplitude observadas no EEG durante o sono são periodicamente substituídas por atividade rápida de baixa voltagem no EEG, que se assemelha àquelas observadas na vigília, no estado de atenção e no estágio 1 do sono. Por essa razão, o sono REM é chamado também de sono paradoxal. Entretanto, o sono não é interrompido; na verdade, o limiar para o despertar por estímulos sensoriais e pela estimulação da formação reticular é elevado. Movimentos rápidos e errantes dos olhos ocorrem durante o sono paradoxal e é por esse motivo que ele é também chamado de sono REM. Outra característica do sono REM é a ocorrência de potenciais fásicos grandes que se originam dos neurônios colinérgicos na protuberância e passam rapidamente para o corpo geniculado lateral e a partir deste para o córtex occipital. Eles são chamados de complexos pontogení culo occipitais (PGO). O tônus dos músculos esqueléticos no pescoço é acentuadamente reduzido durante o sono REM. Humanos acordados no momento em que apresentavam as características do EEG do sono REM geralmente relatam que estavam sonhando, enquanto indivíduos acordados de um sono de ondas lentas, não. Essa observação e outras evidências indicam que o sono REM e o sonho estão intimamente associados. A atividade nas áreas de associação visual aumenta, mas há uma diminuição no córtex visual primário. Isto é consistente com o aumento de emoção e a operação de um sistema neural fechado seccionado das áreas que relacionam a atividade cerebral ao mundo externo. Nesta fase do sono, a atividade onírica é intensa, sendo sobretudo sonhos envolvendo situações emocionalmente muito fortes. É durante essa fase que é feita integração da atividade cotidiana, isto é, a separação do comum do importante. Estudos também demonstram que é durante o REM que sonhos ocorrem. A fase representa 20 a 25% do tempo total de sono e surge em intervalos de sessenta a noventa minutos. É essencial para o bem-estar físico e psicológico do indivíduo. ● Distribuição dos Estágios do Sono Em uma típica noite de sono, um adulto jovem entra primeiro no sono NREM, passa pelos estágios 1 e 2 e permanece de 70 a 100 min nos estágios 3 e 4. O sono então fica mais leve e se segue um período REM. Este ciclo é repetido em intervalos de cerca de 90 min durante a noite. Os ciclos são semelhantes, embora haja menos estágios do sono 3 e 4 e mais sono REM com a proximidade da manhã. Assim, quatro a seis períodos de sono REM ocorrem por noite. O sono REM ocupa 80% do tempo total do sono em recém-nascidos prematuros e 50% em recém-nascidos a termo. Portanto, a proporção de sono REM cai rapidamente e permanece estabilizada em cerca de 25%, até cair para cerca de 20% em idosos. Crianças têm mais tempo total de sono (8 a 10 h) quando comparadas com a maioria dos adultos (cerca de 6 h). https://pt.wikipedia.org/wiki/Sonho ● Ritmos circadianos A maioria, se não todas, as células vivas de plantas e animais apresentam flutuações rítmicas nas suas funções em um ciclo circadiano. Normalmente, elas ficam atreladas, isto é, sincronizadas ao ciclo de luz dia-noite do ambiente. Se elas não sincronizam, elas se tornam progressivamente fora de fase com o ciclo claro-escuro porque são mais longas ou mais curtas que 24 h. O processo de sincronização é dependente, em muitos casos, dos núcleos supraquiasmáticos (NSQ) localizados bilateralmente acima do quiasma óptico . Esses núcleos recebem informações sobre o ciclo claro-escuro por meio de uma via neural especial, o trato retino hipotalâmico . Eferentes do NSQ desencadeiam sinais neurais e humorais que sincronizam uma grande variedade de ritmos circadianos bem conhecidos, incluindo o ciclo sono-vigília e a secreção do hormônio da pineal melatonina. ● Mecanismos neuroquímicos de sono e vigília Transições entre o sono e a vigília evidenciam um ritmo circadiano que consiste em uma média de 6 a 8h de sono e 16 a 18h de vigília. Núcleos tanto no tronco encefálico quanto no hipotálamo são críticos para as transições entre esses estados de consciência. A a estimulação de alta frequência da formação reticular do mesencéfalo (o SAR) produz a resposta de alerta no EEG e desperta um animal dormindo. Lesões dessa área levam a um estado comatoso. A estimulação elétrica do hipotálamo posterior também produz despertar semelhante ao provocado pela estimulação do mesencéfalo, enquanto a estimulação elétrica do hipotálamo anterior e da região do prosencéfalo basal adjacente induz o sono. Como descrito anteriormente, o SAR do tronco encefálico é composto por vários grupos de neurônios que liberam no radrenalina, serotonina ou acetilcolina. No caso dos neurônios do prosencéfalo envolvidos no controle de ciclos de sono-vigília, os neurônios pré- ópticos no hipotálamo liberam GABA e os neurônios do hipo tálamo posterior liberam histamina. Uma teoria sobre a base das transições do sonopara a vigília envolve a alternância de atividade recíproca de diferentes grupos de neurônios do SAR. Nesse modelo (Figura 14–11), a vigília e o sono REM estão em extremos opostos. Quando a atividade dos neurônios que contêm noradrenalina e serotonia (locus ceruleus e núcleos da rafe) é dominante, há uma redução no nível de atividade dos neurônios que contêm acetilcolina na formação reticular pontina. Esse padrão de atividade contribui para o aparecimento do estado de vigília. O reverso desse padrão leva ao sono REM. Quando há um maior equilíbrio na atividade dos neurônios aminérgicos e colinérgicos, o sono NREM ocorre. A orexina liberada pelos neurônios hipotalâmicos pode regular as mudanças na atividade nesses neurônios do tronco encefálico. Além disso, uma liberação aumentada de GABA e uma liberação reduzida de histamina aumentam a probabilidade de sono NREM por meio da desativação do tálamo e córtex. A vigília ocorre quando a liberação de GABA é reduzida e a liberação de histamina é aumentada. 3) Quais são os métodos de avaliação de consciência? (escala de Glasgow e etc..) A alteração do nível da consciência está compreendida entre o paciente completamente alerta e o paciente em coma profundo. Para avaliar essa alteração, padronizando a avaliação neurológica de uma maneira objetiva, reprodutível e universal, foram criadas escolas denominadas: - Escala de Coma de Glasgow - Escala de Ramsay A avaliação do nível de consciência é o aspecto mais importante da avaliação neurológica, da qual também faz parte o nível de consciência, os sinais pupilares e oculares, os padrões respiratórios, as respostas motoras e a motricidade ocular. O Nível de Consciência (NDC) ou responsividade é regularmente avaliado porque uma alteração no NDC precede todas as outras alterações nos sinais vitais e neurológicos. Escala de Coma de Glasgow A escala de Coma de Glasgow (ECG) é usada para avaliar a NDC com base em 3 critérios: 1) Abertura do olho 2) Respostas verbais 3) Respostas motoras Pontuação: - Trauma GRAVE = 3-8 - Trauma MODERADO = 9-12 - Trauma GRAVE = 13-15 Ela é particularmente útil para monitorizar as alterações durante a fase aguda, como nos primeiros dias depois de um traumatismo craniano. Estudos recentes mostram que, a ECG, além de possuir grande eficácia e ser a escala utilizada mundialmente para avaliar nível de consciência de pacientes graves, pode trazer uma grande contribuição ao processo de recuperação das vítimas principalmente de TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO, não só por auxiliar o trabalho realizado pelos profissionais, mas também por fundamentar as metas e expectativas das vítimas e dos familiares, facilitando assim o enfrentamento e a superação de disfunções e incapacidades vivenciadas. ● A ECG foi desenvolvida por Tesdale e Janett em 1974. ● A ECG foi atualizada em ABRIL DE 2018 A nova escala Quarenta anos depois, Sir Graham Teasdale conduziu um projeto que procurou entender o atual uso da escala e que foi incorporado nas novas diretrizes. As mudanças não pararam e este mês o neurocirurgião e sua equipe publicaram um estudo no Journal of Neurosurgery (publicação oficial da Associação Americana de Cirurgiões Neurológicos) acrescentando outro importante fator para ser medido na escala: a reatividade pupilar. A modificação mais recente foi uma tentativa de obter melhores informações sobre o prognóstico no traumatismo cranioencefálico, incluindo a probabilidade de morte, já que o estudo realizado pelos pesquisadores revelou maior precisão na análise do estado de saúde do paciente. Nasceu então a http://thejns.org/doi/full/10.3171/2017.12.JNS172780 http://thejns.org/doi/full/10.3171/2017.12.JNS172780 versão mais recente da escala, denominada escala de coma de Glasgow com resposta pupilar (ECG-P). Mudança no score total: 1 a 15 pontos Na antiga versão da Escala de Coma de Glasgow, a pontuação variava de 3 a 15 pontos. Agora, na nova versão, a escala varia de 1 a 15 pontos. Isso acontece porque, na nova aplicação, pontuamos normalmente todos os outros critérios e, após a nota final, o score da reatividade pupilar será subtraído! Como assim? O cálculo do score será feito da seguinte forma: Escore final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – Reatividade Pupilar [0 a 2] Caso todos os critérios estejam normais, teremos um escore de 15 (afinal, as pupilas normais significam 0 pontos a menos!). Entretanto, caso o paciente apresente a menor pontuação em todos os critérios, teremos o escore final de 1! “Imagine que você é chamado para avaliar um paciente que tenha sido projetado do assento do passageiro de um carro em alta velocidade. Ele não faz movimentos oculares, verbais ou motores espontâneos, nem em resposta às suas solicitações verbais. Quando estimulados, os olhos dele não abrem e ele emite apenas sons incompreensíveis, e os braços dele estão em flexão anormal. Este paciente pode ser classificado como O1V2M3 pela escala de coma de Glasgow, dando uma pontuação total de 6”. Nenhuma das pupilas reagem à luz, gerando uma pontuação de reatividade pupilar igual a 2. Neste caso, a escala de coma de Glasgow com reação pupilar será de 6 menos 2, ou seja, 4 pontos. “Com uma pontuação de 6 na escala de coma de Glasgow existe uma possibilidade de morte de 29% em seis meses. Quando a reatividade pupilar e a ECG são combinadas para dar a escala de coma de Glasgow com reação pupilar, a mortalidade aumenta para 39%”. Escala de Ramsey Todo paciente submetido ao coma induzido por medicação deve passar por uma avaliação do nível de consciência e ser monitorizado pela equipe. O uso de analgo-sedação em terapia intensiva deve ser criteriosamente acompanhado de rigorosa avaliação dos níveis de sedação atingidos, a fim de evitar uma sedação profunda desnecessária, reduzindo o tempo de ventilação mecânica e internamento (consequente diminuição dos custos hospitalares). O score para avaliação do nível de sedação mais utilizado atualmente foi proposto por Michael A. E. Ramsay em 1974, e baseia-se em critérios puramente clínicos para classificar o nível de sedação, seguindo a numeração de 1 a 6 para graduar ansiedade, agitação ou ambas, até coma irresponsivo. As definições são simples e intuitivas, pode ser aplicada à beira do leito. Escala de coma de Jouvet - Ideal para acompanhamento em pacientes em recuperação após lesões neurológicas graves. Parâmetros: ● Perceptividade ● Reatividade inespecífica ● Reatividade específica ● Reatividadeautônoma 4) Sistema somatossensorial (tato, dor e temperatura) Os receptores de calor possuem fibras do tipo C, ou seja, têm uma velocidade de adaptação mais lenta, já que essas fibras são mais finas e não são mielinizadas. Os receptores de frio são compostos por fibras delta, fibras finas porém mielinizadas, portanto a percepção de frio é mais rápida que a percepção de calor. Via da coluna dorsal lemnisco medial = Trato fino, Vibração, Propriocepção e Pressão. a) Anatomia b) Fisiologia e vias (percepção tátil) R E C E P T O R E S . Receptores sensoriais: há muitos receptores sensoriais que transmitem informações sobre os ambientes interno e externo para o sistema nervoso central, MAS que não atingem a consciência. ● Definição: são transdutores que convertem várias formas de energia do ambiente em potenciais de ação nos neurônios sensoriais. - Mecanorreceptores: receptores cutâneos para TATO e PRESSÃO - Propiorreceptores: estão localizados MÚSCULOS, TENDÕES e ARTICULAÇÕES e transmitem infos sobre o COMPRIMENTO e TENSÃO MUSCULAR - Termorreceptores: detectam sensações de frio e calor (fibras C e A-delta) - Nociceptores: captam estímulos potencialmente nocivos, como DOR, calor e frio extremos - Fotorreceptores: são os BASTONETES e CONES da retina que respondem à luz - Quimiorreceptores: se refere a receptores estimulados por uma alteração na composição química do ambiente nos quais estão localizados. Ex: receptores de PALADAR e OLFATO, receptores viscerais (nível de O2, pH, osmolaridade) Sensações táteis As sensações táteis incluem tato, pressão, vibração, prurido e cócegas. Embora percebamos as diferenças entre essas sensações, se originam pela ativação de alguns dos mesmos tipos de receptores. Vários tipos de mecanorreceptores encapsulados detectam as sensações de tato, pressão e vibração. Outras sensações táteis, como sensação de cócegas e prurido, são detectadas por terminações nervosas livres. Receptores táteis na pele ou na tela subcutânea incluem corpúsculos táteis, plexos da raiz do pelo, mecanorreceptores cutâneos tipos I e II, corpúsculos lamelados e terminações nervosas livres. ❖ Tato As sensações de tato geralmente resultam da estimulação de receptores táteis na pele ou na tela subcutânea. Existem dois tipos de receptores de tato de adaptação rápida. Corpúsculos táteis (corpúsculos de Meissner) são receptores sensíveis ao toque localizados nas papilas dérmicas da pele sem pelos. Cada corpúsculo é uma massa oval de dendritos envolvida por uma cápsula de tecido conectivo. São abundantes nas extremidades dos dedos, mãos, pál- pebras, ápice da língua, lábios, papilas mamárias, plantas dos pés, clitóris e glande do pênis. Os plexos das raízes pilosas são encontrados na pele com pelos; consistem em terminações nervosas livres enroladas em torno dos folículos pilosos. Os plexos das raízes pilosas detectam movimentos na superfície da pele que perturbam os pelos. Por exemplo, um inseto pousando sobre o pelo provoca movimento do corpo do pelo, que estimula as terminações livres. Existem, também, dois tipos de receptores táteis de adaptação lenta. Mecanorreceptores cutâneos tipo I, também conhecidos como discos táteis (discos de Merkel), são terminações nervosas livres achatadas discoides, que fazem contato com as células epiteliais táteis (células de Merkel) do estrato basal. Esses receptores táteis são abundantes nas extremidades dos dedos, mãos, lábios e órgãos genitais externos. Mecanorreceptores cutâneos tipo II (corpúsculos de Ruffini) são receptores encapsulados, alongados, localizados profundamente na derme, e em ligamentos e tendões. Presentes nas mãos e abundantes nas plantas dos pés, são mais sensíveis ao estiramento que ocorre quando os dedos ou os membros são movidos. ❖ Pressão Pressão é uma sensação contínua experimentada sobre uma área maior do que a do tato, ocorrendo com a deformação dos tecidos mais profundos. Receptores que contribuem para as sensações de pressão incluem corpúsculos táteis, mecanorreceptores cutâneos tipo I e corpúsculos lamelados . O corpúsculo lamelado (de Pacini) é uma grande estrutura oval composta por uma cápsula de tecido conectivo multilaminado que envolve um dendrito. Assim como os corpúsculos táteis, os corpúsculos lamelados se adapam rapidamente. São bem distribuídos no corpo: na derme e tela subcutânea; nos tecidos subjacentes às túnicas mucosas e serosas; em torno das articulações, dos tendões e dos músculos; no periósteo; e nas glândulas mamárias, nos órgãos genitais externos e em determinadas vísceras, como o pâncreas e a bexiga urinária. ❖ Vibração As sensações de vibração resultam de sinais sensoriais, repetidos rapidamente a partir dos receptores táteis. Os receptores para as sensações de vibração são os corpúsculos táteis e os corpúsculos lamelados. Os corpúsculos táteis detectam vibrações de frequência mais baixa, e os corpúsculos lamelados, vibrações de frequência mais alta. ❖ Prurido e cócegas A sensação de prurido resulta da estimulação de terminações nervosas livres por determinadas substâncias químicas, como a bradicinina, frequentemente, em virtude de uma resposta inflamatória local. Acredita-se que terminações nervosas livres medeiem a sensação de cócegas. Essa intrigante sensação se origina apenas quando alguém o toca, mas não quando você toca a si mesmo. Sensações térmicas Termorreceptores são terminações nervosas livres. Duas sensações térmicas distintas – frio e calor – são mediadas por receptores diferentes. Os receptores de frio, localiza dos na epiderme, são estimulados em temperaturas entre 10 e 40 °C. Os receptores de calor estão localizados na derme e são mais ativos em temperaturas entre 32 e 48 °C. Os receptores para calor e frio se adaptam rapidamente no início do estímulo, mas continuam a gerar impulsos nervosos mais Sensações de dor Os receptores sensoriais para dor, chamados nociceptores, são terminações nervosas livres. Os nociceptores são encontrados em praticamente todos os tecidos do corpo, exceto no encéfalo, e respondem a vários tipos de estímulos. A estimulação excessiva dos receptores sensoriais, o estiramento excessivo de uma estrutura, as contrações musculares prolongadas, o fluxo sanguíneo inadequado para um órgão ou a presença de determinadas substâncias químicas produzem a sensação de dor. A dor pode persistir mesmo após a remoção do estímulo produtor, porque as substâncias químicas que provocam dor permanecem, e porque os nociceptores exibem pouquíssima adaptação. Existem dois tipos de dor: rápida e lenta. A percepção da dor rápida ocorre muito rapidamente, em geral dentro de 0,1 segundo após a aplicação do estímulo. Essetipo de dor é conhecido como dor aguda, dor cortante ou ferroada. A dor sentida após uma picada de agulha ou um corte de faca na pele são exemplos de dor rápida. A dor rápida não é sentida nos tecidos mais profundos do corpo. - Fibras A-delta = com mielina A percepção da dor lenta começa 1 segundo ou mais após o estímulo ser aplicado, aumentando gradualmente em intensidade por um período de vários segundos ou minutos. Esse tipo de dor, que pode ser excruciante, é também referido como dor crônica, ardente, contínua ou latejante. A dor lenta ocorre na pele e tecidos mais profundos ou órgãos internos. Um exemplo é a dor associada com a dor de dente. - Fibras C = sem mielina (substância P) Sensações proprioceptivas Sensações proprioceptivas nos permitem saber onde a cabeça e os membros estão localizados e como estão se movendo, mesmo se não estamos olhando para eles, de modo que podemos caminhar, digitar ou nos vestir sem usar os olhos. Cinestesia é a percepção dos movimentos do corpo. As sensações proprioceptivas se originam nos receptores denominados proprioceptores. Os proprioceptores estão localizados nos músculos esqueléticos (fusos musculares), nos tendões (órgãos tendíneos), nas articulações sinoviais e em torno delas (receptores cinestésicos articulares), e na orelha interna (células ciliadas). Aqueles proprioceptores engastados nos músculos, tendões e articulações sinoviais nos informam o grau de contração dos músculos, a quantidade de tensão nos tendões e as posições das articulações. As células ciliadas da orelha interna monitorizam a orientação da cabeça em relação ao solo e a posição da cabeça durante os movimentos. Sensações proprioceptivas também nos permitem estimar o peso dos objetos e determinar o esforço muscular necessário para executar uma tarefa. Por exemplo, quando erguemos um objeto, percebemos rapidamente o seu peso e, em seguida, exercemos a quantidade correta de esforço necessário para levantá-lo. Os impulsos nervosos para a propriocepção consciente passam ao longo dos tratos sensoriais, na medula espinal e no tronco encefálico, e são retransmitidos para a área somatossensorial primária (giro pós-central) no lobo parietal do córtex cerebral (ver Fig. 10.13). Os impulsos proprioceptivos também passam para o cerebelo, no qual contribuem para a função do cerebelo na coordenação dos movimentos especializados. Como os proprioceptores se adaptam lentamente e apenas levemente, o encéfalo recebe, de modo contínuo, impulsos nervosos relacionados à posição das diferentes partes do corpo e faz os ajustes para assegurar a coordenação. ● VIAS - Coluna dorsal lemnisco medial - Anterolateral ou espinotalâmico Via espinotalâmica LATERAL ou ÂNTERO LATERAL = DOR e TEMPERATURA c) Nervos Nervo Trigêmio - É um nervo craniano MISTO - Possui 3 ramos: ● Ramo oftálmico: testa, olhos e a frente do nariz (MENOR) - passa para a órbita por meio da fissura orbital superior ● Ramo maxilar: maçãs do rosto, lábio superior, dentes superiores e cavidades oral e nasal. - passa através do forame redondo ● Ramo mandibular: têmporas, queixo e dentes inferiores (MAIOR) - passa através do forame oval. Os axônios sensitivos no nervo trigêmeo conduzem impulsos nervosos para as sensações de tato, dor e temperatura (calor e frio). O nervo oftálmico contém axônios sensitivos provenientes da pele sobre a pálpebra superior, a córnea, as glândulas lacrimais, a parte superior da cavidade nasal, a parte lateral do nariz, a fronte e a metade anterior do escalpo. O nervo maxilar inclui axônios sensitivos provenientes da túnica mucosa da cavidade nasal, do palato, de parte da faringe, dos dentes superiores, lábio superior e pálpebra inferior. O nervo mandibular contém axônios sensitivos provenientes dos dois terços anteriores da língua (não gustatórios), da bochecha e túnica mucosa abaixo dela, dentes inferiores, pele sobre a mandíbula e lado da cabeça anterior à orelha e túnica mucosa do assoalho da boca. Nervo Vago - É um nervo craniano MISTO Passa pela Cabeça, pescoço, tórax e abdome Nervo acessório - É um nervo craniano MOTOR Dividido em: ● nervo acessório cranial ● nervo acessório espinhal Inerva o Músculo trapézio, músculo esternocleidomastóideo, constritores faríngeos, laringe, músculos do palato mole (motor) Trajeto https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/laringe O trajeto das fibras motoras eferentes do nervo acessório é o seguinte (do início no cérebro às suas terminações, na periferia): 1. As fibras motoras eferentes emergem do núcleo ambíguo, que está localizado no tubérculo grácil, no tronco encefálico. 2. As fibras também continuam a emergir ao longo do fascículo grácil. 3. As fibras do núcleo ambíguo cursam na raiz cranial do nervo acessório, enquanto as fibras do fascículo grácil cursam na raiz espinhal do nervo acessório. 4. Juntos estes dois ramos deixam o crânio em sua base, através do forame magno. 5. Após deixar o crânio, os feixes nervosos se fundem momentaneamente, formando o nervo acessório, sem misturar as suas fibras. 6. Eles então se separam e as fibras do núcleo ambíguo formam sinapse no gânglio jugular superior do nervo vago (nervo craniano X). Daí em diante as fibras do nervo acessório cursam dentro do vago e terminam no nervo laríngeo recorrente, que inerva os músculos da laringe, exceto o músculo cricotireóideo. 7. Enquanto isso as fibras do fascículo grácil continuam como o ramo principal do nervo acessório, e inervam o músculo esternocleidomastóideo e o músculo trapézio. 8. Além de emergir do fascículo grácil e se fundir à raiz espinhal do nervo acessório, as fibras cursam ainda diretamente do fascículo grácil para os nervos espinhais cervicais C1-C4, e se fundem ao ramo principal do nervo acessório conforme ele desce do forame magno em direção à musculatura que ele inerva. 5) Compreenda somestesia https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cranio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/forames-e-fissuras-do-cranio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/forames-e-fissuras-do-cranio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-vago https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculos-da-laringe https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-esternocleidomastoideo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-trapezio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-trapezio 6) Diferencie urgência e emergência Uma emergência corresponde a um ‘processo com risco iminente de vida, diagnosticado e tratado nas primeiras horas após sua constatação’. 2 Exige que o tratamento seja imediato diante da necessidade de manter funções vitais e evitar incapacidade ou complicações graves. Representa situações como choque, parada cardíaca e respiratória, hemorragia, traumatismo crânio-encefálico... Já a urgência significa ‘um processo agudo clínico ou cirúrgico, sem risco de vida iminente’.3 Nesse caso há risco de evolução para complicações mais graves ou mesmo fatais, porém, não existe um risco iminente de vida. Representa situações como fraturas, feridas lácero-contusas sem grandes hemorragias, asma brônquica, transtornos psiquiátricos... 7) Relembre como funciona o BLS.● Escala de Coma de Glasgow (ECG)
Compartilhar